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ORDEM DOS PREGADORES

PROVÍNCIA DE PORTUGAL
FRATERNIDADES LEIGAS DE SÃO DOMINGOS

TEXTOS E
DOCUMENTOS
REFERENTES AO
LAICADO DOMINICANO
(1982-2020)

Selecção e tradução de Gabriel Silva


Porto, 2014 e 2020

1
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3
2. CONSTITUIÇÃO FUNDAMENTAL DOS LEIGOS DOMINICANOS – 1987 .......... 5
CONGREGAÇAO PARA OS RELIGIOSOS E INSTITUTOS SECULARES ............. 7
3. DECLARAÇÕES GERAIS DO MESTRE DA ORDEM ............................................ 16
FR. DAMIAN BYRNE – 1987 ............................................................................................ 16
4. DECLARAÇÕES GERAIS DO MESTRE DA ORDEM ............................................ 19
FR. CARLOS AZPIROZ - 2007 .......................................................................................... 19
1. DECLARAÇÕES GERAIS DO MESTRE DA ORDEM ............................................ 24
FR. BRUNO CADORÉ - 2019 ............................................................................................ 24
2. DIRECTÓRIO DAS FRATERNIDADES LEIGAS DE S. DOMINGOS DA
PROVÍNCIA DE PORTUGAL - 1990 ................................................................................ 31
3. DIRECTÓRIO DAS FRATERNIDADES LEIGAS DE S. DOMINGOS DA
PROVÍNCIA DE PORTUGAL- 2014 ............................................................................. 54
4. PROMULGAÇÃO DIRECTORIO- 2019 .................................................................... 82
5. DIRECTÓRIO DAS FRATERNIDADES LEIGAS DE S. DOMINGOS DA
PROVÍNCIA DE PORTUGAL – 2019 ................................................................................ 84
6. DOCUMENTO DE BOLONHA SOBRE A FAMÍLIA DOMINICANA – 1983 ...... 106
7. ACTAS DO II CONGRESSO INTERNACIONAL DAS FLSD – BUENOS
AIRES/2007 ....................................................................................................................... 110
RESOLUÇÕES DO III CONGRESSO INTERNACIONAL – FÁTIMA/2018 ............ 115
ESTATUTOS DO CONSELHO INTERNACIONAL .................................................. 138
DAS FRATERNIDADES LEIGAS DOMINICANAS (ICLDF) .................................. 138
9. ESTATUTO DO CONSELHO EUROPEU DAS FRATERNIDADES – ECLDF 151
10. ACTAS DE CAPITULOS GERAIS ....................................................................... 161
CAPÍTULO GERAL DE ÁVILA - 1986 ....................................................................... 161
CAPÍTULO GERAL DE OAKLAND - 1989 ................................................................ 168
CAPÍTULO GERAL DA CIDADE DO MEXICO - 1992 ........................................... 169
CAPÍTULO GERAL DE BOLONHA – 1998 ............................................................... 170
CAPÍTULO GERAL DE PROVIDENCE - 2001 .......................................................... 176
CAPÍTULO GERAL DE CRACÓVIA - 2004 .............................................................. 188
RELATÓRIO DO PROMOTOR GERAL DO LAICADO DOMINICANO - 2004 ..... 190
CAPÍTULO GERAL DE BOGOTÁ – 2007 .................................................................. 199
CAPÍTULO GERAL DE ROMA – 2010 ....................................................................... 200
CAPÍTULO GERAL DE TOGIR – 2013 ...................................................................... 202
CAPÍTULO GERAL DE BOLONHA – 2016 ............................................................... 203
CAPÍTULO GERAL DE BIEN HOA – 2019 ................................................................ 204
.11. CARTAS DOS MESTRES ..................................................................................... 205
OS LEIGOS E A MISSÃO DA ORDEM ...................................................................... 206
O LAICADO DOMINICANO E A PREGAÇÃO ......................................................... 212

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1. INTRODUÇÃO
Já em outras Províncias, leigos dominicanos, frades, ou ambos em
colaboração, realizaram, mais ou menos recentemente, recolhas de textos
referentes às Fraternidades Leigas de São Domingos e ao Laicado Dominicano,
provenientes de fontes «oficiais»: Capítulos Gerais da Ordem, Declarações do
Mestre Geral, Assembleias internacionais de leigos ou da Família Dominicana.

Trata-se de importantes recolhas por numa mesma publicação, se


sistematizar a legislação e as mais relevantes indicações e reflexões acerca dos
leigos no interior da Ordem dos Pregadores.

Este material, não sendo obviamente de consulta «diária», é no entanto


fundamental para uma formação de base e permanente de qualquer leigo
dominicano, na medida em que cobre um período alargado de 40 anos que vai
desde os primeiros passos dados para a concretização de uma nova Regra,
actualmente em vigor, até às referências mais recentes do último Capítulo
realizado.

Embora algumas disposições tenham já sido modificadas ou mesmo


revogadas, a sua compilação num todo ordenado de forma cronológica, permitirá
ao leigo dominicano aperceber-se não apenas dos normativos e recomendações
actualmente em vigor, mas da própria evolução que a presença, pertença e
partilha da missão comum da Ordem por parte dos leigos foi sendo encarada nas
últimas quatro décadas.

Por fim, este trabalho terá também o objectivo de constituir uma colectânea
de documentação oficial e legislativa referente ao Laicado Dominicano.

Para este trabalho socorremo-nos essencialmente da estrutura do


documento similar realizado pelos leigos da Província da Austrália. E por dois
motivos: encontra-se disponível online, facilitando a sua consulta, selecção e
cópia, e por outro, em confronto com outras edições/selecções similares (francesa,
alemã, por exemplo), que igualmente consultamos, nos ter parecido mais
completa e com uma estrutura mais lógica e facilitadora de consulta pelo leitor.

Para as traduções, além do material em língua inglesa acima indicado,


utilizaram-se as diferentes Actas oficiais dos Capitulos Gerais da Ordem que se
encontram disponíveis online.

Gabriel Silva
Porto, 2014.
(actualizado em Dezembro de 2020)

3
4
2. CONSTITUIÇÃO FUNDAMENTAL DOS LEIGOS
DOMINICANOS – 1987
Contexto:
Os actuais Leigos Dominicanos tem a sua origem com a promulgação da Primeira
Regra pelo Mestre Geral da Ordem dos Pregadores, o beato Fr. Múnio de Zamora
em 1285. A origem espiritual dos Leigos advinha dos movimentos de penitentes
que rodearam São Domingos, o qual juntou à sua volta grupos de Leigos para a
defesa espiritual e material da Igreja e para a missão apostólica. Os Leigos
existiram sob várias denominações desde a fundação da Ordem. A primeira Regra
foi promulgada por Múnio de Zamora em 1285 destinada aos «Irmãos e Irmãs da
Penitência de São Domingos». A regra de Múnio, bastante modificada, recebeu
aprovação papal em 1405. Esta Regra vigorou durante séculos, servindo os
Leigos e sendo adoptada por outros ramos da Família Dominicana.

A Segunda Regra, adaptada por força do novo Código de Direito Canónico de


1917, foi aprovada em 1923 pelo Mestre Geral Louis Theissling, com o título:
«Regra da Ordem Secular de São Domingos».

Depois do Vaticano II, sentiu-se a necessidade de uma nova Regra; assim, uma
Terceira Regra foi aprovada em 1964.

No entanto, o Capítulo Geral dos frades, celebrado em River Forrest, EUA, em


1968, pentendeu que a dita Regra estava ainda demasiado imbuída de um espírito
clerical, contrário ou não tendo em devida conta o papel dos leigos na Igreja à luz
dos textos emanados do Concílio Vaticano II. Propôs assim uma Quarta Regra, a
qual foi promulgada pelo Mestre Geral Aniceto Fernandez em 1969 e aprovada, à
experiência, pela Sagrada Congregação para os Religiosos em 1972, sob a
designação de «Regra para as Fraternidades Leigas de São Domingos».

Com esse título, a referência a «Ordem Terceira» desapareceu, o que foi


confirmado por legislação aprovada pelo Capítulo Geral de 1974, o qual aboliu os
termos Primeira, Segunda e Terceira Ordem.

Finalmente, após a promulgação pelo Papa João Paulo II de um novo Código de


Direito Canónico em 1983 e do «Documento de Bolonha» sobre a «Família
Dominicana» também de 1983, o Capítulo Geral celebrado em Roma em 1983
ordenou ao Mestre Geral que organizasse um Congresso Internacional do Laicado
Dominicano visando a renovação e adaptação da sua Regra. O Congresso
decorreu em Montreal, Canadá, de 24 a 29 de Junho de 1985, após um processo
de consulta às Fraternidades do mundo inteiro e uma nova Regra foi adoptada.

Esta, sendo a Quinta Regra, a «Regra das Fraternidades Leigas de São


Domingos», foi aprovada pela Sagrada Congregação para os Religiosos e

5
Institutos seculares a 15 de Janeiro de 1987 e promulgada pelo Mestre Geral Fr.
Damian Byrne a 28 de Janeiro do mesmo ano.
Na sequência do III Congresso Internacional das Fraternidades Leigas, realizado
e, Fátima/2018, o Mestre da Ordem promulgou em 2019 uma nova versão da
Regra a qual incorpora duas pequenas alterações, relativamente à Regra de 1987.

Os leigos dominicanos regem-se pela «Regra das Fraternidades de São


Domingos», pelas Declarações Gerais do Mestre da Ordem e dos Capítulos
Gerais e pelos Directórios Provinciais ou Nacionais, regulando estes questões
práticas de organização local, tal como solicitado na Regra e nas Declarações
Gerais. Estes Directórios são redigidos pelos leigos ao nível provincial ou nacional
e são submetidos e aprovados pela autoridade competente (LCO 149).

6
CONGREGAÇAO PARA OS RELIGIOSOS E INSTITUTOS SECULARES

Prot. N D. 37-178

Prot. 50/86/97

DECRETO

O Mestre Geral da Ordem dos irmãos pregadores, no dia 14 de Março de


1986, através do Procurador Geral, entregou a esta Congregação o texto da
Regra das Fraternidades Leigas de S. Domingos, a fim de obter a aprovação
definitiva do mesmo texto.

Este Discatério, tendo ponderado atentamente todas as coisas e obtido o


voto favorável do congresso, aprova pelo presente Decreto a Regra das
Fraternidades Leigas de S. Domingos, segundo o texto latino, cujo exemplar se
guarda no Arquivo do Discatério, feitas as correcções indicadas pelo Congresso
numa folha anexa.

Não obstando nada em contrário.


Dado em Roma, no dia 15 de Janeiro de 1987

Fr. Jerónimo Cardeal Hamer, OP

Vicente Fagiolo
Arcebispo, Secretário

7
Nós,
Fr. Damião Byrne, OP
Professor de S. Teologia
E Humilde Mestre e Servo
De toda a Ordem dos Pregadores

ÀS FRATERNIDADES LEIGAS DE SÃO DOMINGOS

Caríssimos Irmãos e Irmãs no Senhor e em São Domingos.

Cheio de alegria, entrego-vos o texto da Regra das Fraternidades Leigas de


S. Domingos, recentemente aprovado com carácter definitivo pela congregação
para os Religiosos e Institutos Seculares, no dia 15 de Janeiro de 1987.
O texto da Regra anterior, promulgado pelo Mestre da Ordem, Fr. Aniceto
Fernandez, em 1969, fora aprovado pela Sé Apostólica somente «ad
experimentum» (à experiência) em 1972. O Capítulo Geral, realizado em Roma
em 1983, encarregou o Mestre da Ordem de celebrar um Congresso Internacional
de Leigos de S. domingos para adaptar e renovar a Regra das Fraternidades
Leigas. Congresso este que, felizmente, se realizou na cidade de Montreal, no
Canadá, de 24 a 29 de Junho de 1985 e que redigiu o texto que foi agora
aprovado definitivamente.
Esta Regra pois, seja acolhida nos vossos corações e nas vossas
Fraternidades como fermento evangélico que fomente a santidade e promova o
apostolado em união com toda a Família Dominicana.

Saudações no Senhor
Dado em Roma, no dia 28 de Janeiro de 1987.
Na festa de S. Tomás

Prot.50/96/87

Fr. Damião Byrne, OP


Metre da Ordem

Fr. J. Martín, OP
Secretário

8
NÓS
FR. BRUNO CADORÉ OP
Humilde Mestre e Servo da Ordem

Passaram mais de trinta anos desde a aprovação definitiva da nova Regra das
Fraternidades Leigas de São Domingos pela Sagrada Congregação para os
Institutos Religiosos e Seculares em 15 de Janeiro de 1987. (Prot. N. D.27-1.-87),
e a sua promulgação pelo Mestre da Ordem, fr. Damian BYRNE, a 28 de Janeiro
de 1987.

A Regra foi completada com uma série de Declarações Gerais promulgadas por fr.
Damian BYRNE a 16 de Fevereiro de 1987 e com várias intervenções de
Capítulos Gerais e Mestres nas décadas seguintes. As mais notáveis são
as Declarações Gerais promulgadas por fr. Carloz Afonso AZPIROZ COSTA, em
15 de Novembro de 2007, depois do Congresso Internacional das Fraternidades
de São Domingos realizado em Buenos Aires em Março daquele ano.

Com o passar do tempo, tanto o Conselho Internacional das Fraternidades Leigas


Dominicanas como no seu Congresso Internacional das Fraternidades Leigas
celebrado em Fátima em Outubro de 2018, se tornou evidente que seriam
necessários alguns pequenos ajustes à Regra, e algumas clarificações, para
responder às necessidades das Fraternidades em todo o mundo.

Portanto, tendo escutado o Conselho Internacional e ao Congresso das


Fraternidades Leigas

Havendo recebido aprovação da Congregação para os Institutos de Vida


Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica em 28 de Janeiro de 2019, (Prot. N.
D. 37-1 / 96) as emendas dos números 20 (c) y 21 (b) da Regra;

AQUÍ PROMULGAMOS o seguinte texto revisto da Regra das Fraternidades


Leigas de São Domingos

ao mesmo tempo, PROMULGAMOS as seguintes Declarações Gerais revistas do


Mestre da Ordem

As novas Declarações gerais reordenam integralmente o conteúdo das realizadas


pelos nossos predecessores fr, Damian Byrne a 16 de Fevereiro de 1987 e fr.
Carlos Alfonso Azpiroz Costa a 15 de Novembro de 2007, pelo que essas
declarações se consideram derrogadas de acordo com o cân. 20.

As emendas à Regra e as novas Declarações Gerais entram em vigor a 24 de


Maio de 2019, memória da Trasladação de Nosso Pai São Domingos.

Dado em Roma, na nossa Cúria Geral de Santa Sabina, em 9 de Março de 2019.

9
Fr. Bruno Cadoré OP
Magister Ordinis

Fr. Jean-Ariel Bauza-Salinas OP


Secretarius Generalis

Prot. n. 73/19/007 Rulle

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I – CONSTITUIÇÃO FUNDAMENTAL DOS LEIGOS DOMINICANOS

Os leigos na Igreja

1. “Entre os discípulos de Cristo, os homens e mulheres que vivem no


mundo participam, pelo seu Baptismo e pela sua Confirmação, da missão
régia, sacerdotal e profética de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles têm
como vocação difundir a presença de Cristo no coração da humanidade,
para que «a mensagem divina da salvação seja conhecida e aceita por
todos os homens” (Decreto do Vaticano II: “Apostolicam Actuositatem”
sobre o Apostolado dos Leigos, n. 3).

Os leigos dominicanos
2. Alguns, porém, movidos pela inspiração do Espírito Santo a realizarem uma
vida segundo o espírito ou o carisma de São Domingos, são incorporados na
Ordem por uma promessa especial, segundo os estatutos que lhes são próprios.

Membros da Família Dominicana


3. Eles formam comunidades e constituem com os outros ramos da Ordem uma só
Família (Cfr. LCO, 141).

Vocação dominicana própria dos leigos


4. Eles se caracterizam por uma vida espiritual própria e pelo serviço a Deus e ao
próximo.
Como membros da Ordem, participam na sua missão apostólica pelo estudo, pela
oração e pela pregação, segundo a sua condição de leigos.

