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I — PATOLOGIA SOCIAL DO «BRANCO> ‘BRASILEIRO . HA o tema da negro’e hii a vida do, negro. Como. feina, o negro tem sio, entre nds, objeto de excalpelanto perpetrada por literatos e pelos chamados eantropélogoss e-esoeidlogos». Como vida-ou realidade efetiva, 9 negra vem assurnindo o seu destino, vem se fazendo asi préprio, segundo Ihe t&m permitida as condigées partienlares, da sociedade brasileira, Mas uma coisa & o negro-tema; ou: tra, 0 neko vide, © hegro-tema 8 uma’ cafsa, examinida, olhada, vista, ‘ora como ser mumificado, ora como ser curioss,”on dé qualquer modo como ‘um’ riseo, um trago da Tealidade figcionalqite chama a atencio. © nogrowida & entretanto, sige que nko se. doing imobilizar; & despistador, protéico, mmultifcrme, do cual; fo se pode dar versio definitiva, pols. 8 hoje 4 que nfo eva ontem.¢.serd amanhi o que nid é hoje. ast Eis por que téda.atitude de'formatizagio dianté’ dq fiegro conduz 2 apres 8, inadeauadas. engancsas, BH é uma atitude de formalizacto que esté-na raiz-da quase totalidade des estudos sdbre o negro no Brasil. . (0 tema das relagées de.raga no Brasil chega, nestes dias, a tum momento polémico. Até aqui, se tem falado ‘umd antropologia e ntima sociclogia do négro. Hoje, com, digdes objetivas da.cociedade brasileira colocam o probley ma do cbranco».¢ aguéles estudos «antropolégicoss e «30- elotégicoss rapidamente perdem atualidade, Ha hoje uma contradledo entre de nosses relacées de ragas. No plano seca 6 domi, Mm, Rante ainda a brancura, como eritério de estétice social. Na plano dos fatos, é dominante na sociedade brasileira Hina camada de origem nogra, nela distribuida de alto a © ‘Teatro Experimental do Negro e a literature cien- {lien por dle susclada vem tents riar ums eee Sncia desta contradiglo e, ao mesmo tempo, desenvolver, Seb vérias formas, uma Ago social para resolvéla. ieos. io NOMS condigdes, na elaboracho do presente estud nic aie coe. cleborasto do promte etudo Polégica sdbre relagtes de raca, produzida por brasileitos, De modo geral, os noasas especialistas neste dominio tém Seubtbulde ral para eonfundir do que para esclreocr ox suportes de: noses relagdes , como pretenda monatrar mais adiante, mee mia A "or outro lado, receio que alguns leitores, im gtr ch pa ee ioe ome néle descubram intengdes agressivas, A ésses leitores asseguro, com sinceridade, que o meu propésito & 20 contriria, generoso e pacifista, Fete pesto, passemos no assunto, a do presente estudo — , para todos os lém disto, para convencer-nes da boa qualidade de seu istoricismo, proclama a necessidade de renunclar as defi- higSes que pretendam atingir a cesséncia. dos fendme, 103 Oy, Durkheim considera, portanto, o critério do normal como algo a ser induzido das condicGes particulares de cada sociedade e segundo os sous limites faseolégicos. Diz le: «para saber se-um fato social 6 normal néa basta observar sob que forma éle se apresenta na generalidade das sociedades que pertencem a determinada espécie, 6 preciso ainda ter cuidado de considera-las na fase corres. pondente de sua evolucda (s Um fato sooial— acrescenta, == nio pode ser dito normal para determinads espécie Social senio em relacko a uma fase, igualmente determi. nada, de seu desenvolvimento ©. Durknetm, Lee Rapier do Je Méthode fotleloglaue, Pars, pig. bt, Bare 667 173, 174 famente esta negra do guadro atual das Fago um paréntese para expli- ia formacio do nosso pais, a va er negra, ou melhor, a asso fiagto, death cfr a0 feio e ao degradunte savanna cond phneamedida em qué nfo havia, priticamente, pen, nia comunidade lingufstica; religiésa, do valores estlticos ¢ de costumes. $6 