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SEU ZE PELINTRA contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 1 ABRIR CAMINHOS - OI prato novo e sem uso. - Colocar puré de batatas no prato. - Palmas brancas. - 01 pedaco de pano branco (1 m), - Perfume de rosa. - 01 garrafa de vinho. - OI pratinho de arroz sem sal - 02 paezinhos. - 02 garrafas de vinho moscatel abertas. - 03 copos. - 01 bolo de batata cozida com mel ¢ 01 bola de gude amarela em cima (colocar em 01 pirex azul). ~ Os pedidos e os nomes de quem quer beneficiar. - Despachar a beira mar. - OI prato com favas brancas (cozidas e temperadas com alho, cebola e bastante azeite). - O1 colher nova. - Arroz branco e sem tempero. = Colocar tudo junto em O1 prato com toucinho defumado. - OI licor suave aberto. = Grosetha em copos = OI pano branco como toalha (1m). - O1 garrafa de vinko aberta. - 02 pitezinhos cortados em fatias. = 03 pratinhos de papeldo jumios. - Despachar em campo aberto. . ABRIR CAMINHOS E PARA VENDAS EM GERAL : - Pé abre caminho. - 01 garrafa de cachaca aberta. - Colocar dentro de ui vidro. - OI colar verde. - OF laco de fita vermetha no gargalo da garrafa. = Pipoca em um pires branco. - Despachar em wm areial. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 2 . ABRIR CAMINHOS, TRAZER DINHEIRO, PROSPERIDADE : - 01 inhame do norte assado, 21 moedas correntes, 21 taliscas de mariw6 (folha da palmeira), 01 acaga branco (bolinho de milho branco misturado com dgua, envolto em folha de hananeira ), 01 acagd vermelho (igual ao branco , porém com farinha de milho amarela ), azeite de dendé e mel. - Assar o inhame na brasa (se for preciso raspar um pouco para tirar 0 excesso queimado). Colocar no alguidar. Enterrar os talos de mariwé e chamando Ogum. Fazer 0 mesmo com as moedas. Colocar os acagds (um em cada ponta do inhame ). Regar com um pouco de aceite de dendé e mel, 01 pitada de sal. ~ Acender uma vela vermelha e fazer seus pedidos a Ogum. - Colocar este despacho no muro, ao lado do portito.Se a pessoa morar em apartamento, colocar dentro de sua casa, atris da porta de entrada. - Depois de 07 dias, despachar sob uma drvore bem frondosa. . AGALMAR A PESSOA AMADA: - 05 hatatas inglesas, mel azeite doce, acticar mascavo, 02 velas amarelas de 30 em. - Cozinhar as batatas sem casca. Apés esfriarem colocar um pouco de mel, azeite doce € acticar mascavo em um prato de louga. Ir amassando as batatas com as maos € misturar tudo. Enquanto faz isso, pensar na pessoa amada. Deixar a massa em forma de coragéo. Acender as duas velas, oferecer e pedir ajuda & Oxum Apdaira. . ACALMAR QUALQUER PESSOA: ~ Preparar um boneco de pano ou louga. - Lava-lo em cha de cambard cereja, enquanto chama o nome da pessoa por 03 vezes = Enrolar o boneco com cips-de-S, Francisco. - Em 01 caixa que caiba o boneco, colocar flor de laranjeira. Colocar 0 boneco dentro. - Fazer aoragiio: Peco que todos os males e nervosismo de (nome da pessoa) fiquem nesta caixinha, Esse boneco ¢ esse cordéo vado sempre levando todos 0s males ¢ (nome da pessoa) se libertard de todos os males e desses pesadelos, assim seja “: - Despachar em una balsa ou em uma ponte elevadica. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 3 . ACALMAR UMA SITUAGAO : + Taleo em uma vasilha e 02 esponjas azuis = Sandalo em po. = Oleo para cabelo e brilhantina. - 01 pratode macarréo feito em dgua mineral, com um molho grosso (feito com 07 tomates). Depois de pronto e sobre ele, una colher de azeite doce. = O1 pedaco de lingiliga. - 01 pemba branca raspada, - Enjeitar com azeitonas ¢ folhas de louro. ~ Cubrir a tigela com 01 m de pano branco. - As esponjas e o talco devem ser colocados ao lado. - 01 lengo de cabeca. = Ofertar e despachar a beira mar . ADOGAR ALGUEM : - OI pequena caneca de smalte branca. - 01 lago feito com fita branca. - OI pente. - Pedidos por eserito e a lapis. - Despachar na mata. - Balas de coco brancas (em niimero tmpar). - Pedagos de fumo de corda (idem). ~ Despachar na mata. . FAZENDEIROS OU DONOS DE TERRA QUE PRECISAM DE AJUD, = 02 caixas de charutos com terra da fazenda (ou propriedade) dentro. - Fincar na terra 7 charutos. 05 m de fita fina e verde. - 01 ima de aco. - 02 garrafas de cerveja preta e 01 de branca (em uma colocar purpurina dourada, na outra prateada com acticar verde), - 04 guarands. - 01 garrafa de leite puro. - 01 mago de cigarros.01 caixa de fosforos. - Tudo colocado sobre 01 m de pano verde. - 03 velas verdes ¢ 01 amarela (coloca-las dentro de um prato com mel). - Colocar este prato dentro de wm defumador ou queimador. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 4 - ALGUEM ABRIR 0 JOGO (SEGREDOS, CONFIDENGIAS, ETC) : - 01 mesa redonda de madeira ou plastico. - Um pano verde claro com rendas brancas na borda. - 01 baratho que deve ser aberto sobre a mesa (completo), como se fosse haver jogo - OI lingua de papel pintado com lépis cor de rosa. - 02 chaves. - 02 cadeados abertos. = 01 mago de cigarro minister. - O1 cinzeiro azul.03 velas verdes acesas. - OF garrafa de conhaque aberta. - 03 copos. = 01 caderno, = 01 caneta nova.01 pemba azul - Deixar na mesa as velas acesas dentro de um prato branco com mel. - Despachar na mata. . PARA QUE ALGUEM SE DECIDA: - Uma toatha branca que deverd ser desfiada e em pedagdes para isolar. - 07 chaves de aco. - 01 boneco envolto em uma capa. - Colocar tudo dentro de uma caixa. - Colocar farofa de farinha, azeite de dendé - Colocar em um alguidar, junto com uma pd de madeira com cabo longo. ~ Semenies de girassol. - Flores de geranio. - 01 fita azul e outra branca juntas, com as pontas amarradas. - OI bandeira do Estado. - OI carvao pintado de vermetho. - 05 guarands abertos e copos. - Perfume “ Musk * - Alfavaca . - Mel. - O1 maga em um prato com agiicar (deixar ela bem merguthada). = 20 orquideas. = O1 ima de ago. = Despachar a beira mar ou em algum lago. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 5 . AMOLEGER 0 CORAGAO DE ALGUEM : - 0.1 MAMAO MADURO. Corta-lo ao meio. - Colocar acticar, o nome da pessoa e 0 que deseja. = 01 parte deixar a heira mar ¢ a outra em dgua doce com um copa de vinho tinto € um prato branco com beijos ¢ roxas juntos . ARRUMAR EMPREGO : - Varios pés de moleque em um prato. - OI ventarola de papel de seda. = 07 guarands abertos. - 01 doce molinko em outro prato com os pedidos. - 07 bolinhas de gude vermelhas (ou em qualquer ntimero fmpar). - 01 prato de canjica adocada com mel e queijo. - Farinha de amendoim torrado. = OI flor artificial. - Despachar em uma nascente. ALGUEM MUDAR DE GENIO - Idem a arrumar um emprego. ATRAIR MULTIDOES = 01 pote com tampa pintado de purpurina e cheio de moedas até a boca (mimero impar). ~ Plantar uma drvore pequena em um vaso de barro, cheio de areia até a boca. - Colocar 0 pote ao lado drvore. - Pendurar notas de todos as valores nos gathos. - Na boca da vasitha que esté a drvore, colocar contas de cristal de todas as cores. - Flores vermethas, rosas vermethas. - Perfume “cabeca feita ”’ esparramado na vasilha (darvore) ~ Em cada galho, colocar uma estrela e uma fita cor de rosa. - O1 sininho. - 07 cordas de violdo em cada galho. - Despachar & beira mar em noite de lua cheia, pedindo o que deseja. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 6 ATRAIR PESSOAS - Mil homens em casca - Pé de pega homem ( para mulher). - Perfume cabeca feita. - 01 cother de gerrevian. - Canela em pau. - Cravo da india. - Preparar um perfume cabeca feita com estas ervas. . TER BELEZA : = O1 copo de leite. ~ Agua de colonia. ~ Agua de junquitho. - Catanha do Para - Passar tudo no liquidificador. - Colocar em um vidro branco com fita azul e por cima semente da castanha de gambé (sem amarrar) - Despachar no mar. LAVRADORES - 01 prato fundo com damasco e mel, junto com os pedidos. - No prato uma garrafa de vinho aberta (que foi deixada 3 noites no sereno). - Oferecer ao povo do Oriente. - Pode comer um pedaco e pedir paz e alegria. O testante despachar @ beira mar. - Em outro vidro colocar 01 copo de alcool, 03 frutos de damasco com 01 pemba rosa e 08 pedidos. ~ Despachar no mar (para reforgar). contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 7 PARA CAMPONESES - Um prato com mel e pé de unido. - 01 pemba rosa, dgua do amor com perfume jd preparado (01 cother pequena de café). - 01 espetho redondo pequeno, papel de seda branco no fundo do prato. - OL terco verde € O1 cor de roda. - 01 borboleta artificial azul, pousada no prato. - 01 boa porgéto de acticar rosa (colorido). - O1 flor de acucena. - Cobrir tudo com wn pano azul (01 m). ~ Despachar no mar. (CHAMAR ALGUEM, GENTE OU MULTIDAO - 01 boa quantidade de areia do mar (limpa). Misturar com agticar cristal e varias gotas (nimero tmpar) de perfume cabega feita. ~ Pedir que traga gente boa enquanto coloca as gotas. ~ Colocar dgua, mel égua do amor, dgua de uma nascente e para cada ingrediente pedir que traga gente boa. ~ Despachar em uma estrada bem movimentada. TER CHARME - 12 camélias brancas. - Pratos de louga grandes, brancos e fundos (niimero tmpar). = 03 chuchus cortados ao meio e fa leite moca). - OL pemba branca raspada e uma azul - Bastante agticar branco no meio do chuchu. - O1 camélia branca no meio de cada chuchu. = 01 vidro de perfume “ fenmne ” (cabeca feita). - 01 gota do perfume em volta de cada flor e uma fita amarrada em lago em cada uma. - 01 pedra brithante. - OI chave amarela de porta. ~ Despachar ao luar. er um buraco no centro (colocar leite de coco com contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina COMANDAR, ORDENAR, SER O CHEFE. - 07 soldadinhos iguais. - OL outro um pouco maior. - 04 cervejas brancas e 03 pretas, todas abertas. = 01 cerveja com 07 charutos amarrados no gargalo com uma fita vermetha e um cravo vermelho. - Junto as garrafas, colocar os pedidos. - Oferecer ds entidades que foram militares graduados, pedindo forcas, poder éxito em tudo, - Colocar em cada cerveja um crave branco com fita branca - Na cerveja com 0 crave vermetho, colocar 01 coroa de louro e em volta 7 charutos algumas palmas. . CONCEBER FILHO : - O1 lengo azul de seda para embruthar 01 alguidar. - 07 cogumelos brancos, sem cortar e fresquinhos, ~ Um pouco de areia. - 01 dalia ou criséintemo colocado no meio de alguidar dentro da areia, pintado com purpurina misturada. - Enterrar o alguidar na areia e colocar algumas flores ao redor com cogumelos. - Em um novo alguidar, colocar OI lao de fita amarela e branca. - O guarané. - 01 leite moga, com 03 punhados de agiicar dentro. - OL orquidea branca e 01 rosa. - 01 colar de contas de cristal azul, fino para cristalizar as coisas, 02 gramas de esséncia de cravo. - 01 pemba chamada obi raspada - P6 de pemba. = OI perfume cabeca feita. - 02 tmas de age. Despachar no mar. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina CONSEGUIR COISAS QUE SE QUER - 01 coragao de cera grande e pintado de vermetho. = 01 orquidea branca natural. ~ Contas vermethas de cristal. ~ OI caneta azul nova. = 01 pemba azul. = OI garrafa de vinho do Porto. - Guardar isso por algum tempo e quando conseguir 0 que quer, despachar com ima de aco € merctrio. - 02 punhados de areia do mar em uma tigela de barro grande ou alguidar dourado. - Deixar descansar e depois plantar com os pedidos dentro, 02 punhados de alpiste. - Se brotar (nascer), ird conseguir o que quer. - DINHEIRO : - Em uma jarra prateada colocar : = Otho de boto. - OF garrafa de guarand. - Azougue. - 03 colheres de perfume cabeca feita dentro da jarra. - 02 estrelas de aco com fitas amarradas. ~ O1 estrela do mar colorida. - OI pedra bruta semi-preciosa sem ser lapidada. = 01 espetho no fundo. = Colocar os pedidos. - Também algumas moedas simbolicas = O1 ima de ago. ~ Agua de rosa. = Biizio do mar, caramujos, pé de prata, a: brancas. - Em volta da jarra 01 lengo azul de seda. ~ Guardar por um més em casa e depois despachar no mar. izeite de dendé com mel e 01 cacho de uvas contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 10 EMPREGO - 01 chapéu pequeno. - 01 cother de pau - OF garrafa de licor de péssego. = 01 mde fita amarela e 01 de vermetha. Unir as duas fitas e dar trés nés nas pontas fazendo os pedidos. ~ Colocar dentro do licor com a cother amarrada no gargalo da garrafa de licor. - Despachar no mar. ~ Martini com 12 gotas de limao. - Enfiar 07 contas brancas de louca em um cordao de nylon. - Enfiar mais 03 contas pequenas e dar um né. - Pedir o que deseja. - Novamente dar outro nd.Tornar a fazer 0 pedido. - Pegar una espada de aco. - Colocar tudo dentro da bebida. - Tirar um pouco (salvar as entidades). - Jogar uma colher de pemba amarela raspada dentro do Martini. ~ Despachar a beira mar. . CONTROLAR OU CONQUISTAR (PESSOA) : = Untar com 6leo de jalapa 01 pedago da mesma planta. - Escrever sobre uma folha de papel marrom 0 nome da pessoa a quem se deseja controlar ou conquistar. - Molhar o papel em “ dleo para vencer ”.Ao secar o papel, enrrolé-lo na planta jalapa € amarrar com fio de linha matva. « CONSTRUGAO (IMOVEL) : - 07 PEDRINHAS BRANCAS. - Em cada uma delas amarrar uma fita de uma das sete cores. - Coloca-la dentro de uma tigela com um punhado de areia branca e outra de agiicar cristal. - 07 cartées brancos. - 01 sabonete verde. - OI pouco de areia dentro de 01 I da bebida cinzano. - 01 outro punhado deixar a parte dentro de uma vasilha com mel. - Colocar em um canto da praia ¢ oferecer & JOAO DA PRAIA. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 11 AMOR - Calda dourada. = No meio da calda colocar 01 rosa branca bem aberta, O1 cother de mel, os pedidos, cravo, canela em pb, pé de cobre, 01 pedra artificial de vidro, perfume cabega feita, OL estrela do mar, mais duas rosas, sendo que uma junto a um papel com seu nome e o que faz ¢ um pouguinho de acricar amarelo, uma pemba amarela, 1 chave,contas alaranjadas. - Tudo deve ser posto em uma vasilha transparente, com 03 gotas de azougue. ~ Tampar e despachar em um lago ou no mar. . CRIAGAO DE GALINHAS : = 01 ovo de chocolate grande com um furo no meio onde possa passar uma semente de obi - 01 gema de ovo de galinha. Purpurina sobre a gema (sem parti-la). Depois coloca-la dentro do ovo. Colocar também purpurina dourada, - Oleo de gamba = 03 gotas de dleo de améndoa. = Gotas de mercirio. ~ Raiz de erva tosté = Colocar ovo em um canto e sem deixar a gema furar, pedindo que aumente a producéo de ovos na granja. ~ Colocar una flor de obi ralada bem fininha. - Tampar com uma flor de cravo vermelha. = Tudo deve ser posto em um vidro, junto com os pedidos. Para estabilidade, pode ser colocado uma flor de cravo e uma de sempre viva. - Despachar em mar bem calmo. . CALOR NA RELACAO : - Mel e caroco vermelho de amendoim. - Agticar cristal. - 01 copo de coco ralado. ~ Chuchu com dois buracos na meio € uma rosa vermetha. - 03 botaes de rose no centro. - OL espelho pequeno. - 01 carambola picada, e os pedidos. - OI perfiume sandato. - 01 pemba verde ¢ uma pemba rosa misturadas. ~ Colocar tudo em uma vasitha de barro. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 12 DEIXAR VICIOS - 01 vidro de boca larga - 03 mde fita verde ¢ 03 de fita vermetha. - Fazer uma tranga e passar no mel, pedindo tudo que deseja (fixar 0 pensamento na cura que se deseja alcancar) - OI corrente de aco partida em 04 partes - 01 campari e um guarand juntos. - OL copa. - 07 varinhas que deverdo ser queimadas juntas, com os pedidos para que todo 0 mal se vd para sempre. = Despachar em dgua corrente. DESFAZER FEITICOS AMOROSOS - 01 copo de leite de coco. - O1 pemba branca. - Esséncia de mil flores. = OI litro de vinho branco. - OL litro de cachaga. - 05 colheres de suco de limao galego. - 19 gotas de mel. - 09 tijolinhos de amor — amor. - 09 confeitas de amendoim. - 01 copo de grosetha. - O1 guarand. - 06 délias brancas. - OF vidro de purpurina prateada. - Gleo de banana, - 01 vidro com tampa. - 01 moeda antiga (pataca). ~ Colocar wna pedra branca. - Despachar em dgua doce. . DESCOBRIR SEGREDOS : - 07 flores bico de papagaio. = Colocar em 01 1 ou em 01 vidro de boca larga com eachaca. - 02 cadeados pequenos abertos. - O1 espelho de duas faces. - 07 contas de cristal branca. - OF estrela pequena de aco. - Despachar no mar com os pedidos. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 13 VENDER ALGO QUE ESTA ENCALHADO (DIFICIL) - 07 pedacos de carvado pequeno. - 07 pedidos com o nome do objeto (em cada papel passar mel de abelha). - 07 charutos. = 06 cervejas brancas ¢ OF champanhe. - OF taca. - 01 chave de ago. - 07 caixas de fosforo. - 01 m pano verde para forrar 0 chao. ~ Despachar em uma encruzithada na passagem da lua crescente para a lua cheia . TORNAR DOCE UMA PESSOA : - 01 doce fio de ouro. - Of vasitha espelhada. - OI perfiume de lavanda. - Alecrim ¢ uma fothas de maga (bem azul e em niimero impar). - 07 contas pequenas amarelas ¢ os pedidos. - Colocar tudo junto em um vidro de boca larga com 01 espelho. - Pé docura. - Despachar tudo no mar. . CONSEGUIR EMPREGO. = O1 conhaque aberto e dentro dele : anis estretado, O1 pé de coelho pequeno e 01 cortente (também pequena) de ago,01 pacote de aguthas, pé da amizade, - Despachar na mata. FIXAR-SE EM UM DETERMINADO EMPREGO - 01 prato com pinga e os pedidos de firmeza e estabilidade no trabalho que exerce. - Dentro de uma saladeira com mel, morango, agticar cristalizado rosa, O1 rosa natural, 01 perfume “ cabeca feita ”, 02 ventarolas feitas de papel de seda cor de rosa branco ¢ amareto. - Ao lado da saladeira, licor de cacau. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 14 PROMOCAO NO EMPREGO - Dentro de 01 Ide dleool colocar 03 dedais de vidritho (amarelo, branco e prateado), Ouro em pé, 03 ratzes de mil homens, 02 folhas de saido, 03 folhas de malva, Flor de ervilha, 02 camélias cor de rosa, 03 pedacos pequenos de jacarandé em casca ou pb. - Ao lado um perfume cabeca feita, 01 ima de aco, 01 champanhe aberta. - Despachar é beira mar. ENCAMINHAR UM DESENCARNADO - Colocar no chéo 07 velas em forma de cruz, seguida de 07 flores também em forma de cruz. ~ Por baixo da flor que fica bem no meio da cruz, colocar 0 nome da pessoa falecida. - Pedir @ Santo Agostinho que encaminhe este espirito . ENCANTAR E ATRAIR PESSOAS DE ALTA ESTIRPE - Ovos de pavoa e de cisne juntos. As claras devem ser batidas em neve com uma moeda de prata junto. Bater as gemas, com mel. Oferecer a moeda & Rainha dos astros e ao povo de Caranguejo e da lua cheia. - 03 colheres de agiicar cristal - OI taga de vinho branco de missa - 05 cravos brancos em uma jarrinha branca. - Colocar flores Angélica em wma jarrinha branca ao lado ¢ um perfume suave tipo flor a flor. - Oferendar em um lugar alto, em uma vasitha de cristal a DEUS, em lua cheta. . ENGENHEIROS E PARA QUEM TRABALHA EM TOPOGRAFIA : = 01 mapa do local ou 01 planta. Neste mapa colar : po giranda, pé chamada, po da amizade, p6 harmonia, 03 gotas de mel e colocar purpurina prateada sobre 0 mapa - 03 estrelas pequenas azuis. - 01 colar de flor de maravitha. - Copo, chamipanke aberta, 01 melhoral em cima do mapa. - Perfume e po de sandalo. - Cercar 0 mapa , colocar beira mar com 01 garrafa de cinzano aberta, - Oferecer e fazer os pedidos & corrente de engenharia. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 15 RECEBER DIVIDAS DE PESSOAS QUE DEVEM - Colocar em uma paineira florida, varios pedacos de papel dobrado com o nome do devedor. - Em 02 copos de dgua colocar 11 colheres de agtiear. - Pé methoria, 01 pitada de po de ferro. Po amizade. - Quando os papéis se abrirem, a pessoa vird pagar até o tiltimo centavo. TER EXITO NA BUSCA POR OURO - Em uma mina de ouro onde hajam garimpeiros, colocar 01 Kg de acticar. - Pé de ferro, 01 pitada de ouro em pé, perfume sandalo. - Fazer os pedidos para que a mina tenha producao, enquanto coloca agiicar ou purpurina dourada. ~ Pedir as Cortes Divinas que tragam para aquele lugar sucesso. - Ofertar 01 garrafa de whisky e de vez em quando jogar um copo da bebida na mina. . FAZER SUMIR UMA PESSOA QUE NOS IMPORTUNA - Em uma vela branca, bem no centro, amarrar um papel com 0 nome do desafeto com linha branca. - Acender a vela e coloca-la dentro de un copo transparente comum € com égua até a metade. - Oferecer & todos espiritos encantados das dguas. - Deixar 0 copo atrés da porta da frente da casa. - Apés 03 dias despacha-lo em wm rio de aguas correntes. - Em pouco tempo a pessoa se afastard sem ser prejudicada. . FICAR JUNTO COM DETERMINADA PESSOA : - Preparar borboletas de papel. ~ A sétima, cortar a asa com uma fesoura, - Colocar esta borboleta no mesmo lugar, colando com mel ¢ guarand. - 02 tesouras em miniatura. - OI lenco de cabeca ou 01 chapéu de patha e as borboletas com melado, mitho, pao (em pedacos pequenos dentro deste chapéu) - Despachar em lugar de terra e grama com um lenco branco. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 16 FICAR BELO E ATRAENTE - Cozinhar acelga e alcachofra com azeite doce e temperadas com cheiro verde. - Colocar em um prato com os pedidos. - Rechear um com peixe, um com frango e outro com camardo. ~ Colocar em cima molho verde bem temperado. - Tudo em uma tigela com tampa. ~ Despachar no mar. FICAR ESBELTA - Durante 09 luas minguante, passar pelo corpo um bife fresco, pedindo que leve todo 0 desencanto desagradavel. ~ Este bife junto com uma garrafa de pinga, 01 charuto, OF pano branco, um verde, um rosa, wn amarelo, um lilds, 01 marrom, 01 vermetho, OI verde escuro, wma moeda, O1 nota de 01 Real, 0 vidro de perfume Femme aberto com éter, € acetona. ~ Fazer este ritual durante 09 meses em 09 luas minguantes. - Oferecer e despachar e uma encrugithada, pedindo para que desaparegam as gorduras em excesso que vocé tem. - SER FORMOSA E FAMOSA ( SERVE TAMBEM PARA ATRACAO ) > - 07 champanhes vestidas com saias de todas as cores em nylon. - Colocar em cada uma um colar de flores. - O1 perfume alméscar grande. = 12 crisantemos brancos com os cabos mergulhados na areia como que plantados. = 02 cervejas brancas abertas, 03 magas cortadas e com agiicar, 02 pérolas, 01 garrafa de cachaga com dgua e groselha dentro (tudo misturado). - Servir em 07 copos. = Oferecer e despachar na areia. - SER RICO : - 01 folha de tilia, eva doce, dinheiro em penca, mil ratzes (grandes), folhas de flores, sementes de girassol, mil flores, mil folhas de malvarisco, erva da fortuna, Colocar tudo dentro de um litre de malvaisco. - Erva da fortuna. - Tudo dentro de um litro de dlcool de 90 graus com fixador. - Serve para banheo. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 17 PROTEGER AS CRIACOES E O SITIO ( SERVE TAMBEM PARA TERREIROS) - Em uma quarta feira, nas horas de merctirio, comprar um casal de galinhas da angola. - Dar wn banho de cerveja branca em ambos, Depois solté-los na propriedade ou terreiro. - Oferecer para os Reis das Matas ¢ pedir que aceitem o casal como oferenda ¢ que, ao contarem aquelas galinhas, seja de alegria deles e cheio de prosperidade para aquele sitio, terreiro ou criacées. ~ Guardar em casa ? = Despachar na mar com os pedidos ? . GANHAR UMA BOLADA NO JOGO: - OF bola azul e 01 de borracha. - Fazer 03 buracos no centro de cada uma e encher de moedas atuais, notas de um Real (0 maximo possivel), azougue, 02 imds de aco, 01 perfume “ cabecafeita ”, varias flores como amor perfeito, violeta, 03 rosas amarelas ¢ 02 vermelhas, balas de chocolate, balas de coco. - Bscrever na bola azul 0 que jé tem em mente. - Oferecer és entidades “ invenciveis do mar, pedindo que precisa vencer e receber aqueta bolada. - Juntar as bolas & 02 cadeados abertos, OL champanhe, O1 cerveja, 01 pinga (todas abertas). = Despachar no mar. GANHAR DINHEIRO - 01 despertador novo. - Lavar com perfume “ cabeca feita ” ¢ po de amizace. - 01 espelho de aumento sobre um papel celofane e, muna caixa pequena quadrada, Também colocar wna fava oriental, e o despertador. - Dentro de uma vasilha wm perfume alfazema, uma moeda de ouro pequena, dleo de gambé, p6 produtivo (feito com guiné), sandalo, 01 pemba azul. ~ Tudo deve ser colocado dentro de uma vasilha grande e oferecer as entidades do mar. ~ Despachar no mar. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 18 GANHAR NO JOGO - OF saquinho franzido com boca larga. = O1 raiz de mil homens. - 01 estrela do mar os pedidos ¢ uma moeda branca. ~ Amarrar 0 saquinho com wna fita verde e despachar em uma nascente. - Rodoquisona dourada e desodorante verde em bastao (quando o mar estiver em maré de espuma branca, oferecer, despachar e pedir a abertura de caminhos as entidades do mar) . GANHAR EM JOGO DE AZAR : - OI pano verde escuro. = OI quadro de xadrez com 03 dados ¢ 03 damas. - 01 litro de whisky, 01 garrafia de champanhe, 02 macos de cigarros minister. - Dentro de um vidro de boca larga colocar 03 fmas de aco, pé atrativo, 0! olho de boto, 01 olho de lobo, sandalo em pé, varias flores amarelas naturais, perfume alfazema, ouro em pé, prata e cobre (01 de cada), pé de ferro. ~ Ao lado deixar 03 cervejas brancas, O1 perfume musk. - Oferecer ¢ pedir as entidades que tenka poder e sorte no jogo, despachando em um gramado (em uma quinta feira entre 14 ¢ 15 hs ou 21 ¢ 22 hs }. GARIMPO - Em uma tigela, colocar 01 colar de pedras de cristal e missangas verdes, azuis junto com OI perfune “ cabeca Feita ”. - Pedir que seus ideais se realizem, que tenha sorte em tudo, poder e éxito. - Espalhar o perfume dentro da lavra, com um pouco de acticar, 05 gotas de mel, OL pouco de champanhe - Fumar 01 cigarro. = Invocar a corrente dos cristais ¢ pega 0 que desejar : produgiio no trabalho, bondade dos garimpeiros, compradores honestos e bondosos. ~- Despachar na mata. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 19 COSTUREIROS ( TEREM IDEIAS CRIATIVAS ) - 05 gotas de merciirio de termdmetro. - O2 claras de ovos batidas em neve. - Quando as claras estiverem duras, colocar 01 orqutilea branca natural, tudo dentro de 01 prato branco e novo. - 01 pluma de vestido em nylon branco ou azul bem claro. - 03 pérolas verdadeiras, 01 perfume patchuli, 01 colher de creme de leite, po realizacdo, encanto e alegria. - 01 camafeu branco ¢ 01 chave pequena de cera branca. - Pé de prata com 01 gota de perfume Green Peace. = Despachar em lua nova em mar calmo. PARA CACADORES ( TRABALHO INDIGENA ) - Comprar um Kg de fimo de rolo na lua nova. - Passar 01 | de mel no fumo, junto com cachaga, depois guardar. - Ao sair para cagar, cortar 07 pedacos pequenos. - Em cada pedaco, amarrar 01 laco de fita azul e vermelha. - 01 caixa de fosforos, 01 mago de cigarros. - Oferecer ao casal de caiporas ¢ & sua corrente, juntar 01 pitada de erva cidreira. - Pedir permissao a eles para cacar. - Despachar em uma raiz, juntamente com uma bonequinha de plastico. PESCADORES : - Quando a pescaria é em um rio : Colocar 01 paozinko mothado em azeite de dendé azeite doce (ensopado), dentro de um pequeno buraco na terra (a beira rio ). oferecendo e pedindo permissio e proteciio aos seres da natureza que ali habitam. - Quando a pescaria é no mar : 07 cotheres de vinho com paozinho, deixar secar. Na areia, oferecer para os seres que ali habitam, pedindo permissao e protecao. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 20 AJUDA DOS CABOCLOS QUE ATUAM NAS AREIAS DE RIOS OU MAR - 01 prato de polvitho, outro de dleo, 12 copos de dgua para ferver, temperar bem. Ao Jerver despejar em cima o polvitho. - Em uma bacia amassar bem. Se ficar duro adicionar 01 ovo. Fritar 07 bolinhos que deveriio ser colocados em 01 bandeja com uma folha de papel almaco, contendo os pedidos escritos @ lapis. Nesta folha passar manteiga. - Despachar na areia (de rio ou mar), oferecendo aos caboclos que ali atuam, Jjuntamente com 03 guarands e 01 cerveja, todos abertos. Fazer os pedidos, pedir licenca e sair. . AJUDA DE OGUM : - 01 inhame, azeite de dendé, mel de abethas, O1 palma de dendezeiro (mariwé) ou de coqueiro, se nao achar 0 mariwé, 01 vela branca. - Assar o inhame. Retirar os talos das folhas da palma do dendezeiro. Depois de exfriado o inhame, enfiar os talos em todo ele, escrever o nome da pessoa que precisa de ajuda em um prato branco. Colocar o inhame em pé sobre o nome da pessoa, colocar mel e um pouco de azeite de dendé sobre o inhame e os talos. Oferecer e pedir 4 Ogum 0 que deseja. Colocar préximo ao portdo da pessoa necessitada. Devers ficar por 07 dias, apds este periodo ser despachado sob uma drvore frondosa. TIRAR FEITICO, OLHO GRANDE E INVEJA ( EXU LONAN ): - O1 metro de morim vermetho, 01 alguidar médio, 07 velas brancas, 01 bife de boi cru, 07 moedas atuais, 07 biizios abertos, 01 farofa de dendé com uma pitada de sal, 07 limdes, 07 acagds vermethos, 07 ovos vermelhos, 01 obi. - Abriro morim, acender as velas, pasar o alguidar pelo seu corpo e colocar em cima do pano. Passar os igredientes no corpo pela ordem jd descrita. Por iiltimo, abrir 0 obi, leva-lo até a boca (fazendo os pedidos). Deixar o obi em cima do ebé. Fechar 0 morim. ~ Despachar em ua rua de muito movimento, onde tenha muito comércio. . AJUDA DE EXU : - Farinha, azeite de dendé, mel de abelha, farinha de mitho branco, figado, coragdo ¢ hofe de boi, cebola, camarao seco socado e 01 alguidar. - Fazer uma farofa com dendé, uma com mel ¢ uma com dgua (separadamente). Fazer 0 acacd branco cozinhando a farinha de milho em dgua, deixar a massa bem consistente. Depois colocar um pedaco de folha de bananeira ¢ enrolar. Deixar esfriar. Cortar os ‘mitidos de boi em pedacos pequenos e colocar para refogar com dendé, cebola, um pouco de sal, 0 camarao e rodelas de cebola. - Colocar as farofas no alguidar sem misturar muito. Adicionar sobre as farofas 0 refogado de mitidos. Colocar 0 acagd no centro. - Oferecer e pedir para Exu o que se quer. - Despachar em uma praca bem movimentada. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 21 . PROBLEMAS COM A JUSTICA (PESSOAS PRESAS OU QUE ESTAO PARA SER) : - Escrever o nome desta pessoa em 21 ovos. Quebrar ao redor da delegacia ou presidio, chamando pé EXU TIRIRI ¢ pedir 0 que deseja. - Preparar um caruru para 07 criancas. Limpar as mdos na roupa da pessoa € despachar na cachoeira. - Caso a pessoa ainda nao estiver presa, limpar as maos das criancas na roupa e no corpo da pessoa. Apés isto despachar a roupa na cachoeira e dar um banho de cachoeira nesta pessoa. . AJUDA DE IANSA — OYA ONIRA : - 01 absbora moranga, 04 biizios abertos, O4 néz moscadas, 04 moedas, O4 acarajés, 04 m de fita vermelha ¢ branca, 01 saco de morim. - Passar os igredientes pelo corpo. - Fazer wn buraco na moranga e colocar os igredientes. - Tampar a bdbora, amarrar com as fitas. Oferecer e pedir @ OYA ONIRA no alto de um morro, as 18 ou 24 hs, acendendo & uma vela vermetha. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 22 contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 23 contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 24 Zé Pelintra é uma entidade originaria do Catimbé nordestino e comumente incorporado em terreiros de Umbanda e Candomblé tendo seu culto difundido em todo © Brasil e no Mundo. Existem varias formas de incorporagdo de Zé Pelintra, tendo cada um sua histéria de vida. Ou seja, 0 Zé Pelintra que conhecer, dificilmente 0 verd novamente incorporado em outro médium. Podemos citar trés formas conums de incorporacato de seu Zé Pelintra: a do mestre Juremeiro, a do baiano ou das almas ea do malandro. Preto José Pelintra, como é conhecido no Catimbs ou Jurema, é uma forma de caboclo que irabalha na linha dos tndios brasileiros com ervas e recas para cura e salvaguardar seus fitis. Profundo conhecedor dos segredos da Jurema, dizem que viveu boa parte de sua vida ao lado de indios brasileiros ¢ absorveu seus conhecimentos. E muito conhecido no norte ¢ nordeste brasileiro, tem grande influéncia nas matas e profundo respeito pelos santos catdlicos por ter sido baticado e seguido a Igreja Catdlica Apostélica Romana, especialmente Santa Barbara. Zé Pelintra da Bahia ou Zé Pelintra das almas vem de uma linhagem de antigos sacerdotes do Candomblé, poderoso em desmanchar feiticos e mazelas de seus adeptos, capaz de desafiar qualquer sacerdote sem se preocupar com os poderes de seu inimigo, é muito louvado em Sao Paulo e na Bahia, em sua "esquerda" torna-se seu patrono Ogum adquirindo seus poderes e ira deixando seus fiéis em grande temor pela capacidade e poder que adquire, tem como padrinho Santo Antonio e madrinha Nossa Senhora de Santana, Zé Pelintra malandro é muito conhecido ¢ louvado no sudeste ¢ sul do Brasil trata-se de uma linhagem que andou entre a malandragem do Rio de Janeiro ¢ Sao Paulo criado em portos ¢ cabarés nas décadas passadas, envolvendo-se em brigas, amizades e mutheres sendo conhecido e respeitado por seus poderes em livrar seus adeptos e fiéis de perseguigdes e traigdes em grande influencia em magias dos mares pela sua amizade ¢ respeito pelas entidades dos mares tendo como padrinho Sao Jorge e Nossa Senhora dos Navegantes Portanto é uma das tinicas entidades que incorpora em qualquer culto afro-brasileiro seja na forma de um caboclo, baiano, ext ou malandro. Bastante considerado, especialmente entre os umbandistas, como o espirito patrono dos bares, locais de jogo e sarjetas, embora nao alinhado com entidades de cunko negativo, € ua espécie de transcricdo arquetipica do "malandro”. No seu modo de vestir, diverge-se as trés formas o tipico Zé Pelintra é representado trajando terno completo na cor branca, sapatos de cromo, gravata grend ou vermetha e chapéu panamé de fita vermetha ou preta. Sua roupa se assemelha aos "oot suit", usada nos EUA por negros ¢ latinos nas década de 1930 e 1940, bem como na Jurema de camisa comprida branca ou quadriculada com mangas dobradas e calea branca dobrada nas pernas, sem sapatos e com um lengo no pescoco nas cores vermelha ou outras, traz na mdo sua bengala e seu cachimbo. Na linhagem dos baianos ou das almas seu Zé Pelintra utilica roupas de algoddo comumente usadas entre os escravos e chapéu de palha diferenciando-se apenas por seu lenco vermetho ou cachecol vermelho e uma fita vermelha em seu chapéu, bem como porta sua bengal tipica. Contam que nasceu no povoado de Bodocé, sertao pernambucano, proximo a cidadezinha de Exu Fugindo da terrivel seca que assolava a cidade a familia de José contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 25 dos Anjos rumou para Recife em busca de uma methor vida, mas 0 menino aos 3 anos perdeu a mae. Cresceu, entdo, no meio da malandragem, dormindo no cais do porto ¢ sendo menino de recados de prostitutas. Sua estatura alta e forte granjeou o respeito dos circunstantes. Sua morte seria um mistério, Aos 41 anos foi encontrado morto sem nenhuu vestgio de ferimento. Uma outra versito do mito alude a José Gomes da Silva, nascido no interior de Pernambuco, um negro forte ¢ dgil, grande jogador e bebedor, nutherengo e brigdo. Manejava wna faca como ninguém, e enfrenté-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de dbito. Os policiais jé sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sozinhos, sempre em grupo e mesmo assim nao tinham a certeza de nao sairem bastante prejudicados das pendengas em que se envolviam. Nao era mal de coragdo, muito pelo contrério, era bom, principalmente com as mutheres, as quais tratava como rainhas. Sua vida era a noite, sua alegria as cartas, os dados a bebida, farra, as mulheres & brigas. Jogava para ganhar, mas nao gostava de enganar os incautos, estes sempre dispensava, mandava-os embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles. Mas ao contririo, aos falsos espertos, os que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e dos dados, a estes enganava o quanto podia e os considerava os verdadeiros oidrios. Incentivava-os ao jogo, perdendo de propésito quando as apostas ainda eram baixas ¢ os limpando completamente ao final das partidas. Isso bebendo Aguardente, Cerveja, Vermouth, e outros alcoblicos que aparecessem. Esta entidade andou pelo mundo, suas manifestagées apresentam-se em todos os cantos da terra. Foi noticiado que incorpora nos Estados Unidos. Zé Pelintra é invocado quando seus seguidores precisam de ajuda com questoes domésticas, de negécios ou financeiras e & reputado como um obreiro da caridade e da feitura de obras boas A Umbanda é um culto legitimamente Brasileiro com seus proprios rituais e estrutura, enquanto 0 Catimbo € uma forma regional de sincretismo entre elementos tanto brasileiros, europeus, indigenas. Na Umbanda, Zé Pelintra é um guia pertencente a linha do Povo da Malandragem, na Umbanda seu Orixa patrono & Ogum. Jé no Catimbo, considerado um. "mestre juremeiro”. Na Umbanda, Zé Pelintra é creditado como pertencente @ linha das almas, cujos seres humanos desencarnados auxiliam no beneficio da humanidade como forma de expiacdo de uma vida anterior de extrema dissipacdo material Majoritariamente os seguidores de Zé Pelintra concentram-se nos ambientes urbanos de Rio de Janeiro, So Paulo ¢ Rio Grande do Sul, mas eles também podem ser Pagina 26 encontrados no Nordeste do Brasil, entre os "catimbozeiros", € nas reas rurais de praticamente todo o pais. Zé Pelinira, tanto na Umbanda como no Catimbé, 6 tide como protetor dos pobres uma entidade de importancia entre as classes menos favorecidas em geral, tendo ganhado 0 apelido de "Advogado dos Pobres”, pela patronagem espiritual e material que exerce, Um exemplo real chama-se Lala. E comum acha-lo em festas e exposigées, sempre rindo. E é claro, sem fazer rir. A cidade de Piraitba concentra-se exemplos disso. contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 27 contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 28 A Umbanda, religitio brasileira, é um misto de Cristianismo, Espiritismo, Catolicismo, culto aos orixas e Catimbd. A Umbanda tem seu edificio solidificado nas bases principais do evangelho cristéo, e sua maior lei é Amar a Deus sobre todas as coisas e @ amar ao préximo come a si mesmo. Umbanda é uma religido, espirita — magista, trabalhando com os esprritos, de diversas faixas vibratorias, a Umbanda, tem seu catecismo em simbologias enigmdticas (Pontos riscados, cantados, velas coloridas, etc.) A Umbanda de Zé Pelintra é voltada para a pratica da caridade (fora da caridade ndo hd salvacdo), tanto espiritual quanto material (Ajuda entre irmaos), propagando que 0 respeito ao ser humano, é a base fundamental para o progresso de qualquer sociedade. Zé Pelintra também prega a TOLERANCIA RELIGIOSA, sem a qual 0 homem viverd constantemente em guerras. Para Zé Pelintra, todas as religides siio boas, e o principio delas é fazer 0 homem se tornar espiritualizado, se aproximando cada vez mais dos valores reais, que siio Deus ¢ as obras espirituais. Na humildade que the € peculiar, Zé Pelintra, afirma que todos sdo sempre aprendizes, mesmo que estejam em graus evolutérios superiores, pois quem sabe mais, deve ensinar a quem ainda ndo apreendeu e compreender aquele que ndo consegui saber. Zé Pelinira, esptrito da Umbanda e mestre catimbozeiro, faz suas oraedes pelo povo do mundo, independemte de suas religides. Prega que cada um colhe aquilo que planta, € que 0 plantio é livre, mas a colheita € obrigatéria. Zé Pelintra faz da Umbanda, o local de encontro para todos os necessitados, procurando solucao para 0 problema das pessoas que the procuram. Ajudando e auxiliando os demais espiritos. Zé Pelintra é 0 médico dos pobres e advogado dos injusticados, e protetor dos comercianies, principalmente Bares, Lanchonetes Restaurantes e Boates, ¢ sempre recorre a Jesus, fonte inesgotdvel de amor e vida. Na gira em que Zé Pelintra participa sao invocados os caboclos, pretos velhos, baianos, marinheivos ¢ exus. Em cada linha, a seguranca e a esperanga de una conquista certa e segura. Viva Deus, Viva Jesus, Viva Nossa Senhora da Aparecida, Viva 0 Senhor do Bonfim, Viva os Anjos, Viva os espiritos do bem, Viva nossos cabloco, Viva nossos pretos velhos, Viva Zé Pelintra, Viva sempre nossa UMBANDA. A gira de Zé Pelintra é muito alegre e com excelente vibracdo, e também disciplina é 0 que ndo falta. Sempre Zé pelintra procura trabathar com seus camaradas, e as vezes, por ser muito festeiro, gosta de uma roda de amigos para conversar, e ensinar 0 que traz do astral. Zé Pelintra atende a todos sem distincdo, seja pobre ou rico, branco ou negro, idoso ou Jovem. Seu Zé Pelinira tem varias estorias da sua vida, desde a Lapa do Rio de Janeiro até o Recife. Todavia, a principal historia que seu Zé Pelintra quer escrever, 6 a da CARIDADE, e que ela seja praticada e que passemos os bons exemplos, de Pai para filho, de amigo para amigo, de parente para parente, a fim de que possa existir uma corrente inesgotdvel de Amor ao Préximo. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 29 Zé Pelintra prega 0 amparo aos idosos e as criancas desamparadas por esse mundo de Deus. Se vocé, ajudar com pelo menos um sorriso, a um desamparado, estards, nao importa sua religido ou credo, fazendo com que Deus também Sorria e que 0 Amor Fraterno triunfe sobre 0 egoismo. ZE PELINTRA pede que os filhos de fé achem uma creche ou um asilio e ajudem no que puder as pessoas ¢ criancas jogadas ao descaso, Ndo devemos esquecer que a Fé sem as obras boas é morta. Entidades de luz, carismaticas, chegam com seu samba no pé, seu charuto na boca, chapéu de panamé de lado com toda a ginga de um malandro. Tem como sua origem, 05 rituais do catimbd, provenientes do Nordeste brasileiro, onde até hoje é cultuado a imagem do malandro Zé Pelintra, chefe da linha dos malandros. Zé Pelinira nasceu no nordeste, foi abandonado pelos pais, se supeou das dificuldades ¢ jovem foi par Recife e depois para o Rio de Janeiro, onde se malandriou na Lapa. Assim, Zé Pelintra formou uma bela Falange de malandros de luz, que vém ajudar aqueles que necessitam, os malandros sito entidades amigas ¢ de muito respeito, sendo assim ndo aceitamos que pessoas que ndo respeitam as entidades e a umbanda, as entidades usam cigarros ¢ charutos, pois a fumaca funciona como defumador astral. Sua cor: Vermelho e Branco ou Preto e Branco Esse texto pertence ao livro Zé Pelinta - O Malandro Divino, e descreve muito bem como é a maneira deste maravilhosos guia trabalhar... Saravé Seu Zé Pelintra! contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 30 Zé Pelintra e Sua Falange de Luz y Umbanda de Zé Pelintra é voltada para a pratica da caridade - fora da caridade ndo hé salvacdo -, tanto espiritual quanto material - ajuda entre irméos -, propagando que © respeito ao ser humano, é a base fundamental para o progresso de qualquer sociedade. Zé Pelintra também prega a TOLERANCIA RELIGIOSA, sem a qual 0 homem viverd constantemente em guerras. Para Zé Pelintra, todas as religides sdo boas, e 0 principio delas é fazer o homem se tornar espiritualicado, se aproximando cada vez mais dos valores reais, que sdo Deus € as obras espirituais. Na humildade que Ihe é peculiar, Zé Pelintra, afirma que todos sito sempre aprendizes, mesmo que estejam em graus evolutivos superiores, pois quem sabe contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 32 mais, deve ensinar a quem ainda ndo apreendeu e compreender aquele que niio consegui saber. Zé Pelinira, esptrito da Umbanda e mestre Catimbozeiro, faz suas oragdes pelo povo do mundo, independente de suas religides. Prega que cada um colhe aquilo que planta, ¢ que o plantio é livre, mas a colheita é obrigatéria. Zé Pelintra faz da Umbanda, 0 local de encontro para todos os necessitados, procurando solucdo para o problema das pessoas que lhe procuram. Ajudando ¢ auxiliando os demais espiritos. Zé Pelintra é 0 médico dos pobres e advogado dos injusticados, é devoto de Santo Antonio, e protetor dos comerciantes, principalmente Bares, Lanchonetes, Restaurantes e Boates, ¢ sempre recorre a Jesus, _fonte inesgotdvel de amor e vida. A falange de Zé Pelintra (também conhecida como Malandragem ou Linha de Malandros) é muito alegre e com excelente vibracao, e também disciplina é 0 que nao falta, atendem a todos sem distingao, seja pobre ow rico, branco ou negro, idoso ou Jovem. Seu Zé Pelintra tem varias estérias da sua vida, desde a Lapa do Rio de Janeiro até o Nordeste. Todavia, a principal hist6ria que seu Zé Pelintra quer escrever, € a da CARIDADE, ¢ que ela seja praticada e que passemos os bons exemplos, de Pai para filho, de amigo para amigo, de parente para parente, a fim de que possa existir uma corrente inesgotével de Amor ao Proximo. Zé Pelintra prega 0 amparo aos idosos ¢ as criancas desamparadas por esse mundo de Deus. Se vocé, ajudar com pelo menos um sorriso, a um desamparado, estards, no importa sua religido ou credo, fazendo com que Deus também Sorria e que 0 Amor Fraterno triunfe sobre o egotsmo. ZE PELINTRA pede que os filhos de fé achem uma creche ou um asilo e ajudem no que puder as pessoas e criancas jogadas ao descaso. Nao devemos esquecer que a Fé sem as obras boas é morta. Zé Pelintra nasceu no nordeste, hd controvérsias se 0 mesmo tivesse nascido no Pernambuco ou Alagoas e yeio para o Rio de Janeiro, onde se malandriou na Lapa e um certo dia foi assassinado a navalhadas em uma briga de bar. Assim, Zé Pelinira formou uma bela Falange de luz, que vém ajudar aqueles que necessitam, els vem na linha de Baianos e sio entidades amigas e de muito respeito, contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 33 A Origem de Zé Pelintra Mas afinal, qual a origem de nosso personagem? Seu Zé torna-se famoso primeiramente no Nordeste seja como fregiientador dos catimbds ou jd como entidade dessa religido. O Catimbs est d inserido no quadro das religides populares do Norte e Nordeste e traz consigo a relacdo com a pajelanca indigena ¢ os candomblés de cabaclo muito difundidos na Bahia. Conta-se que ainda jovem era um caboclo violento que brigava por qualquer coisa mesmo sem ter razdo. Sua fama de “erveiro” vem também do Nordeste. Seria capaz de Pagina 35 receitar chas medicinais para a cura de qualquer male, benzer e quebrar feitigos dos seus consulentes. Jé.no Nordeste a figura de Zé Pelintra € identificada também pela sua preocupaciio com a elegdncia. No Catimbé, usa chapéu de palha e um lengo vermelho no pescoco. Fuma cachimbo, ao invés do charuto ou cigarro, como viria a ser na Umbanda, e gosta de trabalhar com os pés descalgos no chao. De acordo com Ligiéro (2004), Seu Zé migra para o Rio de Janeiro onde se torna nas primeiras tres décadas do século XX um famoso malandro na zona boémia carioca, a regido da Lapa, Esticio, Gamboa e zona portudria. Segundo relatos histéricos Sew Zé era grande jogador, amante das prostitutas € inveterado boémio. Quanto a sua morte, autores discordam sobre como esta teria acontecido. Afirma-se que ele poderia ter sido assassinado por uma mudher, um antigo desafeto, ou por outro Malandro igualmente perigoso. Porém, 0 consenso entre todas essas hipoteses € de que fora atacado pelas costas, uma vez que pela frente, afirmam, o homem era imbattvel. “Para Zé Pelintra a morte representon 1am momento de transi¢éio e de continutidade ”, afirma Ligiéro, e passa a ser assim, incorporado & Umbanda ¢ ao Catimbs como entidade “baixando” em médiuns em cidades e Paises diversos que nem mesmo teriam sido visitadas pelo Malandro em vida como Porto Alegre ou Nova York, Japao ou Portugal, por exemplo. Todo esse relato em tiltima insténcia nao tem comprovacao historica garantida e 0 importante para nds nesse momento é 0 mito contado a respeito dessa figura. Seu Zé é a tinica entidade da Umbanda que é aceita em dots rituais diferentes e opostos: a “Linha das Almas” (caboclos e pretos-velhos) ¢ o ritual do “Povo de Rua” (Bxus e Pombas-Giras). A Umbanda de Zé Pelintra é voltada para a pratica da Caridade - fora da caridade néto hd salvagao -, tanto espiritual quanto material - ajuda entre irmaos -, propagando que 0 respeito ao ser humano, é a base fundamental para o progresso de qualquer sociedade. Zé Pelintra também prega a TOLERANCIA RELIGIOSA, sem a qual 0 homem viverd constantemente em guerras. Para Zé Pelintra, todas as religides sao boas, ¢ 0 principio delas é fazer 0 homem se tornar espiritualizado, se aproximando cada vez mais dos valores reais, que séo Deus e as obras espirituais. Na humildade que the é peculiar, Zé Pelintra, afirma que todos sao sempre aprendizes, mesmo que estejam em graus evolutérios superiores, pois quem sabe mais, deve ensinar a quem ainda nao apreendeu e compreender aquele que nao consegui saber. Zé Pelintra, espirito da Umbanda e mesire catimbozeiro, faz suas oracdes pelo povo do mundo, independente de suas religides. Prega que cada um colhe aquilo que planta, e que 0 plantio é livre, mas a cotheita € obrigatoria. Zé Pelintra faz da Umbanda, 0 local de encontro para todos os necessitados, procurando soluedo para o problema das pessoas que the procuram. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 36 Ajudando ¢ auxiliando os demais espiritos. Zé Pelintra é 0 médico dos pobres e advogado dos injusticados, é devoto de Santo Antonio, e protetor dos comerciantes, principalmente Bares, Lanchonetes, Restaurantes e Boates, e sempre recorre a Jesus, fonte inesgotdvel de amor e vida. Na gira em que Zé Pelintra participa sdo invocados 08 caboclos, pretos velhos, baianos, marinheiros e exus A gira de Zé Pelintra é muito alegre ¢ com excelente vibracao, ¢ também disciplina é 0 que ndo falta. Sempre Zé Pelintra procura trabalhar com seus camaradas, ¢ as vezes, por ser muito festeiro, gosta de uma roda de amigos para conversar, e ensinar 0 que traz do astral. Zé Pelintra atende a todos sem distingdo, seja pobre ou rico, branco ou negro, idoso ou jovem. Seu Zé Pelintra tem varias estérias da sua vida, desde a Lapa do Rio de Janeiro até 0 Nordeste. Todavia, a principal historia que seu Zé Pelintra quer escrever, é a da CARIDADE, ¢ que ela seja praticada e que passemos os bons exemplos, de Pai para filho, de amigo para amigo, de parente para parente, a fim de que possa existir uma corrente inesgotdvel de Amor ao Préximo. Zé Pelintra prega o amparo aos idosos e as criangas desamparadas por esse mundo de Deus. Se vocé, ajudar com pelo menos wn sorriso, a um desamparado, estards, ndo importa sua religidio ou credo, fazendo com que Deus também Sorria ¢ que 0 Amor Fraterno triunfe sobre 0 egofsmo. ZE PELINTRA pede que os fithos de fé achem uma creche ou um asilo e ajudem no que puder as pessoas ¢ criangas jogadas ao descaso. N&to devemos esquecer que a Fé sem as obras boas é morta. Zé Pelintra nasceu no nordeste, hd controvérsias se 0 mesmo tivesse nascido no Recife ou em Pernambuco e veio para o Rio de Janeiro, onde se malandriou na Lapa e um certo dia foi assassinado a navalhadas em uma briga de bar. Assim, Zé Pelintra formou uma bela Falange de malandros de luz, que vem ajudar aqueles que necessitam, os malandros sito entidades amigas e de muito respeito, sendo assim no aceitamos que pessoas que ndo respeitam as entidades ¢ a wmbanda, digam que estado incorporados com seu Zé ou qualquer outro malandro e que eles fumam maconha ou téxicos: entidades usam cigarros e charutos, pois a fumaga funciona como defumador astral. Podemos citar além de Seu Zé Pelintra, Seu Chico Pelintra, Cibamba, Zé da Virada, Seu Zé Malandrinho, Seu Malandro, Malandro das Almas, Zé da Brilhantina, Zé da Silva, Joao Malandro, Malandro da Madrugada, Zé Malandro, Zé Pretinho, Zé da Navatha, Zé do Morro, Maria Navathada, Maria do Cais etc. Os malandros vém na linha de Exu, mas os malandros ndo séio Exus! Exu é Guardic Malandro é Espirito em evolugao, ajudando sempre a seu proximo nas curvas da estrada, subidas dos morros, controles e descontroles, entradas e saidas... Sempre irabathando com a Malandragem de agir sorrindo e colher cantando... contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 37 “Paco Caridad, porque aprendi que & 0 melhor caminho de evolugdo. Caridade é dar sem nada esperar em troca, sem que se posstvel for, nem mesmo vocé saiba... nem tudo que se faz deve ser dito...” Lute por aquilo que quer. Erga sua cabeca. Acredite. Confie. Tenha fé! Malandro Zé da Silva Por mais dificeis que sejam os problemas, jamais pense em desistir. Sempre existe alguém que pode ajudar voce. E quase sempre esta pessoa estd muito perto. Othe, procure, conte a sua dificuldade. Seja qual for a provagao, entregue-se a Deus em confianga Ele é 0 caminho. Aguarde um pouco mais, na fé ¢ 0 auxtlio alcangard vocé. Desistir, nunca! Zé Pelintra, contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 38 Linha e Arquétipo dos Malandros Por Rodrigo Queiroz - Ditado por José Pelintra “Seu Zé Pelintra onde é que o senhor mora. Eu ndo posso te dizer, porque vocé ndo vai me compreender. Bu nasci no Juremé, minha mora é bem pertinho de Oxalé!” “Din din din, din din din, risca 0 ponto! Malandro cruzado no meio do terreiro chegou, chegou Zé Pelintra que veio do lado de Id, fumando e bebendo gritando vamos saravé! Saravé a todos do lado de ca! Saravé Umbanda, 0 Catimbé, as Macumbas ¢ 0 Candomblé! Salve aqueles que siio de salve e aqueles que néio o sto!” De tanto que somos marginalizados por aqueles que deveriam era nos prestar reveréncia ou mesmo o respeito por estarmos téo proximos para o que der e vier. Nos os “malandros” do astral fomos confundidos com os marginais do além. Para quem ainda nao