You are on page 1of 21
AUTO-CONFIANCA E RENDIMENTO. NA COMPETICAO DESPORTIVA José Fernando A. Cruz Instituto de Educacao e Psicologia, Universidade do Minto ‘ Miguel Faro Viana Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa INTRODUCAO, ‘Alexandre Dumas afitmava que “uma pessoa que duvida de si propria € como um hhomem que se alista no exército do inimigo e aponta 2s armas conta si proprio. Ele trans- forma 0 seu fracassa numa certeza, a0 ser ele proprio a primeira pessoa 2 convencer-se esse fracasso". Por iso, € calr na mals pura das trivaldades,iniciar um capitulo sobre Aauto-confianca, afrmando que se trata de um atibuto fundamental para a prticae para a Ccompeticio desportiva. Qualquer treinador ou atleta sabe reconhecer a importincia da auto-conflanga como condlgso necessria para se compatir com éxito € sucesso. O pro- blema esta em saber como propiciar aos atltas, condigoes para que possam ganhat, desen- volver a sua auto-confiancae volar a ganhar, sem se deixarem enredar pelo cielo reciproco 4e sinalinverso: peeder, diminuir a auto-coafiancae volta a perder. © papel ea importincia da auto-confianga no rendimento dos atleas & constante- ‘mente referido por todos aqueles que, directa ou indirectamente, esto ligados actividad © & competicio desportva. Um bom nivel de coafianca nas capacidades prépras parece ser de facto uma caracteristca dos atletas bem sucedidos. Em geral, admite-ze que falta de confianca em si proprio ou baixas expectativas para a obtengio de determinada marca ou resultado prejudicam e afectam 0 rendimento de um alta. No entanto, s6 recentemente 05 2661 Cuz, Vana investigadorese psic6logos desportivas comecaram a analisar melhor 0 pafel e impacto do rive de auto-confanga (A-C) no rendimento do atleta AUTO-CONFIANCA, EXPECTATIVAS DE AUTO-EFICACIA E RENDIMENTO. ‘Martens (1987) conceptualzou a auto-confianca no desporto no contexto de um “continuum” que varia entre a falta de conflanga (pouca ou fraca confianca nas capacida- des pessoais)¢ a confianga excessva (demasiada auto-conflanca). Na opinis deste autor, 0 nivel 6ptimo de auto-confianga encontia-se entre estes dois extremos: 0 rendimento & pre- judicado por niveis extremamente elevados ou extremamente baixos de auto-confianca (Crem oito, nem itenta”), Para este autor, a auto-confianga em cantextos desportivas & influenciada por varives relacionadas com: ao nivel de competéncia ou zapacidade (ex. tum atleta pode ser extremamente auto-confiante nas suas capacidades defensivas, mas Pode duvidar mais da sua competéncia a0 nivel ofensivo;b) a stuag30 (ex: a auto-con- fianga na execucio de uma grande penalidade no futebol pode variar em ‘ungo da capa Cidade do quarda-rades adversirio, do momento do jogo, do resultado do momento, da im portincia do resultado da execuclo, et); € c factoes pessoas (ex: lst, inisposigdes, ‘problemas pessoas, fadiga ou sobrecarga de treino © pressses,dficuldades ou problemas Interpessoais 'No entanto, uma grande parte do interesse que se tem gerado em tomo da anise da influéncia da A-C na “performance” foi motivada pela teoria da auto-ecscia (AE for ‘mulada por Bandura (1977, 1962, 1986, 1990), Para este autora ato-eicécia refere-se 20s "julgamentos que as pessoas fazem das suas capacidades para organizarem ¢ executarem 05 planos de accdo exigidos para aingir determinados tipos de rendimento” (Bandura, 1986, p. 391), Ou sea, a AE consiste no “grau de conviego que uma pessoa tem de que pode executar com sucesso determinado tipo de comportamento,necessiio para produzie ‘om determinado resuitado”. Por outras palavras, a A-E tem a ver com as crencas pessoas, lecsua des capacidades para realizar ums