You are on page 1of 243
GLAUBER ROCHA REVOLUCAO DO CINEMA NOVO Alhambra/Embrafilme Rio, 198 © Glauber Rocha, 1981 Capa: Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos em Cannes 1974. Foto de Gérard Léctery. CContracapa: Glauber, numa foto de Paula Gaitan, Este livro foi produzido em regime de co-eigfo com @ EMBRAPILME (Empress Brasileira de Filmes SA.) Direitos de publcagdo reservadoe, em Lingus portuguesa, Empress Editorial Alkambra/Tipo Eitor Lada. Rus das Marrecas, 36 — 701 20031 — Rio de Janciro — RJ Keema, nagrava 0 metatisio Humberto Mau: wr cinemar Dawe cach, presenta céimic da sossa fata. O Cavocan a facerin San Penlo wa te fs roludna Veja eoe,o fsendeho ic meu eda ‘tut em Vola Grande, no sera de Minas. tom mate sec Sn apoio nen do capa! nom do Eads. Coven sot Ep mas depts gue ni ¢ Jamos soli recip Presets, Candee Geers ~ 0s muiores Movimentos Amisticos da Historia sia Renascen- ue Cinema Nocot pie eae NOTA-CRONICA . Bute loro meio Bblico ¢ assim como ue novicima testamento do cinema branleiro. Peswoes, cise, ostuntor & ares ‘Sho chamados o interir, coma se essas aventuras callurais que nos ‘reundam fiscssem parle de um sistema aperficoedo de vases co” ‘mavicontes, E eera comunicegao atravessa at fronteras continen fais, quando o lero detim-se no onilire de cincaztar latino ame ‘ricanoe—enconiro em Eldorado wave snterlo do tronse terrste, 7 © persamonto de Glauber Rocha no campo das letras € eviss surpreendente, inconrolied, ar veses estérice, mas de facil deco Aificogio. 0 tom profétice que assume, dr vesce toe como © pri ria imaginagdo, ae 2ezee vem por terra (vi telivica) épico8tidtico€ransconstrutivistay & a sintese neoberrika dp Terceyro Modelo, ou Antymodélo — Yaven- ‘fo Paytyka da soeyedade brazyleyra Celebrando ot 20 anos do Cinema Novo — este livro nfo contém o clissico happy end do ‘ikimo expt Paris, 3 de dezembro de 1980 RAYZES MEXICANAS DE BENITO ALAZRAKI 58 Surgisia a qualquer momento no México um filme que reto: masse a Tinha temitica de Emilio Ferninder e Gabriel Figueroa © trouxeste a marc de am conjunto de experidacas histricas di rela ow indictamente Tigada 4 evolugio dt linguagem em geral © 43s ralze da cnematograia mexicana em particular Mentaldade de vanguatda 4 expecativa e consciénca volta- das 20, Tema em suas qualidades mais caracersticas 8 vida do in- io colocaram 0 jovem realizador Benito Alazraki no plano hi térico de pioneiro nacional e no plano estético de wma universali> zante concepgio cultral Poneiro nacional, destaque na galeria, A Rede © Mocléois cenbora sejam enconteadoe caracteres de invengio Tingifstica ‘ignidade © pesquisa psicoldgica. do indio, localiza-e, por outro Angulo, o lima romiatico que to bem antecee as obras de si bita descoberta regional 239 traindo 0 eriador mas. antes calocan- dro ahumbrado entre a virgindade de acidetes exdticos que Ihe impedem a organisagio esteticamente igorosa da obra, Assim 0 romantismo pastco de Figueroa © 0. romantismo psicosscal de FFemindez, unidos muma conjugagio das mais ‘elizes, proporcio- rnaram ura descoberta poemtica do indio na_medida exata em ‘que, entre nés, José Lins do Rego visumbra os eangaceiros nor- destinos. Saliente-se essa singular posigio de Ferninder/ oa em reagio a B.A., uma ver que este parece rejitar as Ges de antecesiores, penetranJo por outro caminho, despojan- lo a Tinguagem em busca de um relato tio cru quanto sugesti- ‘vo das izes mais tranecendentes da alma india, pondo mesmo 1 socal © psicoligico em fongio de tas elementos porventura esas de suporte da civilizagio francamente em progresso do Mé- 1 ico, intento altis declarado no prélogo, com planos gerais em iro sobre a indistia, 0 comércio e a cuitra mexicana, carrega- Sor pela misica febrictante como deninela do florescimento. Desta situatio surge a proposigio de painel antropoégico — recurso ‘de um episidio —'e mais a¢ vitudes reainca, misticismo, humil- dade e ‘esisincia A penetragio devastadora do branco, agente de Interese sexuais ¢ comercais, raramente intengSes honestas de cul ‘Avandonando a dupla Fermindes/Figueroa, B.A. também superououtras fontes da culrn mexicana que poderiam fun- sonar coma excelntes motivos plisticos, fais sejam os. murais ‘de Orozco, Rivera ¢ Siquerot, Estabeleceu antes uma nha de trabalho que se armasse quanto ao rotero as ligbes Uo neo-realsmo avatiniano e quanto a0 titmo e Enguagem is herengas ross dei- adas por Eisenstcin/Tissé nas imagens do malogrado Owe Viva ‘México! Evitando 0. romantiamo que certamente o condiztia 4 ‘ntusistica apologia, optoe por wma caminhada reaistica onde nav turesa © home armassem um bisimio temético.maduramente prontos a wna abordagem plistico/rtmica plenos de novos recur- fos, on melhor, is herangas recbidas, principalmente de Eisens- tein, real ra’ da cinematografia que provocou, também, alguns eslumbrantes trechos da paisagem fisco/humana do pais'na mic ima iluminagio de. Figueroa ‘Desta mancira Benito Alsaraki ¢ sua equipe de colaboradores| estan abrindo dois subextrs-emas polémieos ao mesmo tempo (que indicadore: um, a descoberta da terra pelos jovens realzadores ‘dos paises rurais latinos, prineipalmente Brasil © Argentina; outro, 2 cabal demonstragio de que 0 neo-realsmo, sob 0 duplo angulo Ge produgio e eligio temitics, legou As cinematografias jovens Tangades na. fogusin comercial oe possibidades de triunfar dig: ramente, ‘Tratando mais 0 primeico e enquadrando-o mais em am- Dito particular brasileiro — (abrindo um desvio a propésito...) = dexcenda-se logo como 0 exenplo de Reices, filme de qualquer ‘manera regional, vence justamente pelo zegionalismo foncionando ‘io como o exiico (vide Figueroa e a mudez de Reices), mas sim ‘como deseassitagies peculares se pode extra os rigores de uma Tinguagem, de uma expressio nacional, na medida que a montagem de Outubro & russa'e a ambitnca de Juventude & sueca, O regio~ nalisno cinematogrtico — apenas como tema — (© pugne-se pela 2 vida colocagso do western ¢ reconde-se Akira Kurosawa) seis cle metropoltano (Ouro de Népoles) ou campestre (Pascoe de Songuc) ¢, encarado por todas a4 arestas, 0 caminho de maior vis- bilidade 2” uma independéncin comercial em jungio.s08 cine-aces- sirios ~ os caracteres documents, cietificos: forgas que. atuam fm outros sentidos da cultura e que abrem a ampla polémica: pre- juizo estético/eontaminaglo versus importinia rendetora do. ci shema: tabua de seguranca tanto da critica eatlica quanto da mat xista — procurando deste emaranhado atingir o impereivel e para © artistic o vital ou a qualfieagio cstética que imortliza Joone Deare on Umberto D. ‘Ai o exempla de Alarraki se faz de uma presenca que nio poderia ispensar miiiplas consideragSes em torno, quando, em bora nfo transporte 0 caréter revoluconério, & uma adverténca, tum anincio que se entre nds nfo encontron equvaléncia enconteou dietrie no realiamo earica de Neleon Perera dos Santos, via. Alex Viany, 0 regionalsmo nordestino de Lima Darreto, via tegi0 chamada do. ciclo nortista, no regionalsmo gaicho de Salomio imo a literatura respestiva, afora 5 incursies tipo O Canto do Mor que infelizmente io encotra Tam continuidade, Mas entre tolos o8 nacionit, pela dupa rinse tencia € pelo terciro preparo — assim camo 0 eto que lita por ‘encontrar — destacariamos Nelson Pereira dot Santos, através das pesquisas formais intrinsecs e extrinsecas em Zavatind «Vis ont, como o brasileiro mais em preraracio para. stalizasies. na Tinka! de duaidade — unidade, pontificacio cisenstiniana e 0 re sultado de Benito Alarak Visto este aspecto conseqiente no qual — segundo. obsena- so de Alex Viany — Roices se coloea como