entendeu, os Zés da Umbanda séio espiritos comuns a cada um de vocés. Humanos por natureza, errantes, com defeitos e virtudes que na bondade do Criador podemos interagir com nossos comipanheiros encarnados afimn de na troca de experiéncias agregar luz e evolugdo na historia de cada um. contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 39 2% Pelintras, Zé Navatha, Zé da Facae tantos “zés” formam esta corrente ou linha de trabalho que chamamos de Linha dos Malandros. Justamente pela falta de informacao fomos chegando na Unbanda de “‘fininho” na boa malandragem pra néio incomodar ninguém. Quando “batiamos na porta” de um terreiro que nos desconhecia, se era da percepcao do dirigente que deviamos manifestar na linha dos exus, assim faziamos se pensavam que éramos baianos, tudo bem, ali estévamos. Entre acertos ¢ erros, contradigdes e tradigdes fomos sendo aceitos, percebidos e procurados. No entanto engana-se aquele que pensa que surgimos do nada ou para nada, nao, no. Jd bem antes da Umbanda estévamos lé comandando 0 Catimhé, muitos ainda estado, diria que esta é nossa origem, mas como afirmar a origem daquele que nao é original, pois é, somos o retrato da miscigenagao racial ¢ cultural que impera em todos os cantos deste Brasil, terra de Deus! Somos aclamados como Doutor, curador, conselheiro, defensor das mulheres ¢ dos ‘pobres. Por outro lado também somos rechacados e “exterminados” na consciéncia de ‘alguns que insistem em nos colocar no patamar das “deménios” ¢ espiritos viciados ¢ aloprados. Ora, este que nos maldiz é aquele mesmo que nada entendeu sobre Deus e seu amor na Sua Criagdo! Deixe que falem, desde que fale. O certo é que somos 0 retrato ¢ a realidade da classe menos favorecida, somos a periferia, os menos favorecidos, os esquecidos, aqueles que se ndo é 0 jogo de cintura da criatividade humana, jamais persistiria vivendo, entende agora o que é nossa malandragem? Também digo que vivemos na periferia de Deus, claro, ainda temos muito que fazer para ir até 0 centro, E dat? Té tudo certo camarada, Sabemos a que estamos ¢ livre das ilusdes que tanto aplaca a mente de voces encarnados. Otha, sabe de uma coisa? E bom demais 0 lado de ca! Dos Catimbés do Nordeste aos terreiros de Umbanda de todo Brasil! Isso é ascensao... Por fim camarada, tenha em mente que estamos para ajudar a quem queiva. Defendemaos sim os mais pobres e sofredores, pois sabemos o que é a dor da fome e da perdicdo. Secaremos sempre as lagrimas daqueles que sofrem e isso basta. Dentro do meu chapéu levo meu mistério, na fumaca de meu charuto transporto minha magia, na gargalha encanto meu povo, no meu terno branco reflito 0 que sou e na minha gravata vermetha quebro 0 mal olhado na forca de Ogum! Para aqueles que nos abrem alas, obrigado! Nota do médium: Salve sua forca camarada! Pois é leitor, a Linha dos Malandras, como posso dizer é bem nova neste formato organizado, no entanto de forma esparsa e independente estes companheiros jd se manifestam na Umbanda hd muito tempo e sto anteriores ao surgimento da religido. Detendo grande importincia nos Catimbos ¢ Macumbas Cariocas. Stio “mandingueiros” do bem e manifestam um incrivel senso de humor em suas manifestacdes. Chamam logo atencao de todos e arrebanham facilmente pessoas ao seu convivio. Seu arquétipo é da classe social mais sofrida e menos abastada. Retratam mesmo aqueles que viveram no morro, na marginal, na periferia. Sao marginalizados, no Pagina 40 entanto nio sito marginais. Exemplo daquele que apesar do sofrimento e das dificuldades teve sabedoria para tirar humor da dor e driblar o baixo astral. Defensores naturais das mulheres que sofrem com o aprisionamento machista parecem até galanteadores, mas nunca perdendo o bom senso do respeito. Estée afinados com a classe a qual formam seu arquétipo. Mandingueiros, sabem muito bem como combater as Trevas e desmanchar feiticarias e magias negra. Nao sao baianos, nao sao nordestinos, nao sdo rétulos, pois sao 0 que sao, um agrupamento de espiritos que tiveram a experiéncia de pobreza ou algo do tipo por todo esse pats, que depois do desencarne ¢ jd conscientizados tiveram a oportunidade de retornarem nos cultos meditinicos para continuar o progresso evolutivo. Firmezas = 01 imagem do Zé Pelintra (ou de um malandro especifico); - O1 copo pequenho (conhaque); - 07 fitas finas de cetim vermetho; - OL charuto; = 01 cerveja branca; - 01 vela de 7 dias vermetho. Banhe a imagem com a cerveja. Molhe as fitas no conhaque e as amarre no pescoco da imagem dando 7 nds. Mantenhas sempre 0 copo com conhaque e charuto. Toda semana acenda ao menos uma vela palito vermelha. Na ocasiéo troque o liquido. Sempre que fizer esta firmeza semanal, pegue o charuto e dé trés baforadas, concentrado nos pedidos e oragdes. Oraciio de Firme “Divino Criador, Divinas Forgas Naturais, Divinos Orixds, neste momento vos evoco @ eco que imante este assentamento, consagre e 0 torne um portal por onde os Malandros do astral possam se manifestar, servindo de minha protegdo e chave de ‘acesso aos “zés” de acordo com o meu merecimento. Peco que a forca dos malandros esteja presente e receba minhas vibragées.’” Ps.2 Este é um assentamento universal para a linha dos Malandros, que pode ser consagrado a um Malandro especifico ou deixar aberta de forma universal. Faca isto com fé e amor, tera otimos resultadas, Saravé os Malandros, salve Zé Pelintra!? Fonte: este texto faz parte da apostila que compoe 0 material de estudos do curso Arquétipos da Umbanda, desenvolvido e ministrado por Rodrigo Queiroz. Historias dos Malandros nos Morros Pagina 41 Waldir: a elegancia em pessoa Ele fez fama na Lapa, circulou pela Praca Onze e bateu ponto no Estacio. Brigou de navalha, andou de viés, carregou no trejeito. De terno branco de linho, chapéu de veludo e sapato couro de cobra, o malandro carioca atendia por nomes que impunham respeito - Madame Sati, Camisa Preta, Sete Coroas e Joao Cobra. Todos viraram sindnimo de handidagem no Centro do Rio nos anos 10 ¢ 20 do século passado. Com 0 surgimento das primeiras favelas, os malandros logo descobriram um novo territério livre para impor suas leis. Pagina 42 Um dos primeivos jomnalistas a subir os morros do Rio ¢ escrever sobre seus personagens, Benjamim Costallat disse certa vez que ‘a Favella (atual Providencia) era uma cidade dentro da cidade, onde a lei é a do mais forte e a do mais valente ¢ a navatha liquida os casos”. Estava se referindo & Zé da Barra, nordestino bom de briga - e de ldbia - que mandava e desmandava na Favela. Aos poucos, no entanto, 0 termo foi sendo suavicado e virou sindnimo de manemoléncia, labia e esperteza. Foi esse malandro sangue bom que fez a festa nos morros do Rio nos anos 50, 60 ¢ 70 - a maioria deles ligada as escolas de sara. Charme pelos becos Os nomes variavam mas a fama de espertos € mulherengos era a mesma. Alguns viraram lenda e sao quase heréis nas historias contadas até hoje. Poucos ainda continuam na ativa arrastando charme ¢ desfilando elegancia pelos becos das favelas. Como Waldir Carolina, de 74 anos “Me considero wn cidaddio esperto, que sabe viver a vida”, resume sen Waldir, Jundador e presidente do Bloco Unidos do Cantagalo de 1963 até 1983. “Sempre fiz questo de andar na linha. Quando entrava na quacra o pessoal logo falava: la vem o presidente!" Até hoje $6 compro sapato por encomenda e terno sob ‘medida’, brinca seu Waldir, que — como diz 0 poeta Chico Buarque, “hoje tem mulher e filho e tralhae tal” — é sécio da prépria esposa num quiosque de flores em Copacabana. ai, ae hee - Dono de quiosque de flores em Copacabana, Waldir sempre fez questdo de andar na linha Sapato de couro de cobra “Bu vivi de perto a época de ouro do Waldir no Cantagalo e ficava Ié ouvindo ele contar as suas historias. Esse aproveitou bem a vida. A gente brincava que ele era 0 tltimo malandro”, conta Eidibal Neves, de 63 anos, amigo de infiincia e tanuhém fundador e compositor de sambas classicos do bloco do Cantagalo. No Salgueiro, berco do samba na Tijuca, Zona Norte carioca, os malandras faziam 0 tipo granfino. Fitho de Casemira Calea Larga, outra figura lendéria dos morros do Rio, seu Jorge Casemiro, de 70 anos, néo pensa duas vezes na hora de citar 0 ban-ban- han da favela na década de 60. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 43 “Jorge Louro, esse erao cara! Um negéo forte, bonito, se vestia sé de linho, chapéu de veludo e sapato couro de cobra. Dancava muito e tinha as cabrochas dele espathadas pelo morro todo. Era malandrdo mesmo, mas no bom sentido”, frisa seu Jorge. “E modéstia @ parte eu também sempre andei na linha. Para ir no samba até hoje sé se for de blusdo de linho ¢ calga branca. E comigo é tudo sob medida. Faco questéio.” Labia e jogo de cintura Jorge Casiniro, filho de Calea Larga Antor da tese de doutorado “Malandros, marginais e vagabundos”, 0 sociélogo Michel Misse estudou a evolucdo da palavra ‘malandro' ao longo do século 20 e diz que a iransformagdo mais radical aconteceu na década de 50. “Foi quando 0 malandro deixou de ser bandido e virou 0 cara esperto, cheio de labia e com jogo de cintura, Esse era o malandro estilizado que inspirou Walt Disney a criar 0 Zé Carioca. O Bando da Lua que tocava com a Carmem Miranda também s6 se vestia de chapéu e camisa listrada”, explica ‘Mas bem antes 0 fendmeno da suavizagdo do malandro jé era detectado por Noel Rosa. Em entrevista a revista O Debate, em 1935, o compositor jé havia dado uma pista sobre 0 paradeiro desse novo malandro do bein: “O morro do Castelo foi abaixo e a policia ‘espantou’ os malandros inveterados e ‘escrachou as cabrochas’. Mas o malandra néo desapareceu. Transformou-se, simplesmente, com a sua cabrocha, para tapear a policia. Ble jé esté de gravata e chapéu de palhere ela usa meias de seda”. Nos anos 60, 0 malandro sofre nova transformagdo e de novo desce para o asfalio. Michel Misse explica: “Todo mundo podia ser malandro, 0 comerciante, o politico, 0 cara esperto na esquina. E ai surge o nome marginal para substituir 0 malandro”, diz. “Mas a grande novidade nos tiltimos anos foi o surgimento da palavra vagabundo nos anos 80, que é uma mistura de malandro com marginal’, diz. Aide quem nao respeitasse contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 44 Jodozinho: "86 dava leié no baile Desde os tempos de Brancura do Estdcio que a malandragem na favela esteve préxima ao mundo do samba. No Morro da Babilonia, no Leme, Zona Sul carioca, quem reinava nas noites de baile dos anos 60 era um passista famoso conhecido apenas por leié. "6 dava ele no baile do Lair e no Seu Justino. Esse era um cara da noite, super dancarino e vivia cercado de mulher. Quase sempre uma loira! Aquele era malandro. E Jfiguraco”, conta Jotio Carlos Filho, de 57 anas, 0 Jodozinho, do bloco Aventureiros do Leme. Outra caracteristica marcante do malandro da favela era o jeito de se vestir. Em entrevista ao Favela tem Meméria meses antes de sua morte, aos 83 anos, Dona Maria falou sobre como era.a malandragem no Morro do Cantagalo dos anos 50: “Os ‘malandras do morro pareciam até doutor, sé andavam na linha e eram extremamente educados com os moradores. 56 a presenca deles jd era sinal de respeito. E ai de quem néio respeitasse ”. Na Cidade de Deus, conjunto habitacional construtdo nos anos 60 na Zona Oeste do Rio, 0 malandro era um sujeito que néo chamava a atengéto. “O Caetano nélo era extrovertido, fazia mais o tipo misterioso. Ele foi diretor de bateria da escola de samba e era super querido. Mas também tinha seus inimigos”, lembra Vera Regina Barros. Farra, mulher e bebida Dicré: boemia e samba Com a morte de Bezerra da Silva e Moreira da Silva, um dos poucos malandros que permanecem acima de qualquer suspeita ~e ele faz questdio de assumir isso ~ contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 45 sambista Carlos Roberto Oliveira, de 58 anos, 0 Dicré, nascido e criado na Baixada Fluninense mas freqiientador assiduo da Praia de Ramos (Zona Norte) desde os anos 60. Fala af Dicré: “Malandro é 0 cara que esté de bem com a vida, que leva tudo na gozacéio e que niio rouba ninguém. Porque malandro na prisio vai aproveitar a vida como?", brinca Dicrd, que gravou em 1995, junto com Bezerra da Silva e Moreira da Silva, 0 disco “Os Tres Malandros”, uma sdtira a pompa dos tenores Plicido Domingo, José Carreras e Luciano Pavarotti. “Sempre fui boémio e sambista. Até em velorio a gente dé um jeito de se divertir”, brinca E para fechar esse papo de malandragem, nada como as palavras de Cartola, um bamba do sanba de favela: “Malandro é quem gosta de briga, farra, mulher e bebida. Isso é natural. Ladrio, maconheiro ou jogador é bandido. Disso eu tenho vergonha”. E ponto final. A Volta do Malandro (Chico Buarque) Eis o malandro na praga outra vez Caminhando na ponta dos pés Como quem pisa nos coracoes Que rolaram nos cabarés Entre deusas e bofetées Entre dados e coronéis Entre parangolés e patroes 0 malandro anda assim de viés Deixa balancar a maré Ea poeira assentar no chao Deixa a praca virar um salao Que 0 malandro é 0 barito da ralé Homenagem ao malandro (Chico Buarque) Eu fui fazer um samba em homenagem A nata da malandragem Que conhego de outros carnavais Eu fui @ Lapa e perdi a viagem Que aquela tal malandragem Nao existe mais Agora ja nao é normal O que dé de matandro regular, profissional Malandro com aparato de malandro oficial Malandro candidato a malandro federal Malandro cont retrato na coluna social Malandro com contrato, com gravata e capital Que munca se dé mal contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 46 Mas 0 malandro pra valer - ndo espalha Aposentou a navatha Tem mulher e fitho e tratha e tal Dizem as mds linguas que ele até trabalha Mora ld longe e chacoatha Num trem da Central Praga 11, Berco do Samba (Zé Ketti) Favela do Camisa Preta Do Sete Coroas Cadé o teu samba, Favela? Era crianga na Praca Onze Eu corvia pra te ver desfilar Favela, queremos teu samba Teu samba era quente Facia meu povo vibrar Até a lua, a lua cheia Sorria, sorria Milhdes de estrelas brigavam Por um lugar melhor Queriam ver a Portela Mangueira, Estécio de Sé Ea Favela com suas baianas tradicionais Brilhava mais Que a luz do antigo lampido a gas Fragmentos de brithantes Como fogos de artificios Desprendiam lé do céu E cafam como flores Na cabega das pastoras E dos sambas de Noel Correrias, empurraes Gritarias e aplausos Eo sino da capela Nao parava de bater Os malandros vinham ver Meu samba estava certo, sim Enquanto as cabrochas gingavam No seu rebolado No ritmo da batucada De olho comprido, que nem bobinho Eu terminava dormindo na calcada De olho comprido, que nem bobinho Eu acabava dormindo na calgada contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 47 contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 48 SENHOR ZE PELINTRA ~ UM HUMILDE FALANGEIRO DA LUZ Falar de Zé Pelintra é dizer de aproximagéo ¢ recuo, acertos ¢ esquivas, transgressiio € perigos. E render-se a elogiiéncia do nao-dito, viajar pelas margens dos espacos suburbanos, encarar desafios. Curvar-se a regras implicitas, renunciar aos esclarecimenios, até mesmo desistir de apresentar estas notas de acordo com as normas académicas. E deixar-se guiar pelos volteios do objeto da pesquisa para, com ele, aprender a ginga, a brincadeira, a duplicidade, (Monique Augras). Um dia, conversando com 0 nosso amigo Marcos, este nos pediu que fizéssemos uma matéria versando sobre 0 “enigmético e incompreendida” Guia Bspiritual Zé Pelintra. Na hora respondemos: putz — que fria hahahaha! Falar sobre o senhor Zé Pelintra pode alegrar uns € desagradar outros. Mas, fazer 0 que? Vamos nessa. Aqui, vamos colocar as versdes existentes sobre 0 senhor Zé Pelinira, para que cada um possa refletir, analisar e aceitar aquela que tiver razdo e bom senso, € no somente aquela que o seu “achismo” acha correta. Quando se trata de fenémeno espiritual, temos que utilizar a razdo, para que néo caiamos no ridiculo de expor nossas tendéncias inferiores, a pecha de manifestacdo meditinica verdadeira. Mas, vamos I Primeiramente vamos elucidar o que seria essa tal “corrente de malandro” que esta se espathando na Umbanda, advinda do Rio de Janeiro, onde esta inserido o Senhor Zé Pelintra, Serao apresentadas algumas versdes, a fim de que o leitor possa avalid-las ¢ de uma vez por todas, entender quem é ¢ 0 trabalho magnifico efetuado por essa entidade espiritual maravilhosa. Malandro — 1" versao: contatot oboiadeirorei,com.br Pagina 49 Para entendermos a confusio reinante dentro da Umbanda, sobre as varias manifestagées meditinicas estereotipadas de ‘malandro”, tendo como “‘malandro mér” 0 Senhor Zé Pelintra, temos primeiramente que entender 0 que seria arquétipo (grego arché, antigo ~ é 0 primeiro modelo de alguma coisa)no inconsciente coletivo. Carl G. Jung sugeri que pode existir um inconsciente coletivo. Os mitos seriam como sonhos de uma sociedade inteira: 0 desejo coletivo de uma sociedade que nasceu do inconsciente coletivo. Os mesmos tipos de personagens parecem ocorrer nos sonhos tanto na escala pessoal quanto na coletiva. Esses personagens sdo arquétipos humanos. Os arquétipos sao impressionantemente constantes através dos tempos nas mais variadas culturas, nos sonhos € nas personalidades dos individuos, assim como nos mitos do mundo inteiro. Dominar esses arquétipos dé. um grande poder ao roteirista, sdo ferramentas titeis, como um bati cheio de truques. De posse do entendimento sobre 0 que seria o inconsciente coletivo, vamos entender 0 porqué do surgimento arraigado no Rio de Janeiro, da manifestacio do Senhor José Pelintra como wn “exemplo” de malandro ou malendragem. Essa figura de malandragem como meio de subsisténcia, surgiu no Rio de Janeiro € para entendermos vamos ver 0 que nos diz Zeca Ligiero: 0 malandro nao pode ser dissociado da cultura carioca. Ao lado dos Orixds ioruba que chegaram ao pantedo da macumba carioca tracidos pelos baianos, expressiio de paisagem essencial, a rigor, sem representacdo antropomérfica, se ajumtam personagens histéricos, sinteses de percursos coletivos, emblemdticos, personas com contornos humanos, roupas e aderecos, coma os Exus, Quilombolas quimbandeiros, revoltados e renegados contra o sistema e contra a passividade dos seus, provocadores € vingativos. Ou entdo: 0s malandros. O terno branco do malandro. A dignidade do negro subestimado e subalterno, A elegancia de valores da tradicao africana adaptada a dibia modernidade do bas-fond carioca. Estigmatizados ou quase heréi, o malandro transgressor e individualista tanto reflete quanto funda um caminho coletivo, tornado santo pros seus e pros outros mito ¢ referencia, O malandro —de sapato, terno e chapéu —ndo se veste como branco, 0 negro que mostra sua propria elegdncia, pois o malandro, tornado santo, ndo é apenas 0 que engana e 0 que se apropria do que é do outro para seu proveito e projeto pessoal, mas 0 que quer redefinir as regras de um jogo que the sao injustificadamente desfavoraveis. Se 0 malandro das encruzithadas afro-amerindias “no conseguiu estabelecer-se socialmente e impor a qualquer grupo uma ordem peculiar”, seu arquétipo e arsenal mitico certamente perduram no inconsciente do povo brasileiro, tanto em sua pulsao perversa ~ 0 oportunista, 0 predador — quanto em suas outras potencialidades, com sua postura de jogador e suas disposicdes e atributos de lutador refinado, de artista da vida, de animador cultural, de arrimo na crise e, assim, de protolider comunitario. Assim, poderemos agora entender, o porque da énfase e da aceitagdo de esptritos “malandros”, que no imaginério do povo, seriam nada mais nada menos que herdis Pagina 50 populares, que com suas gingas e expedientes, conseguem transpassar os limites da sociedade cripto-escravacratica pondo-os frente a toda uma sociedade em processo de identificacao, a quem dotariam de uma identidade paradoxal. A camada social mais carente busca novas referencias € novos mestres, justamente no momento quando se faz possibilidade de uma nova ordem social que atende ao clamor das ruas para além das evidentes limitacées da “cemocracia brasileira” e ressalta a evidente inspiracéio que traz 0 caminho do Zé Pilintra. Conelusdio: O inconsciemte coletivo “malandro” esté para a camada popular, como herdi, como aquele que vence as adversidades do dia-a-dia mesma tendo qualquer tipo de eukversidade prépria de quem nada tem na vida. O “espirito de malandra” reflete arquetipicamente aiquele que leva a vida numa boa. Mas, temos que entender que isso é to somente um arquétipo coletivo manifestado na psique humana, ¢ € refletido nas manifestagdes mediinicas a titulo de animismo misturado com uma efetiva e verdadeira incorporacao meditinica, Nesse momento, a psique do médium se pae na frente da manifestacao meditinica, havendo wna simbiose onde o que se reflete é téio somente um “teatro” muitas vezes necessdrio, pois tanto 0 médium como a assisténcia somente vai dar credito dquela manifestagdo, se conseguir visualizar 0 esteredtipo, “fantasiado”, a fim de dar crédito, pois esta visualigando o que ali se manifesta. Precisamos entender que segundo a psicologia analttica, ocorrem as manifestacdes “teatralizadas” nas incorporagées na Umbanda. Somente vamos ateniar para o fato de que esas “teatralizagées” fazem parte das manifestacdes meditinicas na Umbanda, obedecendo a un imperativo espiritual, pois junta-se 0 animisma com a realidade espiritual, fazendo com que os trabalhos mediiinicos umbandistas sejam acessiveis a todas as camadas sociais, bem como aceitas naturalmente, pois fazem parte do mental coletivo brasileiro Com 0 tempo, a figura do malandro tornow-se simbolo marcante da cultura carioca, que 0 tem como um meio de sobreviver num meio racista e dificil vivencia. Malandro — 2" versao: Vamos entender a questao da malandragem, pois esta acontecendo um fato que merece anossa atencdo: Alguns médiuns e mesmo sacerdotes umbandistas, estéio “criando”” uma linha de acéo na Umbanda, denominada “corrente de malandros”. Mas, 0 que seria essa corrente? Espiritos de malandros???? Malandro: 1. Individuo dado a abusar da confianca dos outros, ou que ndo trabalha e vive de expedientes: velhaco, patife. 2. Individuo preguicoso, madraco, mandrido. 3. Gatuno, ladriio. 4. Individuo esperto, vivo, astuto, matreiro. 5. Que é malandro. (Novo Diciondrio Aurélio — 1" edic&o — 8" impressdo ~ Editora Nova Fronteira) Pela propria definicao do diciondrio, o malandro é sindnimo de um individuo que ndo presta; que ndo se confia; que rouba; que vive a custa dos outros; abusado, etc. Como podemos aceitar uma corrente espiritual formada por individuos assim? Como Pagina 51 podemos entrar num Templo Religioso, dedicado @ caridade, oracées, orientagies precisas calcadas no Evangelho Redentor, ou seja, reformar a vida dos que freqiientam esse Templo, aconselhando-se com um espirito de malandro? Analisem bem, e vejam a gravidade de certos médiuns incautos “inventarem’” uma corrente espiritual povoada de espiritos embusteiros, ou mesmo abrirem a sua mediunidade para a manifestagdo de quiumbas que se aproveitam da ignordncia espiritual e material de alguns médiuns para assim, poderem desqualificar uma corrente religiosa como a Umbanda, A coisa é grave. Um espirito de luz com certeza, para nos dar um exemplo de vida, nos contaria suas peripécias negativas quando encarnados, mas to somente para nos alertar do que nda devemos fazer na vida. Jamais esse espirito de luz se compraz com alegria, sempre nos dizendo que foi mulherengo; que brigava e dava porrada pra todo lado; que chegou até a matar algum desafeto (e ainda por cima dizendo isso com satisfag&o, como se fosse a coisa mais maravithosa do mundo); que era alcodlatra; que vivia de enrolar os outros; que vivia na jogatina; que era feiticeiro e ai por fora. Se fosse um espirito de luz, sentiria vergonha de ter praticado tais atos. Se fosse um esptrito de luz, faria de tudo para nos demover de tais atos. Se fosse um espirito de luz, nos convenceria a viver a vida caleada no Evangetho Redentor. Agora, 0 que observamos, s 10 espiritos levianos, beberrdes, que so querem brincar, ¢ nao se preocupam com a nossa libertacao interior, Jamais nos incitando d reforma intima. Imaginem 86, vocés médiuns, trabathando nun terreiro onde estiio esses tais espiritos de “malandros” com toda sua gama de disparates, e ainda por cima levam seus filhos para participarem dessas giras. Vejam que coisa linda seus filhos est@o aprendendo em sua religido: Que ingerir bebidas alcoolicas abundantemente é normal, pois aprenderam vendo um “espirito” que eles respeitam como guia espiritual, fazendo isso. Com certeza quanto comecaram a ingerir bebidas alcodlicas vao achar super normal, pois a espiritualidade também o faz. Que fumar é normal, pois também observam os tais “espiritos” fumando desesperadamente. . Que falar palavrées é bonito, pois esses tais “espiritos” falam abundantemente e todos a volta acham lindo e até dao risadas. Observam as tais “esptritas” se portarem de maneira indecorosa e com certeza vdo repetir tais atos no seu cotidiano. Isso é Espiritualidade Maior? Isso é educagdo? Isso é um Guia Espiritual? Isso é Umbanda??? MAS AFINAL. QUEM E O SENHOR ZE PILINTRA? contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 52 Antes de mais nada, vamos entender uma coisa. religido de Umbanda, com certeza teve vida fisica na Terra. Assim, com certeza, também teve entreveios como todos nds temos, vivenciando uma vida cheia de ilusdes, acertos e desacertos. Pode ser que um esptrito quando encarando vivenciou uma vida cheia de engodos e erros, mas, com certeca, para depois da morte poder vir até nés, através da mediunidade redentora, teve erros que somente afetaram sua integridade fisica, moral e espiritual, mas ndo feriu mortalmente o espérito imortal de ninguém. Se algum ser vivente, viver uma vida de erros gravissimos, com certeza, nao poderia estar entre nds como um Guia Espiritual, antes de, através de anos a fio, se regenerar, para depois poder iniciar uma escalada evolutiva, a fim de se fazer presente na mediunidade, rodo Guia Espiritual militante na como um Guia a aconselhar, abencoar ¢ ensinar preceitos espirituais superiores. Por isso vamos encontrar varias entidades espirituais na Umbanda, relatando seus erros e acertos, quando encarnados, mas, nao vamos generalizar. Com certeza, esses erros, como ja dissemos anteriormente, foram erros que somente atingiram quem 0 realizou, ou seja, sem maiores danos, atendendo o que nos diz a maxima: ‘Fezei ao préximo, 0 que quereis que voz fagan"” Vamos dar as varias verses sobre o senhor