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PRA QUEM GOSTA DE MUSICA ec Dara Doh) Poi Cy PULLS Lay Bu cry bbe te) toed CTCL Cy) Le) et: Dy LPC try Peet) Cy Da CUD Ly Pye Ce Led PALEY R$ 4,00 @ 1996 HOH ACV (Ut O CHORO QUER ESPACO Rio, novembro de 96. Estamos novamente em campo € com algumas novidades. A movimentagao no universo meses. A quantidade de discos langados é significativa bem como recitais, rodas de choro e eventos variados © ntimero de pedidos de partituras é grande mas o volume de doagées também cresceu. Recebemos um presente inestimavel do nosso leitor e assinante Wilson Maria dos Santos: um album de partituras com ABRAM A RODA copiada por Wilson a partir de gravacdes em fita Neste nosso ntimero 4 da RAC as ligagdes do Choro com 0 futebol sao desfiadas por Luis Antonio Simas prosseguindo a sua série de artigos. O compositor e saxofonista Edgar Duvivier com extrema lucidez nos aponta algumas quest6es que teremos que enfrentar para o amadurecimento das relagdes estado, sociedade e artista. As origens do cavaquinho sao relatadas por Luciana Rabello enquanto um disco de 1957 da Banda de Pixinguinha sai das gaveras para a RAC pelas maos de José Leal. O Carne Ensopada e outros tipos pitorescos desfilam nas estdrias do Animal, enquanto a historia do Choro por Henrique Cazes entra em seu 5° capitulo focalizando o periodo das gravagdes mecanicas, Nosso mais novo colaborador Luis Filipe de Lima da seguimento a um dos temas mais importantes para 0 desenvolvimento do Choro: a questao do aprendizado ¢ da passagem do conhecimento no ambito dos instrumentistas brasileiros, A Discoteca Basica nos traz um disco longamente esperado: Memérias Chorando de Paulinho da Viola, que também lanca disco novo de rara beleza. Para terminar, Pedro Amorim com sua fina verve resolve contar tudo: a Casa do Carrilho sera dissecada em varias Saideiras prometendo uma descric&o completa de todos os lances, dos ‘escabrosos aos tragicémicos. Os Editores “Nossa capa: Paulinho da Viola por Xande. do Choro tem aumentado consideravelmente nos ultimos a obra de Rossini Ferreira que vem sendo pacientemente | REVISTA RODA DE CHORO EDIGAO N° 4 © 1996 Ealtore: Egeu Las © Rocigo Ferran Conselho Editorial Ary Vasconcelos, Henrique Cazes, Herminio Bello de Carvalho, Hlmar Carvalho, jairo Severiano, Luciana Rabello, Mauricio Carriho, Pedro Amorim e Sérgio Cabral Colaboradores: Porto Alegte, RS: Campos ¢ Zeno A SC: Wagner Segura / Curitiba, PR fernando Cardoso Nascimento, Selma Baptista e Sérgio Albach / Maringa, PR Paulo Petrini $40 Paulo, SP: Helir Altman, Capucho ¢ José Fernando da Sil S. Jose dos Campos, $P: Carlos Alexandre ibeiréo Preto, SP: Marcio Luiz Belém, PA: Adamor Ribeiro / Fortaleza, CE: Eduardo Giuseppe / Teresina, Pl; Claudia Maria da Silva Brasilia, DF: Henrique Filho, Wellington Cortias So Luis, MA: Ricarte Almeid Santos / Rio de Janeiro, Rj: Concei¢ao 2 Mario de Aratanha, Andréa Pecieira, Anna Paes, Car Nascl a Mara Braga Martins, Antonio de Almeida, Eduardo Coutinh Andréa Ribelro Alves, Xande (lustragdes)/ EUA: Tom Garcia | Alemanha: Gilson de Assis /Franga: Patrick Regnier ‘Matérias assinadas refletem a opinito de seus autores Projeto Grafico: Exeu Laus Redacao; Rodrigo Ferrari Fotolitos: Sulamérica Estudio Grafico Assinaturas: R§ 21,00 Exterior USS 36.00, Correspondéncia para Rua Ortiz Monteiro, 276/101-C Laranjeiras, Rio de Janeiro, Rj CEP 2245-100 - Telefax: (021) 285 3672 ma yrio.com br c institut Municipal de Ane ¢ Cuitura - See, Municipal de Cuitu Prefetura da Cidade do Rio de janeiro Ino 0 CHORO E 0 FUTEBOL Luiz Antonio Simas * stamos tentando de- monstrar, através dessa série de artigos que, como genero musical e maneira de tocar, 0 choro possui relagdes com diferen- tes expresses musicais bra- sileiras, Aqui, porém, vamos abordar’ a ligacao do choro com um esporte que, mais do que um jogo, ¢ um verdadeiro traco de identidade cultural do brasileiro: o futebol Inicialmente, é importante destacar um certo jeito macunaimico no nosso choro € no nosso futebol. O choro ¢ um estilo musical com algumas regras bisicas, mas guarda seu mistério ¢ seu fascinio nas trilhas do improviso; nas frases inusitadas, nas nuances ritmicas, nos contrapontos de Sao Pixinguinha (que fizeram Vinicius de Moraes chamé-lo de “o nosso Bach”) e muito mais. Igualmente © futebol, esporte que possui suas regras basicas, também abre espago para a magia do improviso e é exatamente este improviso que fez a fama do jeito brasileiro de jogar bola. Nada melhor para surpreender o adversario que uma bicicleta de Leonidas, um drible desconcertante de Garrincha, um lance de genio de Pelé ou mesmo uma jogada inusitada do peladeiro dos campos de varzea Além desse aspecto do improviso, é também importante recordar que o futebol foi inspiragdo para que alguns dos nossos chordes pudessem compor verdadeiras. obras-primas. Como contar a histéria do choro sem mencionar 0 1x0, do grande Pixinguinha, feito em homenagem ao gol de Friedenreich contra 0 Uruguai no sul-americano de 1919? Ou como “Tine de futbol em cormica de Carus 1979 Copinha homenageou o futebol do rubro- negro, campedo carioca daquele ano, com um improviso maravilhoso, introduzindo frases do hino do mengo no choro de Bonfiglio. Um outro aspecto importante é 0 fato de que, enquanto o choro é uma expressao musical nao lembrar de outro mestre, Jacob do Bandolim, homena- geando Garrincha em A ginga do Mané e seu clube do io em Vascaino? Quanto ao Flamengo, de Bonfiglio de Oliveira, alguns afirmam que foi composto em homenagem ao bairro e outros ao remo do Clube de Regatas do Flamen- go — o choro surgiu em 1911 ou 1912 mas s6 foi gravado em 1931. Mas aqui o que inte- ressa é que em gravacao de essencialmente brasileira, 0 futebol, esporte importado dos campos da Europa, vai se abrasileirando exatamente na medida em que incorpora as regras do jogo o espirito do choraio improvisador, se tornando 0 jogo mestico do garoto brasileiro que, mesmo sem saber, reproduz com a bola no pé a magia do chorao com um bandolim dolente ou uma flauta tavessa nas maos. Qualquer relacao racional entre 0 choro e 0 futebol, porém, nao consegue exprimir a sensacao de ver o time campeao, marcar um gol de placa numa pelada descompromissada e, de preferéncia, rechear a alegria ouvindo depois um choro dos bons. Quem nao experimentou, ndo sabe o que esta perdendo. Lug Antonio Sas €hstriader Fax dowtorado em istria da mseabraseira na UFR) yh SARTAS (.) Sinto néo estar ai para comprar cordas © partituras nas redondezas do Largo da Carioca. E 0 ‘Tabuleiro da Baiana, ainda esta la? Mas o fim desta € muito outro, ‘quase uma chantagem: mandar parti- tutas de trés das poucas melodias que ‘consegui escrever (..). Fiquem frios no tenho a menor pretensao de ve- Jas publicadas na revista, cujo espaco € pequeno para os mestres. Mas se elas chegassem as maos de um Altamiro, por exemplo, me daria por realizado como chorio; ia dizendo {ue ele podia tocé-las para seus netos, ai lembrei que os meus nao ouvert minha miisica (..) ‘Odorico Cardoso de Oliveira Cerqueira César, SP RAC: Como todas as partituras que nos tém chegado, agora as suas também Jazem “parte “do nosso. acervo, Tentaremos atender seu pedido de fazé- las chegar ao Altamiro, (..) Estando a trabatho més passado na California, conheci um clarinetista chamado Andy Connell gue escreveu uma tese de mestrado em musica na Universidade de Michigan sobre... adivinntem! Choro, € claro. (.). Mas a principal razao desta € destacar o trabalho de transcricéo que ele fez (.) ele praticamente editou misicas do Luis Americano, Ximbinho, Otaviano Pitanga, Abel, Paulo Moura e outros que néo me lembro (inclusive um bocado de temas de Hermeto Paschoal). (..) ‘Alem de tocar clarinete muito bem, da pra ver que ele ouviu, entendeu € assimilou a linguagem de todos 05 principais clarinetistas do choro (... Carlos Alexandre Wuensche Sao José dos Campos, SP ‘e-mail; alex@das.inpe.br (..) Sou um aficcionado do Choro, venho por este meio, saber da Possibilidade de fazer uma assinatura ‘de vossa revista Roda de Choro (.) Reinaldo H.R.Nunes Sesimbra, Portugal (.) Como pesquisador_€ interessado em tudo que diz respeito & nossa musica, da qual o Choro € a vertente mais rica e auténtica, gos- taria de receber de V. Sas. informa- ‘Goes pormenorizadas sobre assinatura dessa revista, incluindo os niimeros atrasados, Cliver Ribeiro de Almeida Campos dos Goitacazes, RJ RdC: Os interessados encontram todas 4 informagdes requisitadas na terceira capa da revista (embaéxo do Idolos do Choro) (..) Fiquet muito feliz em saber gue foi langada uma revista sobre choro (..). Estou fazendo minha monografia do curso de especia lizagao lato sensu em Historia da Masica sobre este tema (..). Fago parte dessa nova geracéo que esta redescobrindo esta nossa miisica do inicio do século; tanto musicalmente (pois estudo flauta para um dia poder focar este género