um fine a exe ‘er influéncas, etomemos a sva exposicio, verificando como ‘Alazraki absorvew Zavattni Eisenstein e até que ponto logroa wa forma ser pecalos mais clamorosos. Porque pecador existem con: Sderavelmente na teedagem de Races. Como vino, a estrutura intema do filme suporta-se sobre a solugdo dos episbos t30_par- ticulares 20 neo-realismo, comp scligio de visio geal, « tio dist te em grandilogiénca do idémico mitodo original de Que Vive México! Na costextara sinds Alazraki se disciling a Zavatin, de envolvendo os roterot quase na dizegio do itoresco como cima © a ntrospeséo psiclégica como dizamismo interno. Go. que 3 amas haa absolutism dessas sitagSes; antes clas ge alternam © mes: smo se liquidam quando os recur inventivos do jovem cineasta abandonam ¢ suplantam o mestre, Atingindo porém o artesamato Sinema —, quando o logico seria 4 candata De Sica ou De Santis, en, a reiolugio provoea um choque de duas tendéncias altamen- te antaginicas: 9 eantiformalismos seco do. neoealismo ante a ‘ultra-expressioy senstinina, a busca eseencal do objeto cine feo, a cimera em grandiloqinca antiroméntica, mas de epurada no. séclo vnt. ‘Teoricamente a intengio de B.A. podria resultar, incusive, ‘em um filme lalver de mixima importincia, posto. que’ sintese dc tas tendéncias antaghnicas e culminantes em fares viais do desen- volvimento. do. pensamento.sniversl cinematogrific. A. impressio Aeixada por Que View Mérico!, ¢ certamente 0 profundo mer Tho. na teoris da montagem « da composigio sovigticas, iguait 3 postulagio teérica de Eisenstein, deiearam uma magea em Roles sofrendo, infeizmente, 0 tratamento servil que logo a densncia co mo um desgaste das invengSes muster, principalinente quando as imagens e 0 movimento jamais alesnam 8 maduress, por exerplo, 4o cunhecide episédio do entesto em Que View México!, no qual 4 iluminagio de Tissé e a mostagem de Eieenstsin, exclada da ritmica atonal & jntelectoal, rctram todas possblidades cinema: togréficas dos icleos ritmicos e plisticos contidos na materia prima, No episédio O Caolho — quando a mie leva 9 menino cego por uma subida frida até uma crur — embora a seqiéncia em i funcione magnifica — logo parece aoe aviados um espectro de Que Viea Méxicol, 0 que mio desmerece mas somente revela tum Alazeaki contdo, preso 4 intengioctalver de completar 0 in- completo pelo. mestre sovidtco. O- choque entdo.revelando um Tenperamento gil desi Tatando solugies mais avtdntcas como 2 do episédio sltimo, a Potranco, 0 saico menos influencado € que Vislumbrs, com destague na seyiénca do prostbulo, um 0 em diego do mondlogo interior antidiscursivo — teoriado ior Eisenstein até mesmo telaivo aos intensmeate verbals como fos de Joyce — quando € tamado 0 primeira plano das costas du mulher; & medida que esta gira assumindo o perfil, i um forte para. ceseup da india deseada e logo fusto voltando 20 primeiro plano da mulher completando © giro, jé de frente, Da a ‘ transferéncia psicolégica se far por simbolos — 0 do xale que con fere 4 prosttuta qualidade de ving desejada. Nesta cueta se- aqitncia — discreta © brihantemente — 0 cinema se anunca Reices pretende ser uma visio das raites do espinto mexi ‘ano, localzndat no indo, suporte enico ‘Sio quatro epsbiios eo primeiro se refere & fome como superproblema a6 soles de renincia com a sobrevivencia su- petando um estranho amor como que feito dos lagos da alimen- facio. A soqiénca de inicio nao fraz 0 choque Z/E, mas pleng- mente 4 seqiéncia binémio Z/De Sica em Umberto Dina qual a diwragio real do tempo entre mee crianga no quarto humilie € ‘antida como peneragio eliiente do sléncio, tal elemento de agio ‘Sonora dramatieamente. positive entrecoriado” pelo choro da eran ‘Ge viswalmente recebendo intensidade com a interealagio da ima fem do peru, logo eo para um corte em plano geral exterior com ‘© bomem lavrando a terra seca sob 0 veto em composgio por forow efeitos © partcularidades diretamente vinda de The Wind (1928), Sjestrom ‘Superando a possivelmente cuférica demonstragio de abil: dades artesanais e cultura rigorosa, rewrna B.A. 2 narcatva de Hostragio psicligica, linha De Sia, com o langamento da. fome, Esse epsétio Lor Voces @ aliés 0 que talver de melhor se reali zasce como montagem aplicada i penetagio.fnima. com ritmo © ‘Som agindo conjagados em superagio do ddlogo © bem tranemi tindo as intensidadesinternas, melhor que se flado, Na cena final a mie partindo no carro — a misica cvieada age como itm Ge dissolvéncia interior sobre amie. que abandons marido « filha ro deserto 20 passo que esses correm em grande plano pusados por trovling mtriso que logo atinge © ritnico e os sbandona cor endo. sem solugio até.a terra dilir o homem e completar a it tencio dramitica, digase uma pequena tragédia. No segundo epsidio, Nuesira Soira, B.A. daudica 20 #0- teiro © na linguagem, apelando para o.jomalistica para o di disco, diseursando sobre’ os Indios através de-um pade ¢ s6 con fequindo grau na soqitnca da mulher pasindo, todavia dominado pela simbologia da luz, recurso visual gasto. Mas & no teri, EI Tuento, que talvez melhor se realize tanto na sintse/choque Z/E, quanto no. sopro.poitica que. ineirada fama nova pequena ¢ mais densa pera de trageda. ork misticisme. Deswiandorse da pretend rassa em alguns s ee ‘momentos — salvo no ji assinalado © noutro que seixamos ars ssinalar — obtim da. procstdo motivos © pontor de vista sonorot «visuals inéitos sobre uma matria que, assim como os enterros, 58 parece saturada, Fugindo 0 possvel de Linha Gera evita a in Sisténcia das tomadas de grande conjunto que coloca a visio do cortejo © seguinte ato ltdrgieo em observasio estrita ao Angulo Pricalgico da rece ‘Assim a pura documentago perde em attude meramente ica para ganhar em exercicio da linguagem, transformando-se ade (quadamente no superproblema. E. das pulagies da. montagem am bivalete — 0 conflto exterior e 0 jogo immo das carga psico- Yogicas — adguire organismo denso 0 arcabougo misico do tem a0 passo que a intiga Iiterdia se vsualiza em plea podtica. Na sejincia final — 0 menino ergo jd dos dois olhos torturadamente pporado pela mie entre plantagées — 0 fantasma de Que Vivo México! "—¢ jastamente 3 parte do aqui citado enterro — domina mas no evita a eriagio de um desfecho sem desenlace vertical, mas findo em mixima calmindneia dramitica com a cruel aceite ‘lo da cegueira total que, como milagre, salva o menino do defeito aolho. A anunciagio om preparagio da cepucira total que se abi teria sobre a erianga 26 depois de visto 0-conjunto é que se far rotar em sua lentn armazenagio de imagens sobre amie colitis ra igeja sezando aos teés res magoe pela cura, enguanto al Marto deslumbra-se com os fogos de artlici. Do. grande primeiro plano dda mio materna tendo sobre a palma ot olhos de prata eacedem as imagens dos reise apés a eegueica do garoto pelor fogos que The avangam no Tost, rsa antecipagda simbélica de Alazraki, nfo inventiva mas re- sultnte de um condicionamento caltural reativo aos mais eficien: tes recursos expressionais do. cinema, vale pela revitaliagio que recebe, recriagio, diramos, bem jasta de novas perspecivas § ‘maior validade auténoma Hingstica da arte Gnematogeitica. Por ‘que nem mesmo 0 maior inventor/retiador contemporanco do Jegiada do Brasil: onde houver um cineasta disposto a filmar verdade © 8 enfrentar op padres hipécrtas © paicaleseos dace sura, ai haverd um germe vivo do. Cinena Novo. Onde houver tum eineasta disgosto 2 enfrentar 0 comercalismo, a explora, @ pomografia, o tecniciemo, al haverd um germe do Cinema Novo. Onde howver um cineasts, de qualquer idade ou de qualquer