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Je cama base tos asi pegquisac sii ee vic eRe ee. se ECONOMICA coae es 16.0 eeabelecnment de urna efor de organ itneis aadlémica os atares, Hit oferece as lator um panurveas aap Besa eonumin eda soviedade desde o destiny mica esac cepalvsme, que se pds prngresivamcate em toda 6 mundo. Abrangendo cerca de xooe anos de hitea.o lara apresen tgsur vv detalada dis profoncesmslensas que wcnsreeain a economia stone, expe os prinpais es ecand mise cada Spec ¢ tran frente erpretayies ds arnt nents Sin de convidaroiter refit vtcamenressreas questies mais poitmicas da hist ‘Ab trazec oesiia decom. naundiel a araldade, ‘ EVSc uray eee Tenens) sulors procuraram estabelaces cones ets asad e psec. te demos evidenciura permnente eeada vecrustelerai ee SOC ORC eC TO Ba smudanga que carscarize s @onoinia mundi Avticag ho. Fate lier destina-se&disipina de Hines Pes ibrmica Geral, dos cursos de grads sn Seon, potendy ser liad nas lisiplinat de Kista Boomiisse6e Histe ‘Moderna e Comemsporines decorsosde graduayan em Mists, Relagoes latsmacionais,Ciéocls Soci fenalisrn Turan {uma bos letra para quem dese aprofondar cea eons ments neste en. INONO: ad Peers Rete nner nent toes erty Po Se HISTORIA ECONOMICA GERAL wwweditorasaraiva.com br HISTORIA ECONOMICA GERAL Flavio Azevedo Marques de See aes rofesor Titular do Departamento de Beano ee Alexandre Macchi Professor do Departamente de Ee CU atoiva Saraiva Shes Geo mre Fenians aasdaanra cons ISG senoaseRuaaa ro Ea AL ee S01 ty PPI HRT ge Soxauaneretio munis saat Eeetinte Siriarans eefsah Sosecho hee So gstoascaarerors sind mes Lrseasi caTaLocaggo na one SIDICATO NACIONAL DOS EDOM OE UROS, tenons ine Coorg etre! Ris faa dak Fre ga Prog ert age Pus ada Aloe na Come Guin er fees 120i ee “ | | SOBRE OS AUTORES Bxévio Azsveno MARQUES Mr Sages Dowtor em Ciénciss Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras @ Ciencias Humanas da Universidade de Sav Paulo (PPLCH/USP) ¢ Livre Docente do Departamento de Leoucraia da Faculdade de Fconomia, Administracao da Universidade de Sao Pawo (FEA/USP). Pro. fessor titular do Departamento de Esonomia de Faculdade de Economia, Administragio « Contabilidade da Universidade de Sao Paulo (FRA/USP). £ autor dos livros: As fer: ‘as de Sao Paul: 1870-1940, A gravute empresa de servigas publicos ma ecomornta cafecra 1850-1970, Crédit © bancos no desenvolvimenta da economie paulista: 1850-1930 ¢ evatcior de Formapio econdmica do brasil ALEXANDRE MACCHIONE Sass ‘Doutor em Histiria Fcondmica no Instituto de Economia da Unicarap e Cientista So vial pela Unesp de Araraquara. Professor do Departamento de Economia da Faculdade 44e Economia, Administragin e Contabilidade da Universidade de Si0 Patlo (#5 /USP) do Programa de Pos-Graduagao de Histéria Feonéanice de Faculdade de Filosofia, Le tras € Citacias Mumanas da Universidade de S80 Paulo (FRLCH/USP). 8 autor do hive ‘Conflts lo ceptiale co-organizador de Su! de Minna em transit, onl oi acetone inangntsecibniqimoenin wana APRESENTACAO 1 introdugie 3 sua obra Histéria de anise econdmicn, Joseph A. Schumpeter definia os trés campos que caracterizam o estudo cientificn ds economis: hi Lria, estatstica cteoria. F concluin de modo entation: “Desses ramos funda- snealais, ahistria econtmica ~ que incu os fatos presentes eo quedeles deriva &o mais Impertante Quero estabelecer de astemdo que, se iniciasse navamente meus estados de economia ¢ me dissessem que deveriaescolher apenas um dos trés ramos mencionados, sinha preferénca teria recatdo sobre a historia econdmice’* ‘saa declarasio de Schampeter, um dos mais importantes teérices da economia de seul. XX, € muito apreciada peios historiadores econbmnicos, especialmente pore ‘muitos cconomistas no dio a devida importéncia ao estado da histdria, No entanto, ‘mesmo entre os historiadores e ecanomistas que aceitam a definicao de Schampeter ~ a histéria econdmica € um dos ramos de estudo da economia ~ ha diferentes concepgbes quanto a0 que éa disciplina. Dessc modi, a claboraczo de ura texto sobre “histéria eco- némica geral"impée escolhas entre muitasalternativas. Peocurartos, 2 seguir, justficar algumas de nossas escolhas na elaboraco deste livro, tema que éexplorado de modo mais especifico na Introdusao, ‘Comegamas pelo marco cronoigicar so cerca de séctos,a partir aproximadamen+ tedo ano Loaod.C. até olimiar do século XX. Como justificar um period de tempo to Jongo, mas que, 20 mesmo tempo, ndo abrange entre ovtras, ak economias da Antiguidade? (O marco cronoligico sefere-se a0 objeto central do texto:0 desenvolvimento eapi- talisme desde seu surgimento até o3 dias atuas. Por mais polémica gue sea aconcepeio desse sistema ccondmico, pode-se dizer cue lA um consenso de que se trata de uma fore sma particular de organizagio da economia e da soriedade hoje predominante em escela rmunaial € que, dependendo da concepgdo adotada, eve origem on se afemrow entre 0 sécilo XT e0 XVII SCHUMPETER kesh asad nae setae ime ie de ane: Fea Be ature, var Sendo esse o objeto central de estado, slém de marco cromolégico tarnbiim se define ‘eespaga que ocupa a maior parte da exposigio: irata-se do “mMndo ucidenial’ ou sei 2 Baropa ¢ suas projegdes na América, na disia, na frien e na Oceania. Desse modo, nao nus dedicamos a estudos sistemnaticos das “civilizaries orientais’ o que nos afasta de urn tems hastante em vogo, a “grande divergéncia’, ou seja, a andlise das razies que fizerara 4 burops se adiautar econoraicammente er relagio aas antigos impérios orientais no pe- rode ew (aca, (Qutsa escola importante dic respeito a forma de aberdagem. Nao se trate deama des- srigio dos “fates econdanjeus passadod’ embors cansideremns necessétio passar a0 itor JnfosuseyOes fetus essencials pars a compreensao dos processes em pauta, por outro lado, nto seteata ce win ensaio deinterpeetasso que defina uma variavel como crucial (por -xemplo, in ituigdes, cultura, inovagao tecnoldgicn ete) e que explique as transformarées do capitaismo a parti dessa variivel. O que fizemos foi tentar estapelecer win equiltbrio centre informagan ¢ interpretacso de modo que a leitor disponha, na medida do possive, do conhecimento des flos essentials ern que se Fandamentan as interprelagbes expoiias Palo fato de nau se teatar de um ensaio de interpresagdo da histOria econdmics, pro curamos apresentar ao Letor diferentes interpretsges dus proceseos em discussto, espe ‘lalmente aquelas que deraun margemn a polémicas importantes, Evidentemente, para cada rocesso histarico ha uma ampla variedade de interpretagdex, e nassas escohas envolve- aim algum geau de subjetividade. # inevitivel que nem tndos concesdem que lais esco- thas tenhamsidoas mais relevantes, mas esse ¢ wn rico que tivemas de assuinie dante da _zmplitede do objeto ¢ da dimensao da literatura 1eferente a cada um dos temas ern feo. Este ivr foi planejad cout o objetivo de servir de leita para os alunos de ciseiplinas de histiia econsmica gesal, principalmente dos cursos de graduasio em economia, mas tembém para outcos cursos err que essa disciplina sefa cbrigatorta ou elativa. De muocto eral procuramos fornecer as noghes necessiriss 29 entenidimento do texto nao exigin sio do letor maior comhecimento prévio nem de hist6ria, nem de economle, Acteditamos {que 0 texto também seja acessivel ac publico nao especializado, mas que tenha interesse ‘em comhecer ou estudar histdria da economia siondiel, Dada a abrangéncia € a extensao do texto, procararsas torziar as sis partes do livre éc, em cesta medida, 08 capitulos dentze das partes) rxzoavelmente indepeadentes. As- ‘im, a leituca de uma parte ndo pressupse 6 dominio das discussbes realizedas nas per. tes unterlores, For exemyplo, um professor que prefira se concentrar na sécelo XX poderd selecionar as partes © os capitulos que julgar avais pertinentes, sem que is gere maior dlificaldade para og alunos, A exposicio segue uma cronologia sonsagrada em estuds de historia econdmica geral ¢ abrange, do ponto de vista tempural, desde aprovimadaments o ano 1.000 até o limiar do séeule XXL A opgao de traver 0 texto até a épocs stual reflete a percepedo de que a ‘urtléncia da primeira década do século XX1 pode ser rsais bem compreendida quando rei confrontada com a relativa estabitldade da chamads “Fra de Ouro” do capitaisna, ot seja, que 2 perspectivahistérea traz elementos explicativos normalmecte ausentes nos tratamentos estritamente evonOmicos da época atul. Na Inteoduso,dscutinws algumas concepoes de histétla economica especiatmeste infuentes, de modo a sitar o Ieitor diante das grandes polémicas sobre a dinamics da Justia, A Primeina Parte, dedicada & transigio do feudalismo ao captalismo, peocuta ressaltar os fendementos da economia eda Sociedade capitalist x paste de seu processo histGrico de constituigic. A Seganda Parte tem seu foco sa Revolagio lndustral- aquela inieiada na Gra-Bretenba ny século XVI como um period faniemental na histérin econémica mundial. A Texceira Parte trata das exprescivas mudengas ocorridas ro cipita- Jismo no final do século XIX: a primeira grande cise do capitalism (a chamada Grande Depressio do século XIX). a Segunda Revolugio Industrial © Imperizlismo. A Quarta arte édedicara a0 periosio entre as des guesras mondiais (a Primeiea de 14 a 198; € Segunda, de 920 41965) que Hobsbawm denomino de “A Era da Catistroie’ fascism, ‘ransmo, Grande Depressic de década de 1930, ars das proprias guesr,jastificarians ‘onitulo aplicade polo historiador ao perfodo. & Quinta Parte rem sew foco na expans#o dda Bra de Ouro do capitalismo, marcade por polticas Keynesian, pelo “estado do bem estar pela preocupacio com 0 subdesenvolvimente e, por outro lado, 60m a expansto das economiassocialstas ca emergéncia da chamada Guerra Fria. Por fia Sexta Parte procurs situar as profundastransformagdes do final do século XX:a crise do capitalismo sna década de 1979, a5 emudangas que visavam se contzaper arise associadas, em certa me- dis, is noves teenslogias (informética, telecomunicagBes et. Iguaimente importint2 0 porfodo foi a derrocada das ecaomvias socialising, ema especial a desagregas8o da Uni Sovierica,« ascensio da China como uma nova potBocia ecanémnics. Esse breve sinte se sugere 0s temnas princioaistratados em vada parte do livro sos quais se eomam autos tanios gue compaem 0 quadro econtmico de cada periodo, {A versio final de nosso trabalho resulkou de Tongos anos de ensino da diseiplina se Lbeneficiou do comvivio, das conversase das discusséiestemiticas corn inimieros colepas , também, com os estudantes cajas questoes instigam a hosca deexplicagées mats rigorosss para 0s processos em foco, Nossos agradecimentos a todos cles. Um agradecimento espe- dial devido a Marcelo Milan, que colaborou coma pesqulsa para a Sexta Parte deste liv, a Gustavo Barros, que feu com rigor os originals, idicou erros © omissées, questionon HAtA, 9 MERGANTINISNO BO EOTANO. 