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1 Educador - Mestre em Estudos do Lazer pela Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de
Campinas – UNICAMP.
Rua Ibiuna, 120 Arraial Paulista – Taboão da Serra – São Paulo - Brasil. CEP: 06780-210
Email – seabrafabiano@hotmail.com
INTRODUÇÃO
A
busca por compreensões que possibilitem uma educação holística se
apresenta como um campo fértil para reflexões, visto que os modelos tra-
dicionais, as pedagogias, e a própria ciência, cada vez mais cedem espa-
ços para novas possibilidades de atuações e compreensões, bem como novas
teorias. Nesse contexto, aventurar-se rumo a essa construção do conhecimento
envolve riscos e desafios que, num primeiro momento, podem parecer insupe-
ráveis, mas que apresentam potencial para transcender as velhas dicotomias
instauradas pelo pensamento fragmentado. Nesse contexto, faz-se necessário
refletir, construir (criar) e implementar novas propostas educacionais de cunho
holístico.
Hoje em dia, diversos atores sociais estão se organizando em função de
ampliar as possibilidades de acesso à escola. Nesse sentido, percebe-se um
movimento de pessoas em função das novas necessidades geradas por essa
demanda. Refletir sobre as transformações e adaptações que a escola neces-
sita realizar para receber alunos, bem como os significados de inclusão, podem
auxiliar na resolução dos conflitos e dificuldades encontrados nos cotidianos dos
professores (as), e das instituições de ensino. Na atualidade, há uma crescente
demanda por novas vagas direcionadas aos portadores de necessidades espe-
ciais, fazendo com que as instituições de ensino busquem realizar uma ampla
abertura para receber essas pessoas.
ASPECTOS METODOLÓGICOS
A beleza humana não é algo externo a ele, mas sim aquilo que ele pode
expressar como humano. (Anônimo)
No entanto, necessitamos que essa legislação seja aplicada com mais rigor,
pois ainda percebemos um grande distanciamento entre os conceitos teóricos e a
prática efetivamente, estando distante dos resultados desejados.
Há necessidade de haver vontade política e transformadora para a constru-
ção de uma prática social menos segregacionista e menos preconceituosa2.
No Brasil, a política de inclusão no sistema de ensino público se manifesta
de forma inconsistente e disforme, apresentando diversas limitações, entre elas
podemos citar: o número excessivo de alunos nas salas de aula, as dificuldades
de acesso físico as escolas, a questão dos procedimentos de avaliação e encami-
nhamento para as escolas e classes especiais, a descontinuidade dos programas
educacionais, as mudanças de governo acompanhadas da ausência de vontade
política, os baixos salários dos professores, as salas de aula sem condições de
trabalho (equipamentos e materiais), a desinformação, despreparo e a não-ca-
pacitação de recursos humanos (professores e funcionários), principalmente nos
programas curriculares dos cursos magistério e superior. Por esses e outros mo-
tivos, a temática da inclusão apresenta diversos obstáculos a serem transpostos.
Os conceitos que predominam nas propostas de educação inclusiva em ge-
ral enfatizam a necessidade de uma educação humanista, compreendendo o Ser
humano na sua totalidade. No entanto, o assunto ainda é tratado de forma frag-
mentada por diversos autores.
Sassaki (1997) expõe a necessidade de inclusão em diversas áreas, tais
como; educação inclusiva; inclusão social; inclusão no mercado de trabalho, en-
tre outras. Isso expõe a complexidade, e ao mesmo tempo a percepção fragmen-
tada sobre o tema. Para esse autor inclusão é:
2 Há legislação especifica sobre a discriminação: Brasil, Lei nº 7853, de 24 de Outubro de 1989, art. 8º.
Criminalização do preconceito.
até a universidade. “Em relação à escola, entrar e permanecer nela é, ainda hoje,
mais difícil para uma criança negra do que para uma criança branca”.
O discurso preconceituoso se apresenta nas entrelinhas pelo professor, pois
essa expressão se manifesta cotidianamente no âmbito escolar, no entanto, bus-
ca-se mantê-la oculta, velada, acima de tudo devido a uma tendência de longa
data que permeia o preconceito racial no Brasil, pois busca-se uma mentalidade
universalista em relação às direntes culturas étnico-raciais que povoaram o país.
Para ilustrar essa situação na sala de aula, fazemos uso das palavras de Canen
(2001) quando expõe exemplos de estudos sobre representações docentes a
respeito da diversidade.
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.