Missão apostólica dos leigos


5. A exemplo de São Domingos, de Santa Catarina de Sena e dos nossos
antepassados que iluistraram a vida da Ordem e da Igreja, eles, fortalecidos pela
comunhão fraterna, dão em primeiro lugar, testemunho da própria fé, auscultam as
necessidades dos homens do seu tempo e servem a verdade..

6. Atendem diligentemente aos fins principais do apostolado da Igreja


contemporânea , movidos de modo especial a manifestar verdadeira misericórdia
para com todas as ansiedades, a defender a liberdade e a promover a justiça e a
paz..

7. Inspirados pelo carisma da Ordem, lembram-se de que a acção apostólica


procede da abundância de sua contemplação.

II – DA VIDA DAS FRATERNIDADES

Da vida das Fraternidades

11
8. Os Leigos Dominicanos esforçam-se para viver numa verdadeira comunhão
fraterna, segundo o espírito das Bem-aventuranças que se manifestará também,
em qualquer circunstância, na prática das obras de misericórdia e na partilha entre
os membros das Fraternidades, sobretudo os pobres e os doentes, dos bens que
lhes pertencem, no oferecimento de sufrágios, de tal modo que entre todos haja
sempre um só coração e uma só alma. (Act. 4, 32).

9. Os membros das Fraternidades, tomando parte no apostolado com as irmãs e


os irmãos da Ordem, participem activamente na vida da Igreja, sempre prontos a
colaborar com outras associações apostólicas.

10. As fontes principais às quais os leigos de S. Domingos vão buscar forças para
progredir na própria vocação, que é ao mesmo tempo, de modo inseparável,
contemplativa e apostólica, são estas:

a) A escuta da Palavra de Deus e a leitura das Escrituras, em particular


o Novo Testamento.
b) A celebração litúrgica da eucaristia tanto quanto possível diária.
c) A frequente celebração do Sacramento da Reconciliação
d) A celebração da Liturgia das Horas em união com toda a Família
dominicana e também a oração privada, como a meditação e o
Rosário.
e) A conversão do coração segundo o espírito e a prática da penitência
evangélica.
f) O estudo assíduo da verdade revelada e uma reflexão constante
sobre os problemas contemporâneos à luz da fé.
g) A devoção para com a Bem-Aventurada Virgem Maria, conforme a
tradição da Ordem, assim como a nosso pai São Domingos e a Santa
Catarina de Sena.
h) As reuniões de carácter espiritual periódicas

Formação dominicana nas Fraternidades


11. A finalidade da formação dominicana é de preparar verdadeiros adultos na fé,
de tal modo que sejam aptos a acolher, celebrar e proclamar a Palavra de Deus.

Compete a cada Província fazer um programa:


a) de formação progressiva para os principiantes;
b) de formação contínua para todos os membros, inclusive para os que
estão isolados.

12. Cada dominicano deve estar apto para pregar a Palavra de Deus.
Nesta pregação exerce-se a função profética do cristão baptizado fortalecido pelo
sacramento da Confirmação.
No mundo contemporâneo, a pregação da Palavra deve estender-se à defesa da
dignidade humana e ao mesmo tempo da vida e da família. Pertence à vocação
dominicana promover a unidade dos cristãos e o diálogo com os não-cristãos e
com os não crentes.

12
13. As principais fontes da formação dominicana são:
- a Palavra de Deus e a reflexão teológica;
- a oração litúrgica,
- a história e tradição da Ordem,
- os documentos contemporâneos da Igreja e da Ordem,
- o conhecimento dos sinais dos tempos.

Compromisso do Leigo(a) na Fraternidade


14. Para serem incorporados na Ordem, os membros das Fraternidades devem
emitir uma profissão, ou promessa, pela qual prometem formalmente levar uma
vida segundo o espírito de S. Domingos e o modo de viver prescrito pela Regra.
Esta pode ser temporária ou perpétua.

”Para honra de Deus omnipotente, Pai, Filho e Espírito Santo, da bem aventurada
Virgem Maria e de São Domingos, eu N. N. diante de vós N. Presidente da
Fraternidade, e de N. N., Promotor, nas vezes do Mestre da Ordem dos Frades
Pregadores, prometo que quero viver segundo a Regra dos Leigos de São
Domingos, (por três anos – por toda a minha vida”.

III – ESTRUTURA E GOVERNO DAS FRATERNIDADES

15. A Fraternidade é o meio idóneo para alimentar e sustentar a dedicação de


cada um na sua própria na sua vocação.
A periodicidade das reuniões é diversa segundo as Fraternidades.
A assiduidade demonstra a própria a fidelidade de cada um dos membros.

16. A admissão dos candidatos, observadas as condições prescritas pelo


Directório quanto à condição das pessoas e ao tempo de admissão é da
competência do Presidente da Fraternidade, o qual, tendo havido primeiro a
votação deliberativa do Conselho da Fraternidade, procede com o Promotor
religioso, à recepção do candidato, segundo o rito determinado pelo Directório.

17. Após tempo de experiência determinado pelo Directório e com o voto favorável
do Conselho da Fraternidade, o Presidente da mesma recebe, juntamente com o
Promotor religioso, a profissão (ou promessa) temporária ou perpétua (definitiva).

Jurisdição da Ordem e autonomia

18. As Fraternidades estão sujeitas à jurisdição da Ordem; gozam todavia daquela


autonomia própria dos Leigos, pela qual se governam a si mesmas.

Em toda a Ordem

13
19.a) O Mestre da Ordem, enquanto sucessor de São Domingos e cabeça de toda
a Família Dominicana, preside a todas as Fraternidades do mundo. A ele compete
conservar nelas ímtegro o espírito da Ordem, estabelecer normas práticas,
segundo o exijam os tempos e os lugares, e promover o bem espiritual e o zelo
apostólico dos seus membros.

b) O Promotor Geral faz as vezes do Mestre da Ordem para todas as


Fraternidades cujas propostas apresenta ao Mestre ou ao Capítulo Geral.

No nível da Província1
20.a) O Prior Provincial preside às Fraternidades dentro dos limites do território da
sua Província e, com o consentimento do Ordinário do lugar, erige novas
Fraternidades.

b) O Promotor Provincial das Fraternidades (irmão ou Irmã) faz as vezes do


Prior Provincial e participa de pleno direito no Conselho Provincial dos Leigos
de S. Domingos. É nomeado pelo Capítulo Provincial ou pelo Prior Provincial
com o seu Conselho, ouvido antes o Conselho Provincial dos Leigos de S.
Domingos.

c) No território da Província institua-se um Presidente e um Conselho Provincial


Leigo, cujos membros são eleitos pelas Fraternidades e que se regulam
segundo as normas definidas pelo Directório.

No nível da Fraternidade local2


21.a) A Fraternidade local é governada pelo Presidente com o seu Conselho que
assumem a responsabilidade do governo e da administração da Fraternidade.

1 Alterado em 2019. O texto de 1987 era o seguinte:

c) No território da Província institua-se um Conselho Provincial Leigo, cujos membros


são eleitos pelas Fraternidades e se regulam segundo as normas definidas pelo
directório.
A um tal Conselho compete eleger o Presidente Provincial
2
Alterado em 2019. A versão anterior indicava:

a) A Fraternidade local é regida pelo seu Coordenador (a) com seu Conselho: eles são
plenamente responsáveis do governo e da administração da Fraternidade.

b) O Conselho é eleito segundo o modo e pelo tempo determinado pelos Directórios


particulares. Os Conselheiros elegem o(a) Coordenador(a) entre os membros do
Conselho.

c) O Assistente espiritual (frade ou irmã) tem a função de assistência doutrinal e


espiritual. Ele é nomeado pelo Prior Provincial, depois de ouvir o parecer do Promotor
Provincial e do Conselho da própria Fraternidade.

14
b) O Presidente e Conselho são eleitos segundo o modo e pelo tempo
determinado pelos Directórios particulares.

c) O Promotor religioso (irmão ou irmã) ajuda os membros da Fraternidade em


matéria doutrinal e espiritual. É nomeado pelo Prior Provincial ouvido antes o
Promotor Provincial e o Conselho da Fraternidade.

Coordenação nacional e Conselho internacional

22.a) Onde houver várias Províncias da Ordem dentro do mesmo âmbito


nacional, pode instituir-se um Conselho nacional, segundo as normas
estabelecidas pelos Directórios particulares.

b) Do mesmo modo pode existir um Conselho internacional, se parecer oportuno,


consultadas todas as Fraternidades da Ordem.

23. Os Conselhos das Fraternidades podem enviar propostas e petições ao


Capítulo Provincial dos Frades Pregadores; os Conselho Provinciais e Nacionais
também ao Capítulo Geral.

Para estes Capítulos seja, de bom grado, convidados alguns responsáveis das
Fraternidades para tratar de matérias que digam respeito aos leigos.

As leis que regem as Fraternidades

24. Os Estatutos próprios das Fraternidades Leigas de São Domingos são:

a) A Regra das Fraternidades, (Constituição fundamental do laicado OP, normas


de vida e governo das Fraternidades).

b) As Declarações Gerais, seja do Mestre da Ordem, seja do Capítulo Geral.

c) Os Directórios particulares.

15
3. DECLARAÇÕES GERAIS DO MESTRE DA ORDEM
FR. DAMIAN BYRNE – 19873
Aprovamos e promulgamos, com a autoridade que nos compete, as
seguintes DECLARAÇÕES GERAIS À REGRA DAS FRATERNIDADES
LEIGAS DE SÃO DOMINGOS, a fim de completar a tarefa legislativa das
mesmas Fraternidades Leigas de S. Domingos.

Deste modo, a observância da Regra poderá ser realizada com maior


facilidade e com mais abundante fruto espiritual.

Dado em Roma, no dia 16 de Fevereiro de 1987

Fr. Damião Bynre


Mestre da Ordem

1. A REGRA, pela qual se regem as Fraternidades Leigas de São Domingos, é a


lei fundamental para todas as Fraternidades leigas de todo o mundo; e as
presentes DECLARAÇÕES GERAIS, promulgadas pelo Mestre da Ordem, são
explicações ou interpretações da mesma REGRA; enquanto os DIRECTÓRIOS
provinciais ou nacionais, elaborados pelas próprias Fraternidades e aprovados
pelo Mestre da Ordem, são normas particulares para as Fraternidades locais de
um determinado território.

2. Para que as irmãs e irmãos leigos possam cumprir seus compromissos «não
como servos sob a lei, mas como filhos sobre a graça», declaramos que as
transgressões não constituem culpa moral.

3. Os Superiores das Fraternidades podem legitimamente dispensar das


prescrições da Regra ou do Directório, ou por um certo tempo ou mesmo
habitualmente, se assim julgarem oportuno.

4. Os Priores Provinciais têm o poder de convalidar os actos inválidos da


Fraternidade, particularmente acerca da admissão à profissão ou promessa.

5. Além das Fraternidades Leigas, das quais se trata especialmente nesta


Regra, há também as Fraternidades sacerdotais, que se regem com uma Regra
própria.

6. Os distintos Directórios (particulares), devem, entre outras coisas, determinar:

3
Revogadas pelas Declarações Gerais de 2019 do Mestre geral Fr. Bruno Cadoré, op

16
a. As condições ou os requisitos para a admissão na Fraternidade

b. O tempo de provação e de profissão ou promessa;

c. A frequência dos Sacramentos a receber e as orações que cada dia os


irmãos e as irmãs devem elevar a Deus;

d. A periodicidade das reuniões das Fraternidades e a forma de sua


celebração assim como dos encontros de espiritualidade;

e. A organização interna de cada Fraternidade entre si, quer no âmbito


provincial, quer no nacional;

f. O modo de proceder na eleição para os diferentes cargos, dos quais a


Regra nada se diga expressamente;

g. Os sufrágios pelos irmãos e irmãs defuntos e por toda a Ordem.

7. O Rosário, que leva à contemplação familiar dos mistérios de Cristo através


da Bem-aventurada Virgem Maria, é de devoção tradicional na Ordem; por isso
a sua recitação quotidiana é recomendada aos irmãos e irmãs do Laicado de S.
Domingos.

17
18
4. DECLARAÇÕES GERAIS DO MESTRE DA ORDEM
FR. CARLOS AZPIROZ - 20074
Para renovar a chama da tradição e a vocação do ramo laical da Ordem dos
Pregadores, foi convocado o Congresso Internacional das Fraternidades
Leigas de São Domingos, em Buenos Aires, em Março de 2007, pelo
Promotor Geral do Laicado.

Participaram 56 delegações provenientes de todo o mundo, tanto assim que


os documentos e as resoluções redigidas pelas seis comissões pelas quais se
distribuiriam os trabalhos do Congresso, aprovadas pela Assembleia, podem
ser considerados como a voz de todos os leigos dominicanos.

O Conselho Internacional das Fraternidades Leigas de São Domingos reuniu


em Junho de 2007, a fim de redigir a versão final das Actas do Congresso, as
quais foram apresentadas posteriormente ao Mestre Geral da Ordem. Nas
resoluções ali expressas, foi sugerido a necessidade, não de uma revisão
normativa da Regra, mas antes, de introduzir algumas definições pontuais
visando esclarecer dúvidas de interpretação ou esclarecer normas que
pareciam estar em contradição ou preencher lacunas legislativas, bem como
integrar os actos e ordenações dos vários Capítulos Gerais da Ordem quando
legislaram sobre o Laicado.

Nos termos do direito Divino, Canónico e Próprio da Ordem, em conformidade


com o carisma dominicano e atendendo ao que se julgou oportuno para a vida
das Fraternidades Leigas de São Domingos, a Glória de Deus e a salvação
das almas, com a autoridade que nos compete

Promulgamos

As seguintes Declarações Gerais acerca da Regra das Fraternidades Leigas


de São Domingos estabelecendo que, logo após a sua publicação no próximo
número do Analecta Ordinis Praedicatorum e notificados todos os Promotores
Provinciais, entrem em vigor a partir do dia 8 de Agosto de 2008, Solenidade
de Nosso Pai São Domingos, sejam fielmente e de boa vontade
imediatamente aplicadas:

Declaração I: Denominação, identidade e incorporação dos membros das


Fraternidades Leigas de São Domingos

4
Revogadas pelas Declarações Gerais de 2019 do Mestre geral Fr. Bruno Cadoré, op

19
§ 1.. Os Leigos de São Domingos são aqueles fiéis que, baptizados na Igreja
Católica ou nela acolhidos, confirmados e em plena comunhão de fé,
sacramentos e governo eclesiástico, foram chamados por singular vocação a
buscar a perfeição cristã e animar as realidades temporais através do carisma
de São Domingos. Por forma a serem incorporados na Ordem dos Pregadores
de cuja missão apostólica participam plenamente, emitem uma promessa
segundo a fórmula prevista na Regra. Apenas com a promessa se concretiza
a entrada no ramo laical da Ordem, denominada Fraternidade Leiga de São
Domingos, sujeita á jurisdição do Mestre e à dos outros Superiores maiores
da Ordem. A promessa perpétua é precedida de pelo menos um ano de
recepção inicial e de três anos de promessas temporárias, e cujo registo se
deverá conservar depositado, seja na Fraternidade, seja no Arquivo da
Província.

§ 2. A fórmula da promessa prevista na Regra das Fraternidades Leigas de


São Domingos, aprovada pela Santa Sé, não pode ser validamente utilizada
por outras formas de agregação à Família Dominicana, a menos que outra
coisa seja diversa e expressamente autorizada pelo Mestre Geral da Ordem.

Salvaguardam-se todos os direitos das Associações e Confrarias que, regidas


pelos seus Estatutos próprios legitimamente aprovados pela Autoridade
legítima, por diversos títulos, são formalmente anexadas à Família
Dominicana. Porque estas constituem uma grande e diversificada riqueza
para a Igreja e para a Família Dominicana, sejam devidamente apreciadas por
todos os membros das Fraternidades Leigas, em espírito de concórdia e
activa colaboração, reconhecendo-se todos como irmãos e irmãs em São
Domingos, cada qual consoante a sua própria condição e identidade.

