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Cuinta-feira 27 de Junho de 1963 1 Série—Nimero 30 GOVERNO PREGO DESTE NUMERO— 320 Todt» erapevdtn | ASSINATORAS | © pres ons carne Gapamente ote) dsnatalnor ou || assrenttan. “At 9) Bowen 4.4.03 stake nelle te rpecivo Aine lees tendo nn Ovantcor acs snore ales mrt co quotes. | ASSESS: {orange 8 de Dacotetat ne aran, de 30 sohan centpires sotainar pttaamente || pee? Bose de sede de pore SUMARIO Presidéncia do Conselho: Declaracao: De ter sido scotifeado 0 Deotelo n® 45075, que dé nova redaegao aos artigos 808.? @ 912.° do Estatute do Funcio. nalismo’ Uleeamarino, Portaria no 19 920: Designa as importincias que os couselhos administrativos ide divereas unidades e estabelecimentos da Forga cérea Scam antorizados a sacar em conta do capitulo’ 7.” 40 rgamento ordindrio dos encargos.gerais da Nagio em Ministério do Ultramar: Portaria n° 49 92: Determine quo soja feite ume edigho ofleia) da Lei Org nica do Usteamar Portugués com as aiterngies e tabe'ect das pela Lei m.? 21-9, de harmonia cum 0 texto ane.0 A presente’ portaria, PRESIDENCIA DO CONSELHO Secretaria-Geral Declara-se, para os devidos efeitos, que entre o original, arquivado. nesta Secretaria-Geral, e 0 texto do Devreto n.° 45.075, publiendo pelo Ministério do Ultramar, Ditee- glo-Geral de Administragdo Politica e Civil, no Didria do Goremo n.* 189, 1. série, de 14 de Junko de 1963, existe 8 seguinte divergéncia, que assim se rectifica: No artigo 1, onde se 18: Art, 812, total. até 5 por cento do sew vencimento deve ler-se Art. 812. total, , até 0,5 por cento do seu veneimento Sccretaria-Geral da Presidéneia do Conselho, 26 de Sunho de 1968. —O Secretirio-Geral, Diogo de Castel- branco de Paiva de Faria Leite Brandéo, Secretaria de Estado da Aerondutica 19920 werno da Republica Portuguesa, pelo Se- eretério de Estado da Aerondutica, que, mos termos do § 4° do artigo 48.° do Deereto-Lei n.° 41758, de 25 de Tulho de 1958, os conselhos administrativos das unidades @ estabelecimentos da Forga Aérea a seguir ind:eados sejam autorizados a sacar, em conta do capitulo 7.° do forgamento ordinirio dos eneargos gerais da Nagio em vigor, as importineias que Ihes vio designadas: Artigo 149.%, n.° 8), ines a) Base aiven no 1 Bare aérea ne 2 Base airen n° 3 Bare aéton Antigo 1192, m2 4), tinea 6} Base adres n.2 8 : 144920 Base adres 0° 3 3038-0 Artigo 251.¢, n.° 3), alinea 0) Base adiea 9.448300 Artigo 152.6, n.° 1), alines bj Bare aérea n# Antigo 1528, no 2), alinea w) Base séren n.? 6 + 18 800800 Artigo 1522, n° 8), alinen 0) Base aérean.0 4. 18 520300 ‘Aetigo 18 Base 12 4), stinen a Antigo 153.%, no 9) Grupo de deteogto, alerta © condute da inter Bel Bast acres 2 3 Base aéren 2.2 4 Bato aérea n° 5 Base adres 32 2si800 513820 640800 483830 Actigo 156.2, m.° 1) Comando da Zona Adrea dos Agores 1129 890840 Antigo 158.°, n° 1) Bave aérea n.d Lomss0 Secretaria de stado da Aerondutica, 27 de Junho de 1003. —O Seeretirio de Estado da Aerondutioa, Francisco Antinio das Chagas. iseosssssssssoscoscasosesusssssnssosassen MINISTERIO DO ULTRAMAR Gabinete do Ministro Portaria n° 19921 Manda o Governo da Repiblica Portuguesa, pelo Mi- nistro do Ultramar, de conformidade com o disposto no 786 actigo 4° da Lei n# 2119, de 24 de Junho do corrente ano, que seja feita ume edigio oficial da Lei Orginica do Ulteamar Portugués com as alteragdes estabelecidas pela referide lei e eo texto se publiew mnexo i presente portaria Ministério do Ultramar, 27 de Junho de 1968.— 0 Ministeo do Ultramer, Antinio Augusto Peizoto Cor- Para ser publicada no Bototim Oficial de todas as provincias ultramarinas. — Peiroto Correia Lei Organica do Ultramar Portugués CAPITULO 1 Do ferritério do ultramar portugsés Bast 1 © ultramar portugués abrange as parcelas do ter- ritério da Nagko indicadas nos ne" 2° a 5. do artigo 1° ds Constituigio ¢ compie-se de oito provineins, corres- pondentes ii-situagio googrifien © & tradigio histdrica. IL—. extensio o os limites de cada uma das provin- cias ultramarinas constam da lei e dos tratados ou con- vengaes intemacionais que thes digam respeito, CAPITULO IL Prine'pios gerais relativos & administragdo ultramarina Base I—As provincias ultramarinas, como parte integrante do Estado Portugués, sia soliddrias entre sie com a me: ‘trdpole. IE—A solidaviedade entre as provincias ultramarinas © a metrdpole compreende especialmente a obrigacio de coniribuir, por forma adequada, para assegurar a integt! dade ¢ defesa de toda a Nagao © os fins da politiea na- cionsl definidos no interesse comum pelos drgios da so- berania. Base m As provincias ultramarinas reger-se-to, em regra, por legislagio especial. Base iy Sao garantidas its provineins ultramarinas @ descentrali zagio sdministrativa e @ autonomia financeira compativeis com a Constituicdo, seu estado de desenvolvimento e re- ceursos préprios, Base v I— As provineias ultramarinas tém organizagio_poli- tico-adininistrativa adequada & sua situagio geografica © is condigées do meio social, definida num estatuto espe- cialmente promulgado para vada uma delas. Nele se ests- beleceré, além do mais que for necessirio, a constituigio, funcionamento e atribuigdes dos respectivos érgios de governo, a sua divisto administrativa e a natureza, exten- ‘fo e desenvolvimento dos seus servigos piblicos. TL — Quando as cireunstincias o aconselharem, poder instituie-se no respectivo estatuto um regime de admi nistragio semelhante ao das ilhas adjacentes, TIL— Na medida em que 9s earacteristicas particulares do Estado da India o aconselhem, puieré o respectivo estatuto dispor diferentcmente do preceituado na presente ei quanto ao funcionamento e atribuigdes dos drgiios de governo e @ cutras regras de administragio. 1 SERIE — NOMERO 160 Base vi A unidade polities ser& mantida em cada uma das provincias ultramarinas pela existéncia de uma 86 capital e do governo da provincia, CAPITULO IL Da administragio central Base vit I—Sio érgios centrais de administragao ultramarina fa Assembleig Nacional © o Governo, que tém a compe téneia definida nas bases seguintes e dispdem da colabo- ragio da Cimara Corporativa, do Conselho Ultramarino, da Conferéncia dos Governadores Ultramarinos, das con- feréncias econdmieas do ulteamar portugués e dos conse: thos téenieos do Ministério do Ultramar e de outros Mi- nistérios, como érgios consultivos. TL —As provineias ultramarinas terio representagao adequads nfio sna Assembleia Nacional, através dos Deputados da Nacho designados pelos respectivos eireulos tleitorais, como, através das suas autarquias loeais e dos seus interesses socinis, na Ciara Corporativa. IIE — 0 processo de designagao dos Proeuradores & Ch. mara Corporativa sera reguindo no estatuto politico-admi- nistrativo de cada provincia, de acordo com o que se dis- puser na Lei Orginiea da Camara Corporativa, TV — Independentemente da representagio no Conselho Ultramarino, a que se refere a base xtv, as provincias ultramarinas estario ainda devidamente representadas nos Srgdos consultivos de Ambito nacional, nos termos dos respectivos diplomas orginicos SECGAO T Da competénela da Assemblela Naelonal Base var Erm relagio & administragio ultramarina, compete & Assembleia Nacional: 1) Legislar, mediante propostas do Ministro do. Ulira- mar, nos asstintos que devam constituir nevessiriamente matéria de lei, segundo o artigo 99." da Constituigao, ¢ ainda nos seguintes: 2) Regime geral de governo das provincias ultramati- 3) Definigfo da competéncia do Governo da metrépote e dos govemnos ultramarinos quanto it area e ao tempo ‘das convessdes de terrenos ou outras que envolvam exch sivo ow prvilégio especial ‘) Autorizagio de contratos, que nfo sejam de emprés- timo, quando exijam eaugio ot gurantias especiais 2)"Tomar as contas das provineiss uliramarinas res peitantes a cada ano econémicn, a8 quais Ihe serio apre- Sentadas coi o relatério e decisto do Tribunal de Contas, se este as tiver julgado, ¢ os demais elementos que forem necessivios para @ sua apreciagao. sEogiO TI Da competineta do Governo Centr Baan 1x T—0 Governo superintende ¢ fiscaliza 0 conjunto da administracio das provincias ultramarinas, directamente ‘ou por intermédio do Presidente do Conselho, do Con: selho de Ministros, do Ministro do Ultramar e eventual: 27 DE JUNHO DE 1963 787 mente por intermédio de outros Ministros, nos termos da presente lei. IL—Ao Presidente do Conselho competem, relativa. mente a0 ultramar, as atvibuigdes gerais expresses no artigo 108.° da Constituigao © a apresentagio & Assembleia Nacional das propostas do Ministro do Ultramar elabo- radas sobre as matérias a quo se referem o n.* 1." do artigo 150.° da Constituigio © a base vam desta lei ILL — Ao Governo pertence: 2) Logislar, quando, nos termos da Constituigéo, tiver de dispor por meio de deereto-lei pata todo o tetritério nacional ou se o diploma regular matéria de interesse comum da metrépole e de alguma ou algumas das pro vincias ultramarinas; b) Autorizar por decreto-lei os empréstimos das _pro- vineias ultramarinas que exigirem cauglo ou garantias especiais. IV — Ao Conselho de Ministros pertence a) Nomear, reconduzir ¢ exonerar antes do termo nor- mal da comissao, sob proposta do Ministro do Ultramar, os governadores-gerais e os governadores de provincia; b) Exercer as atribuigdes referidas na alinea a) do nt da base txx1x da presente lei. V—0 Ministro do Ultramar tem competéncia sobre todas as matérins que representem interesses superiores, ou gerais da politica nacional no ultramar ou sejam comuns @ mais de uma provincia ultramarina, com as especificagées feitas nesta lei, designadamente nas ba- ses Xe Xt. VI— Diplomas especiais definirfo, quanto a0 ultra: mar, a competincia de outros Ministros em relagio a servigos puiblicos cuja acgio e quadros estiverem unifiea- dos em todo o territério nacional, bem como a interie- réncia do Ministro do Ultramar © dos governos das pro- vineias ultramarinas na administragao desses servigos. Base x ‘I — Considleram-se incluidos na competéneia legislativa do Ministro do Ultramar os diplomas concernentes aos seguintes. assuntos: 4) 0 exercicio dos direitos, liberdades e garantias @ que se referem os capitulos me m do ,titulo vir da parte 11 da Constitui¢io; b) A constituigio © regimes gerais de funcionamento dos organismos corporativos, morais, culturais ¢ econé- €) A aprovagio € ratifieagio dos scordos ou convencaes que os governos das proviacias ultramarinas negociarem. com ‘os governos de outras provineins ou territérios, ma- cionais ou estrangeiros, obtida, neste tiltimo caso, # con cordincia do Minisiério dos Negéeios Estrangoiros; 4) O regime administrativo geral das provineias ultra marinas e a organizagio geral de servigos pblicos no ultramar, abrangendo a composigho dos quadros do seu pessoal e o estabelecimento do regime do seu provimento; ¢) 0 estatuto politico-administrativo de cada provincia ultramarina, ouvido o govemador e 0 Conselho Ultrama- ino em sesso plenéeia; {) A administragio financeira das provincias ultrama. rings, incluindo a dos seus servigos comuns, a dos servigos anténomos e a dos corpos administrativos e pessoas colec- tivas de utilidade piblien administeativa; g) O estatuto dos funciondrios piblicos mio abrangidos por estatutos especiais que Ihes sejam aplicdveis em todo © territério nacional, compreendendo as normas de i gresso © permanincia na fungio, o regime disciplinar, de vencimentos, de aposentacio ¢ demais direitos © de- vores inerentes '& qualidade de funcionsvio piblico; h) A regulamentagio das leis votadas pela Assembleia Nacional, quando dela caregam © seja conveniente rea. liad-la por via legislativa; i) O regime juridieo, incluindo as condigdes de finan- ciamento, das obras ou planos de urbanizagio ou de fo. mento da sua competéncia ou que envolvam a utilizaglo de bens do dominio piblico; j) A soluetio das divergéncias entre os governadores- -gerais ou de provincia © os conselhos legislatives, nos termos dos n.