assim, diria Gamplowica, poderia apolar Para todo poder, um valioso efetiva garantia de duracéo : Estas observacées de Gumaplowicz se coadunam per! feitamente com a de uni escritar marxista, G. V. Plékha, Rov, que escreveu: «Na representagio do homem, a influ: éncla des particularidades raciais nao pode deixar de s¢ gxercer sObre a eideal de beleza» proprio do artista primi, tivo. Sabe.se que oada raga, sobretudo.nos primeiros est. Glos do desenvolvimento social, se considera como a mais bela e se aegulha antes de tudo daquilo que a distingue das Gu & processos de domesticagio psicolégica. A afirmacko Segrdtin da exostenia da bracers oo ec aS fica da cor negra era um dos suportes psc da espoliagio. ste mesmo fato, porém, passou 2 ser patelée gico-em situacdes diversas, como aa de hoje, em‘ que o rocesso de miscigenaga e de capilaridade social “ absor. you, na massa das pessoas pigmentadas, larga margem dos que podiam prociamar.se brancos outrora, e em que niio hé mais, entre nés, coineldéncia de raca e de classe Oi), fechemos a paréntese e prossigamos, Ontra tentativa de tratar o tema da patologia social 6 dovida a Eduardo Sprenger. iste autor, porém, goloca 2 questo em térmos abstratos, Spronger considera a cultura como um superorganis- mo que vive sébre os individuos e par cima da cadela dae geracées, e admite a existéneia, em téda eulture, de uma norma que preside & sua estrutura seu funcionamento. Esta norma éle a entende, porém, em vagos. A enfermidade é algo contra'é norma, contra a «enteléquia Giretrizs, contra a que Ihe 6 imanente, Alguns antropélogos norte-americanos e alemies aproxi: mam-te desta concepefo de Spranger, quando ee reportam 80 que chamam de patterns (Ruth’ Benedict) ou ethos (Kroeber, Margaret Mead), ou paidouma (Ffobenius), como uma ‘espécie de principio metafisico ordenador da cultura, ‘A psoudocléncia de autores como ésses tem sid leva- da demasiedamente ao pé da letra por mais de um literate brasileiro da cantropologias e da «sociologias, Arthur Ramos. que conseguin fazer a», © até de sbio, em nosso pals, a gusta de glosas e da divulgacdo de teorias cantropoldgicas> 1, editada pelo que infundem fas; da ponte de fico. ais ori Bes perdem terreno cada dia e se revelam ols no oferecem explicacto suficientemente ol 19 processo genético de is da cultura ou dade, O ethos, a norma, os patterns da culture ou da sociedad: no sfo originarios, no so incondicionados: ao contrério, refletem relagées coneretas e se transformam quando tais relagdes se alteram. E muito perigoso, na andlise soctolégica, partir da nogiio de ethos, ou norma, como se tais caisas féssem inde- pendentes ou desvinculadas dos elementos materiais ‘da eeotiomia domo a sua pslcblogia colétiva. A normna e o ethos que Thes sia impostos nao traduzem ordinariamente a sua ‘imanéncia. Como adverte Georges’ Balandier “®, estas ‘sociedades estio afetadas por um estado crénico de erise ‘¢, em grau maior ou menar, devem ser consideradas como Sooiedades doentes’ (esociétés malades»), a pesquisa de ‘suas normas colneidindo com 2 pesquisa de sua auto-regu- ago. * ‘Na sociedade brasileira, em larga escala, 0 ethos, a norma, ainda dominantes, so remanescent fases destinam a ser superadas em conseqiiéncia do apareci. mento de novas fat6res objetivos que esto ja condicio- nando a vida éo pais, zc As difiouldades que envolvem o tema da patologia social parecem superéveis quando se procede em térmos casufsticos e coneretos. Quero dizer, quando se renuneia a uma definigéo genérica da patologia social e se passa a mostrar a patologia das situagSes singularmente Conside- radas, fe em iguns cutros lugares déste estudo, ‘Biorter c «Nordestey io empregadas