2s A dude medieval «orgumizacie do comin «do atesaast, 2. Eupansto maritima, mercial eco . 55. OMereanthere 34 OBetado abvoltet CCAPETULO 3, TRANSFOR MAGOES DA HHORMIEDADE FUNDIARIA DA PhOOUGAO “ARTESANAL B ALANUEATUREIRA (GECULOS XPT-KY tt) 2 Atrusfonmagto da propriedade fandisa na Tngheteres 32 Astuanstermacies da produgio industrial a ne & 3 Outros ciadus de ransforenacio da propredade fundicia eds produce industrial 123 fo A-acunsuligto peimitva de epi . ws CAPITULO 4. & POLEMICA SOBRE A TRAXSIGRO DO FEUDALISM AO EntrcALa ALGUAR INZERPRETAGOEES os ey 44 Umarodele deanagefico de destcenlimenta do Fendalsms ‘ mrs debate weepeio da tramigte 2 Hens Penae com rfertci 43 Maurice Dob um easaio de fateepretas30 norte da trai 25 444 A ecomomia neoclssca comme fundamenta pera a interpetasso da ransieio de Feo ae Coptalisnc: [Hicks D.Nexth - - “42, Wellentein, Udo Avighie econ capladinle ves 4.6 & tarmigto do Poudaismo ao Captakimar sr cabogn de conchsta bs SEaUNDA PARTE A Revolusao Industrial Britdnica ea Bxpansito do Capitalism (1760-1870). hp aPICULO 5.4 REvOLUGKO INUCS#AHAL BRUTAMIOAL AB wNOvAROR THESIEAS 1760-1850) (47 5 Apinovagsea donee vapor iat da fsea © nnn tl "3h 53, Origens da Revaluyio Indust] hs EARITULO 8 ROPULAGZO, AGRICULILKA 8 REVOLGAO ISDUETIOAL 1s Sat A revolt demognacn : se 53 A revolucfoagrtenls 8 iA dermgacie d le doe ctens em 848 i capirute 7.4 £coNOMEA Uers4Nactonal A EPOCA VA RRVOLUGAO INDOSTHIAL 73 Migragesitersconais - pa Cométcoimemacional «tases de cegts 75 Transports ecomunicaches M4 Almepeasie mondial eo lnperilinone dole comnireo ‘caviruco 8. 0 caescnnceeto DAs ctbsit ro PanRAD NE VIDA DOA TRABALIATIORES. 95 8.) Cebaurzage econdighes de vida nas edule instrise 95 2 Pedrao devia e meds de vida do teahthador ingest bundle... a8 53. A mobilzagSo social ne Grf-Betanha . ae ‘Tamcrrma PARTE As Tramformagdes do Capitalism da Grande Depress do Sécuto xex & Primera Guerra Mundial (1870-918) pos CAPITUIO 9, A GRANDE BFPRESSAO DO SECUIO RIK, A ShOwHOS REVORUGKO mDUEEAIAR = 49 RELAGOES TRE CAPITAL © TWANALHO (B87E"DIE) oeneeevesc cess 2 2 As casts da Grande Depressi 2 os 92. Expansio c transormasdes do captain: 896-953. - 5 ne 9 Yensfcmucdes dn eats mo fn do séeuo 4x cucentragie do capa eegunda rewlugie indutial a ar ss Condicie de vid e mobiliagto dor abuses (8799538) vs so Cones devia do rail dala 6-9) : Day Sota mchlinap de ncbahadar dunia diene «parr police Pa ‘cartruvo so. a8 (NTUSTRIATI7ACOES BEFARDATARIAS DO SECULO XIX: EUROPA, zor A pslamics ene Wa 9, Rowan Alesanir Genicherscon- aap do sent eat pra de atrsn coon determinants ds cracriatias ds indunoagisretrdataias «228 lsdustrisiapdesreturdaaris a boropa.Continectl oat Fen oat Alemania ns Avindnstralizacdes loca da Europ Inj fap: andesite na At logs Eales Fido, eduoriatieaz20 antic son Inutrialiaasses tardies um balango CAPITULO if, HELAGOES ZNTRRMIACIONATE: PADAKO-OURO, COMEREIO E FLED na A Grasbectnta au economia mana 1a Osateas monetiro internecandl pade-o0re 1g O comércine a fimo fmemaconal de captas ene 87062885 a casirvto 12, © INPERIALESMO 2 A PRIOGECPA OUNERA MENDIAL cise ae son O Imperialism «a cxparsia colonial rapeis defies do sdculo 1x. oo i Bolemicara epets do Imperiabsmo no vomego do sécilo xx 7 ‘A Primela Grea Mundi} 194-1928] Quanta Pate O Batre Guerras(rpi-1999) «Sega Guerra Mundtal iassorpashs "A Fra do Catistrafe” Cee eee ccartevio A RRGONETRUGAD BUROZEIA No PSS-OUEEAA FA ECONOMIA MUNDIAL wa nécaoa De 1930 (99-1929) sao Rvoosruos repre de gue arp bo 4) thin tongs deri ur ti ssi fee rt to Spleen iphone ina 1.2 Or tos Univers enpaei exonSncn do sro 535 Recoperco ecole curpeae etaelecment de pado-cto PAFITILO 14. 4 GRANDE DEPRESSAO G9BBADIB) ees cee oer uit Gerad da bots de Nova Torque =< 350 tr Da qusbra da bia de Nova are Grande Depests nas etados ues 388 nig. A swminagSo da Grande Depzessio pelo mundo . Fee a8e 4 Odebatesobtea Grande Depressio... saernenneprnnnnnne: xo fe apiruto 1s. Ae TRANSTORMAGHES POLITICAR F FeOMBMICAS Wa DECAEA DE 3930 (ure DEAD, FASCISMO, NA7ISMO) # A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL s.1 Bey Deal ane Estados Unidos 14a Una ote: New Deal eset Reyes 4 Nazlamo efasisme (aia, Alemasha fap). ea ile : 1522 Aleranbe 2 haeze 153 A Segunda Coeur Mundial (859-549) GAPIEDLU 16. 4 REVOLUGRO HUSEA H A consTYTUIGKO OA HEOMONTA suNaEEICA bo17-945) 6. Rita ravage de attra dey 1 5 Ocomunisme de guatzssa economia sos dante a guerre ev (i890). 24 A nov politica ecantimica ~we2 (ia927) 6 4 Sullacos Planes Quingacaas Quinta Baars A Era de Ouro do Captlamaekspansto des canomias Si chatistes (4996-2973) SF FIFOLO 17 & HEGEMOMIA AMBRICAKA E & BaCONSTRUGLA O14 PROSPERIDADE Bk EUROPA GcweW FAL B28 IATA (1945 1973) se Opis quors (945-1950 "studios Unidos, Europa ¢ Jap ma era de on (4950-1973) Yo, OBstado do Beret ev veeeeins EAPITULG 18, 0 StoTEMA MOEETARIO IMTAENACIONAL (4246-2075) «. 9. Acicasee declares a sistema moastiioiternciona (9945-0990) 18.4 Odesegulsbin hensica dgns=i958) . 1h Recaperatdo europea e superabundAncia de Utes (1958-1959) 25. esiniegraczo do tes monetci internacional de Breton Woon (:987 1975) 4, Gcméicio mundial ess Ginanga interacionais 190 A deeoloniagio 8: O deseneolsimento das nae do tenciso endo. sade ure 12. Algumas coveteristicas ds indastalnagoes perifrkas: crc Latin, Br Corea Do Sel ‘CAMTULO 20, EXPANSAO, OU(SHS E REFONMAS DAS EUUNOHTAS SOCTALIFEAS NA LEA ‘DE OO BO CAPETALENO: & GUEARA PRIA (1945-1973). 20. AGueres Fit. . 29.» Expansi rte ¢ reformas.ne economia svitcs = nos eu stdes | 202.1 Oplaclamente eantmia na Unis Sviica pans Oise ereformarracionamia aren 20s As economiassocaioas do Fate Eurpeus uma braves 205 Chins: onto "modelo de consenuso do socialise, os 386 186 388 a sor 308 308, 3 55 on De fnperina teeta Cmesa Doni A cmstragan ds soins na Chine arm di Saxra Paxre O Capitalisina no Final do Sécuto xx ea Crise do Socialism (973-2000). AcADA HE 1690" 1 esne des maot 970 a0 nile do rapaaliome ravndil a Traefonmayées do capital na eeada depo policaecondenea, insite, ‘lage internasionais erelagses de teabalho an sug Cromimentoccrsee an diceds de 990) wma Tana canons casizovo 22. 4 FoaNnavth MONDIAL WO FIMAL Bo S600 3%. 23 Osstoia meneiro intemacionat on de Bretton Woods 3 lr sistema co as de chbio antes aa Glibuiario: eomtecio eprasto a5 A ghsblizapo (mendiaioao} Heanceis She A pesfecia ds economia intial nl do eco aus Aeonomin da América Late no Saal do séeulo xx sninistrae" de ‘Gawis0t0 24, a GRIER DO SOCIALIEMO NO FINAL DO SECOLO XX: 4 DESAGREGAGRO ‘ba UnIKo SOFTEICA EAS PRANEFORMAGERS DA ECONODTA CHIKESA, sa Addesgregici da Unio Sovticae ofan do socials 20s pases do Leste Foropen, fa As teavfonengbes da economia chinesa ea passers dn comando de Partin Comets cantzyio 24. AONDE VAT 0 CAPCTALISMO® 1a) Done resporat nti Se questbes de Tara 2a Do fovismea regive de acumslaczo predooantementsfancere 243 Cid sitios dees owe do captain Shes Aande vaio capitalize? . . 24s Temas cficos pra o séculy xt a8 INTRODUGAO 0 abrir est Hiro, ¢ provivel que Isitr fenka elgums expectativa quanta 30 seu coateido. Afinal,¢ titulo ~ Historia Beondnica Geral ~eparentemente 180 evolve nenusna rogéo complexa «parece, por sis6, defnir a abjeto do tee, No eatanlo, entze as pesquisadores de Historia Econdmica li vathascotrertes com dlivergéncios mais ow menos profundas en relacao aos seus fasdamentos tericos ¢ me todslogicos 6 qs com frequtncia, apresentam tmplieagoespoltcas es Scealaghens Potente épossve elaborardierentes "historias eaualcas geri ainda ue os proces, sos histéricas observados sejam os mesmos. Assim, coayém apresentar 30 lito, mesrne breversente alguinas concep des distintas de Historia Bcondmica que eperaiz facile a compreensio dee polémicas preentes nos estudos de Historia Beanomica Geral, j que Procuramsincosporuryiras desas polmieas ao texto. Pedemos comegar com mana definigao muie geal de Historis Economica propos por lrbert Heaton, para quem a historia econdmniea“descreve on esforgas que o hotnem fe2 20 longo dos séculos paca sitistirer suas necessidades mater” (eitedo por IGLESIAS, 2959, pa7).Embora bastante snttica, esa defini oferece oportunidad para explore aguas questoes perticalarmente importantes. Oque a Histéria Econdnics tem em eomnen com wins concepgio Assiea de Histria? ‘Mate Bloch defini a Tlistriacome a“eitucia dos homens no texape” (BLOCH, 1968 > o, ‘oases tata-sedoestudo ds alvidede burnana, em suas miki drcensies na perspect 8 de onodanga ao longo do tempo. Em linhasgeais, no & chferente a deigae de Heston para a Histiria Beonémica, apenas especifica que o foen da pesslsa& a avidade vllaca 4 swislasio das necessdades materia; on sea, sezia uma das “especnlidades da Mista? 