determinada tarfa. Pera além de actuar como tn indicador da acco future, a auto-avallago que cada um faz acerca das suas capacida- des, funciona como um determinante do modo como as pessoas agem e se comportam, dos ‘seus padres de pensamento« das eacgbes emocionals que experiencia em stuactes de realizagio, como € 0 desporto, por exemplo. Para Bandura, aavaliacio exacta das prOpcas capacidades tem un importante va- lor na medida em que as expectativas de eficicia pessoal nd <6 influenciam a quantidade de esforco a dispender, mas também o grau de persisténca, em face de abséculos ou expe- rigncias desagradiveis, na realizagao das tarefas com que 0s individuos se confrontar. Por ‘uteaspalavaas, um aleta com elevadas expectativas de auto-fcicia dispenderd mals es {orca e evidenciaré maior persistinca face a uma stuago de desvantagem ou a um obs ‘culo imprevisto, ue um aleta com baixo nivel de AE. Este aspect, alls, 6 mais evidente ainda em aletas de alta competi, com um alto nivel de capacidades fica. O facto de Se acreditar nas capacidades e competéncias pedpras tem sem divida uma ifluéncia e um impacto significativo no rendimento (Bandura, 1990) Bandura (1977, 1986, 1993) salienta ainda a importincia de distingulr dois concel- tos ditintos: as expectativas de eficcia pessoal e as expectativas de resltado. Enquanto ‘esas cltimas se referer & crenga pessoal de que um determinado comportamento levaré ou ‘originarddeterminados resultados (Ex: “Se eu marcar um ‘penalty’, serei considerado € ao-onanga erendinentona compo 287 econhecido pelos outros, como um jogador capa) a expectativas de eficicia pessoal re ferem-3e a0 grav de certeza e conviccio pessoal de que & capaz de realizar com sucesso 0s ‘comportamentos exigidos pata produzirem um determinado resultado (Bx: "Eu tenho 80% de certeza de que sou capaz de marcar 5 “penalties” em 5 tentatvas), Como refererecente- mente Schunk (1995), trata-se de dois concetos distntos que muita vezes so confundidos ha literatura. Emlora muita vezes as expectativas de resuitado e a expectaias deeficicia pessoal estjam relacionadas (porque os resultados esperados dependem em grande medida das auto-avaliagdes deeficécia pessoal), “no existe no entanto uma relagdo automatica en- {ve ambas" (p. 113), Um atleta pode esperar um resultado positvo se fzer um bom jogo ou tuma boa prove, mas pade duvidar das suas capacidades para atingir um elevado nivel de rendimento, Dai que Schunk (1995) refira que uma elevada expectativa de auto-ticécia pessoal do produziré ou resutaré num rendimento bem sucedido, seo indviduo no pos Suirconhecimentos, competéncias ou apidoes bisicas para as tarefas a execuar ‘De acordo com Bandura (1977, 1986) e como ja ft reerido, a auto-fcacia€ espe- Ceca da stuacio e varia com os comportamentos a estudar ou analisar. Conform salien- tam Cervone ¢ Scott (1995, p. 360) “por defnicdo aauto-ficicia percebida referee a per- ‘cepgdes de capacidades para determinados endimentos numa determirada situacao, actividade ou dominio", reconhecendo-se assim que essas percepses podem varar subs tancialmente desituacSo para sitaoe de tarefa para arta 'Nesse sentido, Bandura (1977, 1986) propos uma estratégia mico-analitica de avaliagio para medir a auto-eficscia, sugerindo a avaliagao de tes dimensGes distinas: © nivel, a forga ea generalizagio da auto-eficécia. O nivel de auto-sicica refere-se con- ‘retizagao ou nao de rendimentos esperadas pelo individuo ou a0 nderc de taefas que ‘le pode realizar, tendo em vista a concrtizagio de um determinado objecvo. Por outras palavas,o nivel de auto-ficicia €o nivel absoluto ou o tipo de rendimento que um indivi. {uo julga que pode