** me rv da base xxiv; 1) A autorizagio de empréstimos que nio exijam eau- gio ou garantias especiais e nio sejam saldados por forga das receitas ordindrias dentro do respeetivo ano evond- ico, tanto da provineia como do servigo auténomo a que se destinam. II — 0 Ministro do Ultramar pode, no exereieio da sua competéncia legislative, anular ou revoger, no todo ow em parte, os diplomas legislativos das provineias ultra- marinas, quando os reputar ilegais ou ineonvenientes para 8 interesses nacionais. ‘A anulagio ou revogagao serio feitas por decreto publicado no Diério do Governo e obrigatériamente trans- erito no Boletim Oficial da provincia. Os diplomas anulados sto tidos como inexistentes desde 1 sua publicagio, nto podendo ser invocados nos tribunais ou repartigdes publicas. Antes de anular ou revogar qualquer diploma, 0 Mi- nistro do Ultramar devers ouvir 0 governador da’ provin- cia, dando-lhe a conhecer os motivos da sua divergéncia, para que 0 mesmo govemador possa prestar os esclareci mentos que julgar convenientes. TIL —A competéncia legislativa do Ministro do Ultra- mar seré exercida precedendo parecer do Conselho Ultra- marino, salvo nos easos seguintes: 4) Os de urgéncia, como tal declarados ¢ justificados no preiimbulo do decteto; b) Agueles em que o Conselho demore por mais de 80 dias o parecer sobre @ consulta que the haja sido feita pelo Ministro; ‘c) Aqueles em que sobre o mesmo assunto jf tiver sido consultada a Cimara Corporativa, nos termos do ar- ‘igo 105.° da Constituigio, on a Conferéneia dos Gover- nadores Ultramarinos; @) Quando o Ministro estiver exereendo as suas fungdes em qualquer das provineiss ultramerinas TV —0 Ministro do Ultvamar poderd usar da sua com- petincia Iegislativa quando se encontre no ultramar em exercicio de fungoes, se estiver expressamente autorizado pelo Conselho de Ministros ou se verificarem eireunstin- cins tals que imperiosamente 0 imponh ‘V— 0s diplomas a publicar no exercicio da competén- cia legislativa do Ministro do Ultramar revestirlio forma de decreto, promulgado e referendado nos termos da Cons- tituigio, adoptando-se a forma de diploma legislativo mi- nisterial quando 0 Ministro estiver exereendo as suas fangdes em qualquer das provincins ultramarinas ¢ de portaria nos outros casos previstos na lei Base st I—No uso das suas fungdes executivas, compete a0 Ministro do Ultramar: 1. Nomear, contratar, reconduzir, promover, transfe- tir, conceder licencas registadas e ilimitadas, sposentar, exonerar ou demitir, nos termos legais, 0s funcionérios dos quadyos comuns dos servicos ultramarinos e do Minis. tério do Ultramar ¢ sinda os dos quadros complementa- res ¢ privativos de qualquer provinein ou do Ministério sobre os quais, por lei, exerga essas atribuigdes; 785 1 SERIE — NOMERO 100 2.° Exercer a acgio disciplinar prevista na lei sobre os funcionirios, quer do Ministério, quer do ultramar, ¢, salvo quanto aos mag’strados judiviais em exercieio de fungdes, mandé-los apresentar no Ministério quando a sua presenga seja considernda inconveniente para o ser- igo na provine'a onde est!verem coloados; 8.2 ‘ransferie om promover, nos termos legais, os fun- cionérios dos quadros privativos e complementares de tuma provineia para os quadros de servigos idénticos de outra, mediante proposta on parecer favorivel dos gover- adores interessedos: 4° Aprovar, alterar on vejeitar as propostas sobre as- suntos da sus competénvia gue Ihe seam apresentadas pelos governos das provineins ultramarinas; 52 Nutorzar, ouvides os governs das 'provineias in- teressadas ou sob proposta destes e obtido parecer das instineias eompetentes: a) A instalagio, reabertura, modificagdes no equipn- mento e mudanga de local de estabelecimentos.indus- ttlais sujeitos a condieionamento, nos termos de diploma especial 'b) AS concessdes no dominio piiblica, e de enbos sub- marinos, de comunicagies radiotelegrificas © rndiotelefs- nieas, de carreiras agveas para o exterior, as vias férreas de interesse geral e grandes obras. publiens, bem eomo 1 eihissfio de obrigagdes dns sociedades eoneessionains, ¢ ainda a concessio de licencas para o estabeleciznento de depésitos de combustiveis destinados { navegagio mari- tima © néren; ‘c) As obras ¢ planos de urbanizagio on de fomento que por lei forem da sua competéncia; ‘6. Fiscalizar a organizagia v a execugio dos orgnrnentos das provineias ultramarinas, nos termos legnis; 7. Autovizar os governadores das provineias ultramati nas a negociar neordos om convengies com 08 goveros de outras provineins ou tervitdrios nacionais on estrange ros, neste ultimo caso com a concordinein do Ministro dos Negéeios. Estrangeivos; BY Ondenar inspeecses, sindiedneins © inquéritos, para fins disciplinares ow outros, a tndos os servigos piibliens do ultramar em que superintenda, quer do Estado. quer dos corpos administrativos e pessoas colectivas de util dade piiblien administrativn 9. Superintender nas empresas do interesse eolvetive « fiscalizi-las, nos termos da Constituigto, da presente Lei Orginiea e de outras eis 10° Exercer as dema's fungies que por lei the com- petirem. I —0 Ministo do Ultramar pode delegar nos govers nadores das provineias ultramarinas, a titnlo tempordrio on permanente, 0 excreicio dos paleres referidos no n2 1." para contratar fimeiondrios ¢ eonceder licengas registailas também o8 referidos na segunda parte don.” 2.° TI —0 Ministro do Ultramar pode anular,_revogar reformat ou Suspender a todo o tempo as decisies dos governadores nfio constitutivas de direitos, bem como or- denar a interposigio, no prazo legalmente fixado, de re. ceursa contenioso para anulagi das decisies dos governa dores, constitutivas de direitos, que repute ilegais. As decisées directamente anuladas pelo Ministro sto tidas como inexistentes desde o sen infeio, no podendo ser invoeadas nos tribunais ou repartigies puibliens. A resolucio do Ministro relativamente x deeisées dos governndores que tiverem sida publicadas seri tomada por meio de portaria inserta no Didrio do Governo © obriga- ‘toriamente transcrita no Boletim Oficial da vespectiva pro. vineia, IV —Para efeitos do exerefcio da faeuldade prevista xno miimero anterior, os govemadores deverda comuiear hanidiatamente go Ministio do Ulérumar as autorizagoes de transferineias de verbas e de aberturas de exéditos que ecidirem, com a respeetiva justifengha V— os Subsecretivios de Estado compete, nos ter- ros da delegagio que les for dada pelo Ministro, decidie, de acowlo com 1 orientagio deste, as assuntos da Sua com: poténcin executive, seegxo mt Da organizacao do Ministério do Ultramar Base xt I—0 Ministévio do Ulteamar, como prineipal drgto central da administragio e governo ullramarinos, teré organizagio adequada ao desempenho das fungses que 80 Ministro so ateibuides pela Constituigio e pela presente lei I — Aos servigos do Ministério do Ultramar eorrespon- dexto quados privativos e quuudtos coumms aos servigos do ultemnae. IIL — Junto do Ministério funcionario os érgios_ det berativos, consultivos ou de informagia téeniea que forem, julgados necessivios a0 exerclcio das atribuigies ministe- Finis. Completam a sun aegto e sto dele considerados de- pendentes os ongenismos que a lei determinar skogio Iv Dos argans consultives de Governo Base sit © Govermo poder consultar @ Camara Coxporativa so- bre diplomas a publicar ou sobre propostas de lei a apre- sentar i Ascembieia Nacional, uns e outras aplicdveis ap ultram Base xiv IO Conselho Ultramarine é 0 drgio permanente de consulta do Ministro do Ultramar em matéria de politica € ndministragio ultramarina I — A onganizaeio ¢ atvibut ino, além das fixadas nesta lei especial. Nele estardo devidamente representadas as provineins ultramarinas, do Conselho Ultrama- serio definidas em lei Bask xv I—A Conferéneia dos Governndores Ultramarinos rotine quando e onde o Ministro do Ultramar julgar con: veniente, durante o periodo ennsiderado necessivio, para fa diseussio dos assuntos que na ceasifo mais interessem, fo governo © administragiio geral do ultramar © seja van- tajoso tmtar em comum. II— As reunides da Conferéncia nao so publicas e a las presidid 0 Ministro do Ultramar ou um dos Subse- eretirios de Estado. Poderio assistir, eom dizeito de voto, falézn dos governadares das provineias ultramarinas, 0 se- cretdrio-geral © os directores-gerais do Ministétio. TIT — Poilorto também ser convocados. mas sem direito de voto, os seeretirios provinciais das provineias de go- verno-geral © os secrebiviosgerais das provineias de go- verno simples, Base xvi I—As conferéneias econdmicas do ultramar reunie -se-80 quando e onde o Ministro do Ultramar determinar, para a discussfio dos assuntos por ele fixados, que mais interessem 4 vida econdmics ultramarina no seu eanjunto, 27 DE JUNHO DE 1963 739 IL— As conferéneias serto presididas pelo Ministro do Ultramar e terio um viee-presidente, por ele nomeado. Cada provincia enviaré urna delegagzo, nomenda polo go CAPITULO IV Da administregio provincial SECCKO Normas gerais Base xvi 5 — Em cada uma das provincias ultramarinas haveré, como autoridade superior, um governador ou governador- -geral. TI— 0 governador é, em todo o territério da respectiva provincia, o mais alto agente e representante do Governo da Nagi Portugues, & autoridade superior a todas as outras que na provincia sirvam, tanto civis como mil tares, e 0 administrador superior da Fazenda Publica. Pelo exereicio das suas fungdes responde perante © Govemno, © a verificagio da legalidade dos seus actos est sujeita a jurisdiggo contenciosa. Base xvi I—A nomeagio dos governadores é feita em Conselho de Ministros, sob proposta do Ministro do. Ultramar. Recairi normalmente em individuo com curso superior, de mérito ji revelado no exereieio de cargos pliblicos ou no estudo de assuntos relativos ao ultramar e que nio tenha qualguer interesse na direcgiio ou geréncia de em- presas com sede ou actividade na provincia, LL —A comissio dos