1 ebb esis matures rte gaa dese cond aiegdeceune sina of aarce sisson Ate ateanimka si Sov Haaser, a us tlds ti ira weneecesesta et eterdenamaccrmeiee 4 eucasanon J ungnecsenee ech ree sca OESEANM 658 p27). [An nyo dos séculos, 2 forma pela qual os homens satisfazem sas necessidades a te-oin se altera, assim come ageilo que ¢ considerado “necessirio” em cada época, Em de- te minedas épocas e locals, as necessiducles materials das pessoas podem ser suprdas por 1 ptoprio csforgo: ama conmnidade estrtazaemte sul, aque que cutive trea crit Alguns ansnais pode prodizc tudo (on quase tudo} o que necesita para sua sobrevivenicls (Levande em contao que éconsiderado necessario naquele momento, come slimente ve fh ério, habitagic). Na sociedade atal, as necessidades materais comportam muito wis dds que alirnentos, vesturio e habitagao, pots bens duriveis, como as eletroslexdaicos, th eine de tcansporte, lazer, cultara ote. passaram a fezor parte do diaa dia de grande parte {la populagio. A obtengaa desses produtos, quest tornarant ecessiriosa vida quotidian, {ewalve complexas zedes produtives, comercials¢finarceiras: um operader fnenceiso ne “raul, ao shuosar em um testeuroare, certamente esta consumindo algam aliatent procs do em osteo pals, ialven ca Amnérice Latina, e cuja preparagho exigiu o wso de atensiios ‘:nportados provavelmente da Amétice do Norte, da Eueopa ou da Asia. Assim, da origemt testes produtos 1 mesa do restaurant, ha unn vaste caajunte de erapresas¢trabalhadores, + a maior parte das ve7es Gescoanecidas daquele que ¢ 0 consurnidor final desses prodlutos Fortato, a Historia Econdmica deve dar conta tanto de identificar as formas pelos quals “cs homens saisfazem suas necessidades materiais, cama tam de iavestiger de que-ma- heiea esas docmas se abteram ao longo do tezapo por meio de diferentes relagoes este 0 omens que participam dese processo (trsbalhadores, empsesérins, consvimidores)e de ‘écnieas em consiante alteraga0. “Emm sa definigdo, Heaton empeega a palavea “descrever terme que stgere uae Postar tera do historiador em zelagao a0 objeto de investigagfo, uma certa neutralidade dente os ftos observadus. Na verdade, obistoriador econdmico, por mnisisemto qu sj faz uma -Alesan dos fats que juga relevantes (dante de wma ifinidade defatos) para “escrever” © Srocessohistzica em questio, Essa selecio jé pode envalver algumas nogies om conceit srévine do proprio Investigador de mode que « “descr? aparentemente neutrs, acabe sor concirie a cera “explicagao” dos eventos em foco, Evidentemente, outa historiador cconditico podera Sclecionar, em relecio ap saesmo processo,fatos diferentes» chegar a oniltados distintos.Eim sama, ¢inerente Historia Economies. ass como a Ttstortae& Economia —aexisttncia deexplicagSes ow iaterpretagGes diferentes pars uma mesmo evento ‘ais divargtncias podem refletir posses subjtivas de cada iavestizador; porér, raisin portant e frequent, decorzem de perspectivas tetricasemetodalégicas distintesque oren= tam o proprio processo de investigagio. Essa distintas perpectvas definem as principals ‘comentes da Histria KeonOmica: explcitar 0 foco de suas divergincias @ importante pera que possamos identificar suas implicagies sobre s interpretazao dos processos histories, Portanto, nesta Introdugdo procuranos indice algutmas das principais correntes te6ri- cas e metodehigicas presentes.n0s estudos de Histérin Keonémica dentro do quadro mass ‘eral do desenvolvimento dessa disciphina. lic cerium ciaiecem A HISTORIA ECONOSIICA COMO DISCIPLINA ACADEMLCA: ORIGHO(S F PRINCIPALS CORREO TBS AM conti, coma ea de pesqusn como din dos eacns ives, Erelativamente recente ese afirmau bem depaia a Econmia eda Histéria. A Economia gui progrentmmnente at de enc dep da pact am oy de A Riga Ue Nagies de hdun No sade ROC tue vse per de cand Se Cust conomiatoltce consldonacoma sna ciilinaoslvnte echt “heat Malu Pad Rado, jenn Bape ay, ob Stat Ml so gus ds che Iman ecrnomistas sins aos quai agree verti iin, cia, Ka Ms [patie yo, hoove won udange abet no peomento sconce Sinan ‘chomade eet mings atern oon ds anaemic, end sittin ¢roe co nome dap de Bono olic ara Boom: pasa Kal en evo uly Leva Walon Sey eves fra pout dea nova corte, Shc se conoid como ncpl preg deena econdmia (uso mene em pve tng) TC Hira tem ut eag pssdo: bad «Anta retro que naam event eleva ome guste lo de seu eect ec) Desde ern i {in a abr ds ec deere qu arn scm fala vend fe es seperiosh de oto (que Busan algun etn Hit) tren dee Entores ese sproinava d taba qu ei maa piso do hstorad ow Zp. com base om documentos) No sean XOX, home sgrdcaas muds que de {nica de ode aspect de isaac in lad enka de perqin ¢qeimoradas erate igoron as nts omens prc ma la pur vests ksi ps oat ofoce dat hisriadoe se orn, por ian Ap psitviaao edo sods, oto ots ovr onli do its irc, tema redoricna ate plc fplomn cond nos randes homens Goce tenia como o eto do peso, hist no pdesnaprar& condi ctacie O objeto da Hetrinera unstiuld pls fates preterit eam ico, Spal nto pasts de epee expérimentale, asl, oor hires i dedi scones veces paca qo eps Grmar uma exlicagia ene fee, Dee modo solistcador bla apenas rat ox Bos em wa ora renal demo que tole” pov nn dra ra adap simples eguénia dese Forno tipo Com: noencadestiento del, sce oe races pee cae ogame)? Dest mao a0 fn do elo XE, na Econom © na Hira predominaram, n¢ Teme omainlao a segundo poliveno eo hsrisne, Closets & 2. Sobreo patios hinaicuma vr CARDOSO 985 13039) ‘Histria Keondmice emergin come disciphina académicaecomovires de pesquisa autOno- nnn parte do fim do séaulo X1K, nase” asssciafo 20s desenvolvimenice de Economia da Tistérta, esi como nuns ceagdo a tendécias domaianres nestas das diseiplinas ‘sjacsos por que ‘Adam Smith, embors sje 0 “fundador” da Economia (Politic), erahecdiro de wea coceene de pensomento gor vezeschamaca de “esvola escocesa” que preservava ura sevapectivahistérea em ss rtleres (FONTANA, 1998, Cap. 4) O preprio Smith vi historia da economia como uina sequéncia de formas de stividacls eoondunics: capa © Goleta, patoreu, agneslten, comdrcio, Fata seca a "ode nacural” some deveris tex scontecio ou acootecer em cada socledade (SMITH, 1985, Livro Teri}. Os econo gnista elisscos, de modo geral, mactiveram a preccupasio com o “desenvelvimento” da economia, ou sea, cops es tendéncias 2 mudangas da economia no tempo. Em Mars alem de sua vasta csructo tebrica solve © capitalism, encntramos induneras rfl bes sobve a Ifistria ery geralc, qualquer momento de snsceven, ‘woltiento Mstéieo eve comacar pala andse de sev modo de produraozem outtaspslawen, (2 2 forma teeno-ccontimicn do"tetbotsma ante herein © nauecs thar), 9 made pels sual ohomem se adspm a netuners e2 iansforns pa trabalho « (hosartryossccinis ae ‘sk. 0 vsbalno é mobiizada, Sstieuidoeaiocady. MOBSBAWM, 1998, i767) Mas essa concepsiu bisica de Marx se desdabra em outros planas; um comhecido {tech do Pieticio da Contribuigio 4 Critica da Reonomia Politics istroduz a8 nagdes de base (esrrutura econdmica) e superestruture (istituigdes jurdicas e poliicase formas de consciéncis): 23 1 roeutade geal a que chegueie que, uma vez ebtida, sorvi-me de fio cenduror 30s MEU ‘studs pode se! foimeledo em porns palavias na praducke sociel ds pons vida, os Fo- sens costae rlagSen daterminaas, necesidias © riepenclertes sua vortade, lags evo a detarminada de docewaviirents das 65 Forgas produtuge mata A totalidee detsas‘elagées de procuggo forma s sine rricads sous annse ea sobre 2 qualselevaris uma superestiutas jaca © pica. © 3 ssl coiraszendem unas sacl: davetminadas de consetancia, 0 mado deptoducd se vida rratetalcondicions 9 procetsa em geral a vic social pola ¢ eiitual. Nio @ acorsciencls cing Fommene qu determina 9 seu rez nas 20 conlit, € @ Seu ser socal que retermna Se conaclenca AAR. 058, 25) ra que cores A relasio entre base e supecestautora a indicads levou, frequentements, & afirmagso. de que ossa rlagio era de domindncia e dependéacia, ov seja, de que # base econ ca determinaria 2 superesteutura (ou seja, a8 instituigbes juridicns e politica e as ideias scziam cundicionsdas pela infrasstrunura econdmica). Essa relagao wstaie associada a rnogéea como “determinisma econdmica” o “interpretesia econdmica da bistéris" (que afirmariam que o econdmico & que tudo deterinina nas sociedades e na historia). No centanta, o exame mus acceado da obra de Marx e de Engels evidencion que essas con- ccepgdes estavam longe de corrsponder ao seu pensemmento, Marx, er conlhecida nota serida em O Capisal, definia wn qaadro distinto daquele que corresponderia 20 “de- termminisme econémnice”> ‘eve se claro que alklade Média ido pedla vverdo-catikitna nemo mundo aatige da po ied, A Tor & 9 moda come eles qarhavarn a aks xpi, ab contitlo, par que ld a poe ule catarsiio, desernpentovs © paz principal MARY, 1985. 977, note 2 isa nota sugere ama articulagio enice base ¢ superestrurura bem mais eomplexa do que a delineada na versdo do “marxismo vulgar”: em certs époces, elementos da superes- tratara podem essamir o papel principal na bistoria das sociedad. Se no capitalise o eansmice assume a pape principal, o mesivo nie ocorreria na Made Média, em que esse lngar ceria ocupade pela religisa, ow na Antigeidade, om queo lagar caberia politica. As- sim, seria impossivel entender a sociedad medieval sers Considerar o papel da rligiaa e= antiga, sem a politica * 1 Bigs tonbincntlayghktenrione eccaSmed "Segundo a conapy mee Hs ana P01 queer Senin ceremin eta due esc davis Nem MAT ma AUR RE Ueg.rina Se dguenegar tad rene €taneausneb 89 ne dete na cnveraaa8 tmaaoesana ats, in ger cara ak Sr an taapat CATE Y SAN, sa 8 6? 