§ 3. Os Leigos Dominicanos estão sempre assignados a uma Fraternidade (se


possível, a do seu domicílio ou quase domicílio canónico) ou pelo menos
ligados num contacto regular com um membro do Conselho Provincial ou
Vicarial.

§ 4. Os fiéis que vivem situações particulares, pelas quais na opinião do


Conselho da Fraternidade não seja prudente que sejam admitidos à
promessa, podem participar na vida da Fraternidade e continuar a formação
permanente, num caminho de seguimento de Cristo através do carisma
dominicano, cada um consoante a sua condição própria, salvaguardando
sempre, e integralmente a disciplina e Magistério da Igreja.

Declaração II: Directórios nacionais e provinciais

§ 1. A aprovação e promulgação do Directório nacional ou provincial, não


competem directamente ao Mestre da Ordem, o qual, no entanto, por justa
causa, pode ordenar a correcção de uma norma particular já promulgada. Os
Directórios provinciais aprovados pelo Conselho Provincial dos Leigos são
ratificados e promulgados pelo Prior Provincial com o consentimento do seu
Conselho, os Directórios nacionais aprovados pelo Conselho Nacional dos

20
Leigos com o acordo dos Conselhos provinciais relacionados, ratificados pelos
respectivos Priores Provinciais com o consentimento dos seus Conselhos, são
promulgados pelo Presidente em exercício do Comité Nacional de Priores
Provinciais.

§ 2. Declara-se expressa e parcialmente revogada a Declaração nº1 do


Mestre Fr. Damián Byrne de 16/02/1987, na parte que dispunha que os
Directórios provinciais e nacionais tivessem vigência a partir da aprovação do
Mestre da Ordem.

Declaração III: Dispensa do direito próprio

Mantendo a proibição de dispensa das normas da Regra no que concerne ao


direito divino ou direito comum meramente eclesiástico, apenas o Mestre da
Ordem pode dispensar das normas da Regra com dispensa geral para todos
os leigos dominicanos, com ou sem limite temporal.

O Prior Provincial com os mesmos limites, pode dispensar das normas da


Regra ou do Directório com dispensa particular para uma Fraternidade em
particular, com ou sem limite temporal.

O presidente da Fraternidade pode legitimamente dispensar das normas não


constitutivas e não de direito divino ou de direito comum meramente
eclesiástico da Regra ou do Directório em casos particulares e por tempo
determinado.

Declara-se expressamente revogada a Declaração Geral nº3 do Mestre Fr.


Damian Byrne promulgada em 16 de Fevereiro de 1987.

Declaração IV: Promotor provincial e nacional

§ 1. Concede-se dispensa parcial geral do artigo 20b da Regra das


Fraternidades Leigas de São Domingos, sem limite temporal, de modo que o
cargo de Promotor Provincial e/ou Nacional das Fraternidades Leigas,
nomeado pela autoridade competente, ouvido o Conselho Provincial e/ou
Nacional das Fraternidades Leigas, seja um frade ou uma monja que
pertençam à Ordem; ou, quando a oportunidade o sugira ou a necessidade o
requeira, um/a religioso/a não sujeito/a directamente à autoridade do Mestre
da Ordem, um clérigo secular, um/a leigo/a dominicano/a que tenha emitido
promessa definitiva.

§ 2. Da referida função não tome validamente posse aquele que não sendo
sujeito à autoridade do Mestre da Ordem, que depois da nomeação não
estabeleça um acordo escrito com o Prior e Promotor Provincial e não tenha
obtido permissão escrita do seu próprio e competente superior.

§ 3. O Promotor Provincial e/ou nacional não possui voz activa nem passiva
em nenhum órgão colegial das Fraternidades Leigas no qual participe.

21
Declaração V: Assistente religioso

Nos casos concretos de impossibilidade de aplicação do direito comum ou


particular relativo ao assistente religioso (Regra Art. 21, can 317 §.1-2)
aplicam-se as normas gerais de dispensa do direito comum ou próprio.

Declaração VI: Indulto temporal e definitivo

§ 1. Ao término da promessa temporal, se esta não é renovada, o leigo pode


livremente deixar a Ordem. Quem tenha emitido a promessa temporal – antes
de seu término – ou perpétua, não solicite o indulto temporal ou o indulto de
deixar definitivamente a Ordem a não ser por graves causas sopesadas diante
de Deus e com a ajuda dos irmãos; apresente o seu pedido ao Presidente da
Fraternidade, que o remeterá ao Prior Provincial acompanhado do seu
parecer e o do Conselho da Fraternidade. O indulto temporal ou definitivo,
uma vez legitimamente concedido e notificado por escrito ao interessado,
implicam a dispensa da promessa e da observância do direito particular das
Fraternidades Leigas de São Domingos.

§ 2. Quem tenha obtido o indulto definitivo, onde quer que peça para ser
reincorporado à Ordem, deverá ser novamente submetido ao tempo do
processo de formação básica. A sua promessa perpétua será recebida
somente sob a permissão do Prior Provincial com o consentimento do
Conselho da Fraternidade à qual será novamente inscrito. Não emite uma
promessa legítima e não é validamente inscrito aquele que pedindo a
admissão a uma Fraternidade, oculta um precedente indulto.

Declaração VII: Expulsão

§ 1. O Leigo que tenha emitido a promessa temporal ou definitiva e resulte


como imputável de grave inobservância da Regra ou do Directório, ou rompa
com a comunhão eclesial (fé, sacramentos, governo), ou seja causa de
escândalo público entre os fiéis, depois da admoestação formal do presidente
da Fraternidade, se persistir na mesma conduta, a instâncias do Conselho da
Fraternidade, pode ser expulso por decreto, redigido pelo Prior Provincial. O
decreto de expulsão, uma vez legitimamente sancionado e notificado por
escrito ao interessado, implica a cessação dos direitos e deveres derivados da
promessa. Tal decreto vale, sob pena de nulidade dos actos contrários, para
todas as Fraternidades Leigas dominicanas.

§ 2. A prévia e atenta evolução das condições de vida e tendo-se a certeza da


correcção, quem seja expulso poderá ser reincorporado na Ordem nas
mesmas condições para a validade da mesma, a qual se trata no § 2 da
Declaração VI

22
§ 3. Todos os decretos indicados estão sempre sujeitos a recurso hierárquico
para o Mestre da Ordem.

Dado em Roma, a 15 de Novembro de 2007, Festa de S. Alberto Magno

Fr. Christophe Holzer OP

Secretário

Fr. Carlos Alfonso Azpiroz Costa OP

Mestre da Ordem

23
1. DECLARAÇÕES GERAIS DO MESTRE DA ORDEM
FR. BRUNO CADORÉ - 2019
1.§ I - Os Leigos de São Domingos são aqueles fiéis que, baptizados na Igreja
Católica ou nela recebidos, confirmados e em plena comunhão de fé, sacramentos
e governo eclesiástico, são chamados por uma vocação especial a progredir no
caminho de uma vida cristã e a animar as realidades temporais através do carisma
de São Domingos.

§ II - Para serem incorporados na Ordem dos Pregadores em cuja missão


apostólica participam plenamente, os Leigos de São Domingos fazem promessa
de acordo com a fórmula prevista na Regra. A entrada no ramo leigo da Ordem,
chamadas Fraternidades Leigas de São Domingos, sujeita ao Mestre e aos
outros Superiores Maiores da Ordem, realiza-se apenas com essa promessa5.

OUTROS GRUPOS DE LEIGOS DOMINICANOS

2. § I - Além das Fraternidades Leigas de São Domingos, existem Fraternidades


sacerdotais e outras Associações e Confrarias, regidas pelos seus próprios
Estatutos legitimamente aprovados pela autoridade competente e por vários títulos
associados à Família Dominicana.

§ II - Estas Associações e Fraternidades constituem uma grande e variada


riqueza para a Igreja e para a Família Dominicana e devem ser muito
valorizadas por todos os membros das Fraternidades Leigas.

§ III - A fórmula de compromisso contida na Regra das Fraternidades Leigas


de São Domingos aprovada pela Santa Sé não deve ser utilizada por outros
grupos agregados de qualquer forma à Família Dominicana, a menos que o
Mestre da Ordem permita expressamente o contrário2.

VIDA DAS FRATERNIDADES

3. - O Rosário, mediante o qual a mente se eleva à contemplação íntima dos


mistérios de Cristo através da Santíssima Virgem Maria, é uma devoção
tradicional da Ordem; portanto recomenda-se a sua recitação diária pelos irmãos e
irmãs das Fraternidades Leigas de São Domingos3

APOSTOLADO DAS FRATERNIDADES

4. - Os membros das Fraternidades devem ser sempre testemunhas autênticas da


misericórdia de Cristo, em comunhão com a Igreja e a Ordem (cf. Regra, 5-7).
Para fazer declarações públicas em nome de uma Fraternidade, ou dos leigos em
geral, requer-se a autorização da autoridade competente de acordo com o
Directório.

24
ADMISSÃO ÀS FRATERNIDADES

5. - Os Leigos de São Domingos estão sempre adstritos a uma Fraternidade,


quando seja possível, a do seu domicílio canónico ou quasi domicílio, ou ao
menos estejam em contacto com um membro do Conselho Provincial ou vicarial
dos leigos4.

6. - § I. A promessa perpétua será precedida por pelo menos um ano de admissão


inicial e por três anos de promessa temporária, documentados em registos que se
mantenham para esses fins, na Fraternidade local ou no arquivo Provincial5.

§ II. - Um candidato que tenha recebido uma formação equivalente no


Movimento Juvenil Dominicano Internacional pode ser dispensado de parte da
formação inicial pelo Presidente da Fraternidade com o consentimento do
Conselho. Neste caso, deve preceder pelo menos um ano a promessa
temporária da promessa perpétua6.

7. Os fiéis que vivam em situações particulares devido às quais o Conselho da


Fraternidade não julgue prudente que sejam admitidos à promessa, podem no
entanto participar na vida da Fraternidade e na sua formação permanente, num
caminho de seguimento a Cristo através do carisma dominicano, sem prejuízo da
disciplina e do magistério da Igreja7.

A LEI QUE REGE AS FRATERNIDADES

8. § I. - A Regra pela qual se regem as Fraternidades Leigas de São Domingos é a


lei fundamental para as Fraternidades Leigas de todo o mundo.

§ II. - As presentes Declarações Gerais promulgadas pelo Mestre da Ordem


são amplificações, explicações e interpretações da Regra.

§ III. - Os Directórios Provinciais e Nacionais , preparados pelas próprias


Fraternidades e aprovados pelo Mestre da Ordem, são normas particulares
locais e para a sua colaboração a nível provincial ou nacional8.

9. - Para que os irmãos e irmãs das Fraternidades Leigas possam cumprir as suas
obrigações «não como escravos da lei, mas como pessoas livres sobre a graça»
(Santo Agostinho, Regra 8, cf. Romanos 6:14), declaramos que as transgressões
à Regra não constituem por si, faltas morais9.

10. - § I - O texto do Directório Provincial deve ser aprovado pelo Conselho


Provincial dos Leigos. Será enviado ao Prior Provincial, que o transmite com a sua
opinião e a do seu Conselho, ao Mestre da Ordem para a sua aprovação.

§ II - Ao aprovar o Directório, o Mestre da Ordem também pode fazer emendas


a normas particulares.

§ III - O Directório Provincial aprovado é promulgado pelo Prior Provincial10.

25
11. - Salvo se estas disposições estiveram já incluídas no Directório Nacional, o
Directório Provincial deve detalhar:

1º As condições de admissão a uma Fraternidade;

2º O tempo de prova e de profissão para a promessa, sem prejuízo do nº6


supra.

3ª A frequência dos Sacramentos e das orações que os Irmãos e Irmãs das


Fraternidades Leigas devem elevar a Deus;

4º A frequência das reuniões das Fraternidades e a forma da sua celebração,


e também a frequência dos encontros espirituais;

5º A organização interna de cada Fraternidade e das Fraternidades da


Província no seu conjunto;

6º A forma de proceder para a eleição dos diferentes cargos sem prejuízo


das normas da Regra e destas Declarações;

7º A forma e limites das dispensas, sem prejuízo do nº13, infra;

8º Os sufrágios pelos irmãos e irmãs falecidos membros das Fraternidades


leigas e por toda a Ordem11.

12. - § I - Quando existam várias províncias no mesmo território de uma nação,


também pode existir um único Directório Nacional. O Directório Nacional
providência normas para as províncias e fraternidades, ainda que um Directório
Provincial possa derrogar normas do Directório Nacional.

§ II - O texto do Directório Nacional deve ser acordado pelos Conselhos


Provinciais Leigos das províncias interessadas. Deve ser transmitido ao
Mestre da Ordem para sua aprovação junto com as opiniões dos Priores
Provinciais a que diga respeito e seus Conselhos.

§ III - Ao aprovar o Directório Nacional, o Mestre da Ordem também pode


fazer emendas a normas particulares.

§ IV - O Directório Nacional aprovado é promulgado pelo Presidente do comité


nacional de Priores Provinciais, se existir, ou então pelo Mestre da Ordem12.

13. § I - Os superiores da Ordem e os presidentes das Fraternidades não tem


autoridade para dispensar da lei divina ou da lei universal da Igreja.

§ II - Uma dispensa requer sempre uma causa justa e razoável (cf. Cân. 90 §
1). As normas que definem elementos essencialmente constitutivos de um
instituto ou acto não estão sujeitas a dispensa (Cf. Cân. 86).

26
§ III - Apenas o Mestre da Ordem pode dispensar todos os leigos dominicanos
de uma norma da Regra.

§ IV - O Prior Provincial pode dispensar as fraternidades individuais de uma


norma da Regra ou do Directório, inclusive sem limite de tempo.

§ V - O Presidente da Fraternidade pode dispensar legitimamente uma norma


da Regra ou do Directório em casos individuais e por um tempo
determinado13.

14. - O Prior Provincial tem o poder de sanar os actos inválidos da Fraternidade,


especialmente em relação à admissão e à profissão ou promessa14.

GOVERNO DA FRATERNIDADE

15. § I - A menos que o Directório determine o contrário, o Presidente e o


Conselho da Fraternidade são eleitos pelos membros dessa Fraternidade que
tenham pelo menos realizado a promessa temporária.

§ II - Para ser eleito presidente, um membro deve ter realizado a promessa


perpétua.

16. § I - De acordo com o artigo 21 c) da Regra, o assistente religioso deve ser um


religioso (irmão ou irmã) da Ordem. Se não for possível designar um religioso
dominicano adequado como assistente da Fraternidade, o Prior Provincial pode
prescindir deste requisito e nomear outra pessoa devidamente qualificada para
ajudar os membros da Fraternidade em assuntos doutrinais e na vida espiritual da
tradição dominicana15.

§ II – Um religioso ou clérigo que não esteja sob a jurisdição do Prior


Provincial não poderá ser nomeado válidamente assistente religioso sem o
consentimento do seu superior maior. Para um clérigo secular, esse
consentimento é dado pelo seu Ordinário16.

GOVERNO DAS FRATERNIDADES NA PROVÍNCIA

17. § I - O Directório determina a maneira de eleger o Presidente Provincial e o


Conselho Provincial dos Leigos.

§ II - Para ser eleito Presidente Provincial, um membro deve ter realizado a


promessa perpétua.

18. § I - De acordo com o disposto no Artº20 b) da Regra, o Promotor Provincial


deve ser um religioso (irmão ou irmã) da Ordem. A dispensa deste requisito está
reservada ao Mestre da Ordem .

27
§ II - Aquele que não está sob a jurisdição do Prior Provincial não pode ser
nomeado válidamente Promotor Provincial sem o consentimento escrito do seu
superior maior e um acordo entre o Prior Provincial e o Promotor Provincial17.

§ III - O mandato do Promotor Provincial é de quatro anos Ele ou ela não


podem servir mais de dois mandatos consecutivos.