governadores durard quatro anos, contados da data da publicagio do decreto da sua nomea- Go no Didrio do Governo. II —0 governador presta declaragio © compromisso de honra perante o Ministro do Ultramar, ou, se ao tempo da nomeagio estiver na provincia ultramarina, perante a pessoa de quem receber 0 governo. IV — comissio dos governadores poderd ser renovada por periodos «le dois anos, em decreto publicado até 80 dins antes do seu termo. V—A exuneragio dos govemadores antes de termi- nado o periodo da vomissio é feita em Conselho de Minis- tros, sob proposta do Ministra do Ultramar. Base xix, Nu falta de governador ena sua auséneia ou impedi- mento e enquanto o Ministo do Ultramar nio designar tum eneatregado do governo da provineia ou no providen- jar por outra forma, as fungdes governativas serio exer~ ‘das pelo seeretivio-geral ou, onde este nfo existir, pelo chefe dos servigos de administragao civil. Base xx T— 0s governadores ¢ enearregados do governo respon: dem pelos seus actos, politieamente perante o Governo ¢ civil ou eviminalmente perante os tribunais. TL— As acgdes efveis, comerciais ¢ criminais em que seja réu 0 governador ou o envarregado do governo, en- quanto durarem as suas fungdes, 86 poderio instaurar-ee na comarea de Lisbon, salvo se para a causa for compe- tente outro tribunal, da metrépole ou de diversa provin- cia, ou houver privilégio do foro. Base xxt I — 0s governadores podem, em qualquer tempo, anu: lar, revogar, reformar ou suspender as suas decisdes nfo constitutivas de direitos, bem como interpor, no prazo da lei, recurso contencioso das suas decisdes constitutivas de direitos, se as reputarem ilegais. IL—As decisées dos governadores podem ser couten- ciosamente impugnadas pelos interessados, com base em incompeténcia, excesso de poder ou violagio de lei, regu- Iamento ou contrato administrativo, Base xxit 1—0s govemadores das provineias ultramarinas terfo, ald das fixadas na Constituiglo e na presente lei, as atvi- buigées, faculdades e prerrogativas conferidas no estatuto da respectiva. provincia IL—F. supremo dever de houra do_governador, em cada um dos tervitdrios ultramarinos, sustentar os direitos de soberania da Nagio e promover 0 bem da provincia, fem harmonia com os prinefpios eonsignados na Constitui- glo @ nas leis. ILI — Declarado na provincis o estado de sitio, 0 gover- nador poder assumir, pelo tempo indispensével e sob sua inteira responsabilidade, as fungdes de qualquer dos res. ‘antes drgios da provincia, dando imediatamente, pela via mais répida, conhecimento ao Ministro do Ultramar de tudo o que fier. IV — Em circunstincias excepeionais, os governadores poderio exereer as atribuigdes conferidas pela Constitui ‘0 ou por esta lei & Assembleia Nacional, ao Governo ou ‘40 Min'stro do Ultramar e que restritamente Ihes forem outorgadas por quem de direito para determinados assun- tos. SECGKO If os dngtos das prov SUBSECCSO T Do governadcr-geal Base xx elas de governo-geral T—Em cada uma das trés provincias ultramarinas do Estado da Tndia, Angola e Mogambique haveré um go- vernador-geral. IL — As fungaes executivas, nestas provineias, serio exercidas pelo governador directamente ou, sob’ a sua responsabilidade, por interméilio dos seeretdrios pr TIL — Os secretérios provincia's serdio nomendos e exo- nerados, para cada seeretaria, pelo Minisiro do Ultramar, sob proposta do govemnador-geral 0 secretirio provincial que tiver a seu cargo os servigos de administragio civil denominar-se-& secretdrio-geral, serd esculhido entre funcionivios e exercerd 0 cargo em co. misstio. Os demais secretirios provincinis em fungdes & data do termo da comissiio ou exoneragio do governador-geral s6 se manterdo no exereicio dos seus cargos até & posse do novo governador-geral, se entretanto nio forem: exove. rados. IV—A cada secretério provincial competiré. normal- mente a gestio de um conjunto de servigos que consti tuird uma seoretaria provincial Avadministragdo das finaneas da provincia. porém, seré sempre da competéneia exelusiva do governador. V—0 mimero de secretarias provincinis, a sua orga niragio, atribuigies e denominagdes serto definidas no estatuto politico-administrativo de cada provincia, 790 ‘A secretaria especialmente incumbida dos servigos de ‘udministeagio civil, independentemente de outros que the sejam atvibuidos, denominar-se-4. seeretaria-goral ‘VI —F aplicivel aos secretitios provinciais 0 disposto nas bases xx e xx1 quanto i responsabilidade civil e or miual e & fisealizagio contenciosa dos seus actos. Bas I—A competéncia legislative dos govemadores-gerais seri exercida sob a fisealizagao dos drgios de soberania ¢ abrange todas as matérias que interessem exclusivamente A respectiva provincia e nio sejam da competéncia da Assembleia Nacional, do Govemo ou do Ministro do Ultramae © ainda as que, pelo estatuto politico-adminis frativo, nfo sejam excepeionalmente eservadas ao Con selho Logislativo quando estiver em funcionamento. IL— 0 governador-geral, dentro dos quinze dias seguin. tes Aquele em que o projecto votado estiver pronto para A sua assinatura, mandaré publicar, sob a forma de di ploma legislativo, para que sejam cumpridas, a8 dispo sigdes votadas pelo Conselho Legislativo. TI — Decorrido aquele prazo, considera-se que © go vernador no concorda com o texto votado, Quando o diploma for da iniciativa do governador, este informari o Conselho Legislative de que deixou de julgar oportuna a sua publicagio. Quando o diploma for da inieiativa dos vognis do Con selbo Legislative, 0 governador-geral submeteri logo 0 assunto a resolugio do Ministro do Ultramar on solicitar que as disposigies votadas sejam objecto de nova reso- lugio do Consetho. No primeira caso, 0 Ministro, ouvido, nos termos gerais, 0 Conselho Ultramarino, paderd deter: minar que o governador-geral publique, total ow parcial mente, 28 disposigies votadas pelo Consetho Tegislativo ou legislar sobre © assimto como entender mais conve- niente, No segunda caso, se as disposigdes forem apro vedas por maioria de dois tereos do. méimero legal dos vogais, 0 govemador mandi-las-6 publica. IV — Se, porém, a discondineia se fundar na inconsti- tucionalidade ou ilegalidade do texto votalo e este for confirmado pela referida maioria, sor o proceso enviado ap Conselho Ultramarino, que decidivs, em sesso plend- ria, devendo 0 governador conformar-se com o seu parecer. V—O governador-geral & gutorizaio a expedir diplo mas reguladores da composigio, recrutamento, atribuigdes e vencimentos, saldrios © outrns formas de remunerai¢io do pessoal dos quadros privativos ou complementares dos servigos publieos, observanso-se sempre os limites postos pelas Ieis que definem a organizagio geral do remo de servigo. xxv SUBSECGXO 1 Do Consetho Legislative Base xxv 1—Nas provineias de govemo-geral funeionard, atribuigdes legislativas, um Conselho Legislativo, IL—0 Conselho Logistativo é uma assembleia de re- presentagtio adequada is condigses do meio social da provincia, constituida por vogais eleitos quadvienalmente f pelo procurador da Reptiblica e pelo dizeetor dos Servi- es Provineiais de Fazenda e Contabilidade, como vogais natos, IIT —A presidéneia, mimero de vogais, sistema de elet- go, organizaeio e regeas de funcionamento do Conselbo Legislative serdo fixadas no estatute politico-administra- tivo de eada provincia, de modo a garautir representagio adequada do colégio de cleitores do revenseamento elei- I SERIE — NOMERO toral, das autarquias locais e dos interesses sociais nas suas modalidades fundamentais. Bai b XXVI I~ 0 Conselho Legislative funcionaré na capital da provincia e terd em cada ano duas sessdes ordindrins, cuja ‘luragio total nfo poderd exceder trés meses, o as sessbes extraordinitias que forem convocadas mos termos fixados no estatuto da provincia. LL— A competéncia ligislativa do Conselho teré 08 Ii- mites resultantes da competéncia atribuida Assembleia Nacional; ay Goveruo ¢ ao Ministeo do Ultramar. ILI — inieiativa da lei no Conselho Legislativo perten- curd indistintamente ao govemnador-geral © aos vogais do Conselho; nie poderio, povém, estes apresentar projectos ou propostas de. alteragio que envolvam aumento de des- pest ou diminuigio de reeeitas da provineia eriadas por diplomas anteriores, LV —B apliciivel ao Conselho Legislative o disposto no nov da base xxv, Base xxvit I —A\ todos os wogais do Consetho Legislativo, sem dis- tingio, incumbe o dever de zelar pela integridade da Nagio Portuguesa e pelo bem da respectiva. provincia, promo- vendo o seu progresso moral e material IL—0s membros do Conselho Legislative sio inviolé veis pelas opinides que emitirem no exereieio do seu man- dato, salvas as vestrigdes que a lei indicar. O estatuto da provincia estabelecera as penalidades que Ihes podem ser aplieadas, inclusive a de expulsio, som projulto da res- ponsabilidade civil e criminal que Sesultar da lei goral ILL— Metiante proposta do govemador-geral,_funda- mentada em razdes de interesse superior, 0 Ministro do Utramar pole decretar a dissoluedo do Conselho Legisla- tivo, devendo messe easo mandar proceder a novas eleigies dentro do prazo de 60 dias, que poder prozrogar até seis, meses quando razdes da mesma naturexe o aconselbarem, SUBSECGXO TI Do Consetho Eeondmico ¢ Soctal Base xxvint s provineias de governo-geral funcionaré, com atti buigdes consultivas, um Conselho Evonémieo e Social, formado por pessoas especialmente versadas nos proble- nis alministrativos da provineia e por representantes das utarquias loeais e dos interesses econsimieos ¢ soviais nos seus ramos fundamentais Base xxx O sistema de designaglio dos vogais do Conselho Beond- mnieo e Social, a sua organizagtio e regras de funciona ‘mento constario do estatuto politico-administrativo de eada provincia. Base xxx I —0 Conselho Heonémieo ¢ Social assistirh ao gover nador.geral no exercfeio das suas fungdes exeeutivas, com- petindo-lhe emitir parecer nos casos previstos na lei e de lum modo geral sobre todos os assuntos respeitantes ao governo © ndministragao da provincia que para esse fim The forem apresentados pelo governador LL —0 Conselho Eeondmieo e Social seni obrigatoria- ‘mente ouvide pelo governador-geral quando este tiver de 27 DE JUNHO DE 1963 exercer, além das que para o efeito forem especificadas no estatuto politico-administrative da provincia, as seguintes atribuigdes: a) Fungao legislativa; b) Regulamentagio, quando necesséria, da execugio das leis, decretos-leis, decretos © mais diplomas vigentes na ©) Accio tutelar prevista na lei sobre os corpos admi- nistrativos e as pessoas colectivas de utilidade publien administrativa; d) Emissio de parecer sobre 0 estatuto politico-admi- nistrativo da provincia. III — 0 governador-geral pode discordar da opinito do Conselho e provideneiar como entender mais conveniente. Nos casos em que, sendo obrigado a consultar 0 Con- sellio Econdmico ¢ Social, tomar resolugdes contra 0 seu voto, comunicard o facto ao Ministro