24 mn z F iianse dessa relativieasio da economico somo determinate da histiri, outea ques- so é proposta: qual a relagdo entre « base econdimics ¢ os elementos da superssteuturs? Engels apresenta uma resposta & questio: CO desenwuhimento police, jldecs Maedhce, wigeso, nero, asco eke pase no de= senwohimento ereniomice, Mas todos els, tarabéin,repere ters ns sabre os oUraS # sobre sua bise scontiis Nic ques dtuagio ecandmica so a causa. nizo athe © tude o mais ‘ceeos puramente pseu. 44 Um jos de 2¢5eee eagies com o28e na necessidade Hort trie, que se ede sempre em dima ietncia. Engels carta a Stekenbury, 25/1/83, 308 por €ARTASC 8 BHIGNOL, 2002, 9.68) or essa © por curves referencias, admile-se que a nocio dle que a base econdrmica determine enivovarente (ou seja, de forma direta © em diregzo Gnica) a superesteutara polltco juridica¢ ideoligies ceva ser superada por outra que aceite a posiblidade de ox lementos superestraturais isteragiremn som 2 base econéinica, induziado algums mu- danza sobre ela. De qualquer modo, pezmanece a nogio de gues “uecetsidatle econdmica [ua se ampbe sempre em ita dnsticia’* Entre « base econdmica ¢ a superestrutura deve haver uma “correspondéncia” que permita a reprodugio co mode de produgde, Explicando melhor: « moda de produsto [da vica material) prossupée um certo nivel de desenvolvimento das forcas produtivas frecisans natuciis. populagio, babilidade da forga de teabslho, conhecimenta tecnico, tnsios de produgio acumulados etc) e determinadas relagdes ce producao (as relagdes cnr os homens que derivam desta sergio dilerenciads no processo de produto), & supexertratura jrldico-politica ¢ideologica “adequada’ emerge como condigto para que ‘o modo de producio (em especial, as rekagoes de produgéo} se reproduza, Por exemplo: 9 trabatlo assalariado — como relacio de produc tipica do capitslismo ~ exige oinstre tnentojucidicn correspondents - 0 contrato ~ que estabelece formalmente a relagéo entve ‘duas pessoas puridicamente ives iguais. Aléz disso, ideologia domninante deve tornar aceitivel para 05 trabelhadores essa relagdo. Assim, 0 conilito potencia] entre claswsan- tagonicas nfo impede que 0 modo de produgdo se reproduza. ‘Mas como se proceseaatransisin de urn ssodo de produgio para outro; seja, quando as condigbes para 8 reprodugio do mode de prodagio sto colovadas em questio? Perry “Aodesson entendde que, na obra de Mare, transformagie ~ ox 0 “motor” da historia ~ pode cer vista sob dois prisnas: se: Ovonic reid Horarsnatoe etn mba che pen nt os onsen vin oun gary ssn pee ica ya unséesnan sre ey, ne CBRDRO B AIGNCL, non, Rss ele SAS ong Hee 35 [al @ potenca dsjnne nes pibaris textes da Man ena sua atibuigSe-do peel do mesor rimitio de wansfonnageshistica 8 contarigda ante 9: forgas predutwoneasrelaghes de pro uso. cle un fado —penie-se na farnosa ittoducar de SpA Connbiod Clea Earn Polticae.ds outa alura de classes - pense-se no anfestoCammuns (ANDERSON, 98,2539) Bagels. no Preficio de 8838 edicdo slemv do Manifesto Comunisha, essalavaco papel a fata de classes: . Ades fundamen que sravessa toc 0 Maests a saber, ie ery cada Spocahisntce « Brodugto econmicae esrutura socalque dela necessriarnena2 decoree cantitiem 9234 fe stra paltica cinalectal dessa época, que. consequentorrunre (oes a dsoiucaeida an tiga Gosse-em comum da ea, fous 3 hss em sido urs Pistia de uta Ue asses, datas fem cases explora classes exroredoios, enme dassasduminadase classe dominant, (ros chferenes estigios do deservalsenento social.) essa idea furelamental perterce cna cvtlusvamante a Mane (MARR ENGELS, 968, pasa) Env texto de Mars, citaéo por Anderson, se tem « outra perspectiva: Envumacerta etapa de seu deserwovimento 3 foreas prods inatonts dasocledede enti 7 conrad com as relagoes de prodpdo aduonles au, 9 que nada mais ¢d0 que 4 sus epessdo urcles, com as elagdes ce propriedade dentra des quas aquelas até enta thom, # movide, De formas de desenvolbimente das forgas produtiacezsaselagSesse tarwfonmerr fem seus othdes. Sobvevém endo ures roca de revohcae social Cam a wansformace de base econdrica, toda » enorme supetescutura 52 trrsfoina com nafor ou menar rapider MAAR, 286, Dust 4 foraia pela qual Marx e Engels expoem a ascensio da burguesia sigere wnaa posstvel ‘tticalacio entre as dots “motores” da historia: Gia prdpria burguesa movie € 0 produto de ur longa erocesso de deserwslvienta, de lima sire ae eevohigbes nos modes de radiucshe de roca Cada ume desses tapas de desanvalvimenca da burgess fol acompashada pot um ata- ‘2150 polio covtespondente(.] A burgcesiadesempenhou ns hile um cape exten ante evulckoniria Cade quer qu tenhe chegide ao pode, burg uesa destrulu todas a eagses eds larcals ica, dvacerou impiadasamente 05 vavegado ago: foucais que fgevarm w sei ‘mane 9 seus supetiores nasi, © ndo defvou subsist entre homer e homem outio wacula Aue nao o inteesse nu cr, cinsensivelpagamento em dinheis’ Afogou nas squat Osh 109 cAleuto egoista os sageades fremitos da exshocto relgiosa, do enuslasmo cavalnltesce, 26 Ldosentimenrairno pequenc-burguts. Fez dacignidade pessoal um sinplesvalordetreea eno ugar laine Hberdades J ecanhects @ duramente conquistedasolocou unicarnente a lberdacs de comsrac sem escrdpulos, Numa slau, lugar da exploragso mascarada por iustes poteas © relgises colocou aexploragio aberta, despudored, deta e Aid. AAR ENGELS, 998, p88 49) [esse breve teche, revolugdes nos modes de producao ede tract (ow seia, nas foxgas produtivas e nas relagies de produyao) tratar do carter especifco © pecoligr do “racionalisme” aa cultura ocidental: Para carecterian sue cfeenge do onto desta ia histo da Cultus, dave-s ver prrveit em que estora reco elas crarterer Pov ssa, SuIGE RovaMente a problema de reusrhacer a eculidage espeatca do racionsism ocidentale, dent daste: meciomo stioratame eet ‘ental ode esclorecera sun arigem, Cacia uma dessas taniacva, tania em conta» impor le funtsmental ea eeanaii, deve, antes de rhais nada, anal ax eandigbes euonéiicas (WER, ws) Aafirmagao ¢ absolutarmente clara quanto 26 fato deg economia ser fndamentel par esclmecer a origem do raciomalismo capitalist, 0 que a aproximaria daguilo que se atibui 4 viare,Poréas, a sequéncia dessa frase permite entender a que afasa Weber de Marx, pois: ‘Ao meson termpa port, no 3e cinve omit comelagao ver. to pasate recionasmo {sconémico, embats depend pacilmente da técnica & da dain rar, 20 mesmo ter po dcerminedo pela capacidadle e dispesigaa as Romans er afar cet pose conde {erosional Oude elas ers cbstultas por obscSculasesoittaas. 0 desenvolvimento de urna ‘onduia econtenica também tem encontrado uma sia rsiténc'afntems. WEBER 1987, pp “bhutan xsticadeaniamoen divest dpacashercae-Chah son Jao eantilctapeae ssbque asrra ener ura on uluzan Go eperinwderc wei ns gis et ‘rane! pss ei EER, enn. Mas osackaliee eda ea sumsals eo teulsno ci, iPaper ula (MEER 98) 30 oesieac tai mtn easiest ease ‘Esta divergtncie é reafirmada por Weber nas paginas finais de A Lica Prorestante ¢0 Espirito do Capitalisme. A conclusio substautiva de sua obra é de que a condta racional bhaseada ne Kleia de Vocaczo (am dos componenies Fundamentais do espirite do moderne capitalisma) nascen da espirite da sscase crisel (WEBER, 2067, p20) «acrescenta: Aqui agends ve tatou do ato eda tec u de sus nuncie am apenas um, se bem que ne tne, ponte da sous motos. Sera, todavia, acoso irvestgar mats adiant, 2 maneir poly quo] 9 a8eade protertante foi por sus vez inflenciadla em cou cetervclarnant e crater pela {otaidade das condigges soca, aspaciaiment pelss ecandimicas. te porque [.] no se pode pensar om substtuir ura interpetaye materitsa uridaneral por uma iqualmonte unter veragho causa espiruslst3 da cute ¢ ds hisbria, Aas sta quslmente wires, mas uma delas, no servi Ue itraduc, mas side conelusto, ae ruts pouca sen9 ER 97, p12) 0k interes da vercade hist ( Deese modo, fica evidente que Weber aceta a intludncia dos fatores econéraicas aa foemagie do espirto capitalista; portm, em sua concepsie, o esprite capitalise (assim como outros fengmends histérices) resultado da acao de moitiples fatores, Qualquer ‘explicagio mengcaysal (seja pela economia, sea pela religiio) seria inadequada para ‘Weber Umbora esta conceprio de Weber ndo se}a compativel com a visto de Marx, nie se pode atribuira Marx determinacio sinplista de fendmenos historices, come naquilo ‘que Hobshawrs denominou o marxisme vulgar: ‘Com esta breve nots, peteademos apenas indicar @ ponto central da divergéacia entre Marxe Weber, fim de eviler as interpreta;Ses apressadas da critica webeviana ag mar- wise, E claro, 0 tema comporta discusses bem mats profundas do que a feta acima HISTORIA ECONOAUCA GERAL: OB/ETO E METODD Otitalo do tivro— MistoviaHcondmtica Geral - pode sugerit ao leitor uma revisio de todo ‘© passado do homem em. rela,do 4s formas de “satisfazer suas necessidades materia: Na verdade, 0 objeto deste livto, do ponte de vista cronoligice, & hem mais restits, Seu ponte de partida se situa em breve estudo da sociedad feudal 2 fim de discutir coma se ‘processoua transigae do feudalismo a0 capitalsino. Q interesse especial desse tema € po- ‘der confrontar algumas teses sobre a transformagzo de urn sistema @ outro, situagao em ‘que se evidenciam de muulo agude as diferencas tedricas e metodoldgicas na anilise da histosia econémica. Deste modo, do ponto de vista cronoldgico, iniciamos nosso estudo em torno do ano r0co quando o sistema feudal esté estabelecido. A partir de 100, obser- vamnos as mudanges que oe processam av sisters. a» [No plano espacial, nosso objeto da Europa Oeiéental (on. de modo geal a cvilizegto ‘ocidental as dreas do mundo gue foram oewpadas sob a influéocia dos paises da Tux0 pa Ocidental), Hvidentements, sta opeio detsa de lado importantes aspectos da hisGuia scondenica misdial: por exempla, prgie as “evizagbes orients” aram "pare tris? da Fueopa Ocidental no segundo rilénlo da era crstS Pela complesidade « abrangeacia do terna, seria dificil inclair observacBs que mio fosseensupericias immpcecsas” CConcluida a transigio do feudalistno ao capalisma, passams 2 diseutc os mudangas {ue se pracessaram no préprie capitalismo ao Longe des séculos, Como hé vérias con cepcies do que sca o exptaliamo (¢, portant, de qual deva ser o foco ne andlive dessas rudengas), procusainos, sempre que ponsvel, expor as divoagnciasinterpretaivas mais inlaentes na historiografi econdmica. ‘Desse modo, catabelecemos of lnites eronolégicos e cepaciais deste Tito: trata-se da [istria econbunica do monde acidental ow sea, Europa Ocidenta eas reid acwpatlas sob sua inflaéneia ou que cilram em sua esfers de iflugncia) mum periodo de cerca de 1000 anes (ou sje, desde o ar v000 até final do secu XX). Lim fema to velo apesar de ser uma