§ IV - Ainda que o Promotor Provincial tenha pleno direito de participar nas


reuniões do Conselho Provincial dos Leigos, não tem voz activa nem voz
passiva em nenhum orgão das Fraternidades Leigas18.

ELEIÇÕES

19. § I - Salvo o que digam estas Declarações ou o Directório indiquem o


contrário, as eleições entre os Leigos de São Domingos realizam-se de acordo
com o Cânone 119, 1º e 164-183.

§ II - A menos que o Directório diga o contrário, podem haver até três


escrutínios numa eleição. Requer-se maioria absoluta para a eleição no
primeiro e segundo escrutínio. Se tiverem ocorrido dois escrutínio
inconsequentes, deve-se votar entre os dois candidatos com mais votos, ou, se
existirem mais do que dois, entre os dois com mais tempo de primeira
promessa nas Fraternidades Leigas. Depois do terceiro escrutínio
inconsequente, considere-se eleito aquele que tiver mais tempo de primeira
promessa nas Fraternidades Leigas.

SEPARAÇÃO DAS FRATERNIDADES LEIGAS

20. § I - Quando expira a promessa temporária, e se não se renova, cada membro


é livre de sair das Fraternidades Leigas.

§ II - Durante o tempo da promessa temporária, ou depois de fazer a


promessa perpétua, um membro não precisa de solicitar indulto para deixar as
Fraternidades Leigas, excepto por uma razão grave, ponderada diante de
Deus e com a ajuda dos membros da fraternidade. Ante tal motivo, deve
apresentar uma solicitação fundamentada ao Presidente da Fraternidade que
a deve remeter ao Prior Provincial acompanhada da sua opinião e da do
Conselho da Fraternidade.

§ III - O Prior Provincial é competente para outorgar um indulto de saída das


Fraternidades Leigas. Uma vez que o indulto seja notificado por escrito ao
membro em questão, ele ou ela está dispensado da promessa e do requisito
de observar a lei particular das Fraternidades Leigas de São Domingos19.

21. § I - Para além das situações mencionadas no Cânone nº316 § 1, um membro


que tenha realizado a promessa temporária ou perpétua pode ser expulso por um
dos seguintes motivos:

28
1º violação grave da Regra ou do Directório;

2º causar escândalo grave e público entre os fiéis;

§ II - Nos casos mencionados em § I, o Presidente da Fraternidade é o


primeiro a advertir o membro, formalmente e por escrito.

§ III - Se não é atendida a advertência, o Presidente, com o consentimento do


Conselho da Fraternidade, pode pedir ao Prior Provincial a expulsão daquele
membro. Nas situações mencionadas no cân. 316 § 1; o Presidente deve
solicitar ao Prior Provincial a expulsão do membro.

§ IV - Se o Prior Provincial, havendo dado ao membro oportunidade de defesa,


julgar que a expulsão se justifica, emitirá um decreto de expulsão por escrito.

§ V - O decreto de expulsão, uma vez que seja legitimamente notificado o


membro, provoca a cessação dos direitos e obrigações que derivavam da
promessa e é extensível a todas as Fraternidades Leigas de São Domingos.

§ VI - O recurso hierárquico ao Mestre da Ordem contra um decreto de


expulsão é sempre possível20.

22. § I - Um membro que tenha obtido um indulto de saída das Fraternidades


Leigas e posteriormente pretenda reincorporar-se em qualquer Fraternidade deve
seguir novamente o processo de formação. A promessa perpétua de tal membro
apenas pode ser realizada com a autorização do Prior Provincial e do Conselho da
nova Fraternidade do membro. A promessa e a admissão de alguém que esconde
a situação de um indulto de saída anterior não é válida21.

§ II - Uma pessoa que tenha sido expulsa das Fraternidades Leigas, depois de
avaliação cuidadosa da sua condição de vida e com a certeza de emenda, pode
ser readmitida nas mesmas condições que em § I22.

1 C.A. AZPIROZ COSTA, Declarações Gerais acerca da Regra das


Fraternidades Leigas de São Domingos de 15-XI-2007, (doravante designadas
DG2007), I, § 1.). Estas notas de pé de página não formam parte das Declarações
Gerais promulgadas, mas servem para indicar a fonte de cada declaração.
2 D. BYRNE, Declarações Gerais das Fraternidades Leigas de São
Domingos, 16-ii-1987 (doravante designadas DG1987), 5; DG2007, I § 2.
3 DG1987, 7.
4 DG2007, I § 3.
5 DG2007, I § 1.

29
6 Proposta do Congresso Internacional das Fraternidades Leigas de São
Domingos, Fátima, 2018
7 DG2007, I § 4.
8 DG1987, 1,
9 DG1987, 2.
10 DG1987, 1.; DG2007 II § 1.
11 DG1987, 6.
12 DG1987, 1; DG2007, II, § 1.
13 DG2007, III.
14 DG1987, 4.
15 DG2007, V.
16 ACG Trogir [2013), 187; Bologna [20I6),345
17 DG2007, IV, § 2.
18 DG2007, IV § 3
19 DG2007, VI, § 1.
20 DG2007, VII § 1 y 3; can.316 § 1
21 DG2007, VI § 2

22 DG2007, VII § 2

30
2. DIRECTÓRIO DAS FRATERNIDADES LEIGAS DE S.
DOMINGOS DA PROVÍNCIA DE PORTUGAL - 19906

ORDEM DOS IRMÃOS PREGADORES


CÚRIA GENERALÍCIA

PROT. 15/90/59
FD

Roma, 26.1.1990

Rev.mo P.e Provincial


Fr. JOÃO JOSÉ GALLEGO, O.P.

Tendo examinado atentamente o DIRECTÓRIO DAS FRATERNIDADES


LEIGAS DE S. DOMINGOS, DA PROVÍNCIA DE PORTUGAL DA ORDEM DOS
PREGADORES, que foi apresentado ao Mestre da Ordem para a sua aprovação
em conformidade com o prescrito no nº1 das «Declarações Gerais» da «Regra
das Fraternidades Leigas de S. Domingos», com as presentes o confirmo e
aprovo.
É um Directório completo e bem elaborado, sempre fiel às normas e
orientações da Regra. Vão os meus parabéns para quantos participaram na sua
elaboração, pelo cuidado e amor que puseram na sua tarefa. Em particular, os
artigos 30/32/33 delineiam com acerto a função própria do leigo na Família
Dominicana.
(…)
Faço votos a Deus e a Nosso pai São Domingos para que este Directório
seja instrumento eficaz para a renovação das Fraternidades existentes, assim
como para a expansão dos novos «núcleos» nessa querida Província de Portugal.
Com todo o afecto, menor irmão em Nosso Pai,

Fr. Damião Byrne, O.P.


Mestre da Ordem

Fr. J. Martín, O.P.


Secretário

6
Revogado pelo Directorio de 2014

31
DISPOSIÇÕES INICIAIS

Neste Directório, quando se fala de Fraternidades, incluem-se também os Núcleos


de Fraternidade, salvo o que explicitamente é referido para umas e outros.

FINALIDADE

1. Este Directório, de acordo com o disposto na Regra das Fraternidades


Leigas de S. Domingos e nas Declarações do Mestre da Ordem e dos
Capítulos Gerais, contém de forma concreta e pormenorizada as normas e
orientações que se aplicam às fraternidades Leigas de S. Domingos da
Província de Portugal.

VALOR JURÍDICO

2. O presente Directório, aprovado pelo Capítulo Provincial da Província de


Portugal, adquire força de lei pela aprovação e promulgação pelo Mestre da
Ordem (declarações Gerais nº1)

OBRIGATORIEDADE

3. O Directório Provincial faz parte, juntamente com a Regra e as Declarações


Gerais dos Estatutos próprios das Fraternidades Leigas de S. Domingos
(Regra nº24), que devem ser aceites como um todo normativo e vividos
desde o momento da admissão nas Fraternidades.

FLEXIBILIDADE

4. Este Directório permanece aberto à sua renovação, acolhendo as


modificações derivadas das normas da Igreja e da Ordem, e da experiência
das Fraternidades.
a. O Conselho Provincial das Fraternidades pode propor [aprovar]
modificações, supressões e aditamento de outras normas [do
Directório]. [Tais modificações entram em vigor quando devidamente
ratificadas e promulgadas pelo] após aprovação do Prior Provincial
com o seu Conselho, tendo sempre em conta o carácter de
estabilidade que o Directório deve ter para ser eficaz e unificador.

I – DA VIDA DOS IRMÃOS

A – OS DOMINICANOS LEIGOS

DA ADMISSÃO NA FRATERNIDADE

32
5. Condições e disposições para a admissão na Fraternidade:

Para ser admitido numa Fraternidade requere-se do candidato os seguintes


requisitos:

a) Idade mínima de 25 anos (com dispensa do prior provincial, 18


anos).
b) Maturidade psicológica e moral.
c) Ter recebido o Sacramento do Crisma (ou Confirmação), ou estar-se
a preparar para o receber (Regra nº1)
d) Desejo de progredir na perfeição evangélica, segundo o seu próprio
estado.
e) Consciência da própria vocação, como chamamento do Espírito
Santo, para viver como leigo a missão da Ordem, na Igreja, para o
mundo.
f) Disposição em se tornar apto a realizar uma vida «segundo o espírito
e carisma de s. Domingos» (Regra nº2).
g) Não pertencer, actualmente, a nenhuma outra Ordem.

6. A admissão na Fraternidade deve ser precedida de um tempo em que o


simpatizante seja informado sobre as orientações fundamentais do ser leigo
dominicano.

7. O pedido de admissão na Fraternidade é apresentado pelo Presidente da


Fraternidade ao Conselho da mesma, que decide por votação secreta da
sua aceitação, sendo necessária maioria absoluta.
Nos Núcleos de Fraternidade, o seu Coordenador apresenta o pedido de
admissão ao Promotor Provincial, que decide da admissão.

8. O candidato, uma vez admitido, é agregado à Fraternidade loca, através do


rito de admissão.

DA FORMAÇÃO INICIAL
Tempo de experiência e formação de base

9. Com o rito de admissão tem início o período de formação de base, com a


duração mínima de um ano, sob a orientação de um encarregado pela
Fraternidade para a formação, chamado Formador, e do Promotor local.

10. Durante este período, o candidato com os responsáveis pela formação de


base, devem seguir o Plano Provincial de formação (Regra nº11 a), que
deve incluir:

a. O completar da iniciação cristã do candidato, nomeadamente na


Sagrada Escritura, Credo, Sacramentos e Oração.
b. O conhecimento de S. Domingos e da Ordem dos Pregadores.

33
c. O estudo e a consequente vivência experimental dos estatutos
próprios das Fraternidades Leigas (Regra nº24).
d. Iniciação à vida fraterna, sobretudo pela presença assídua e
participação nas reuniões de formação e reuniões gerais da
Fraternidade.

11. Este período durará o tempo necessário para que o candidato estude e
experimente, e assim possa discernir, em Fraternidade a sua vocação.

Incorporação temporária na Ordem: a profissão temporária

12. Concluído o período de experiência e formação de base, o candidato pode


ser admitido, por votação secreta do Conselho da Fraternidade, à promessa
temporária, pela qual é incorporado na Ordem. (Se se tratar de um Núcleo,
ver o nº94 deste Directório).

13. A profissão consiste numa promessa formal, mas sem voto, de procurar
viver segundo a Regra de Vida das Fraternidades. É emitida perante o
presidente da Fraternidade e o representante do Mestre da Ordem, e na
presença de outros irmãos.

14. Com a promessa, o dominicano leigo empenha-se em seguir a Cristo,


segundo o espírito evangelizador de S. Domingos, no âmbito familiar e
sócio-profissional.

15. A fórmula da promessa está expressa na Regra de Vida, no nº14.

16. A promessa temporária compromete o dominicano leigo na Ordem por um


período de três anos.

17. Terminados os três anos, o dominicano leigo, se tiver completado a


formação inicial, pode pedir que lhe seja concedido emitir a sua promessa
definitiva.
A decisão pertence ao Conselho da Fraternidade, tomada por votação
secreta.

18. O Conselho da Fraternidade, em diálogo com o candidato, pode propor-lhe


a renovação da promessa temporária por mais um ano.

19. Desde a incorporação na ordem é concedida ao dominicano leigo o direito


de votar e poder ser eleito, salvo as excepções expressamente indicadas.

Aprofundamento da vocação e formação complementar

20. Com a promessa temporária começa o segundo período da formação


inicial, com a duração mínima de três anos.

34
Nesta etapa, o dominicano leigo aprofunda a sua vocação, nos seus
elementos essenciais e completa a sua formação inicial, segundo o Plano
Provincial de Formação, sob a orientação dos responsáveis pela formação.

DA INCORPORAÇÃO PERPÉTUA NA ORDEM

Incorporação definitiva na Ordem: a profissão perpétua

21. Com a promessa definitiva, o dominicano leigo é incorporado na Ordem


para sempre, participando em comunhão fraterna «na sua missão
apostólica, pelo estudo, pela oração e pela pregação, segundo a sua
própria condição de leigo» (Regra, nº4).

22. Com a promessa definitiva, termina o período de formação inicial e abre-se


um novo caminho de amadurecimento na vocação e missão laicais
dominicanas.
Para isso, contribui a comunhão assídua e fraterna com os frades
pregadores, as monjas e as irmãs, a fim de junto realizarem o desafio que
S. Domingos começou: «uma família e unidade de vida e compromisso, de
serviço à Igreja e ao mundo» (Carta do Mestre da Ordem, Fr. Damian
Byrne, sobre o «Desafio da Evangelização nos nosso dias», 1988).

Promessa em perigo de morte

23. Em caso de perigo de morte, o Promotor local pode receber a emissão da


promessa definitiva, sem qualquer dos requisitos consignados neste
Directório.

DA VIDA ESPIRITUAL DO DOMINICANO LEIGO

24. O dominicano leigo consciente do valor dos sacramentos, procura viver


reconciliado com Deus e com os irmãos, através da participação assídua na
eucaristia e da prática regular do Sacramento da Reconciliação (Regra,
nº10, b e c).

25. Procura também santificar as horas do dia, m comunhão com a Igreja e a


Ordem, através de um tempo de oração pela manhã e outro à tarde ou à
noite, segundo um ritmo adaptado às suas condições de vida laical.

26. Para alimentar a sua vida de união com Deus, seja fiel a um tempo de
meditação ou oração interior, por exemplo, na Eucaristia, ou numa das
Horas litúrgicas (Regra, nº10 d).

27. Recomenda-se a recitação diária de ao menos uma parte do Rosário (que é


devoção tradicional da nossa ordem), o qual leva à familiaridade na
contemplação dos Mistérios de Cristo com a Virgem Maria (Decl. Ger. MO
1988 nº7).

35
28. A exemplo dos nossos Santos, empenhe-se na prática da penitência
evangélica (cf. «Instrução Pastoral sobre a disciplina penitencial» da
Conferência Episcopal Portuguesa, 1982).

29. A leitura espiritual da Sagrada Escritura (em primeiro lugar das Leituras da
Eucaristia Dominical), é uma das fontes fundamentais de contemplação e
da vida apostólica do dominicano leigo (Regra, nº13 a).

30. Tendo presente que a índole «secular» lhe é própria, o dominicano leigo
empenhe-se em buscar o Reino de Deus e a contribuir do interior, à
maneira de fermento, para a santificação do mundo, no meio das
actividades e profissão, e da vida familiar, e social, as quais como que
tecem a sua existência (Conc. Vat. II, Constituição Dogmática sobre a
Igreja: «Lumen Gentium», nº31).

DA VIDA APOSTÓLICA DO DOMINICANO LEIGO

31. Cada dominicano leigo, quer a título pessoal, quer como enviado da
Fraternidade, ou em colaboração com ela, procure responder às exigências
da missão da Ordem, nos tempos e lugares que se encontra.

