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  • 7.visualização Mental - Manual

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    TREINO DE IMAGINACAO E VISUALIZACAO MENTAL José Fernando A. Cruz Instituto de Educagao e Psicologia, Universidade do Minto & Miguel Faro Viana Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa INTRODUCAO ‘So bem conhecidos, no meio desportvo, os casos de alletas de allo nivel que tém ‘defendido publicamente a utilizacio da imaginacio e prtica mental como instrumentos de ‘melhoria do endimento, Atletas como Dwight Stones (i-campedo olimpico de salto em al- ‘ura, Greg Louganis (vérias vezes campedo do mundo e olimpica de sltes para a égua), Jack Nicklaus (um dos melhores profissonais de golfe de todos 0s temas), Jean Claude Kily(campeso olimpica de esqui, s30 apenas alguns exemplos de aletas eve, por mais de ‘uma vez, atestaram 0 uso da imaginac3o mental para facilitare melhor rendimento, 'No entanto,s6 muito recentemente os teinadores,atletas e investiadores comeca ram a perceber 0 potencial que aimaginacao e visualizago mental possuem para a melho- ria do tendimento desporivo. Como referem Weinberg e Gould (1995) 20 recorreram & Imaginacao mental os atletas “pensam com os misculs". Por outas palaras, a imagina ‘Gio "6 uma técnica mental que ‘programa’ a mente para responder tal como foi progr mada” (Vealey & Walter, 1993, p. 201). Embora todos os alletas possuam a capacidade ara utilizar a imaginagao de forma eficaz, multos dees nao autlizam de forma sistemitica € muitas vezes nao so capazes de controlar as suas imagens mentas. ‘Actualment, existe alguma evidéncia cienifica para comprovar os efeitos da imagi- agdo e visualizacS0 mental na melhoria do rendimento desportvo e noutos aspectos que abordaremos mais adiante, Num estudo efectuado no Centro de Treino Olimpico dos EUA 6a Cur Vina vetfcou-se que 90% dos atleta olimpicos utlizavam alguma forma de imaginagzo mental, ‘0 mesmo acontecendo com 94% dos teinadores (Murphy et al, 1990). Par outro lado, a {quasetotlidade dos aletas coasiderava também que a imaginacao ajudava a melhorar os seus rendimentos desporvos. Imaginagio, [Nao ¢ estranho para ninguém, mesmo para os menos conhecedores da Psicologia 60 Desporto, a utilizagso indscriminads, como sinénimos, de termos como “imaginagao”, “visualizagio mental", ou “pratica mental, refrindo-se todos estes termos a uma espécie de simulagao mental de experéncias reals 04, por outraspalavras, 2 cracio erecriagao de tuma determinada experiéncia ou situac30 na nossa mente (Weinberg & Gould, 1995), ’ investigagaoiniclal neste dominio, nomeadamente aquela que esava preocupada com as técnicaspsicolégicas para a optimizacio do rendimento, recorreu quasesistemat Camente a designacio de “prtica mental”. Nesse sentido, Corbin (1972) defini a prtica ‘mental como a *repetigto de uma tare, sem movimento observivel, coma intengao espe- Cia de aprender (p. 94) No entanto, para clarifiaras stings entre termos, Murphy & Jowdy (1992) salientaram que a prética mental nao implica necessariamente 0 envolvi= mento da *imaginasao". Para estes autores, a imaginaclo refere-se a um processo mental ‘que envolve uma experiéncia sensorial perceptiva, que ocore sem estimulos anteceden- tes conhecidos e onde o individuo tem consciéncia plena dessa experiencia, Pelo contro, ‘Murphy e Jowdy (1992) consideram que a petica mental consiste mais num termo deser tivo para uma tecnica especifiea, utlizada por muitos atletas. Por sua vez, 0 termo “visualizacao mental” tem também sido frequentemente utili zado como sinonimo de imaginacio. No entanto, alguns autores defendem que se tratam de dois conceitos diferentes, uma vez que a imaginagio envolve todos os sentidos, en- {quanto a vsualizagio (ver com os olhos da mente" em subjacente apenas 0 recurso a0 Sento da visio (Vealey & Walter, 1993). Pelo contréio, Weinixay e Gok! (1995) refeem {que mesmo quando se recor ao term “visualizaso para significa aimaginacSo, todos ‘os outos sentidos, para além da visio, do potencialmente importantes. lizacdo e pritica mental ‘Mais recentemente, Vealey e Walter (1993) conceptualizaram a imaginagao como “3 utilizagio de todos os sentidos para recrar ou crlar uma experiéncia na mente” (9, 201) Para o efit, salentaram a importincia de tes aspectos nesta defini de imaginagao: {a)a imaginacao como rectiaglo, reconstruindo 0s acontecimentos externas na ‘nossa mente, para imitar os outros ot para recordatmos as nossas experiéncias passadas; © a imaginagio como criagdo de novas experiéncas, a parti de dife- rentes “pecas” ou “fotogrfias’ que temas disponiveis na nossa meméri; bya imaginagdo como uma experiéncia mult-sensoral, no sentido em que pode (e ‘deve)envolver todos 0s nossossentidos (visual, auitivo, olfactvo, gustavo, tc tile cinestésico), por forma a tomar as imagens tio nitidase clras quanto post: vel ea aumentar, por isso, aefcicia da prtica da imaginagao;€ ©) imaginagdo como auséncia de estimalos externas, no sentido em que implica ‘Que nio existam estimulos externas antecedentes (ex: podem ndo existr mon tanhas, nem neve, mas iso ndo impede um esquiador de se imaginar a esquia, “rine deimsginagoe vsliacacmenal 629 Neste mesmo sentido, e adicionalmente ao envolvimento do maximo admero de sentidos na pritca da imaginaco mental, Weinberg e Gould (1995) também salientam a Importancia da recriaga0 ou criag30 dos sentimentos e emacoes associados 3s tarelas ou Competincias que se tetam imaginar(ansiedade, iritagdo,raiva, alegra, dor, et), como forma de controlar ts estados, Em suma, como parece ser evidente, nem mesmo entre os especialistas neste domi- rio parece existr actualmente um consenso claro relativamente& discriminagao e distin- {fo entre os és conceitos. Por isso, no presente capftulo, os és terms sero utlizados al- {emada ou simultaneamente, mas sempre com o sentido desta cima concepao de Jmaginacao mental (proposta por Vealey & Walter, 1993; Weinberg & Gould, 1995) FUNDAMENTACAO TEORICA PARA OS EFEITOS DA IMAGINACAO E VISUALIZACAO MENTAL Uma das preocupacses de teéricos ¢ investigadores no dominio da Psicologia do Desporto tem consistido em procurar encontrar expicagBes para a sequinte questo: “Por {qué e como & que a imaginacao e visualizacao mental podem benefciare melhoraro ren-

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