pequena parte da Histéria Econéimica co mundo) eva algumes dsiculdades Primetra,a de slcangar © equilibria entre jnformagi sebre os Estos econbmicos das épocas em foo com andliseetaterpretagto dcsss fates, Uno minim de infermacso fa til éascessécio no 9 para jueificarasinlerprelaydes et pata, mas aber para sitar Iistoricamente 0 Teor em relagio aos processos em discussdo. Segunda, ade “escolher” os fatos mais clevantes paza compar o quaden de andlise © insexpreiacao, Optamos por una ezposicto organizada em torno de marcos crono¥6ecos suas ns histociografiaecondmiea: twansicSe de feudaliema a0 capitalism, revulugao i dostrial britincs, segunéa FH Lotes dos camponeses chamadas de mansos (a lation mansievovansi) on de tontris (de {rancts tenance) eram os totes, dentzo do senaric, que estava na posse dos eamponcses ‘que cram cultivades por eee por sua familia. PrSximo & area das tenéncias s localizava a shdeia om as habitagbes dos camponeses. Os lotes das camponeses ndo eslavarn consolide- eco rge dosterncsuzao§ gt ger as ts ens Astrea sie oma dds yen eom Bee nin pina ceva eeu consis ave breeneem suaumen orice Grasdeesgeteracie dosemo tam deeecfrtiace wipe {2 othe des none eo ders eas estas quem cncoles pues ee eee MUD REE ENO ‘eneseu oe 3 ieiekio D simak empnaterso ie unacaraind des ea dechbees9| a ‘ers 20 comm: deta do senliorio havi a certs eas que embora oe 1 rent pertencstm a enon, pada re an or todos os seus habirantes veaTam pastes lorestas (que fnecinny a wales Para constrygan ¢aqvement) pos pantanes, dreas potce propicias fi levoura ete Serviam coma importante apoie SSirasubsitinet ds camponees cabeagor indagar como 38 fern a alzagaoecomBnsea do senor ovate dodo sw tender me dover tae ate epreerado poe umpreposts)ecomatalbedessrniceneeneinoen cmtypésn de esravos) que vin no proprio. centro do duminio, Bram os servos dedicados wey eericas doméstcas¢ tembéen 205 outros oficios (erccos,cerveeims, mnageiron, “ eontros artessos). Ssh inporet + ra de ing das sats sex eto ‘jour’ lipica, see cultive era realizado Peles camponeses, obrigados a trsbalhar naz sas Go seahor (2x gerel, de dois » tres dias por semana). Essa obrigacio, denominada rire de corvela, er 0 demento mate caracteristico da scrvidio: se, origivalroente 1 Tampons Inte poda te rocado a ndeoecaeae pele protesse do senor dante rps da gers daLachrigneen que clement cohe ea zi) 288 brig Seo onjo do tena pasar ste apostaro cn cross er aomi nn snes en fa necssidade de poteyao an eatiponts ‘ff tacones ep mc ii a oan parame soap moe tg pacino poo pare nercesjs ont na: oases Opa» war at nvaaroa dace eae ee ae usthotem gmetad do pst aga qtare a ipecomla tine tan a cee Sikes impo pos wkvescam arene chee ae sone Bieeb tequecocmadare ney rp pzament snl jutisnc con doi en senhons en tc ew vs ecobndovonerenen a fae mara qunco artes ees deta eg sat 0 ie annalgue tite as brig tami Fram feequentcs como o lzimo para Ig paganen oe ac ene sgsemn tea permissio para casat ua filia ou para um file ingress selgioss 50. Sea absigucto a cocveia cra camprida pelytrabatho divewo do. componts na reserva seahonah pars laze frente otra obrigases, o capone dey wohe an produte de sem trshatho =e de sua famllia—em seus lotesde tera Por renee sa obsigasoes exam pagas ce specie (a0 tipo da banlidade ou daaniv rote) masts spans Epucese ligares fem Podinw sr exigas em dihito. Desse odo, n produits de eaten 60 cain pons ep ambla na tentncia devia dar conts da ubstteucsfenoes cea produce won ercederte para cumpsi com certs obrigactes om relagioasvenhg (ome nota um biscoriador ds dade Média, “Onde o venherse a estabelecid, ele pos. Station a uma propor relativemente pequena da populate, svg sembores, viver na senile cauaddncn, decand cau tempo is pusrase ao conclog te poder sobre seus semsthantes" (HODGELT, 107s, p46), cedade ¢abandanca dos seahores 96 cram posts porque vina area dv me balue dos servos, pelo excedente do meceairioa sua subsivtrory era desviada para sopcir 2s recesriades do aero ede sua cort, io era especialmente dann Porque o campo, serine abrigngto da corvea:tatavase de umn obrasan de connec extrascondmico 2 gut ato bavie nenbume “woe” econdmiica por és ces (mem qve ns origean ham SES Bm 001 por proto), Fas caster da obrigacotransounce a Priptio vincale des Dessous coma tea: alo td propriedade cous entendonn hfe. uma proptiedade {heclat Qe permit, por exemple, acomprava vendadatere Ae ceenn cabin o direito ck ocupasio ¢ de aso caters dtcita que cle nia podia cotesc tercciros. Untatimente, hoe dmg Reeditéro quesewansera aun scusdencentotes ag senlior fesdal Labs» hei deusotiir de parte do produto dese tera por mene de brigades que serve Ihe devia, Assim, diz-se que hé uma “hierarquia de, Propristarios’ ens qe @ cam ronss en dirit de uso ou a posse da tera eas tenbones ev docs emtinente sobre “160 (ave gurantee apropriasan cle parte do produto da eer) {gnorar que houve petiodos de expancio ds economia, em parte sustentados por inava hes com razivel impacto sobre a produtividade da goa, ‘A expansto feudal se mnanfestou, em primmeito lugns, pur meio do warsento pop ional Hole nBo fo. expressivo durante a Alta Wade Media: eavbora as estimstivas no clam peocsas, adiate-se que do siculo V a0 Vil houve mesmo devin ca populaggo ‘europea. A expansto do Impétio Cavolingio, no século VILL, teria cnrrespondido fase de crescimento da populagie cujas indicins seriam 0s noves asroteametos verifcades a2 fpoca Os regstros sia menos condsives quonte aossécules IX. Evert, pore, qoe 2 partir do ano 1000 indcios de razoivel crescimeato da poptlesia. Os resiteos mals Seguros dizem respeo 4 evolugan demagriica dit Inglacins up 1986 setsnea 26 we opulagdo de1.100.000 habiLantes; em 1348, est ntimera hava se elevedo para 3.780.000 habitantes, praticamesetiplicando sea iimezo nam periodo de 250 anos, Bara restate dda Daropa néo hd dades precizos, pore, admite-se que, entre 1000 ¢ 1309, a populace tenha duplicado. Assim, o ano 1990, ja indicado coma marco entre Alta ea Batza Made ‘Média, define tainém wm novo pao demogrifico? evescimento populacional tami éatestad, indiretaments, peloespansto das reas colonizades da Buropa Admite-seque “até ofim do Primero Milenio a Ferope Ocidental permanscea um mimdo éalocesta’(ANTONBTTI, 1977, p33) De #00 a 00, houve a dlerrabalae arroteamento de forests e drenagem de pantands,arupiandoa area agei- cola ca Europe. Em parte, sw se deu em areas }é povasdas, pela incorporagao de Saas de terees incultes. Mas honve rambém expressive ocupacio de areas yazas, com a funda do de nuvas aldeias, expandindo a abrangencia da arganizagao Feud. Até@ século X, a ‘suropa feadal ~ herdeira do tmpério Caroling ~ se limitava, grosso nindo, as teras da Yranga até a Alemanba (a oeste do rio Elba} ea tila peninsulan A partis do s6eulo X1, ‘a expansio se dou can vitiosdirecBes: conquiste da Inglatera pelos norrandos, expan so a lese do Elba (até regines eslavas © 0 mar Biltic), reconquista da Peninsula Thésiea tumbém na diego do Mediterzinco com as crarades. F certo queo ereseimento populacional eu expansio terterial da Boropa feudal res ‘ponder em paste, fm das guercase invases que se cepetiram doséeule V a0 sécaln Xi. As mnstes em combates, os saques, 2 destruiedo de colheitas auuavwun contzariamente do crescimento da populagio, Porém, preciso reeomhecer que alguatas mavagdes tive ‘ram expresso impacto na produtividade do sistema: por exempl, a cezzaga de quatro roudas,6 uso do cevalo 0 lugar dos bois v2 rotacao de tes campos em vea de dots (selu~ zindo area que fcava em descunso a cada ano). Estas inovagbes, Pouco expressivas aos ona de hoje, podian apresentar resultados apreciéves 8 epoca: cosa maior produgio ¢ 4 pains stan dapepaiictzcouprdtan pisoan enue lied hob psn ries eatatamesCenerent,es tas poems cites pe apesanm “Emo'iragioda ose popu fe exis io pgs ROUND 2 TENET, 98) ao Sydnee inne rnin tind i ata | produtividade agricals, uma populscio, bem alimentada e menus sujeits a criges de fome, jeadia a crescer mais rapidement. ° Aw avaliac a possibilidade de inovacao @ aumento da produtreidade no regime servil,his- torladowes spresentam argumentos em duregses epostas, Algurisafirmam avitalidade da ex- ploragio das tenencias pelos préprios camponeses: a0 organizarem a producto, esses campo. nneses poderiam identificar a possibilidacle de introdurie inavagbes exe benvficiar do aumento a producto dai decorrente. Outros proferem ressaltar a diiculdade de inteaduzir inowsgaes 9 sistemta de campo aberto (pois todas os canponeses que ai tiuharn suas terras deveriam: sccitar as mmuddanigas}, Além disso, sdenitem 0 risco do os ganhos de prodatividade obtidas pelos camporenes ms exploragiia das tenénciag sescat ebwvr vids pelos senhores feudas por ancio de novss obrigagdes impustas sobre os servos, Bstas tendzicias opostes provavelinente extiveram presents em diferentes épocas: se odio hous ura blogaeio abyuluie & inovagio e wp erescimente de sistema, também ndo se trata de umm sistensa dindnsico em que inewagan sejaalgo inerente a0 seu quotidian, - ssas consideragées sobrea vitalidade do rogime fendal de exploragdo permitem en- tender por que, entre 0s anos 1000 ¢ #350, houve uma significativa expansio do sistema, sent slteragio muito expressiva de sua estrotura. Mas, paralelamente. oute fendmeno vonha se articular 4 espansto feudal, Induzindo algumas mudangas na forma das obri ig0es dos servos para com os senhores, 15 © ARSSURGIMENT NO COMERCIO NA EUROPA OCCIDENTAL £ SEU IMPACTO SOBRE A SOCIEDADE 1LUDAL ‘rm ato unre sacs ude dd ectomis chad ca es ecco tua Bn acco édenncm epi berarons ae ssa ssn na coon em que nos oedema an he Yoduos mio sho oe deur Se vado mone Ns ee pee {Sager conierr enna el como nal om embers crsaan roca line ed, vin algna toc de profes os uns ene rater Ite aogan cmon fecal alequa, pte tapes urs sono oo aueesvorsieriteémutotiniads eas eguocoméran laces ann Sroirameannne epost aguém lj come'io se uahe mtd eneptee Sand enone de slaecomecal fo basamerceule ¥clramos cr