32. Atento aos «sinais dos tempos», procure as formas de apostolado que mais
contribuam para a evangelização e a resolução dos seus problemas à luz
da fé (Regra, nº5, nº10 f e nº13)

33. Em conformidade com a sua vocação apostólica:

a. Esteja atento e dedique-se, quanto possível, aos problemas dos mais


pobres e marginalizados, comprometendo-se na promoção da justiça
e da paz (Regra, Const Fund. Nº5 e 6).
b. Colabore com os outros ramos da Família Dominicana no apostolado
(Regra, nº2).
c. Colabore no apostolado dominicano do Rosário (cf. Nº27 deste
Directório).
d. Preste ajuda às obras missionárias da Ordem (cf. Regra nº9).
e. Colabore nas iniciativas apostólicas paroquiais e diocesanas (regra,
nº9).

DOS DOMINICANOS LEIGOS ISOLADOS

34. A admissão de um candidato como isolado, sem ficar integrado numa


Fraternidade, só deve ser aceite a título excepcional e com fundamentos
concretos.

35. O dominicano leigo isolado depende directamente do Promotor provincial,


que deve informar o Presidente Provincial leigo.

36
a. A sua admissão e as promessas que emitir perante o Promotor
Provincial e o Presidente Provincial (ou seu representante), devem
ser registadas num livro próprio que existirá no Conselho Provincial
Leigo.

36. Para poder ser integrado numa Fraternidade, o dominicano leigo isolado
necessita do consentimento do Promotor Provincial e do Conselho da
Fraternidade.

DAS INSÍGNIAS

37. Para manifestar a admissão e a incorporação na Ordem, existem insígnias


próprias, que estão indicadas quanto à forma e ao uso, no Ritual de
admissão e promessas das Fraternidades Leigas de S. Domingos na
Província de Portugal da Ordem dos Pregadores.

DA SEPULTURA COM O HÁBITO DA ORDEM

38. Ao dominicano leigo é concedida a permissão de ser sepultado com o


hábito da Ordem, segundo a antiga tradição.

B – AS FRATERNIDADES LEIGAS DE S. DOMINGOS

DAS FRATERNIDADES

39. Os dominicanos leigos agrupam-se em comunidades cristãs chamadas


Fraternidades, nas quais, pela sua vivência fraterna, experimentam e são
sinal da comunhão eclesial.

40. A convivência dos irmãos na Fraternidade deve ser vivificada pela caridade,
manifestada no acolhimento mútuo e no respeito pela identidade própria de
cada pessoa.

DAS REUNIÕES DA FRATERNIDADE

41. Na vida de um dominicano leigo, as reuniões da Fraternidade são um


elemento essencial. É através delas que se aprofunda e fortalece a
vocação apostólica pessoal e comunitária, tendo sempre em conta que é no
tempo entre as reuniões que se reflecte a vivência em Fraternidade.

a. A assiduidade às reuniões é muito importante, pois demonstra a


fidelidade à vocação e aos compromissos assumidos (Regra, nº15).
Quem não puder participar na reunião, deve comunicá-lo ao
Presidente da Fraternidade.

37
Tipo de Reuniões

42. A fim de promover a vida fraterna, deve a Fraternidade ter, com a


periodicidade indicada, as seguintes formas de reunião:

a. Reuniões gerais, segundo o ritmo, pelo menos, mensal.


b. Reuniões de Conselho (ou direcção), regularmente, para preparar as
reuniões gerais e sempre que haja assuntos da vida interna e
apostólica da Fraternidade para tratar.
c. Reuniões de formação (específicas) para os candidatos (em
formação de base), e os dominicanos leigos que tenham emitido a
promessa temporária (e formação complementar), com um ritmo,
pelo menos, mensal.
d. Reuniões de grupos, constituídos por vários elementos da
Fraternidade que se queiram reunir para a oração, estudo, a
formação permanente, actividades apostólicas ou convívio. Estas
reuniões poderão contribuir para um aprofundamento na vida
evangélica.

A orientação das Reuniões

43. A orientação das reuniões gerais e do Conselho são da responsabilidade do


Presidente, segundo o modo que o Conselho considere mais adequado
para a Fraternidade. Esta orientação deve ser estabelecida em diálogo com
o Promotor local.

a. As reuniões de formação inicial são da responsabilidade dos


formadores em diálogo com o Promotor local.

Tríplice Dimensão das Reuniões

44. As reuniões gerais devem ter sempre uma tríplice dimensão, própria do
carisma de S. Domingos: oração, estudo e partilha (de vida e de
informação).

45. Uma vez por ano, cada Fraternidade promova uma reunião de avaliação à
luz da fidelidade à Regra de Vida.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE ESTUDO

46. A vida e o apostolado dos dominicanos leigos exigem um formação sólida e


progressiva, a fim de se tornarem verdadeiramente adultos na fé, aptos a
receber, a celebrar e a proclamar a Palavra de Deus (Regra, nº11). O lugar
privilegiado para a formação doutrinal, espiritual e dominicana é a
Fraternidade. Entre os meios de formação, o estudo ocupa um lugar
fundamental entre os elementos que integram o carisma dominicano.

38
Programa de formação

47. Cada Fraternidade, sob a orientação do presidente, em colaboração com o


formador e o promotor local, devem por em prática o Programa Anual de
Formação Permanente proposto pelo Conselho Provincial leigo (ver nº97
deste Directório).

Biblioteca
48. Recomenda-se que cada Fraternidade disponha de uma biblioteca
actualizada, para apoio de formação e do estudo.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE ORAÇÃO

49. As Fraternidades procurem ser fiéis, nos dias de hoje, ao modelo das
comunidades apostólicas, nas quais os primeiros cristão «se mostravam
assíduos ao ensinamento das Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do
pão e às orações» (ActoS dos Apóstolos, 2, 42).

a. Nas reuniões gerais recomenda-se a celebração da eucaristia ou de


uma das horas litúrgicas, ou a oração de uma parte do Rosário.

50. As Fraternidades celebrem as principais festas litúrgicas da ordem, se


possível com outras Fraternidades e em colaboração com os outros ramos
da Família Dominicana.

a. Celebrem de modo particular a festa do seu padroeiro.

51. Os dominicanos leigos participem, pelo menos uma vez por ano, numa
reunião de carácter espiritual (retiro, encontro de fé e de oração, etc.), com
a duração mínima de dois dias (ou fim de semana).

52. Recomenda-se a participação na liturgia das Horas, quando for possível,


em comum com outros ramos da Família Dominicana.

Oração pelos defuntos

53. Segundo a tradição da Ordem, em virtude da comunhão dos Santos, os


dominicanos leigos tenham bem presente a oração pelos defuntos.

a. Recomenda-se que participem na eucaristia, se possível em


Fraternidade, nos três aniversários que a Ordem celebra:

7 de Fevereiro – aniversários dos pais;


Nota: Transferida em Portugal para o dia 8 de Fevereiro, por causa de no
dia 7 se celebrar a festa das Cinco chagas do Senhor.
5 de Setembro – aniversário dos familiares e benfeitores da Ordem.

39
8 de Novembro – aniversário dos irmãos e irmãs da Ordem.

54. Quando morre algum membro da Fraternidade:

a. Os dominicanos leigos procurem estar presentes nas exéquias;


b. Seja celebrada pela Fraternidade uma eucaristia pela alma do
defunto;
c. Cada dominicano leigo ofereça pelo defunto os sufrágios que,
segundo a sua consciência, entender.

55. O Presidente cuidará para que nas reuniões gerais se reze regularmente
pelos defuntos da Ordem, assim como pelos familiares e benfeitores.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE PREGAÇÃO

56. A Ordem dos pregadores foi fundada por S. Domingos especialmente por
causa da pregação, sendo os seus membros consagrados à evangelização.
As Fraternidades devem por isso ser comunidades de pregação, segundo a
sua própria condição de leigos (Regra, nº4).

a. As Fraternidades, em colaboração com os outros ramos da Família


Dominicana e também com as paróquias e Dioceses, procurem
programar actividades ao serviço da Evangelização e da Educação
na Fé (Regra, nº9)

DOS DOENTES NA FRATERNIDADE

57. Que as Fraternidades tenham particularmente presentes e unidos ao seu


apostolado os seus doentes. Por sua parte, os doentes mantenham-se em
comunhão com toda a Família Dominicana, através da oração e da oferta
dos seus sofrimentos ao Senhor (Colonossenses, 1, 24).

II- DA ORGANIZAÇÃO DAS FRATERNIDADES

A- ORGANIZAÇÃO LOCAL

ORGÃOS

58. Em cada Fraternidade, as diversas responsabilidades são assumidas pelos


seguintes órgãos:

1. A Assembleia da Fraternidade
2. O Conselho
3. O Presidente
4. O Vice-Presidente
5. O Formador

40
6. O Secretário
7. O Tesoureiro
8. O Promotor local

DO MODO DE ELEGER

59. Em todas as eleições, salvo determinações prévias, tenha-se presente o


nº119-1º do Código de Direito Canónico (1983): «No concernente aos actos
colegiais, a não ser que outra coisa se determine no direito ou nos
estatutos: 1º - se se tratar de eleições, terá valor de direito o que, estando
presente a maior parte dos que devem ser convocados, for aprovado por
maioria absoluta dos presentes; depois de dois escrutínios ineficazes, a
votação faça-se entre os dois candidatos mais velhos em idade; depois do
terceiro escrutínio, se se mantiver a igualdade, considere-se eleito o que for
mais velho em idade».

a. Para que a eleição seja válida, deve estar presente, pelo menos um
terço dos membros da Fraternidade com promessa emitida. Se não
houver o número necessário de participantes após a primeira
convocatória, far-se-á uma segunda, requerendo-se para a validade
da eleição apenas um quarto dos membros da Fraternidade
convocados.

60. Tem direito a voto todos os dominicanos leigos, desde que tenham já feito a
promessa temporária.

61. Têm direito a ser eleitos:

a. Para Presidente, Vice-Presidente e Formador, só os dominicanos


leigos que tenham feito a promessa definitiva.
b. Para Secretário e Tesoureiro, qualquer dominicano com promessa
temporária ou definitiva.

62. Para colaboradores destes órgãos ou outros serviços, poderão ser


nomeados pelo Conselho da Fraternidade quaisquer membros da mesma,
ainda que em formação de base.

ASSEMBLEIA DA FRATERNIDADE

63. A Assembleia da Fraternidade é constituída por todos os membros da


Fraternidade incorporados na Ordem (com a promessa temporária ou
definitiva).
Os candidatos em formação de base podem participar nas reuniões da
Assembleia, mas sem direito a voto.

a. Deve ser convocada com a devida antecedência, indicando-se os


assuntos que irão ser abordados.

41
64. Compete à Assembleia:

 Determinar quantos elementos deve ter o Conselho da Fraternidade,


num mínimo de três e um máximo de seis.
 Eleger, por voto secreto os membros do Conselho da Fraternidade.
 Eleger um delegado da Fraternidade à Assembleia Provincial de
entre os incorporados na Ordem.
 Enviar propostas ao Capítulo Provincial (dos Frades).
 Fazer propostas ao Promotor Provincial, bem como ao Conselho
Provincial Leigo.

O CONSELHO DA FRATERNIDADE

65. O Conselho da Fraternidade é o órgão comunitário que governa a


Fraternidade. Compete-lhe tratar e deliberar sobre as questões da vida
interna e apostólica da Fraternidade, assim como da sua boa administração
(Regra, nº21 a).
a. É composto por três a seis membros da Fraternidade, eleitos de
acordo com os artigos anteriores.
b. O seu mandato é de três anos.

66. Incumbe ao Conselho eleger de entre os seus membros:


 Com promessa definitiva:
1. O Presidente
2. O Vice-Presidente
3. O Formador
 Com promessa temporária ou definitiva:
1. O Secretário
2. O Tesoureiro
a. Cada elemento pode acumular mais do que um cargo, quando tal for
necessário para o bom dinamismo da Fraternidade.

67. É também da competência do Conselho:


a. Dar o seu parecer ao Promotor Provincial, antes da nomeação de um
Promotor para a Fraternidade, ou propor ao Promotor provincial a
nomeação de um Promotor local (Regra, nº21 c)
b. Decidir, por voto secreto, da aceitação dos candidatos à admissão na
Fraternidade e dos dominicanos leigos que desejem emitir a
promessa temporária ou definitiva (Regra, nº16)
#1 – Para aceitação à promessa definitiva só podem votar os
Conselheiros que já a tenham emitido.
c. Envia propostas ao Conselho Provincial (dos Frades) (Regra, nº23).
d. Fazer propostas ao Promotor provincial, bem como ao Conselho
provincial Leigo.

42
e. Propor à Fraternidade os contributos regulares da partilha económica
e do fundo de entre-ajuda fraterna.
f. Nomear, se necessário, colaboradores dos seus membros, entre os
elementos da Fraternidade, após a eleição do Conselho.

68. Para que as decisões do Conselho sejam válidas, têm de estar presentes,
pelo menos, três Conselheiros, incluindo o Presidente.

69. Se durante o triénio faltar algum Conselheiro, que seja eleito outro em
Assembleia da Fraternidade.

70. Antes de terminado o triénio, compete ao Presidente, ou na sua ausência


ao Vice-Presidente, convocar a Assembleia da Fraternidade para a eleição
de um novo Conselho para outro triénio.
#1 – A posse, porém, só será conferida após o fim do mandato do Conselho
cessante.

71. O Promotor local participa, por direito, nas reuniões do Conselho, mas sem
direito a voto.

PRESIDENTE DA FRATERNIDADE

72. Para presidir à comunhão fraterna e orientar a vida da Fraternidade


segundo o espírito da Regra de Vida, seja eleito pelo Conselho um
Presidente, de entre os membros da Fraternidade comprometidos com
promessa definitiva.

73. Compete ao Presidente:


a. Representar a Fraternidade.
b. Convocar e presidir ao Conselho e à Assembleia da Fraternidade.
c. Presidir e orientar as reuniões gerais da Fraternidade, em
colaboração com o conselho e em diálogo com o promotor local.
d. Participar, como representante, na Assembleia Provincial.
e. Velar para que sejam cumpridas as determinações do Conselho
Provincial Leigo e do Promotor Provincial.
f. Receber juntamente com o representante do Mestre da Ordem a
promessa temporária ou definitiva.
g. Promover a comunhão de vida com as Fraternidades da região.

74. O Presidente é eleito por três anos. Pode ser reeleito para um segundo
triénio. Só poderá assumir um terceiro mandato consecutivo se tiver dois
terços dos votos do Conselho e a aprovação do Presidente Provincial.

43
O VICE-PRESIDENTE DA FRATERNIDADE

75. O Vice-Presidente é o colaborador imediato do Presidente e, na ausência


deste, assume os seus deveres e direitos. O Presidente pode delegar nele
algumas das suas responsabilidades.

a. É eleito por três anos pelo Conselho, de entre os seus membros


incorporados na Ordem com promessa definitiva.

O FORMADOR DA FRATERNIDADE

76. Pertence ao próprio candidato, sob a orientação dos formadores, a primeira


responsabilidade da própria formação, em livre cooperação com a graça da
vocação divina (Livro das Constituições e Ordenações dos Irmãos
Pregadores, nº156).
Para orientar a formação inicial (de base e complementar), seja eleito pelo
Conselho da Fraternidade, por três anos, um encarregado pela
Fraternidade para formação, chamado Formador, de entre os seus
membros comprometidos com promessa definitiva.

77. Compete ao Formador:

a. Convocar e orientar, em estreita colaboração com o Promotor local,


as reuniões de formação, para os candidatos no período de
formação de base e os dominicanos leigos em formação
complementar.
b. Pôr em prática o Plano Provincial de Formação Inicial, procurando
dentro e fora da Fraternidade a colaboração necessária para o levar
a cabo.
c. Dar cumprimento às determinações do Conselho Provincial Leigo, no
que diz respeito à formação inicial.
d. Fomentar a valorização doutrinal, espiritual e apostólica dos
formandos.
e. Estabelecer com cada formando uma relação fraterna, personalizada
e encorajante.

SECRETÁRIO DA FRATERNIDADE

78. Seja eleito de entre os membros do Conselho um secretário, por três anos.

79. Ao Secretário, compete:

a. Redigir as actas das reuniões do Conselho e da Assembleia da


Fraternidade, registando-as no Livro de Actas da Fraternidade.
b. Organizar e manter actualizado o Arquivo de Documentos e
circulares.