musical) quanto historicamente (estou tentando com: preender como se desenvoiveu uais espacos sociais que ele ocupou). ‘Ana Paula Peters Curitiba, PR (9 Sim, meu enderego € este ‘mesmo: Balnedrio Itapema do Norte, 89.249-000, tapo4, SC. © municipio de Itapoa tem apenas 7 anos de existéncia, desmembrado de Garuva, que por sua vez, no pasado, fora desmembrado de Séo Francisco do Sul —litoral norte de SC, divisa com o Parana, meu estado natal. (..) A correspondéncia aqui se busca na agéncia do correio, $6 tem uma e um funcionério, Wilson Leal Flores Itapoa, SC RdC: Preocupados com 0 exiguo endereco do amigo catarinense Wilson, eis que nos chega o esclarecimento, (.) Tomei conhecimento da revista Roda de Choro, li, gostei apresento a vocés todos, que tiveram essa luminosa iniciativa, os meus mais calorosos parabens. Gostaria de me tornar assinante da revista, (..) Seria possivel me enviar o riimero de estréia, 0 # Zer0? Castelar de Carvalho Rio de Janeiro, RJ dC: Castelar, no momento ndo temos nenhum exemplar disponivel, jt que este numero foi distribuido gratui- tamente e se esgotou. Como algumas ‘das nossas matérias comecaram nesta edigdo, estamos batalhando uma reim- pressdo que resolva este problema ‘Assim que ela estiver pronta nossos assinantes ficardo sabendo. Ss CDs SORTEADOS PARA OS ASSINANTES DA RdC Do Rio de Janeiro, RJ: Gilson de Souza Moura, José Nilo P. de Moraes, Nelson Luiz Macieira, Reinaldo A. | Rocha, Sérgio Prata, Silio Carlos P Lima, Solarige de Araijo Apolinario e Vantoen Pereira ‘ De Cachoeiras do Macacu, Rj: Walter Neves Ferreira, De S40 Paulo, SP: Adilso: Paulo P. de Amaral F®, ‘Enedina Quiinelato © Mauricio de Souza Roberto; De Piracicaba, SP: Jair Ribeiro; De Tatui, SP: Octav Marques Martins; De Votuporanga, SP: Amilar Riva, De Belo Horizonte, MG: Antonio Dias Neto ¢ | Patrocinio Nepomuceno; De Flo- riandpolis, SC: Carlos Alber’ Angioletti Vieira, De Porto Alegre, RS: Gilberto Silveira Coutinho, De Toulouse, ‘Chatain. Franca: Dominique 0 CDS SORTEADOS SAO CORTESIA DA EMI MUSIC E KUARUP DISCOS ~~ PASSADO E FUTURO Edgar Duvivier * 10 quero parecer saudosista demais, mas me N considero um sortudo de ter crescido ouvindo disquinhos infantis com as misicas de Braguinha e arranjos de Radamés. Mas 0 primeiro disco que me apaixonei na minha vida era um do Altamiro com sua banda, vestidos com uniformes vermelhos € gales dourados (varios anos antes do Sgt. Pepper's). Nao tirava 0 disco da vitrola, € até hoje me lembro de uma certa sem-gracice ao insistir que me deixassem tocé-lo pelo menos mais uma vez, para que eu pudesse viajar naquelas melodias simples, surfando com aquela flauta encantada Mitta ite pianists nas horas vagas, tocava Chopin, Naza- reth e Noel. Comecei a estudar clarinete com meu pai ld pelos sete anos de idade, num instrumento vagabundo, em Dé, que nao sei que fim levou, Meu yal, musico amador, ex-aluno de Luis Americano & freqiientador dos bares da Lapa, tinha sempre mil estorias pra contar, e como nao podia deixar de ser, era fa de Pixinguinha e queria que eu fosse aquele ‘chorao” que ele nao tinha podido ser. ‘om o passar do tempo, meu universo musical foi sendo invadido pela jovem-guarda, pelos Beatles, pelo rock anglo-americano que tomava conta das radios, Meus amigos todos tocavam rock € a essas alturas 0 Choro ja era coisa do passado. A conselho de um professor que viu na Berklee a melhor escola de aperfeicoamento instrumental, me mandei para os Estados Unidos, junto com uma leva de brasileiros que compartilhavam dessa opiniao. Nas minhas primeiras aulas notei que além do inglés nds falavamos linguas diferentes. Em todos os exemplos musicais eles se baseavam nos ‘Standards’, forma de cangdo AABA, que por forca do habito Se tornou para os americanos a forma musical por exceléncia. abia que para ensinar é preciso se restringir a modelos, langar mao de regras. e confirmei também que para os americanos a musica é americana, 0 mundo € americano. Certa vez em conversa uma amiga me disse: “Quando eu for & Europa quero ir primeiro na Inglaterra, pois la se fala americano”. Conheci assim muita misica americana e aprendi a tocar Jazz. Gostei de ver 0 Para o ressurgimento de nossa miisica instrumental sera preciso conscientizar governo, os proprios misicos e toda a sociedade, do valor de nossa tradigao artistica. valor que eles davam a musica instrumental, Me perguntava porque o Jazz era tao popular e nossa misica instrumental brasileira tao desprezada. Por que para me considerar um muisico instrumental profissionalmente reconhecido pelo povo, eu teria que ser jazzista. Algumas vezes perguntel 0 que era Jazz mas nunca obtive uma resposta muito precisa. Jazz era tudo, do New Orleans ao ‘Acid Jazz, Be-Bop, Swing, Cool, Free, Latin, tudo contanto que tivesse improvisaco. E IN ri milo aes is tates da popularidade do Jazz era a vontade de abracar toda e qualquer inovagao ou linguagem. Aliados a isso estavam também as vantagens de uma economia relativamente estavel, gue permitia que escolas e criancas pobres tivessem acesso a bons instrumentos, e uma politica cultural que vé as artes com bons oihos e inclui o estudo da miisica no curriculo escolar, tratando a arte como profissao, ( Stieusamenta do arise, criagdo do roman- tismo, foi uma faca de dois gumes e trouxe também uma revolta da sociedade contra o artista No Brasil, frases como “levar a vida na flauta”, “nao faz arte, menino”, “fulano é um artista”, demons- tram o desprezo com que ¢ encarada a profissa0. O artista é antes de tudo um artesdo e um trabalhador rduo e sem horario. A\ Ste, pata © ressurgimento de nossa musica instrumental, sera necessaria uma mudanca geral de atitude. Primeiro é preciso uma cons Cientizacao por parte do governo, dos proprios miisicos e de toda a sociedade, do valor de nossa tadigao artistica. Segundo, uma abertura para a aceltagéo de novas influéncias. Terceiro, a con- vicgao da importancia da criacdo musical. “O profundo significado da musica, ¢ 0 seu objetivo essencial, é promover uma comunhao, uma unio do homem com seu semelhante e com o Ser Supremo”, lembrou Stravinsky. E quando 0 progresso parece trazer 0 caos, ‘Tiriricas’, ‘Mamo- fas’ ¢ ‘Aboboras’ afloram em ‘Sepulturas’, regados por ‘Babas Césmicas’ e adubados por ‘Camisas de Venus’, vale entao parar para pensar, fazer uma reavaliagao e seguir o conselho de Verdi: “Vamos yoliar aos velhos tempos: isso sera um progresso”. * edgar Duvivier 6 saxofonista e compositor OS INSTRUMENTOS cavad Luciana Rabello * histéria do cavaquinho ainda nao foi escrita de forma definitiva, Ha varias vertentes sobre sua origem e trajetéria. Uma delas afirma que ele ¢ da familia das guitarras, descendente do instrumento chamado Tequinto, muito semelhante em sua forma ao cavaquinho dos dias de hoje. Outra, defendida pelo pesquisador Portugués Goncalo Sampaio, afirma que ele tem origem ‘Srega, tendo sido levado para Portugal, mais especificamente para o Minho, pelos biscainhos Ja Jorge Dias, outro historiador portugues, considera-o origiririo do guitarrico, instrumento espanhol da familia das violas, de origern moura, Em Portugal foi conhecido por diversos nomes (e em algumas regides ainda é), como: machete, manchete, marchete, machinho, braguinha ou braguinko, etc. Naquele pais tem diversas afinacées e algumas vezes 5 cordas a0 Invés de 4, ou aindo cordas dobradas. Também apresenta algumas variagdes de construco, e é tocado de muitas maneiras. A mais popular ¢ similar a usada para tocar 0 ‘charango - 20 inves de usarem uma palheta na mao direita {como € mais comum no Brasil), fazem o ritmo com os. dedos, ou espécies de dedeiras, ou mesmo com as unhas daquela mao, com uma técnica chamada rasgado ou rasgueado Alguns autores levantam a possibilidade de que, por ser construido originalmente de uma tinica peca de madeira vulgar, sem qualificagao, 0s portugueses tenham- no chamado de cavaco (pedago de pau), € a seguir de cavaquinho. Assim, foi trazido para o Brasil, para o resto da América do Sul para o Havai e para Cabo Verde (Africa), conservando as caracteristicas proprias, das respectivas regices portuguesas de origem Ha pesquisadores que afirmam que 0 charango e 0 quatro, encontrados em paises da ‘América do Sul e inclusive em algumas regides do Brasil, {acompanhando 0 “boi” no Maranhao, por ‘exemplo) so exatamente o cavaquinho portugues de Coimbra, do Minho e de Acores. De fato, a forma de tocar ¢ 0 efeito sonoro s40 muito semelhantes. NO CHORO uinho ¢ cavaquinho. (diminutivo de cavaco) S.m. Pequena viola d origem européla, de quatro cordas simples ou dedilhaveis braga, braguinha, machete, machete de braga, machetinho. yy Para o Havai, foi levado em 1879, por Joao Fernandes, musico da llha da Madeira. Rapidamente os havaianos batizaram definitivamente o instrumento de ukeiéle, que curiosamente quer dizer “pulga saltadora certamente numa aluséo a0 modo “saltitante” como era tocado, Assim € conhecido até hoje naquele pais. ‘0 Brasil, no entanto, fol o pais onde 0 cavaquinho ganhou maior popularidade, e mais ampla utlizacao. Neste pais ele € usado na execucao dos mais importantes ritmos * nacionais, nas mais diversas regioes, € ‘odemos dizer que teve sua técnica camente aprimorada quanto em nenhum utro pais. Na miisica popular, teve paticipaeao fundamental desde 0 Incipio da sua histOria, formando ~santamente com o violdo alguns outros stfumentos a estrutura dos géneros mais ricos e -presentativos da cultura musical do pais, como 0 oro e 0 samba. Aqui é mais usada a afinagao ré- si-ré (do grave para o agudo), popular em Lisboa na itha da Madeira, assim como a técnica do f as principais risticas da estrutura de Tabricagao. Alguns imiisicos brasileiros também optaram pela sfinagao ré-sol-si-mni, usada em outras regides » Portugal, como recurso para aumentar sua tensAo, visando sobretudo o solo. Em todos 0s casos, nos diferentes mos em qué é usado, tanto no seu pais de igem quanto nos que 6 adotaram, 0 vaquinho € mais usado como instrumento de wamento ~ como chamamos no Brasil — Centro, A definig&o € muito oportuna, pois sua 1GHo como acompanhante esta de Fato ‘ntralizada entre os instrumentos de 2rcussao e harmonia. Mas, como instrumento 2 solo, além de grande popularidade, tem um. 2pertorio consideravel e na sua histéria ha imos instrumentistas que muito contribuiram para 0 enriquecimento de nossa musica, Entre os mestres do cavaquinho, aejam centristas, solistas e/ou compositores, seve-se citar Jonas Pereira da Silva, Canhoto, zlson Alves, Esmeraldino Salles, Garoto e Waldyr zevedo. A este titimo, 0 cavaquinho deve miuito da 2 popularidade e reconhiecimento, inclusive Internacional Contes consutadas:ercarte do disco do potugsJlio Perera (Govagunto sco, Camara Coscudo foro Vlad Leen * Luciana Rabello é cavaquista Panorama da MPB Ary Vasconcelos, pesquisador e Jcolecionador de raridades da MPB, todo mundo contece. Seu trabalho € fundamental para os inte ressados nas coisas da nossa cultura Talvez 0 que falte seja uma melhor di: vulgacao de sua obra, totalmente marg nalizada pelos profissionais que comer cializam livros em nosso pais. Achar um livro do Ary numa livraria é uma dif culdade! No entanto ele produziu - © produz ~ muito, sendo autor de inime: ros trabalhos, alguns dels ainda inéitos. E que além de escrever ele edita, divulga e distribul sua obra, jé que nenhum editor brasileito se dispde a fazé-lo. E como um jogador de furebol que tivesse que bater 0 cérnet, correr pra area e ainda cabecear pro gol! Em seus livros Ary facilita a vida de qualquer um que queira estudar a musica. popular, mapeando e levan- tando dados sobre os fatos e persona gens que fizeram nossa historia Sempre com muito rigor e acuidade. Nesse Panorama da MPB na Belle Epoque ele se detém ao periado que val do fim da Guerra do Paraguai a0 da 1 Grande Guerra, delineando o perfil dos personagens e apontando referen- cias bibliograficas para 0 estudo dos mesmos. Suas fontes s40 seu proprio acervo e também as conversas que teve com varios remanescentes da- quele periodo, como o cantor e locutor da Casa Edison Nozinho (Carlos Vas- ques. aquele que muitas vezes anun- ciava nos discos: - "Gravado para a Casa Edison, Rio de Janeiro”) Eas fotos? Quantas preciosa! Tem até do Animal! Bis aqui um verda- deiro panorama da nossa historia! Rodrigo Ferrari RARIDADES fis vésperas do ano em que se comemora 0 centenario de Pixinguinha, um disco que deveria ser relancado em CD. Assim que é... Pixinguinha e sua banda em polcas, maxixes choros. Ginter SLP 1715). a rearrumagio depois da mur N danga,resgste entre 0s velhos discos em vinil um dos meus preferidos: Assim é que é Pixinguinha e sua banda em polcas, maxixes ¢ choros. Editado em 1957 apresentavase como uma singular dade na producao fonografica da épo ca, mesmo considerando sua contem: poraneidade com o memoravel disco Maxixes e Choros, gravado pela Banda do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (Odeon MOFB 3012) ‘A configuracao. instrumental ado- tada por Pixinguinha se fundamenta no formato da banda de misica trad cional — instrumentos de sopro com preponderancia de metals. Pixingui miha consegue, por assim dizer, ctiar uma espécie de banda de misica de camara. Reduz as dezenas de instr mentos de uma banda marcial a ape- nas nove: 2 pistons (Francisco Sergi e Laerte Resende); uma tuba (Solon); im bombardino (Paulo Silva); um clarine- te (odo Batista); um fautim (Pedro ¥. Gonealves); uma bateria (Manoel Dias de Figueiredo); um prato (Angelo) € lum reco-reco (Sebastiao Gomes). Pixinguinha néo toca. Seus arran- jos sintetizam uma banda inteira onde cada instrumento & multipicado em ‘uma estruturagao perfeita de timbres, melodias e contracantos, chelos de lirismo e graca, Para tanto, basta com pater a gravatio de gaa do Camb feita por Pixinguinha e sua banda, com ‘a que foi feita pela banda do Corpo de Bombeiros, com arranjo do maestro apitéo Antonio Pinto junior, Das doze faixas que compdem 0 LP, apenas. trés, Flauzina (Pedro Gaudino e Pixinguinha), Alfredinho no choro (Alfredinho) ¢ Bulicoso (juvenal ASSIIM E QUE E... José de A. Leal * Peixoto), sao classificadas como choro {As demais, sete maxixes e duas polcas Entretanto € incontestavel a afinidade entre 0 choro e o maxixe, integrados pelos arranjos do genial maestto em lum so género musical E verdade que 0 choro tem sua mais tradicional forma de interpre tagdo através do conhecido conjunto regional: violdo, cavaquinho, bando: lim, flauta, um ou outro instrumento de ‘sopro e pandeiro, Entretanto, a raridade que apresentamos comprova a evidencia de que a_milsica mais genuinamente carioca nao esté restrita a formatos instrumentais cristalizados Desde seus primérdios nossos musicos populares se valeram dos mais Yariados instrumentos para compor € interpretar OLP Assim é que é... Pixinguinha e sua banda em polcas, maxixes choros é apreseniado por Paulo Ta pajés, o que dispensa quaisquer outras Fecomendagoes ou comentarios. AS vésperas do ano em que se comemora © centendrio de Pixinguinha, seria oportuna a reedicao deste e dos outros dois LPs que compem a série Pixinguinha e sua Banda (Carnaval de Nassara e Marchinhas carnavalescas de Jodo de Barro e Alberto Ribeiro, ambos ‘da Sinter), mantendo-se os textos originais de contracapa, de significa- tiva importdncia documental = * José de A. Leal €arqutto, rbanistaeestdioso da evoligdo cultural e urbana do Rio de Jane. RECEITA DE CHORO PASSOU LOTADO { | ( PEDRO AMORIM me co? C7 F6 C7 DIA Bb6 Bb6 Ab7 Gb7 Sagas ratorinis ia UE coda Bir B77. =e + =e a 4 SAUDOSO CAUAQUINHO "2t7=cxore 2 eee f 0 HISTORIAS DO ANIMAL 0 CAR Donde se apresenta outro personagem abridor da Alfandega e por motivo que me convém guardar segredo fot demitido, passando a andar por ali na onvivencla dos seus conhecimentos ‘final se encostou a0 inesquecivel Raymundo, mavioso flauta, também da Alfindega e morador das bandas da Gloria Seu Gaudéncio costumava comer num “frege-mosca’ que havia na ‘ravessa do Rosério, mas quando as co'sas the corriam bem ele procurava ‘uma casa de pasto no Largo da Sé cujo proprietario era 0 Sr. Bernardino e 0 Caixeito um mulatinho chamado Timotheo. A especialidade da casa era angi bahiana, mas nosso Gaudencio preferia care ensopada (© Sr. Bernardino, além de veia ppoética, tinha grande predilegao pelos ‘ersos de Guerra Junqueiro — havia um retrato do poeta portugués em um quadro 4 entrada do seu estabele- Cimento — e de vez em quando servia seus fregueses versejando ou declamava lum alexandrino do saudoso_poeta ‘Quando via Seu Gaudéncio entrar dizia = Bom dia, meu camarada.. — € virando-se pra cozinha — tire uma ‘came ensopada! E fol assim que quase_ninguém Ficou sabendo que ele atendia pelo nome de Gaudéncio, sendo mesmo conhecido pelo pessoal como o Came Ensopada. Certafeita Seu Gaudéncio aparece um baile dancante e foi logo se ‘misturando ao pessoal do sereno com o clhat ato para descobrir um conhecido gu he, desse um ingress, o que ndo femorou muito. Embarafustou-se pela ‘asa_adentro no justo momento que estava se formando uma quadrina e ‘nosso camarada, nao encontrando de pronto um par, foi caminhando até a ouinha para arranjar_ uma dama, € fencontrou a mulher do dono da casa FFormou em frente &janela que dava ro pessoal do sereno, que nao perdoou: y S Gaudéncio trabalhava_como — Bravo do Carne ele virando para a dama disse tt? 2 280, minha serhora, ‘sto ¢uma canalha, é uma cambada . — © comegou a ‘ebaratvas, ' pouico comerou ele a marcar a quadriha e ja estava’ na cate uinta parte proferir palavras = Preparar para _o grande ‘ganchene esquerda com, esauerd, reita a seus pares, grande promenade: sange, sangé-double, sangé-anarnié. Fol ai que o sereno em peso bradou — Aj, Seu Carne Ensopadal Nem queitam saber: o homenzinho ficou daquele jeito e retrucou com palavras obscenas, estabelecendo-se Juma grande confusao, Seu Gaudencio fol pasto do baile pra fora. Na saida pprocurava_o chapéu sem saber onde tinha deixado, tamanha sua precipitacio quando entrou, © lembrou-se de ter Golocado em uma cadeira onde agora esiava_sentada uma senhora muito gorda. Pois cla estava justo em cima do Chapéu do Carne Ensopada, que ainda ‘mais desatinado disse para a dama = Nio tinfia outro lugar pra sencar sem ser em cima do meu chapéu, sinha sapacintanhal © sururu aumentou ainda mais ¢ Seu Gaudéncio saiu debaixo de uma vaia formidavel. So se ouvia So pessoal gra = © Came Ensopada foi barrado! Fora o Came Ensopada! Depo's dessa ovacdo de desagrado 0 ‘choro continuou, torando-se cada vez melhor com a chegada do Bifhar, do ‘Maneco. Leal. Jodo Thomaz e Chico Borges, E eu nunca mais tive noticia “do Gaudénclo, 0 Carne Ensopada. NE ENSOPADA dos choros de outrora em outra estoria, q i do Pedro Caetano, viv pelo Noel Rosa, qu: ? deixar de thes conta ‘O grande compositor rndo privou muito da intimic: da Vila, que se foi tao teonheceu e esteve com ele em al fetes, Uma Yer, cheganco nw fos lados da Vila, 1a est Fodeado de amigos, brincar versos de improviso. 