ua abies 0 delino das eae do eomlcaS s Inpneraran umd oiausa eee BNCUISIN 6 jada Paar clade lromasged ~ls"npacosin inate emia ola alas Ane dade emacrgeie ores ceps ble pares erase ope eeoeameen® ces 54 Sole tentiinmnnnciasa Bilas eset iene rr deslocamento dos magulmanes) levou ao renascimento do comércie, O marca ceonols ico inicial desse processe, como indicado por Piteune, teria sido a primeira crea, no anv de w96. Ear qualquer deshhipdteses, é certo que ne século XU ja se registra intenso movimento ‘vomercial na Europes, Os faxos de mercadoriasede moedas voltarsin aitrigar oterrtorio ‘europeu, Desse modo,» caracteristica asualmente atibuida & econonsia feudal ~ de uire ‘economia fechada, sem trocas. foi superada por wna nova stuagdo em que ocomércio ¢ a circulass0 monetéria passarama fazer parte da vida quotidiana da sociedade {Um dos ternas mais contravertidosa bistoriografia diz espeito as impacto do conér- cio sobre a sociedade feudal, Al prevalecia » producto pare subsistacia dos proprios trabulhadures es extragso do excedunte dizeramente sob a forma de irabatho (caso da icin na reserva senhoral on ainda em expécie (av caso de outra obsigegdesimpowtay soscamponeses¢eumpridas com parte da produgio de wus lotes deters). No mite, po demos afermar que o cométcio ea circulagSo monetiria exam dispensiveis nessa forme de ‘rgantacio (mesma que historicamente tenham subsistido em dinsensGes limitadas), Por ‘es8¢ mOLIVO, 0 renascimento comercial © reativagin da ciccalago monctécia deveviann provocar alguma mudanga na forma de organizagio da sociedade feudal Ocomércio ea circulagio monetéris ebrian: wa possibilidade dc ineyivel impore ‘nest: a8 obrigaydes em trebalho ox em espécie poderiam ser substtuldas por pagamnen tos em dixheiro, Em particular, no caso da corveia era possive] haver @ comutacao {ou s¢ja, «troca) da obrigecto era teabatho-na reserva senhorial por um pagameato em di shelro, Para alguus historiadores,o fim da obrigagao scb a forma de trahalbu implicava também o im da servidio; para outros, enquamte 6 pagamento tivesse ocarater de wine cbrigagao imposta por coeryao extraeconéimica (independentemente de ser cumprics ‘coi rabatho ou paga om dinheiro), a candigae servil da campanes se cnanteria, Hats £ Juang das divergéncias presentes na discussdo do impacto do renascimento comercial sobre a sociedade feudal, divergencias centrais na andlise da transiglo do feudalismo a0 capitallsmo, Por isso, essa e outras questoes interptetativas serde analisadas mais 2 Grente, no quarte capitnio desta parte do iivro, 2.68 CRUSE EEUDAL Até aqui centramos nossa atengio nas eventos que acepam: os séculos XI, XI ¢ Xt os ‘uals caracterizam 2 fase de expansn feual (por meio do ctescimento da papulaggo, da colonizagio de novas drvas e também pelo erescente volume de coxnéecio). No entanto, em mendos do século XV # expansio foi interrompida e Vitios eventos indicam a enna, gencia de uma crise do sistema feudal (a qual ocupa também a primeira sictade do steu. To XV). Qual o semico dessa crise e quais as evidéncias relevantes para caractivied la? 85 [A primeira evidéncia da crise aparece nas estimativas demogriticas o impacto de deci- ‘io da populagio europeia verificado ne século XIV se estende por cena de duzcatos nes, como indicam os dados da Tabela rapeue tt Populaso eropeta: 1201s femmes de habitants) a Pore | 1350 oo [a % Fone BESET SF sah He WORE Fad Nc irk ger amp spud ISEMIN hp (© declinis populacional, particularmente acentuado na Europa ap4s300,¢ forte evi doncia da crise dessa sociedade, pois mostra soa incapacidade para gerantira reproduyio de sua populacaa, Ussalmente atrinui-se 0 acentaade declinio populacional entee 1300 1350 aos efeitos destrativos de uma epidemle de peste ~ x Peste Nepra-- que atingis as principais repiaes europelas em 1348, Admite-se mesmo qne, cm cettas regides, usa ter- ‘gods populacio fol dlzimado pela epidemia. Por als preciries que sejam ss estimativas apresentadas, nesses mimneros esti refletida uma teadéncta geral do movimento de magrifico. O ana de1350 8 registra substancial destinio da populace que se acentuou até o fim do século XY. A recupertgio do nfvel popnlacional de 1300 af se deu em turne de 2900, Seria wdequada arribuir o inicio desse movimento demogrifico apenat a Peste Negra? Em emtados recentes, 2 peste ndo tera sido mais vista como um evento tinico e sim como um acemtacimento inséride no processo mais amplo de crise feuds ‘Fado indica qua, ja no camege do séeulo XIV, havia snaisclessa crise. Em 135-1317, vee rificou-se ama grande fore na Furopa do AtRntico alé a Rissia —asociada s colheitas -mediocres alta abrupta dos proras dos grins «clevada mortalidade, Embore atribulda 8 fatores clitieng, essa Some sugere a exisigacia de algum Cesequilibrio entre papulsgie ce recursos, Admite-se mesmo que a tendancia ao declinio la popuslaste er aamplas dceas da Europ tena se ipiciado nessa época, Desse modo, a Peste Negra outras epidemias ‘que se segulrara (em especial as verificadas em 2360 e 1372) mostrarani-se particularment® doletérias co aingirern oma populagiodetilitada por condigies precdsas de aliqentagao.” algae argatsabre peo tla ceqytce dequerasenre mocap nese 3 Gur os Camano ene ag legate cues ennai dca = :73 a 56 i : 4 4 Alits, as fomes, ac taduzirem as migragdes em busca de alimentos, eran tum fator para slastrar as epidemias por disserainatem no territério os agentes causadores da doen: Era uote, Fores v epidemins cevlam indicios de uena crise da economia feudal ‘ens hipétese para exphicar essa crise afirma ter acorcide certo esgatamento das éreas sixponiveis pera colonizagi. Com crescimento populacional, novas areas foram sendo tpcorgoradasao sistema fenda}, parém com acrescente risco dese caminha para terras me- hot reise, possivelmente, aumentar excessivamente a densidad nas éreas mais antigas, Des anode, ascondigees de subsisténcia ln conju da popalazso tertam se tornado pre~ crag, Assim, nas areas de powoarnento antiga, 9 sumento da popalacde deve ter ocoreio cea propargio supesiorao da pendugao: cm algumas dreas de colomizasao recente, a red sida fetildade da tera Jimava as condigdes de sabeisténcis de veus habitantes. E peovivel que. Gnas mas do delinio da prodiutividade dai decorrente recaisse sobre os campeneses ue, devendo dewier parte de sua pradusdo para osustente dos senhores, passavnm. a contar com parcela decrescente do presto’ . Sob essa perspectiva, odeclinio da produtividade aparece como o resultao “natural” dn ocupagdo de tecras meses ftals, No entanto é possivel que o decliio da procutiy! nde devorresse da prépria forma de organizacso econémica e social que desestimulsva sadogfe de inovagbes. Como netamas, a possibilidade de 08 senhores felis amplis. em a extrario do excelente camponés por meio de novas obrigagdes desestimulacia 0 «sforgo de inovar para anmentar 4 produtividade. 5 provavel que virias revolias ocozvidas no Século XIV sefletissem a cxisténcia de for te pressdo sobre ax camponeses. Revoltas bastante amplas se verficaram, por excraplo, em Fiandees {510}, na Fron a chamada facquerie, em 1398) ¢ 2 Inglatorea (1381). Evidewte. rente, uma épaca em que os sechures tentavain linpot nowas obrigagSes aos servos nav crs propicia para iniiattvas que aumentassem a produtividade ea produgie de alimentos, Evcerto que a Peste Negra nic vitimou apenas as camadas mais pobres ds populist, rem 36 a populagia rural. No entante, sua rapida disseminagso pode ser stribmiga 20 ito Geque oma geande parcela da populayie eucoateava se em precirias condigoes de subsis- \ancia,sealtado de produtividade estagnada com crescente vxtrayio do excedente. Kssode- ‘eri facilter o vontigin etre a poprlasao pobre e também ns dizecao dos segmentos mais cious da sociedade. (Quais foram as mudangas da sociedade feual induzidas pelo declinin populacionsl? E cificil exageraro impacto da queda da poputacto: além dos suimeros ja indicados. ppodemos lembrar que na Inglsterra cerce de 1500 aldzias foram abaniconadas 2 partir de mexdusdoséculo XT¥ eque.na Alemanha, 25% ds localidades habitadas ema3co haviam 1 frerianens da gues ebm ay rm rds ds produ poe fa fa, no BUEN Sinclar deoute SPEND an Ope acasacrhule’ ana joer pemeceset GH a desaparcido emssoo. Toure, em amplas areas da Fup, un verdadero despovoamen todo campo cansaco pela recusao do niimero de habitants (HODGETT, 975, p23) Evidentemente, um movimento demogriticn com tal dimensin tern de provacer mae anges substanciais na sociedad. HA dis resaltades tmediatose passtveis de obser vaio ‘empirica: a reduaw do prego dos cereals ¢¢ aagiemto doz salézios 0 que provocava enor snes problemas pars © fuxciouaameaty da propria feudal Para muitos seniors, a explorarao do senha os moles vigentestonnou-se quase sve, Em muitos casos, o wiimera de servos se reénza tanto que compremetou a ex plorsgaa da reservs serial, por vezes até eam alguns tes de servos perdecam seus cccupantes, Além distr, com a queda do prego dos cereais, a renda obtida corn a venda do excedente de produgio da reserva senboraltarchém declinaw, Desse modo, arena Ga classe feudal, que derivava do produto do trabalho servi softeu enorme impecto com 8 brutal queda de populagio, Os senhores esbayarai alguinas reagbes para cormpersar 0 desfnis de suas rerdas-tentaram aungliar a carga de servigos sobre os servos que pet manecerain ny senborio e pressionaram o Bstado, quando este jena forte, para impor Timits legs a08 salérios: € 0 que ocerrea si Inglaterra em 1951, com » aprovacio do Estatuto dos Trabethadores wu proibia 0 pagamento de saltiossoperiores aos vigentes 6101346. No entanto a escasez exizena de trabalhacores impeviu que e858 asQes tive sem maior fick A shternatiea possvel fol alguna mudansa as forma de exploragao do senhoio. ma tendéncia importante fotno sentido de promaver 0 astendaamento da reserva senharial pralelamente, 4 comutegio da coreea—obrigaau servi de trabalho ne reserve senorial ~ por nm pagemento xn dinero. Ao arerdarareserve senhorisl, o seahor