et seu sentido popular © nds téonico-geogritico) “2, ‘sta patologia consiste em que, no Brasil, principal- ‘mente naquelas regides, as pessoas de pigmentagio mais e'uma publi Estatistiea 00, Apresentam-se, no primeiro capitulo désse estudo, os Tesultados do Recenseamento de 1940, no que-diz respeito & composicio da populacio segundo a cbr. A publicacéo ‘comes esclarecendo que, nas instrugées para o preenchi- mento dos questionérios, 36 se previram as respostas cbranca», , , procedi- mento que, embora , E, por motivos evidentes, mesmo pessoas de tes nitidamente marena, quando atingem certo grau de bem- costar ou de instrugio, tendem a se inserir no grupo que Inclui a maior parte da aristocracia eoonémica.¢ intelec- tal, o ‘dos brancos: Andloga tondéncia verifica-se nos casamentos em que ‘wm, dos cénjuges é moreno ¢ outro brinco; adota-se para toda a familia esta cbr. Seria facil tmultiplicar os exemaplos dessas tendéncias para os metizes ‘mais, claros, nas declaracées da cér, que se manifestam throm Conipoiste n opaliots Segundo « Cér, 1.8, 178: tanto pela qitalificago'de brancos, apliéade exh easos pea os quais seria mals apropriade & de pardos, como pela qualiticagdo de pardos, aplicada em casos que se deveriam classificar entre os pretos, conforme um critéric mais. racional. Mas, mesmo ésse ic tainagio extremamente dif tentativas realizadas para Nos boletins censitérios preenchidos pelo chefe .da- familia, ou pelo recenseado isclado.predominou o arbitria todavia & certo que, via de regra, apenas numa ia fragéo dos casos ésse arbitrio se afastou do | desviando-se, como fol acima especificado, ior perturbagio (0 grifa é meu) foi causado pelo breenchimento dos boletins por parte.do agente recen: dor,. ocorréncia muito fregiiente no intericr, em = tude da eseassa instrugio das populagées. Os. pardos, “mulatos, caboclos, ete.) confinantes e de ccmposigéo étnica da popul Giferente, verificon se ésse contraste na qualificagko dos do brancos, coma foi documentado em varios estudos da série de «Anélises de Resultados do Censo Demogré- fico, ecmpllades pelo Gabinete Técnica do Servico Na~ clonal de Recense pauco apressada que néa resistiria a uma séria anélise erities. No que diz respelta.aos branets, podese aflcmar com seguranga que 0 nimero apurado excede sensivel- mento 0 que constaria duma classificagio reallzada.con- forme critério objetivo (o grifo é meu). © niimero apurado dos pretos, pelo contrério, deve- ia ficar sensivelmente inferior & realidade, se as’ decla- ragdes procedessem dos interessados; mas'cumpre lem- bbrar que a ago dos agentes recenseadares nao fol sein” bre dirigida nesse mesmo sentido, e que em certos easos 179 forem inclufdos: numerosos, pardos. entre. os declarados pretas. O'nimero.apurado dos pardos provavelmente esti baixo do que seria dado por uma classificagio objetiva, sendo, de certo, maior o numero dos pandos classificados entre os brancos (0 grifo é men) do que o possivel exce- dente em favor dos pardos nas trocas de classificagso com os-pretos is. ‘Melhor flagrante nfo se poderia obter da perturba- glo psicolbgies do brasileira em sua auto-avaliagdo esté- fica, Todos aquéles informes mostram o sentimento de inferioridade que Ihe suscita a sua verdadeira condicio Gtmica, Base sentimento é to forte, no eldedao brasileiro, que vicia os dados do Recenseamento, levando éste a resultados paradoxais. & 0 caso, por exemplo, que se configura, em 1940, nestas palavras: ca mais’ clevada Proporeao entre pretos e pardos (148 pretos para 100 Pardos) se encontra na regiio Sui, que tem a menor. ‘quota de populagio nfo branca, ea mais baixa (18 pretos Bare 100 pardos) na regio Norte, que tem a maior quota de populacio nfo branca >, Paradoxo que se Tepets no Recenseamento de 1950. Neste ano, a referida propargio no Sul teria subido. 