ating. Por exemplo,aindicacao de que se pode ou consegue cocter 0s, 100 metros em 15, 13 ou 11 segundos, evidencia sucessivos niveis de percepgio de auto- -eflccia. Por sua vez, a frca da auto-ficcia tem a ver com 0 grau de certeza ou convicg80 dos individuos, de que comeguie w sede capazes de realizar com sucesso ou de conere tizartarelas efou ou niveis de rendimento, com diferentes e crescents indices de diicu- dade. Ou sea, aforga da auto-eficicia referese& confiangasubjectva do individuo em ser teapaz de atingir determinados niveis de rendimento. Por exemplo, a certeza absoluta 100%) de que se € capaz de corres os 100 m em 15 segundos, mas ter s6 50% de ceteza de correr essa prova em 13 segundos, ou ter apenas 10% de cetezarelatisamente & capa- ‘dade para correr 05 100 m em 11 segundos. Geralmente, a forga das expectativas de eft ‘cia pessoal & medida em escalas intervalares de O (= Nenhuma certeza) 2 100 (=Certeza ‘bsolta) pontos, com intervalos de 10 pontos, para cada um dos nivels de dificuldade. ‘Os intervals dssas escalas epresentam a percentagem de confianga do individuo, relat vamente a sua certeza e conviecio de que é capaz de atingir ou concretizar com sucesso Cada um dos diferentes nivels.O “score” ou avaliago global da forga da aut-eicacia € de- terminado pela soma das auto-avaliacBes de confanga na capacidade pessoal para alingie (0s diferentes nivels, a divide pelo ndmero total de niveis (ou item Relativamente & generalizacio das expectativas de auto-ficdcia ela refere-se 30 rndmero de dominios, especialidades ou contextos onde cada individuo se considera eicaz 2 titulo ilustativo, um individuo pode possue elevadas expectativas de auto-ficcia para fazer “jogging” ou desportos*radicais", mas pode-se sentir menos confiane e desconfors- vel para participar em desportos compettvos. Do mesmo modo, um atletz pode ter eleva- das expectatvas de efcicia pessoal para corer ou nadar em provas “cuttas” de 100 ou 200 metros, mas pode auto-avalia-se como incompetente para provas de “undo ou meio- fundo” (ex: 1.500 m, 5.000 m, tatlo, maratona, et.) A importancia da ditngdo entre es- tas tés dimensoes da auto-ficicia ¢ failmentevisivel se imaginatmos, aor exempla, as respostas de um campedo do mundo dos 100 m de natac3o ou atletismo au questionsrio solicitando a sua auto-avaliagio de expectativas de eficécia pessoal em diferentes niveis (ex: 100 m , 400 m, 1500 m, €.) ou dominios (ex: nadar os 100 m livres em #x" segundos, correr 400 m em "" segundos ou sltar x” metros em comprimento. Por isso, Bandura (1977, 1986) sugere normas e principios muitos rigorosos para a ‘metodologia de avaliagio e medida da auto-ticscia nos mais vaiados contextos, que 56 ‘muito raramente tém sido seguidos a investigagao em contexts desportvos (er Bandura, 11990; Feltz, 1992; McAuley, 1992). Perguntarsimplesmente a um atleta de natacSo “até {que ponto estis confante em conseguir um bom resultado na prova de 100 metros livres ue vais realizar?” 6 insuficientee inadequado, uma vez que esta questio ndo tem em conta, nem considera, vrlase importantes componentes ou dados relevantes para avaliar as expectatvas de eficécia pessoal nessa prova (ex: obsticules ou dficulcades a um bom rendimento, como & 0 caso de lesio ou problemas em treinarna semana anterior, proble- ‘mas de relacionamento com 0 teinador ou falta de objectivos competitvas importantes a ceurte ou médio prazo). E nesse sentido que Bandura (1977) propde um método micro-aaltico para ava- liar as relagdes entre as percepcdes de autoreficicia eos niveis absolutos de rendimento, ao nivel das tarefasindividuais, Para cada um de uma série de Items ou larefas (ex: ua série