44
c. Encarregar-se da correspondência oficial e do Arquivo de
Correspondência.
d. Registar as admissões e as promessas no Livro de Registo da
Fraternidade.
e. Redigir e enviar, a pedido do Presidente as convocatórias, com a
ordem de trabalhos, para as reuniões do Conselho e da assembleia
da Fraternidade.
f. Organizar a Biblioteca, de acordo com as determinações do
Conselho.

TESOUREIRO DA FRATERNIDADE

80. Seja eleito de entre os membros do Conselho um Tesoureiro, por três anos.

81. Compete ao Tesoureiro:

a. Orientar a administração dos bens e fundos da Fraternidade


b. Apresentar anualmente ao Conselho um balanço das contas,
conforme as indicações do Conselho Provincial Leigo.
c. Fomentar o espírito evangélico de partilha económica
(nomeadamente no âmbito Provincial e da ordem).
d. Estar atento às necessidades estruturais da fraternidade e viabilizá-
las.
e. Dar cumprimento às determinações do Conselho Provincial Leigo, no
que diz respeito à entre-ajuda fraterna, contributos e contabilidade.
f. Caso seja oportuno, manter aberta uma conta bancária da
Fraternidade, com assinaturas do Presidente e a sua.

PROMOTOR DA FRATERNIDADE

82. O Promotor da Fraternidade é o representante do Mestre da Ordem no


âmbito da Fraternidade, procurando que nela se vida na fidelidade à
doutrina da Igreja, segundo o carisma e as normas da Ordem.

83. Podem exercer a função de Promotor local ou da Fraternidade: um religioso


dominicano, uma religiosa dominicana, um leigo incorporado na ordem (das
Fraternidades Leigas de S. Domingos) ou um sacerdote diocesano,
vinculado à Ordem através das Fraternidades Sacerdotais de S. Domingos
(Declaração Geral do Capítulo de Roma, 1983, nº277).

84. O Promotor local é nomeado por três anos pelo Prior Provincial, ouvidos
primeiro o Promotor Provincial e o Conselho da Fraternidade (Regra, nº21
c).

85. Compete ao Promotor da Fraternidade:

45
a. Velar pela formação permanente, doutrinal e espiritual dos membros
da Fraternidade, bem como fomentar o seu amor à Ordem.
b. Colaborar empenhadamente com o formador da Fraternidade na
formação inicial (de base e complementar).
c. Orientar a oração comunitária, procurando, de forma pedagógica,
preparar os dominicanos leigos para a feitura, celebração e
presidência da Oração comunitária.
d. Como representante do Mestre da Ordem,

. presidir aos ritos de admissão e de promessa;


.receber, juntamente com o/a Presidente local, a promessa
temporária ou definitiva.

e. Participar de direito, mas sem voto, nas reuniões do Conselho e da


Assembleia da Fraternidade.

ARQUIVO E BIBLIOTECA DA FRATERNIDADE

86. Cada Fraternidade deve ter o seu Arquivo próprio, cuidadosamente


actualizado. Desse Arquivo devem fazer parte.

a. Livro de registo da Fraternidade, no qual se inscrevem os dados


identificativos dos candidatos e dos membros da Fraternidade, assim
como se registam as admissões e as promessas (com a assinatura
de duas testemunhas),
b. Livro de actas do Conselho e da Assembleia da Fraternidade (ou do
Núcleo)
c. Livro da contabilidade.
d. Arquivo de documentos e circulares.
e. Arquivo de correspondência.
f. Recomenda-se também um Livro da Crónica da vida da
Fraternidade.

87. Deve também cada Fraternidade organizar a sua Biblioteca.

GRUPO DE SIMPATIZANTES

88. Quando um grupo de pessoas pretende formar uma nova Fraternidade,


deve fazer uma caminhada de informação e experiência do espírito e
vivência do carisma laical dominicano, expresso na Regra de Vida das
Fraternidades Leigas de S. Domingos, sobretudo da Constituição
Fundamental do Laicado Dominicano.

a. Durante este percurso, o Conselho Provincial Leigo, com o Promotor


Provincial, procurará a forma de apoiar este grupo através de
dominicanos leigos e de Fraternidades já formadas.

46
b. O Promotor Provincial, pessoalmente ou através de um delegado
seu, assegurará a orientação e formação dominicana desse grupo.

NÚCLO DE FRATERNIDADE

89. Um grupo pedirá ao Prior Provincial, através do Promotor Provincial, o seu


reconhecimento como Núcleo de Fraternidade, quando, procurando seguir
os estatutos das Fraternidades Leigas de S. Domingos:

a. Puder assegurar os elementos básicos da vocação laical dominicana,


a saber:
1. Ambiente de vida fraterna.
2. Estudo assíduo.
3. Oração comunitária.
4. Projectos de vida apostólica.

b. De entre os seus elementos, houver, pelo menos, três dominicanos


leigos comprometidos com promessa temporária.

90. O reconhecimento pela Província do Núcleo de Fraternidade é da atribuição


do Prior Provincial, tendo ouvido previamente o Promotor Provincial e o
Presidente Provincial.

a. Logo que possível, o Promotor Provincial providenciará à nomeação,


pelo Prior Provincial, de um Promotor local.

91. Ao ser reconhecido, o Núcleo de fraternidade deve:

a. Escolher de entre os seus membros uma direcção, formada por três


ou quatro elementos que, comunitariamente governará o Núcleo.
Essa direcção deverá incluir:

1. Coordenador
2. Secretário
3. Tesoureiro
4. Formador (só se houver algum dominicano leigo com
promessa definitiva)

§1 – Cada elemento pode acumular mãos do que um encargo,


quando tal for necessário para o bom dinamismo da
Fraternidade.

b. Criar o Arquivo do Núcleo, com os livros e registos indicados no nº84


deste Directório.

92. O mandato da Direcção é de dois anos.

47
93. Os elementos da Direcção têm as seguintes atribuições:

a. Ao Coordenador compete representar o Núcleo; presidir e orientar as


reuniões de Direcção e do Núcleo; velar para que sejam cumpridas
as determinações do Conselho Provincial Leigo.
b. Ao Formador compete o indicado no nº75 deste Directório;
c. Ao Secretário compete organizar e manter actualizados os livros e
registros do Arquivo (excepto o da Contabilidade).
d. Ao Tesoureiro compete o indicado no nº79 deste Directório;
e. A direcção elege o seu delegado à Assembleia Provincial.

94. Dado ser da atribuição do Conselho da Fraternidade a aceitação dos


candidatos à admissão na Fraternidade e à emissão da promessa, e não
tendo o Núcleo um Conselho formado, compete à Direcção enviar ao
Promotor Provincial os pedidos para admissões e promessas, que sobre
eles decidirá, ouvido o Presidente Provincial.

NOVAS FRATERNIDADES

95. Compete ao Prior Provincial erigir novas Fraternidades, com o


consentimento do Bispo da Diocese (Regra, nº20 a).

96. Os requisitos para que uma Fraternidade seja reconhecida e possa ser
erecta canonicamente, são:

a. De entre os seus membros, haver, pelo menos, oito comprometidos


com promessa (temporária ou definitiva).
b. Poder eleger Conselho, segundo o prescrito nos nº63 e 64 deste
Directório.

MUDANÇA DE FRATERNIDADES

97. Para passar de uma Fraternidade a outra, requere-se o consentimento do


Conselho da segunda, por voto secreto.

Saída da Fraternidade

98. O dominicano leigo que desejar deixar de pertencer às Fraternidades


Leigas de S. Domingos, deve comunicá-lo por escrito ao Presidente da sua
Fraternidade.

a. O Presidente local comunicara por escrito ao Promotor Provincial o


pedido, o qual comunicará por escrito ao interessado que, desde
esse momento, fica desvinculado da Ordem.

48
B - ORGANIZAÇÃO PROVINCIAL

A ASSEMBLEIA PROVINCIAL

99. A Assembleia Provincial é constituída por:

1. Os representantes das Fraternidades e núcleos, que não sejam


Conselheiros Provinciais. Cada Fraternidade envia dois
representantes, o presidente e um delegado eleito para o efeito.
Cada Núcleo envia um delegado, que tem de ser membro da
Direcção.
2. Os Conselheiros provinciais (efectivos e em exercício, quando for
convocada a Assembleia).
3. O Promotor Provincial participa de pleno direito na Assembleia
Provincial.

100. Compete à Assembleia Provincial:

a. Determinar o número de elementos do Conselho Provincial a eleger


(entre 5 e 8).
b. Eleger, por voto secreto, os Conselheiros Provinciais, para um
mandato de três anos.
c. Fazer a apreciação da vida das Fraternidades.
d. Apresentar propostas para a melhoria da vida das Fraternidades.
e. Enviar propostas ao Capítulo Geral da Ordem e também ao Capítulo
Provincial (dos frades).

101. A Assembleia é convocada pelo Presidente Provincial, de acordo com o


Promotor Provincial.

a. Dentro de 90 dias, imediatamente anteriores ao fim do mandato do


Conselho Provincial, o Presidente Provincial convocará a Assembleia
Provincial electiva.
b. A Assembleia Provincial não electiva, deverá ser convocada a meio
do triénio.

O CONSELHO PROVINCIAL LEIGO

102. O Conselho Provincial Leigo é o órgão colegial que apoia e orienta a


organização e a vida das Fraternidades da Província.

a. É composto pelo Presidente Provincial e pelos Conselheiros, eleitos


por voto secreto pela Assembleia Provincial. O seu número variará
entre 5 e 8 efectivos (incluindo o Presidente) e 2 suplentes, todos
com promessa definitiva.
b. O Promotor Provincial participa de pleno direito do Conselho
Provincial de Leigos (Regra, nº20 b)

49
c. O seu mandato é de três anos.

103. Compete ao Conselho Provincial Leigo:

a. Eleger, por voto secreto, de entre os seus membros, o Presidente


Provincial, o Vice-Presidente Provincial e o Secretário Provincial.
b. Eleger o Administrador Provincial, ou de entre os sues membros, ou
por razões de conveniência, ou eficácia, um não-conselheiro (com
promessa temporária ou definitiva).
c. Colaborar com o Promotor Provincial na elaboração e revisão do
Plano Provincial de formação Inicial.
d. Propor anualmente, em colaboração com o Promotor Provincial, o
programa Anual de formação Permanente para as Fraternidades.
e. Organizar cursos, encontro, reuniões espirituais, peregrinações a
nível provincial.
f. Decidir da presença de Promotores locais, de Assistentes do
Promotor provincial ou de outros leigos das Fraternidades, em
reuniões do Conselho ou da Assembleia Provincial, sem direito a
voto.
g. Nomear os representantes das Fraternidades Leigas de S. Domingos
nos Secretariados Nacionais da Família Dominicana (em Portugal e
Angola), na Equipa da Pastoral Juvenil da Família Dominicana e
noutras estruturas que venham a surgir, no âmbito provincial ou
inter-provincial.
h. Apoiar, em colaboração com o Promotor Provincial, a caminhada de
informação e experiência do espírito e vivência do carisma laical
dominicano, expressa na Regra de Vida, de grupos de
simpatizantes.
i. Enviar propostas ao Capítulo Geral da Ordem e também ao Capítulo
Provincial (dos frades).
j. Determinar as formas e os quantitativos dos contributos de partilha
económica a nível provincial.

O PRESIDENTE PROVINCIAL

104. O Presidente Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


provinciais, de entre os seus elementos, por maioria absoluta nos dois
primeiros escrutínios e maioria simples no terceiro.

a. O seu mandato é de três anos. Pode ser reeleito. Para um terceiro


triénio necessita de dois terços de votos e a confirmação do Prior
Provincial.

105. Compete ao Presidente Provincial:

a. Representar as Fraternidades da Província.

50
b. Promover a comunhão fraterna entre os membros das Fraternidades
da Província, por todos os meios, nomeadamente por visitas às
Fraternidades.
c. Convocar o Conselho Provincial e a Assembleia Provincial e presidir
às suas reuniões.
d. Velar pela observância da Regra, Declarações Gerais e Directório,
em diálogo com os presidentes e membros das Fraternidades.
e. Promover a execução das decisões do Conselho Provincial Leigo ou
do Promotor Provincial.

O VICE-PRESIDENTE PROVINCIAL

106. O Vice-Presidente colabora estritamente com o presidente e, na sua


ausência, impedimento ou cessão, assume os seus deveres e direitos.

O SECRETÁRIO PROVINCIAL

107. O Secretário Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


Provinciais de entre os seus elementos.

a. O seu mandato é de três anos

108. Compete ao Secretário Provincial:

a. Organizar e manter actualizado o Arquivo Provincial, com os seus


livros e registo.
b. Redigir as actas das reuniões do Conselho e da Assembleia
Provincial.
c. Redigir e enviar, a pedido do Presidente Provincial, as convocatórias,
com a ordem de trabalhos, para as reuniões do Conselho Provincial
e da Assembleia Provincial e demais circulares.
d. Encarregar-se da correspondência oficial.

O ADMINISTRADOR PROVINCIAL

109. O Administrador Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


Provinciais, de entre os dominicanos leigos incorporados na Ordem (com
promessa temporária ou definitiva).

a. Se não for Conselheiro Provincial, pode participar nas reuniões do


Conselho, mas sem direito a voto.

110. Compete ao Administrador Provincial:

a. Administrar os fundos provinciais


b. Dar contas anualmente ao Conselho Provincial.

51
c. Organizar a contabilidade do Conselho e coordená-la com a das
Fraternidades.
d. Velar para que as determinações da partilha económica do Conselho
Provincial Leigo sejam cumpridas.
e. Organizar as contas bancárias do Conselho.

§1 – Estas contas devem estar em nome das Fraternidades Leigas


de S. Domingos e serem assinadas, pelo menos, pelo Presidente e o
Administrador.

f. Propor medidas de reestruturação económica das Fraternidades no


seu conjunto.

O PROMOTOR PROVINCIAL

111. O Prior Provincial preside às fraternidades, dentro do limite da sua


província. O Promotor Provincial faz as vezes do Prior Provincial (Regra
nº20 a)

a. O Promotor Provincial é nomeado pelo Capítulo Provincial ou pelo


Prior Provincial com o seu Conselho, tendo ouvido primeiro o
Conselho Provincial das Fraternidades Leigas de S. Domingos
(Regra, nº20 b).

112. Compete ao Promotor Provincial:

a. Participar de pleno direito no Conselho Provincial e na Assembleia


Provincial das Fraternidades.
b. Responder perante o Prior Provincial por tudo o que diz respeito à
vida das Fraternidades.
c. Elaborar e rever o Plano Provincial de Formação Inicial, em
colaboração com o Conselho Provincial Leigo.
d. Promover encontros de estudo e de espiritualidade, em colaboração
com o Conselho Provincial Leigo.
e. Visitar com a frequência possível as Fraternidades, promovendo
nelas o espírito dominicano.
f. Colaborar com o Conselho Provincial Leigo na elaboração do
Programa Anual de Formação Permanente para as Fraternidades.
g. Procurar promover o bem espiritual e o zelo apostólico dos
dominicanos leigos.
h. Acompanhar a formação dos grupos de simpatizantes e dos leigos
isolados.
i. Propor ao Prior Provincial o reconhecimento de Núcleos de
Fraternidades.
j. Encontrar-se regularmente com os Promotores locais.

52
k. Dialogar e avaliar a vida das Fraternidades com o Presidente
Provincial.

ASSISTENTES DO PROMOTOR PROVINCIAL

113. O Promotor Provincial pode propor ao Prior Provincial com o seu


conselho a nomeação de assistentes seus, nomeadamente para a
pregação e a Formação.

53
3. DIRECTÓRIO DAS FRATERNIDADES LEIGAS DE S.
DOMINGOS DA PROVÍNCIA DE PORTUGAL- 20147

O Provincial dos Dominicanos em Portugal informa a Presidente das


Fraternidades Leigas de São Domingos da Província de Portugal da Ordem dos
Pregadores que, na reunião do Conselho Provincial, reunido em Fátima, no
convento dos Dominicanos, no dia 14 de Fevereiro de 2014 apreciou e ratificou os
novos Estatutos das Fraternidades Leigas de São Domingos.