ni neces ‘tava mais do trabalho teri nb a forme da corveis; ao consular &corveia, otic ma renda em dinheira que conrespondis, em esséncia, 0 veho direto feudal, Desse modo, 0 senhoxesfeadsisprocuravam recomipor sua rel afetada pela crise do aéeulo 31% Evidentemente, esa solugio ni era fo simples ¢sentével quanto 2 descricko acim pode soyerin: nem sempre havia camponeses dlaposts ¢ enm condiges de arendae a ters além dito, muaa simagSo ema uc bavia excedente cetera « excesse2 de trabatha, domes para cultivi-la{portanto,selivies clevados), arena da serra tena a se rede, Esse efeitos, conjugacos, Coram responsive por significativa redncio da tend da classe fecal em smplas reas da Eucopa. Ouizo resultado da crise do séenle XIV foi a muudanga na compesizéo da prodigso rei. redujéo dos prejos dos cereais igo em especial ~induzin a substitulgao de sua (9 eenemene ratdhosscbiaco he oferta dn aoe we seers ehedesauin Sees ‘uepstominna ena Hoontaniy una uel destabsbsones-eacno nha cesses tenses iso ates pos tiabai w uccade lis em ena nents (amos mad ose? ako ln nos Gos baad ese alneings dessa aoe, se cultura por outcos tipes de prodagdo, Por um lado, obse:vou-se a disseminasao de noves cculttras, por éxernplo, da cevads, da vinka, do linho, Pas outro jé em meados do século XY, iniciou-se ceria conversio de areas de lavoura em pastos para a eriagan de gedo bo. vino e ovino (est para producie de 2), antecipaedo um movimento quese ampliow no século XVI. Neste caso, acentiacu-se o daspavoamento de campo pela redueida neces, dade de mio de obra para a pecuria, sla nova composicio do produto da atividade rural witava associada também a uma smodanga ao perfil da demanca:jéindicernos que 6 declinio bratal éa populace reduri- rea demunda de cereals basicos da alirventacdo, come o érigo, Mas a redacio abrupta da Papulaglo teve uutro feito: uma certa concentragdo da riquera nes ma0s dav que subse viveram, definindo um novo padigo de consome que inclaie outros produton (como 0 sfaho,a ceeveja,a carne, os tecdas mais finos ete). Portaato,a reesteuturasaa daatividade spl respondia também a mudaangay na disuibuigy a tends decocrentes do movienento Aemogedficn dos séculos XLV eX. Yor todas esses 1220es, o século XIV & definidla como 0 século da crise feudal. Crise, antes de mais nada, porque foi rompid u proccssa de expansio que viaha se efetivando ‘esd @ ano 1000; nuas crise, principalimente, porque comecaram 2ser eoloeadasem ques ‘Ho algumas das relagdes fandementais do feudslisme, A substirigio da corveia por ut pogamento em dinheiro € uma dessas mudangas, pois expressa um certo alivio da telagio servil, ao menosem sua forma (embura muitos diseites feadais tenham sobrevivido emi thy resrigbes aos carmpoaescs, poincipalmente seu vinculo enin o distrito ou a parésquia de origem, continiasser a exist). Por outro lado, 2 ampliagio dos arrendamentos da ‘reserva senhocial deu margem ao surglmento de novos agentes syciais ¢ campones que dein acondigto de trabalhador servl para se toznar um arrendatirio ou mesmo o burgués {gae se ntoressa em investi na agricultura. Evidentoments, nem éodos os camponeses se ‘tormarara arreudatavios: no bojo da crise feudal, muitos acebam por perder seu acesso & terra, vestende Dies apenas 0 seu prdpzie trabalho para sua sobzevivéncia, Em sama, 20 fim do séeulo XY, v campo na Peropa Ocidental apresenta um panore- ‘ae completamente distinto, do ponte de vists social, dagacle de dois séculos antes una clasve feudal substancialmente enfraguecida (eimbora mantivesse alguns de scus velhos Siceitos), ama camada de arrendutirios que tendis (ao anenos uma parte) 2 se tarnat re- ‘uivameate préspera c os camponeses mais livres, no plana juridico.embora nein sempre ‘em mdliores condighes de vida, Tistepenorama geral, que apresenta nuances regionals, sho se aplicava 4 Europa Oriental (especialmente a Poldnia) que, ao Longo de século XV se tzansforinoa numa érea exporta- fora de crrenis para 0 ccidente: 14, ao uominiro, a3 relagbes de servis se tornaratn mais "ypéas aum movimento inversoac ecima delineado (cunascido como “segunda sexvido"), mama histéria que se prolongou, no caso de Rissa, até a segunda metade do século XIX ‘quando a servicio fi legalmente abolida, 59, Observadas Europa de mead do sealo XY, era excasta x pecspectivadexecupersgzo dacrise ques iniciara ne sbeuloantezior #, noentanto, na egunda metade do século XV ts Devopa retamou seu processo de expansia, nto mis nos vellos mes Feudais, porém tm novas bases. Lo qe procuzamos delinear no préino capital, REFERENCIAS ANDERSON, P (iat). Pussagans do Amiguidads a2 Poaalioo. 2 e., orto: Edighes Afrosta ANIONETTI G. 977) A Hoonomia Medieval, Sin Palo Ato BRENNER. R. (089). feudal in ATWELL [o MILGATE, M, SONEWMAN, B,(@3). Tite Mowe Delgeave A Pacionay of Beonuma, Volume» Vendor The MacMien Press, p09 26, DOR, MHL. O98). A Evalue do Gapitliss. Sao Pout Abii) Olde GASISHOR EL. (60), Que 0 Frudoliome? Lisbow: Publicagoes Poropaamérica, HODGETT.GA (iors. Hiniria Sociale Eondmsice la dade DHdts io defansi, Zaher Eivones IMISKIMUN, ILA. {984 Beonemia de Renaicnnenta Europe (300-1600), Lshoa: Bitxial Es campo PIRENNE, 1. (1963). Hostévan Ecoadmicee octal a Bate Média. Sto Pas: Mest fo. ROMANO, R. & TENENTI A. (573), Lav Fuoktamenioe del Murdo Naderne, Madidf@téxic: Siglo 1 60 i | i | 5 Capitulo 2 A BXPANSAO COMERCIAL E MARITIMA, O MERCANTILISMO E O ESTADO ABSOLUTISTA exise do século XIV havia se manifestado de forms agua pelo declings abrupt ia populacic. Ao perder cerca de um targa de seus hubitantes, «Buropa tam- ‘bm viu mitas areas rurals despovoadase cidades abendonadas, Embora sss MTitade possa ser atribuido de mado imediato& Peste Negea, a verdade ele eflete uma, crise do sistema feudal: seis por uma pressio crescents da populagto sobre os zecurses natucas (especialmente a tera), see pela Insuficiéncia do produto gerado para sustentar 4 populacio, dada a forma de orgaaizasso social da produgao, osisteana feudal mosteava se incapa7 de macter a expansia que © havia caracterizado desce o uno 1000, exponsio ‘que se manitestara pela ecupagio c colonizaca de dress até entin vazias. (0 impacto do declinie papulasional foi particularmente farte sobre « agriculsure feudal, De um fad, hove redusie do ssimero de traballiadores rurais 9 que provecoti U abandono Ge vastas areas ¢ deixom muitos senhores com redurida mio de obra pars cnltivn de suas tercas, Par um lado, isso elevau a pressio ds senhores sobre os servos, “ajusificer am periods marcade por reveltas camponesas, Mas, par outro, a escasser de Lrabathadores podia, em algumase simacdes, favorecer os trabalhaloves, poisaumentave 9 ses poder de barganha por melhores salzios (quando se teatasse de trabalho assalariado} ou por melhoces condigbes em suas retacdes com os serhores. Paralelaments, a reduc Us populagio dimminuis a demanda por cercais bésicos, como o triye. Admite-se que a preducde nao se seduciu tanto quanto a populaga porque as ‘reas que continwarsm ‘ser cubivactas eran as mas fértes. Desse iodo, entende-se a sensivel zedugio dos pre 0s desses cereais, com forte impacto sobre renda daquetes gue veusliam seus exceden~ tes no mercado, em especial, os seahores feudais. Portanto, a erise de século SIV macs o inicfo de um enfraquecimenta relative da classe feadsl, “A redugio de preyo dos alimentos bssicos teve outro efeite relevante: uo eechtir esses ‘gost essenciais permitia a uma parte ds popelaso o aumento de seus gasios com otros ‘ipos de alimentos como carte, pei, vinho, cerveje expeciarias (MISKIMIN, 1984, pac), Tim consoquéacias permitio alguma diversificagzo da ageleulara da Buropa Ocidental A prodnein de manufaciradas tarnbém se beneficiou da redugio dos gastos cora ai eales hisicas.« maior procara dirigida as produtos do artesanato arbano & ans bets de la (estes, provenientes, em geral, do Oriente espectarias, sects, marfim, coral, pé- zolas, aanuntes ete), fevoceceu a wtvidade urbana (de artesios e de vomerciantes) em detriments dy campo, Jesse mundo, embora soja dificil exagerar v impuacta da crise do séonto XIV, éaecossée + qualifcd-l, pois mem todas as stividades foram afctadas igualmente. Cidadesligadas 80 comércio ou a produsdo de bens de laze ato sulzeram us efeitos profundos da crise, erabora tenham passedo por dificuldades, Um dos aspectos da crise da século XEV dus ‘ra seu impacto desigual sobre a econcwpla europeia: © camércio cea Oriente, mesmo ‘com a crise era detcitirio, o que exigia constantes remessas de metal para cobs 9 exces ‘80 de impostagoes sobre ws exportagoes. Iss0 teria levado & escassez de moeda na Europa Ocidentil ¢ 4 edocio de medides que lnitavam o fluso de metal para 0 Osiente (como resirgbes & exportacio de moeda, leis suntuitias que restringiam o consimo de bens de lux, adulterasdo da moeds por meio da redugio da quantidede de metal por unidade a1. vetrin). Asim, este lao da cre do sGculo XIV sugere a preservasio de alguns compo- eats da rend, pois expressaa demanda de beas de luxo ques crise feudal naoextinguira A partir de 1960, observa-se arstornada de creselmento populacional taznbém o al vio de crise monetiia pelo uso de novas técnicas que permitiam a exploragio das minas fem maiores profundivades (oa mesmo pela descuberta de novas rinas) Se expansio feudal entre 1000 ¢ 1300 chamava a atensio pela colonizacio de novas © ‘extonsas dreas em moles tipicamente feudais, a pactir da segunda metade do séeulo XV 4 fontes da expanady revelam unas nova dintsniea da economia cuxopeia, que se prota pars fora de seu espago geogritica, Em certo sentida, + expansay comercial e maritima {la Burepa a partir de mueados do século XV expressou # reagio da socivdade etieopeia a0 impacto da crise feudal do século XIV. Embors se dirigise a novas totas @ mercado, ‘esta expansto tinha como referBacia v comércio que se realizava na Eurupa roedieval. ert especial « partir do século X11, Assim, convém observan de inicio, como se caracterigava esse comérciore como s2 orgenizava a cadace medieval 