de tarefas motoras de dficuldade crescente) procede-se & andlise da congruéncia entre 05 julgamentos (auto-avaliagdes do sujeto) de até que ponto 0 indivduo se julga ‘capaz de atingr ou realizar e até que ponto ele concretiza ou faz realmente. Procede-se lento 20 céleulo do chamado “indice de congeuéncia miero-analtica’ que consista 9a percentagem de tarcias onde existe congruéncia entre percepcdo de dicicia © acga0 (Cervone & Scott, 1995). Paralelamente, Bandura (1986,1990,1995) sllena a importincia da eficéca colec- tiva, que reflect as expectatvas de sucesso colectvo de um grupo: “uma coisa € constuir lum sentido de eficécia nos aletas. Outra coisa & promover e gerar um sentido de efcacla Colectiva © manté-lo em face de derrotase fracassos” (Bandura, 1990, p. 155). Neste Sentido, a percepeio de efcicia colectva, em desportos de equipa, infvencla também a ‘uantdade de esforgo conjunto que os atlets plem em pratic, a sua capacidades para Permanecerem coesos, persoverantes e “lutarem” como uma equipa, asim como a sua ‘apacidade para recuperarem de situagbes de desvantagem ou fracas, Bandura (1990, no prelo) sugere duas opebes dstntas para a avaliac3o da efcacia Colectva: © conjunto, média ou soma dos julgamentos indviduais da eficeia percencio- nada por cada atleta da equipa (televante em rendimentos de equipa que depende larga- ‘mente da soma das contibuigoes de cada alleta, como & o caso da ginistica;e 0 conjnto (04 médla dos julgamentos e percepcbes dos atltas,relativamente A eicicia da equipa como um todo e como um grupo (especialmente relevante em desportos que exigem um elevado esforo interdependent, enire os elementos da equipa, coma 6 0 caso do futebol, voleibol ou andebal. [Aso-onfangacrendinnto naconpstito 268 Feltz (1992) salientou também a necessidade de estudar mais detalhadamente a5 ‘rengas de eficicia em desportoscolectivos. Ness sentido, refere a importincia do grau de interdependéncia das tarefas desportivas e levanta quest6es importantes, Por exemplo, ser ‘que as percencdes de eficicia coletiva s8o mais importantes em desportos que exigem tuma elevada interdependéncia(ex.: futebol, andebol, basquetebol), comparaivamente 1a desportos que no envolvem qualquer interdependéncia entre os aletas (ex: natacao)? (© nivel de confianca que uma equipa tem num jogador decisivo © importante (ex. um {uarda-edes ou um avangado no futebol) ou no treinador principal, influenciam rend- ‘mento dessa equipa? (0 que parece ser evident, neste dominio, 6 que as expectativas de ecscia pes s0al do teinador ou do lider da equipa (ex: capitio, melhor jogador ov aleta)influen- ‘iam de forma decisva os nivels de auto-ficécia e rendimento de cada um dos elemen- tos da equipa. ‘Auto-confianga, competéncia pessoal e objectivos competitivos Hs cerca de uma década, Vealey (1986) suger um modelo explicativo da auto- confianca no dominio da competiclo despontva, definindo auto-confianga como a conwic- ‘540 que os indivduos tm das suas capacidades para serem bem sucedidos no desport. Existe contudo uma varivel que esta simples definigao ndo operacionaliza, Segundo Maehr «© Nicholls (1980, 0 *ser bem sucedido” ou “obter bons resultados" pode ter significados d- ferentes para 0 mesmo atlta em diferentes momentes da sua careita desportva, ou para dlerents atltas na mesma ocasizo. [Assim, a compreensio dos niveis de auto-conianca de um desportta passa tam- bbém pelo conhecimenta das melas e abjectivos que pretende aleancar através da compet ‘Glo desportva, Ou seja, qual a sua orientagéo compettva, qual a tendénciz para prose ‘ule ou realizar determinado tipo de objectivos na competiczo ou qual 0 significado pessoal latribuido