Zé Pilintra, que ainda, infelicmente é muito pouco compreendido em nosso meio. Zé Pelintra— 1° versito: Observamas no decorrer dos anos, a manifestacdo desta Entidade de Luz, de maneira que nos leva a muitas duvidas. Ora vemos médiuns “incorporados” com o Exu Zé Pilintra; ora observamos manifestacées de entidades dizendo ser o Sr Zé Pilintra, mas nos relatando ser um boémio que nasceu no nordeste e migrou para o Rio de Janeiro, ivendo no meio de prostituas e malandros, em jogatinas, bebericando seus aperitivos descontraidamente e morreu assassinado. Em outros ainda, diz ser um “digno” representante dos malandros do Brasil. Meu Deus. Sera? Para dirimir tais “equivocos”’ fomos pesquisar sobre a origem desta Entidade de Lutz, td0 maravithosa, e chegamos a tais revelagées: O Sr Zé Pilintra nasceu na cidade de Alhandra, municipio de Alagoas, divisa de Pernambuco. Alhandra é um dos bercos do Catimbé, culto originado da fusizo do Catolicismo, Bruxaria Européia e Pajelanca. Em conversagdes telefonicas com 0 delegado de policia e também com alguns Catombizeiros residentes em Alhandra, cothemos que 0 Sr Zé Pilintra nasceu, viveu e morreu no Nordeste, e nunca se mudou para o sudeste. Viveu uma vida digna e prestativa para a comunidade, com seus conhecimentos no Catimbe. Era procurado por muita gente de todas as regides ¢ morreut com 114 anos, encontrando-se enterrado em um sitio no municipio de Athandra. Vefam que foi uma alma caridosa, néo era alcodlatra (podia até bebericar como todos nds fazemos) ¢ nem vivia no meio de malandragem. Era um ser humano comum. Pagina 53 O que alguns médiuns incautos fizeram com a manifestacao meditinica de uma Entidade ta0 iluminada? Serd que n&o abriram seu corpo meditinico para a manifestacdo de quiumbas se fazendo passar pelo senhor Zé Pilintra? Qu serd que sao médiuns exteriorizando suas mentes conturbadas (arquétipo), utilizando 0 nome ea pretensa incorporagao de uma entidade espiritual, para bebericar, jogar conversa fora, promover namoricos, numa alusdo & malandragem existente em seus intimos, pois dentro de wn Templo religioso terdo a “compreenstio e a autorizacéo” para agirem desta forma, no tendo medo de serem criticados. Agora, uma coisa é certa: Muitos médiuns ao longo do tempo observaram a “incorporagdo” da entidade conhecida por Zé Pilintra em venios médiums, ¢ esas incorporagées se davam (por varios motivos) de maneira estranha, ¢ esses médiuns gravaram em seus inconscientes aquela maneira estereotipada de apresentacao e quando estavam mediunizados por uma entidade apresentando-se por Zé Pilintra, este também se apresenta da forma arquétipica armazenada em seus inconscientes, portando-se de maneira errénea, no condizendo com a realidade espiritual, ferindo a fenomenologia meditinica disciplinada. Isso € fato. Os médiuns deveriam se educar mediunicamente, deixando suas mentes de lado, para que as entidades espirituais apresentem-se com suas maneiras particulares de serem. Também tivemos informacées da existéncia no Rio de Janeiro, de um individuo chamado Zé Filintra, que era morador e freqiientador da malandragem nos morros cariocas, malandro, namorador, jogador, boémio respeitado em sua época. Agora, se existiu mesmo imaginem s6: Com a migracdo em massa de nordestinos para a entdo capital do Brasil (Guanabara), entre todos, também vieram uma grande quantidade de Catimbozeiros que trouxeram o culto ao senhor Zé Pilintra. De Zé Pilintra para Zé Filintra foi um pulo. Misturou-se tudo no imagindrio arquetipico brasileiro, chegando aié os dias atuais como vemos nas manifestagbes em terreiros. Zé Pelintra — 2° versie: De acordo com Zeca Ligiero: De acordo com as nossas pesquisas, Zé Pelintra tornou-se famoso primeiramente no Nordeste, fosse como fregiientador asstduo fosse jd como uma das entidades dos Catimbés de Pernambuco, Paraiba, Alagoas ou Bahia, Conta-se que, ainda muito jovem, era um caboclo violento e que brigava por qualquer coisa, mesmo sem ter razao. No Nordeste, teria também adquirido a fama de “erveiro”, um sdébio curandeiro capaz de descobrir e receitar ches medicinais, bem como de arrefecer com 0 emprego de folhas poderosas e da benzedura com tabaco, os males provocados por feiticaria. A questiio do seu aparecimento no Rio de Janeiro ndo foi nunca esclarecida de forma convincente. Teria 0 Zé, a pessoa fisica, que, segundo algumas fontes, atendia pelos nomes José dos Anjos e José Gomes, realmente migrado para esse estado na década de 1920? Alguns autores afirmam categoricamente que ndo, ¢ juram que ele foi enterrado no famoso cemitério dos catimbozeiros em Pernambuco. Outros, porém, respaldados pelo relato de muitos pontos cantados em uso nos terreiros de Umbanda atualmente, evocam Pagina 54 passagens de sua saga, ainda em vida, elas ruas do Rio de Janeiro boémio do comeco do século XX. Nenhuma prova concreta sustenta essas versdes, que nem por isso deixam de ser verdadeiras, jd que professadas por muitos, compondo uma historia miltipla de um mito O fato é que a figura mistica de Zé Pilintra, gerada a principio nos Catimbés do Nordeste, adquire imensa popularidade no Rio de Janeiro. O mais antigo registro de Zé Pilintra no Catimbo foi feito pela expedicdo MPF no Catimbs de Mestre Lourentino da Silva, em Itabaiana, no Estado da Paraiba, no dia 5 de maio de 1938. Mas 0 tempo passou e, segundo relatos de seus devotos, seu Zé Pilintra tornou-se um famoso malandro da zona boémia do Rio de Janeiro nas primeiras trés décadas do século XX, periodo de desenvolvimento urbano e industrial que transformou profundamente a vida das populacdes afro-descendentes. A didspora afro-baiana, acompanhando 0 fluxo migratorio em direcdo ao Rio, expandiu-se a partir da Gamboa e da zona portudria da cidade. As primeiras favelas proliferaram, empurrando para os morros as migrantes dos antigos cortigos derrubados para a Reforma Passos. As primeiras escolas de samba foram criadas, iransformando 0 carnaval carioca em wma festa afro-brasileira. Nesse contexto, Zé poderia ser qualquer habitante do morro, como os numerosos sertanejos que vieram para a capital de Republica em busca de melhores oportunidades. Como muitos deles, teria conseguido criar a fama, por sua coragem € ousadia, obtendo ampla aceitagéo na pequena Africa do Rio, bem como nos bairros do Estdcio e da Lapa, ou mesmo na entdo aristocratica comunidade de Santa Teresa, onde teria tido final tragico. Contam alguns que seu Zé era um grande jogador, amante da vida noturna, amigo das prostitutas, extmio capoeirista, sambista de rara inspiragdo, um verdadeiro bamba Em relacao a morte de Zé Pilintra, os autores discordam sobre a autoria do crime. Teria ele sido assassinado por uma mulher, antigo desafeto, ou por outro malandro igualmente perigoso? Em ambos os casos, afirma-se, ele fora atacado pelas costas, uma vez que, pela frente, 0 homem era mesmo imbativel. Zé Pelintra ~ 3° versio: Segundo Pai José da Bahia Zé Pilinira Valentéo contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 55 Qualquer um que se aventure a tracar a trajetéria de um mito, certamente descobriré que em torno dele existe um sem mimeros de historias, muitas delas inverossimeis, entretanto, impossiveis de refutacdo. O mito sempre se confunde com a realidade e, deste modo, ninguém pode contrariar a fé dos crentes, sob pena de alienar-se do mundo vibrante e mégico que envolve as crencas populares. Sobre 0 Zé Pilintra, existem varias historias contadas de boca em boca, tao cheias de ousadia e mistério quanto as de outros mitos nordestinos tais como 0 cangaceiro Lampio e sua parceira Maria Bonita; 0 bandido Cabeleira; 0 cangaceiro Corisco tantos outros. Todos que conhecem ou ouviram falar de Zé Pilintra concordam ao menos em wn ponto: ele era um pernambucano ‘‘cabra-da-peste ” que niio levara desaforo pra casa, fregilentava os cabarés da cidade de Recife, defendia as prostitutas, gostava de ‘muisica, funava cigarros de boa qualidade e apreciava a bebida, Contam que nasceu no povoado de Bodocd, sertao pernambucano préximo a cidadezinha que leva o nome de Exu, a qual segundo o proprio Zé Pilintra quando se manifestava numa mesa de catimbd, foi baticada com este nome em homenagem, jd que sua familia era daquela regido antes mesmo de se tomar cidade. Fugindo da terrivel seca de meados do século passado, a familia de José dos Santos runou para a Capital Recife em busca de uma vida methor, mas o destino the roubou a mie, antes mesmo que 0 menino completasse 3 anos e, logo a seguir se pai morreu de tuberculose . José dos Anjos ficou drfao e teve que enfrentar 0 mundo juntamente com seus quatro irmio menores. Cresceu no meio da malandragem, dormindo no cais do porto e sendo menino de recados de prostitutas. Sua estatura alta e forte granjeou-the respeito no meio da malandragem. Nao apartava munca de uma peixeira de seis polegadas de aco puro que ganhara de um marinheiro inglés com 0 qual fizera amizade. Conta-se que, certa vez, Zezinho, como também era conhecido, teve que enfrentar cinco policiais muna briga no cabaré da Jovelina, no bairro de Casa Amarela, Um dos soldados recebeu um corte de peixeira no rosto que decepou-lhe o nariz ¢ parte da boca. Doze tiros foram disparados contra Zezinho, mas nenhum deles 0 atingit. Diziam que ele tinha 0 corpo fechado. Naguele mesmo evento, Zezinko conseguiu desvencithar-se dos soldados, ferindo-os gravemente, um dos quais veio a falecer dias depois. Antes que chegassem reforcos, Zezinho jé tinha fugido ileso, indo se esconder na casa do coronel Laranjeira, um poderoso usineiro pernambucano, protetor do rapazote. Contava ele, naquela ocasiao com 19 anos de idade e por este fato passou a se chamar Zé Pilintra Valentio. Este apelido foi dado pelos préprios soldados da policia pernambucana Pelintra significa pilantra, malandro, janota ete Tempos depois de sair do esconderijo, Zezinho agora apelidado de Zé Pelintra Valentéo, passou a fazer fama na cidade de Recife. Embora fosse querido por todos que © conheciam, néo perdia uma briga e sempre sata vitorioso. Pagina 56 Gigolé inveterado, tinha mais de vinte amantes espalhadas pela cidade, das quais obtinha dinheiro para sua vida boémia. Sempre vestido em impecdveis ternos de linho branco, camisas de cambraia adornadas por uma gravata de seda vermetha e um lengo branco na algibeira do palet6; na cabega um chapéu panamd e os sapatos de duas cores compunham-lhe o tipo, Nao raro poder-se-ia encontré-lo sobragando um violdo pequenino, indo ou vindo das serestas, dos cabarés e botequins que fregiientava. Nunca the faltava dinheiro no bolso, nem amigos para mais um trago. Aos domingos, todos podiam ver Zé Pelintra Valentao entrando na Igreja Nossa Senhora do Carmo, no centro de Recife, para fazer suas oracaes. Dizia-se também devoto de Santo Antonio, la estava o Zé Pelintra Valentao, impecavel com seu terno de casimira, pronto para a procisséio pela Avenida Conde da Boa Vista. A morte de Zé Pelintra Valentito ocorreu misteriosamente. Conta-se que aos 41 anos, ainda muito mogo, Zé amanheceu morto, sem nenhum vestigio de ferimento externo. Soube-se, entretento, que Zulmira, uma das suas amentes, tinha feito um “trabalho” para ele. Tinha um filho, que Zé Pelintra recusava registrar como dele. Zulmira tinha um citime doentio de Zé Pelintra, e por causa dela ele jé estivera envolvido em muitas brigas e confusées. Ela queria Zé Pelintra s6 pra si. Assim, contam que lhe dera um prazo de sete semanas para que ele deixasse as outras amantes ¢ fosse para a sua casa no bairro de Tamarineira. Zé Pelintra ndo foi e acabou sendo envenenado. Zulmira, depois da morte dele, sumiu de Recife ¢ nunca mais se soube dela nem do filho. Zé Pelintra — 4° versio: Quem foi Zé Pilintra Falemos do grande Zé Pilintra. Antes de comecar a discorrer sobre 0 que se conhece desse malandro incorrigtvel, mulherengo, birrento, arruaceiro, mas de um coragdo enorme, é preciso que se entenda que toda entidade, tem uma historia, wna eultura, pois foi tdo humano quanto nos quando encarnada, apos o desencarne ¢ a conseqiiente espiritualizacao, poderd ocorrer que sua manifestacdo venha a se dar em outros centros regionais, diferentes do que consta em sua biografia humana e assim quando manifestada, poderd demonstrar outras culturas, que ndo as de sua procedéncia humana, Isso quer dizer que a mesma entidade poderd manifestar-se diferentemente em lugares diferentes, sem que isso implique em mistificacao. Tal fato acontece porque, pela necessidade do ingresso nas ‘falanges espirituais, afim de prestar seu trabalho nesta nova roupagem, os espiritos, agora desencarnados, aproximam-se desta ou daquela falange, por simpatia ou determinagdo superior, mas guardam caracteristicas bastante marcantes de suas existéncias materiais. Melhor entendendo: Zé Pelintra, tem como caracteristica principal, a malandragem, o amor pela noite. Tem uma grande atracdo pelas mulheres, principalmente pelas prostitutas, mulheres da noite, além de outras caracteristicas que marcam a figura do malandro. Isso quer dizer que em vérios lugares de culturas e caracteristicas regionais completamente diferentes, sempre haveré um malandro. O malandro de Pernambuco, danca cdco, xaxado, passa Pagina 57 a noite inteira no forré; No Rio de Janeiro ele vive na Lapa, gosta de samba ¢ passa suas noites na gafieira. Atitudes regionais bem diferentes, mas que marcam exatamente a figura do malandro. Isso bem explicado, vamos conhecer mais de perto esse grande camarade Conhecam essa maravilhosa entidade. “SEU ZB" José Gomes da Silva, nascido no interior de Pernambuco, era um negro forte e dgil, grande jogador e bebedor, mulherengo ¢ brigda. Manejava uma faca como ninguém, € enfrenté-lo numa briga era o mesmo que assinar o atestado de dbito. Os policiais ja sabiam do perigo que ele representava. Dificilmente encaravam-no sozinhos, sempre em grupo e mesmo assim ndo tinham a certeza de no sairem bastante prejudicados das pendengas em que se envolviam. Nao era mal de coragdo, muito pelo contririo, era bom, principalmente com as mutheres, as quais tratava como rainhas. Sua vida era a noite, sua alegria as cartas, os dadinhos a bebida, a farra, as mulheres ¢ por que ndo, as brigas. Jogava para ganhar, mas ndo gostava de enganar os incautos, estes sempre dispensava, mandava-os embora, mesmo que precisasse dar uns cascudos neles. Mas ao contrario, aos falsos espertos, os que se achavam mais capazes no manuseio das cartas e dos dados, a estes enganava 0 quanio podia ¢ os considerava os verdadeiros otdrios. Incentivava-os ao jogo, perdendo de propésito quando as apostas ainda eram baixas ¢ os limpando completamente ao final das partidas. Isso bebendo Aguardente, Cerveja, Vermouth, ¢ outros alcodlicos que aparecessem Esta entidade andou pelo mundo, suas manifestagées apresentam-se em todos os cantos da terra. A pouco teve-se noticia pelos didrios, de uma médium que o incorporava nos Estados Unidos. No Rio de Janeiro aproximou-se do arquétipo do antigo malandro da Lapa, contado em historias, misicas e pecas de teatro. Alguns quando se manifesiam se vestem a cardter. Terno e gravata brancos. Mas a maioria, gosta mesmo é de roupas leves, camisas de seda, e justificam 0 gosto lembrando que a seda, a navalha néo corta. Bebem de tudo, da Cachaca ao Whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas utilizam também 0 charuto. Sao cordiais, alegres, dancam a maior parte do tempo quando se apresentam, usa chapéus ao estilo Panama. E existem muitas outras verses, tornando-se dificil um reconhecimento oficial sobre essa entidade espiritual Conelusa Veja bem 0 quanto se torna dificil ter uma certeza de quem realmente foi, onde vive, como viveu e onde desencarnou 0 Senhor Zé Pilintra. Mas ndo vamos nos ater em Pagina 58 historias, muitas vezes contadas com romantismos, mas quase sempre enaltecendo a malandragem ¢ 0s feitos desonestos e violentos. i, sob a visiio da ciéncia espiritual, a fim de conhecermos a atuacao verdadeira de wm Guia Espiritual, a fim de dirimirmos nossas diividas sobre a presenca verdadeira do Senhor Zé Pelintra incorporado, e se é aceitével a presenca de “espiritos de malandros" atuando dentro de uma casa de oracdo umbandista. Com isso teremos uma nocao do que estamos incorporando e mesmo os espiritos que temos ao nosso lado. Lembre-se que semelhantes atraem semethantes. Vamos analisar 0 que realmente seria um esptrito de l Wo creiais « todo esptrito, mas primeiro provai se ele é vindo de Deus"'Allan Kardec. Trecho extratdo do livro: AS HIERARQUIAS ESPIRITUAIS DE TRABALHO NA UMBANDA ~ FORMAS DE APRESENTACAO E ATUACAO DOS GUIAS RITUALS NA UMBANDA ~10 prelo contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 59 Uma Visdo de Fora da Religito Umbanda Zé Pelintra: origem e histéria— Personagem bastante conhecido, seja por frequentadores das religides onde atua como entidade, seja por sua notavel malandragem, Seu Zé tem sua imagem reconhecida como um icone, um representante, 0 verdadeiro esterestipo do malandro, ou porque nao dizer, da malandragem brasileira e mais especificamente, carioca. Nao raro, encontram-se pessoas que o conhecem de nome e pela malandragem, mas n&o sabem que este é uma entidade do Catimbé e da Umbanda; outras jd o viram retratado inimeras vezes, mas ndo sabiam que se tratava de “alguém” e também encontraremos os que o conhecem apenas como entidace e desconhecem sua origem e historia, estes, porém, menos frequentes. O fato é que a figura de Zé Pelintra, de uma forma ou de outra, permeia o imagindrio popular da cultura brasileira e é retratada de diversas maneiras. Por exemplo, como nos explica Ligiéro: Na década de 1970, Chico Buarque cria sua Opera do Malandro. Para 0 cartaz do espetdculo teatral, 0 artista Mauricio Arraes utiliza a figura de Zé Pelintra mesclada aos tragos faciais de Chico Buarque em um ntimero tipico de minstrelsy norte- americano, tal como protagonizado no teatro de revista e no cinema por Al Johnson [...] (LIGIERO, 2004, p. 142). No inicio da década de 1990, 0 cineasta Roberto Moura langa “Katharsis: historias dos anos 80”, com Grantle Othelo no papel de Zé Pelintra, e este seria o tltimo longa- metragem dese emblemdtico ator negro, lembra Ligiéro (2004). Até mesmo a figura de Zé Carioca, personagem de Walt Disney, teria sido inspivado em Seu Zé. Ligiéro conta a historia: Em 1940, Walt Disney fez uma viagem ao Brasil como parte do programa “politica da boa vizinhanca” criado pelo governo norte-americano ~ para pesquisar um nove personagem tipicamente brasileiro. Na ocasido, foi levado com sua equipe de desenhistas para conhecer a Escola de Samba da Portela. Naquela noite, a nata do samba reuniu-se, como fizera alguns anos antes com a visita de Josephine Baker ao Rio de janeiro. La estavam as figuras mais importantes do mundo do samba ~ Cartola, Paulo da Portela, Heitor dos Prazeres... Conta-se que foi Paulo —falante e elegante ~ quem realmente impressionou Walt Disney e 0 inspirou a criar 0 personagem Zé Carioca. Na ocasiao, o sambista ndo estava todo de branco, tinha apenas 0 paleté contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 60 nessa cor, mas foi o suficiente, pois essa pega passou a ser a marca de (thidem, p. 108). Carioca [...] E mais adiante: 0 Zé Carioca do Disney, que passou a ser um simbolo do Rio de janeiro e do préprio Brasil no exterior, fuma charuto ¢ tem wm guarda-chuva que ele maneja como uma bengala. Parece que quem esteve na Macumba da Mae Adedé foi Walt Disney, e ndo Josephine Baker, e que ld viu 0 Zé Pelintra incorporado, pois a maneira gingada de andar ¢ o jeito irdnico de seu personagem foram realmente captados da alma do nosso malandro. E dificil acreditar que ele nao soubesse também que 0 papagaio é um dos animais consagrados a Exu (Ihidem, p.109), Seu Zé estd sempre representado, seja em figuras desenhadas, seja em estatuetas, de terno branco de linho —e veremos que provavelmente para a malandragem nao era a toa, segundo Ligiéro (2004), — chapéu de palhinha com uma faixa vermelha contornando-o, gravata vermetha e sapato bicolor. Essa é sua representacdo na Umbanda, o tipico malandro — figura que possivelmente ganhou esse esterestipo a partir da figura de Zé Pelintra. O terno de linko branco tornow-se 0 simbolo do malandro por ser vistoso, de caimento perfeito, largo e proprio para a capoeiragem. Para o malandro, lutar sem sujé-lo era uma forma de mostrar habilidade e superioridade no jogo de corpo. Ao contrario dos executivos de sua época, que tentavam imitar os ingleses, o malandro ndo usava casimira, tecido pouco apropriado para o clima timido dos trépicos. Seu Zé destacava- se pela elegdncia ¢ competéncia come negro [...]. Numa época em que os negros € brancos viviam praticamente isolados, apesar da existéncia de uma numerosa populagéo mestica nas grandes cidades brasileiras, vamos observar que a figura do malandro torna-se representativa da dignidade do negro deixando para tras a idéia de um negro “arrasta-pé”, maltrapilho ou simples trabathador bracal (Ibidem, p. 101-2) Mas afinal, qual a origem de nosso personagem? Seu Zé torna-se famoso primeiramente no Nordeste seja como frequentador dos catimbés ou jd como entidade dessa religiéo. O Catimbé esta inserido no quadro das religioes populares do Norte e Nordeste e traz consigo a relacdo com a pajelanca indigena e os candomblés de caboclo muito difundidos na Bahia. Conta-se que ainda jovem era um caboclo violento que brigava por qualquer coisa ‘mesmo sem ter razéio. Sua fama de “erveiro” vem também do Nordeste. Seria capaz de receitar chés medicinais para a cura de qualquer mal, benzer e quebrar feiticos dos seus consulentes. Jé no Nordeste a figura de Zé Pelintra € identificada também pela sua preocupacao com a elegancia. No Catimbd, usa chapéu de patha e um lengo vermetho no pescogo. Fuma cachimbo, ao invés do charuto ou cigarro, como viria a ser na Umbanda, e gosta de trabathar com os pés descaleos no chao. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 61 De acordo com Ligiéro (2004), Seu Zé migra para o Rio de Janeiro, onde se torna, nas primeiras trés décadas do século XX, um famoso malandro na zona boémia carioca, a regido da Lapa, Estécio, Gamboa e zona portudria. Nessa época, perfodo de desenvolvimento urbano e industrial, a vida da populagdo afrodescendente foi profundamente transformada. Havia um fluxo migratorio intenso de sertanejos em diregao a capital nacional em busca de melhores condicdes de vida. Nascem as primeiras favelas, empurrando para os morros os migrantes dos antigos corticos derrubados para a Reforma Passos. Nesse contexto, Seu Zé poderia ter conseguido fama como muitos outros, pela sua coragem e ousadia, obtendo aceitacao pelos que se encontravam em situacdo como a sua. Segundo relatos histéricos, Seu Zé era grande jogador, amante das prostitutas inveterado boémio. Quanto & sua morte, autores discordam sobre como esta teria acontecido. Afirma-se que ele poderia ter sido assassinado por wma mudher, um antigo desafeto, ou por outro malandro igualmente perigoso. Porém, o consenso entre todas essas hipdteses & de que fora atacado pelas costas, uma vez que pela frente, afirmam, o homem era imbattvel. Acontece com Zé Pelintra um processo inverso ao que aconteceu com outros famosos malandros. Muitos destes foram esquecidos ou enterrados como indigentes. Foram lendarios para uma geracdo. Entretanto, com o passar do tempo acabaram sendo esquecidos. “Para Zé Pelintra a morte representou um momento de transigdo e de continuidade ", afirma Ligiéro, ¢ passa a ser, assim, incorporado a Umbanda e ao Catimbs como entidade, “baixando” em médims em cidades diversas que nem mesmo teriam sido visitadas pelo malandro em vida, como Porto Alegre ou Nova York, por exemplo. Todo esse relato em tiltima instdncia ndo tem comprovagdo historica garantida e 0 importante para nds nese momento é 0 mito contade a respeito dessa figura Incorporacdo na Umbanda como Ext - Seu Zé é a tinica entidade da Umbanda que é aceita em dois rituais diferentes e opostos: a “Linha das Almas” (caboclos e pretos- velhos) ¢ 0 ritual do “Povo de Rua” (Exus e Pombas-Giras), definitivamente outro tipo de freguesia. Enquanto em um existe [...] uma ética crista com propésitos de cura dos males do corpo e protecdo espiritual pela invocacato tanto dos guias espirituais afro-amertndios quanto das entidades mdximas do catolicismo, incluindo 0 Espirito Santo, Jesus Cristo, a Virgem Maria ¢ nuitos outros santos desse populoso pantedo, [...] no outro [..] @ chamada moral crista é deixada de lado permitindo que se dé vazdo aos instintos primordiais na procura de solucdes para os problemas terrenos oriundos de pequenezas cotidianas (LIGIERO, 2004, p. 37-38). Como afirma Birman (1985). “‘povo de rua lembra facilmente a massa andnima que circula pela cidade, os trabathadores, as pessoas comuns que ocupam 0 espaco piiblico nas suas idas e vindas”. Na expresso “povo de rua”, fica claro o bindmio casa-rua como opostes. O primeiro marca as relacdes familiares ¢ 0 segundo 0 sem-dominio, dando a sensacao de inconiroldvel, 0 marginal. E é dessa maneira que fregilentemente Pagina 62 séio vistos os Exus principalmente na Umbanda. “Representam, pois, 0 avesso da civilizagéio, das regras, da moral e dos bons costumes”, continua. A partir disso, Birman (1985) nos traz uma visdo também interessante: “a identificagdo do exu com 0 dominio da rua gerow um tipo que é muito popular na umbanda: o exu Zé Pilintra, figura gémea do malandro carioca’ No ritual do Povo de Rua, o clima é sempre de festividade. E marcado pela dubiedade esse tipo de ritual, pois embora as pessoas que Id estdo estejam a procura de uma consulta séria para resolugdo de seus problemas, acabam por participar do clima Jfestivo e alegre que é constituido, entre outras coisas, de dancas e bebidas. Nessa ceriménia, nao sé os médiuns incorporados dancam com seus guias, mas também os clientes e/ou fiéis (ou mesmo assisténcia, como sito chamadas as pessoas que fregitentam uma gira na Umbanda sefa para sé ver seja para consultar um esptrito) sdo convidados a dancar e, se for tntimo de alguma entidade, até beber com esta. E nese clima sao realizadas as consulas, no meio de muita musica e alegria, por mais séria que seja a questo do constilente. Como bem observou Ligiéro (2004), “Seu Zé, com sett humor iconoclasta, nos lembra de que na origem da tragédia havia Dionisio, era preciso brincar com a vida para, assim, combater com eficdcia a propria morte”. Zé Pelintrae o arquétipo do trickster— Antes de comegarmos a discorrer sobre estas duas imagens, seria prudente dizer que o presente artigo ndo tem pretensiio