0) Jembrou de um fat ‘contado por algum ‘um motivo qualque! alguns homens da le distrito, Logo ao entrar reconheceu 0 autor em quis saber de mais nada, 1 buscar na esquina duas eladissimas ¢ estabelecer: pagodeira ali mesmo Lembrando disso, Pedro f laproximando e tascou pra cima di a seguinte quadrinha Seu Noel voce me diga 0 que foi que voce fez ppra ter que dar show ida sala do xadrez E este respondeu de primeira Seut Caetano me Ogue € que voce pra andar descob que ndo interessam ma A assisténcia ndo_se conte gargalhada foi uma 6, todos Com a genialidade instan bambas do nosso cancioneitc Recebemos em nossa red: mente, envelopes assinados pe! iniio do séoulo Animal. Os dad rem obscuros, agora & at ‘mais nada. Num caso impar lidade, parece que ele rovament 16s. E nosso dever,ent2o, arigio em nossa ‘00a. Correspondéncia para o Animal: ere para a Rua Prof Luis Cantanhece, 240/20 Laranjeras -CEP 22245040 Ro de Janeiro, 8 > DESDE QUE 0 CHORO E CHORO -V C> AS GRAVACOES MECANICAS Henrique Cazes * © fim dos anos vinte dois fatos mudariam a N velocidade de desenvolvimento da musica popular no Brasil trazendo consequéncias imediatas para o Choro: o fortaleci- mento do radio € o advento das gra- vacbes elétricas, Antes de passarmos a fase seguinte das relacoes entre 0 Choro e a industria fonogratica, julgo con veniente fazer umn breve balanco do que foram as gravacdes da’ fase mecanica 5 primeitos registros do reper torio choristicos foram realizados pela Banda do Corpo de Bombeiros, pri- meiramente comandada por Ana- cleto de Medeiros e mais tarde pelo trompetista Albertino Pimentel - 0 Carramona. Formada por misicos que Anacleto ia arregimentando nas rodas de Choro, a Banda do Corpo de Bomibeiros se destacava das demais de seu tempo pela melhor afinacdo, leveza e arranjos melhor acabados, O repertorio era dividido entre polcas, schottisches, quadrithas, valsas, dobrados ¢ marchas de carater civico e também trechos de Operas e transcrigdes de classicos. Em seu livro O Choro, 0 Animal (Alexandre Goncalves Pinto) nos revela na pagina 60 o segredo de Anacleto conseguir um resultado musicalmente tao superior: “Como maestro ensaiador transfor- mou a Banda do Corpo de Bombeiros em um. conjunto de professores que o respeitavam e 0 obedeciam, na maior rispidez de suas energias, pois Anacleto era um diretor de miisica caprichoso e violento”, Mesmo quando surgiu a Banda da Casa Edison, a primeira orquestra de estiidio e que contava com varios misicos da BCB, esta nao perdeu a lideranca, Em tempo, cabe registrar que 1996 marca o centenario da Banda do Corpo de Bombeiros que infelizmente nao foi comemorado & altura de suas tradicdes. ‘As primeiras gravagbes de solistas comegam a aparecer em 1907 com o Grupo Novo Cordao e no ‘+ Stock netual +++ 5 Pemo FIGNER |RMAOS ano seguinte com o Grupo Cavaquinho de Ouro. Normalmente sao trés instrumentos com um solista acompanhados de violio e cavaquinho, A flauta e 0 clarinéte s4o os instrumen- tos mais usados para o solo, sendo gue flautistas como Patapio Silva ¢ Pedro de Alcantara optam por gra- var com acompanhamento de piano evidenciando suas intengGes concer- tisticas, Trompetistas como Luis de Souza, Albertino Pimentel e Case- miro Rocha (autor de Rato rato) apresentam um desempenho bem mais convincente que clarinetistas como Louro e Malaquias ¢ solistas de sax soprano como Francisco nog Lima. Por outro lado vemos que mesmo sem uma linguagem musical mais organizada grupos como o Novo Cordao ¢ 0 Terror dos Facdes ja traziam a baixaria contrapontistica do violdo bastante desenvolvida. Em um Choro de 1908 intitulado Doralice, de autor nao identificado e gravado pelo Novo Cordao, vé-se claramente o Preniincio das modulagses ¢ esquemas de resolugao de partes que Pixinguinha usaria na década seguinte. E interessante notar que as gravacées de Choro até entéo no continham percussao, que so vai sendo introduzida com a gravacao de reperto- tio de intencéo carnavalesca a partir de 1915. Na banda era usada a caixa clara mas néo para fazer ritmo constante (levada) e sim para reforcar os ata- ques de metais, como nos arranjos usuais do re- pertorio civico Um agradecimento especial deve ser feito a pesquisador Jairo Severiano, que guiou e incen Vou a audicao desses pioneiros. Ha ainda um detalhe importante a respeito do Tepertorio: as muisicas que se perpetuaram eram realmente as melhores, o que atesta o cardter seletivo natural da roda de Choro. * Henrique Cazes € misico i i bebtiabelibdebaeh WU) ||) SWS a dal aan CHORO: APREXDA VOCE MESMO Se i vros choos, sida que uidos por ‘uma misteriosaesséneia ‘que Ines grate a iertidadecomum, havea vos processos ‘vatoos ge atenazagen, unio? como dizla Noel Rosa ainda em 1955, molho", a varlagbes inesperad e cheia de bossa do violio, a palhetada suingad: {quatro semicolchelas transformadas em ritmo mesmo que no choro, assim como na Se ee ee roieguisin te Cares ee ermetsPechoal 0 Bpoca do Daeeieamrsnieac Cute src feed eran esa women ti ¢ te Veta? Percoemos uc ha ype IRS ior etree tance pols lurncts ce <0, ee Pee wets ace tem Ff ‘menos, porém, uma conclusdo: se chotos, ainda que unidos por uma misterioss essencia que hes garanie a Kenidade commu nia a porta as dvisdes micas. numa inter- havera vis procesosvalidos de aprendaagern pees chew ote me tcou'na embranca, | rovoeagao pura. Eumna grande lied, cao : Em primeiro lugar, pode se séguir os caminhos do we Mas 0 fato & que os chordes, com 0 tempo, foram aulodidatismo, que, de resio, existem desde que musica & = prendendo a ler e a escrever miisica. Em parte, talvez, pelas tnisiea. No seauo passado, quand o choro comecou 23" @ Telagbes as vezesestretas ma i sua identidade, 05 musicos a ele dedicados aprendiam primeiro sar ase todos nas esquinas © nos botequlns, desprezando o conhe Interessante. material para feflexio também se aplica a, “Cs daca 20 que esiava consignado na paula. Em reg nao for mesmo incompativel com métodos de aprenc igerida com o tempero da sincopacao nacional, ao sabor das negaca: balxaria Yerdadeiras rasteiras harmonicas wa € nus eaqinas nos bolequns que se i aprender, por ferpanc eeipios0 qos & pore charmar ce ancope a brasieia” lgo etre ra de Sinko, aa estrutura semicolchelacolchela-semicoichela e a quialtera de tre Q flzer nd pode guste bom ja nasce flo"? eisai) ebblasmice bastante aragaca & nossa rreméria enusical imma primeira dicldade para responder 2 todas sl Beas peso acortcceu wna histor que ssa bem a questao ca Sa ee ines Pare coos que pode set celrulss g QU mapa da seria para com o choro. Anda garoo, fu er aulas de Phe comachore-— ve encrencal Marcia eter, no aren: ands com Joe! Nascimento, cleque da poise, bem mais que No sku pamad, See Ree Bi rv incar sob 0 mesmo Vd Peal pistes Respond quesim.ajoslpos ¢ near san antics na minha frente a partitura do Ingénuo, d Ge 93 misieos quase todos Bee reste caprthan has nso ly feito ben macado, neferaucqoluer in aciane Gag rece ine tg cite, Seapeando oO O spalla da Fllarmonica de Beri # conhecinento da 4 PA. pa. pa. Pl, Pa. pa, Pa, PO. po. p>. eserta musleal Pra, garoto, pital Que coisa tiorsorosa, pparece sapo pularidol Voce nao pode ler do Choro! Me da isso aqua Be gr ¥ p N Ae SS © bandolim. Jo 8 seguidas 0 Ingénuo mas improvisando de idas com a mdsica erudita desde os pianeiros, passando por Radamés Gnattalll esta 1g Natal Camerata necessidad que soube: influéncia Carioca, até o contemporaneo Agua de Moringa) ie crescente de se empregar em estudios de gravacao r ssem ler, poupando tempo. Ou ainda, quem sabe da “rapaziada dos bemdis" — instrumentistas de sopr (metals) muitas vezes saidos de bandas sinfonicas, em que se lc correntemente. & Isso me faz lembrar a historia contada ainda outro dia pe Alexandre bom music esttidio