2 157 pretos ‘para 100 pardos; ‘20 asso. que teria diminuido no Norte a 8 pretos para 100 Pardos. Sto dados, evidentomente, inverossimeis! Nesta marcha nfo seré de todo impossivel que as nossas estatisticas venham revelar, dentro em breve, que néo hi mais pretos no «Nortes e no. brasileiro, e em nenhum lugar do nosso ado da Bahia, que apresenta em ‘gua, composic&io demogréfica o-mais forte contingénte de Individuos 26 cbr (70.10% de populacio total, em 1950). ‘A minoria cbranca» de Wstados: da «Norte» e do, aNordeste>, como o da Bahia, merece a atencio daqueles que se dedicam a cién Sismos petoldgios compensators do que julga ser ume inferioridade. Este fato caracteriza, efetivamente, como patolégico © quadro das relagées de raga, no Brasil, e especialmente ‘nos Estados do «Norte» e do’ «Nordestes . Segundo os resultados do Recenseamenta de 1950, compbem a populagde, doo Estados do Norte 08.37% do pessoas de cdr. Nos Estados do Nordeste este percenta- gem é da ordem de 58,77%. Note-se que éstes niimeros esto cértamente minorados. A parcela de brancos na- elas regiées & menor do que 0 fazem supor os resul- tados do Censo, ¢ seria, de resto, insigniicante se, ape- ‘nas, se considerasse branca a pessoa nfo portadora de sangue preto. O branco puro em tais regiéea € exeepeio- nal, enquanto o-branco aparente ali minori Com efeito, foi neste contexto demos: desenvolven um padréo de estética social, de valores 2 cdr escura ocupa, por assi negativo, quando, se prevalecessem af ‘no hetercnémicos, 0 contrario 6 que deveria ter acon- tecido. As minorias cbrances» déstes Estados, de longa data, t2m mostrado tendéncia para nfo se identificar com a sua circunstincia étnica imediata. Sentem-na como sso, Iangam mio, tanto quanto algo inferiorizante e, por is jodem, de recursos quie camuflem as suas crigens raciais, Ester recursos ao inumeravels, desde os mas sutis até 08 mais ostensivos. ‘Um désses processos de disfarce étnico, que aquela minoria tem utilizado, & a tematizagio do negro. Ao tomar © negro como tema, elementos da camade ebrance» mino- ritdria se tornam mais brancos, aproximando-se do seu arquétipo estético — que & europe. Eis porque a lite- ratura sociolégica e. antropolégica sdbre o negro tem, encontrado seus cuitores principalmente entre intelec- tuais dos Estados do ), ‘caja presenga tenho verificado em intelectuais Ga minoria ebranea> do Estado da Babia. Qs elementos da ininctia ‘ebranca no ¢Nortes ¢ 26; , em geral, embora especialmente do ebrancos dos Bstados do «Nottes e do 85 ocorre ao articulista aplicar & emfie branca>, & ald branca, Nos refolhos do inconsciente do escritor pernambucano é impossivel conceber a «mie prete> como ssenhoray, como (0 artigo é ilustrado por um desenho, represen tando uma . Neda mais compreensivel, por conseguinte, que éato brasileiro tenha sido o criador da elusotropicologias, isto 6, uma apologética do colonizador portugués. desajustemento do brasileiro ao seu con- texto étnico o leva, por outro ledo, muitas vézes, 2 aderir a ficgdes. Nao gosta, por exemplo, que se diga que Brasil 6 um pais de mestigos, Conhecido cronista social receheu, certe vez, como protesto a uma alusio sua me- nos cortés sdbre Ali Khan, uma carta de censura cujo autor dizia que o prinefpe deveria ser melhor tratado pois era amigo do Brasil e nfo se confundia com certa espécie de estrangeiros que afirmam no exterior que 183, somos: ua, Pals de «maltrapilhos, de cobras’ ede nes Fr st imgde nzetanta, noes a srstat Ge zeta, gu etrangt ee tant une: aus Europe Toc i formées en amitié