em reduzir 0 malandro Zé Pelintra em um arquétipo do inconsciente coletivo. Fazé-lo seria destruir ou negar toda a diversidade de visdes de mundo que o ser humano construiu ao longo de sua historia, Seria tentar atribuir valores a essa diversidade em detrimento de uma imaginavel e inexistente suposta classificagdo de que culturas sdo as “melhores” ¢ ques se aproximam mais da “realidade”. No entanto, a realidade ce uma cultura certamente ndo é a mesma de outra. Inclusive dentro da mesma cultura podemos achar isdes de mundo diferente, Nao existe olhar sem traducdo, ndo existe olhar neutro que seja isento 0 suficiente de valores para julgar quais elementos culturais prestam ou niio dentro de uma determinada soviedade. E interessante também notar como se encontram resisténcias no Brasil, principalmente por parte das elites (“imtelectuais e pessoas esclarecidas emt geral”), em assumir ou assinar, como prefere Segato, um lugar ds tradigdes e ao pensamento afro-brasileiro que, de acordo com a pesquisadora, poderiam estar gerando um pensamento para 0 pais. Muito embora, em algumas ocasides, essa mesma elite faca uso dessas tradicoes. Como estrangeira, [...], estive muitas vezes diante da clara evidéncia do menosprezo com que inielectuais e pessoas esclarecidas em geral traiam a tradic@to religiosa afro- brasileira. [...] O destumbramento permanente e sempre renovado de pesquisadores e cronistas estrangeiros com estes cultos contrasta com sua falta de prestigio, na atualidade, na cena nacional, Esse menosprezo das elites pode ser um efeito do racismo & brasileira, isto é, wn racismo marcado pelo medo da familiaridade (SEGATO, 1995, p. 15). Segato (1995) explica esse racismo a brasileira diferenciando-o do racismo nérdico, por exemplo, que exclui o negro justamente por percebé-lo como um “outro”, alguém bruscamente diferente e desconhecido. Aqui, entre nés, negro é discriminado na vida piiblica justamente pela razéo oposta: teme-se ser “o mesmo”, “aameagaé a possibilidade de desmascaramento da mesmidade ”, conclui a autora. Seria, entéio, essa Pagina 63 a raztio pela qual a mitologia dos orixas passa totalmente desconhecida para a maioria dos brasileiros que, ao invés de procurar conhecé-la ¢ familiarizar-se com esse sistema de pensamento, prefere embarcar nas aguas “brancas” da mitologia greco-romana, celta ow ainda, viking. Ndo que essas mitologias ndo tenham seu valor ou sejam pobres, € aqui mais uma vez ressalta-se a inutilidade da atribuigao de valores as culturas, muito pelo contrario, sdo mitologias também ricas e complexas, mas esses sistemas de pensamento dizem mais respeito aos povos onde foram propagados do que a nds. Zeus tinha um significado muito especifico na Grécia e provavelmente ndo nos chegou com 0 mesmo significado, pois nao vivemos as mesmas questées humanas e nao as concebemos como os gregos as concebem e vivem, Quando esse mesmo deus € “importado” pelos romamos, apesar da ponte que se fez na mitologia “greco-romana’, chegou ld com atributos muito especificos também para o povo romano, que inclusive 0 chama agora de Jipiter. Quando essa tradigdo chega ao Brasil, jd chega impregnada de tradugdes em cima de tradugées, valores sobrepostos a outros e, frequentemente, Zeus e hipiter se tornam o mesmo deus, pasteurizado. Ndo captamos a esséncia nem de Zeus e nem de Hipiter. S6 podemos saber deles através de livros que muitas vezes ndo tém uma assinatura confidvel. Por que entdo néo falamos de Zé Pelintra, Ogum ou lemanjé, ao invés de nos reconhecermos em Hermes, Marte ou Afrodite, s6 pra citar alguns “reconheciveis”’ Estes sim estdo impregnados na cultura brasileira, fazem parte do nosso dia-a-dia, estdo “vivos” e “atuantes” na nossa sociedade. Muito mais facil reconhecer Zé Pelintra nos bares e cabarés e casas de jogos do nosso pats do que Hermes na Lapa carioca. Os gregos deviam ter alguma forma de se comunicar com seus deuses. Os gregos também faziam oferendas aos seus deuses. Mas se quisermos “falar” com um deus grego, talvez fique dificil pela escassez de canais de comunicagao e, provavelmente, néo saberiamos como fazé-lo. Um grego talvez fosse necessério no ‘minimo para uma iniciagéio em sua cultura. No entanto, “dialogar” com Zé Pelintra, Ogun, lemanjé ou qualquer outra entidade do panteéo afro-brasileiro, sejam estas 0s Orixas do Candomblé ou as entidades da Umbanda como caboclos ou pretos-velhos, ja vel e aqui ndo se estd falando de, necessariamente, ir a um terreira conversar com uma entidade dessas incorporada em um médium, mas sim de reconhecer suas “caras” no cotidiano da nossa cultura. € muito mais aces: Porém, devemos tomar cuidado para ndo pasteuricar nossos préprios deuses. Sobre isso Segato constata: Nao ignoro que tem havido um certo grau de banalizacdo e vulgarizacdo dos conhecimentos proprios do mundo religioso afro-brasileiro, Descrigdes superficiais € estereotipadas, uma divulgacdo massiva e jornalistica dos aspectos mais aparentes € {folclorizados da religido raramente acompanhados dos conhecimentos sutis e complexos que thes servem de suporte; traducoes esquematicas e redutoras do sistema dos “orixds” para outros sistemas de arquétipos como, por exemplo, os signos do odiaco ou o pantedo dos deuses olimpicos. |...] Mas esse barateamento ndo é exclusive desse mundo, ¢ se deu também, por exemplo, com as tradicoes orientais, assim como as esotéricas (Ibidem, p. 16-7). Como exemplo, podemos citar 0 yoga que na India é um sistema filoséfico, um modo de vida, mas que no Brasil e demais paises ocidentalizados virou, de maneira geral, gindstica Pagina 64 Portanto, a proposta desse trabalho esta em oferecermos ao Zé Pelintra 0 posto de representacao do trickster no Brasil. Se por trickster esta entendido ser, como o proprio Jung designou, aquele que subverte a ordem; o embusteiro; o trapaceiro; a sombra social, entao estamos falando de Zé Pelintra, E mais uma vez aqui néo se trata da crenca numa ou outra religido, mas sim da figura, da imagem que este representa, pois como foi visto, existem as pessoas que sabem ou jd ouviram falar em Seu Zé € suas historias, mas ndo sabiam que este era uma entidade das religides afro-amerindias, para que ndo fique de fora o Catimbo, berco dessa personalidade. Nao se trata, tampouco, de fazermos a traducao de trickster por Zé Pelintra ou ainda que se fale em arquétipo do Zé Pelintra, mas sim de té-lo como imagem desse arquétipo, pois este € mais préximo de todos nés e para brasileiros é muito mais facil reconhecé-lo, seja para Jfins didaticos seja para ter simplesmente a imagem, do que a qualquer outra figura que se possa querer por em seu lugar. Seu Zé tem em sua personalidade todas as caracteristicas do trickster. Como nos mostra Ligiéro (2004), Zé Pelinira tem a caracteristica ‘de assumir quase sinultaneamente o sagrado ¢ 0 profano, o sério ¢ 0 sacana’, caracteristicas essas que muitas vezes so usadas para desmoralizé-lo ¢ classifica-lo como vulgar. Mas 0 que é o trickster sendo também o vulgar? O malandro encarnado por Zé Pelintra, explica Ligiéro, “se coloca miticamente como um quase-heréi, um vencedor que triumfa ao burlar a ordem estabelecida [..]” ¢ implementa a sua propria ordem caética. Eo autor faz entéo, uma pergunta chave: J se comprovadamente, os malandros desapareceram, ou ainda, se tiveram um final no minimo trdgico, fica a pergunta: Como permanecem de forma insistente no inconsciente do povo brasileiro manifestando aspectos dessa energia em varios campos das atividades religiosas, esportivas ¢ artisticas? (LIGIERO, 2004, p. 177). E respondendo a sua prépria pergunta, Ligiéro fala no arquétipo do malandro que nada mais é do que 0 nosso conhecido trickster "a brasileira”: Creio que a permanéncia do modelo classico do malandro, como algo superior das culturas negras e mesticas brasileiras, seja também decorrente do trabalho politico e filoséfico de admiradores e guardides da cultura afro-brasileira. {...] Percebemos que artistas, esportistas € religiosos foram capazes de absorver o arquétipo do malandro e seu arsenal mitico sem assumirem a personalidade de marginal, abdicando dos seus tracos politicamente incorretos, como 0 nefasto machismo ¢ 0 seu aspecto agressivo € arruaceiro. Eles fizeram de sua arte/religiosidade uma articulacao do nundo ancestral africano com a pés-modernidade (Ibidem, p.177-8). Ou seja, complementando, estartamos, assim, falando de como pode se dar a vivencia desse arquétipo do malandro hoje. Pois, como se considera para qualquer outro arquétipo, a identificacdo cristalizada com 0 mesmo é que se torna perigosa. Em outras palavras, no precisamos ser essencialmente embusteiros, trapaceiros ou subvertedores da ordem, por exemplo, a todo 0 momento, para ter a vivencia do trickster, ou como estamos preferindo enfatizar ao longo desse trabalho, da malandragem. Em tempos de descrenca nos partidos politicos, nas religides e revolugdes, Zé Pelintra, “em suas muiltiplas versoes, tem se mostrado um guia maledvel e exemplar”. Apesar de pouco conhecido das elites — ou ignorado ~e combatido pelas religides de poder, Pagina 65 podemos ver sua “influéncia”’ em véirios setores da populacéio. Parece que alguns politicos cristalizaram a identificacao com a pior parte da malandragem se esquecendo que essa, quando trapaceava era em favor de uma classe que estava (e continua) sendo oprimida por essa mesma elite. Por outro lado, os desfavorecidos ainda recorrem a malandragem para tentar a sobrevivencia em um pais onde a mobilidade social é quase nula e freqiientemente encontram em Seu Zé e Ogum, 0 Orixd guerreiro, seus santos de devocito. O fato é que “essa entidade”, Ligiéro diz, [..] energiza as almas convalescentes de gente do povo e da classe média, dos milhares de desempregados e dos batathadores da economia informal: camelés, carregadores, baianas, flanelinhas, guardas de transito, pivetes, vendedores de balas nos sinais, prostitutas jovens e velhas... (Ibidem, p.185). E seja ela entendida como um santo, forca ou arguétipo, é imprescindivel notar 0 quito brasileira ela é, nos falando assim quem somos, de onde viemos e, quem sabe, abrindo nossos caminhos Texto: O Arquétipo do malandro: Zé Pelintra como imagem do “trickster ” nacional POR IGOR FERNANDES- FONTE: O site da Rubedo (Estudos Interdisciplinares de Psicologia Analitica) contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 66 Linha de Malandros contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 67 Infelizmente muitos dos conceitos gerados durante todos esses anos, sao dificeis de serem alterados. Infelizmente a idéia de que um Espirito na Umbanda esté em evolucdo, através da sua manifestacdo no corpo de um rodante, cavalo, elegun e tantos outros termos, é colocar 0 ser humano em wm patamar elevadissimo de mais, 0 que ndo condiz com a verdade. Creio que muitas dessas entidades que se apresentamn no segmento religioso denominado Umbanda, néo precisam evoluir, jd sao evoluidos dentro de suas funcoes espirituais e seus campos de atuacao. Na verdade, a manifestagdo dessas entidades ent nossos corpos é para a nossa evolugdo pessoal, somos nds que evoluimos, nds que somos doutrinados e nds é que precisamos de aucilio As historias de muitas destas entidades nos remetem a sofrimento, a situacies que somente pessoas com alto grau de evolucdo poderiam suportar, histérias que talvez nds ndo suportdssemos e através da compreenséo que tiveram de tudo que passaram em sua estadia terrena; € assim que se tornam entidades e eternos consetheiros da humanidade, pois de alguma forma atingiram um alto grau de compreensao e evolucao. Hoje falaremos um pouco sobre a linha de Malandros, cujo surgimento ainda é uma grande incdgnita e muitos ndo consideram esta linha de trabalho; mas ndo podemos nos esquecer de que a espiritualidade é muito mais ampla do que imaginamos. A linha de Malandros possui uma relacdo com a histéria da aboli¢do da escravatura: a partir do momento que homens ¢ mulheres negras estavam libertos, tiveram a necessidade de sobrevivencia. Esta linha simboliza a inclusdo, a ndo classificacdo e separagiio de pessoas através de sua cor, classe social € religide. Os nomes geralmente utilizadas por essas entidades estaa relacionados aos locais de trabalho, ow de morada, ou origem, ou condicao de vida durante a estadia dos mesmos na Terra, € por isso é comum vermos nomes como, por exemplo, Sete Navalha, que é uma associacdo ao jogo de capoeira, muito comum naquela época e Zé do Cais que faz wna associagao ao meio de trabalho no porto e outros, que veremos a frente. A linha de Malandros simboliza a luta constante pela sobrevivéncia, a no desisténcia, a resisténcia e conquistas. Simbolizam assim, 0 equiltbrio de todas as emogdes, dos sentimentos, 0 simbolismo de que, mesmo que hoje as lagrimas corram de nossos olhos, sempre encontraremos um momento de felicidade, ou seja, é 0 encontrar a felicidade até mesmo dentro do sofrimento, assim ele se tora malo. Esta linha nos ensina isso ¢ infelizmente ndo temos tal compreenséio. A linha de Malandros possui muita similaridade com a linha de Exti e muita imilaridade com outras linhas. Os Malandros estao relacionados a esperteza, flexibilidade, agilidade, raciocinio légico, persisténcia atuando assim nos campos relacionados a problemas de justica, amor, dinheiro, abertura de caminhos e sauide. Entidades da linha de matandros: contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 68 Zé Pelintra, Zé Malandro, Zé do Caco, Zé Moreno, Zé Pereira, Zé da Silva, Zé Pretinho, Zé da Encruca, Zé do Cais, Malandrinho, Malandro, Camisa Preta, Camisa Listrada, Sete Navathas, Malandro do Morro, Sete Facas, Sete Esquinas, Maria Navalha, Maria do Cais, Maria Sete Ferros, Malandro das Almas, Sete Cadeados e tantos outros Muitos antigos relatam que no inicio, os toques destinados a Malandros em alguns lugares ndo possuiam o uso de atabaques e sim, apenas 0 uso de instrumentos como agog6 ou improvisados como garrafas e muitos traziam pontos que eram entoados no ritmo de samba. 1a em outros relatos, falam justamente do uso de atahaques O uso de vestimentas tais como camisas listradas nas cores vermelho e branco, branco € preto, ou a roupagem branca, fazem uma alusio ao samba, a capoeira, a boemia, a esperteza, agilidade, ou seja, a malandragem em si. Como sabemos, a capoeira e a malandragem possuem uma relagdo estreita, pois a mesma estava relacionada @ sobrevivéncia do povo negro, que ao praticar esse esporte, eram consideradas malandros ou vadios, em uma época ndo muito distante. O terno branco poderia simbolizar que aquele era um eximio capoeirista, aquele que possuta agilidade, esperteza e que sabia sair da roda de capoeira sem nenhuma sujeira em suas vestes & ainda poder festejar na boemia. O lengo no pescoco simbolizava o malandro perigoso, aquele que estava ou estaria disposto a uma briga de navalha. A presenga de elementos tais como dados, punhais, navalhas, barathos, lenco, camisas listradas, ternos, todos estes elementos estao relacionados a historia de vida destas entidades, seus comportamentos e principalmente, simbolizando que, apesar das dificuldades apresentadas na vida, tudo se torna melhor sendo enfrentado com dignidade, com alegria, com fé e com esperanca sempre em dias methores. E isso que esta linha nos ensina. Leia 0 texto a seguir: Pagina 69 REPRESENTACAO E ORIGENS Personagem bastante conhecido seja por freqiientadores das religides onde atua como entidade, por sua notavel malandragem, Seu Zé tem sua imagem reconhecida como um icone, um representante, 0 verdadeiro estereotipo do malandro, ou porque nao dizer, da malandragem brasileira e mais especificamente, carioca, Trata-se de uma corrente que, de uma forma ou de outra, permeia o imagindrio popular da cultura brasileira e, Portanto, carrega suas egrégoras tanto como outras Um do seu maior destaque estd justamente no fato do Seu Zé ter uma tremenda elegdncia e competéncia, mesmo sendo negro (levando em consideragdo que, para a época em que os negros e brancos viviam praticamente isolados, apesar da existéncia de uma numerosa populagdo mestica nas grandes cidades brasileiras, e que desse abismo social implicava também uma grande divisdo financeira de classe social). E como se a figura do Seu Zé torna-se representativa da propria dignidade do negro, deixando para trés a idéia de um negro “arrasta-pé”, maltrapitho ou simples trabalhador bracal. Em sua origem, Seu Zé torna-se famoso primeiramente no Nordeste... Primeiro como fregiientador dos catimbds e, depois como entidade dessa religido. Vale destacar aqui que 0 Catimbs estd inserido no quadro das religides populares do Norte e Nordeste € raz consigo a relagao com a pajelanga indigena e os candomblés de caboclo muito difundidos na Bahia. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 70 Conta-se que ainda jovem era um caboclo violento que brigava por qualquer coisa mesmo sent ter raziio. Sua fama de “erveiro”’ vem também do Nordeste. Seria capa de receitar chs medicinais para a cura de qualquer mal, benzer e quebrar feitigos dos seus consulentes. De acordo com Ligiéro (2004), Seu Zé migra para o Rio de Janeiro onde se torna nas primeiras trés décadas do século XX um famoso malandro na zona boemia carioca, a regio da Lapa, Estdcio, Gamboa ¢ zona portudria. Segundo relatos historicos Seu Zé era grande jogador, amante das prostitutas e inveterado hoémio. Contudo, hd outra historia que conta que Seu Zé teria nascido no povoado de Bodocé, sertéo pernambucano préximo a cidadezinha que leva o nome de Exu, & qual segundo 0 préprio Zé Pilinira quando manifestado numa mesa de catimbé, foi batizada com este nome em sua homenagem, jd que sua familia era daquela regido antes mesmo de se tornar cidade. Fugindo da terrivel seca de meados do século pasado que abatia todo o sertiio, a familia do entdio “José dos Santos” rumou para a Capital Recife em busca de uma vida methor, mas 0 destino the pregou uma peca que culminou com a morte da mae, antes mesmo que 0 menino Zé completasse 3 anos. Logo em seguida, morreria seu pai de tuberculose. José entto ficou drfizo e teve que enfrentar 0 mundo justamente com seus sete irmaos menores. Cresceu no meio da malandragem, dormindo no cais do porto e sendo menino de recados de prostitutas. Sua estatura alta e forte granjeou-the respeito no meio da malandragem. Conta-se que, certa ver, Zezinho, como também era conhecido, teve que enfrentar cinco policiais numa briga no cabard da Jovelina, no bairro de Casa Amarela. Um dos soldados recebeu um corte de peixeira no rosto que decepou-the 0 nariz e parte da boca. Doze tiros foram disparados contra Zezinho, mas nenhum deles 0 atingiu. Diziam que ele tinha 0 corpo fechado. Antes que chegassem reforcos, Zezinho Ja tinha fugido ileso, indo se esconder na casa do coronel Laranjeira, um poderoso usineiro pernambucano, protetor do rapazote e familia. Em decorréncia deste episédio, Zezinho ganhou o apelido de Zé Pilintra Valentéo, nome esse dado pelos préprios soldados da policia pernambucana. Assim, entre trancos e barrancos, Seu Zé consegue fazer fama na cidade de Recife e criar seus irmdos até a maior idade. Pagina 71 Quanto a sua morte, autores descordam sobre como esta teria acontecide. Afirma-se que ele poderia ter sido assassinado por wma mulher, um antigo desafeto, ou por outro malandro igualmente perigoso. Porém, 0 consenso entre todas essas hipdteses & de que fora atacado pelas costas, uma vez que pela frente, afirmam, o homem era imbattvel. Para Zé Pelintra a morte representou “um momento de transicéio e de continuidade”, afirma Ligiéro, e passa a ser assim, incorporado @ Umbanda ao Catimbé. Todavia, a principal historia que seu Zé Pelintra quer escrever, é a da caridade, tanto aquela que ele dedicou aos seus entes queridos e pares de sangue, como também aqueles em que deveu um auxilio ¢ apoio mituo quando em vida. E assim que seu Zé Pelintra, hoje ao lado do espirito dos seus irmaos e irmas em vida, formaram uma bela Falange de malandros de luz, que vem ajudar aqueles que necessitam. Pagina 72 Malandragem é Linha de Forca, Linha de Caridade, F: Linha de Umbanda. Hoje ando na Linha... Sou Malandro, sou protegido por nosso Pai Glorioso Guerreiro Sao Jorge € pela energia de Ogum, com essa protecdo levo a todos que me chamam a Seguranga, a Pace a Ordem... Sou Jogador, mas ndo jogo com isso, pois sei que com protecdo nao se brinca! Na Navatha, no Carteado, no Chapéu, no Dado, na Cerveja, na Ficha, no Cigarro ¢ até no Terco que carrego, tenho minha Magia ¢ meus Mistérios, mas levanta da Mesa e chora, quem nao tem a Malandragem em seu camino! Protecdo, Paz e Luz de nosso Senhor aos Filhos de Umbanda... Salve a Malandragem! Por Malandro Zé da Silva Linha de Malandros ou Linha de Zé Pelintra contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 73 Allinha de agao e trabalho do Sr. Zé Pelintra é uma falange de espiritos de muita luz, da qual fazem parte todos aqueles que tém afinidades ¢ ligacdes com a forma de atuacao do Sr. Zé Pelintra, com seus conhecimentos ¢ malandragens, com seu jogo de cintura ¢ boa conversa, com as pessoas mais simples ¢ humildes, com os nossos irmdos que sdo marginalicados pela sociedade e com todos aqueles que vivem suas vidas com as dificuldades da pobreza e da baixa renda. Sao homens e mulheres que passaram ao plano espiritual e que possuem algum conhecimento ¢ capacidade de atuar como guias € orientadores de seus irmaos encarnados enquanto trilham a sua prépria evoluedo. Néo so Exus e néo séo Pombagiras mas, conforme vo evoluindo, podem chegar ao nivel de atuar como Exus e Pombagiras. E, caso queiram atuar nesses campos, terdo que pedir permissdo aos sustentadores dos senhores Exus e Pombagiras, pois no plano espiritual hd hierarquias que devem ser respeitadas. A linha de trabalho do Sr. Zé Pelintra atua na orientagao, protecdo, amparo, auxilia na saide, no trabalho, no convivio com amigos e familiares. A regéncia da linha de agdo e trabalho do Sr. Zé Pelintra é do Pai Ogun ¢ do Pai Oxald, que pode ser afirmada por suas cores principais que sdo 0 vermelho e o branco. Alguns guias padem atuar dentro desta linha sob a irradiacdo de outro Orixd em suas atribuigdes 0 que pode vir a incluir uma ou outra cor as suas caractertsticas individuais. Assim como em todas as outras linhas, ha guias da falange do Sr. Zé Pelintra que atuam nos campos da Lei, da Justiga, de Amor, do Conhecimento, ¢ em todas as outras irradiagdes divinas. O Sr. Zé Pelintra que deu origem a linha de trabalho ¢ que a sustenta do Alto com a permissdo e outorga de Deus e de seus Orixds, adquiriu conhecimentos em varias dreas Aumanas, desde a simplicidade dos morros até a medicina curativa. O inicio de sua linha de trabatho teve origem a partir do Catimbé (culto praticado no Nordeste brasileira que mistura conhecimentos de ervas, praticas espirituais africanas e européias, un pouco do Candomblé, da pajelanca xamanica indigena e do culto da Jurema Sagrada, sobre uma base fundamentalmente catélica. O Sr. Zé Pelintra é um dos mestres que atuam no culto do Catimbé. Em sua vida humana, adguiriu os conhecimentos do interior do pais, sua cultura, modo de vida, crengas e habitos religiosos e espirituais. Ao que consta, nasceu em Pernambuco, mas ainda jovem mudow-se para o Rio de Janeiro. A partir daf, passou a freqiientar a vida noturna carioca, preferencialmente no bairro da Lapa. Tornou-se muito popular entre os moradores locais ¢ toda a malandragem e bandidagem da noite da Lapa, Dizem que gostava muito de jogos de baralho e dados, era eximio no manejo de facas, facées, canivetes e todo 0 tipo de armas afiadas. Mas, apesar de todo 0 seu conhecimento e pratica, ilizava armas apenas para defesa pessoal e daqueles que considerasse injusticados e sob algum perigo. Como todo bom malandro, gostava de uma boa bebida, de um bom cigarro ou charuto e de comer bons aperitivos. No dia a dia, conversava com todo e era muito prestativo procurando ajudar os mais necessitados. Gostava de dar conselhos e orientagdes, receitava remédios e tratamentos com ervas (banhos, ungtientos, macerados, chas, beberagens, etc.), Entre muitas de suas caracteristicas, podemos destacar a sua atuagao no auxilio daqueles irméos que estéio perdidos e sem luz, ele os encontra ¢ com o seu jogo de cintura e boa conversa os lumina para que possam novamente ver a luz de nosso Pai e ser encaminhados para iratamento e oviemagao. O Sr. Zé Pelintra também é conkecido como advogado dos pobres, pois ele sempre gostou de defender os mais fracos e oprimidos. Os comerciantes tem em seu Zé Pelintra um protetor de seus estabelecimentos, basta pedir 0 seu auxtlio e a sua protegdo para afastar bandidos e marginais. Pagina 74 Depois de muito tempo de trabalho, aprendizado e auxilio, 0 Sr. Zé Pelintra foi estabelecido como sustentador de uma linha de acio e trabalho com as suas caracteristicas ea sua “malandragem”. A sua falange 6 composta de espiritos que ‘atucan com amor em beneficio dos seus irméios e com a sua “malandragem’, 0 seu jogo de cintura ¢ a sua boa conversa, vao encontrando, auxiliando e recolhendo muitos espiritos que se encontram catdos pelo caminho da evoluciio humana, Com todo o seu conhecimento ¢ a sua familiaridade com a noite e com a bandidagem, tém muita facilidade para transitar pela esquerda, nos pélos negativos onde atuam os Exus e Pombagiras. Sao guias que emanam muita luz, amor, respeito, carinho, integridade, mas quando se faz necessdrio também sao bastante duros e inflextveis, cumprindo suas jfungdes mesmo que tenham que recolher obsessores, quiumbas ¢ todo o tipo de mal {feitores espirituais a forga. Eles podem atuar no positivo e no negative da linha de trabatho. Chegam nas casas de trabalho Umbandistas com seu samba ou capoeira no é, chapéu de panama de lado, normalmente usam roupas brancas com detalhes en vermelho, podem usar bengalas, e se apresentam com toda a ginga de um malandro. Nessa linha de trabalho, assim como nas outras, hd manifestagdes femininas da malandragem, como a Senhora Maria Navalha, por exemplo. Elas se manifestam da mesma forma que os malandros, gostam de dangar, beber, fumar, tem ginga e muito Jogo de cintura. Mesmo atuando dentro da linha de malandros, mantém sempre muita feminilidade, gostam de se vestir bem, sdo vaidosas, estdo sempre bem arrumadas, gostam de flores (principalmente vermethas) ¢ trabalham muito bem. Os malandros estado sempre pelas ruas, nas subidas de morros, nas esquinas, perto de bares e lanchonetes onde hd grande movimento noturno, festas, entre outros. Os guias da linha do Sr. Zé Pelintra (ou linha de Malandros, como também & conhecida) tem atuado dentro das casas de trabalho espiritual nas givas da esquerda, normalmente junto com os Exus e Pombagiras, pois a sua forma de atuagdo e o seu campo de trabatho ainda ndo era muito conhecide. Apenas recentemente, tem chegado do plano espiritual maiores informacdes sobre a sua linha de acao e trabalho. Seu Zé pode se manifestar em qualquer gira, tanto de Exit, como de Preto Velho, Baiano, Boiadeiro, Marinheiro e Caboclo, Depende muito da sua necessidade de trabalho em beneficio do médium ou da casa espirita. Mas, normalmente, a casa de trabalho define uma gira para a sua atuagio no atendimento aos consulentes. O Sr. Zé Pelintra e seus guias cobram muita seriedade, responsabilidade, compromisso e integridade de seus médiuns, entre outras virtudes. Quando o médium se perde através da mé conduta, com atitudes irresponsaveis e maldosas, seja pela vaidade, pelo orgutho ou pela ganancia, ele & 0 primeiro guia a se afastar do médium, E importante ressaltar que os Guias que se manifestam através da linha do Sr. Zé Pelintra podem solicitar alguma bebida, cigarro ou charuto, mas que seréo utilizados especificamente para o trabatho espiritual. Os guias espirituais no descem a terra Pagina 75 para se embriagar ou embriagar os seus médiuns, isto deve ser muito bem esclarecido pois chegou o tempo de se conhecer ¢ respeitar aqueles que atuam nesses campos de acdo em beneficio de seus irmaos. O que é ignorado é perdoado, mas 0 que é de conhecimento ndo 0 pode ser. E preciso prestar muita atengdo neste recado para que ndo nos enganemos mais, pois a partir de agora fomos avisados. O alcool ¢ o fumo apenas séio wtilizados para limpeza e descarrego espiritual, para desmanche de miasmas ¢ actimulos negativos e para alguns tipos de tratamentos de cura cujos seus componentes quimicos possam ser transmutados e aplicados. Alguns nomes de guias da linha de Zé Pelintra (ou linha de Malandro, como também é conhecida): Chico Pelintra, Cibamba, Zé da Virada, Zé Camisa Preta, Zé Mineiro, Zé Camisa Vermetha, Zé Camisa Listrada, Malandrinho, Malandro da Lapa, Zé da Silva, Zé da Mata, Malandro da Baixa do Sapateiro, Malandro do Pelourinho, Malandro da Praia, Malandro da Zona Portudria, Maria do Cais, Maria Navatha, Malandro da Lapa, Joana Pelintra, entre outros. Podem haver casos de trancamento ou cruzamento com. outras linhas de trabalho, como por exemplo: Zé Baiano, Zé Boiadeiro, Zé Marinheiro, entre outros. Ervas do Sr. Zé Pelintra: trabalha com ervas em geral, em especial as de Ogum ¢ de Oxald. Ex: espada de Sao Jorge e costela de Addo (Ogum) e boldo e sdlvia (Oxald) Seu dia: terca-feira (Ogum) e domingo (oxald) Cor: branco (Oxala) e vermetho (Ogum) - ou outra de acordo c/ 0 campo de atuacao Oferenda: Velas brancas, vermethas ou branca/vermelha, flores brancas e vermelhas, ‘frutas em geral, dgua, cerveja amarela gelada, cachaga, conhaque, whisky, batidas, cigarro branco, charuto, aperitivos de carne de boi ou carne seca, farofa de carne de boi ou de carne seca, escondidinho de aipim com carne seca. Ponto de forca: nas subidas de morros, esquinas, pelas ruas, encruzithadas, cemitérios, entre outros (de acordo com 0 campo de atuagdo do Guia). Saudacao: Salve Seu Zé Pelintra! Salve os Malandros! Salve a Malandragem! Que Deus em sua infinita bondade nos dé o privilégio de sermos amparados por esses Trabathadores Incansdveis do astral, Salve a Falange do Sr Zé, Salve a Malandragem! contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 76 Sr. Zé Pelintra ea Quaresma Salve Seu Zé Pelintra! Falar de Seu Zé Pelintra no tempo da quaresma crista parece provocagdo, Incentivar ou manter o preconceito com esta entidade to iluminada é niio aceitar essa bengao de sua protecdo. Quamios jé escreveram e dissertaram de forma téo brilhante, sobre as origens desse espirito guerreiro. Mas aquilo que vivencio, ou conhecendo as varias manifestacdes em diferentes locais, onde presenciei trabalhos carregados de fé contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 77 Em casas de irméos que trabatham com as diretrizes voltadas ao Catimbd, a manifestacdo de Mestre Zé Pelintra vem carregada de rituais voltados ao culto da Jurema, drvore sagrada, Nesses trabalhos, aparece como malandro vestindo terno branco e gravata, fumando seu charuto, bebendo sua marafa, mas fazendo suas oragdes que auxiliam todos aqueles que the pedem justica, vitbria contra as demandas. Presenciei em outra ocasido, ¢ em outro local a chegada de um velho que era amparado por cambones, ali chegou e se apresentou: “sou Seu Zé Pelintra das Almas, € néio vim pra brincadeira!” Era um Preto-Vetho com suas cantigas que mais eram oracoes que mostravam a sua forma de trabalho, e suas recomendacdes quase sempre so consethos de mudancas de atitude para os que insistem na vida sem utilidade, fazendo o sofrimento por onde passavam. Alguém pode afirmar que 0 culto de Seu Zé Pelintra é completamente 0 oposto e que tal entidade é um Exu que zomba da dor atheia, e que sua missdo é trazer a discordia por onde pasar. E infelizmente, acaba sendo mais convincente, por causa do lucro que pode conseguir diante de wma humanidade téo ressentida e vingativa. Para minha alegria conheci muitos lugares que valorizam o trabalho desse espirito iluminado, que com 0 passar dos anos se revelou mais justo, brilhante soldado de Ogum e fiel conselheiro para aqueles que quiserem se libertar da prisdo dos vicios de toda a espécie. A Luz deixada por Seu Zé Pelintra sera reveladora, e assim muitos saberdo da verdade libertadora dos preconceitos. Em qualquer tempo, faca uma prece em louvor ao Seu Zé Pelintra. Quem é Zé Pelintra? Trata-se de um esptrito famoso, alguém que viveu de forma andnima, sendo mais um José na multidéo, Era mais um negro brasileiro, que vivia na simplicidade e se divertia cantando e encantando as pessoas. Era esperto demais que virou malandro e lenda no Rio de Janeiro. Para muitos aquele Zé se tornow un grande guerreiro, iluminado por Ogum, Sao Jorge vencedor de demandas. Téo sdbio era em vida que se transformou numa das colunas da Umbanda. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 78 Ouvi certa vez de um mensageiro que se apresentou como Seu Zé Pelintra, que surgi ap6s a incorporagao dos Caboclos no terreiro. Aproximou-se de mim e disse: “Néio tema menina, sou espirito do Bem. Venho com a ordem de Ogum, ¢ cumprir sua vontade. Muitos irmdos se apresentam com nome de Zé Pelintra em diferentes degraus da escada. A escada que subimos pouco a pouco, trabalhando com as ferramentas que encontramos em cada degrau, Poucos entendem que somos muitos espiritos carregando 0 mesmo apelido, por causa da simpatia que possutmos pela historia e trajetéria espiritual daquele primeiro Seu Zé. Nosso lema principal é sempre vencer as batalhas em nome da Luz Maior. * No primeiro degrau avistamos o sinal dos tridentes cruzados, mostrando que nosso combate sera nas encruzithadas, ao lado dos Exus Guardides, eternos vigilantes do equilibrio. Participamos de muitos tipos de trabalho, seja no Catimbé ou Santeria. Vestindo nosso ferno branco, gravata vermetha nos impomos com nossa elegancia e :s0 conhecimento contra qualquer mal feito. Usamos de toda a asticia para enfraquecer o abismo destruidor, por isso muitas vezes nos chamam de malandros que saem durante a noite. no Quando chegamos ao segundo degrau estamos ao lado dos esptritos de baianos ¢ boiadeiros, trazendo alegria e esperanga para todos. Através da cantoria, da danca, & da palavra esperancosa, ilumina as almas encarnadas com a certeza que merecem serem felizes. Recehemos o nome de Baiano Zé Pelintra, ¢ a fama de grandes conquistadores das almas femininas. * Nesse degrau do meio, estamos em bandas, ou povos, sem esquecer 0 que se passou no degrau anterior. Usamos da alegria e esperanca, para a libertagao daqueles que se entregaram nos lacos destruidores de almas. Mostramos que a beleza da vida esta em toda parte, e que levamos da vida a vida que a gente leva. *E finalmente no terceiro degrau, juntamente com as Almas abencoadas das Pretos- Velhos, deixamos confusos agueles que acham que o espirito demora uma eternidade Pagina 79 para evoluir. Esquecem-se da grande misericérdia divina, ¢ do perdio que Deus concede aos arrependidos sinceros. Com toda a sabedoria que adquirimos ao longo da trilha espiritual, percebemos que em muitos momentos nos reunimos num nivel sd, Somos os guerreiros das encruzithadas, que com toda a alegria e disposicéo usaremos sabiamente o que aprendemos durante toda a jornada espiritual. “Vit sO menina quanta coisa ainda precisa aprender? Todos sao livres para escother a felicidade, e desprezar a dor. Zé Pelinira é do nosso povo brasileiro, sofrido, espoliado, mas nao desiste de ser feliz”. Como é sua lnagem? A imagem do negro elegante, vestindo seu temo branco a gravata vermelha, lenco vermetho na lapela, ¢ um chapéu panama, muito usado nos anos quarenta. Essa é uma imagem popular do Seu Zé Pelintra, que qualquer pessoa identifica em qualquer lugar. Seu culto em Minas Gerais se realiza no Catimbo. Ceriménias em locais retirados dos centros urbanos, no interior, em comunidades que possuem a tradigdo familiar, ou seja, © comando espiritual passa de pai para filho, ou para herdeiros escothidos. O fundamento principal esté baseado no segredo que envolve a bebida extraida da drvore da Jurema, um segredo que € guardado pelos homens, Nesses cultos se valorizam a forca da reza, ou oragdes parecidas com as da Igreja catdlica ¢ a incorporagao dos Mestres espirituais ancestrais. Seu Zé Pelintra é para alguns, um desses Mestres. E recebido com respeito, porque um dos seus grandes trabalhos é 0 “fechamento de corpo”” Consistia em rezas para a seguranca nas viagens longas em estradas perigosas, ou protecdo contra inimigos materiais ou espirituais. Segundo me informou uma pessoa que viveu dentro desse culto no Catimbé, o dia mais recomendado para se fazer 0 fechamento de corpo para wn ano inteiro, era a sexta-feira santa. Nesse dia Mestre Zé Pelintra incorpora num médium paramentado de terno branco, gravata vermelha, tal e qual a representacao de sua imagem mais popular. O médium que 0 incorpora geralmente se torna muito vaidoso, ¢ tal qual o Mestre Zé Pelintra, é wma pessoa ao mesmo tempo amada ¢ temida em muitos pontos do pats. contato joboiadeirorei.com.br Pagina 80 Nos terreiros de Umbanda, raramente se avista a imagem de Seu Zé Pelintra num altar especial, dentro das salas de trabalho, € muito poucos se atrevem a chamd-lo em giras de baiano. Sua presenca é vista com estranheza e desconfianca, por que alegam que esse malandro sé possue lugar dentro da trunqueira, ou seja, junto aos Exus Guardides. A trunqueira é localizada em geral, fora dos limites da sala principal de trabalho, do lado esquerdo de quem entra O tempo passa, e por mais que o trabalho desse espirito iluminado demonsire sua evolucdo, muitas pessoas ficam estacionadas em conceites passadas por pessoas que temem Seu Zé Pelintra. Um temor que envolve lendas passadas e incorporadas no senso comum. Aquele que teme por que aprendeu que Zé Pelintra é do mal, espirito sem luz que s6 faz tragédia acontecer para quem nele acredita. Quanios médiuns que possuem missdo com ele em suas falanges? Ou ficam confusos ou temerosos ou entiio se envaidecem pelo poder de intimidagdo que esse espirito traz em suas lendas. Os que ficam confusos ¢ temerosos tentam “cuidar dele” para que ele néio atrapalhe sua vida, Sao induzidos a incorporar Seu Zé em giras carregadas de medo e destruigiio. Impedem que os brithos de seus trabalhos sejam realizados, fazendo com que se reforce a idéia de que esse espirito seja mensageiro das trevas. Alguns conseguem se libertar dessa concepedo e através de estudo e andllise de outras correntes de pensamento, aquelas que observaram a evolucdo das manifestacdes de Zé Pelintra na Linha das Almas. Gracas aos caminhos evolutivos as informagdes positivas e esclarecedoras chegam ao entendimento, Avo médium sente a companhia espiritual como béncao, ¢ assumiré a conduta de sempre buscar 0 seu melhor, estudando ¢ evoluindo para continuar sua missdo com dignidade. O aprendiado constante é dever de todo médium, ¢ a humildade é sua pedra fundamental. Seu Zé Pelintra é esptrito iluminado ¢ 0 médium que se atreve a vangloriar-se de sua protecdo, sofrerd muito com as decepcoes que causard e receberd 0 seu retorno. Por ser um espirito famoso, pode causar ao seu médium o penoso caminho da provagdo e do abandono. Os médiuns sdo intermedidrios, é ser instrumento ¢ aprendiz dessa experiéncia maravithosa. Experiéncia de contacto com a Luz que ilumina os coragées e espiritos de todos inclusive dos médiuns. A vaidade é devastadora, pois deixa 0 contacto com a Litz interrompido. O vaidoso em principio até trabathou com a entidade, mas com o tempo e a persisténcia desse sentimento acontece 0 afastamento do espirito iluminado e cede a aproximacao de obsessBes que comandam e sustentam a farsa. Ser médium é ter responsabilidade, e néio existe isencdo quando 0 arbitrio decide pela vaidade. Seu Zé Pelinira, tal e qual aos esptritos mais conhecidos, pos executar sua missdo com determinagées do Astral Superior. wi a responsabilidade de Portanto a presenca de Seu Zé Pelintra em varias partes do pats pode mudar conforme a cultura local, mas a esséncia de sua misso fortalecida na alegria ¢ esperanca. Quer esteja na vibragdo das encruzithadas, das matas com a Linha das Almas, seu trabalho valoroso deve ser bem interpretado, A liberdade desse esptrito expoe a grandeza do caminho da evolugdo espiritual, que todos os grandes Mestres trilharam. Na Pagina 81 simplicidade ¢ na seriedade, os milagres atribuidos a esse espirito guerreiro vio continuar e cabe-nos refletir sobre nossas atitudes diante dele. Que a partir desse novo tempo de evolugdo mais irmdos coloquem em seus altares materiais ¢ em seus coragées, a imagem brilhante daquele negro de terno branco e chapéu panama. Que ele continue rezando por nds nesses dias tdo violentos, fechando nossas mentes para o preconceito e isolamento. Salve Seu Zé Pelinirat contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 82 a C , Wg Eneruzithada - Por Zé Pelintra Vocé chegou num ponto da vida em que ndo vé saida pros seus conflitos? Ta dificil realizar seus sonhos nada do que faz Ihe agrada? Eh, eh. Se acalme, minha irma, meu irmao... Voce agora esta no ponto de zerar tudo € recomecar, pra entéo chegar onde tanto quer... Parece um beco sem saida... Mas néo é. Na verdade, é uma situagdo que lembra o Ponto de Forca chamado de Encruzithada.. Uma Encruzithada é 0 ponto de entrecruzamento de varios caminhos. Funciona como um “portal” de acesso pra caminhos de renovagéo. Esse “portal” sempre existin; mas € preciso ir a Encruzithada pra descobrir... Sé que ndo basta ir & Encruzithada: & preciso sentir e saber que ali hd um fendmeno de entrecruzamento energético que, justamente, cria e abre o portal. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 84 Uma coisa que parece longe do nosso alcance e, no entanto, sempre esteve acessivel.. Aos olhos de um leigo, uma encruza (de terra, na mata etc.) € apenas um lugar sem maior significado. Mas, para os fitis da religido, um ato de Fé torna aquilo sagrado. Para o fiel, uma Encruzithada (Ponto de Forca) representa um encontro de Energias Divinas que governam a Criagéo, dando acesso a realidades mais elevadas e que podem nos curar no Espirito ¢ na matéria. Ali, os caminhos se eruzam para esgotar negatividades ¢ fazer uma purificagdo. Esses caminhos também simbolizam a nossa caminhada pela vida, o tipo de energia que vamos criando em torno de nds (por pensamentos, sentimentos emogoes, palavras e atitudes). As experiéncias didrias nos colocam em correspondéncia com os Caminhos de Evolugdo que Deus tracou para 0 Ser humano. Pois se a gente chegou numa “encruzithada”, num determinado setor da vida, foi por alguma escotha e conduta nossa ligada ao campo da Fé, ou do Amor, ou do Conhecimenio etc. De modo que as Energias Divinas descem ali e nos limpam, abrindo novas portas pra nossa evolucéo. Evolutmos pelos Caminhos ou Sentidos da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justica, da Lei, da Evoluedo e da Geracdo. Cada Caminho tem uma Divindade Regente, com ‘Suas Forcas auxiliares (Entidades e Guias Espirituais). Essa Divindade “analisa” qual tem sido 0 nosso comportamento nos varios setores da nossa vida, e se algo precisa ser corrigido nesse caminhar (desequilibrios, cargas negativas etc.). Quando precisamos de uma limpeza profunda e de um redirecionamento, esas Divindades irradiam Suas Vibragdes sobre nds, no Ponto de Forca da Encruzithada, pra nos limpar e redirecionar. A guarda de todos os Caminhos compete a Lei Divina, que traz.a Ordem a tudo e a todos. Lei que é simbolizada pelo Sagrado Pai Ogum, 0 “Comandante” de todas as Forgas que servem a Lei de Deus. Um dos bracos mais imediatos da Lei é Exu, que corre todos os caminhos para esgotar os desequilibrios e revigorar os Seres, levando- 05 a retomar a estrada da evolugéio. Por intermédio de Exu, pedimos licenca pra entrar naquele Ponto Sagrado e receber as Vibracées da Lei. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 85 Colocar-se com respeito numa Encruzithada é um ato simbolico de pedir a purificagao de energias e um redirecionamento na vida, Af, tudo de bom pode nos acontecer, pois abrimos “a porta da solucdo”’.. Enfim, os caminhos da nossa vida também “se cruzam” run determinado ponto, nos apertando e acuando, justamente pra nos revelar “aluz no fim do tinel”.. Eles se cruzam para una revistio dos valores que recolhemos até ali, nos varios setores da nossa vida. Isso nos leva a compreender a necessidade de renovagio, de fazer uma limpeza profunda, para reter somente o que nos é benéfico. No final, 0 que fica circulando em torno de nés é um brago forte de Energias que nos revigoram e nos redirecionam pra um “renascer”... No meio do processo, 0 entendimento da pessoa “escurece”... Bla sente que esté sendo “atravessada” por forcas que parecem opostas, ela se confunde e ndo sabe pra onde vai... Porém, se tiver a coragem de observar o que estd the acontecendo, com inteligéncia e humildade, vai chegar ao momento de entender e, finalmente, de tirar bom proveito daquilo tudo. Vat depender da sua atitude: ela enxerga aquilo com “olhas de leigo”, ou ela tem a atitude de “un fiel”? Como fiel, entenderd que néio foi “por acaso” que entrou naquela “encruzithada’’e sim, por uma providéncia da Lei Divina que veio em socorro dela, com todas as Suas Milicias! Porque a Lei de Deus néio erra o alvo e nem “a dose do remédio” necessario pra cada um de nds; e olha por nés em todo tempo e lugar! Ela nos traz o auxtlio da nossa famtlia Espiritual, formada por nossos antepassados diretos € pelas Entidades e Guias Espirituais que colaboram de forma permanente para 0 progresso e bem-estar Espiritual e material da humanidade. Os “apertos” que a gente passa de vez em quando séo os alertas das Forgas Espirituais que velam pela nossa seguranca e equiltbrio, Se acoisa “apertou” demais pro nosso lado, é sinal de que precisamos parar e repensar a vida... Muita gente acha que esté sendo “vitima de feitigaria”. Pode ser. Mas geralmente 0 ‘feiticeiro’’¢ a propria pessoa agindo contra si mesma: mantendo sentimentos e pensamentos negativos, sem dar amor pra si e pros outros, alimentando crencas destrutivas ¢ envenenando a propria vida, correndo na direeao de um abismo que ela mesma escolheu criar... Seja como for ¢ por qual motivo for, no instante em que chegamos a “uma encruzilhade na vida", precisamios compreender que chegou o grande momento da Curae da Renovagdo. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 86 A Lei Divina veio nos socorrer e livrar de um mal maior; € 0 momento da nossa libertag&o! Vamos procurar aceitar aquilo. Depois, é abrir 0 coracdo e a mente pra receber a Ordenagdo dos nossos caminhos. Porque “o Espirito de Deus sopraem toda parte”... A Lei, que representa um dos instrumentos da Vontade de Deus, desce ¢ reina onde é preciso; e dat Ela traz também a Justica, 0 Amor, 0 Conhecimento (um entendimento mais claro sobre o significado da Vida), a possibilidade concreta de mais Evolucao e, finalmente, a Geracdo do alimento mais saudével ¢ adequado pro nosso Espirito e 0 nosso corpo. Quando aceitamos “o corretivo ”, indo fica mais fail. Entiio, a nossa Fé se ilumina, ¢ ficamos prontos pra receber mais Benedos de todas as Vibracoes Divinas, que vao nos conceder toda a forca, coragem e determinacao necessdrias pra seguirmos em frente. Dai em diante, estamos por nossa conta. Podemos “errar” de novo, chegar noutra “encruzilhada”, mas jd sabendo que haveré uma saida para a Luz. Isto é crescer, aprender, evoluir... Nao existe “formula magica” nu “receita pronta” pra isso; cada um vai descobrir por si... Mas ha um prinelpio comum pra todos nds, que passa pelo entendimento de que a Vida Maior ndo atende a caprichos, por mais que a gente teime... A Vida leva em conta as necessidades superiores do Ser Espiritual que nds somos. Nossa alma tem um roteiro Eterno pra cumprir e que precisa ficar a salvo das nossas ilusdes. Da mesma forma que os pais ndo permitem que seus filhos pequenos se empanturrem de doces ¢ rejeitem outros alimentos indispensdveis ao seu crescimento sauldvel, também a Vida Maior barra nossas atitudes impulsivas e ilusdrias. Por “Vida Maior” entenda-se “o Olho de Deus” pousado sobre a Criacdo; “o Grande Arquiteto do Universo” trabalhando pela preservacdo e evoluedo de tudo e de todos; etc. Nao importa como a gente queira chamar. O importante € reconhecer que a nossa vida ndo se resume a um corpo que tem fome e sede; que somos mais que isto; que nascemos € renascemos, pois somos eternos; e, sendo eternos, nada, ¢ ninguém pode nos derrotart... Nenhuin problema ou dificuldade ha de ser motivo pra nos sentirmos derrotados. Com inteligéncia e bom senso, pesando e medindo cada obstaculo, vamos ultrapassé-lo, Nada de amontoar coisas, de somar tristezas antigas ¢ atuais, ¢ sair carregando wm fardo pesado ¢ insuportével... Entdo, agradega pela “encruzithada de vida” em: que se encontra, saudando o Divino ali Presente ¢ depositando ali o seu fardo... Ese renove... Abra os olhos praquele “portal” que surge e siga por ele, de cabega limpa e alma renovada.... Preserve suas forgas, jd sabendo que outras “encruzithadas” viréo, mais dia menos dict... Mas ai voce vai estar mais treinada (0) ¢ preparada (0)... E se precisar de ajuda, conte comigo, pois também tenho passado por “encruzithadas” e procurado aprender; entéio podemos nos ajudar... E ntio se esquega de agradecer as Forcas que guardam todos os caminhos pra gente andar em paz e ter bom proveito na caminhada.. Caminhe pedindo a Béngao de tudo o que the acompanha e serve: a familia, os amigos, a dgua, a comida, a roupa, o teto, a satide, 0 trabalho, ¢ até mesmo os adversarios e as dificuldades que desafiam sua perseveranca ¢ inteligéncia. Agradeca e peca Benga pra tudo, de modo que vocé alimente seu Esptrito e seu corpo s6 de Béngdos. Traga Béncaos pra sua vida... Transforme os caminhos mais duros numa Encruzithada de Luz contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 87 Conversa com Zé Pelintra © que é maior na sua vida: a distdncia entre a boca e 0 coragéo, ou a distancia que vai dos seus othos ¢ owvidos até 0 coragéo? “— Pergunta esquisita, Zé Pelintra.. Isso ¢ jeito de comecar uma prosa?..."