Fátima, 14 de Fevereiro de 2014


Fr. Pedro Cruz Fernandes, OP
Provincial

DISPOSIÇÕES INICIAIS

Neste Directório, quando se fala de Fraternidades, incluem-se também os Núcleos


de Fraternidade, salvo o que explicitamente é referido para umas e outros.

FINALIDADE
1. Este Directório, de acordo com o disposto na Regra das Fraternidades
Leigas de S. Domingos e nas Declarações dos Mestres da Ordem e dos
Capítulos Gerais, contém de forma concreta e pormenorizada as normas e
orientações que se aplicam às Fraternidades Leigas de S. Domingos da
Província de Portugal.

VALOR JURÍDICO
2. O presente Directório, é elaborado e aprovado pelo Conselho Provincial
Leigo.
a. O Prior Provincial com o seu Conselho procederá à sua ratificação e
promulgação.
b. O Mestre Geral, a todo o tempo, poderá ordenar a correcção de uma
qualquer norma já promulgada. (Declaração Geral II do M.O./2007)

OBRIGATORIEDADE
3. O Directório Provincial faz parte, juntamente com a Regra e as Declarações
Gerais, dos Estatutos próprios das Fraternidades Leigas de S. Domingos

7
Revogado pelo Directório de 2019

54
(Regra, nº24), que devem ser aceites como um todo normativo e vividos
desde o momento da admissão nas Fraternidades.

DISPENSA
4. O Prior Provincial pode dispensar das normas da Regra ou do Directório,
que não sejam de Direito divino nem de direito eclesiástico, com dispensa
particular para uma Fraternidade, com ou sem limite temporal.
5. O presidente da Fraternidade pode legitimamente dispensar das normas
não constitutivas e não de direito divino ou de direito eclesiástico, da
Regra ou do Directório, em casos particulares e por tempo determinado.
(Declaração do M.O. nº III/2007)

FLEXIBILIDADE
6. Este Directório permanece aberto à sua renovação, acolhendo as
modificações derivadas das normas da Igreja e da Ordem e da experiência
das Fraternidades.

§ O Conselho Provincial das Fraternidades pode propor


modificações, supressões e aditamentos às normas deste Directório
seguindo o disposto no nº2, e tendo em conta o carácter de
estabilidade que o Directório deve ter para ser eficaz e
unificador.(Declaração Geral II do M.O./2007)

I – DA VIDA DOS IRMÃOS

A – OS DOMINICANOS LEIGOS

DA ADMISSÃO NA FRATERNIDADE

7. Condições e disposições para a admissão na Fraternidade:

Para ser admitido numa Fraternidade requer-se do candidato os seguintes


requisitos:

a) Idade mínima de 25 anos (com dispensa do Prior Provincial, 18


anos).
b) Maturidade psicológica e moral.
c) Ter recebido o Sacramento do Crisma (ou Confirmação), ou estar-se
a preparar para o receber (Regra, nº1)
d) Desejo de progredir na perfeição evangélica, segundo o seu próprio
estado.

55
e) Consciência da própria vocação, como chamamento do Espírito
Santo, para viver como leigo a missão da Ordem, na Igreja, para o
mundo.
f) Disposição em se tornar apto a realizar uma vida «segundo o espírito
e carisma de S. Domingos» (Regra, nº2).
g) Não pertencer actualmente a nenhuma outra Ordem.

8. A admissão na Fraternidade deve ser precedida de um tempo em que o


simpatizante seja informado sobre as orientações fundamentais do ser leigo
dominicano.

9. O pedido de admissão na Fraternidade é apresentado pelo Presidente da


Fraternidade ao Conselho da mesma, que decide por votação secreta da
sua aceitação, sendo necessária maioria absoluta.
Nos Núcleos de Fraternidade, o seu Coordenador apresenta o pedido de
admissão ao Promotor Provincial, que decide da admissão.

10. O candidato, uma vez admitido, é agregado à Fraternidade local através do


Rito de Admissão.

DA FORMAÇÃO INICIAL
Tempo de experiência e formação de base

11. Com o rito de admissão tem início o período de formação de base, com a
duração mínima de um ano, sob a orientação do Formador e do Promotor
local.

12. Durante este período, o candidato junto com os responsáveis pela formação
de base, devem seguir o Plano Provincial de Formação (Regra, nº11 a),
que deve incluir:

a. O completar da iniciação cristã do candidato, nomeadamente na


Sagrada Escritura, Credo, Sacramentos e Oração.
b. O conhecimento de S. Domingos e da Ordem dos Pregadores.
c. O estudo e a consequente vivência experimental dos estatutos
próprios das Fraternidades Leigas (Regra, nº24).
d. Iniciação à vida fraterna, sobretudo pela presença assídua e a
participação nas reuniões de formação e reuniões gerais da
Fraternidade.

56
13. Este período durará o tempo necessário para que o candidato estude e
experimente, e assim possa discernir, em Fraternidade a sua vocação.

Incorporação temporária na Ordem: a profissão temporária

14. Concluído o período de experiência e formação de base, o candidato pode


ser admitido, por votação secreta do Conselho da Fraternidade, à promessa
temporária, pela qual é incorporado na Ordem. (Se se tratar de um Núcleo,
ver o nº97 deste Directório).

15. A profissão consiste numa promessa formal, mas sem voto, de procurar
viver segundo a Regra de Vida das Fraternidades. É emitida perante o
Presidente da Fraternidade e o representante do Mestre da Ordem, e na
presença de outros irmãos.

16. Com a promessa, o dominicano leigo empenha-se em seguir a Cristo,


segundo o espírito evangelizador de S. Domingos, no âmbito familiar e
sócio-profissional.

17. A fórmula da promessa está expressa na Regra de Vida, no nº14 e deverá


seguir o Rito de Admissão nas Fraternidades Leigas de S. Domingos.

18. A promessa temporária compromete o dominicano leigo na Ordem por um


período de três anos.

19. Terminados os três anos, o dominicano leigo, se tiver completado a


formação inicial, pode pedir que lhe seja concedido emitir a sua promessa
definitiva.
A decisão pertence ao Conselho da Fraternidade, tomada por votação
secreta.

20. O Conselho da Fraternidade, em diálogo com o candidato, pode propor-lhe


a renovação da promessa temporária por mais um ano.

21. Desde a incorporação na Ordem é concedida ao dominicano leigo o direito


de votar e poder ser eleito, salvo as excepções expressamente indicadas.

Aprofundamento da vocação e formação complementar

22. Com a promessa temporária começa o segundo período da formação


inicial, com a duração mínima de três anos.

57
Nesta etapa, o dominicano leigo aprofunda a sua vocação, nos seus
elementos essenciais e completa a sua formação inicial, segundo o Plano
Provincial de Formação, sob a orientação dos responsáveis pela formação.

DA INCORPORAÇÃO PERPÉTUA NA ORDEM

Incorporação definitiva na Ordem: a profissão perpétua

23. Com a promessa definitiva, o dominicano leigo é incorporado na Ordem


para sempre, participando em comunhão fraterna «na sua missão
apostólica, pelo estudo, pela oração e pela pregação, segundo a sua
própria condição de leigo» (Regra, nº4).

24. Com a promessa definitiva, termina o período de formação inicial e abre-se


um novo caminho de amadurecimento na vocação e missão laicais
dominicanas.
Para isso, contribui a comunhão assídua e fraterna com os frades
pregadores, as monjas e as irmãs, a fim de junto realizarem o desafio que
S. Domingos começou: «uma família e unidade de vida e compromisso, de
serviço à Igreja e ao mundo» (Carta do Mestre da Ordem, Fr. Damian
Byrne, sobre o «Desafio da Evangelização nos nosso dias», 1988).

Promessa em perigo de morte

25. Em caso de perigo de morte, o Promotor local pode receber a emissão da


promessa definitiva, sem qualquer dos requisitos consignados neste
Directório.

DA VIDA ESPIRITUAL DO DOMINICANO LEIGO

26. O dominicano leigo consciente do valor dos sacramentos, procura viver


reconciliado com Deus e com os irmãos, através da participação assídua na
eucaristia e da prática regular do Sacramento da Reconciliação (Regra,
nº10, b e c).

27. Procura também santificar as horas do dia, em comunhão com a Igreja e a


Ordem, através de um tempo de oração pela manhã e outro à tarde ou à
noite, segundo um ritmo adaptado às suas condições de vida laical.

58
28. Para alimentar a sua vida de união com Deus, seja fiel a um tempo de
meditação ou oração interior, por exemplo, na Eucaristia, ou numa das
Horas litúrgicas (Regra, nº10 d).

29. Recomenda-se a recitação diária de ao menos uma parte do Rosário (que é


devoção tradicional da nossa Ordem), o qual leva à familiaridade na
contemplação dos Mistérios de Cristo com a Virgem Maria (Decl. Ger. Nº7,
M.O./1987).

30. A exemplo dos nossos Santos, empenhe-se na prática da penitência


evangélica (cf. «Instrução Pastoral sobre a disciplina penitencial» da
Conferência Episcopal Portuguesa, 1982).

31. A leitura espiritual da Sagrada Escritura (em primeiro lugar das Leituras da
Eucaristia Dominical), é uma das fontes fundamentais de contemplação e
da vida apostólica do dominicano leigo (Regra, nº13 a).

32. Tendo presente que a índole «secular» lhe é própria, o dominicano leigo
empenhe-se em buscar o Reino de Deus e a contribuir do interior, à
maneira de fermento, para a santificação do mundo, no meio das
actividades e profissão, e da vida familiar, e social, as quais como que
tecem a sua existência (Conc. Vat. II, Constituição Dogmática sobre a
Igreja: «LumenGentium», nº31).

DA VIDA APOSTÓLICA DO DOMINICANO LEIGO

33. Cada dominicano leigo, quer a título pessoal, quer como enviado da
Fraternidade, ou em colaboração com ela, procure responder às exigências
da missão da Ordem, nos tempos e lugares que se encontra.

34. Atento aos «sinais dos tempos», procure as formas de apostolado que mais
contribuam para a evangelização e a resolução dos seus problemas à luz
da fé (Regra, nº5, nº10 f e nº13)

35. Em conformidade com a sua vocação apostólica:

a. Esteja atento e dedique-se, quanto possível, aos problemas dos mais


pobres e marginalizados, comprometendo-se na promoção da justiça
e da paz (Regra, Nº5 e 6).
b. Colabore com os outros ramos da Família Dominicana no apostolado
(Regra, nº2).

59
c. Colabore no apostolado dominicano do Rosário (cf. Nº29 deste
Directório).
d. Preste ajuda às obras missionárias da Ordem (Regra, nº9).
e. Colabore nas iniciativas apostólicas paroquiais e diocesanas (Regra,
nº9).

DOS DOMINICANOS LEIGOS ISOLADOS

36. A admissão de um candidato como isolado, sem ficar integrado numa


Fraternidade, só deve ser aceite a título excepcional e com fundamentos
concretos.

37. O dominicano leigo isolado deve ter um relacionamento regular com um


elemento do Conselho Provincial Leigo e depende directamente do
Promotor Provincial. (Declaração Geral I §3 do M.O./2007)

§. A sua admissão e as promessas que emitir perante o Promotor


Provincial e o Presidente Provincial (ou seu representante), devem ser
registadas num livro próprio que existirá no Conselho Provincial Leigo.

38. Para poder ser integrado numa Fraternidade, o dominicano leigo isolado
necessita do consentimento do Promotor Provincial e do Conselho da
Fraternidade.

DAS INSÍGNIAS

39. Para manifestar a admissão e a incorporação na Ordem, existem insígnias


próprias, que estão indicadas quanto à forma e ao uso, no Ritual de
admissão e promessas das Fraternidades Leigas de S. Domingos.

DA SEPULTURA COM O HÁBITO DA ORDEM

40. Ao dominicano leigo é concedida a permissão de ser sepultado com o


hábito da Ordem, segundo a antiga tradição.

B – AS FRATERNIDADES LEIGAS DE S. DOMINGOS

DAS FRATERNIDADES

60
41. Os dominicanos leigos agrupam-se em comunidades cristãs chamadas
Fraternidades, nas quais, pela sua vivência fraterna, experimentam e são
sinal da comunhão eclesial.

42. A convivência dos irmãos na Fraternidade deve ser vivificada pela caridade,
manifestada no acolhimento mútuo e no respeito pela identidade própria de
cada pessoa.

DAS REUNIÕES DA FRATERNIDADE

43. Na vida de um dominicano leigo, as reuniões da Fraternidade são um


elemento essencial. É através delas que se aprofunda e fortalece a
vocação apostólica pessoal e comunitária, tendo sempre em conta que é no
tempo entre as reuniões que se reflecte a vivência em Fraternidade.

§. A assiduidade às reuniões é muito importante, pois demonstra a


fidelidade à vocação e aos compromissos assumidos (Regra, nº15).
Quem não puder participar na reunião, deve comunicá-lo ao Presidente
da Fraternidade.

Tipo de Reuniões

44. A fim de promover a vida fraterna deve a Fraternidade ter, com a


periodicidade indicada, as seguintes formas de reunião:

a. Reuniões gerais, segundo o ritmo, pelo menos, mensal.


b. Reunião de Conselho (ou direcção), regularmente, para preparar as
reuniões gerais e sempre que haja assuntos da vida interna e
apostólica da Fraternidade para tratar.
c. Reunião de formação (específicas) para os candidatos (em formação
de base), e os dominicanos leigos que tenham emitido a promessa
temporária (e formação complementar), com um ritmo, pelo menos,
mensal.
d. Reunião de grupos, constituídos por vários elementos da
Fraternidade que se queiram reunir para a oração, estudo, a
formação permanente, actividades apostólicas ou convívio. Estas
reuniões poderão contribuir para um aprofundamento na vida
evangélica.

A orientação das Reuniões

61
45. A orientação das reuniões gerais e do Conselho são da responsabilidade do
Presidente, segundo o modo que o Conselho considere mais adequado
para a Fraternidade. Esta orientação deve ser estabelecida em diálogo com
o Promotor local.

§. As reuniões de formação inicial são da responsabilidade dos


formadores em diálogo com o Promotor local.

Tríplice Dimensão das Reuniões

46. As reuniões gerais devem ter sempre uma tríplice dimensão, própria do
carisma de S. Domingos: oração, estudo e partilha (de vida e de
informação).

47. Uma vez por ano, cada Fraternidade promova uma reunião de avaliação à
luz da fidelidade à Regra de Vida.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE ESTUDO

48. A vida e o apostolado dos dominicanos leigos exigem um formação sólida e


progressiva, a fim de se tornarem verdadeiramente adultos na fé, aptos a
receber, a celebrar e a proclamar a Palavra de Deus (Regra, nº11). O lugar
privilegiado para a formação doutrinal, espiritual e dominicana é a
Fraternidade. Entre os meios de formação, o estudo ocupa um lugar
fundamental entre os elementos que integram o carisma dominicano.

Programa de formação
49. Cada Fraternidade, sob a orientação do presidente, em colaboração com o
formador e o promotor local, devem por em prática o Programa Anual de
Formação Permanente proposto pelo Conselho Provincial Leigo.

Biblioteca
50. Recomenda-se que cada Fraternidade disponha de uma biblioteca
actualizada, para apoio de formação e do estudo.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE ORAÇÃO

51. As Fraternidades procurem ser fiéis, nos dias de hoje, ao modelo das
comunidades apostólicas, nas quais os primeiros cristãos «se mostravam
assíduos ao ensinamento das Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do
pão e às orações» (Actos dos Apóstolos, 2, 42).

62
§. Nas reuniões gerais recomenda-se a celebração da eucaristia ou de
uma das horas litúrgicas, ou a oração de uma parte do Rosário.

52. As Fraternidades celebrem as principais festas litúrgicas da ordem, se


possível com outras Fraternidades e em colaboração com os outros ramos
da Família Dominicana.