aus vite que moiasent les frurts soos je soleil tropical du Brésil, sans avoir le temps de déve- lopper les vit nécestaires. Bastos était infiniment bon, cordial et sans fagon, bien qu’s , ben gu’asvex soucieux du pres tige social, et il uvait parfois ‘ua flv des conitncear 0 Promote Moin de Foi certamente evoeando a ridfeula de um cetra wos ee lehaux dle que, apesar a tempo que passcu equ {malgr le temps pass ‘lo de estabelecr contata oti os bracken pois ay Na atual fase de desenvolvimento econémico-social do avi tty Ses esvceinent, tendo sve gael dag Sem, ai upeios cnet at per MEP fue as SE, eee gutta sae Feceram, desde hi muito, do pais, as situacdes estruturais que confinavam 2 massa pigmentada nos estratos infe-, lores da escala econtmica;.¢, de outro, observa se qtie’ 2 massa pigmentada, preponderante desde o inicio de nossa formagio, absorven, pela miscigenacio e pla capi. jardade social, grande parte do contingente branco, que fnicielmente, podia considerar-se isento de sangue negro. © que, nos dias de hoje, rerta de brancos purcs em nosso, meio uma quota relativamente pequena. O Brasil é, pois, do ponto de vista étnico, um pais de mesticos. ‘Os fatos de realidade étnica no Brasil, éles mesmos, estio iluminendo @ conscléncia do mestica brasileiro e 0 Tevam a perceher a artificialidade, em nosso meio da ideologia da brancura. O ideal da brancura, tal coma 0 ilustramos anteriormente, nas ‘condigées atuais, é uma sobrevivénela que embaraga o proceso de maturidade cols @, além disso, eontribui para social dos elementos constitu- Antes dos sociélogos, os filésofos tinham jé perce- bido'a natureza sociolégica da simgatia e, 20 mesmo tem- FO, o seu papel social. Segundo les, a simpatia seria originariamente um estado psicolégico que aparece mes- mo entre os animais, desde que percebam que sio seme- Hhantes. Hume, desenvolvendo pensamentos de Spinoze, considera a simpatia como a causa primaria da socie. dade, pois ela suscita a imitacdo e reduz uma nagio a tum tipo genérico, variando de intens'dade na_propergio direta da relagio'e identidede dos individuos ®, Posteriormente a Hume, o fildsofo e quase socilogo Adam Smith desenvolve uma ‘Teoria dos Sentimentos ‘Morais (1759), na base do significado social da simpatia. Adam Smith procura mostrar que a sociedade humana subsiste enquanto certa bilateralidade -simpética entre tendéncias individualistas e de, para Smith, repousa na \dividuo simpatizar com. a to. de sue observacion ¢ __, A Sociologia norte-americana nao de re as obsorvagéen fecunas. Giddagetst wee eae mais como as sociedades humanas sio tanto mais integradag, mai membros, se reforga a conccle d aeuhtse, ees ‘Ros ainda aceitam classificagies le contato social, como ue 08 divide ern prima a ares, © a a6 NB, Skater, que os difeenta ete 6 valitaciednae ©, Yenhumn grape social aloange ives vi Aistérica so ot seus membros internamente vie oo jvc elacionam pelo sentimento singenética, de que: fala L. Gumplowiez, cujo substrato fisica é 0 fato pereebido. da semelnance fisiea e da semelhanga intelectual, £0 , ¢ ; xcontribuigio ao es Budo do indice de Lapicques; eos negros na bistéria das ‘Alago: s doencas mentais entre os negros de Pernara: fempre um ponto de vista branco. B Sbvio que o desaparecimento dos aspectos aqui desortos da patologia solal do brancoy bruslono Who Seorreré como conseqiléncia de mero trabalha de reedu. eacho e esclarecimento, Bste trabalho, de certo, & neces Sitio ¢, além disto, de efeitos positives, nisto’ que sus setivel de libertar ‘imultas pessoas do que se chamou is so os fatos mesmos que, em dlti- iardo 0 desaparecimento daquela anor: malidade de noste psicologia coletiva. Zste problema