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oIro —— Aplicando a teologia —_—— a propria vida Fav, o velho e adoravel cachorro dos quadrinhos For better or for worse [Para melhor ou para pior|, morreu ao salvar April. Ao fim daquele dia tragico, o pai de April, John Patterson, entra no quarto dela para ver como a pequena menina est4 enfrentando 0 tragico episédio. — Ainda acordada, April? — pergunta com ternura. — Uzru. — A menina entio confidencia: — Queria que isso nao tivesse acontecido, papai. — Eu também. April se vira para o pai. —E tudo culpa minha! — chora ela. — Nao, nao foi, April — responde John, confortando-a. — Era um cachorro muito velho. Era a hora de Farley partir. Encostando-se no ombro do papai, a pequena menina sofre com saudade do cachorro: — Queria que tivesse vivido para sempre. —Ninguém vive para sempre, docura — diz ele suavemente. Entéo o sabio pai adapta uma explicacao: Isso é o que nos torna todos tio especiais. Somos A vida nos foi dada por empréstimo. Apenas por ... E ém sabe quanto tempo cada vida vai cuidar uns dos outros e nos : es que amamos. APLICANDO A TEOLOGIA A PROPRIA VIDA 131 ‘conhecer a realidade Porque ela é um dado lemos dissecar, tal como 6, sob 0 escrutinio da pore Pensadores cristos, em consonancia, din teol6gico de acordo com esse eet sie Como 08 outros cientistas, ja a razao na busca pelo conhecimento”. “conclusées, que publicam em —— proposigdes, ambos tentam contribuir pa: continuo do neat humano. Para tedlogos protestantes, a fonte primaria de Biblia. Por isso, segundo eles, 0 alvo da teolo g afirmagoes verdadeiras sobre Deus (e 0 mur podem ser deduzidas da Biblia. — de conhecimento, verso inteiro, iu conhecimento é, em tiltima dele e sobre ele. Assim, podemos aplaudir Ologos que tomam emprestadas as ferramentas do im de descobrir a verdade disponibilizada por Deus. 9, nado € conveniente absorver tudo que provenha O conhecimento armazenado pelo método certo é um bem. Mas nao é o bem. Temos de acimulo de conhecimento se torne 0 alvo de nossa ' ae obsit € nao amontoar riquezas de io proprio. Tampouco devemos ter © A TEOLOGIA A PROPRIA viDA 133 nosso arcabouco particyla, sociedade em que vivemos ), a influéncia das Pessoas iis de que Patticipamos mu do formase tambén, © A TEOLOGIA A PROPRIA VIDA 135 APLICANDO A TEOLOGIA A PROPRIA viDA 137 Embora semelhante, a ciéncia da religiao nao é teologia, a postura € outra. O estudioso da religiao tenta chegar 4 doutrina e a pratica cristas de modo independente. Observa-a “de fora”, como realidade objetiva, um dado que pode explorar. O tedlogo cristao, Por sua vez, nao pode ser neutro. Aproxima-se da crenga “pelo lado de dentro”, tal como os que créem no Deus revelado em Cristo e participam da comunidade de fé. Isso nao significa, no entanto, que o teélogo detenha fé. superior. Consentir com a doutrina cristé nao é fé, pois esta consiste na resposta pessoal ao chamado de Deus para nossa vida, e essa resposta acarreta reorientacdo intelectual. Afirmamos as assergdes basicas embutidas no evangelho (por exemplo: “Jesus morreu por mim”). Mas a fé envolve também a vontade e as emogées. Na fé, comprometemo-nos com o Deus revelado em Jesus Cristo, em relagao ao qual conhecer significa amar. Assim, 0 tedlogo nao é necessariamente possuidor de maior fé, embora a teologia nos leve a confiar, a amar e a obedecer ao nosso grande Deus e Salvador com mais intensidade. Com a fé, movemo-nos para a vida. Como pessoas de fé, tentamos manter © compromisso cristao dentro de nosso mundo, observando as varias dimensGes da vida através do olhar teolgico. Um dos alvos de nossos esforgos é o ambiente social, a cultura. Levar a fé a existéncia significa olhar para a sociedade com 0 olhar teol6gico. No capitulo sete, falamos sobre o papel | da cultura na construcao da teologia sistematica e concluimos “i te influenciados pela cultura. Em nossa , exortamos 0 leitor a escutar a cultura. Agora, APLICANDO 4 TEOLOGIA A PROPRIA viDA 139 expressdes culturais mostram-se, na melhor das hipéteses, um conjunto mesclado. Tomemos o filme Sommersby: 0 retomo de um estranho, exibido nos cinemas no inicio da década de 1990. O enredo referese a um dono de plantagao sulista que retorma da Guerra Civil um homem mudado — para melhor. Contudo, ao enfrentar um processo por assassinato, cometido verdadeiro Jack Sommersby morrera na guerra. Nao obstante, o falso Jack Sommersby vai para-a forca sustentando ser 0 verdadeiro. Por qué? Porque, se reconhecesse publicamente quem era na realidade, anularia todo o bem que fizera sob a identidade que assumiu — os beneficios que trouxera 4 esposa e agindo assim sacrifica a propria vida pelo bem de outros. O filme termina com uma cena de ressurreigao simbélica: 0 povo Testaura a igreja da cidade, que estava em situac3o precaria. ™ De certo modo, esse é o evangelho — auto-sactificio pelo Sommersby é uma figura de Cristo. Mas obviamente Jesus nao viveu nem morreu sob falsa identidade. Sommersby € também um modelo de ser humano, e como tal devemos viver. O filme, esta em jogo aqui, subjazem aos A propria vipa 147 gia nos leva a reafirmar de. Traz 4 nossa mente -configurar nossa A TEOLOGIA A PROPRIA VIDA 143

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