do Ultramar, jus- tifieando-o devidamente. IV—0 Conselho Econémico © Social seré também. obrigatoriamente cuvido sobre todos os diplomas apresen: tados no Conselho Legislative antes de iniciar a discussio. SECCAO UI Dos sngtos das provincias de governo simples sUBSECGRO T Do gorernador Base xxxr I — Em cada uma das provincias ultramarinas de Cabo Verde, Guiné, 8. Tomé © Principe, Macau e Timor ha- veré um governador. IL — 0 governador pode ser coadjuvado por um secre- tivio-geral, a quem competiré 0 exercicio das fungoes executivas que nele delegar. II — 0 governador, por meio de portaria publicads no Boletim Oficial, pode também, na medida em que enten~ der, delegar nos chefes de servigos a resolugdo dos assun- tos administrativos que por eles devam correr. IV —A competéncia do governador em matéria de administragdo financeira nfo pode ser delegada SUBSEOQKO I Do Conselho Legislative ‘Base xxx I—Em cada provincia funcionari, com atribuigdes le- gislativas, um Conselho Legislative ILO Conselho Legislative ¢ uma assembleia de re- presentagio adequada iss condigdes do meio social da provincia, constituida por vogais eleitos quadrienalmente @ pelo sccretirio-geral, quando o houver, o delegado do procurador da Reptilia e o chefe da Repartigio Provin- cial dos Servigos de Fazenda e Contabilidade, como vo- gais natos. Em Macau haveré ainda um vogal nomeado Delo governadar em. representagio da comunidade chinesa III — Nas provincias onde nfo houver secretério-geral, {ard parte do Conselhio Legislative o chefe da Repartigto Provincial da Administragio Civil Base xxx Kas provineias de govern simples ‘observar-se-4, na, parte apliedvel. o disposto na base xxiv, no n.° mi da base xxv e nas bases XXVI © xxVuL 791 SUBSBCGAO Ht Do Consetho de Governo Base xxxiv 1—Em cada provincia funcionaré, com atribuigdes consultivas, um Conselho de Governo, presdido pelo go- vernador. IL — 0 Conselho de Governo assist'rd eo governador no exevele'o da fungio leg’slativa e emitira parecer nos casos peevistos na lel e mos assuntos relativos ao governo e admin'stzagdo da provine'a que pelo mesmo governador Ihe forem apresen‘adas, TIL—O Conselho de Governo sérd constitufdo pelo seeretirio-geral, quando © houver, delegado do procurador da Republica da comarea da capital da provincia, repre: sentantes da autoridade militar e das autarquias locais, chefe da Repartigio Provincial dos Servigos de Fazenda e Contabilidade e trés vogais do Conselho Legislativo por este eleitos. Nas provincias onde no houver secretério-geral, fard, parte do Conselho de Governo o chefe da Repartigio Provineial da Administragio Civil, TV — As regras a que deve obedecer o funcionamento do Conselha de Governo constardo do estatuto politico- -adminisirativo de cada provincia, sendo-lhe aphedvel o disposto nos n.% 1, mr @ 1 da base xxx. SECCAO IV Dos servicos piblicos da administracio provincial Base xxxv 1—s servigos publicos da administragio provincial podem estar integrados na organizagio geral da adminis- tragiio de todo o territério portugués ou constituir organiza (goes proprias de cada provincia, directamente subordinadas ao governador ©, por intermédio deste, ao Ministro do Ultramar. TI — Haverd os servigos nacionais que sejam neces ios para a bos gestio dos interesses comuns a todo o ter- titério do Estado Portugués. A natureza e extensiio desies servigos serio reguladas por diplomas especiais, donde constario as regeas que assegurem o seu normal funciona- mento e a efectiva colaboragao dos departamentos inter sados, ILI — Os servigos provinciais deve corresponder em, cada provincia ao seu estado de desenvolvimento e as cir- ‘cunstimeias peculiares do seu territério. A sua natureza fe extenslo serfo reguladas pelo estatuto das provincias, ‘observadas sempre as normas gerais de organizagio do respectivo servigo vigentes no ultramar. Nos casos previs- tos na lei, pare efeitos de recrutamento de pessoal, coor- denagio de métodos, utilizagio de laboratérios ou outras formas de assisténeia téeniea, podem funcionar como pro- Tongamento dos correspondents sexvigos metropolitanos, TV — Todas as organizagses de servigos piblicos, in- cluindo os concedidos, das provineias ultramarinas terdo ‘em vista as necessidades supremas da defesa do territério, procurando edaptar-se a clas e facilitar a misstio das ins- tituigdes militares, Base xxxvr —Na capits! de cada provincia e sob a autoridade do governador, haverd organismos dirigentes de cada um dos ramos de’ servigo da administragio provineial, que terdo a categoria e a denominagto de direcgdes ou repar- tigdes provinciais de servigos, conforme se trate de pro- vineia de governo-geral ou de governo simples. Quando for 792 1 SERIE — NOMERO 150 julgado conveniente, poder a lei prescrever que a mesma direegao ou repartigio provincial relma mais de um ramo de servigo TL — 05 servigos nacionais, os servigos autinomos e os organismos de coondenagio eeondmica sio dirigidos de acordo com os diplomas especinis que thes digam respeito. UI As direegdes provinciais de servigos so dirigidas Por ditectores de servigo e as repartiqies. provinciais por chefes de servigo. Uns e outros despacham directamente com 0 governador ou com os secretirios provinciais ou, ras provincias de governo simples, com o secretivio-geral, quando 0 houver, e em nome do governador expedem as ordens necessérias ao cumprimento das suas determina- pes. IV —Cada govemador tem sob a sua directa superin- tendéncia uma reparti¢io de gabinete, divigida, nas pro- vincias de governo-geral © em Macau, por um chefe de gabinete, de livre escolha do governador, e, nas restantes provincias, pelo seu ajudante de campo ou secretitio. Base xxxvn, I —Toda a correspondénein oficial das provincias ultra- marinas para o Governo Central deverd ser dirigida ao Ministro do Ultramar, salvo 0 dispos:o em diplomas espe- iais quanto aos tribunais e servigos nacionais dependentes de ousros Ministérios. IL— $6 08 governadores so correspondem com 0 Go- verno Central; nenhum funeionério em servigo na pro- vincia nem qualquer organismo piblico pode corresponder- -se directamente com ele, excepto: 2) Os tribunais, em anatéria de recursos ou outros actos de serv.co judicial; b) Os inspectores suporiores © outros funcionétios de igual ou mais clevadn categoria, durante @ inspecgio ou ny desempenho da missio de que hajam sido incumbidos ¢) Os servigos nacionais, nos termos dos diplomas es peciais que Ihes digam respeito, LL — Diploma regulamentar definiré e regulard as dife rentes classes de eorrespondéneia e e forma da sua trans- missio, podendo admitir « comunicagio directa e simpli fieada de dados estatistioos ou meteotoldgicos ¢ de outros de mero expediente. SECGXO V Dos funetonitios ultramarinos ‘Base xxxvit I— Cada ramo de servigo da administragio provincial assenta num quadro geral de fancionalismo prépri I — 0s quadros gerais do funcionalismo de cada ramo de servigo compiem-se de dois excaldes: @) Quadro comun do ultramar; ) Quadro privativo de esda provineia ultramarina, Podem ser eriados por lei quudvos complementares de qualquer destes escalaes, para coipletar a acgao de deter auinados servigos em ramos especiais ou transitérios e even ‘mais da sua actividade Dentro dos quadros gerais pode haver quadros especiais com designagses priprias de cada servico, nos termos legais, TIL — Os quadros dos fanvionérios sio os que eonstarem da lei, @ sé estes poderio inscrever-se nas tabelas orga mentais. IV —0 disposto nesta base nie prejudiea a faculdade de contratar ou assalariar pessoul além dos quadtos, nos easos em que a lei expressamente 0 permit Base xxux 1—Os quadros comuns © 98 privativos de enda pro vincia sio permanentes; os quacl*os complementates so, em regra, eventuais ou femporéios, extinguindo-se no fim dda missio a que se destinam ou do tempo por que foram eniados: TI —Pertencem aos quadtos comuns do ultramar: 4) Os hineiondrios de categoria superior a primeiro-of- cial, administrador de concelho ou de citeunseciedo ot equivalente categoria, que se determinara, na falta de preceito expresso, pelo venvimento de eategoria indiea tivo dela; 4) Quaisquer outros funcionérivs para eujo provimento a lei exigir curso superior da espectalidade, quando de ou- tra modo nfo estiver determinado por lei LL — Os quadeos eomplementares eompreendem: 4) Os médieos das especialidades, das misses ou bri- gadas sanitdrias eventualmente eriadas e dos servigns locais de saiide que a lei determinar; ) Os funeiondrios eventuais dos caminbos le fer, bras piblicas e outros servigos téenieos; €) O pessoal das brigadas ow missies com cardeter tem- perio, IV — Aos quadros privativos pertencem todos os fun- eionérios nio compreendidos nos quadtos comuns ou com plementares Base xt I— As nomengdes para os quadtos dos sexvigos piiblicos ulitamarinos podem ser a) Interinas; 4) Provissrias; ¢) Definitivas @) Em comissho. I—As nomeagies interinas obedeverio is veguintes regras, além de cutras legalmente fixadas: 1+ Compelem ao Ministro do Ultramar as dos quadros coimuns; competem ao Ministro do Ultramar ou aos go- vernadores, vonforme a lei determinar, as dos quadros complementares; competem, salvo as exeepgdes. consig- adas na lei, aos governadores, ou a outeas entidades a quem a lei conterir essa competancia, as dos quadtos pri- Em caso de inadiivel urgéncia de servigo pilblie», pode- lo as nomeagtes interinas da competéneia do Ministre ser feitas pelos governadores 24 As nomengbes interines feitas pelo Ministro do U tramar valerio enquanto durarem as eireunstineias que as justificaram; as feitas pelos governadores ot ontras en- fidades eaducam ao fim de um ano, salvo as excepgtes previstas ma lei, e podem ser renovadas, mas, quando s¢ fentar de nomeagdes interinas feitas pelo governador em casos do inadiével urgéneia para quadros eomuns ou com pleinentares, « renovaedo sé pode ser feite vom autorize gio do Ministro do Ultramar TIT —s nomeagies de ingresso nos acrvigos publicos ultramarinos terio earcter provisirio durante cinco anes, nos termos seguintes: a) A nomeagio inicial ser por dois anos de continuo exereicio, ainda que em diversos lugares do mesine qua ao: b) Se 0 funcionivio tiver boas informuedes, ser re eonduzido por muis trés anos, nas mesinas condigdes do perfodo anterior; ¢) Os funeiondrios assim nomeados provisdriamente tém os deveres © direitos dos fimeianirios de nomeagio definitiva, incluindo as promogces legais. IV — Salvo o disposto para as nomengdes em comissio ‘© funcionaiio seri nomeado definitivamente, se w mnerecer, 27 DE JUNHO DE 1963 Aapés cinco anos de exerucio efectivo das fungbes, com dispensa de nova posse, devendo contar-se-Ihe a. anti- guidede desde a posse que haja tomado em virtude da nomeagio provisdria, Se o funcionévio # nomear defniti vamente for militar do Exército, da Armada ou da Aero- niutica, a nomeagto dependeré da privie desligagao do servigo militar, autorizada por quem de diteito, Sto aplicéveis is nomeagées em comissto, além do mais que a lei dispuser, as regeas seguintes: 14 As fungdes governativas © as de direceao ou chefia de setvigo serao sempre exercides em comissio por fun- cionérios dos respectivos quadros a quem por lei eompe- tir ou por pessoas estranhas aos mesmos quadros que retinam as condigoes especielmente previstas na lei; 2. Poderiio ser feitas em comisso as nomeagdes para lugares dos quadros complementares, ¢ também exercidas em comissiio, quer voluntéria, quer imposta por eseala ou convenigneia de servigo, outras fungdes que a lel in- iear; 3.