pro- cedéncia, pronto a pér seu cinema e sua profilo a servigo das faunas importantes de seu tempo, af haverk um germe do Cinema Novo, 4 definigdo 4 esta ¢ por esto definigdo 0 Cinema Novo +e ‘marginaliza da indistria porque o compromiaso do Cinema Indut- tril & com & mentira e com a exploragho. A integragio econdmica 2 ¢ industria) do Cinema Novo depende da literdade da América Latina, Para esta liberdade, 0 Cinema Novo empenha-se, em no- tne de si préprio, de seus mais préxinos e disperos integrantes, dos mais burros aos mais talentosos, dos mais fraccs 208 mais for- tes. E uma quesio de moral que se tefletid nos filmes, no tompo de flmar um homer ow wma casa, a0 detalbe que obserea, na, Filosofia: ndo é um filme mas um conjunto de filmes em evalua que dari, for fim, co publco, « consccncia de sta. propria exis 'Nio temos por isto maiores poatos de comato com 0 cinema smal (© Cinema Novo & um projeto que se realiza na politica da fome, © sofre, por isto mesmo, todas a5 fraqueras conseqientes Je Hottywoon TROPYKAL 65 Itacoatars, interior do. Amazonas, vive de casarSes do tempo ta borracha, Barranco soltri, comercantes drabes, ruas que dor mem no bergp marailhoso da selva, Para quem conhece 0 Brasil portugués negro, Ttacoatira € terrtirio estranho, sugertio de Amazinia espanhola. O casardo que projela o porto & arquitetura francesa. Batdo pelo calor e pela midade, 0 Smarco antigo go tha verde pilido de febre na cars do caboclo ao balango a e- de, Jovern cemitrio, Itcoatiara, em euja noite se pode owir 0 lendirio.gemer dos bichos, abriga um mestgo alto, chapéw dep tha e cakas Lee. A calga & de segunda, veio de Sio Paso para a feira do. Ceara, de If foi comprada por um mascate e revendida fap mercado de Manaus, dali entrom seve foi para remendada, ras pernas indolentes do eaboclo. Este homem nio sabe ler. T batka no rio ox no porto, planta jute, mandioes, ot pode ser se ringueiro. Quantas vezes foi ao cinema? O cinema de Tcoatiara Gem 16 mm. Cépias velhas, redusidas quise pela metade, so apresentadas a um prego minimo que mesmo assim € ato para 0 faboclo. Uma vez por ano, se muito na vida, ele ena no cinema, Analfabeto, vé imagens que Talam lingua esranha, A legenda faz parte do mistrio, Os homens sio grandes, valentes, as mulheree bedas, hi beijos na boca. Na ru, assustado, ae pergunta, ouve. 3 2 resposta: Americano! Povo maior, que viaja em cima da tera ¢ sbaixo do mar, certamente & mais feliz que de, povo menor, que fatravesa o vio a remo e esti aberto 20 veneno das cobras. A calca Lee, comprada ow reeebida de presente, the ds maior sepuranca Resto de armadura de Jodo Vaine, o caboclo & wm artista soolen to. O boteco vende cerveja gelada a0 aleance dos ries, O. Vis ante, derrtio, procura ongas e jacarts, Na praca, ha dara, 35 togis ‘tamoram 0 navio. © allo-falante toca um iii, versfo facional. Amoga motena pense que o repérter é wm artista: belo grandes, camisa de cores © cal Lee, nova. O aparato do fo- timetto da’ cimera, 0 cinta largo, ov dcuos, o relogio, objtos de uma mitologia que tealiza o milagre de faser o cinema salar (dag tear para a sida. No bar, melodia, entram dois rapazes € ham 0 estranos. Um se aproxima e-pergunta: ~ Cinegraisas? De Herbert Richers? (© joral de stulidades de Herbert Richers chega. Tacos: tiara com meses de atraso. Para as poucas pessoas que sabem le, ‘este jornal 20 fendmeno da informacio, e di, 40 Tesmo tempo, 4 conscgncia de que, no distante Brasil do Sul, se far a. mesma coisa que os americanos. Prova de granders, de igualdade ao maior, pai dos homens estranhos que invadiram 2 cidadcriaha com cime fas na mio. E se filma? Quando os rajazes descobrem o nome dos cinegrafstas o espanto fiea maior. Nao € Herbert Richers! B cinema novo? Sim, € cinema novo, © oor, que tem 18 anos e ‘ai estudar geologla em Belém, fala do Cinema: Novo com grande Conbecimento de causa. E quando pergunto qual o filme preferido tle aio sabe responder pois aio vig nenhum filme, apenas lew no Crnsero ou ua Cinclindis. Protesta porque ali ob chegam filmes cestrangeiros ¢ raramente, uma ou outta comédia de Herbert Ri chers, da Adntida, de Masssini ou de Jarbas Barbosa. Este rapaz munca conversou com o eaboclo da calga Lee que viv Jodo Vaine matar der inion. Ele & om rapas, que vai etwdae esloga porgue assim terh uma profiseo que interes a «minha ferras, tem uma sara e Yaga nogio de nacinalismo. © naciona- Tismo é um fendmeno extranho no Amazonas. 0 rio é a forga do omen débil. © rio € sua propria alienagio mas qualquer Tonte de energia teri. de ser deseoberta nas reagies Jo homem com 0 ‘io ¢ com a ava, cabonlo tem no lo e na selva 0 ventre 0 aM cenitrio. Be matark ¢ morrets para defender 0 rio € a sdva se algun dia spear de alguna amin “O'rajar que jf tenon 4 inisio no Colegio dx Padres Thanos, te vas joie ¢ revinas trae fake que oro et sev pons riquce ete {5 quai cr minéon steam a cio do ure” Estates logs porqe, anim, servrt sn tera, Este rajar ¢ um on Sala dhzents, 9 cab nena em cain em. © rap no gote do amricano porque cate que american meas se fina iso 0 minéto. 0 caboclo respi 0 amricno forge 0 ae, ties & superior © io erm tio. O ino ny repel hinguem Ondo se spain, plo revdver de eabo de madteperls lo americana ¢ 0 segue Gas dia. fn fort, cman 0 ane Feano tra fograis de dnvores psiagene, Oi. cone {olor o¢ movimento do amr, De mashisnh, © ine is tende sear fecha o americana no pesogo. No port, des dentao, bite, 0 indo exe um reer ener ‘Harbors eo) Manas ov Beli, vit» eabors ¢srabor, sratbon milagre, pir cratbon cake ov navion” Os novos eva {eos mingro do) Amap que vem a minus de mangas Por ta estas de fer onstis. pelos anereaos eer ne orto costs po ingests. Nav ron de Manas Taloterra € Franca se encntam 20 tmonqaion. ‘Now tis hea dels Ibe uigoe sens a Dako. pre, Sgro ameriany, 0 dat fod citer aberarete. Os ienion pokes epee nage fs fimes:cagam 0 americana para engemar span fetbom ford poiens| (© amricino cme um fsonaré com arror © sori, Nos tw Bis oan spre. Coty ta ai os foites enter Holle the mete ba ag arta a fabeca. "Mas quem print si trgon” Cough ou Faber ‘y/Mtursu? Tact racen dn chee olninintedeRie Ber ‘ouahs mas ates Radar King js tna ea a Ina ea fa umm imagen romantic ¢ himantara, Rowena inftros iG 0 indo de Vlture 08 ov tnion de Chatecriand no Gavan i Eiropa a migio de tr purnico do nto Indo Outro lado do par, para os frances © ww mi trem sida sxisencal, + cists do nogro que tenpeeu¢ tapformat me Singue c cjernm 9 atic ‘Um romance de Carpentier cont como nobres fancses fe saxcam no Sulomasoqsi te negros, Wo anase © ee a ses sexual. Colonilisma de minérios © came, um Marquts de Sade pragmatics, Os nativos de Gaughin refleem exatamente ete fa Emo sadomasoqusta que mais tarde veremos nos filmes afrcanos {de Jean Rouch Franz Post, Debret, Gaughia formeceram os primers. siste- mas de modes sos produtores americanos. O americano mata na tGvos mas. ama smericanor. A terra € boa para dinheiro mas 0 facismp evita 0 sexo na medida do. possivel, © eoloniliamo, re ‘engio, ea dina instincia, dos europens arrebents, inlusve, em {estos herbs como ov de Lorde Jim. Heroismo por amor, Be Toismo por sadotasoquismn como o de Sir Lawrence das Aribias ‘© heroismo americana & morasta ¢ Taras, em via hollywoo diana, é um defensot nae selvas do crime branco mas ao mesmo ‘tempo protetor de cenistas « exploradores honest. Como o Fan tasma © todos os subprodutos. Enquanto 0 colonizador exropew ros trpicos sofre e se instala e morre e retorma a Londres © a Paris e no consegue exquecer, 0 coloiatdor americano sorr, mae ta, rouba, rforna © gasta 0 dinheiro em seu prSprio pals. AS