2. A CIDADE MEDIEVAL: a ORGANIZAGAG DO COMmERCIO EDO ARTESANATO © renascimento do comércio na Puropa Ocidental,especialmentsa pati de 1100, prop ‘lou o ressargimenta da atividade urbana, Algumes astigas cidades do Impésio Romano, ‘que no baviem desaparecido darante a Alta Made Média, atralram novos elementos 62 | | i er popolacionais, tras foram cxiadas «partir de alguma base de caréter feudal Hensi Prenme sugeze que estas novas cidade foram estabelocidas a partir de reunio de comnercianes 1 torno das marathes de castelos feudals: pds algar tempo, uma segunda rurale seria sonserulda a fim de proteger ese micleo comercial, » que expicaria fato de muita, att a cidedes cuzopeies sere dotadas de duas muralhasem seu entovno (PIRENNE, ayes, 17-48), Mouice Dob evalis varias bipéteses sobre o surgiimente das cidades, ente clay ade que os propos shores feuds em algunas circanstineias,concedesam prigiog 4 comersiantes que se estabelecosseni nos seux dominios para ccavit ts necessidades dn feudo (DOB, 1383, 255-56). Independente da origem as cidades, a maior parte delass6 ‘manteve, durante algun tempo, sob a jurisdicao de um senihor, pois haviam sido forvas. das em terras de dominio feudal. No eatanto, seus habitants nn ostevam subnet log § condi servi (ou tej, eram homens lives). Com a cresciments da populayio eda qpeta urbana, as cidades puderam conquister autonomia ama celaca 4 autoridae fended, No quadro geral das cidades medievais, ha uma clara distingae econdmica enlie os ‘ndcleos cujaatividude se restringa a0 ambito locale aquelesligados a0 grande comércio de exportacto e importacse e « alguma atividade industria! ‘Veneza é um exemplo tipica de cidade ligada vo comercie de longs dstincia, Em tor- edo ano 900, Venezs jd comeiciavs cor Constantinupla, sede do Impéria Bizantina Co ‘enpério Romano do Oriente que subsistirs d queda de Roma). Os venevianon, nae ale, todos pelas invastes germinicas ¢islamicas, mantiveramn-se como eidadias bizantinus, ©-que lhes fciitavs 0 acesso ao comécio de Constantinepla. Além do pasprio mercado bisentino ~ Constantinupla chegon a ter um mils de habiteates — ali se encontravarn mercadoria orientalis de grande interesse para os comerciincestaliinos, Oulsas cidades sa itlia (como Amalfi, Salerno, Gaeta) também muntiveram rclagées com Constantines Pl, consolidand 54 no século Xam das rotas mais importantes do cométcia eurnpese "Nessa mesma époce foi estabelecida outa corrente de coméncio, esta ao norte da Reem ps Ocidental. Os pavos escandinavos ~ em gota ientificados com o8 vikings conbreclos ‘os seu impeto guerceiro ~ tembéuativeran papel importante para eriagan de ume rote comercial no norte da Europe Ocidental até a Rassia, Por via maritima « oval atingione © interior russo, onde obtinhazn mercadorias da propria Rasstae aichéin da Oriente, A ‘ora da Russia i explorada prineipalmente pelos succos;na outa diego ~ dafnglteste, 4a Escola eda Irlanda ~ diigiram-se dinamarqueses e noreueses, Desse mado, no séealo Xf stavam defnidasas as principaisrotas marltimas que prientaram o renascimento comerciai do Idade Média, 9 qual reflete, era parte, o crecci. mento populacional ea expensto da area colonizada na Europa Ocidental, No entant, ‘hd alguns eventos que merecem referencia. Ho cano das Crazadas, ‘Venera, Pisa ¢ Génova associaramy-se ao movimento das Cruzadas, desde « pzimsira (112096, especialmente fornevendo v transporte mazitimo para os eamibiteates, Fm com. ‘apartida, os comerciantes dessascidades obtivecam betificios sob a forma de concenstes 8 cometciais nas eas conquistadas, Puderam estabelecer *éitorias” em tecras do Oriente Prosino e, assim, eliminar alguns intermedtarios na compsa de produtes orienta (cen especial da India ¢ da China) Apesar dea presence crista.no Orienteter sido efémera, os oinerciamtes italiane teriam sedineptado posighes que ado foram dostewidas, Firenne Zeenkitica ao sfinoar que “o resultado ducadoure e escerctal das Crunadas foi tex dado a ‘idatles italfanas, # ¢mn menor grab, 38 da Provenga e da Catalonka, ¢ dominio do Medi. terraneo” (PIRENNE, 1963, ps8), Embora o acesso dizeto 4s fontes de prodtos orientais ‘tenha sida blogieada (por drabee e, mais tarde, por turcos), Venez e Genova puderam lobter grandes frutos desse comérco. (Oartsa regido de imparticia no coméreio eucopeu fota de Flamdees (que hoje ¢ parte a Belgica), Ali se deseavalven — desde cada e em varias localidades ~ a indlistria de te- cds de a, A cidade portudvia de Bruges comcentcou durante algum tempo 9 vomércio exterior cesses tecidos com 0s mereadares excandinavos e alemies. A fara dos teckdus famengos atris tember os comerciantesitalianos gue pediant trocéelus pelas mereado- rns que tragiam do Osleate. Desse mado, processou-sc a crescente ittegragio do comér- cio do sul com © do norte: uma rota terrestre upia o norte da Itélia a regido de Flandres, E nessa rota foram cciadas feiras qué Uaham o objetivo de promover a distribuisto das mercadories pelos comersiantes europens. As mais importantes sitasrar-se ns cepita de (Champanha (na Franze, a mete carninho enive Veneza e Tlanstces) desse cerca de ni00 aid 1800, esas feiras reuniram comerciantes de teda Buropa Ccidental. Os talianos le- ‘avarn mercadorias de fora da Eurupa (espectarias, acicar, madras corantes); o.comércto mais importante era 0 de teccins (sedas e osteos produzidos em cidades italianas come Luca e Floceiga, tecidos de 18 de Blandves e do norte da Franga, Hinbos da Champanhe & dda Alemanh), além de vérias outras mercadorias (couro da Fspanhapeles da Aleranha, cereais, vinhos, caves). Além dissa, também foram centius de abvidade financeira, 08 negociagio de letras de cémbio ¢ de moedas. Na Champanti, zealizavamse seis ieiras por ano, de janeiro a outubro, com duragao de cerca de sels semanas cada uma. Qutzas regis dda Europe — corre Flandres ~ também abrigaram Feiras durante longo tesupe, indicando a lmportincia desta forma de coméccio. ‘Os mercadores do norte de Huropa tambéaa estavam presentes essusfeiras. As rotas do norte da kurepa, abertas pelos eecandinavos, foram dominadss, uo século XIK!, pelos mescadores lentes. Voltados principalmente 8 Rassis, de onde eariam peles, me, radek as ¢ centeio, ntegraram as tecidos de Flandres a esse camuércio, Ox mercadores slemaes dessas diversas cstades organizaram-re, no século XIV, na chemada Liga Hanseitica (ou “Hansa Teusdnica), gut tinksa feitorias em varios locals (inclusive em Flandes ena Ingla- terra), a indiear sua forte penetraco em mercadas europaeus. As cidades alemas da Liga, “Hanseitica (principalmente Calan eTitbeck) tiverara, to comérciods norte da Europe. ‘6 mesmo dominio de Venezs e Géneva een selagio a0 comércio do sil, 64 pasion Esse ¢ um quadre muita geval do renagcimenta comercial enrnpeu: se j4 em tarno do ano 900 observann-se sinais de recuperacis a partir de um nivel miiaino registrado no sséeulo LX, a partir de 1190 se deua grande expansio tanto ne sul (comandada pur Venvas ‘-Génava) como no norte (coma produgie de Flandres ¢ 6 comércia da Ligs Hansedtica) ‘Ao lado des cidades vinculadas wo grande comércio, ambém se observava a consolidagio ‘de vicleos tban0s mais ligados ap comércie local ou regional ‘Cono se organizava # atividade econdmica ea administracia dessas clades? ‘Miferentemeute do campo, nas cidades nao exists asecviddo. FE, emtbora muitas cda- los tevesser se Formnado om terras de seuliores feuds (devendo abrigagses em relagiu thes) a grankle reaoria tornou-se sutotiomi com base erm uma carta de franguia concedkla pelo seahor territorial (ou obtida pox compra eu pela fore das cidades) “Aorganizagio da alividace econbmica nas cidades seguiz um paurao geral que €00) portava desviog em fungan das earactersticas peculiares de algumas deles, Q artesanato ‘29 comersio estruturavaan se nas chamadss corporacbes de oficio (ou yuiedas). A corpo faeio tina 9 monopéilio do exercicia do oficia no Ambite moinicipal, Assim, para cada pficio havia uma comporacio que definia as repras deacesso 20 oficio, Em cada aficia, ha ‘in uma hicrarqula: mesires, compankelros e aprendizes. Os mesttes etar os tnicos s- torizados 4 muantor uaa oficina aw leja na cidade, Para ser considerado mestre do icin, cra precisa, antes de mais nada, ler completado 0 aprendizado do offcio ¢ demonstri-ta perente o govemo da conporacie. Ema certas crcunstinciss, a corporagan poderia fazer ‘oatras exigencias, inclusive de natureza écondmica, se hoavesse interesce em restringi © sumnere de mestees naquele oficio, Portanto, ao controlar © ndimero de mesties do oficlo, a comparagao também controlava o volume de pradugae, estabeleceo © monopstia da corporayio sobue aquele ipa de produta. Além disso, a cocporagio taribém podia impor osinds sobre 0 prege #2 qualidade do produto, evitando qualyuer ipo de concorréacia fetes os mestres vinculados & corporasio, (Os aprendizes ecam jevens, ens geval fithos ou familiares dos mestres, que viviam ert suns casas etraballsavann ean suas oficlaas com o objetivo de aprender o oficie. Conctuide 0 sprendizado — enio senda admitidos & condicdo de mestee » caracteriztvan-se cana ‘compunheinas artevins jt qnalficados para o offcio, mas que deviam trabalhar para um restre em troca de remaneragia (e,mauites ven, vivenda ua prépsia cosa do mestrel (© quadkza tipica da producao o do comércio em uma cidade medieval é0 de pequeros donas de oficinas ¢lojas- os estres ~ que realzam suaatividade como auritio de alguns companheiras e sprendizes, a indicar eedweils dlerenciagio social entre ces fas cidades eum que se desenvolvia a produgae para o coméscio de exportagao, esse «guadro se modificava. Formalmente, a oxgasizagio em corporagoes era mantiga, porém (08 mesttes ja nao ostentavam a independéncia tipica da artesanato corparative, pois 0s grandes comerciactes, na pestica, dominavamn & produce. Controlando a oferta de ma Lirie- prima eo acesso aos mercados externas, os grandes commerciantes estabelocizan uma 6s

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