* Se outro prazo nfo estiver legalmente fixado, en. tender-se-i que as nomeagies em comissio 30. vilidas por dois anos, contados do dia da posse, podendo todavia hhaver recondupio por periodos iguais © sucessivos se 0 Ministro do Ultramar assim o entender e, em regra, sol) Proposta do governador da respectiva provineia ou da di reeoto-geral de que 0 servigo depender, eonforme se trate de funcionirios dos quadros comune prestando servigo no ultramar ou no Ministérios 4 Os funeionérios nomeados em eomisstio nfo podem ser exonerados a seu pedido antes de finde 0 respeetivo prazo ou de qualquer das suas renavagdes, salvo quando hilo houver ineonveniente; mas em qualquer tempo pode lo ser exonerados por conveniéneia de servigo publieo; 540 fancionério que ndo pertenga ao quadto em que serve em comissio nio pode ser reconduzido mais de trés Yeaes no mesmo quadro, Findos 0s quatro biénios de comissio, se 0 funcionério © merecer pelas qualidades que tevelou e pelas bons informagies obtidas, poder ser no- meado definjtivamente para a categoria’ que uo quadro corresponder ao eargo exercido Base xu © recrutamento dos funciondrios far-se-é, por via de regra, mediante coneurso de provas piblicas. Base xtat T—Na adiinistrgio das provincias vlttamarinas & aumitida a prestagdo de servo por contralo: not easos regunten 4) Exoreeio anual de egos incluldos nos quadios per mnanentes da administrgio®piblie, quando‘ le neg Indore do seu provimento o ‘permit 8) Desempenho de fungies ou realizagto de trabalhos com eardstor eventual, quer nos quadros coniplementaree dos servigon pblicos, quer fora dos mesmos quad, maa neste caso a6 quando a Ii 0 permit, ou, no allénla desta, quando a autordade a quem eaibe ordenar os men. tdonados trabaos entenda set-necessirio contealar Pet soas de alta ou especial compe:Snce; c) Prestagto de servigo ou trabalho asealasindo t0 dia ou to mis, em rogra,'de neturesa manval TI—A lei estabelecerd-o regime do cada uina destas formas de contrat, eu celelragio. poder ou to ser proceida de concurs pablo, contorse for julgedo eons 793 Base xu Salva a hipétese de missio especial, os provimentos pelo Ministro do Uliramar meneionario apenas @ provin. cia onde os funcionfrios dever servir, competinda ao go- vernador a colocagio nos lugares da categoria que Ihes couber. Base xnav © estatuto dos funciondrios ultramarinos respeitaré as normas desta secgdo e incluiri todas as demais sobre @ sua situagio, direitos, deveres e gavantias. CAPITULO V Da administragio local SBCGRO T Da divisiy administrativa e das autoridades tocais Base xiv I— Para os fins de administragio local, as provineias ultremarinas dividem-se em concelhos, que se formam de froguesias, eorresponientes aos agregados de famnilins que desenvolvem uma aco social eomum por intermédio de érgios préprios, nos termos previstos na lei. Onde, excepeionalmente, nao possam criar-se fréguesias, haverd postos administrativos IL —Transitériamente, mas regides onde ainda nfo tenha sido atingido desenvolvimento econémico e social considerado necessirio, poderiio os coneelhos ser substi- ‘tuldos por cireunserigdes administrativas, que se formam de postos administrativos, salvo nas localidades onde for possivel a criagho de freguesias. TIT — As sedes dos concelhos que sejam grandes ci- andes poderso ser divididas em bairros. IV — 0s concelhos agrupam-se em distritos, quando 0 justifiquem a grandeza ou a descontinuidade do territério © a5 conveniéncias da administragio, V—A divisdo administrativa de cada provincia ultra- marina acompanharé as necessidades do seu progresso econdmico @ social, Base xtvr No distrito, a autoridade superior é 0 governador de distrito. No concelho e nas circinserigdes administrativas eriadas em sua substituiclo, # autoridade ¢ exereida pelo administrador do concelho ‘ou de circunserigéo, Na fre guesin, a autoridade eabe ao regedor e, no posto admi. nistrativo, ao administrador de posto, SEegio 11 Das autarquias locals Base xuvir T— 4 administragio dos interesses comums das loea- lidades competiré. a cimaras munieipais, comissées mu. nicipais, juntas de freguesia e juntas loeais, eonsoante for regulado nos estatutos politico-administrativos © em Joi especial I. —No distrito, haverd juntas distritais com compe- téncia deliberativa e consultiva, que coadjuvariio 0s go- vernadores no exercicio das suas fingses TIL—A cimara municipal & 0 corpo administrative do coneelho © & de natureza electiva. Tem foral e brasto proprios © pode ter a designagio honorifiea on titulo que The forem ou houverem sido conferidos, 194 0 seu presidente 6 designado pelo governador avs ter- mos do estatuto de cada provineia, podendo a designacao, quando circunstincias especiais o justifiquem, recair no administrador do respeetivo concellio. No primeiro caso, © cargo poderé ser reimunerado, (0 presidente ¢ 0 érgio executor das deliberagées da edmara, nos termos da lei. IV —" Poder haver comissses munieipais nas ciretns crigdes administrativas. Poderé havé-las também, nos ter: ‘mos que a lei definir, nos concethos em que n&o puder constituirse a eimara por falta ou nulidade da eleigio fou enguento o mimero de cleitores inseritos for inferior a0 minimo estabelecido. V—Nas freguesins, sero instituidas juntas de fregue- sia ou, quando niio seja posstvel, juntas locais. Nos postos ailministrativos, serio igualmente institufdas juntas loeais, se ma sua sede existir povoagio ou micleo de habitantes com earseteristicas que © aconselhem, Base xuvin T— 0s concelhos ¢ as freguesias ‘sito as autarquis Lo- ais propriamente ditas e constituem pessoas coloctivas de diteito publico, com a autonomia administrativa e fi- naneeiva que a lei Ihes atribuir. A sun personalidade ju- Hidiea_mantém-se, mesmo quando geridos pelos dryhos ‘transitérios ou supletivos a que se refere a base anterior. IL—As comissdes municipais das cireunserigdes © as juntas locais dos postos administrativos exercem as atri- buigaes e beneficiam de certas regalias dos corresponden- tes drgiios dos concelhos © freguesias, nos termos que a lei estabelecer. Base xu I—As rolagdes entre os drgios de administragio geral © 08 de administragio local serdo ordenadas de mols & garantie a descentralizacio efectiva da gestio dos inte- resses dos respectivos agregados, sem prejufzo, porémn, da eficiéncia da administragio © dos servigos ptilicos, IL— A vida administrative das autarquias locals esta sujeita & fscalizagio do goveno da provincia, directa. mente o& por intermédio do governador do distrito, onde © houver, & a inspecgio pelos funcionérios que a Tei de- ‘erminae, podendo a’ mesma lei tornar as deliberacces dos respectivos corpos administrativos dependentes da avtorizagio ou da aprovagio de outros organismos ou autoridades. TIL — As deliberagies dos corpos administratives. das autarquias locais sé podem ser modifieadas ou anuladas nos eases ¢ pela forma previstos na lei IV —0s corpos administrativos de éleielio podem ser dissolvidos pelo governo da provincia, conforme a lei determinar, As comissées e juntas nomeadas podem ser livremente demitidas. CAPITULO VI Da administrazdo financeira das provincias ultramarinas SECOXO T Pri Hos gerais Base 1. As provincias ultramarinas sio pessoas colectivas de direito publico, com a faculdede de adquirir, contrater estar em juizo, Base ur Cada uma das provincias ultramarinas tem activo & passivo préprios, compatindo-Ihe a disposigiio dos seus 1 SERIE — NOMERO 150 bens e receitas ea responsabilidade das suas despesas @ dividas e dos seus actos © contratos, nos termos da lei. Base ur T—A lei regula os poderes que sobre os bens do dominio publics do Estado sio exereidos pelos governos das provincias ultramarinas pelos seus servigos auts- nomos ou dotados de personslidade juridies. IL—Constituem patriménio de cada provincia ultra marina os terrenos yagos ou que nao hajam_entrado Gefinitivamente no regime de propriedade privada ou de dominio piiblico, a herangas javentes e outros bens imo: biliétios ou mobilideios gue nfo pertengam a outrem, dentro dos limites do seu territério, e ainda os que dquirir ou Ihe pertencerem Iegalmente, fora do mesmo tetritdrio, incluindo as participagdes de Iueros ou de ou: tra espévie que Ihe sejam destinadas. Base ut TAs provincias ultramarinas sdministram-se com autonomia fnanceira, mas estio sujeitas ht superinten- dncin e fiselizagio do. Governo TE— A autonoinia finanecira das provincias ultramari nas fiea sujeita is restrigdes ocasionais que sejam indi pensiveis por situagies graves da sna Fazenda ou pelos erigos que estus possam envolver para a metrépoe TIf— Ao Ministro. do Ultramar pertence restringi, nas circunstineins indicadas no miaero anterior, @ auto” homie fitanctiea de qualquer das provincias Base uv A metrdpole preste assisténcia finaneeira as provincias ultyamarinas, mediante as garantias necess sECCKO I Dos orcamentos provincial Base wv A administragio financeita de cada uma das provincias ultramarinas esti subordinada a um orgamento privativo. Os orgamentos de todas elas devein ser elaborados se- gundo plano uniforme. Base vt 0 orgamento de eada provincia ultramarina é unis tério, eompreendendo a totalidade das receitas e despe- sus, ineluindo as dos servigos auténomos, do que podem ser publicados & parte desenvolvimentos especiais, e ainda: 12) As dos servigas comuns do ultramar; b) As receitas consignalas ao Tesouro da metrépole pelo n.° m1 dla base Lit, assion como as correspondentes despesas do mesmo Tesouro efectuadas na provincia. IL—0 orcamento de cada provincia ultramarina deve consignar 08 recursos indispensiveis para cobrir 0 total das despesas, de modo # sssegurar sempre 0 seu equi librio. TIT — As despesas correspondentes obrigagdes legais on contratuais da provincia ou pormanentes por sua na: ‘tureza ou fins, compreendidos os encargos de juro e amortiznetio da sua divida, devem ser tomadas como base da fixagio dos impostos e outros rendimentos da provincia, TV — 0 orcamento de eada provincia incluiré simente as reecitas e despesas. permitidas por diplomas legais. 'Y —Nio podem ser incluidas no orgamento ou servir de elementos de previsio orgamental, para serem pagas 27 DE JUNHO DE 1963 por verbas relativas a exercicios findos, quaisquer despe- sas realizadas ulm das dotagies autorizadas. O diploma especial que reger a administragio da Fazenda determi- nat os casos resirios em que pode justificarse a incl Si de verba para pagar eneargos relativos @ exercicios findos que ndo tenham sido oportunamente dotados ou agos. VI— .