ex fees vale para of dois cisos, mas este botiaico francés sein fevessa pela vais da drvore, pela estrtara bildgica e por sta uti Tidade 20 homem, enquanto este ameriano se interessa pelo resul- ‘ado comercah desta Arvore [Nao que o colonizador curopen seja mais humano. Ele é mais utile soisticado, trax uma carga colteral que se integroa em Comportamento, © europeu metita dante da vida e da. morte Ov americano vive a vida e 4 morte com uma ojtividade sem rneances. Por isto ti, Levy Strauss nos trstes trOpicos v8 0 paraiso, Roguefller vé fabrics. ©. produtor de Hollywood mis fron habilotente o paraiso de Gavghin com © fumanitarismo de Kipling © somou a poitica do esplendor servil & moral do cowboy. Este resultado de Lorde Jim e Bfalo Bil merguha na selva para efendé-ta doe concorrentes © herolsmo americano defende uma ‘moral ¢ uma economia e nem sempre esta moral significa econo" fia, dai o confte, O drama americano se fax no teritrio do ‘capitalism © 0 rigor protestante do velbo testamento impslsiona © colgizador com a forga que impulsionou Moisés. A Califia ca dhnora tera prometida,O tropico € a nova terra prometida, CConio a ius © 0 univero. O colonizador tem uma moral a impor. No VietNam o americano dedara que uta para salvar a democra- fia. Democraca we funde a capitalisma moderno. Fin nome de 36 Deus se mata querritheires como antes se matavainlos, © deiio serado pela 16 como o delirio geralo pela ideologinasista. Os Antigo colonizadoresibricos trapiam a bandira da. Igreja so lado ‘da suprema vontade de ditar o império. Camber (ala em dilata to da FE do Império Removendo-se toda poitica, o colonialsmo sempre foi serk 4 cilatagio do. Império € a Keligio ou Ldeologia nada mis #0 a que sustentculos morsis do. Impéro sonics Ominca par o nvr, fais passiidade doco CINEMA VERDADE 65, Glowber Roche: Cinema Verdade: & caro que © nome eth mais ow menos na cara, mas vamos espeificar um pouco. fem ‘regra geval, um po de documentirio em que se usa o som dirt, cntrevistando pessoas, personagens, e recolhendo som da relidade,, fotografando de uma’ forma dita, procurande captar o maior rea lismo possvel, dai a palavra verdade; ou sea, um tipo de documen- trio gue. procura pelo som e pela imagem cefletir wma verdade, uma realidae. Esse € um conceito muito geal ¢ abcro, « & justa ‘mente por iso que 9 debateremos aqui, pois o cinema verdade € profundamente contcovertido em sua teorizagio © concetuagi, con” trovetido porque € um fenimeno navo do cinema. Nao € novo do tonto de vista cronoligico, porque, se fossemos rigorosos,o cinema E verdad desde que Luiére filmow a saida dos operitios ou a ‘hogada do trem. Mas, 0 cinoma verdade como concetuagio critica E revente. Tal concetiagio evtca, formal, digamos que eeia om os frutos da nowelle vague francesa que, se no foi a criadora fesse cinema, foi wma das escolas que agitou © problema, como também os americanon do cinema independente que, apbs expert as de TV e jomnalismo, chegaram fatalente a0 cinema Alls, um dos dados mais importantes sobre a origem do roma verdade como critica, como escola modema de cinem, & justamente esa aproximagio ao jornalismo, 4 TV. A figura que 2 evita francesa ¢ internacional tem como. 3. mais importante do tinema verdade — ¢ uma pesquisa a apontaria como pionera. do Sinema verdafe — € 0 cineawta francés Chris Marker, que € 0” ” bretudo unr homem de tlio © de TV. Do ridio, sua experiénca inicia, CM pastou & TV, e da TV passou a0 cinema. CM € pois tum jornalist egreso para e cineme. CM te transformoy em ci ‘nesta na medida em que o teu contato com a reaidade ma. qual ddade de repérter de radio e de TV 0 levou a0 cinema e fer dele tum desbraador do. cinema verde Por outro Indo, Jean Rowch, outra figura importante do Henics, Um Cinema Epo Didse. A ma oy ines nos pom apes agus tag deta et ie DiS, mas ts eaperincan sp tins sta dees Dita informago, E ipa rds 3 PERSEGUICAO B ASSASSINATO DE GLAUBER ROCHA PELOS INTELECTUAIS 00 HOsPIcio CARIOCA, SOB [A DIREGKO DE SALVYANO CAVALCANTI DE PAIVA 67 (Opera atonal-sureealsta, © tropicalisma & a essincia do melodrama. Tragcomddia sem Duco siso. O riso, xe howver, ¢ bils, Sem Cenévio: © iretor, se ver infivéncia de vitima, pode sudar 0 cenirio 4 sua vontade © autor, porém, recomend: 1,0 Glauber acha que a contradigo esta em termos de. burguesia ‘nacional contra imperilismo norte-americano. Tgnorincia. Ode envolvimento. pode conviver com © capital etrangeiro. © sube- senvolvimento € fruto do ataso tecoolgico! Economists de esquerda: — Alto 1, enteguista: © erro do Gla ber € achar que a colaboragio de erguerdismo com burguesia € impossivel para fomentar o desenvolvimento. Tem uma visio ro rmantica de sma armadiha Nistrea, © proletariado pode veneer por litica. Isto ele no vé. £ monolitico! Catslico socialita: — A estratégia.ganha mais sentido, no mo- mento est que o humanismo se infra nas contradies. A pla ‘ra cnsti_porifica 0 termo soeialismo. Mas Glauber ligoa a Tgreja, Sorrupeio, Quem sabe se. no teu simbolismo doentio, © pa rio estava na bacanal? eT Durgués progressista: — Ora, € am absurdo pensar que capital vive em bacanais. Sow um homem sico e nunca fuivs un bacs al Extudante; — Arar 0 seu, moralista! Burgués: — Moralista? Bstudante: — Explorador do povo! Como o Glauber, que explora © public CCritco coneretista: —O plblico & vitima de um disco. Onde me pego € aqui. O discurto € a deformagio da retrien, que, em fi, €uma esala vida histoicamente no cimplexo da Tinguager © groteseooperistico seria comseguido por bows. Nao. se_ pode centralzar a comoniagio em dervio fontics, A semintica re volucionada € Tpa como cristal Salvyano (sebindo otra ver nas_pernas de pau): — Senhores! A discus se desvia, AS acusagies so tntss que prefiro Taner uma antologia das principais, a fim de podermos instaurar © pro- cesso, Livio Bruni espera o resultado para Srar 0 filme do ear tar. Os bancos esperam of resultados! para. protstar os titulor A Academia Brasileira de Letras espera os resultados para votar tuna mogio contra 0 Glauber, ltamaraii espera os resultados tara rasgar os prémios do Glauber. A Policia, por fim, espera oF Fesultados para prender o Glauber. Acho, em princpio, que se trata inclusive de uma revisio de Deus ¢ @ Diobo, Mas isto é ou- tro assunto e vamos, afial, ser indvlgents. Eis as acuagies mais Airetas 20 filme Terra om Trance, a ben da verdade 1, iracional, Confuso. Gramticalmente cerrado. Plasi= camente pobre. Ritmicamente desinfluxo. Esteticamente opaco; 2. despido de vergonha, ow sei, de principe, £ com nist, Mas fascsta. agarcide, surreliide, bosalbide. No ajuda © homem. Denigre. & moralmente nojeto; ‘3. £ antipibico, Logo, como bem observou um uttre in- Aelectual aqui presente, € antipove. artigo de torre de marfim. 8 decadente, © bistro; 4, Literriamente & plssimo. Nio condus. Os adjetivos vie vem no lugar dos préprios substantvos; 5. Socilogicamente falso. Historcamente deturpado. Cari caturaimente destorcido. anticinera (Aplautos. Um conjuntinho de bossa nova se levanta ¢ cans ). 