a0 sucesso desportiva? Os objectivos desportvos so numerosos. mas poder apontarse duas grandes Categorias: a) objectivos cetrados na vitria no resultado; eb) ‘Objectvos volads para a ralizagau e rendiento Uespuntivo. Anda que ambas as catego- Fias no sejam exclusiva, integrando as metas de qualquer atleta, as sucessivas experién- cas compettivasinfluenclam a predominancia de uma sobre a outa, orientando-o para a ‘btengao de determinado resultado ou para o aperfeigoamento das capacidades. (0 modelo de Vealey (ver Figura 1) diferencia 0 grau de certeza que determinado tipo de atleta possi habitualmente e em geral acerca das suas capacidades para ver bem sucedido na generalidade das competigdes desportvas (rago de Auto-Confanga) e a sua Conviego manifestada num momento particular de uma determinada stuagio compettiva (Estado de Auto-Confanga}. As dferencas indviduais em termos de Auto-Corfianga e Ob- jectivos Competitivos, predispdem os atletas para responderem & situagio de competigio ‘com determinados niveis de estados de auto-confianca que, por sua vez, inluenciam de forma decsiva 08 comportamentose espostas compettvas dos alta. Tal como € ilustrado na Figura 1, 0 processo através do qual o sujet integra as ‘suas experigneias competiias (Consequeéncias) (par exemplo, através de avibuigdes cau- sais acerca do seu comportamento e dos outros, de percepgbes de sucesso e Insucesso,ni- ‘eis de satisfacioe realizago pessoa, et), actualizaré por sua vez os tragos Je auto-conf anga trago e de orientacao competitva, mo h.cue&M. Mara ‘SHTUAGRO OBIECTWVA DE COMPETICAO “TRAGO DE ORENTAGAO | AUTO-CONFIANGA comperriva ee FSTADO DE || AUTO.CONFIANGA ‘COMPORTAMENTO (RESPOSTA) ‘CONSEQUENCIAS RESULTADOS SUBJECTIVOS Figura 1 Modelo conceptual de auto-confanga (Adapade de Vealy, 1986) Este autor sugere que independentemente do resultado, se 0 individuo vivenciar a -ituagta de compatigio com sentimantos de compaténcia, valor arn « satifagio, a sua {auto-confianga siré Sempre elorgada. Se por outro lado, dominarem os sentimentos de fa ‘asso, desaustamento, vergonha ¢ insatisfacao, 0 individuo tenderé a aumentar as vidas « incertezas quanto s suas préprias capacidades compettvas ¢ a modifiar os seus objec- tivos de paricipagdo. E este o pergo para que Martens (1982) arta, 20 amar, ue 0 des- Porto juvenl de competicao, tal como esta hoje em dia socialmente valorizado, leva os Jovens a equacionarem rigidamente a sua auto-estima e auto-confanca em fungo, nica e fexclusivamente, da vitria e da derota. Neste sentido, outts comentiros se impdem para uma melhor compreensio do ‘problema da auto-confianga. Consttui um era frequente, comentar que possi auto-con fianga 6 acreditar que se ganhara ou que se quer ganhar. A verdadeica auto-coofianca, & Aaquela que se baseia em expectatvas realitas acerca do éxito relativo que se pode alcancar OU naguilo que se acredita que se conseguir realizar. ‘A auto-confanca do atleta nd & tera conviego de que poder ganhar sempre ou ‘ue nunca ears, mas a conviegao de que poderd corrigir os eros cometdos desde que trabalhe com esforgo e empenho para apereicoar o conjunto das suas capacidades.