\ lei que reger @ administragdo financeira ultra: ‘marina regular as condighes e termos em que, no orga mento de qualquer das provincias, podem transferirse verbas @ abri-se enéditos. Base vit IO orgamento de cada provincia ultramarina seri fanualmente organizado, votado ¢ mandado executar pelos Srgios da provincia, nos termos desta base e do diploma especial que reger a administragio da Fazenda. 10 governador apresentaré ao Conselio Legisla- tivo, antes do inicio do ano econémico, uma proposta de diploma legislativo em que serio definidos os prineipios 4 que deve obedecer o orgamento na parte das despesas de quantitative no determinado por efeito da lei ou eon- trato preexistente. © govemnador organizaré o oreamento de harmonia com © que for votado e mandi-lo-t executar. TI — Quando, por qualquer cireunstiincia, o orgamento rnlio posse entrar em execugio no comego do ano econd- mico, a cobranga das receitas, estabelecidas por tempo indeterminado ou por periodo que abranja a nova geréncia, prosseguiré nos termos das leis preexistentes e, quanto lis despesas ordinérins, contimuaro provisoriamente em Vigor, por duodéeimos, o orgamento do ano anterior © os eréditos saneionados durante ele para ocormer a novos encargos permanentes, SECGxO IL Das receitas. ‘Base unr I— Si receitas priprias de cada provincia ulteama- 2) Os impostos ou taxas arrecadados no seu territério © 05 que, cobrados fora dele, Ihe pertengam por disposiglo expressa da lei, salvo 0 disposto no n.' 1m desta base e 0 que na lei se preceituar acerea dos corpos administrativos; 2) Os rendimentos provenientes da posse, exploragio directa ou concessiio dos bens mobilities ow’ imobiliirios do seu patriménio; c) Os rendimentos das exploragses ou concessdes de bens do dominio puiblico do Estado por este autorizadas no territério da provincia, quando esta assumir os eorres- pondentes eneargos, conforme a lei determinar; d) O produto da liguidagio de herangas, espélios & outros bens abandonados, existentes no seu territério, que a lei mande atvibuir ao Estado; 2) O montante de empréstimos © outras operagdes de erédito feitas pela provincia; 4) Qusisquer outras importincias que a lei como tais IL—Sio receitas comuns das provincias ultramarinas 1s resultantes de bens ou servigas comuns e as consigna- dasa fundos da mesma natureza, TI — Sio receitas da metrépole nas provincias ultra- marinas: @) Uma contribuigio para a defesa nacional, na pro- orgao das receitas ordinarias de cada uma, ineluindo nela os impostos e taxas criados para esse fim; 195 5) As taxas, rendimentos ou comparticipagées de ser- vigos, exploragbes ou concessées que a metrépole custeat ou garantie; 2) Os juros e amortizagies da assisténcia financeira prestada is provincias ultramarinas. Base ux I—6 podem ser cobradas as receitas que tiverem sido autotizndas na forma legal e estiverem inscritas nas tabelas orgamentais, salvo se tiverem sido posteriormente ceriadas ow autorizadas, I —Todas as receitas de uma provincia, de qualquer natureza ou provenigncia, com ou sem aplieagio especial, sero, salvo disposigiio expressa em contrério, entregues na respectiva caixa do Tesouro, vindo no final a ser des- critas mas suas contas anuais, em harmonia com a lei ILL — Nas provineias ultramarinas s6 com autorizagio do Ministro do Uliramar se podem constituir fundos espe- cialmente consignados i realizagio de determinados fins. BASE 1x I— Cade provincia ultramarine tem competéneia para contrair empréstimos ou realizar outras operagdes de oré- dito destinadas a obter capitais necessérios ao seu governo. LL—A iniciativa dos empréstimos pertence ao gover. nador, com autorizagio do Conselho Legislativo, Relativamente, porém, a obras e planos que forem da competéncia do Ministro do Ultramar, poderé este pro denciar acerca do respectivo financiamento, por sua eiativa ou mediante proposta do governador, ouvido neste eas0 0 Conselho Legislativo. TI —Dependem de prévia autorizagio do Governo, dada em decreto-lei, 08 empréstimos que exigirem caugio ou garantias especiais; dependem de prévia autorizagio do Ministro do Ultramar, dada por decreto, outros em- préstimos de que resultem encargos superiores is roceitas ordinérias da provincia, disponiveis uo respective ano. IV—As provineias ultramarinas nfo podem contrair empréstimos em paises estrangeiros. Quando seja preciso recorrer a pragas externas para obter capitais destinados ‘to governo de qualquer provincia ultramarina, a operagio financeira seré feita exclusivamente de conta da metré- pole, sem que ® mesma provincia assuma responsabi dades para com elas, tomando-as, porém, plenamente para com @ metrépole. ‘V— 0s direitos do Tesouro Publico ou dos estabeleci- mentos de etéiito referidos no § 2.° do artigo 167. da Constituigio por dividas pretéritas ou futuras das provin- eias ultramarinas so impresertiveis. SECQRO IV Das despesas Base 1xt I—Constituem encargos da metrpole em relagio a0 ultramar: 2) A dotagio necessérin para manter o Ministério do Ultramar © os organismos dele dependentes que a lei indiears b) O complemento das despesas com 2 defesa nacional, as despesas da residéncia de 8. Joio Baptista de Ajudd, ‘as que se fizerem com a delimitagio de fronteiras © as de compartieipagio no povoamento, no estudo de problemas ultramarinos, na investigagio cientifiea @ no esteeitamento das relagées espirituais entre a metrépole e o ulteamar; 196 €) A dotagio do Padrondo do Oriente e os subsidios as corporagées missionérias catélicas reconhecidas e aos es tabelevimentos de formagio e repouso do seu pessoal; d) As despesas com estabelecimentos, servigos © explo- ragdes ultramarinas integradas em orgenizagdes hierie quieas da metrépole e com concessies no ultramar por esta garantidas; ¢) Os subsidios totais ou pareiais a empresas de nave- gagio maritima ou aérea e a outras que explorem os meios de comunicagio com o ultramar. TL — Constituem eneargo da provineia ou provineias a que respeitem todas as despesas que, nos termos desta ase, ndo incumbem A metripole, designadamente 2) Os juros, anuidades de empréstimos encargos que tiverem assumido por contrato ou resultarem da lei; th) As dotagdes dos sorvigos provineiais, ineluindo as despesas de transporte de pessoal ow material inerentes 0 seu funcionamentos ¢) 0 fomento do respectivo temitério, incluindo os en- cargos legais ou contratuais de concessies ou obras real radas para o mesmo fim; d} As despesas com 0 fabrieo da sun moeda e de valo res selados ou postais; 2) As pensies do pessoal das classes inactivas, na pro: porgio do tempo por que nelas houver sevvido; {) As despesas com os drgios ou organismos anexos ou dependentes do Ministério que a lei determinar, com tri- bbunais superiores e com outros servigos ow quadros eomuns ‘diversas provincias em proporgiio das suas receitas ordi- nis; ) Os subsiios a empresas que mantenham regular mente a cabotagem ou outros meios de comuniengio de interesse para uma ou mais provincins: h) As passagens e manutengdo de delinquentes envia- dos pelos tribunais ou servigos competentes para estabele- cimentos penais que funcionem noutras provineias. Base wx I—Nas provincias ultramarinas é exprossamente proi bido realizar despesas que no tenham side inseritas nos oreamentos ¢, bem assim, contrair encargos ou efectuar dispéndios de’ que resulte exeederem-se as dotagdes orga mentais, II — As verbas autorizadas para certe despesa niio po- dem ter aplicacio diversa da que estiver indieada no orga mento ou no diploma que abrie o crédito. TIT — Os governadores © demais funciondvios compe. tentes aplicario as dotagdes orgamentais de modo a alean: arse o maximo de rendimento dtil com 0 minimo de dis: As despesas da administragio provincial serio or denadas nos termos da presente lei e dos diplomas espe- cinis que tegalarem a exeeugio dos servigos de Fazenda V—0 tribunal administrative de cad provincia far a fiscalizagio judivial do orgamento das despesss, nos ter- mos ena medida que a lei determina. \ fisealizagio admi- nistrativa eabe ao Ministério do Ultramar, que a efeetuard por meio de inspeegies ¢ pelo visto das entidades compe- tentes, e aos governadores SECgAO V Da contabitidade e fisealizaez0 das eoutas provineials Base xin I—A contabilidade das provineias ultramarinas seri organizada como a dn metrspole, com as modificagies que (0 Ministro do Ultramar considere indispensiveis por cir eunstiineias especiais, I SERIE — NOMERO 1 IL — As contas das despesas piiblieas provineiais coin- cidirio rigorosamente com a classifiagio orgamental em vigor. HII — As contas anuais das provineias ultramarinas serio enviadas ao Ministro do Ultramar, nos prazos e sob fas sanetes que a lei estabelever, para, depois de verificadas fe relatndas, serem submetidas a julgamento do Tribunal de Cintas © tomadas pela .Assemblein Nacional, nos ter mos do n.° 3," do artigo 91." e do artigo 171.” da Consti tuigao. CAPITULO VIL Da administragdo da justiga no ultremar SECCKO T Dos tribunals do ultramar Base uxtv A fongio judicial 6 exereida no ultramar por tris ‘ordinérios © ospeciais. Diplomas especiais regula- Mio a sua organizagto © eompetineia. IL— Sao tribunais ordindrios 0 Supremo Tribunal de Justiga e 08 tribunais de 2+ ¢ 1.* instineia, que tero a competéncia territorial ¢ matevial fixada por lel IE — Nho 6 permitida a eriagio de tribunais especiais vom competéncia exclusiva para julgamento de determi- nada ou determinadas categorias de crimes, excepto sendo estes fiseais, sociais ou contra a seguranga do Estado. TV — A lei pode admitir julgados municipais, compreen- dos nas comnrens. ‘V — Nas provineias do continente afrieano, ao juiz: mu: nieipal compete o julgamento das questoes gentilicas, na forma definide por lei Base ixv I —As provineias ultramarinas serio representadas nos teibumas: a) Pelos agentes do Ministério Pa Lierarquia; 'b) Polos. representantes legalmento designades junto dos teibunais espocinis TL—Em virtude du representagio que por esta base Ihes 6 aivibuila, os procuradores da Reptblica e seus dele gaudos vumpritio dilgentemente, na defesa dos direitos C interesses das provincins ultramarinas, as instrugbes que pelos respectives governadares Ites forem transmitidas segundo a sua por eserito, salvo no respeitunte it téenicajuurfdiea, Base ixve 1 —'Vém jovisdigio no ultramar como tribunais adminis. trativos: a) © Conselho Ultramarine 4b) O Tribanal de Contas; c} Um tribunal administrative nn capital de cada pro- vinci TL— Os tribnunais administrativos tm jurisdigho propria © sio indupendentes da Administragto. TI — Ao Conselho Ultramarino compete julgar os re. 1) Dos actos dos gavernadores.gerais ou de provincia, excepto em matéria diseiplin ‘by Das devisdes dos tvibungis administrativos das pro wincins ultraraarinas. LV — Ao Tribunal de Contas compete: a) Exerver as funedes de consulta, exame @ visto em yelacaio aos actos © eontratos da competéneia do Ministro do Ultraman; 27 DE JUNHO DE 1963 4) Decidi, em recurso, as divergéncias entre os tribu- nais adiinistrativos e os govemnedores das provineias ul- framarinas em matéria de exame ou visto da eompeténcia dagueles tribunais; ©) Conhecer, em recurso, das decisées proferidas sobre contas pelos tribunals administeativos das provineias ultra @) Tulgar, nos termos dos artigos #1, n.