—é 0 que vocé deve de ta pensando agora, hehe... Mas, se me der licenca, eu explico onde quero chegar, e na condi¢do de seu irmdo e amigo. Vamos l Pagina 88 Com todo respeito, vejo muita gente sofrende coisa que nao era pra ela sofrer... Gente dedicada, que estuda sobre as coisas espirituais, que escuta e vé muita coisa boa, que recebe os escritos e mensagens de amigos de cd e de Id (do povo que td na came e dos que jd foram desta pra melhor, hehe...).. Vé e escuta, mas ndo registra aquilo dentro de si, ndo deixa entrar no coragdo, e sé fala de coisas tristes, amargas, de medo e fracasso, de ciumeira, inveja e coisas desse tipo... Por que ser? Parece que as vezes a gente se esquece de que a nossa boca td mais perto do coragéo do que os othos e ouvidos, e at a cabeca fica virada... Hehe... Os olhos e os ouvidos passam a ver ¢ escutar sé as coisas que nao prestam pra nada, que nao ajudam a gente ‘emt nada— parece que néio conseguem mais perceber as coisas boas... A pessoa vai guardando negatividades e, nessa condi¢do, comega a nao enxergar direito, a ndo ouvir direito e a ndo falar coisa com coisa... Enido, a boca fala s6 de coisas que t&o longe do coragéo, que ndo sao boas de ficar dentro dele, ¢ a vida dessa pessoa n&o muda. Eta prosa esquisita... E nao! Sé me dé mais alguns minutos, eu the pego... Pense comigo. Que conversa é essa de ver e enxergar, e de escutar e ouvir? Tem diferenga? Tem. A gente vé e escuta as coisas que vém de fora. Dai, aquilo passa pela gente e a gente dé importancia, ou néio. O que recebeu importdncia foi aceito— entéo foi enxergado e ouvido, a operacao foi completa: passou pelos olhas e ouvidas do corpo e do coragao. Mas 0 que nao entrow no coragao ficou s6 com a observacao aparente das coisas, no tem valor pra pessoa e, portanto, ndo ajuda ela em nada. Quer uns exemplos? Se vocé té andando na rua e alguém grita: “Pega o ladréio!”, vocé sai correndo? Nao! (espero que ndo, hehe...). Porque aquilo nao podia ser aceito, nito tinha nada a ver com vocé. Vocé escutou, mas ndo deu ouvido, nao deu importancia, ndo aceitou, ndo assimilou... Ou voce tem 30 anos de idade, td andando na rua e vé um cartaz de chamado do alistamento militar. Vocé vai se alistar? Nao, porque jé passou da idade, aquilo ndo é pra voce. Voce viu, mas niio enxergou ali uma coisa que the diga respeito... A coisa toda veio de fora, passou por dentro de vocé, mas nao tinha nada em comum, e entao saiu, nao ficou guardada no seu coragao ¢ no seu entendimento... Vamos um pouco mais adiante... Hoje em dia, ja fotografaram a aura, jé registraram as alteragdes no cérebro dos médiuns quando um espirito se aproxima deles, jé filmaram as diferentes alteracées das moléculas da égua diante de boas palavras e de palavras negativas— enfim— ja fizeram tanta coisa que mostra que a Vida ndo € s6 de carne, que ficou mais fiicil encontrar palestras, aulas, livros e informacaes sobre Espiritualidade. Independente de religido. Além do que, hd muitas religides, tradicaes e filosofias falando sobre isso, trabathando sobre isso e atingindo as mais diferentes formas de pensamento ¢ de crenca, respeitando a liberdade individual, Pagina 89 Entéo, de certo modo, até “encurtou a distdncia entre os olhos/ouvidos ¢ 0 coragéio”. Quer dizer, 0 acesso as informacaes da Espiritualidade e sobre Espiritualidade é bem maior do que no passado. Apesar disso, as veces a gente resiste em aplicar esse aprendizado, insistindo em guardar no coragao antigos padroes negativos, que saem direto pela nossa boca; mas que precisavam silenciar diante das coisas boas que se aprenden... Nessa condicfio, a boca fica manipulada, entéio parece que “ela se distancia do coragéio”, deixando de transmitir o Bem que se aprenden... Quem faz isso vive na mesmiice—apesar de frequentar grupos espiritualistas, religiosos, filoséficos, € seja Id 0 nome que se dé; apesar de ter visto filmes e fotografias, e escutado e anotado frases a respeito, amontoando papéis que vao servir apenas de morada pra tracas ¢ outros bichinhos... Hehe. No corpo humano, a boca td mais perto do coragdo do que os olhos e ouvidos, todo mundo sabe... Sé estou brincando um pouco sobre isso pra ficar mais claro, mais leve a nossa prosa. Os olhos e owvidos tao mais longe do coracao porque, primeiro, a gente precisa observar 0 que vem de fora; depois, vamos consultar o proprio coracao e aprender a discernir o que é bom do que ndo é; por fim, a gente assimila 0 que é bom, aperfeigoando os sentidos. S6 entdo a gente passa a enxergar ea ouvir pra valer, falando sobre o Bem e vivendo no Bem, agora usando todas as capacidades dos aparelhamentos espiritual, mental e fisico que recebemos de Deus— porque eles funcionam junios, precisam estar harmonizados!... O que se aprendeu de bom alegra 0 coracdo e fica no coragao; e do coragao vai pra boca, mostrando que a gente aceitou 0 ensinamento e passou a aplicar ele através do Verbo Divino, através da nossa palavra renovada pelo Bem, que tem a Forca de Transformacao no meio que a gente vive. Entdo, aquele que aceitou 0 Bem é que aprendeu de verdade, passa a ter na sua boca canal de expressdo do préprio coracao. Porém, apenas ver e escutar o que é bom, novo e esclarecedor, mas sem praticar—sem aceitar aquilo no seu coragéio e fazer sair da sua boca— é um sinal de que niio howe aceitagao, de que a pessoa ndo deu valor ao ensinamento da Espiritualidade. Foi uma oportunidade jogada fora, ¢ isso é uma coisa que faz mal pras pessoas.. O Bem que entra em nés é puxado pelo coracao. O coracao é simbolo do Amor Divino morando em nbs. Este Amor é a grande Forca Curadora, Renovadora e Libertadora que filtra e limpa, depurando tudo 0 que vem de fora ¢ deixando em nds a Esséncia Divina de Luz, Bondade, Entendimento, Fraternidade e Compaixdo. Esta Esséncia atrai mais purificagdo e vai renovando todas as outras coisas, inclusive os sentimentos, emocdes, pensamentos ¢ as nossas atitudes na vida. Guardando tudo isso de hom em nos, entao atraimos mais ¢ mais renovacao. E por isso que 0 coragdo td no meio dos chakras principais do ser humano: é pra fazer esse trabatho Sagrado de harmonizagao!. E se nada esta mais perto do coragao do que a nossa boca, por que complicar? Por que a gente as vezes resiste ¢ s6 procura negatividades, ¢ s6 fala coisas negativas, quando 4d nos ensinaram coisa melhor? Por que afastar a boca das qualidades do coragdo?! Vamos encurtar essa distancia, fazendo o que de bom aprendemos! Pagina 90 Tudo de bom que se aprende torna a gente melhor. E.uma pessoa methor também melhora 0 mundo... Dat, o compromisso de fazer 0 methor que se aprendeu é wma coisa justa, nao €? E quanto mais a gente aprende e doa, mais a gente recebe do Bem... Entdo, a minha prosa é pra convidar vocé a falar e viver o Bem que tem aprendido. Nao deixe pra depois! A possibilidade que chegou pra nds hoje é pra se aproveitar € viver hoje! Qual serd 0 amanhé, quem garante? Sé temos gareatias do “agora”... Entiio, vamos em frente, vivendo tudo no Bem, ¢ falando do Bem, a partir de agora! Pagina 91 A Casa ¢ 0 Porao - Palavras de Zé Pilintra A vida da gente ¢ feito uma casa bem grande, repartida em varios cémodos... Tem a sala, onde a gente se reine com a familia e os amigos pra uma conversa boa, regada a um café cheiroso... Tem a cozinha, onde acontece a alquimia da preparagao dos alimentos... Tem a lavanderia, onde a agua e 0 sabdo cheiroso fazem a higiene das nossas roupas e preparam a limpeza geral do ambiente. Tem a varanda que dé para o quintal, onde a gente pode sentar e esticar as pernas num banquinho pra ter mais conforto, e othar 0 céu, pegar umn pouco de sol, ¢ refrescar as idéias.. Pagina 92 Tem o banheiro, onde higienizamos o corpo ¢ colaboramos com a Me-Natureza na tarefa constante da purificagao e equilibrio das nossas energias... Tem os quartos, onde © nosso corpo repousa, renovando nossas forcas E tem sempre um canto mais escondido, talvez um pordo, onde se guardam as lembrancas e as vezes até algumas trathas sem mais utilidacde Enfim, cada espaco da casa tem seu uso e sua serventia. Quem se ocupa em ser feliz fica mais tempo nos lugares de ocupacao, de higiene, de lazer e de descanso: a cozinka, a lavanderia, 0 banheiro, a sala e os quartos. Jd quem alimenta muita insatisfacdo visita mais 0 porao, revivendo o passado, preso a lembrancas, ou entiio acumulando trathas... Na vida da gente também é assim. Muitas ‘vezes, ficamos tempo demais “no portio”, no cantinho das lembrangas... Mas a vida acontece agora, neste minuto, no tempo de hoje. Entdo, é no agora que precisamos estar! E certo que a gente precisa de um tempo pra organizar as idéias. Separar 0 que se usa com frequéncia daquilo que s6 de vez em quando vamos precisar, e deixar cada coisa arrumada no lugar certo. E 0 porao vai servir pra guardar 0 que se usa menos, mas que ainda tem serventia. Contudo, na maior parte do tempo precisamos estar em outros cémodos: para nos alimentar e nos higienizar, para entrar em contato com as outras pessoas, doar 0 que temos de melhor em nosso coracao e receber delas algo que nos fara bem, ou entélo para descansar das tarefas do dia. Passar mais tempo “no pordio” ¢ fugir da-vida, é negara realidade. E perda de tempo... Reencarar é uma oportunidade valiosa! Reencarnamos para evoluir. Evolutmos por aprender. E aprendemos no contato com os outros, nas experiéncias didrias de erro e lacerto que a vida nos proporciona. Pagina 93 Nas dificuldades comuns dos relacionamentos é que aprendemos a desenvolver as qualidades da compaixéo, da paciéncia, do entendimento e do perdédo. Néio mudamos o outro, mas aprendemos a fortalecer o nosso cardter, aprimorando nossa personalidade com as forgas que trazemos na alma Aprendemos que a vida ndo é um terreno para disputas, mas sim um campo fértil onde as nossas virtudes podem crescer e nos levar adiante, numa rota de evolugdo e de paz interna, Fugir do contato com os outros nao traz beneficio algum para a nossa alma e nem para 0 nosso corpo. Ofisico reflete as dores da alma e adoece quando ela esta enferma. O ressentimento, a migoa, a tristeza acumulada, tudo isso acaba por acarretar doencas fisicas. O nosso coragéio néio foi feito para ser “um portio” de coisas velhas e intiteis O centro do coragéo é a ponte que nos liga ao Kterno, ele é feito um “gniché” de entrada para a Casa da Luz Celestial, Por intermédio da pureza do nosso coragdo é que nds recebemos toda a Pureza do Amor de Deus. Ele funciona como a nossa porta de contato com uma corrente de Energia da mais alta qualidade e que vai nos alimentar e revigorar continuamente. Pela harmonia dos sentimentos e emogdes que carregamos em nosso coracdo é que nds podemos ser revigorados pelo Bem Maior que vem de Deus. E é este Bem que nos preserva e que nos salva, livrando-nos de todas as maldades. Por isso, precisamos manter em ordem ¢ harmonia o nosso coracao, livre dos ressentimentos, das magoas, rancores e tristezas. Nao use 0 seu coragéio como “um portio” de coisas vethas ¢ initeis, livre-se agora mesmo de viver na escuridao... Faca por viver a sua vida com plenitude. Saia desse canto escuro, onde vocé tem vivido isolado e triste! Abra-se para conviver fraternamente com os outros € consigo mesmo. Esqueca que errou € esqueca os que erraram com voce. Viva o hoje, 0 agora! Visite todos os comodos da sua casa interna, abra-se para viver a vida de forma integral. Renove-se, recomece! Se o seu coracao anda amargurado, tome alguma providéncia imediata pra mudar isso hoje mesmo! Posso Ihe dar umas “receitas”: Acenda uma vela rosa e uma vela verde, fazendo uma oragao sincera pela cura dessa situagao ¢ firmando 0 propésito de perdoar e recomecar. Quando as velas queimarem, prepare um banho de alecrim, fazendo uma oragdo para ter alegria e entusiasmo pela vida Tome esse banho da cabeca aos pés— ou enttio do ombro pra baixo, conforme asua crenca pessoal, Pagina 94 Deixe passar trés dias. No quarto dia, prepare um punhadinko de p6 de pemba rosa e verde, fazendo uma oracdo pela cura das suas emogaes e sentinentos. Misture os dois és e aplique na area do coracdo, com a médo direita e em movimento circular, no sentido horério (dos ponteiros do reldgio). Se preferir, pode usar noz-moscada ralada, substituindo os pés, com a mesma finalidade. Depois dessa limpeza e renovagdo, voce também pode carregar junto ao corpo uma pedrinha verde e uma cor-de-rosa. Primeiro, lave as pedras em dgua corrente, pedindo a Deus ¢ aos Orixds que elas the tragam equilibrio e satide emocional e fisica. Segure as pedras com as duas maos, pedindo mentalmente que elas the transmitam as Energias do Amor Divino que tudo cura. Carregue-as no bolso ou de algum modo junto ao corpo, durante 7 dias. Depois desse tempo, lave-as de novo e repita a orac de reutilizd-las. antes Repita esse procedimento pelo tempo que quiser e sentir necessidade. Conforme for se acalmando, poderd espacar o tempo de limpeza das pedras (14 dias, 21, 28). Cuide-se bem. Tenha amor por si mesmo e pela sua vida. Olhe pra si mesmo e pra todas as pessoas como fithos de Deus Aceite a sua vida do jeito que ela tem sido. Nao perca tempo com revolta: Mas faca por methorar aquilo que the parece necessdrio! Lembre-se: na Roma antiga, a morte na cruz era reservada para aqueles considerados criminosos contra o poder estabelecido. Mas 0 Mestre Jesus transformou-a num simbolo de superacao ¢ libertacao... Compreenda que todos nos temos estamos aqui para aprender ¢ que estamos sujeitos a falhas, Aprenda a superar as dificuldades. Trabathe um dia de cada vez, organizando a sua casa interna. Faga disso um hdbito, E fique na Paz! contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 95 Oragao as Mulheres - Por Zé Pilintra Criaturas fascinantes, as mulheres... Delicadas e fortes, ao mesmo tempo. Tem a delicadeza do amor na alma e, ao mesmo tempo, a forca de uma vontade determinada nas agées. Sao coracdes da mais pura Eternidade, transitoriamente vestidos de carne. Nao hd quem ndo se renda aos seus encantos. Nao somente aos da beleza fisica, mas principalmente ao encantamento do seu poder de tudo transformar. Toda mulher é uma usina de forca que transforma para melhor aguilo que toca. No lar, a mulher € a companheira incansavel e amiga, a mde ow a irma que nos conforta e orienta; e sempre a guerreira que nos ajuda a enfrentar os desafios da vida. No trabalho, tem as maos dedicadas a construir, para o bem-estar de todos. Nas artes, é poeta de grande alma, é a cantora dos sons e tons mais sublimes. E em tudo ela desenha e espalha seus valores elevados, dando mais cor e britho as nossas vidas... Quando ew otho para uma mulher, ali enxergo a Mao Divina a amparar a Criacao. Pagina 96 O toque suave, 0 amor que se transmite a cada gesto, a pureza do afago que conforta e que nos doa a energia curadora dos sentimentos mais nobres. A presenga da mulher nos envolve numa onda de luz que ndo se encontra em parte alguma. Ela nos convida a refletir mais um pouco a respeito da grandeza da Vida, e nos iransporta para um mundo de sonhos e esperancas. A dura racionalidade do homem nada seria capaz de realizar, sem 0 aucilio da amorosidade natural da mulher. As mulheres estdo no mundo para nos ensinar a viver com humanidade, no sentido mais: elevado da palavra: elas nos ensinam a abrir méo das vaidades passageiras para alcangarmos a Eternidade do Amor Divino, a todo 0 instante. Nao sei de que segredos sdo feitas as mulheres Pois elas so como a brisa que sussurra paz e serenidade; como a chuva que traz.o frescor e 0 conforto de um banho de limpeza; como o sol que brilha e faz brilhar tudo 0 que toca; como a noite que nos traz o descanso € a reflexdo mais paciente; como 0 oceano profundo a murmurar encantamento e magia. Séoo flores perfumadas, incensando 0 mundo com seus valores ¢ talentos amorosos... Todas sao belas, cada wma a seu modo. Todas so incomparéveis. Todas sao Divinas porque aprenderam a amar em siléncio, sem perguntas, ea nos enprestar suas forcas—fazendo crer, uumildemente, que tal forca é nossa, que nés é que somos fortes. Sao ventres sagrados do mais puro amor, carregando a Luz da Vida, Nao precisam gerar filhos da carne para essa doagio de luz, porque carregam a luminosidade do amor dentro de si e geram luz por onde passam. E assim elas nos inspiram e contagiam, tornando-nos melhores. Alguém disse que “atrés de um grande homem existe uma grande mulher”. Néo penso assim! Em verdade, percebo que a frente de todo homem, com certeza, caminha uma grande mulher! Mas é que as mulheres ndo costumam exibir seus talentos, elas se cobrem com o manto da invisibilidade, pela nobreza que thes vai é alma, pensam no todo endo reclamam prémio algum por tudo o que fazem em nosso beneficio... Pagina 97 Porém, é sempre uma mulher que nos dé forgas, nos momentos decisivos: iluminando 0 caminho, abrindo espacos e ainda fazendo a retaguarda, pela poténcia do amor que toda mulher traz em si mesma; e nos orientando com sabedoria, pela capacidade que tem toda muther de enxergar possibilidades de vitdria diante de quaisquer obstdculos. Pois onde a forca bruta nada conseguius, 0. amor feminino acalma e pacifica, derrubando as barreiras do édio, libertando ¢ transformando os mais duros coragies.. Por isso, a todas as nutheres eu agradeco e peco a béncdo. Agradeco pelo exemploe peco a béngdo dos seus coragées magndnimox Peco que orem por todos nés, 6 miezinhas, irmas, companheiras ¢ amigas E que olhem pelas criancas que andam nas ruas, pelos érfaos ¢ os aflitos. Nao desistam de nos ensinar a ciéncia de amar sé por amar, sem esperar troca. Nao desistam de cuidar dos que ainda vivem atordoados pelas ilusdes do mundo transitério. Quando ew as vejo nas portas dos presidios, a solucar pelos companheiros, filhos ou irmaos encarcerados ¢ desprezados pelo mundo, dentro de mim grita a voz da certeza mun mundo methor— que ha de brotar desse amor incomensurtvel. Quem poderd suplantar esse amor? Quem podera igualar tal exemplo de bondade ¢ compaixao? Benditas sejam, pois, todas as mulheres, em seus mistérios e encantos. E que 0 Divino Pai-Mée da Criagdio as cubra com Seu Manto de Luz e Caridade — preservando a inigualdvel forga amorosa que carregam — pois somente delas, deste amor que as move, é que poderd vir mais paz ao mundo. Assim Seja! contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 98 contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 99 A Falange dos Malandros e Malandras na Umbanda A Umbanda, como o proprio nome jé diz, € uma religido que une varias bandas, os grupos e suas diferencas sao todos bem recebidos, pois como diz a escritura ninguém ¢ td0 pobre que ndo tenka nada para dar, ao contrario da maioria dos segmentos religiosos existentes, a Umbanda ndo s6 recebe esses grupos como também da a eles liberdade na forma de trabatho a ser utiligada desde que os mesmos niio injlijam ow fujam dos 3 pilares principais da doutrina umbandista que e a pratica da fé, da esperanca e da caridade, assim sendo, a medida que nos aprofundamos no estudo e conhecimento das bandas de trabalho na Umbanda nos deparamos com wma lista extensa de falanges que vao de criancas a eguns, da direita a esquerda, do oriente ao ocidente, da conhecida benZécio as técnicas magisticas dos povos do oriente, da pajelanca indtgena ao passe meditinico europeu, todos com 0 tinico intuito de praticar a caridade. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 100 Brasil, talvez, por ser um pais muito rico em culturas diferentes, ofereceu wna quantidade considerdvel de falanges para a Umbanda, entre elas se destacam os Pretos Vethos € os Caboclos, como a Umbanda também absorveu grupos que jé existian: em ouiras correntes espiritualistas muito antes de ela ser fundada. Um exemplo claro disso a presenca do Mestre CatimboZéiro Zé Pelintra nos terreiros umbandistas. Zé Pelintra e uma entidade muito conhecida no Nordeste do pais, e uma entidade conhecida, popularmente, como sendo um malandro, o sentido da palavra malandro se referindo a Zé Pelintra e 0 mesmo que bon vivat, boémio, ele ndo é malandro sé por ‘que faz malandragens, mas também por que asua “vida” é vivida de forma malandra (festas, bares, mulheres etc.). Ha de se considerar também que o sentido da palavra malandro hoje néo é 0 mesmo que do século passado muda-se a sociedade, mudam- se os cidadéos. Seu Zé, como é chamado pelos fntimos, era nordestino, alguns diZém ser do Ceara (... ele vem de longe, vem do Ceara, ele é Zé pelintra, chegou para irabathar.. ), outros Alagoas (... quando vir de Alagoas, toma cuidado com o balanco da canoa...), de familia pobre conheceu bem cedo as pilantragens para prover a sua subsisténcia, conheceu de perto a vida das periferias, sofreu a discriminagao por ser migrante, de tao bonito que era se envolveu com muitas mulheres, apds seu desencarne deixou criado um estereotipo que serviu de inspiracdo para Walter Elias Disney criar 0 personagem Zé Carioca que , 86 de longe, lembra Zé Pelintra. Seu Zé é uma figura antiga no Catimbé, porém, a linha da malandragem como temos na Umbanda néio, talvez por ela ser uma falange que nasceu na Umbanda, ou seja, é recente. Enquanto no Catimbé e conhecido somente Zé Pelintra na Umbanda ja se conhecem varias entidades que assim se identificam (Zé Pelintra Advogado, Zé Pelintra da Estrada, Zé Pelintra do Bar, Zé Pelintra da Ecruzilhada, Zé Pelintra do Morro, etc.), Junto dos homens vem também as mulheres conhecidas como Malandras (Maria Navatha, Maria Sete Léguas, Maria do Pente Fino, Maria Rosa Navalha etc ) vem as Jovens conhecidas como Malandrinhas (Malandrinha da Rosa, Malandrinha do Morro Alto, ete.) como também os jovens conkecidos como Malandrinhos. Se referindo aos Malandrinhos ¢ as Malandrinhas ha de se saber que O Malandrinko é uma das contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 101 Entidades mais novas nos Terreiros de Umbanda, A origem desta falange esté associada, como se disse, aos ‘discipulos’ de Zé Pelintra, no entanto, ele (0 Malandrinho) nada tem a ver com Zé Pelintra, a ndo ser algumas semelhangas tais como: gosto pela boemia, os jogos, as mulheres (que tratam como rainhas) ¢ a sabedoria de lidar com os problemas da vida e como sair deles. As Entidades que compée esta falange sao na sua maioria, espiritos que viveram na sua tiltima encarnacao, situacdes de abandono familiar, ¢, nao tendo como sobreviverem, fizeram da rua, a sua morada, nela aprenderam a sobreviver ¢ a se proteger. Alguns se tornaram ‘experts’ em jogos de azar como barallho, dados, ‘porrinha’ etc. Outros trabalharam em Cabarés, onde eram muito paparicados pelas ‘meninas’, que eles defendiam com unhas e dentes. E tem ainda aqueles que se tornaram ‘contadores de estérias’. Em troca de algumas doses de bebidas, cigarros e alguns trocados, contevam casos que tiravam da sua propria imaginacdo ou ainda situagées que viveram. Malandrinho é uma Entidade alegre, extrovertida, defensor dos mais fracos ¢ principalmente dos desregrados. A esses, ensina que malandragem néo é vadiagem. E sim, a arte de saber viver com ética e responsabilidade: O que se faz, deve fazer bem feito, caso contrario, vai pagar pelo erro. Néo gosta de enganar as pessoas de bom coragdo, Mas com aquelas que se julgam muito espertas, ele ta sempre dando wma ‘rasteira Jocosa, esté sempre voltado a pritica da caridade e da evolucéo espiritual de seus ‘meédiuns. Em suas incorporacées gosta de roupas leves e sem formalidades. As camisas estGio sempre pra fora da calea. Se usar gravata, vai estar sempre com 0 n6 afrouxado. Ou seja: ele gosta de se sentir livre para dancar e cantar em suas incorporagées. As cores das roupas sdo sempre em tons fortes ou estampadas. Sua hebida geralmente é a cachaga. Mas vemos em alguns Terreiros de Umbanda, Malandrinho bebendo cerveja ou batidas de limdo (lim@ozinho). Geralmente esta sempre descalco, pois gosta de sentir o chao que pisa. Em geral, todas estas entidades a exemplo do Patrono, tiveram em sua existéncia alguma forma de contato com a vida dos morros, da periferia, ow talvez passaram por situagdes que se assemetham ou tenham ligacdes com essas situagaes, outros nao passaram por similares mas escotheram essa linha de trabalho contato@¢rupoboiadeirorei.com.br Pagina 102 por se simpatizarem com ela. Nao se deve, nunca, confundir as falanges de trabalho de Sao Cipriano com a falange dos Malandros e Malandras, a linha de Sao Cipriano e uma linha de direita enquanto a dos Malandros jd é de esquerda, 0 que acontece ¢ que em muitas casas a entidade Zé Pelintra, extmio representante dessa linha, e evocado em trabathos liderados por entidades de energia diferentes promovendo assim aquilo que se chama de Cruzamento de linhas, porém, quando isso ocorre as energias presentes ndoo perdem sua autonomia, somente unem forcas com uma finalidade (A B AB). Sendo uma linha de esquerda os Malandros sdo invocados em casos ligados as nossas necessidades fisicas e materiais. Problemas amorosos, financeiros, empregos, causas Judiciais, familiares, ou somente uma conversa amiga sao motivos e causas levados constantemente a essas entidades. Por possuérem uma energia muito ligada a matéria suas comidas oferecidas em Giras sdo em sua maioria pratos consumidos em bares ¢ botequins. Assim pode-se oferecer quitutes como salgados, salaminhos, bacon, jilé empanado frito, sardinha frita, farofa com linguica, carne seca assada na brasa ou {frita, etc. As bebidas poderdo ser cachaga, cerveja e em alguns casos licores. Como todas as outras entidades da Umbanda os Malandros podem pedir aos seus meédiuns e consulentes alguns objetos (chapéus, cachimbos, bengalas, navalhas, cigarros, perfumes, etc.) desde que tenha um porque e néo acabe se tornando uma forma de mistificagdo esses objetos podem ser usados pelas entidades em seus trabathos quando manifestados. A mensagem trazida pelos Malandros e pelas Malandras as Casas Umbandistas ¢ a do equilibrio, tudo em todas as existéncias deve ser equilibrado, Nao é problema ira estas, bares nem sequer também fazer uso de bebidas alcodlicas, o problema estd na maneira como se frequenta ou se usa ¢ as consequéncias dos mesmos. Muitos dos problemas da maioria dos consulentes dessas entidades séo resultado de uma vida desregrada e sem limites onde 0 desequiltbrio marca e causa o mal ndo so para a pessoa em si como também para os que estéo ao seu redor. Tudo, a todos, e permitido, porem, nem tudo convém. Que a historia e o trabalho dos Malandros das Malandras sirva de exemplo e sejaa uz do fim do ttinel na vida de tantos e tantas que precisam. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 103 Malandras e Malandrinhas As malandras surgiram a partir dos anos 50, como surgimentos de uma entidade, que ninguém conhecia, chamada Maria Navalha, Dona Navatha surgiu num terreiro de Umbanda Omolocé (Umbanda tragada com Candomblé - Independente da Nagao sendo ela, Ketu, Djeje Mahin, Angola) e como até hoje, os Malandros infelizmente sao tratados como Exus , ela foi e ainda é em alguns lugares considerada ou tratada como Pombagira, pois muitos terreiros, ndo fazem gira de Exu separada da de Malandros. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 104 Ela incorporou numa jovem que estava a pouco tempo na religido, tinha caracteristicas de malandro, ainda que com feminilidade, mais era encantadora, uma entidade diferente, ¢ que atraiu a curiosidade das pessoas da religido na época. Desde entao alguns anos se passaram, ¢ ela continua a brithar nos terreiros de Umbanda, com todo seu charme e beleza exdtica, depois conforme os anos foram passando surgiram outras Malandras, todas ligadas aos seus campos de atuagdo (irabatho). Normalmente as Malandras fazem par com os Malandros de seus Médiuns, exemplo: Malandra do Morro ¢ Malandro do Morro. Mas isso ndo é necessariamente uma regra, pode acontecer de serem de diferentes locais, isso depende da evolugdo do médium, da afinidade do mesmo com as entidades de luz e de como irao trabalhar, para evolucéo de si mesmos e do proprio médium. Pagina 105 Cores : Vermelha, Branca ¢ Preta Guia: Vermelha e Branca Indumentéria: Roupas nessas cores ; Vermelha, Branca preta, muito raro 0 tom dourado. Chapéis: Chapéu Panama, com Fita vermetha, ou preta, também podem usar chapéu branco (sem fitas), podem usar lengos em seus chapéus ou para enfeitar seus cabelos antes de colocar 0 chapéu, podem colocar rosas ou cravos vermethos ou branco no chapéu Algumas qualidades de malandra gostam de chapéu preto e outras gostam de cartola baixa. Raramente gostam de cariola alta, quando gostam sdo nas cores tradicionais (Branca e Vermetha) Algumas usam Calca branca, vermetha ou estampada com estas cores. Jé outras usam Saias, com estampa vermetha e branca, saia branca, saia vermetha, saia com dados, naipes ou eartas de baralho. Gostam de Blusa listrada (Vermetha e Branca), ou nas cores Preta, Vermetha, Branca. Também gostam de Roupas de seda (como algumas quatidades de Malandro). Também raramente, algumas Malandras, gostam de uma camisa branca (De botdes) por cima da camisa listrada. Flores: Rosas vermethas, rosas brancas, cravos vermethos ¢ brancos, também gostant de flor de chuvisco. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 106 Fumo: Cigarros de palha, Cigarros de filtro vermetho ou Cigarros com sabor. Existem ainda as raras excecdes de Malandras que fumam Charuto. Bebida: Cerveja Branca, Cerveja Preta, Batida, Pinga de Coquinho, Conhaque ¢ raramente Whisky ou cachaca (pinga) Objetos: Dados, Navatha, Punhal, Baralho, Pontos de forca: Lapa, Cabaré, Morro, Esquinas, Eneruzithada, Cais do Porto, Cruzeiro das Almas, Calunga (Pois como nossos amigos Malandros, trabatham também com as almas) Siio boas amigas, trabalham ajudando as pessoas a largas vicios (Drogas e Alcool) também trabalham desmanchando magia negra, trabalham para assuntos financeiros, € as veves até tiram seus protegidos e protegidas de enrascadas, também trabatham para amor Séio gentis, simpdticas, as vezes sérias, sempre nutito bem vestidas, elegantes, e bem arrumadas, sao vaidosas, gostam de receber presentes e adoram perfumes ¢ batons (Principalmente na cor vermetha) As vezes surgem nomes de entidade, se denominando Malandra, mais nem sempre sao, pois como é uma linha nova, existem pessoas que inventam de md fé, nomes que nao existem, Alguns nomes de Malandras e Malandrinhas. contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 107 Malandra Maria Navaiha e sua Falange: -Maria Rosa Navatha - Maria Navatha do Cabaré - Maria Navatha da Lapa ~ Maria Navatha da Calunga - Maria Navatha das Almas - Maria Navalha da Estrada = Maria Navatha do Cais E outras Malandras... - Malandra 7 Navathadas = Malandra 7 Navathas - Malandra Maria 7 Navathas - Malandra do Cabaré = Malandra Rosa do Cabaré ou Rosa Malandra do Cabaré - Malandrinha do Cabaré contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 108 - Malandra Maria do Baralho e Malandra do Baralho - Malandra do Morro ou Malandrinha do Morro - Malandra da Lapa ou Malandrinha da Lapa ; Malandra do Cabaré da Lapa - Malandra Rosa da Lapa ~ Malandra das Rosas Vermelhas dos Arcos da Lapa - Malandra da Rosa Vermelha ; Malandra Rosa Vermetha ( Sendo ela da Lapa, Cabaré) -Malandrinha das Rosas Vermelhas ; Malandrinha da Rosa Vermetha - Malandra das Almas ou Malandrinha das Almas - Malandra das 7 Encruzilhadas - Malandra Maria do Cais ; Malandrinha do Cais ; Malandra da Beira do Cais - Malandra 7 Saias do Cabaré ~ Malandra da Estrada ; Malandrinha da Estrada - Malandra da Bahia ; Malandrinha da Bahia - Malandra Maria da Boémia - Malandra dos Arcos da Lapa Salve as nossas Amadas Malandras na Umbanda, Salve a Malandragem! Que Deus possa sempre Huminar sempre essas falanges que tanto nos quer Bem! contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 110 Malandros e Malandras na Umbanda Trabatham dentro da Linha de Esquerda em alguns terreiros de Umbanda (néio todos) ¢ so tratados nuitas vezes como Exus, mas os Malandros ndo sao Exus de fato, Essa idéia existe porque quando néo siio homenageados em festas ou sesses particulares, manifestam-se trangitilamente nas sessaes de Exu e parecem um deles Os Malandros sao espiritos que tem suas préprias caracteristicas ¢ jeito de manifestar ¢ falar bem diferentes dos Exus. Pode-se citar alguns nomes a mais conhecida falange deles a do Zé Pilintra, mas tem também Zé Malandro, Zé do Coco, Zé da Luz, Zé de Légua, Zé Moreno, Zé Pereira, Zé Pretinho, Malandrinho, Camisa Listrada, e outros. Ir Pagina 111 Sao cordiais, alegres, dancam a maior parte do tempo quando se apresentam, usam chapéus ao estilo Panamd e sua tradicional vestimenta: Cala Branca, sapato branco (ou branco e vermelho), seu terno branco, sua gravata vermetha, seu chapéu branco com wna fita vermetha ou chapéu de patha e finalmente sua bengala, mas a maioria gosta mesmo & de roupas leves, camisas de seda, Bebem de tudo, da Cachaga a0 Whisky, fumam na maioria das vezes cigarros, mas iilizam também 0 charuto. Gostam de dangar gingando as pernas e corpo como se fosse parecido com a gafieira. Pod sao compostos os pontos e cantigas dessas entidades. Assim € 0 malandro, simples, -se notar o apelo popular e a simplicidade das palavras ¢ dos termos com os quais amigo, leal, verdadeiro, Se vocé pensa que pode engand-lo, ele o desmascara sem a menor cerindnia na frente de todos, Apesar da figura do malandro, do jogador, do arruaceiro, detesta que fagam mal ou enganem aos demais. Podem se envolver com qualquer tipo de assunto e tém capacidade espiritual bastante elevada para resolvé-los, podem curar, desamarrar, desmanchar, como podem proteger ¢ abrir caminhos. Tém sempre grandes amigos entre os que os vao visitar em suas sessdes ou festas. Gosia muito de ser agradado com presentes, festas, ter sua roupa completa, é muito vaidoso, tem duas caracteristicas marcantes: Uma é de ser muito brincalhdo, gosta muito de dancar, gosta muito da presenga de mulheres, gosta de elogid-las ,etc. Outra é ficar mais sério parado num canto observando os movimentos ao seu redor, mas sem perder suas caracteristicas Existem também as manifestacdes femininas da malandragem, a Maria Navatha é um bom exemplo. Manifesta-se com as caracteristicas semelhantes aos malandros, danca singando ou sambando, bebe e fuma da mesma maneira. Apesar do aspecto, demonstram sempre muita feminilidade, sao vaidosas, gostam de presentes bonitos, de flores principalmente vermethas ¢ vestem-se sempre muito bem. Seu ponto de forga é na subida de morros, esquinas, encruzilhadas e até em cemitérios, pois ele trabalha muito com as almas, assim como é de caracteristica na linha dos pretos velhos e Exus. Sua imagem costuma ficar na porta de entrada dos terreiros, pois ele também toma conta das portas, das entradas etc. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 112 E muito conhecido por sua irreveréncia, suas guias podem ser de varios tipos, desde coquinhos com olho de Exu, até vermelho e preto, vermelho e branco ou preto e branco. Salve os Malandros ¢ Malandras na Umbanda... Sarava a Malandragem!?! contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 113 Malandros na Umbanda A Umbanda, religizo brasileira, é uma mistura de varios outros cultos como 0 catolicismo, espiritismo, o culto aos Orixas e as religiées amerindias, além do catimbd. Contudo, ha de ressaltar que suas bases esto solidificadas no Evangetho de Jesus. Portanto, seus objetivos esto voltado para a caridade material e espiritual. Trabalha com Esptritos em diferentes faixas vibratorias e tem seus fundamentos em Mantras cantados e riscados. Um ponto de discordancia para muitos, é a enigmatica figura de Zé Pelintra, que iremos analisar criteriosamente. Em muitos terreiros de Umbanda, ele é impedido de irabalhar, sobretudo nos esotéricos, que 0 chamam de espirito atrasado. O mesmo, dizem alguns em relagdo a Maria Padilha, aos Boiadeiros ¢ Marinheiros. Tudo isso ‘fruto de ignorancia daqueles que ndo os respeitam e nao os conhecem, pois devemos lembrar que nossa religido é um entrada aberta para todos os que nela contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 114 queiram praticar a caridade. Nd nos cabe julgar ninguém, jd que temos uma enorme trave em nossos olhos. O respeito ao ser humano, reencarnado ou desencarnado, a base fundamental para 0 nosso progresso como espiritos em aprendizado constante. O Zé que conhecemos, fol introduzido na Umbanda a partir do catimbé, culto praticado no Nordeste brasileiro, que se apéia bastante na religido catélica, apesar de guardar um pouco das praticas pagas, vindas da bruxaria européia. Ela pode se parecer um pouco com a Umbanda, mas, tem wn pouco com 0 Candomblé. A semethanga com a Umbanda é devido ao trabalho com entidades incorporadas. Entretanto, os Mestres do Catimbé possuem uma teatralidade de incorporacao muito tipica e discreta que esté longe do "trabalho de paleo" umbandista. Neste cendrio, Zé Pelintra é um dos mestres desse culto. Poucos sabem, mas 0 mesmo teve vida na Terra. Nascido em Pernambuco, José Gomes da Silva, como era chamado, ainda jovem foi viver no Rio de Janeiro, onde frequeniava a boemia do central bairro da Lapa. Fez amigos entre a malandragem e bandidagem da época, sendo querido por todos. Perito em jogos de azar (baralho e dados) ganhava de todos os que ousassem desafid- lo. Eximio no manejo de armas brancas, sempre estava pronto a defender os injustigados, coisa que ainda faz, hoje em dia, s6 espiritualmente. Assim, Zé Pelintra formou uma bela falange de malandros de luz, que vem afudar aqueles que necessitam, Eles so as entidades amigas ¢ de muito respeito, sendo assim, ndo aceitamos que pessoas que nao respeitam a religido digam que estdo incorporadas com seu Zé ou qualquer outro malandro, e facam uso de maconha ou téxicos, As entidades usam cigarros e charutos, pois a fumaga funciona como defumador astral € nao visa. Entre os membros de sua falange, hd: Seu Chico Pelintra, Cibamba, Zé da Mineiro, 2 Virada, Zé Camisa Preta, Malandrinho, Camisa Vermetha, Zé Camisa Listrada, Zé da Mata, Malandro da Baixa do Sapateiro, Malandro da Lapa, Malandro do Pelourinho, Malandro da Praia, Malandro da Zona Portudria, entre outros Os malandros vem na Linha de Exu, mas ndo séo Exus! Aderiram a Linha das Almas da Umbanda, Séo Guias luzeiros que sdo frequentemente enconirados em giras de Exu devido a afinidade com 0 sub-mundo ¢ também por néio haver comumente nos terreiros uma gira a eles dedicado. Zé Pelintra é considerado 0 "advogado dos pobres" Possui conhecimentos para curas de males fisicos e espirituais. Devido a sua extrema simpatia € adorado quando baixa nos terreiros, canalizando para si a atengao de todos. Tornou-se chefe da Linha dos Malandros, que compreende espiritos que tiveram vida nos morros cariocas, na boemia da Lapa, nos subtirbios cariocas, baianos e recifenses Trata-se de um coringa, tanto incorporando na direita como na esquerda. Isto é, Seu Zé pode baixar em qualquer gira, tanto de Exu, como de Preto Velho, Mineiro, Baiano, boiadeiro, marinheiro e caboclo. Hé casos de trancamento, ou cruzamento com esses também, como por exemplo, Zé Baiano, Zé Boiadeiro, entre outros. Sdo entidades de Luz, carismdticas, e chegam nos terreiros de Umbanda, com seu samba ou capoeira no pé, seu cigarro na boca, chapéu de panamé de lado, com toda a Pagina 115 ginga de um malandro. Ao contrério dos Exus que estdo nas encruzithadas, encontramos os malandros em bares, subidas de morros, festas, esquinas e muito mais. Suas cores so vermelho e branco, ou branco e preto. Pra oferendas siio recomendados camardes, carne seca com farofa, e outros petiscos servidos em bares. A bebida é a cerveja branca bem gelada. Salve a malandragem! Saravé Seu Zé Pelintrat Autor: André Luiz P. Nunes contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 116 Zé Pelintra por Ele Mesmo! - Salvos pelo Zé Pilintra Chapéu entregue pela entidade faz irma de delegado escapar de seqiiestradores nie a ter oe nga | de poe [Seereeiraer earn eaters eee pagent Eterm eet penis Seat sais soe sae Ee Muitos me chamam de matandro, aproveitador, enganador até de exu sou chamado! £ééé!!"" Os encarnados gostam de colocar muitas palavras na "boca dos mortos" 0 que nem sempre traduz aguilo que nbs deste lado de cét da vide realmente somos. Mas como nossa Umbanda jé passou de seus 100 anos, resolvi agora dar a minha palavra para "fechar” um pouco a boca daqueles que muito falam da Umbanda e suas entidades, mas infelizmente nada sabem da mesma e muito pouco de nos. Quando falamos de "malandros", logo lembramos daquele que leva vantagem em tudo na vida, enganando, mentindo e se aproveitando da boa vontade dos que sao conhecidos como mais fracos 0 que eu José Pelintra diria "menos informados € preparados em sua fé"! Para quem tem uma mente doentia este seria o melhor adjetivo para os malandros, mas nas proximos linhas "camarada” vou the mostrar 0 "outro lado da moeda”. Um verdadeiro malandro sabe: Driblar os obstéculos que a vida the impée com um sorriso e confianca em Deus, pois se tudo na vida tem comeco e fim inclusiva nossa passagem neste mundo, suas dores ndo sdo eternas. Sorrir quando tudo é alegria € fécil, ele jd nasce na face, mas sorrir e ter fé quando as coisas andam meio "de lado” ao sé para quem tem ginga. Malandragem néo é se julgar coitado esquecido de Deus e dos Orixds, é mexer-se, fazer a diferenca, ir a luta. Tombo meninada foi feito para se levantar e continuar adiante e ficar esperto onde "se coloca o pé", pois tem muito "malandro pisando em cova" emt trocadithos, "tem muita gente escolhendo wn caminho mais doloroso para seguir" e consciente. contatot obo leirorei.com.br Pagina 117 Malandragem, é saber seu limite, onde se deve parar endo querer mostrar para os outros 0 que néo é e 0 que nao se tem. Deus minha gente criou todos iguais, com as mesmas possibilidades. Na vida ndo tem "jeitinho", tem é atitude de buscar melhorar-se cada vez mais de aprender a viver e ganhar maturidade. "$6" ensina quem jd aprendew endo quem ainda esta na primeira série" Muitos me criticam pelas minkas vestes brancas e trazem seu coragéo escuro pelo preconceito vacilo de quem se julga superior a todos e segue uma verdade que nem ele mesmo conhece. Muitos falam de meu punhal, mas cortam e ferem seu semethante com suas palavras todos os dias dentro e fora de seus lares ¢ 0 meu punhal "malandro” s6 corta demanda, Na minha imagem "figura" o branco simbolica como dever ser nosso interior ou seja, LIMPO! Minhas mdos juntas simbolizam a fé que infelizmente de Aruanda vemos poucos "aqui em baixo" praticd-la em qualquer credo. O livro em meus pés, significa que para crescer é preciso conhecer-se a si proprio. O vermelho de meus aderegos simboliza a vitalidade a alegria que todo bom "malandro" deve ter para encarar os problemas que ele mesmo cria em sua vida. Muitos falam, poucos conkecem! Muitos julgam poucos compreendem! E assim caminha a nossa Umbanda esclarecendo ¢ lutando para com muita “malandragem" ¢ muita ginga ganhar seu espaco. Santo figura ninguém é, entdo que cada um reflita antes de julgar. "Sou santo ou deménio? Justo ou pecador? Tira isso da cabeca meu menino! Sou ZE PELINTRA Malandro da luz e sirve a nosso Senhor" Seu Zé Pelintra quando vem Ele traz a sua magia Para salvar todos seu filhos e retirar feitigaria Saravé Malandragem! Por José Pelinira do Morro GrandeMensagem recebida por Géro Maita Ele é seu Zé Pelintra Pagina 118 "Ele é Seu Zé Pelintra, Nego do pé derramado. Quem quiser brigar com ele, estd doido ou estd danado.” Zé Pelintra é um dos personagens mais interessantes do extenso quadro de Entidades espirituais que se manifestam na Umbanda. Contam-se histérias mirabolantes sobre essa Entidade e a que parece ser a mais proxima da realidade humana que ele tivera afirma que se chamava José Gomes da Silva, era oriundo do interior pernambucano, boémio, jogador totalmente ligado as mulheres. Brigador de primeira, ndo entrava numa para ndo vencer. Suas escaramucas com a policia eram conhecidas, principalmente, porque mesmo enfrentando mais de dez homens, sata sempre vencedor. Apesar de jogador inveterado néo gostava de ganhar dos incautos, a esses assustava e os mandava de volta para suas casas ¢ familias. Aos “expertos" sim, gostava de "limpé-los". Primeiro os enganava, perdendo, inicialmente contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 119 de forma astuciosa, nos dados ou nas cartas, para depois, aproveitando-se dos animos inflamados dos "ganhadores", virava 0 jogo. As mulheres dedicava intensa paixéto, nas apesar de seus envolvimentos amorosos ndo ser o que se pode chamar de fiéis, contam que morreu em fungao de wma grande paixdo. Bebedor inveterado, mas, ainda que bebesse muito, controlava muito bem tudo 0 que ocorria & sua volta. Existem algumas historias pessoais sobre Zé Pelintra, mas sabemos que as Entidades de Umbanda representam, além de um ser especifico, representa também o personagem central que aquela Entidade significa. Isso quer dizer que ndo é somente José Gomes da Silva que transformou-se no famoso Zé Pelinira, mas qualquer um que tivesse tido aguelas mesmas caracteristicas, ou seja "José Gomes da Silva" é o chefe da Falange, quem deu origem a ela. Zé Pelintra se manifesta ndo 6 no Brasil, até no EVA Ja se owviu falar de sua existéncia. No Rio de Janeiro, em muitas casas de Umbanda, encontra-se a figura alegre, expansiva e representativa do malandro bonachéo. Dizem que ele vivia na Lapa, 0 bairro carioca mais boémio que se conhece. Gosta de cigarros, cerveja, whisky, vermuth e gosta muito de lencos ou camisas na cor vermelha embora use outras cores também, Adora um chapéu Panamdé. Muitos se vestem com 0 famoso terno de linho branco, chapéu e gravata vermetha das imagens. Ah! E as camisas devem ser de seda porque os protegem do fio da navalha, arma caracteristica da malandragem de épocas passadas. Ele é boémio ¢ malandro, mas é uma das Entidades mais sérias da Umbanda. Tem sempre uma palavra amiga, uma ajuda, um trabalho de caridade. Todos que 0 conhecem sabem que podem confiar nele. No Nordeste manifesta-se no Culto a Jurema, ou Catimbo, onde é considerado Mestre e muito respeitado, tanto que é comum ser chamado para participar de batismos ¢ até casamentos. No Catimbé, Zé Pelintra tem caracteristicas mais regionais. Fuma cachimbo, bebe cachaca misturada com mel e usa bengala 0 que the dé um ar muito mais grave. Zé Pelintra é uma das Entidades mais ecléticas da Umbanda e para alguns é considerado um Exu, embora ele proprio, diversas vezes, negue essa condicao. "Lé no morro é que é lugar de tirar onda, tomando cerveja de meia, jogando baralho e ronda’ Esta é uma de suas cantigas onde mostra a todos sua drea e forma de trabalho, mas é através de outra cantiga que se pode ter uma idéia mais intensa dessa maravithosa Entidade. Sea Radio Patrulha chegasse aqui agora, seria uma grande vitoria, ninguém poderia correr... Agora que eu quero ver, quem é Malandro nao pode correr.” Salve seu Zé Pelintra. Pagina 120 Zé Pelintra e Sua Falange de Luz y Umbanda de Zé Pelintra é voltada para a pratica da caridade - fora da caridade nao hd salvacdo -, tanto espiritual quanto material - ajuda entre irmaos -, propagando que 0 respeito ao ser humano, é a base fundamental para o progresso de qualquer sociedade. Zé Pelintra também prega a TOLERANCIA RELIGIOSA, sem a qual 0 homem viverd constantemente em guerras. Para Zé Pelintra, todas as religides sdo boas, ¢ o principio delas é fazer 0 homem se tornar espiritualizado, se aproximando cada vez mais dos valores reais, que séo Deus € as obras espirituats. Na humildade que the é peculiar, Zé Pelintra, afirma que todos so sempre aprendizes, mesmo que estejam em graus evolutivos superiores, pois quem sabe mais, deve ensinar a quem ainda nao apreendeu e compreender aquele que nao consegui saber. Pagina 121 Zé Pelintra, espirito da Umbanda e mestre Catimbozeiro, faz suas oracdes pelo povo do mundo, independente de suas religides. Prega que cada um colhe aquilo que planta, e que o plantio é livre, mas a cotheita é obrigatbria. Zé Pelintra faz da Umbanda, o local de encontro para todos os necessitados, procurando solugdo para o problema das pessoas que lhe procuram. Ajudando e auxiliando os demais espiritos. Zé Pelintra é 0 médico dos pobres € advogado dos injusticados, é devoto de Santo Antonio, protetor dos comerciantes, principalmente Bares, Lanchonetes, Restaurantes ¢ Boates, e sempre recorre a Jesus, fonte inesgotavel de amor e vida. A falange de Zé Pelintra (também conhecida como Malandragem ou Linha de Malandros) é muito alegre e com excelente vibragao, € também disciplina é 0 que nito falta, aiendem a todos sem distingao, sefa pobre ou rico, branco ou negro, idoso ou Jovem. Seu Zé Pelintra tem varias estérias da sua vida, desde a Lapa do Rio de Janeiro até 0 Nordeste. Todavia, a principal histéria que seu Zé Pelintra quer escrever, é a da CARIDADE, ¢ que ela seja praticada e que passemos os bons exemplos, de Pai para filho, de amigo para amigo, de parente para parente, a fin de que possa existir uma corrente inesgotdvel de Amor ao Préximo. Zé Pelintra prega 0 amparo aos idosos ¢ ds criancas desamparadas por esse mundo de Deus. Se vocé, ajudar com pelo menos um sorriso, a um desamparado, estards, niio importa sua religide ou credo, fazendo com que Deus também Sorria e que 0 Amor Fraterno triunfe sobre 0 egotsmo. ZE PELINTRA pede que os filhos de fé achem uma creche ou wn asilo e ajudem no que puder as pessoas ¢ criancas jogadas ao descaso. Ndo devemos esquecer que a Fé sem as obras boas é morta Zé Pelinira nasceu no nordeste, hd controvérsias se 0 mesmo tivesse nascido no Pernambuco ou Alagoas e veio para o Rio de Janeiro, onde se malandriou na Lapa e um certo dia foi assassinado a navathadas em uma briga de bar. Assim, Zé Pelintra formou uma bela Falange de luz, que vém ajudar aqueles que necessitam, els vem na linha de Baianos e sao entidades amigas e de muito respeito. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 122 Zé Pilintra: Malandro ou Ext? t He pouco tempo atras ndo existia essa discussdo. Porém, de alguns tempos para cé, percebeu-se que ocorria um fendmeno na Umbanda de forma tal que algunas entidades, parecidas com Zé Pilintra, formavam uma linha de trabalho a parte. Percebendo isso, alguns dirigentes espirituais passaram a abrir giras com essas entidades do universo da malandragem, eis que surge a linha dos “malandros””. Este que vos escreve é wn médium de Zé Pilintra, e, diga-se de passagem, quando conheci a Umbanda, hd 22 anos atrés, ninguém falava em linha de malandros. Apenas sabia-se que algumas entidades apresentavam-se no terreiro fazendo alusdo de que trabathavam junto com ele. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 123 A partir dai, verificou-se que eles também trabalhavam tanto na direita quanto na esquerda, Além disso, possuiam outras caracteristicas que os aproximavam mais ainda desse que € personagem principal desse artigo. Assim sendo, falemos um pouco mais sobre Zé Pilintra. Sobre suas caracteristicas principais tal como gostar de bebida, de cigarrithas e nuda 0 mais que for especial, além de fazer delicados gracejos para as nulheres, é algo que muito jd foi citado em outros artigos. Sobre suas vestimentas, terno branco com um cravo na lapela, chapéu branco com uma fita vermetha de cetim e sua bengala, também (jd foi muito falado. Muitos so os livros que tentam retratar a histéria de Zé Pilinira. Mas, para que ienhamos wna pequena nogdo de sua trajetdria, ndo podemos levar ao pé da letra nenhuma delas. Basta dizer que José (0 Pilintra) era um homem tao faunoso, mais tdo famoso que se tornou um “mito”, isto é, uma lenda viva. De téio famoso que era, suas historias fizeram parte da literatura de Cordel (arte literdria tipica do nordeste). Nao obstante, precisamos considerar que um mito pode ser conceituado como uma realidade que tem un “q” de fantasia, ou uma fantasia que tem um “q"de realidad. Imagem que alguns chegam a afirmar que ele era capaz de se transformar em um pé de bananeira, quando fugia da policia. Outros afirmam que morreu assassinado por uma mulher apaixonada, Séio muitas as lendas, mas 0 que as mais antigas histérias nos dizem é que ele nascew no interior de Pernambuco, depois se mudou para o Recife, lacal onde ocorreu toda a sua trajet6ria de vida boémia, regada a bebidas, jogos e mulheres. Recentemente fala-se de uma possivel passagem pela Lapa carioca, local em que teria aprendido a arte da malandragem. Alguns confundem 0 homem que viveu na Terra, 0 Sr. José (conhecido como Pilintra), com os guias de trabalho cuja falange espivitual & enorme. Haja vista que quase todos os terreiros possuem pelo menos un médium que incorpora essa entidade. Algumas pessoas chegam a dizer que Zé Pilintra ndo vem mais em Terra, e que nds que o incorporamos estamos enganadlos. Tolice! Algumas dessas entidades tém um forte sotaque nordestino, outros, carioca. Nem todos possuem sotaque. Pois é sabido que ele se faz presente na Jurema e também no Candomblé. Essa é uma prova viva de que as entidades ndo estéio adstritas a esta ow aquela religido. Para Zé Pilintra nao tem porta fechada. Seja Jurema ou Candomble, seja Batugue ou Omolokd, seja Tambor de Mina, ou Umbanda, ndo importa, onde chamar é Pilintra ele responde. Na direita ow na esquerda. E preciso acabar com alguns mitos que giram em torno de nossa religido. Nao podemos relacionar alguns defeitos que existem no interior de algumas pessoas com a md intexpretacao que dao as entidades. Nao é admissivel crer que uma pessoa tenha muitas mutheres e coloque a culpa no fato de ser guiado por Zé Pilintra, Também nao se pode dizer que alguém sofre de alcoolismo por causa de sua religiao. Permitam-me dizer que Jamais tive problemas com bebidas, boemia ou excesso de mulheres. Pelo contrario, ‘meu guia sempre me deu forcas para agir com disciplina e respeito. Pagina 124 Mas voltando a temética inicial, creio que se perguntarem a Seu Zé se ele é Malandro, ele diria Sou malandro, sou Exu, sou mestre da Jurema, sou o que voce quiser. Na Jurema sento-me @ mesa, toma a bebida sagrada, trago a forca do erveiro, 0 axé da pajelanca. Na encruza eu trabalho, cruzo e risco ponto. Bebo e solto a minha gargalhada. Kiumba nenhum fica pra ver o resultado. Na baianada eu puxo a peixeira, quebro 0 coco, dou meu sarava. E por tudo isso sou malandro. Na malandragem da vida, gingando de ld, gingando de 4, nunca me esquivando do dever de trabalhar. Hd, mas se passa wma mulé bonita (sic), nao me diga pra néo olhar. Pois se assim néo fosse néo seria Zé Pilintra. Nego faceiro que td sempre pronto pra ajudar. V & | ed ll contato@grupoboiadeirorei.com br Pagina 125 Pagina 126 ORACAO A ZE PELINTRA Salve Deus Pai criador de todo 0 Universo. Salve Oxalé Forca Divina do Amor, exemplo vivo de abnegacao e carinho. Bendito seja o Senhor do Bonfim, Salve Zé Pelintra, mensageiro de Luz, guia e protetor de todos aqueles que em nome de Jesus Cristo, praticam a caridade. Dai-nos Zé Pelintra, o sentimento suave que se chama misericérdia, Dai-nos 0 bom consetho, Dai- tos apoio, instrucao espiritual que necessitamos, Para dar aos nossos inimigos, O amor ¢ a misericérdia, que Ihe devemos pelo amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, Para que todos os homens sejam felizes na terra, e possam viver sem amarguras, sem lagrimas e sem édios, Tomai-nos Zé Pelintra sob vossa protecdo, desviai-nos dos espiritos atrasados € obsessores, enviadas por nossos inimigos encarnados e desencarnados e pelo poder das trevas. Hurminai nosso esptrito, nossa alma, nossa inteligeneia e nosso coragao abrazando- nos na chama do vosso amor por nosso Pai Oxald, Valei-nos Zé Pelintra nesta necessidade, concede-nos a graca do vosso auxilio junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo em favor deste pedido (faz-se 0 pedido). E que Deus nosso Senhor em sua infinita misericérdia, nos cubra de bénedos € aumente a vossa luz e vossa forca. Para que mais e mais possa espalhar sobre a terra a caridade de Nosso Senhor Jesus Obs: reza-se 1 PAI NOSSO, 1 AVE MARIA, I SALVE RAINHA, oferecendo a Zé Pelintra ou como novena as sextas-feiras, com uma vela acesa para ele. Saravé Seu Zé Pelintra. contato@grupoboiadeirorei.com.br Pagina 127 cari contato@grupoboiadeirorei.com.bi Pagina 128

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