3 Conjunto: Com tanto sel no dia Com trie ster no mar Eve filma Terra om Trance Pra nos chatea (i) Nio ve, gor exemplo, A deradra sade seg pla ite Pa Ned ta madras (esale voal) © ue existe de belo Ee pltoreso no bamba (esas voc) Nto ti est ime Eatd € dentro do samba (bs ¢ breq). Poets: — © Brasil © svat mulatas em cujas cares me inspiro © 0 mar verde que se derrama em espumas pelas pontas de meus dedos, ¢ 0 verde que me ilumina nos terreiros de Jesu, € lansi minha senhora que levou a hima flor para a amada esquecida fa madrugada sangiinea. Ah, Brasil, de ti vem 0 leo da melodia barroea que me aliments Exertor de suceso (coma cronista): — Brasil & a falta de ‘stratra, Glauber Rocha no tem humildade. Nio sabe de nada, Botou Vivaldi numa cena de_povo. José Sana: — Alto Ik! Vivaldi no, Villa-Lobos Ezertor: — Tanto far. Ele 36 far filme para ir festvas, para tirar prémios. £ um cquivoco, & um cachorro. Ex vou fazer um filme, vou fazer um filme e mostrar para de Jornalist poten: — Canathal Pulha! Devia ser eassado. Um perigo. Detrator! Antipiblico! Antijornalisico! Pulba! Pulhat (Cintra Nelson Rodrigues, vestdo de Branco e fala balxo, ata vés de um microfone. Os quatro alto-alates estouram), Nelson Rodrigues: — & um vémito triunfal! Platia (iderada por Salvyano): — Pornogrifico! Pornogeéfico! [elton Rodrigues: — Com lcenga. (Retirase) Nelson Rodrigues (para_o portere): — £ 0 Brasil meu iho. Glasber exth certo, Ext, Como eu. Certo transicido, Morre- 4 como os mstires. Cero ¢ transicido! (Oto Lara Resende (entrando): — Glauber esté com cincer. Vou abraghlo, Afinal, sou mineiro, Neson Rodrigues: — V4, Oto, Vi Geeta ae estate fiend topenten ee glance ret dota, on ome Ce ee ee a wo pau «caine or Chee pape eral eta te ete eee ease wal feist Ean <0 on pe papedeb agement x eke af Stein, mpi er Ca ah es es, Ceege Dal sorta caesar santa Soe ke roe ide, a Sire ag geeky et pe Ve See cor ae eee rea Sareea nee cer een eee tee ee ete oe ee oe gee oes ee eee Se ae eas ee et eee ee alg dati ee te et oe ee eee ee es eee ee eaten era Gass accel ln cea lla ialvallotl paayeuep meprayragilpy aytlngeli ug sl ee es tema Date Sat eo apeertclay ig Eee sme ana te tle «roe ce» cy soto, Zelto Viana, o produtor, aparece numa das gules, Chi me) Zelto: — Glauber, Glauber, © filme ext dan um grande fst Vamos preparer 0 proximo. Estes cars esto por fora. Por fora sreamo. Deng esta rede af venta logo. Tenos de manda? una ‘rasa sola, Sea gente parar logo agora, vat ser fogo. No tom problema ce prof Os, 0 Cac, Sarracen,o Wale, @ Cu foal, Maid est todo. mundo st preprando pa filmar. Eo Tals Cals Barreto val fact o file do ido cm fNelion, Sabe de una esa? Carats de Ipanema esta um estar Eo Coutinho val filma também. Li en Sto Paulo o Capovila ath llmando, Eo Robert val eomear Isto para nip falar ma turma nova, 0 Escord, Puta, o Julio, j8 esd fliando, Eo Calton ecreves um roto genial. 0" Rogério. Sganzea ext toltanto da Europa para finar também. Este bert Santo Evtm lowe, Eo Kisuas etd metendo 28 cara. O dedio do Dib Ji-en com cal te tanto exer aclnara. O Miro Camcivo disse Qe nem ust mals {tinea Vai ma raga, Flow com Fira Gn 15 dias. Paulo Git eth fargando brass Palinho & loco ‘Rfonso'e Zé Medeiros aio dio clher de chi, E Fernando Dust te sth para te enforcar com uns metos de filye calordo. © Kranovtch jé eth au ase da_giria. O negécio est timo. O Riva dine que » Dif ests brindo ada ver mis 0 mercado. E Ghee. teefoou_ para dace que a Europa coninun com: frando. ©" Moist Kentler, eu ia me exquecen, também vai Rimar’ Eo Orlando Senna, i'ma Bahia. Tem notice do Jabor? O" Roberto Fara et (Nese rome, 4 It vase abrindo otra ver para uo tom lao, Diane das energies de Zalto, Steyano val feando ver- tubo € depois ee dere como sorete” Cada erico val murchan- oa care, cam. ames ¢ depois branos. Sentam-se.”Alguns MMe thoran de rive. Ostros, de frstracio. Uns intecunis que ‘Stovam a ala dircha vio sindo, La fora, chove. Os acaléicos ‘io entender det) Zeino: — A vida inlets! brasileira esti em fie. Estes as fo Tertes. Nfo manjam nada. O romance fav. A. pinta ‘A poesia. O_teatro, como dia o-gnado Orson, é umn maravilhowe “anacronismo, $6 resta a misca eo cinema. © Tnimigo do cine: ‘ma € 0 Fine comercial, boyal. Como 0 itt € 0 inimigo do samba. As geraghes falas, irresponsives, covardes e ignorantes, detetam o cinema. © Cinema Novo € wma cesposta 4 impotencia o intetecual. Se ex morresse agora, tara feliz por ter produrdo Terra em Tronce, De acordo, Barreto? Luis Carlos Barreto: — Claro. Neste pais de eqvocos, a verda- de cepa € agtile. Antes do Cinema Novo no existia cinema. Mes- tno no Brasil, Hoje, esta gente toda se reine para discutir. Falam sal ras eu perguno wma coisa, Se acabarem com o Cinema Novo gue & que va fear? As chanchads, ov fines de quarto be their, susaigismo. Por que existe Instituto de Cinema hoje Por causa do Cinema Novo. Hoje, quem fala mal do Cinema Novo fuse esle nome pars arrancar empregos € viagens. Suegem, mas fostas do Cinema Novo, or produtores de slima hora, of port fistas eos picaeta, Quando wma. chanchada tem alguma. qual dade e quer se valorizar, se apresenta como Cinema Novo. E quan- flo mesmo um esritor desses al quer se fazer de importante, traz fama das suas historias para os diretoes do Cinema Novo. alam tial por raiva. Por inveja, Nao deveros liar para isto. OT tito € quem tem azo, Tacito: — 0 Cinema Novo € indestrative. um fendmeno. Quem tinharazio era. Carlyle! ‘Embora 0 discarso de Barreto ao tesha sido muito violent, bastou o vom da verdade para esvarie a sala. Zelito sai por cima € Barreto sai por Baixo. Eacontra Mério Carneiro na porta ¢ tia): Luis Carlos Barreto: — Tmagl para iluminar 0 paleo. Mario Camciro. -~ Eu © © Davitinho flmamos tudo, da esquer- (a, 10 olhimetro Leis Carlos Barreto: — 26 Ventura gravou tudo? Jolorinho Nara Dal: — Tudo ob Water Lima Jinior: — Vou escrever um artigo: Subsdis. Alex Viany: — Pasa, termino cansando. Olhe que tem uns vinte fanoe que venho falando de cinema brasileiro ¢ esa turma nfo aprende Paulo Sarracenis — & fogo, Alex. & 2 mesma coisa com Rosse lini, na Telia, Ee & que sei o que € pichacio. Joaquim Pedro: — Pichado vou ser eu depois que filmar Macunal= que queriam mandar dois arcos Sarraceni: — E eu, que vou filmar Machado de As Gack Diegues: — © Glauber no topa © Machado Sarraceni' — Glauburw é baiano a Cack: — Bom, eu como vou filmar a vide do Geilo, & voume preparando, (Apagam-e as Tuzes. Dentro do cinema van, a tla rasgada, CCascas de banana pelo chlo, Glavber contines dormindo na rede, Apagase a dniea for do paleo. Ely Azeredo, com um ceviler, verre arrastando « tenta atirar em Glauber, pdas costar. Glau bet, porém, bate palmas ¢ aparece Geraldo del Rey, seu amigo de todas as horas. Geraldo toma o revblver de Ely e 0 atra para fora o paleo, Glauber se levanta telembra Tarthes). Gaur Rochas — A seguranga de are € prefer aos rics do (Entra © porteira ¢ fala qualquer coisa com Geraldo. Geraldo epee) Geraldo det Rey: Esti — dizendo que @ msiria dos atores tam: bbim fieow danada com o filme. Acharam fascist. Glasber Rocka: — Godard jd disse que os atores so seres in- fants, sem personalidade. Sio marcisstas em excesso. E no en tendem de cinema, Mas sio imagens importantes. eines. pro- longe a morte.” Estas imagens estar cternas, Aim da more Roberto Rorselini cain que ¢ mis ficl fotografar oman do (que fotografar um roto. O cinema, me disse Alexandre Kluge, Geve ser polifénico. uma nova arte © presa ainda 20 naturals: ‘mo/realismo do romance. © romance, os senhores saber, uma fexpressio do sfeuio XIX. f, pois, a linguagem da burguesia. O tiem é 3 Tinguagem do capitalismo, isto & séeulo XX. Cinema, jomalismo,televsio, cinema, porque foi realizado aé bem pouco termpo por homens com formagio do séeulo passado e formou ¢ de- ormot o pilico e's critica, FE a maioria dos intdectais. E, 0 que E mais grave, a msioria dos cineastas. O cinema € um instrumento de coragio do capitalist. Ou do policilismo. Liberdade, no cinema, ‘sempre foi crime. Exemplo: 0 poeta francés surrelsta Jean Viv |B, praticamente astassinado pelos produtores. (Muilar um filme como cortar uma artéia de’ um cineasta), Outro exemplo: Lui uel sempre provocou, « ainda