° 8.9, e 171° «la Constituigio, as contas anuais das provincias ultrama rinas © as de outras entidades que a Tei referi. V— Aos tribunais administrativos das provineias ultra ‘marinas compe 4) Julgar os recursos dos actos das autoridades adminis. frativas da provincia, com excepeto do governador, gover- nador.geral, ou de quem suas vezes fizer, bem como das decisbes ow deliberagies dos organismos ditigentes dos ser- vigos auténomos, dos eorpos sdministrativos e das pessoas colectivas de utilidade piblien; ») Decidir quaisquer outras questdes contencioeas que digam respeito & administragio da provincia e da sua Fazenda, nos termos que a lei indiear; @) Julgar as contas dos corpos administrativos e das pessoas colectivas de utilidade piiblica admiuistrativa © as emais que a lei indiear; 4d) Emitir parecer sobre matéria de ordenamento de des- esas ou sobre assuntos relativos & administragio da pro- vincia, sempre que o governador o solicitar; ) Exorer as fumgies de exame visto relativamente 419s actos ¢ eontratos que forem da competinela das auto- ridailes da provincia, Base ixva I—A ineonstitucionalidade material das normas juri- dieas seri, nas provincias ultramarinas, apreciada pelos ‘ribunais em conformidade com o disposto no corpo do artigo 128.° da Constituigto. IIA inconstitucionalidade orginica ou formal dos diplomas promulgados pelo Presidente da Repéblica, bem como dos diplomas legislativos ministeriais e portarias do Ministro do Ultramar, a que se refere 0 § 1." do artigo 150. da Constituigio, sé podera ser apreciada pela Assembleia Nacional e por sua iniciativa ou do Governo, determi- nando o mesma Assembleia Nacional os efeitos da incons- titueionalidade, sem ofense, porém, das situagdes crindas pelos casos julgedos. AIL — Sempre que nos tribunais das provincias ultra: ‘marinas se levantar um incidente de inconstitucionalidade orgiiniea ou formal de qualquer outro diploma, quer por iniciativa das partes, quer dos magistrados, seo tribunal entender que a arguigio tem fundamento, subird o inci Aente em separado ao Conselho Ultramarino, para julga- mento. Recebido © processo, seguir-se-tlo os trimites legais e no final seri Javrado aedrdio sobre a inconstitucionalidade do diploma, mandando-o observar ou determinando que se no aplique. A conclusi do acéndao sort telegrificamente comuni- eada 4 provineia ou provincins interessadas, a fim de que, tuma vex publicada no respectivo Boletim Oficial, se Ihe dé cumprimento. SECGKO TT ‘Da prevencao e repressio dos erlmes no ultramar Base uxvur I— Para prevenciio e represstio dos crimes, haveri na legislagio ultramarina penas ¢ medidas de seguranga que terto por fim a defesa da sociedade © a readaptagao social do delinquente. 197 iT — Seré extensivo ao ultramar o sistema penal pri sional metropolitano, na medida em que o seu valor pre- ventivo e repressive se adapte ao estado social © moda dle ser individual de toda ou parte da populagio das di versts provineias UL — A pena de degredo nao se ordenaré nem cumpriri mais nas provincias ultramarinas. Poderio, todavia, set czindos no ultramar estabelecimentos penajs, visando uns maior segregagio e intimidagio, outros mais fil eorree- ‘gio de eriminosos primivios ou do tipo exégeno. Tais es tabelecimentos enquadrar-se-io, na medida do possivel, em planos de eolonizagio interna ultramarina. Cumprida a pena, os servigos compatentes que disso forem incumnbidos emitirgo um juizo sobre a possibilidade da integragio dos delinquentes ém plena liberdade na res pectiva provineia. Quanto iqueles delinquentes euja inte agio na provincia se tenha julgedo indesejdvel, nfo seré permitida a permanéneia nela durante os cinco’ anos que se seguirem a0 cumprimento da pena. IV — 0s diplomas legislativos das provincias ultrama- vinas polerdo eominar qualquer das penas correecionais. As portarias regulamentares poderio cominar as penali- ddades mencionadas no artigo 486.° do Cévtigo Penal, com as modificagdes vigentes na metrépole, iueluindo multa até 50008 ou quantia equivalente em moeda loca! CAPITULO VIIT Da ordem econémica e social das provincias ultramarinas SEOCKO Do regime erondmico goral do ultramar Base rxtx I— A vida econdmica e social das provineias ultramari- nas 6 superiormente regulada e coordenada de acordo com os objectivos expressos no titulo vin da parte 1e to eapl- tulo v do titulo vt da parte 1 da Constituigto, 2 em es- pecial com 05 seguintes: 4) 0 metSdico aproveitamento dos recursos © possbili dades naturais do terri 4) © povoamento do territério, designadaments promo- vendo a fixagio de familias nacionais, regulando oe deslo- engies de trabalhadores disciplinando © protegendo a emigragio © a imigragio; ) A clevagio moral, intelectual e econémien das po- pullagoes; ; 4) A. progressiva nacionalizagdo das actividades que de veriio integrar-se, por si e pelos seus eapitais, 20 con junto da economia nacional; 2) A realizngio da justiga socitl compativel com as con- digpes econdmieas & polticas. IL— Pertence & metrépole, sem prejulzo da deseenten- lizagdo das provincias ulteamarinas, assegurar pelas deci- ses dos Grgiios competentes a conveniente posigho dos interesses que devem ser considerados em conjunto nos regimes econdmicos dos tervitérios ultramarinos. TIL— As provincias participartn na elaboragio de pro- sgramas gersis tendentes a assegurar o desenvolvimento continuo e harménieo da sua economia, compativel com 0 equilibrio global da balanga de pagamentos © a estabili dade do valor da moeda. IV—Eim cada provincia haveri uma Comissto Té nica de Plaueamento e Integragio Heonsmiea, que funcio. nara na dependéncia directa do governador. 798, SECCKO IL Das relagdes econémieas das provincias ultramarinas entre'si, com a metropole ¢ om 0 estrangelro Base 1x I—0 rogime aduaneiro, quer no que interessa is rela- 0s comerciais entre a metrdpole e as provincias ultra ‘marinas, quer iis destas entre si ¢ com os paises estran- geiros, constitu problema de interesso comum ou geral, {que 0 Governo, nos termos dos n.* 2.° ¢ 8.° do artigo 150.° da Constituieao, regularé de acordo com os prineipios enun- ciados no artigo 158° e § nico da mesma Constituigio, para isso designadamente poders: 4) Unificar, quanto possivel, em todo o territoria nacio nal, 08 direitos aduaneiros nas relagées comerviais com os paises estrangeiros; excoptuam-se as trés provincias do Oriente, onde, atendendo & sun situagio geogrifica, pole Pio adoptar-s¢ regimes especiais; b) Reduzir gradualmente até i sua completa supressio, fi medida que sejam substituidos por outras receitas, of direitos aduaneiros nas relagdes comerciais entre a meted: pole © as provincias ultramarinas ¢ nas destas entre sie com a metrépole, ressalvando os regimes especiais julga- dos necessdrios para as trés proviveias do Oriente. TL — Seré facilitada a civculagiio das pessoas deutro de todo 0 territério nacional, sendo, porém, Meito recusar-se fa nacionais e a estrangeiros a entrada em qualquer pro vincia e ordenar-se a sua expulsi, conforine estiver regu, lado, se da sua presengn resultarcin graves inconvenientes de ordem interna ou internacional, resselvando-se sempre a possibilidade do recurso tnieamente para o Governo: III — Serio, tanto quanto possivel, facilitadas as trans- feréncias de capitais entre todas as pareelas do territério nacional Base wxxt © desenvolvimento das indistrias ¢ 0 condicionamento dos investimentos industriais serio promovidos, na metré- pole e no ultramar, em harmonia com os prinefpios bi- sicos da unidade © da coordenagio. Base uxet I— 0s bancos emissores do ultramar terio na metrépole a sede © a administragao central e nela coustituirio as suas IL — A unidade monetéria em todas as provineias ultra. marinas sero escudo, Os bancos emissores procurario assegurat a convertibilidade das suas notas em escuclos me- tropolitanos © destes naguelas, com as correceoes resul: ‘tuntes da situagio cambial. TIT — Para of efeitos do miimero anterior, poderd esta- belecer-se, na medida em que for julgado conveniente, o apoio miituo dos fundos cambiais que louver nas provin« cing ultramarinas, Base uxxur T— Serio reservados a empresas nacionais ow aos ser- vvigos do Estado que os explorem os meios de comunicacao rogular entre a metrépole © as provincias ultramarinas ou destas entre si, Dependem de autorizagio especial as ex- cepeses a esta regra TL— As mercadorias com destino pais estrangeiro, em trinsito direeto por porto nacional, poderdo ser trans porladas em navio estrangeiro. sECoKO TIT Das concessdes nas provineias ultramarinas Base ixxv As coneessdes do Estado out das autarquias locais na es: fera da sua competéncis, mesmo que hajam de ter efeito I SERIE — NOMERO 150 de capitais ostrangeiros, sero sempre su: jeitas a condigses que assegurem a nacionalizagio e demais conveniéneias da economia nacional. Diplomas especiais ‘este assunto para os mesmos fins. regular Base xxv Sto vonsideradas de interesse coleetivo e sujeitas a regimes especiais de administragio, concurso, superinten éneia ow fisealizagio do Estado, por intermédio do Minis- tro do Ultuamar ou dos governos das provineins ultrama- rinas, nos termos legais, conforme as necessidades da seguranga pibliea, da defesa nacional ¢ das relagds econ’ micas ¢’sceiais, todas as empresas que visem ao aprovei- tamento e exploragio dos bens que fazem parte do dominio pilblieo do Estado no ultramar Base uxxve 1—Nem o Estado mem as autarquias loeais podem conceder no ultramar a empresas singulares ou colectivas: 1.” O exereieio de prerrogativas de administragio pik blica; 2." A factldade de estabelecer ou fxar quaisquer tribu- tos ou taxas, permitindo-se, porém, a cobranga de rendi- mentos piiblicos euja arrematagio for autorizada por lei: Be A posse de terrenos on o direito exelusivo de pesqui- sas mineites, com a faculdade de subvoneeder a outras empresas, TE — Nos territénios ultramarinos onde actualmente hou, ver concessdes da natureza daquelas a que se refere esta hase observar-se-4 0 seguinte: 1) Nao poderio ser prorrogadas ou renovadas, no todo ou em parte: b) O Estado exercerd 0 seu direito de rescisio ou res: gate, nos termos das leis ou contratos aplicéveis. Base uxxvit A aimninistragio © exploragio dos portos ou aeroportos do ultramar sito de futuro reservadas para o Estado. Lei especial regulard as excepgdes que devam ser admitidas, dentro de cada porto ou aeroports, a determinadas insta- lagies de servigos. Base Lxxvint As tarifas de explorngio de servigos piblicos coneedidos esto sujeitas & regulamentacio ¢ fisealizagio do Estado, por intermédio do Ministro do Ultramar ot dos governos provinciais, conforme as regras ae competineia estabele- cidas, ¢ s6 depois da sua aprovagia podem entrar em vigor. Base uxxix I —Nio podem ser concedidos nem por qualquer outro modo alienados no ultramar os terrenos ow outros bens Aleetos on destinados ao dominio piblico ou que interessa- Fem ao prestigio do Estado ou a superiores conveniéneias nacionais, Leis especinis regulardo este assunto, ficando desde ji estabelecido que nip sto permitidas: 2) Numa zona eontinua de 80m além do méximo nivel da proia-mar, as concessdes de terrenos confinantes com a costa maritima, dentro on fora das bafas, com excepeio de Maca hb) Numa zona continua de 80m além do nivel normal das dguas, ns concessdes de terrenos confinantes com Iagos navegiveis ou com rios abertos it navegagio internacional; 2) Numa faixa de 100 m ou superior, para cada Indo, se lei especial a determinar, contados do eixo da linha ou do perimetro das estagses respectivas, as eoncessbes de ter- Fenos contignios ts linkas férreas de interesse publico cons- 27 DE JUNHO DE 1963 truidas, projectadas ou que para esse fim os governos entendam dever reservar IT — Quando convenha aos interosses do Bstado ¢ de hharmonia com a lei, podem ser permitidos: a) 0 uso ou ccupacto, a titulo preeirio, de parcelas dos terrenos abrangidos nesta base; 8) A inclusdo das referidas parcelas na drea das povoa- 4g6es, com expressa_aprovagio do Ministeo do Uitramar, ouvidas as instincias competentes. Podem as_parcelas assim incluidas na drea das povoagées ser concedidas, em hharmonia com a lei e o disposto no n.