e f faiscante, quando entéo aparece 0 maestro com as partitu de la Pefia, violonista. Certo saxofonista veterano. chorac , foi chamado para uma gravacao. Todo contente, i logo tirando do estojo o Selmer novinho. aquele arranjo complicado, cheio de frases, se bem que escrito com letra musi caprichada Bastante sério, nosso saxofonista toma nas mao: papelada, 0 suor comecando a escorrer pelo rosto. —— nhadinha, bonito... Essa letra é sua, maestro? Muito boa E... isso aqui... isso aqui é um d6, ndo € mesmo? Silencio no estiidio. O velho musico da um suspiro, desconsolado, ¢ sem perder a pose arremata, antes de bater em retirada — Pra mim nao da, tou fora! Mas a questao do aprendizado do choro, marcadamente info - ao menos em seus primeiros tempos, nao se prende so a Muitos misicos musical. Dois outros pontos importantes sio 0 dominio técnico d sa0 eximios _instrumento € o conhecimento de harmonia. Sei, assim como sabera instrumentistas sem _leitor que acompanha as rodas, de muitos muisicos que s4o eximios runea teremse — instrumentistas (chegando, por vezes, a reinventar a técnica de seu submetido aum instrumento), sem nunca terem se submetido a um aprendiza aprendlzado formal © que dizer dos musicos que nao tocam instrumentos hart formal nnicos, nunca estudaram harmonia, mas sao grandes “acompanhadores ‘ pag Lb improvisando contracantos para as melodias? E 0 caso entre centenas, do flautista Alexandre Romanazzi — codinome Maionese —, que me atura em muitos trabalhos. Ele garante, porem, que tem vontade de estudar um instrumento de harmonia. (Nao acredit muito. Ha mais de um ano, Maionese comprou um Cavaquinho e até agora s6 sabe fazer um sol maior com as cordas soltas...) ee E claro que nao se fara : fara aqui qualquer apologia Fomantica do autodidatismo ou do aprendizack informal. Ora, se ha choro de todo tipo e para todos Sostos, havera ainda a absoluta necessidade, em certos Casos, de uma formacao escolastica com os rigores da linguagem erudita, muitas vezes cortejada pelo choro, ou do “conhecimento sé 0 sdlido de harmor : rincipalme & € harmonia funcional, principalmente para as vertentes que se aproximam do jazz. Tambem nestes tempos de informatic: Heer a, em que come¢a a haver um derrame Peay de partituras e informagées sobre o Choro via Internet, 0 conhecimento da leitura musical vai-se tornando cada vez mais titi _ Dos anos 80 para ca, quando aconteceram no Rio de Janeiro as pioneiras Oficinas de Choro da RioArte, com professores como Henrique Cazes, Afonso Machado e Luiz Otavio Braga, algumas iniciativas vern sendo tomadas quanto ao ensino do-*jazz brasileiro”. E 0 caso da Escola de Choro Raphael Rabello, em Brasilia, e do Conservatério de Musica Popular Brasileira de Curitiba, coordenado por Roberto Gnattalli, Mas, ainda hoje em dia, aprende-se mais comumente por meio de aulas Particulares com musicos experimentados. No Rio, Dino 7 Cordas leciona na Casa Oliveira (levado ha 27 anos por Jacob) e no Bandolim tradicionais lojas de musica. Afonso Machado, autor de um completissimo método de bandolim, ¢ outro grande mestre, assim Como Marcio Almeida, cavaquinista. Isso para nao falar dos discos, €ternos professores dos candidatos a chorao. Tocando junto com a Sfavacdo ou apenas escutando atentamente, nao ha bandolinista que nao tenha estudado com Jacob, solista de cavaquinho que nao tenha aprendido com Waldir, clarinetista que nao tenha sido aluno de Abel, sete-cordas que nao tenha Dino como mestre. Outro capitulo fundamental é o das rodas. Conheco misicos, alguns ainda adolescentes, que tocam bem o choro, sem nunca terem frequen tado uma roda, entretanto. Hoje ha toda uma geracao de chorées se for- mando com base em arranjos fechados, semi-eruditos, em que ha pouco espaco para a improvisacao e a espontaneidade de execucao. Uma questao de opcao, certamente valida. Sou suspeito para opinar, uma vez que minha formacao musical é a do botequim — embora seja alfabetizado musicalmente e tenha estudado algo de harmonia funcional. Mas ouso supor que a roda ainda seja, por exceléncia, 0 espaco do choro. Tocando em conjunto, experimen: tando, criando cumplicidade com os outros musicos, agiientando 0 chato que inevitavelmente vem pedir para tocar aquela, muitas vezes no meio de um grande burburinho, tocando pela primeira vez um choro do qual s6 se sabe 0 tom (anunciado com a maior dis: de forma mais plena a esséncia do choro. Mesmo que se va partir para outras experimentacoes, para a Anda hoje em dia, aprende-se mais comumente por melo de aulas particulares com misicos experimentados plicéncia pelo solista), € assim que se pode capturar ~~ Sg pesquisa de linguagens, é importante passar pela roda — um acontecimento, alias, para além de musical q Enfim, nem sempre é preciso colocar em pélos opostos criatividade e rigor formal, botequim e aca- demia, Ou, mesmo que 0 seja, é como disse 0 poeta “qualquer maneira de amor vale a pena”. E muitos, assim, sero os caminhos que levam ao choro. * Luis Filipe de Lima ¢ jornatista Mestre em Comunteasdo e Caltura pela UFRY e, para plorar toca pander e violdo de sete cordas 16 DATAS JULHO: ‘021974 - More no Rio de janeiro (RD, 208 68 anos, 0 compositor Anwénio André de Sa Filho, autor do hino do Rio, Cidade maraihosa (marcha, 1939) (05913 ~ Nasce em Campos estat do Rio, 0 or Wilson Batista de Olvera, aur do samba Oh seu Oscar (com Aaufo Aves, 194 (jul1968 ~ No Rio de Janeio i, dias depo's cde completar $5 anos, morte 0 composicor ‘Wilson Batista de Olver, autor de Samba ratro- ago com Jorge de Can, 158) eee Wilda arta com fabero Nar, (O9jul 1901 ~ O compositor Jorge Vidal Far) autor de Ea saudadefcoa (samba, com BenediO Lacerda), nasce no Rio de Jane O9jul1980 ~ Norre 20s 66 anos, no Rio de Janet, 0 compositor e poeta Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes, "o poetinha’ que ene rmuitas outras coisas pos versos’ no. choro Lament, de Pingu, ‘full 1848 ~ Nasce no Rio de janeiro Joaquim Antonio da Siva Callado, compositor eats, ees ha, ‘fl 866 - En Paqued (RY) nasce o compestor ‘eregente Anacleco Augusto de Medeios autor de Tana que mais tarde Sena leraca por Catulo da fae aes de Rasoa coro). {full 1975 ~ More no Rio de Janeiro (R) aos 60, anos o cantor e compositor Ciro Monteiro, autor de Madame far deta (com Dias da Cru AGOSTO: ‘agol1950 ~ Norre acs 42 anos o compdsior © pani José Barbosa da Siva, Sih, o Rei do Samba, 2uor de cerca de 150 composides ete fas 0 Pé de nj (marca) (5/ago/1955 — Em Bevery His (EUA), more aos 46 aos Nana do care Meu Cunt, 3 pequena nocivel Carmen inerpree lm saa baie de A Valene) Wiago'i951 - Em Atenas, na Grécia, Oraviano «Romero Monte, o maesro Fon-Fon, morte ans +5 anos, Foi 0 primelo chete de omuesia a stvofones, e Be era imprasec ee ae ieee che rere er (vals, morte aos 73 anos no Rio de aneio [974 ~ No Rode janeiro (Ri), more 20s 5 Sot Ee Joa Nar Si 0 Sigpis72 = Vicentna de aa Oven, 2 Raina do Radio Daa de Oliveira, rte no Rio de Jane (R) os 55 anos. Lim de seus sucessos fot Seed (sambacangio de Heiveo Narins @ —empunhou 0 cavaquinho num. rep: D ISCOTECA Bt Henrique Cazes * MEMORIAS CHORANDO Paulinho da Viola EMI Music Relancado em CD, 1996 do original em LP, 1976 retomada do Choro em meado: A\ area tonografica a mesma exuber parte dos lancamentos de Choro desta antigas nem sempre bem combinadas usualmente martelando o mesmo repertor Coube no entanto a Paulinho da Viola, ‘como compositor e cantor, a realizacdo ‘d instigante disco de Choro desta década — Me Contando com a equipe que sempre o Copinha, César Faria, Dininho, Cristova Hercules — além da contribuicao_perci Pandeiro e Elton Medeiros e do band: Chiquinho, Paulinho rompeu suavem: género e bem ao set feitio, com e composicées suas e de Pixinguinha, traz a ‘de autoria de Ary Barroso. ey Vinte anos’ depois de lancado, permanece plenamente atual e mereceu fratamento a altura de sua qualidade artist nos lendadrios estudios da Abbey Road o capa, original de Elifas Andreato, foi adai Oliveira e manteve todos os textos e inforr ‘€ miisicos.da versao original. Enfim, € um cl choristica:que volta & cena. Relacao das muisicas: Cinco Companheiros; Romanceando: Cochichando; Rosinh« in cose ia, essamer Ficha Téentea: Direcdo artistica: Milton Miranda: Mariozinho Rocha; Produedo Artistica: Paulinho da Viola: Roberto Castro, Remixagem: Nivaldo Duarte e Toninho: © Capa: Flijas Andreato com assisténcia de Yolanda Remasterizagdo em Abbey Road pelo engenheiro Peter Mew. estidio: Chris Buchanan: Diregdo Artistica: Joao Augusto: Supe da Viola: Coordenagdo do projeto: Sonia Antunes, lustr Elifas Andreato e adaptapdo grafica para CD de Jo Oliveira. a eamenrcs Ropa DE CHORO Luis Nasi Qf] 5, este ¢ aquele da tlevisio?” Com esta emgunia, varios presentes 20. lanca mento d8 CD demonstraram surpresa 0 vero brihante economista, que todos Ja se acos tumaram 9 ver na TV fazendo saus comer tars, interpreta a0 bandollm belos choros © Nalsas. © proprio Nassif afirmou que apesa Se nao ae considerar um virwose no isin Mento, percebeu a impordncia que tera langamiento de um disca de choro.sendo ele tama pessoa publica, com vasta penetragao Na midi Mas Nass foi mais longe Com uma produgio excelente, marca regletrada do Fedo, C'cereado por um time de misicos de ira linha, com destague para ocavaco de iinho ¢.0 violao do 26 Barbelto, Nasst tm chordo em estado puro, com uma ionga foths de servigos prestada 20 choro, dente fies a i ect ara Esrreira do entio menino Charles da Flauta, fos oferece um disco necessanio em qualgue coca seu pelo esmero da prodao, to Flusive trazendo ma interessante valsa do ‘hezuelane Antonio Lauro. ‘Nass, chorao desde a década de 60, em Pogos de Caldas (MG) e varios nos no Bar do ‘Algndo em Sto Paulo, dedica o disco "a todos Gsses_personagens, soldados anénimos que Sjudaram a transformar a. dsica brasileira, fais do que a melhor musica do mundo, em tim dado Cultural fundamental ra formaga de tum grande pais ne Teriser tinooun comm Now Orono Wen Seimomete fC. Borers (Pio) Teco ho Rout cnc Cu Post Scr Dino RG ms wp. Sempre PIXINGUINHA ~ 100 ANos VaRios de empresa em 1988, celebrava 18 Anos sem Pisinguinna. & egors sat em CD abrindo a3 fextat do centenario do mesie Metade do Pereira (Lamentos). Chiguinho, dngemio) Henrique Cazes (1:0 © Os Bata al Gnattal, ocada por Joao Carlos Assis Brasil, uo com Paulo Sergio Santos na vasa oe bt ee ic iio, com 05 sollstas Joel Nascimento, Paulo Sérgio Santos e Odette Ernest bas de quer um dos mehores textos Joto haxitno, onde ere ous clas a "Orestes "Barbosa, que charava Gores revocadotes ae de rouge ae srpeendentes arabes fica Een "to. Aconoton, Joio ma oa er (onsen Coots huwea be Sun Cin Jom 51 2eano. CEP 20051-144 foo WY, ru (021)220-1623, Aer 2boAbe, cans hunrupalninetcom br SEMPRE JacoB Varios segundo CD da série Sempre da Kusrup jutro exbrinde ea Alatic, de. 1989, apes ts arcing nas do M6 oh Samba e Assanhado), uma de Deo Rian com a ‘Srquestra de Cordas Brasleiras. (impli dado va de joel Nascimento e regional (Bote010. alm Ge uma Primas e Bordoes 2 Gipela por Afonso Machado. Ure dosh de Signs dc nelnores bandolisisias em © ere tar ann vitae de Jacob Bittencourt por our. ert seu estlo formal © devas. de Tevou seu primeiro castigo no col Seem contablidade, mas fl ve Namente 6 sem vocacao para 0 comercio Tou ser escrevente por soe nossa, mus sie 60 segundo CD da sere Sempre da arg que pate 1997 nos promete Sempre Radames, Sempre. Anacieta, Sempre Nazareth Sempre Chiguinha SiShao, Cer 2st tee he Rr (a1aa0 Tas, Rn 18 alpmamencs CARINHOSO VARIOs Opt cans mtn egy 2 vere Paradoex Music oe ao cotta dbs cons “dns dct pina poh 4a produ skal e pt edad nt Save, eats ig Susie © repetro rao pdera set menor ls sos do cro desde lla at CicoBuargue Abrangendo parte signfcatva da aja dese ners mustal no pase conango com pe fs atu oe, co Seas Chorbes, Maia Jose Carrasquia, Canhotinho, Omar. lan, adison Godoy, Willam Caran absie Bahl ces) cost matameneassocagos 20 geero saves de Shows «gravagbes como 0 velo Edmison Capel opeccussonsta Beto Sots, elem de algae gras revelagoes como 0 cielta Gato fausta Renao camaro ¢ Yolonisa Camilo Carrara Todo das plo paris aranjador Marto Antonio Berna, Carntoco&0 primes CD em que Maro Antonio Berard assre# dee sia Bs forages iedat em tees de aranjos ea franera como fo condo exe treat fa forsiemosram oecenso Ge sua cata teas ess que ase deaacam este Cp, wemos a aati, com Omar ar © 60 Adlon Gabe Wiliam, crags espontares de Unb lend, com ether © oregon 3 thes de plano com carne (uma eres) tancolin Voce de Cac) tute (Esha de ‘acaba, 2 maravihosaLarerios com Marco ‘Antonio, alas fae de Ame op ses Tenovadas de Pesci do Cu. Choe lgo'€ Me Garo drags (ea com dito tnd In rovso da aula de Renato Camarge) wage Anaeno on Tew Ra Bacio Mave Nico Ao Benito. Ay Me Rte crn), to jis ea Cn 18 Tes MA Bato ous Coot tI Pa Ra ‘usc: Cana} Cory atv 1 bao, rxoties cater ‘CHORO EM FAMILIA Déo RIAN E BRUNO longo dos anos 0, Déo Rian corstuis Attra das mat sgniteavas dicowsates gene 0 res de Co, foo Epoee de Our, do. Quito alos feserormene. do. Woes Carocos Dé Fearn um repetco que at hoje € toca tas ross. Seu banda sora novel Sas Go TV Ge cor OsBoemios de Anaceto de Medes, send tema” do persnagem rrp de Pecado Capi e evou neds Sejaco do Bandotim, Dep de mals. uma dcada em qu se gaol 40 vio em excites 0 pie, Do an est Je vota com um dics repo de preisdades christie Reunindo autores poueo lembrados como Cincinato, juvenl Feo, Maro. Ahares, Mautclo' Baga © Sebasio Cina, 39 ato de naclto Lu ce do ropio be Choro em fara ¢ Ein prao che pa. 0s apionatos. pelo @reto reams exec rsa e=teia Gh garde bandana © CO waz ainda duns aapaaves sirens: 0 cmo desempenno de Marcio" Almeida, mais soneedo como faiagunia ros aloes de 6 ¢ 7 cota fas fabas em que 0:00 ce Bandi & de Bra ike de Deo ate com apenas (5 anos 6 demons ol ramade coo hore As fas que enceram o dco trem gfavaces seas em que ‘Deo jacob thawam seus bancoinsraslsa Fo um sore db Lperce Wanda da ma nomnagers 2o fides duo We ilies Warel Riga Damaxo Baptista, que curane anos Ret fam 0 grupo drs por Deo. Val lear que oecico de gaiagao e kage fa 0 tarde bandolis Ricardo Gast gue tom enorme tonhecmeno de Causa eal im belssio taba furor: Coton oe Eso, Maro so Crono, Un Asso ex Srna. Ayo, Reccavrcnesto, Race Abrus Onur ex Buuren; Caaco Antec, Cans Ino, Hoeucin 7 Cones Fo Soi, Pans Frew Teen iso e Vu De Re Broo «Ropes Bano fis WouooeseT Made M kun. cdo e'8 hes it Chogunto Unacan tt Ouene Pas Seno Dat aininies Fame Gannere: Das its Fs Esrecas ocon Miso Rha Cae. Dermat: Comroos rao Taurone (021) 571.2584 MTL BEBADOSAMBA PAULINHO DA VIOLA alrataram mui ano. Mas cut pre foi coisa 0 fonografica de 0 Paulinho. escol langamento. do. seu Bebado: mperial Nao existe local fisse, cantando, que fica cam o Choro, com o Mt Flea com_os p lagrima fosse de pedra Seas velhos César Fara, Cabelinho, Celsinho, Hercules, Dininho Gristévao, que alem do pia feinventod 0 timbre do. saudoso.Copinh atraves dos sopros de Mario Seve e Rica Pontes. Fica com o Epoca de Ouro Velha Guarda da Portela c longa dara: Casquinae Elton Medeiros om 9 mar do. born-baiano- pilha outra vex). Fica com a vaca Gernidade que sempre. car rabalho. Ea gente fea co velhos mest vulcdo chama nossa obse Revomono: ences ean kWh neve (romana Pam Vara Gaon in Pont DetngAo: BUG Best 951) fem funcionamento re- te, em Londrina/PR, a “Music, com cursos e instrumentals e apoio a 9 de atividade cultural -aceita doagoes de fe partituras musicais. escola esta a cargo de na Rua Hugo Cabral, JPR - 86.020-060. Musica , Sob a direcao de ito, cTiow 0 Curso de mnogrdfica, que inclu e técnica de gravacao, izacdo, produgao de shows ¢ ess. Para 0 proximo ano ados cursos de artes a capa de discos, ‘some musica no No apoio da Reva "janeiro de 97 acon. culses.iniensivos de Wioldo, bateria, jica fica Clarice indio Botafogo. Tel. (02!) (021) 553-2260, 50 ANOS DE ALDIR BLANC Criador de inmeras obras. primas de nossa musica popular e Tesponsavel pela popularidade de sensacionais personagens da cré. nica carioca — quem nao conhece 0 Waldyr lapetec, 0 Lindauro ou 0 Penteado, parceiros de copo do poeta lana Rua dos Artistas? — Aldir Blanc comemorou seus 50 anos em grande estilo, com lan Gamento de livro e Cd. No disco, Seus_parceiros e outros grandes int@rpretes” prestam-Ihe homena ens (cantando suas criagdes. No ivro estao reunidos poemas, letras de misicas e cronicas, inclusive uma gue estard em um dos nossos proximos numeros, na coluna Saideira — inaugurada por ele em nosso n® Um — que ¢ um desdo: bramento da mesma. Esiao_lem- brados? Naquela ocasido ele contava © encontro de Ceceu Rico e Helena, simplesmente seus pais, Em Bodas de Ouro, a festa dos 50 anos de tuniéo do casal, comemorados na casa do poeta, é 0 palco de mais uma impagavel cronica no estilo inconfundivel do Aldi Quem nao conseguir esperar pode correr na livraria e reservar seu exemplar de Um cara bacana na 19° (Editora Record, RS 22,00). © disco estara nas boas casas do ramo, infeliz- mente sem preco tabelado. Rodrigo Ferrar/R] INTERNET DA SAMBA... E CHORO! ‘Tai um sitio Imperdivel: Agenda de Samba & Choro, criada por Paulo Eduardo Neves, oferece infor- magoes gerals a respeito dos dois janeros, com sugestoes de discogra- fa e mapeamento dos bons lugares do Rio de janeiro onde se ouve ma- sica brasileira de qualidade. ‘A agenda é atualizada semanal- mente, apresentando ainda partitu: ras em arquivo Gif © muisicas em formato MIDI ‘Visite-a, acessando o enderego: herp:/iwww. hhexanet.com.brisambatichoro geu Laus/R] PUBLICACOES MUSICAIS PELO BRASIL Sao muitas as publicacdes em toro da musica que nos chegam as maos. Ai vai uma pequena lista com (8 contatos de algumas. Gostariamos de ser cortigidos e também de receber mais informagoes, tanto sobre as que aqui estao quanto das que nao conhecemos! Cavaco: Editora Jazz - (011) 000- ‘0000 Brasil Seresta: Praca Fernandes Pacheco, 21 Santos, SP * CEP 11 060- 000 Violdo Intercambio: Rua Angelo Guerra, 18/92 Santos, SP - CEP 11.045:510 tel, (0152) 37-5660. e- mail: rmarui@originet.com br Ventania: Rua 24 de malo, 188/1* sobreloja/ cits, 113/115/117 Sao Paulo, SP - CEP 01 041-000 tel (O11) 222-6275 e fax (O11) 225-6051 Musica Brasileira: esta em seu 1° nlimero, trazendo entrevista com Aldir Blanc. Av. Marechal Camara, 160/401. Telefax (021) 240-9742 = 34" SEMANA VILLA-LOBOS NO RIO Ocorreu de 18 2 22 de novemnbro deste ano a 54* edicao da Semana Villa-Lobos, na Sala Cecilia ‘Meireles, no Rio de Janeiro. O festival apreseniou Paulo Sérgio Santos no Saxofone e a Orquestra Petrobras Pré ‘Musica, 0 violonista Oscar Caceres, 0 plano de Jodo Carlos Assis Brasil Quaternagha — quarteto de violoes =e teve no seu encerramento a bela performance da Oficina de Cordas de Pernambuco gue, sob a direcao musical de Henrique Annes, brindou os presentes com pegas de compositores do calibre de José Menezes, Nelson Ferreira © Jos® do Carmo, ‘além das de Villa-Lobos. Destaque para 0 bandolim de Adal- erto Cavaicante, um legitimo repre- sentante da nobre linhagem de bandolinistas pernambucanos, como Luperce Miranda, Rossini Ferreira © ‘Marcos Cesar. Sergio PratalR] 19 | Ari ISTURA & MANDA! 20 TEM GRUPO NOVO NA PRAGA Estreou no dia 11 de outubro na Uni Rio o tro formado por Ronaldo do Ban- dolim, Jose Paulo Becker (violdo) ¢ Mi cello Gongalves (violo de 7). 0 show fez pparte do 2° Encontro Nacional de Violdes [promovido pela universidade carioca, O grupo Madeira Brasil traz como novi dade, além de sua formagao instrumen- tal, um repertério que mescla Choros de autores consagrados de nossa. musica Popular, como Pixinguinha e Jacob do Bandolim. com pecas de compositores ‘com uma linguagem mais erudita, como © espanho! Manuel de Falla e 0 vene- uelano Anténio Lauro. Ernesto Nazareth, que de certa forma fica no melo desses Polos, também é interpretado pelo grupo de maneira extremamente particular ‘Quem estiver interessado em rece- ber @ mala direta ou entrar em conto pode ligar para (021) 495-3204 José Paulo) ou (021) 267-1543 (Marcello), ‘SUPORTE PARA MICROFONE EM PANDEIRO Pratico e leve, o suporte para micro- fone em pandeiro veri resolver um an- ‘eo dos pandeiristas. Adapta-se principal- mente ao mierofone da Le Son ~ 0 MLB Podera ser encomendado pelo telefone (O61) 248-2975 ou fax (061) 248-6855, E por falar em pandeiro, no numero anterior, em Instrumentos no Choro, pag 6. 1° pardgrafo, 3° linha, deve-se ler: “. pequenas aberturas, onde se alojam as soalhas..." Edgardo Cardoso/DF JOEL APRESENTA CONCERTO EM PORTO ALEGRE Nos dias 23 ¢ 24 de novembro passado, em Porto Alegre (RS), a Or- questra de Cordas da Unisinos, tendo como solista convidado 0 bandalinisa Joel Nascimento, apresentou o Concerto para Bandolim, composto por Radamés Gnattali ¢ especialmente dedicado a Joel, A apresentacao. que contou com Tegencia de Pedro Boessio, fez parte das hhomenagens aos 90 anos de nascimento be Radames CHORO NA MANGUEIRA Vai un spo pra 0 choo m0 fe janeiro” Agora eormado, Espago Guttural da Mangucira ua Pedcioa, 5 Praga ora, 20 a prado Balnga man nt cl recede tgera oe chores no poet ho fren © ponte inkl dado i Of de dezebro com 0 angamerto 2 Cd Choro em familia, onde Deo Rian dpresena seu ito e herder mustal hao," acompannasos do Conna Ate caracae A potato & de Apoionio Neto © ean Bessa sob a cootenacto. Ue Anno da Mangusra, que espera Partpagdo macs dos chores © a Frese desnratescogeneo todas Es qua, ds 2000 35 24 00h, lana fla One sen tas PRACA MAUA GANHA PROJETO DE REVITALIZACAO CULTURAL ‘Um dos pontos mais tradicionais da cultura catioca ganhou um projeco vi sando a documentacao da sua meméria © ativacto cultural da Zona Porturia abrangendo os bairros da Sadde, Gam boa e Santo Cristo £0 projeto cultural Circuito Maud Gus, Sob a itesdo de Eliane Cosa lesenvolver as seguinies atividades 29/t1: Capoeira de Angola, 06/12: Reis do congofBumba meus Boi, 1710 Escola de Suna Vizinha Faladetra, 31/0): Jongo da Serrinha, 06102: Afoxé Fihas de Gand e Boco Escravos da Maui Nalelembrar que 0s eventos ocorr. To as sexs feirs, no Largo da Prainha (raga Maui) e serio precedidos por anintadas rodas de samba a partir das 1800 h 0 Cireuito Maua preve ainda uma Segunda fase, aps o carnaval, com fodas de Choro e exposicéo fotograica sobre a area, possivelmente na Pedra do Sal, na Saude, local onde entre as tias Ualaras aprenderam a dancer persona como Pixiiguinha, duis como Pixinguinha, Dongae fod ca Sérgio PrataiR INGENUOS FROM BRAZIL Choros from Brazil, lan¢ Nimbus Records na Europa, EUA e jaf 6 um CD raro do grupo Os Ingenuos, Salvador, BA, que esta na estrada muitos anos com Edson 7 Cor (pandetro),Jailson Coelho (viol). Chenaud (iolao), Ailton Reiner (ba lim) © Paulo Cesar (cavaco). Contatos: Edson (071) 355-6560. OUTROS GRUPOS DE CHORO Camera 3, formado pelos vio 'Os Ingenuos, son e ¢ Contatos: Edson (071) 353-6561 Grupo Bons Tempos, die Camp SP, com Alfeu julio (cavaquinho, viol vor), Caco Piccoli (vocal solo © pe S40), Chico Perissinot (pai Elder Muzetti (mba e v Gmurezyk (violko de Newton Gmurczyk (019) Grupo Instrumental Pixinguinha ide Sao Luss, MA, que tem Zeré da Fi Domingos (violao de 7), Juca (cav Marcelo Moreira (viola0), Raimund (bandolim), Garrincha (imba) ¢ F Passarinho (voz). Contatos: Rica" ‘Almeida (098) 251-0500) TRIO CHORO CARIOCA Desde 1995, 0 Trio Choro Carioca (Leonardo Miranda, flauta Valente, cavaco e André bellieny Cordas) se dedica a pesqui t6rio dos pioneiros do Chi Callado, Viriato Figueira © Galdino Fetp, A formacao ¢ idéntica 8 dos cor tos do final do séc, XIX (ser percuss ev0ca 0 grupo de Callado, compos: da célebre Flor Amorosa MPB NA CASA DE RUI BARBOSA Albino Pinheiro, Ateysio Alencar Pinto, Arthur Dapieve, Ary. Vascon. eles. Carlos. Didien. Fernando Pam: blona, Herminie Bello de. Carvalho, {mar Carvalho, Jairo Severiano, Jou Maximo, Luiz Carlos Sarid Ricrrdo Gravo “Albim, Suetonio’ Valenca ¢ Tinhordo, Fol este o ume que. sob © comando de Raquel Valent minis: {rou 0 Curso de thisica Popular Brack leira na Casa de Rut Barbosa (fo de Jane), de junho a setembro deste ano. As palestras, que’ contaram Mhultas vezes com ildatracbes muse ‘ais ¢ partcipagdes especiais, aber Garam ‘desde a modinina ao tock tragando um panorama, geral da nossa musica popular © sucesso fol ade do projets. Rodrigo Ferrari/Ry ELISMAR E SEU ACERVO NO CEARA Elismar Holanda Pontes, cho- 40 de Fortaleza, tocador de bando- lim, € daqueles caras que podem ser ‘onsiderados sortudos. Durante toda vida conviveu com os grandes no- mes do choro brasileiro, fol aluno de Miranda, companheiro de aula de Déo Rian, frequentou os Saraus na casa do Jacob, enfim, teve © privilégio de conhecer varias geragdes de choroes. Por tudo isso, atualmente o ‘acervo de recordacbes de Elismar é dos mais completos. ¢ ele provou Isso nos mandando aigumas fotos — épias, claro — onde aparece sem- pre bem acompanhado, com joe! Nascimento, Pedro Amorim, Déo Rian, Isaias do Bandolim. Canhioto da Paraiba, Raphael Rabello, Ze da Vetha. Evandro do Bandotim, © até uma em jue esta lado a lado com o mestre nuperce Miranda, Sorte, que nosso amigo. tem prego pela memoria, ¢ guarda com arinho esses documentos que tem Valor histérico inestimavel! RAPHAEL, ARMANDINHO E EPOCA DE OURO E 0s lancamentos em Cd nao param: em margo do ano que vern Sarum gravagdo ao vivo fella no Jazzmanta do. Rio, em 1994, com Raphael Rabello ¢ Armandintio. No repertorio, muito Jacob ©. musicas em homenagem a ele, como Evoca ¢do a Jacob (do citarista Avena de Castro) "e. tembrando. Jacob (de Armano e Lats Bras on a las 0 aco de rmanidinno com o Bpoca de Ouro, também gravado. a0 vivo, com Lamentos, Nottes ‘cartocas eBrast= teirinho, entre outs PROGRAMA DE RADIO, AGORA EM SANTOS Nosso colaborador em Santos Marceo Laranj, avisa que ern our bro deste ano estreouo Programa Brasil Seresta na. fadio. Cargue= Jovem "Pan tant “S10 RMD, Comandado. por ‘Cicero. Andrade, Sempre das 15:00 S='17-00 h CINCINATO No RIO Esteve no Rio entre julho ¢ agosto 0. Bandolinisia Cincinate Skmoes dos Santos. Remanestente da’ Wea. Guarda, tendo ‘convivide Jacob do Bandeiim,‘Cincinata, Hoje fom 72 anos, reside em Brastia Durante” sua. estadia no Rio, hronaads per Sento Pre ere Im, ineindt renconrouse com morava_ aqua foe! Nascimento, Deo Rian, Tico-Pio. Dino, César Faria ¢ jorginho do Pande Beds varias rodas de Choro onganizadas em sua homenagem ine renvderam a oportunidade, de fazer novos amigos entre os* chordes Cariocas, como Ronaldo do Bandolim, Henrique Cazes, Lute Odio’ Braga Maro’ Sove, Jorginho Fiho, Cesinho Silva, MaredltoGongalves, Adoniran Borges. entre outros. Leonardo Miranda/Ry mY HOMENAGEM A RAPHAEL RABELLO NO BANCO CENTRAL Em 25 de outubro, més em que Raphael Rabello completaria 34 anos, a Delegacia Regional