provoea, fora de Paris, reagbes histéricas do. pablico e da critica (Quem se interessar por casos femelhanter de punigho aos criadores da arte do filme que dé uma. tlhadinha nos livros ou converse com P. E. Salles Gomes ou ‘Alex Viany. Digo, com estes, pois a maloria da erlia local, ca- Floca ¢ paulsta, ¢ polical, isto 4, costuma denuncar, sabotar e cae Tuniar oe cineanas brasieiror « mesmo os dalém mat), Rimbaud, RE para lembrar um nome conheco, que & ponto pacifico na poesia, Fevqyarecesse hoje fazendo filme como excrevia levava ovo na cara Kiem Cezanne, Ate memo Van Gogh. E estes sio artistas do feulo passada, nem mais vanguards so considerados. Por que 0 fSnema ‘tem de flear segundo a narrativa de Maypassant? Quando fom intelectual vem me dizer que no gostou de Terre em Tronse porque mio entendeu, di vontade de perguntar a cle se poesia ov {isis ele eatende tudiaho como entende uma reportagem, isto & tno sentido explicaivo, dbvio, ufulantérimo! Ince que, anos de- pois, se rept a intlerincia (pois € mais do que burrice) que ‘exist contra a epedra. no caminhos, do. Drummond. A mesma Coisa, Terra em Trane, € maioria do. Cinena Novo, até parece eedigio semanal da Semana de Arte Moderna. A cada estreia ‘novo eisindalo, novo aceso” de intolerincia e primarismo da inte- fectuldade bem pensante, da esquerda tebrca, dos ensaistas que andarn com bibligrafias na ponta da ingva, dot jornalisas igno antes e doe criticos de cinema de nossa terra (Ah, no capitulo ‘os ertcos, Senfior, d-me muita compreensio, mits pacienia, ito homer © amor, porqee, Senor, se eles sabem o que fazem, fc por fal no x80 inocentes, ah, Senor, nada mais grave do que 4 incompeténia ofiializada oe jomais, ab, Senhor, so dia do Julao Final terio de comer 0 fogo do Taferno. Bu vos peo, Se- hor, em prantos © humiemente, que no deixe nem a minha pa- Giéncia e compreensio « humor ¢ amor tombae sobre a figura de fam, e este tm se chama Ely! Ele, Seahor, to frag, ndo resis tira nem an peso da pacigncia, da minks’compreensfo, do. meu hhumor ¢ amor) (Glaxber reloma a frase citando Nelton Rodrigues) Glauber Rocha: — Como ed ia dizendo, tudo de novo chateia. A moral, a ertitica, 4 relagio sexual, esubilidade. Chateia. Inco: ‘oda, Vamos ver! o camarada que leva uma atitede de sbinte- Iestual e camege a ganhar um dinheiinho através de bisates tipicos do nosso subcapitaismo, compra um Volks, roupinhas novas ete, fc para dar ar da graca,comesa a dar palit eobre cinema. Des fobre os corte. Corte & isto, minha mulher! A mulher aprende 0 ‘que & corte com 0 marido ¢ fica embasbacada. Puss, casei com fam ginio © no sabia. O camarada, para se defender, comera a clogiar algune diretores da moda. Isto é da moda carioea ditads palo Moniz. Até que 0 Moniz gosta de une bone diretores. 0. DMonis, no final das contas, manja a fundo de cinema. Mat 0 Monis'tem contraidelogia. © Moniz elogia 0 Bidfora sem ver, of \etesta_o Khary elogia o Khury, gosta atl pessoalmente de mim ‘aay mands bras porgue, se 20 mands, brigh cam sua consién- ‘ia. Entio, por que o- Moniz nfo canalin sua competéacia para 0 Cinema Novo (cle detests Cinema Novo, ou no detesta?), Eno, (© Moniz i elementos para otal canatha medivere elogiar, por fexemplo, Sidney ‘Lumet cy com isto, aparccer_ dante’ da mulher ‘como genio, Ente, se entra na dgea dale um filme de cinema. no- 0, ee larga brass ogo, para Higuidar. Como os cinastas_fre- ‘gentam suas Areas de influénia, o melhor @ destuir logo, antes ‘que minha anuher teefone para dle, procurando saber o que é forte. Estoritha.sirdida, mas. verdade.Perguntem 20 Nelson ‘Ao Rodrigues, qara confirmar dramaticamente. E20 Pereira dos Santos para confiemar na prtiea, Foi o caso de Terre om Tron- as, Na montagemn, Escord diaia: «Vo meter 0 paus. Al eu co- ‘megiva a rir hsterieamente. Queria ver a cara dos caras. Zelito, ‘cio, ria de morrer. Eri ainda, E vamos vir até 0 dia do Juizo Final, (Quando entio, diante da divisio entre 0 que € Bom ¢ 0 aque € Roi, Es, Meu Santo Sio Jorge © a Fspada de Abraio, amos fazer'a Justiga. A Jusiga! (Descendo do mitiismo, 0 Autor, que nio se considera vit ta, tas sim algo, tlembra alguns twechos de Boland Barthes.) ‘Autor: — Uma dae coisas mais bacanas que diz o Barthes ¢ 0 ‘e... Mas, enguanto no momento stual da Histéria, toda de senio. confirmar um universo palcl dda mesma forma toda “inguagen’ intelectual nio pode senao ins: tituir uma paraliteratira, que mio ousa dizer sew nome. O. ime rasce dest ‘Tinguagens” pois, total, elas no podem se dirigir fenio a. uma curplcidade ou a’uma impotenci, isto & de toms 45 maneias, a uma alienagio (Tradl aqui escriture por tingua- fem por minha conta e risco)s. E adiante: ¢... Mas desde que F Tinguagem poética coloca radicalmente a Natureza em questo, elo unigo efeto de sua estrtura, sem recorer ao cinteado do Aiscurso «sem se Bloquear numa ideclogia, io hb mais “lingua tem, existe estlor através do qual o homem se volta complet fenfe ¢ afronta o mundo objetivo sem pasear por nenbuma das figuras da Histiria ow da soiaildade, (Esta socaidade, aqui, Ea mesma coisa que convencio, f melhor falar de amor em lin: sagem social, isto é, em Tinguagem catéica conjugal, Se falo fm lingvagem’ frodeana entio & fogo!s) ‘Acabanvse as rubricas. © Autor abraca Geraldo del Rey. A. rua sth vecerta Mas numa exqhina tom wm rape, tanga 6s per eeee ee e eeeeeeeeeeeeeee ‘conversindo, £0 Ferreira Gullar ¢ o Reynaldo Jardim. O Astor Sai at2 A eequina e os abraca em siléncio. Separanse. Do outro lado da rea, Jinio de Freitas o espera, dentzo do carro. O Autor fntca ¢ Janie, tambim sem dizer mada, arranca. Redam 10 minor tos em silencio. Jnio freia diante de'uma banca de jormais, olka as manchetes, confere a Olina Hore, ¢ parte. O Avtor, culpa "Puna, presen ler 0 artigo do Francs Finio ni iz nada. Continua, atravessn 0 tine. O aterro sti cinen. "Um daria, Em vermelho, com enormes letras verdes ‘e awit Diflm amuncia Garou de Ipaneme, de Leon Hirzmans Glauber chora diante deste anincio. Jinio, para conforti-to, gene = Vamos almogar com o Raymundo Wanderley, Eo Helio PPellgring te convida para jantar ‘A REVOLUGKO & UMA EZTETYKA 67 {Aiea gio do intl do muna skderemlido ee tre ser tm tein do sbearion ou um acon romaom calurervluondra ‘Gum Foto idee do mado suas aati © contains © Atv, do exame cvico de uma prosglo relia sbre dois tana japon 2 tcesineno € sa calere prints 0 demelvment a infin cla eu. cla scbre munis seen ‘Or snore dh era monica targa do mundo de sexvoign‘Scten et endo est, propo coteto ee Ss aap 'mInsvementn Se apflago as 8 cnpesr Wie ebdoarobinene A colar clonal STR conznda pb sy ein co sig. 7S sstoonhecmenta taal deve provocar em seguide ua a+ tude antecolonial, isto &, negagio da cultura colonial © do elemento Snconsciente da ealture nacional, erradamente considerados valores la tradi macbnaliot Indesenvolvido supera git uma luider revlucon 6 _Deste viento processo dilético de informagio, anilise © ne- fo, surgirdo duas formas concretas de wma cultura revoluco- 2 didies/epica 8 &ica/ditica [A dita ¢ 4 pica devem fancionar simultaneamente no proceso. revoluciondrio ‘A didivica: afabeisr, informar, educar, conscintizar as massas ignorantes, as classes médias alenadas ‘A épica: —provocar 0 estimulo.revlucionio, A didatice seri denttica. ‘A épica seri uma pritica pottica, que teri de ser revolucio- sire do pout de visa ete par que proj evoaconar+ mente sev objetivo ético. Demonstraré a realidade subdesenvlvida, dominads pelo Com- plexo de impotincia intletsl, pela adniragio inconsiene de ex tura colonial, 2 sua propria fossibidode de superar, pela pritica revolucondra, a