envolve uma questia de articulagio de. geragSes. natural que os cara: Jogia se mostrem mais vivos nas geracdes fiva social do negro e do mulato.' As geragSes mais mo- gag, entretanto, se mostram mais acessiveis a admitir os ovos critérfes de avaliagéo que os fatos estéo impondo. G2) “Virlos astoren 0 Negra a0 Bratt, Rio, 180 190 Av partir-de certa idadé <= observa: um estudioso de auies: ties geracionais, Francois Mentré@” — o homem niio muda, 0 individuo se torna estivel e vive sdbré o capital intelectual e moral que comanda sua atividade. Dai 6 das éter polémico que o tema das relagdes de raga assume nos dias de hoje, entre nés, le reflete uma tensto entre geragées' que elaboraram os ingredientes de sua meméria coletiva dentro, de equadros» sociais diversos. Como Maurice: Halbwachs, cada um pode dizer: Je porte ave moi un bagage de souvenirs historiquess ‘89, Bstes «souvenits historiquess, em parte, conformam 2 visio social, as atitudes de cada um. Muitos brasileiros ainda vivos descendem de avés que, possuiram escravos, enguanto outros néo, Tais cireunstincias importam ne! fessarlamente na farmagio psicolégica de cada um. A tradigéo da brancura que-sinda sobrevive, entre nds, terd de ser ultrapassada por outra tradicgo, tradiczo que estames assistindo nascer e que representa noves condigées objetivas da vida brasileira, Nos dias de hoje, a idealizacto da brancura, na so- ciedade brasileira, é sintoma de escassa integracdo social de seus elementos, é sintoma de que a consciéncia da es- pécie entre os que a compdem mal chegou a instituir-ce, Este, porém, 6 um proceso social normal que néo poderd ser definitivamente obstaculizedo, Apeuas uma situagdo colonial temporéria tem embaragado éste processo. A luz de uma sociologia indutiva, isto &, de uma s0- ciologia cujos eritérios sejam induzides da realidade bra. sileira, ¢ no imi paises, & luz de Patologia social do brasileiro, de siia’ dependén. cia psicoldgica ©, Fol uma minoria de letrados que ctiow és- fe problema», adotanda critérios de trabalho intelec. ‘tual nio induzidos de suas circunstancias naturais diretas, Nesiac condioSes, recomhere-e hoje a netessdade 0b Teexaminar o tema das relagdes de raga no Brasil, den- tro de uma posic#o de autenticidade étnica, S6 a sitaples tomada desta posigia vale como meio gaminho andado no discernimento das incompreensses Feinantes em nossas relactes de raga, atnalmente, Il — 0 NEGRO DESDE DENTRO Poves brancos, gragas a uma conjungio de fatéres histéricos e naturals, que nio vem ao cago examinar ‘gui, vieram a imperar no planete ©, em consegiténcia, impuseram aqueles que dominam ume concepeio do mun” do feita A sua imagem e semelhanga. Num pais como o Bra~ sil, colonizado por europeus, os valores ‘mais prestigia. dose, portanto, aceitos, so as- do colonizadér. Entre &stes valores esté o da brancura como simholo do excel- ‘a0, do sublime, do belo. Deus 6 coneebido em branes ¢ investida uma carga milendria de sig os, Em térmos negros pensam.se t6. Se se reduzisse a axiologia do mundo ocldental a uma escala cromética, a ofr negra represe- tari o polo negativo. Sto infinitas as sugestaes, nas mais sutis modalidades, quo trabalham a consciéncia ea in- consciéneia da homem, desdo a infancia, no sentido de considerar, negativamente, e cOr negra. O deménio, os eapiritos maus, os entes’ humenos -ou\ super-humanos, quando perversos, as criaturas e os bichos inferiores ¢ malignos so, ordintriamente, representados em preto Nio tém conta as expresses correntes no eomércio ver- bal em que se inculea no espirito humana @ reserva con- tra a cOr negra, eDestino negros, alista negra»,

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