no Rio de Janeiro do Banco Central do Brasil iniciou uma serie de homenagens ao grande musico falecido em 1995, ‘ abertura da exposi¢ao sobre a vida do violonista, uma homenagem & familia, @ apresentacao do video Raphael Rabello: 0 mago das cordas e @ distribulcao aos participantes de Uma pequena biografla sobre a ‘rajetoria de Raphael fizeram parte do evento que continua até o dia 6 de dezembro, no Rio, logo apés devera seguir em circuito nacional, RABO TOCA EM SANTA TERESA TODAS AS SEXTAS grupo Rabo de Lagartixa (Daniela Spielmann no sax, Alessandro Valente no Cavaquinio, Marcello Gongalves no vio- lao, Alexandre Brasil no’ contrabaixo © Passarino na percussio) comanda uma Toda de choro todas as 6* feiras no Bat do Abtlo, que fica no Largo das Neves, fem Santa Teresa (Ro de Janeito), a partir ddas 22:30hs. O couvert é de RS 5,00, CENTRO CULTURAL VIA ARTE 22 NO BAIRRO DE FATIMA Fol inaugurado em novembgo mais uum €entro Cultural na cidade, £0 Via Arte 22, dirigido pela produtora. Tals Lima @ pelo pianista Joso Carlos Assis Brasil (© espaco possul um teatro para 500 pessoas, Guat salts de misc, sla de Projecdo de videos, tes. saldes. para ‘urs0s de teatro e estdio de sorn. © No mes de dezembeo so vai rola choro, todas. as quintas, sempre. as 18:30h, comecando cor Maco. de Pinna, depois Epoca de Ouro, Agua de Moringa © pra fechar, NO. em’ Pingo D’Agua. O Via Arte 22 Tica na Av Senhora de Fatima, 22 al ee A CASA DO CARRILHO Pedro Amorim * cho que foi em 1988: tinha um de miisico e era dono de um botequim ld na Vila da Pena, e tinha ‘© Mauricio Carriho que era o dono da mais moderna guitarra-sintetizador da época. Dai, num momento de gran- de lucidez, sensatamente fizeram a troca: = ©, tu fica com a guitarra e me passa 0 botequim, oquel? = Beleza, de vez em quando eu Vou la dar uma canja, falou? Assim surgiu a Casa do Garritho, administrada por essa familia de s0lida tradigo choristica, com direi- to aos salgadintos e caldos verdes aquele famoso feljao ‘com tudo dentro’, que a Zeinha faz e ninguém esquece, 0 bom humor do César, a flauta do Alvaro, 0 violdo do Mau- ricio e mais um time de musicos no minimo inigualavel ‘A inauguragao com toda a pom- pa. circunstancia, com direito a dis- ‘Cursos (poucos e curtos, que a gente queria beber logo) e descerramento de placa comemorativa © poster tamanho familia: Palco Joel Nasci- ‘mento. Dai, meu amigo, as noites de 42feiras viraram um aconteci- mento, e pelo Palco Joel Nascimento desfilaram, além do proprio Joel Paulo Moura, Elizeth Cardoso, Zé da Velha, Dalva Torres, Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco, Raphael e Luciana Rabello, Valmar do Cavaquinho, Carlinhos 7 Cordas, TTeca Calazans, Claudio Santos ~ mais conhecido como Camunguelo Silvério, Suzano, Wilson Moreira, Nei Lopes, Délcio Carvalho, Nélson Sar- gento, Monarco, Sérgio e Odair ‘Assad... ©, vou parar por falta de espaco, porque tinha muito mais gente desse naipe, jurol E tinha outra oisa: 0 campinho de futebol sovaite (© que? Nao acredita? Pois a gente tocava até umas duas da manha, trocava de roupa e adentrava a cancha. Havia pecullaridades: 0 Paulo, por exemplo, 36 entrava em campo depois de devorar 2 (dois!) pratos de feijoada; 0 Paulo Sérgio Santos, que nunca havia jogado bola na vida, fez um gol lindo na estréia, quando jogou de mela Pierre Cardin E se fouvesse um exame anti- doping, ninguém passaria: seria logo cconstatada a presenga de sangue na cortente alcodlica Eu jogava de zaguelro central, e foi 14 que ganhel o apelido de ‘Bruegel’, devido, claro, & sutileza e finura do meu desempenho futebo- listico, Fo! um dia, chegou lé no bar um cara tocando um cavaquinho softivel e querendo dar uma canja. Todo mundo deu forca “- po, legal, estuda que tu leva jeito!”, essas coisas. E chegou a hora da pelada e o cara ficou cheio de “meu pé me dai”, nndo queria nem trocar de roupa, dai © Joel mandou, com o mesmo suingue € preciso com que toca bandolim = Bilicho, a gente te aturou tocando cavaquinho, agora tu vai aturar a gente jogando bolal ‘© cara era o Tita, jogador do Flamengo, @ virou tambem fregues da Casa do Carritho e do futebol das madrugadas na Vila da Penha Uma vez comemorei li meu aniversario, veio a familia toda, meus inmaos que moram fora do Rio, e um deles me trouxe um presente muito ‘especial: uma garrafa de Chorinho do Tun com mais de trinta anos de idade, uma retiquia, uma beleza, um joia liquida com aquele pert ana calana - nao posso nem Jembrar que eu choro. Pois é, m irmdo Carlgo desconhecia a maior parte do pessoal que tava na festa dai_o Camunguelo se chegou loge com aquele faro de cao de aqueles quase 2 metros de ma intengao: = Tue itmao do Pedro, né? Deix: comigo que eu vou s6 provar © entrego pra ele. E eu I, distraidio, todo feli minha festa de aniversério, curnp mentando os amigos, jogando con versa fora. Quando prestei atencao. Rotel que o Camunguelo estava lige: ramente adernado pra boreste, © a0 me aproximar, constatei 0 que emia: 0 negio tava rindo a toa, abragado a garrafa cujo contevdo ji estava reduzido a mais ou menos um décimo, Fiquei fora de mim, pulei em cima dele tentando salvar 0 q Festaya do meu patriménio - ja completamente dilapidado - e relutava, agarrando a garrafa © reclamando: = th, 6 0 cara ail Qualé, Pedrao, val se amarrar por causa de dois dedos de cachaca, é?! Era tudo 0 que restava daquela ratidade: dois dedinhos no fundo da arrafal Bom, o botequim néo teve uma vida muito longa, mas foi palco de diversas outras historias que merecem ser contadas num proximo niimero, ALBUM DE FIGURINHAS IDOLOS DO CHORO JOAO PERNAMBUCO oo Tee Gumacisnaseuem cba (P) te dia 2 de rover de 1683 Com ras 0 eos 12 anos val com fama pat oReclee Cormega alate conto com voles tos nos 13 ja dommnavaoisrumen. Apes de talc, jo. Pemambuco fo! mee de Cultura poplar ede vi en ine reso pat para 2 capital federal indo. mora um tempo dps ma eso ma fad Rchoso onde fi esd Binge Poimgunia Pt eae Sto Bhar Passa eqn fess popdaes da época ea Se apresentar em cine de pesoas ttmosas, pncpamerte a0 ado de ‘Cardo Forma 0 Grape do Cayangi for onde passin todos os owt atuns seo ele mesmo Bsa tans fate petro ups ‘Come Gripe do Caungd fer css em tos eamavas de 14a 16 akancan ca populanéade na epoca, depos esqaea So fruto mais ude Sera rece como cr tor de Laur do Serio Coola do Cotng temas fldoncsrecalids por ie pst 3 hist como eas de Cate Joo temoru 2 relamat a autora Cao seach 9 ined Sion quai feo novos verso para ume sina tren © passr ds anos tne os problemas cariaon uma cea mag ples ng Sotndas ie de oa de 1,50 som de ar & Serio ‘erica por Pung Doge sigs aig, € entero no Ri de Joe ‘em motores Romeragene JOAQUIM CALLADO cag Aonio da Si Clad rase 90 JE ea 21 Se a dee fn 10 ca Cone por Clas Sitcom de Calgoo spd ai Sue. por cai dos ves aus, Oras Srcvaqimo wend ura pa de ose be a RR quanto as esquinas das ruas. unto com seu amigo Vivato também afanado flatsa) a, 2 pedido do imperador Pedro, 0s Saraus do Pago Imperial. Referens aCallado io enconadas. nos jormas da época ena Ineratura: Machado de Assis 0 cae também Jodo do Ro, que © chamava de “Calladih! ‘entre as composices que resistiram ao tempo demos iat Querida por tedos (poca. em Fomenagem a Chiqui Gonzaga, 1869, Iman a, 1873) e Faia Mayer (quad) ‘Morrew no dia 20 de marco de 1880. Onze dias depois as casas de musica do Rio olocavam 8 vend sua itina composian, a Amora, até hoje mlto coheida JACOB DO BANDOLIM ascdo em 14 0 de 19 dade do Node Jane, Jacob ick Bivencour we como pret nscumeno um Walia. Achando desnecessiro. 0 arco, de haya algunas vatas usando por plea os ipampes de cabo de sun mae. Una a tesa apresent 20 bandon ef a Inacio que depots Incorporu a0 se fmmeados da dads de 30 etna Rido Guanabara acarpanhnds os gandes noes a peca, Neel Rose incl. Ajesar eso, Jacob & Bando coninuana tantendo vines atvidades. até ser nomeado, por concutso, serve urea Go Osi Federal Tnsasfeto coma. cond a acomparhante, gaa em 47 trae, teatmando 0 tue Lipere Mand fi havi mosrao, qe 0 bandlin trem po serum oto lasrumero solo Seu priscro ‘sucesso nessa condicdo foi Fi z de Bonito de Otera que insane der que & uma Homenagem 20 Tio, no a0. chbe. Comps. enre' areas irae e Doe coc. TNér de'todo seu valor como inst Menta fon pesqusador Means Pisudor de um dos maores acerce sien’ Particulars Poe ieoporao ao MIS Falceuem 969, no da 13 de aos, d aagie. cardiac, meses depois de show Anoigico que fex'com ‘Elzetn Cardoso 0 Zio Tho, No Tato oto Gaeta, em $8 ASSINATURA DE RODA DE CHORO (6 Edicoes), Envie seu nome e endereco, com cheque cruzado, no valor de R$ 21,00 nominal a TARANTULA DESIGN LTDA. para a R. Ortiz Monteiro, 276/101.C * CEP 22245-100 Rio de Janeiro, RI RUA BELA, 434 - SAO CRISTOVAO CEP. 20930-380 - RIO DE JANEIRO TEL. (021) 580.8040 FAX. (021) 580.8126 C.G.C 97.500.185 / 0002-16 A melhor impressao ¢ a que expressa.

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