esterldade erativa, ‘A éfica, precedendo © se processando revclucionariamente, es- labelece a revolucio camo cultura. natuel ‘Arte passa 2 ser, pois, revolugo, Neste instante, a cultura passa a ser norma, no instante em que a revelugio & uma nova pratica po mundo iatlectualzado A didética sem a épica gera a informagio estéril e degenera fem conscgncia passive nas tassas ¢ em ton consciénc nos inte lectus, inofensiva |A fica sem didtica gera 0 rorantismo moralsia e degenera em demagogia histérica touatiria ‘A ova caltura revoluconiria,revolugio em si ao momento fm que cviar € revolwionar, em que ciar & agi tanto no campo fa arte quanto no campo politico e militar € 0 resultado de uma revolugio cultrabhistrica coneretizando-te, no mesmo complexe, Mistria « Catura or ner cee eee (© objetivo infinito da Tiberaio reveluclondria & proporcionar ao homem uma capacidade cada ver maior de produzir seus ma- feria uiililos segundo mm profundo desenvolvimento. mental ‘Vina revolugio esondmica e politica que se desiga de uma evolugia cultral tomate insficiente na medida que conflitua 0 Thomem entre sea liberagio econdmica e seu atraso mental ‘A revolugio elevark a socidade subdesenvolvda 4 categoria desenvolvida e af surgird uma nova necesidade: a aqfo desma dora dos nacinaliemos culturais, a agS0_civiizadora contra. mitos f traligSes conservadoras; a agio substitta de valores integrals (a colabragio humana, 4 que se limita pelas remanescencias do falho. significado burgués. da individualidade: (© sentimento de colaboragéo humana renova e revel wma nova categoria de individyo, mas € necessrio para isto que a. velha cultura sejarevoluconada Neste etigio, a ica diditica necessia do instrumental cien tifco psico-anaitco a. fim de fazer de cada homem um cviador ‘gve, de posse consciente © informada de todos sens instruments fentas, Posen faser a revolucio dae masta criadoras REVOLUGKO CINEMATOGRAFICA 67 Para o Cinema Revolucionirio no existem fronteiras cal turais ou idoligias. Desde que 0 cinema é um méodo e uma ‘expresso internacional e desde que este método ¢ esta expressio ‘tio dominadoe pelo cineme americano associodo aor grondes pro- ‘lutoree nacionais — @ lute dos verdodciras cincastos independen ter ¢ internacional (Os cinesstas independentes devem se organizar numa luta eo- mum. Nio existe poder cultural sem poder econdmico e politico, [A finaidade dos cineastas independentes deve ser a de conguistar ‘© poder da produgio eda distribuiglo em todos os paises. ‘Todos 0s cineasts independentes devem se organisar nacio- ralnente ent grupos de produgio « distribu « contar com a cio efetiva de denincia ‘ceontmica e desmistifcagio estén do ‘nema amerizono e respestivos subprodutor, Ot cineastas inde- pendent devem prodir filmes capazes de provecar no piblico fim choque capaz ike tansformar ia edocagio. moral estética 6 realizda pelo cinema americana. Esta revousto nio € obra de tm filme as de toda una produgio internacional permanente Trent revlscionra, Por ito os propos taconls organism ‘even Se relaconarintemaconamente para acta 2 c-prods fo ¢ 8 dstbuigo, Ext organsngSotntenaconal deve tr fone fee con responeabidade ¢ scifi. Para isto € necssrio que 2 vite atue tam sobre on cneasias e scbre mes, tant formando os concetos academics miallgcos do cinema, que todos fandads sobre 2 efi colonizadora do cinema ameieano "Ata deve ser ete, contmica e pli, No mundo coptalita 0 pono periciow do procsto cinema togsitico't > datbngio, Or diruidores resben ura. emis S35 levada Spenas para estableer um trilico de conttos entre rotor e 0 exibidor. O dstibuidor fnvete 90 por ceo me tos que o pratutor. Um filme, para ser produida, necesita, por into, "de am acordo prévio de sim distributor. Caso contriio «= turk sujeto a uma praia, O distribuider, assim, alianta 20 produtor, pelos dtetor de dntibuigio, © proprio dinero do por tor. f necessirio que of cineasan, pa star conta it, se ttansformem em produlores « cisubuidores. Os protutores, em serundo grau, fem 0 (ifico de pretgio. dos atures © dos cr peastas, através dos goals se ansociam aos distrbuidores, Asim ts verdasior prodtorer itleans de fies, Geass € at0- tes, em primeio. grat, ¢ ténieo em segundo grat, so. alenados 2'scu tabalho c setam, em ome det possidade Je cx reso, a exploragio don prolstores dntcbuldors. neces: Bio que 0 corto de liga sje transforma pelo once pendator cfodor, 60 & um proisional expecaindo fon onganisat'a prodagio de um fine em termos de particpagio egal aor ouros tenzos eats. eopecalraos. Assim, 0 fontato ene ©. froduo/fme © 0 exbidor deve ser det AS Crpaniagoes de Aisribiglo devem ser contadas ¢ pstas a sr Vigo don nacor proitores, A pari aldo descnavimento nar Sonal die produgbe, € que st tora posivd 0, desenvolvimento fe oma tntormacinal cinematoréfca capas de entenar em quan Sane e qualidade 0 Gnema omericaro. Para bio € necesario que or tincstas independents sejam_frmes a. sun deisio de ater, tim Cincna Novo do font de vstresteico/tico. Somente assim, través de una ado internacional quaitetica, © cinema pole ser toes intramentorevlucindrn Yi" eficaz quanto 0 insramento Yatico de rlonizagha que 0 cinema americana 6 Eo relaglo aos paises socialites € necesiri que at nostes de ont rls do sao KIX aja sis por nies cm cnporiaeas e que. sinema soialita se livre 0) male. depressa pout das infléncias esticas organizadas pelo snundo oxen UE eapialisa, cas mesmay em evae e sustentadas apenas pla ne fessidade de sobrevivenia tec. No momento em que a calars Seidetal capitalist duvide de seus préprios valores, & neces ve o cinema socialist e preocupe com a nova elra © cont Ba, deforma eficar, para a baka internacional doe. cinemas revoluionsriw, do mundo. capitals, TExutem sbiosvicis etcos do cinema amercone no cinema socialise. No bast inverter a moral capitalise or ama. moral Tovialta e consocor o esrtura do cinoma emericono pare forer tm Cinono Novo. © ue deve ser tranaformado adicalmente "propria etrtura do sinoma omericons funded mum encom to antdialic. “O cinema independente ets dante de uma revolugio cultral. sua revlugio. deve se conscientizar a partir da_ propia ten Ge produgio, coos exezplos pariclares « desorganizados poder Se. ats non quadros do neoreatons « nouvelle vague, 1° Vimentos que se extrminaram gor que nl0 se orgonizoram no Jono sconimico’ ¢ plitco. ©. cinema emerzono deve ser batido fn seu proprio terreno. Os ecnemar de arte ension, fronts de fata do Cinema independent, ja comesam a ser cotainados pelo Cinema americana. Be necessiio que 0 maior nimero possvel de froducio indendente, com distinsigio conelada pelos inet Drodutves,ivadscn as grandes alan ‘Uma bataha agressva do cin independente Provocard wma polomica som onceednter no Ksiria do. cinema "A partir deste memento 0 cinema independent pasaré de {ato ealtral' fat piteo e starh bem prepara para enfrentar toib tip de agrssda e de sabotage do cinoma amercone Para que st organize movimento sacionas de eineastas in dependents ¢ necestrio que 0 proprio concito de osfor cinema logratco sea revluionado. Q ciate no pole ser consderado o aristaislado com 0 posta ovo piotor. O cineasa deve ser Gon tania, um economist, im public umn ditribidor, um ox ‘or, um ric, un expectador'© um polemista. O cineasta deve ser um homem de acho, fisca © intdlectualmente preprado para Tota" flme Sndcpendente deve ser improvaad> partie dos 7 sis poss, & Bako cot « em pouco tempo, Mas, 0 qve & fundamental” a8 ties de proigie dem periir ao. cnsea se dearer, porgue ents pr deur Snel © cinema pderdablar-aGominagio esta pla econiien fo cnomaomecan Assn enta devs et arte, aon ull, wm