° mr desta base, desde que a eoneessio merega a aprovagio expressa do Ministro do Ultramar, ouvidas as mesmas instincins. IIT — Nas sireas das povoagées maritimas ou nas desti- nadas sua natural expansto, exceptuando Macau, as concessdes ou subconeessies de terrenos ficam sujeitas as regeas seguintes: 4) Ni poderio ser feitas a estrangeiros sem aprovagio do Consellio de Ministros; 5b) Serio condicionadas ao efectivo aproveitamento dos terrenos pelos concessionirios ou subconcessioniios com fas suas instalagSes industriais ou eomerciais ou com pr dios de habitagio. IV —Nio dependem da sangio de qualquer auioridade os actos de transmissio: particular da propriedade de ter- renos e dos direitos imobilirios sobre eles constituldos; ras, se a transmissio contenviar 0 disposto no n.* 14 desta base, seré anulivel por simples despacho dos govemnado. res-gerais ou de provineia, publicado no Boletim Oficial nos seis meses seguintes iquele em que do facto houver conbecimento, sem prejulzo da anulagio em qualquer tempo, pelos meios ordinérios, nos termos don. v desta base ‘V— Sto impreseritiveis os direitos que esta base aste sgura ao Estado VI— As dreas das povongies maritimas ¢ as destinadas 44 sua natural expansio si ns que constarem do respectivo foral, so nele estiverem ineluidas, ou de outro regulamento dministrativo publieado no Boletim Oficial da. provincia interessada. SECOKO IV tific Da edueacto, ensino, investigaeso cultura ‘no ultramar Base uxxx I—Serdo promovidos ® expansio © progresso do en- sino, edueagto, cultura © investigagio cientifiea no ultra- mar, tendo em vista o sentido nacional da nossa funetio civilizadora © 0 desenvolvimento das relagées daquelas actividades com as actividades similares dg metr6pole. IL — 0 Estado manteri, como Ihe parecer convenient, nas provineias ultramarinas, escolas primérias, comple- mentares, médias © superiores & centros de investigagao cientifiea Nas escolas primérias é gutorizado 0 emprego do idioma local como instrumento de ensino da lingua por- tnguesn IL — F live no ultramar o estabelecimento de escolas particulares paralelas as oficinis, ficando sujeitas & fisea- lizagao do Estado e podendo ser por ele subsidiadas, ou oficializadas para efeito de concederem diplomas quando bs seus programas e categoria do respective pessoal do- cente nao forem inferiores aos dos estabelecimentos ofieiais Nenhuma escola particular frequentada por portugueses, ‘mesmo quando ensine segundo programas préprios oficial: mente aprovados, poderd deixar de incluir nestes as dis ciplinas de Portugués e Histéria de Portugal. 799 1V—0 ensino ministrado pelo Estado, pelas missées catélicas pelas escolas particulares visa, além do revi- goramento fisico e do aperfeigoamento das faculdades in- teloctuais, & formagio do cardcter, do valor profissional e de todas as virtudes morais e cfvieas, orientadas aquelas pelos prinefpios da doutrina e moral cristis, tradicionais do Pais, salvo se os pais dos sluos ou quem suas vezes fizer declararem no desejar que se Ihes ensine a religifo catéliea, ‘V —Nos oreamentos de eada uma das provineias ultra- marinas inscrever-se-lo verhos para concessio de bolsas de estudo que facilitem a frequéncia, na metripole ou outta provineia, dos estabelecimentos de ensino que na- quelas nfo houver, Vi— 0s candidatos ao ingresso em escolas que nto existem na provineia onde residam, para cuja frequéncia se exija exame de aptidio, poderto prestar as respectivas provas, exclusivamente escritas, nessa provincia. As pro- vas setvio remetidas i metrépole para efeitos de julga- mento, SECGKO V Do servico militar no ultramar Base uxext I—Nas provineias ultramarinas © servigo militar & geval e obvigatério para todos os portugueses, determi- nando a lei a forma de ser prestado. IL — 0s servigos militares no ultramar serio organiza- dos por diplomas especinis de acordo com o prineipio da unidade, com as restrigSes julgadas indispensdveis. CAPITULO IX Disposigées finais ¢ transitérias Base uxsxtt — Como sfinbolo de soberania e de unidade politica da Nagio Portuguesa, a bandeira nacional serd hasteada, no ultramar, nas residéneias dos governadores e de outras autoridades que a lei determine, nas fortalezas © demais editicios piblicos, nos navios e onde quer que se realizem coriménias que tal justifiquem, If —Caila provincia ulteamarina teri um brasio px fo, aprovado por portaria do Ministro do Ultramar, ouvi- das as instincias competentes. O brasio constituird a insignia herdldiea do descobrimento portugués e também insignia de senhorio do patriménio da provincia, ser- vindo, além disso, para marear o earéoter oficial do expe diente © da correspondéneia do seu governo © servigos pitlicos Base Exxeut I—A publieagto dos diplomas quo hajam de ser apli eados is provineins ultramarinas & da competéneia do Ministro do Ultramar ou dos govermadores respectivos, conforme so trate de diplomas das atribuigies da Assem: bleia Nacional e do Governo Central ou dos governadores loeais. TI — Todos o: diplomas emanados dos érgios metropo: litanos para vigorarem nas provineias ultramarinas con- terdo a mengio, aposta pelo Ministro do Ultramar, de que devem ser publieados no Boletim Oficial da provincia ou provineias onde hajam de executar-se, Esta mengho serd escrita no original do diploma e assinada pelo Ministro do Ultramar. 800 1 SERIE — NOMERO 1:0 ILL —A aplicagdo jis provincins ultramarinas de um diploma ja em vigor na metrépole depende de portaria do Ministro do Ultramar, na qual poderio ser feitas as slteragies e aditadas as normas especialmente exigidas pela ordem juridiea ou pelas condig3es particulares das provinciss ein que o diploma deva ser aplicado. IV —A publicagio, no Bolctim Oficial de qualquer pro- vineia, de disposigdes transcritas do Diério do Governo, sem abservineia dos termos desta base, niio produziea efeitos juridicos. Base axxxv I — Em cada provinein ultramarina seri publieado um Boletim Oficial, em vegra semanalmente, Nele serio in- sertos todos os diplomas que na provincia devam vigorar ‘Ter formato idéntico ao do Ditrio do Governo e no seu frontispicio ser impresso © escudo nacional. IL—0s diplomas publiendos no Didrio do Gonerno para serem cumpridos nas provineias ultramerinns si entram em vigor nestas depois de transcritos no_respee tivo Boletim Oficial. A twranserivio seri obrigatoriamente feita no primeira niimero do Bolctim Oficial que for pv blieado depois da chegada do Didrio do Goremo, Os referidos diplomas sé entram em vigor nas_provi. cias ultramarinas antes da sun publieagio no Boletior Oficial quando neles se declarar que se aplicam imediata- mente, Em tal aso dar-se-é cumprimento & menedo aposta, com a transcrigio ulterior no Boletim Ofeial Neste como nos demais casos de urgineia, o diploma publieado no Didrio do Goncrno seré transmitido telegr’- ficamente e logo reproduzido o seu texto no Boletim Off cial ou em suplemento a este. TIL — Salvo 0 disposto averen do Ditrio do Governo, f obrigatoriedade dos diplomas publieados no Boletim Oficial das provincias ultramarinas nunea depende da sua imsero%o em quaisquer outeas publieagies. Base rxxxv, 0s diplomas emanados da metrépole, ao serem publi- cados nas provincias ultramarinas, manterio a dats da publicagto no Didrio do Governo; aqueles cuja primeira publicagio for feita no Boletim Offeial das provineias ulte marinas terio a data do mimero em que forem insertos. Base 1xxxve As vis © mais diplomas entrario em vigor nas pro- vineias ultramarinas, salvo deelaragio especial, no prazo de cineo dias, vontados da publicago no respective Bo- letim Oficial. Este prazo aplica-se na capital da provincia e ua diven do seu eoncellio. Para o restante territério o cstatuto de cada provincia poderé estabelecer prazos mais ongos, consoante as distimeias ¢ 08 meios de comuniea- Base ixxxvt I —Serfio revistos de acordo com os preceitos da pre- sente lei 4) A orgenigagto do Ministério do Ultramar; ) Os diplomas orginieos dos diferentes ramos de ser- vigo publica no ultearnar, incluindo & Reforma Adminis. trative Ultramarina: ¢) A Lei Orginien e 0 Regimento do Consetho Ultra 4) 0 Estatuto do Funcionalismo Ulteamarino; €) 0 estatuto politico-administrativo de eada provincia, ouvido © governador eo Conselho Ulteamarino em sessiio pleniiria, TL — Fnguanto nio forem publieados os diplomas com- plementares desta lei, observar-se-fo as disposigies tes. Especialmente seri observndo o seguinte: a) Continuam a fincionar os Conselhos Legislativos & de Govemo, nos termos da lei actual, até que estejam constituidos’ os que os substituem; 1) Contimuam os governadores ¢ demais autoridades no exerefeio da competéneia actual, até que se definam as suns abvibuigdess ¢) Continuam em vigor, na svtual redaegio, as ba ses VII, IXt © 1X11, enquanto no for publicaia a lei especial sobre administragio financeira das provineias ul- ‘tramarinas; ) 0 Conselho de Governo, nas provineias de goveno- -geral, ¢ 9 Seceio Permanente do Conselho de Govemno, nas provincias de governo simples, serio obrigatiriamente ouvidos pela govennador antes de se prommciar sobre 0 estatuto politico-administrativo, nos termos da alinea e) do m1 da base x. Ministério do Ultramar, 27 de Junho de 1968. — 0 Mi- nistro do Ultramar, Anténio Augusto Peizoto Cortcia ssa Nacionat, Be Lisbon

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