€, no final de conts, a conviego nas capacidades de aprendizagem e aperfeigaamento das com Deténcias técnica, fsicas e psicolégicas. No & uma questio de vontads ou de poder, € ‘uma questo de, literalmente, “ter sido bem sucedide um milhar de vez. € algo que € ‘Aut canangaerendinennacompetgio 271 indissoctivel de todo 0 processo de ensino-aprendizagem-realizacio, cada un alimentan- dose mutuamente, [As manifetagoes mais frequentes de falta de confanga, so evidenciadas pelas cexpecativas negativas do suelo e pela “diva, que originam ansiedade, perda das ca- ppacidades de atengao e concentragSo, assim como, incerteza dos motivos de participagao. ‘0 caso extrema é 0 daqueleatleta que se desvaloiza de tal manera, que acaba por con- ‘vencer-se que qualquer que sea 0 esforgo que manifeste,obteré sempre resttados desas- {tos0s, O desfecho mais provével € 0 abandono da modalidade. No outro exter, situa-se ‘alle, que transborda de confianga, tendo enormes difculdades em distinguir a realidade da fantasia, as suas capacidadese limites, 0 que gostaria de sere 0 que pode see, Auto-confianga, auto-eficécia e “barreiras ps a [Na opiniao de Gill (1986) as expectativas de auto-eficicia so uma forma de auto- -confianga especifca a determinada siuagio, momento ou contexto, que pode variar muito fem fungdo de diversosfactores. Neste sentido, a auto-conflanca seria assim uma caractris- tica da personalidade mais global e estavel. No entanto, mais recentemente, Bandura (1990) velo desfazer as cividasreativamente as difecengas entre auto-eficécia © 0 temo auto-confianca, mals usual e comum na linguagem desportiva. Enguanto a auto-confianga ‘se refere a0 rau de uma firmeza e convicgio numa determinada crenga, mas em especii ‘cara sua dtecoio (ex: “Tenho a certeza absoluta e estou absolutamente convencido de que ‘vou falhar a minha tentativa de marcar uma grande penaidade no futebol), "a auto-eficé- cia referee crenca de que somos capazes de executat ou atingir determinadosnivels de rendimento, Uma avaliagio da auto-ficéciainclui, portato, no s6 uma afimagao do n- ‘el de capacidade, mas também a certeza e conviccao nessa crenca" (p. 154). Por isso tal Como assnala este autor (Bandura, 1990), a eicacia percebida ¢ um estado 04 propriedade dindmica, que fuua e varia de momento para momento, e no um trago esivel da perso- nalidade. Valera a pena referir aqui o impacto de algumas crencas supersticioss,parihadas aliés por muitos alletas de alto nivel. Se por vezer, tomando 2 forma de rials ou rtinas pré-compettvas, a superstiggo pode contribuir para melhorat a confianga de um atleta, ode funcionar como estratéaia para lidar com a ansiedade ou como forma de preparasio ‘mental, algumas vezes as rencas superticiosas podem torar-se perigosas eneiaslas para o ‘endimenta dos atletas. Estes sto partcularmente sensives 8 supersigao, porque por vezes alguns acontecimentos ou factoresexternos que nao podem controlar (uma queda, uma le- ‘io inesperada, et), os podem levar a perder uma competcio, por muito bem preparados {que estejam. Mas o grande rsco das supersticbes é tomarem-se um problema para oatleta fe substitirem a cenga nas proprias capacidades:s6 porque ndo cumpriu determinado ri ‘wal que fazia sempre antes de qualquer prova, ou porque vai competr num tipo de prova ‘num local que 36 the traz azares, ou ainda porque val competirdrectamente com atleta "x" que the tem ganho semore que cortem juntos. Se um atleta nd acredita que vai ter su as suas atudes, expectatvas e comportaments)e colegas de equipa e outas pessoas signi Cativas para atleta(conjugues, namorados, amigos, etc) consituem importantes fontes de fpromogao de auto-confianga ns atltas, através do seu reforgo, encorajamento e apoio social REFERENCIAS andra, A197), Scaring ten ngenood Cis, Ni: Pree ll andr, (1970 These sysop derminin- AmarianPycholit 32, 244.350 PIU igen setecacy mechan baron ageney. American Pca 37, 12147 anni A986, sol fundaon of taupe and acon A social ogntve Hey. Igewood Ci Ni rence al andra, Anam, Peete slicacy inthe nrc of pana agency our of Aeoed Spot Pvchly, Banc, 2 1993), Fetched selacay in cogte development and Funcering Aocaona Prychoogst

You might also like