plinth Genin” An tes de tudo @ ine ert Ser reaisao plo nest, um dor the deve ter cra Goomaigatien © ra polic, © cera fee ser tm mtn 20, mesmo tengo que expe. E eta ex promo deve se agiato 20 mesmo tempo que dia, Dal 6 Site Soe or inegr ag peso seelankea 2 o coma Bpie/Dissicot 2)" Av vanparss nerfs deca pals deve sre sic 2 fim dengan oma oles nova de produgio © Dui panies comraitespuraares de ta 6) ee vangarian,oranisadas, dev promover ua Tn ternaonal Clason ain deci os fe Je inepro™ Sidon: ©). prs a orgaiago misonl « intemaconl & necsiro ontar ci front de census, ccm oistars roa. fi, sors, Gore pesame dca © ificeamenteneressaias uma revolt cinematic: ‘iran em tn i ae © Cina, sno 9 tals olerso intromento de comune exsente (ajo de odo tm sla ox om eit) tuna nm laden fon amen ia contra imperialism ©) que somente a art de wa aco intercon organi sata ‘optlesion individ de saetas podem se integar © qc Gualger talent invithl e marginal a um pros Telos fo interaconl se transforma, pele contadgbs, en stromen 1 Galeeamente Sul ao penser. tperiit, TRICONTINENTAL 67 Tricontinentl, qualgver cimera aberta sobre as evidénsias do Teeciro. Mundo, €-un_afo"Tescluionrio, "Tricontieatal, o aio revohciondrio € produto de uma ago ve se fard reflexion proceso de ita, on ca pn ennemncmene a ‘Triconinental, a escolha politica. de wm cineasta masce do mo: mento ent que a lar fere sua pelicula. Isto porque cle escolheu & ust cimera sobre o Terceiro Mundo abert, terra ocupada.. Na rua ‘uno desert, nas flrestas og nas cidades, a escolha € imposta e, ‘mesmo que a materia original sea nevtrs, na mentagem ela se faz fiscurso contra a matéria pode ser impreis, difeso, bivbaro, irra. ‘ional. Mae & uma recusa tendencosa “Teiontinental — 0 importante € 0 filme? © que & am filme tricontinental? Um produtor, aqui, € como um General. Os ins trutores estio. em Hollywood como ao Pentigono. Nenhum ei seastatrlontinetal & He. Ndo digo lore da prisfo, ov da cen urs, ou doe compromissos financtiros. Livre, digo, deste se des Cobrir homem de irs continenes; mas a este concelto no se far reso; antes, ele, se faz Hivre: a perspectiva do fracas indivi= fal se dled na Histia. Palavras de Che = Notre scrfice et conicent, est le prix de ta liberé ‘Tricontinental — qualquer outro diseurso\ € belo mas inofer- sivo, € racional mas cansado, € cinematogrifico mas initil, € re- flexivo mas impotente, e mesmo 0 lirismo, este para no ar, masce da palavra, se far arquitetura, mas € logo pastiva ou esti conse Piragio, Aga, para lembrar Debray, verbo se far carne “Tricotinental — 0 cinema de autor, 0 cinema politico, 0 ci nema contra, € wm cinema de guerttha; em suas origens @ brutal ‘© imprecio, rominti e suicds, mas se fark épico/diditico © cinema mexicano sofse de um mal rocionalista, D. Luis Buiuel, iheo-americano, considera Que Vioa México! um filme ‘atistico», Eisentin nfo compreendes a expontancidade da ar- Guitetura asteca ou 3 substantiva monumentaldade dos desertos € uleées. Sua tentatva de esletizar 0 novo mundo se equpara & fentatva de levar a Palavra de Deus (e os interesses do. «Con- quistadors) 208 indios. A Cultura era também dos inios. Esta Cultura Maia, Asteca, nea foi descoberta e ciilisada. No tert trio da magia, o Indio se deixou seduzir pelo volume andante o cavalo: 0 quadripede era Tanque de Guerra: bieho sagrado, Jnvencive, Hoje em it, sislos depois, Ho Chi Min resist aos ‘engenos tecnolbgioos do" invasor. (© cinema mexicano adotou os quadros de Eisenstein disfar- ‘do em jesuta, em sequida misturou estes quadros com a mar ‘ha da técnica hllywendiana e fer de tudo isto, mucstro Mezco, n [A indstria defendida por tes © sindicaton, nuestro Mésico, © na- onalsma romintico © ilusio da Histria, muesira revlucion ‘ombreror, mujeres 9 sangre. Sol sobre nativos: Murnau (Gaughin), Faherty all viram cor pos e mares, sorritos ¢ tragéas, como & paral volento eI Derador estes Portos Latinos onde, 10 hove and hove wot, Bogart sente¢ sofre 0 exotsmo das revolucées. Antes de 0 cineasta latino ter o direito de deparar o motor de sua vela cimera, a arte © 0 ‘oméccio dae grandes Companhias os haviam dado seu cinema € 1 Kis do sew comérco Os mexicanoe proibiram © proibem fmes antimexicanos Proibem, pois, wna peguena garcela da. prodecio americana que trata os mexicanos como poltrdes, Maso pior & que, na mairia don filmes saidoe. dos esticios de Churubusco, os mexicanos ou ‘Ho poltrdes ow so ingénuas criagSes da naturesa. A indistria, mexicana, se defendendo da infaia, a copia como cinemas socia: Tistas copiam 0 cinema reso que copia a férmula americana, O racionaliamo mexicano isolou 0 México da América Latina. Nao por acaso que, 4 excegzo de alguns cineastas jovens que +5 agora comegam a trair nuestro México, D. Lsis Bufeel & consderado um ineasta marginal. Mas em suas comédias © melodramas, também filmados em Churubuzce, estio o& primeiros ensaos sobre a civ liaagio latina, depois do spocaipse eatin, zapatiano e,.. eivens- ‘Pampas ou asfalt, Argentina troaxe pedra por pedra da Fux ropa. Argentina, pitria'de Ché, discutindo em dtimo francés sobre 4 eatétca do absurd, nfo desconfiava que o progeesso de Pern ‘io era desarollo,..». Com os boltos varios, os aristocratas esta- vam dispostos a sacrificar a comida em beneficio de uma gravata Dior. A burguesia pré-antonionlana dos filmes argentios tinha sua incomunicabilidade linitada pela subavtrglo. Mas no pronuncava fete nome: se a literatura de Borje/Cortizar precede muitas ex- Deriénciae do roman nowwreu, nem por isto 0 tempo consepuit se articular (ou nfo) nos filmes pré-esnasianos. Solitirio, 0 cinema argentino descobris 0 Estilo antes da Histéria, Um personagem de TTorre-Nilson, disciplinado num nivervo difsso em Bergman, nada contegue além da aicipling, £ uma disciplina no hstrica porque acrtca, io se expie 4 lus: nfo se faz violent, antes conspirs ras sombras sobre um mundo que alo existe culturalmente em sua n mmr soperestrutura, Aqui o verbo nfo se far carne; & sombra © Iie {Ginza ¢ negro) sum pais que aio se integra ma América ‘Que ‘remota mi consciincia do isolomento provacon em Ch idadio argentina, legendéria exisincia de homem tind ¢, i Dulio mai, homom tricontinental? ‘Um cinema decadente, antes do. préprio deeenvolvimento, na mesma terra ¢ época de Ché, € um cinema que aio pole ser evo tela téenicn ow pelo manual de esteten Mais do\que qualquer ‘outro cinema tricontinental, o cinema argentino, necesita de um Views ‘Viva América, em Cuba, tudo esti por fazer. Um cinema gue se concentrando sobre filmes diditicns, tem como importante con Tribuigio revolucionéria 0 trabalho de te desintoxicar completamente do relismo soit ‘En smplifiont les termes de cer polemigues, qui ipliquaiont de artistes et quelques fonctonnaires, on déferdeit wo art plus ‘moins apporenté ou réatome socialist, indie gud Fautre (ches Ta Grande majorté dee ortiice) on défondot ux art gut ne rennonce Pas our conguiter de Pavant-gard, La defaite du promier point de ‘ove fu contacrde lorsque le Che, dans eLe socalisme et Thomoie 4 Cubes, fastiges le réalsme soiliete, some towefoie toner Tee cond point de eve abrolument satsfaiant= pour lu, it ne fout par se contnter de ecte position, mais il fout aller plus loin. Mose or aller plus loin i four partir de quelque port, et Pavant-garde semble un bon point de départ, sion arrvées (esas Dist) ‘Outros patses latinos (guaranis, amazinicos e andinos) munca tiveram ou raramente puderam disparar o motor de uma cimers salvo em atualidadesoficais onde vemos Generalssimos ¢ sist me: datas “Tecomnet, ano, o Dra al portats Pasa a pita 4b geese chama

You might also like