§. Celebrem de modo particular a festa do seu padroeiro.

53. Os dominicanos leigos participem, pelo menos uma vez por ano, numa
reunião de carácter espiritual (retiro, encontro de fé e de oração, etc.), com
a duração mínima de dois dias (ou fim de semana).

54. Recomenda-se a participação na Liturgia das Horas, quando for possível,


em comum com outros ramos da Família Dominicana.

Oração pelos defuntos


55. Segundo a tradição da Ordem, em virtude da comunhão dos Santos, os
dominicanos leigos tenham bem presente a oração pelos defuntos.

§. Recomenda-se que participem na eucaristia, se possível em


Fraternidade, nos três aniversários que a Ordem celebra:

7 de Fevereiro – aniversários dos pais;


Nota: Transferida em Portugal para o dia 8 de Fevereiro, por causa de no
dia 7 se celebrar a festa das Cinco chagas do Senhor.
5 de Setembro – aniversário dos familiares e benfeitores da Ordem.
8 de Novembro – aniversário dos irmãos e irmãs da Ordem.

56. Quando morre algum membro da Fraternidade:

a. Os dominicanos leigos procurem estar presentes nas exéquias;


b. Seja celebrada pela Fraternidade uma eucaristia pela alma do
defunto;
c. Cada dominicano leigo ofereça pelo defunto os sufrágios que,
segundo a sua consciência, entender.

57. O Presidente cuidará para que nas reuniões gerais se reze regularmente
pelos defuntos da Ordem, assim como pelos familiares e benfeitores.

63
DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE PREGAÇÃO

58. A Ordem dos Pregadores foi fundada por S. Domingos especialmente por
causa da pregação, sendo os seus membros consagrados à evangelização.
As Fraternidades devem por isso ser comunidades de pregação, segundo a
sua própria condição de leigos (Regra, nº4).

a. As Fraternidades, em colaboração com os outros ramos da Família


Dominicana e também com as paróquias e Dioceses, procurem
programar actividades ao serviço da Evangelização e da Educação
na Fé (Regra, nº9)
b. Deverão os membros das Fraternidades ter em conta a riqueza para
a Igreja e para a Família Dominicana de todas as Associações e
Confrarias formalmente a ela anexadas pela autoridade competente,
vivendo em espírito de concórdia e activa colaboração e
reconhecendo-se todos como irmãos e irmãs em S. Domingos, cada
qual consoante a sua própria condição e identidade. (Dec. Geral I ,
§2 do M.O./2007)

DOS DOENTES NA FRATERNIDADE

59. Que as Fraternidades tenham particularmente presentes e unidos ao seu


apostolado os seus doentes. Por sua parte, os doentes mantenham-se em
comunhão com toda a Família Dominicana, através da oração e da oferta
dos seus sofrimentos ao Senhor (Colonossenses, 1, 24).

II- DA ORGANIZAÇÃO DAS FRATERNIDADES

A- ORGANIZAÇÃO LOCAL

ORGÃOS

60. Em cada Fraternidade, as diversas responsabilidades são assumidas pelos


seguintes órgãos:

1. A Assembleia da Fraternidade
2. O Conselho
3. O Presidente
4. O Vice-Presidente
5. O Formador

64
6. O Secretário
7. O Tesoureiro
8. O Promotor local

DO MODO DE ELEGER

61. Em todas as eleições, salvo determinações prévias, tenha-se presente o


nº119-1º do Código de Direito Canónico (1983): «No concernente aos actos
colegiais, a não ser que outra coisa se determine no direito ou nos
estatutos: 1º - se se tratar de eleições, terá valor de direito o que, estando
presente a maior parte dos que devem ser convocados, for aprovado por
maioria absoluta dos presentes; depois de dois escrutínios ineficazes, a
votação faça-se entre os dois candidatos mais velhos em idade; depois do
terceiro escrutínio, se se mantiver a igualdade, considere-se eleito o que for
mais velho em idade».

§. Para que a eleição seja válida, deve estar presente, pelo menos um
terço dos membros da Fraternidade com promessa emitida. Se não
houver o número necessário de participantes após a primeira
convocatória, far-se-á uma segunda, requerendo-se para a validade da
eleição apenas um quarto dos membros da Fraternidade convocados.

62. Tem direito a voto todos os dominicanos leigos, desde que tenham já feito a
promessa temporária.

63. Têm direito a ser eleitos:

a. Para Presidente, Vice-Presidente e Formador, os dominicanos leigos


que tenham feito a promessa definitiva.
b. Para Secretário e Tesoureiro, qualquer dominicano com promessa
temporária ou definitiva.

64. Para colaboradores destes órgãos ou outros serviços, poderão ser


nomeados pelo Conselho da Fraternidade quaisquer membros da mesma,
ainda que em formação de base.

ASSEMBLEIA DA FRATERNIDADE

65. A Assembleia da Fraternidade é constituída por todos os membros da


Fraternidade incorporados na Ordem (com a promessa temporária ou
definitiva).

65
Os candidatos em formação de base podem participar nas reuniões da
Assembleia, mas sem direito a voto.

§. Deve ser convocada com a devida antecedência, indicando-se os


assuntos que irão ser abordados.

66. Compete à Assembleia:

 Determinar quantos elementos deve ter o Conselho da Fraternidade,


num mínimo de três e um máximo de seis.
 Eleger, por voto secreto os membros do Conselho da Fraternidade.
 Eleger um delegado da Fraternidade à Assembleia Provincial de
entre os incorporados na Ordem.
 Enviar propostas ao Capítulo Provincial (dos Frades).
 Fazer propostas ao Promotor Provincial, bem como ao Conselho
Provincial Leigo.

O CONSELHO DA FRATERNIDADE

67. O Conselho da Fraternidade é o órgão comunitário que governa a


Fraternidade. Compete-lhe tratar e deliberar sobre as questões da vida
interna e apostólica da Fraternidade, assim como da sua boa administração
(Regra, nº21 a).
a. É composto por três a seis membros da Fraternidade, eleitos de
acordo com os artigos anteriores.
b. O seu mandato é de três anos.

68. Incumbe ao Conselho eleger de entre os seus membros:


 Com promessa definitiva:
1. O Presidente
2. O Vice-Presidente
3. O Formador
 Com promessa temporária ou definitiva:
1. O Secretário
2. O Tesoureiro

§1Cada elemento pode acumular mais do que um cargo, com excepção de


Presidente/Vice-Presidente e Presidente/Tesoureiro, quando tal for
necessário para o bom dinamismo da Fraternidade.

66
§2 – A eleição do Presidente do Conselho da Fraternidade terá de ser
confirmada pelo Presidente Provincial.

69. É também da competência do Conselho:


a. Dar o seu parecer ao Promotor Provincial, antes da nomeação de um
Promotor para a Fraternidade, ou propor ao Promotor Provincial a
nomeação de um Promotor local (Regra, nº21 c)
b. Decidir, por voto secreto, da aceitação dos candidatos à admissão na
Fraternidade e dos dominicanos leigos que desejem emitir a
promessa temporária ou definitiva (Regra, nº16)
§ Para aceitação à promessa definitiva só podem votar os
Conselheiros que já a tenham emitido.
c. Enviar propostas ao Conselho Provincial (dos Frades) (Regra, nº23).
d. Fazer propostas ao Promotor Provincial, bem como ao Conselho
Provincial Leigo.
e. Propor à Fraternidade os contributos regulares da partilha económica
e do fundo de entre-ajuda fraterna.
f. Nomear, se necessário, colaboradores dos seus membros, entre os
elementos da Fraternidade, após a eleição do Conselho.
g. Pronunciar-se sobre a saída da Ordem dos membros com promessa
temporária que desejem sair antes do término dos 3 anos; ou sobre
o pedido de saída daqueles que já tenham emitido a promessa
definitiva; (Declaração Geral VI do M.O./2007)
h. Pronunciar-se nos casos de dispensa e expulsão (nº101 e 102).

70. Para que as decisões do Conselho sejam válidas, têm de estar presentes,
pelo menos, três Conselheiros, incluindo o Presidenteou na sua ausência o
Vice-Presidente.

71. Se durante o triénio faltar algum Conselheiro, que seja eleito outro em
Assembleia da Fraternidade.
§ O seu mandato será pelo tempo que faltar até ao final do mandato
do Conselho.

72. Antes de terminado o triénio, compete ao Presidente, ou na sua ausência


ao Vice-Presidente, convocar a Assembleia da Fraternidade para a eleição
de um novo Conselho para outro triénio.
§ A posse, porém, só será conferida após o fim do mandato do Conselho
cessante.

67
73. O Promotor local participa, por direito, nas reuniões do Conselho, mas sem
direito a voto.

PRESIDENTE DA FRATERNIDADE

74. Para presidir à comunhão fraterna e orientar a vida da Fraternidade


segundo o espírito da Regra de Vida, seja eleito pelo Conselho um
Presidente, de entre os membros da Fraternidade comprometidos com
promessa definitiva.

75. Compete ao Presidente:


a. Representar a Fraternidade.
b. Convocar e presidir ao Conselho e à Assembleia da Fraternidade.
c. Presidir e orientar as reuniões gerais da Fraternidade, em
colaboração com o conselho e em diálogo com o promotor local.
d. Participar, como representante, na Assembleia Provincial.
e. Velar para que sejam cumpridas as determinações do Conselho
Provincial Leigo e do Promotor Provincial.
f. Receber juntamente com o representante do Mestre da Ordem a
promessa temporária ou definitiva.
g. Promover a comunhão de vida com as Fraternidades da região.

76. O Presidente é eleito por três anos. Pode ser reeleito para um segundo
triénio. Só poderá assumir um terceiro mandato consecutivo se tiver dois
terços dos votos do Conselho e a aprovação do Presidente Provincial.

O VICE-PRESIDENTE DA FRATERNIDADE

77. O Vice-Presidente é o colaborador imediato do Presidente e, na ausência


deste, assume os seus deveres e direitos. O Presidente pode delegar nele
algumas das suas responsabilidades.

§ É eleito por três anos pelo Conselho, de entre os seus membros


incorporados na Ordem com promessa definitiva.

O FORMADOR DA FRATERNIDADE

78. Pertence ao próprio candidato, sob a orientação dos formadores, a primeira


responsabilidade da própria formação, em livre cooperação com a graça da
vocação divina (Livro das Constituições e Ordenações dos Irmãos
Pregadores, nº156).

68
Para orientar a formação inicial (de base e complementar), seja eleito pelo
Conselho da Fraternidade, por três anos, um encarregado pela
Fraternidade para formação, chamado Formador, de entre os seus
membros comprometidos com promessa definitiva.

79. Compete ao Formador:

a. Convocar e orientar, em estreita colaboração com o Promotor local,


as reuniões de formação, para os candidatos no período de
formação de base e os dominicanos leigos em formação
complementar.
b. Pôr em prática o Plano Provincial de Formação Inicial, procurando
dentro e fora da Fraternidade a colaboração necessária para o levar
a cabo.
c. Dar cumprimento às determinações do Conselho Provincial Leigo, no
que diz respeito à formação inicial.
d. Fomentar a valorização doutrinal, espiritual e apostólica dos
formandos.
e. Estabelecer com cada formando uma relação fraterna, personalizada
e encorajante.

SECRETÁRIO DA FRATERNIDADE

80. Seja eleito de entre os membros do Conselho um secretário, por três anos.

81. Ao Secretário, compete:

a. Redigir as actas das reuniões do Conselho e da Assembleia da


Fraternidade, registando-as no Livro de Actas da Fraternidade.
b. Organizar e manter actualizado o Arquivo de Documentos e
circulares.
c. Encarregar-se da correspondência oficial e do Arquivo de
Correspondência.
d. Registar as admissões e as promessas no Livro de Registo da
Fraternidade.
e. Redigir e enviar, a pedido do Presidente as convocatórias, com a
ordem de trabalhos, para as reuniões do Conselho e da assembleia
da Fraternidade.
f. Organizar a Biblioteca, de acordo com as determinações do
Conselho.

69
TESOUREIRO DA FRATERNIDADE

82. Seja eleito de entre os membros do Conselho um Tesoureiro, por três anos.

83. Compete ao Tesoureiro:

a. Orientar a administração dos bens e fundos da Fraternidade


b. Apresentar anualmente ao Conselho um balanço das contas,
conforme as indicações do Conselho Provincial Leigo.
c. Fomentar o espírito evangélico de partilha económica
(nomeadamente no âmbito Provincial e da ordem).
d. Estar atento às necessidades estruturais da fraternidade e viabilizá-
las.
e. Dar cumprimento às determinações do Conselho Provincial Leigo, no
que diz respeito à entre-ajuda fraterna, contributos e contabilidade.
f. Caso seja oportuno, manter aberta uma conta bancária da
Fraternidade, com assinaturas do Presidente e a sua.

PROMOTOR DA FRATERNIDADE

84. O Promotor da Fraternidade é o representante do Mestre da Ordem no


âmbito da Fraternidade, procurando que nela se vida na fidelidade à
doutrina da Igreja, segundo o carisma e as normas da Ordem.

85. Podem exercer a função de Promotor local ou da Fraternidade: um religioso


dominicano, uma religiosa dominicana, um leigo incorporado na Ordem
(das Fraternidades Leigas de S. Domingos) ou um sacerdote diocesano,
vinculado à Ordem através das Fraternidades Sacerdotais de S. Domingos
(Declaração Geral do Capítulo de Roma, 1983, nº277).

86. Não poderá tomar posse o Promotor local que não esteja sujeito à
autoridade do Mestre da Ordem, que depois da nomeação não estabeleça
um acordo escrito com o Prior e Promotor Provincial e não tenha obtido
permissão escrita do seu próprio e competente superior.

87. O Promotor local é nomeado por três anos pelo Prior Provincial, ouvidos
primeiro o Promotor Provincial e o Conselho da Fraternidade (Regra, nº21
c).

88. Compete ao Promotor da Fraternidade:

70
a. Velar pela formação permanente, doutrinal e espiritual dos membros
da Fraternidade, bem como fomentar o seu amor à Ordem.
b. Colaborar empenhadamente com o formador da Fraternidade na
formação inicial (de base e complementar).
c. Orientar a oração comunitária, procurando, de forma pedagógica,
preparar os dominicanos leigos para a feitura, celebração e
presidência da Oração comunitária.
d. Como representante do Mestre da Ordem,
.presidir aos ritos de admissão e de promessa;
.receber, juntamente com o/a Presidente local, a promessa
temporária ou definitiva.
e. Participar de direito, mas sem voto, nas reuniões do Conselho e da
Assembleia da Fraternidade.

ARQUIVO E BIBLIOTECA DA FRATERNIDADE

89. Cada Fraternidade deve ter o seu Arquivo próprio, cuidadosamente


actualizado. Desse Arquivo devem fazer parte.

a. Livro de registo da Fraternidade, no qual se inscrevem os dados


identificativos dos candidatos e dos membros da Fraternidade, assim
como se registam as admissões e as promessas (com a assinatura
de duas testemunhas),
b. Livro de actas do Conselho e da Assembleia da Fraternidade (ou do
Núcleo)
c. Livro da contabilidade.
d. Arquivo de documentos e circulares.
e. Arquivo de correspondência.
f. Recomenda-se também um Livro da Crónica da vida da
Fraternidade.

90. Deve também cada Fraternidade organizar a sua Biblioteca.

GRUPO DE SIMPATIZANTES

91. Quando um grupo de pessoas pretende formar uma nova Fraternidade,


deve fazer uma caminhada de informação e experiência do espírito e
vivência do carisma laical dominicano, expresso na Regra de Vida das
Fraternidades Leigas de S. Domingos, sobretudo da Constituição
Fundamental do Laicado Dominicano.

71
a. Durante este percurso, o Conselho Provincial Leigo, com o Promotor
Provincial, procurará a forma de apoiar este grupo através de
dominicanos leigos e de Fraternidades já formadas.
b. O Promotor Provincial, pessoalmente ou através de um delegado
seu, assegurará a orientação e formação dominicana desse grupo.

NÚCLEO DE FRATERNIDADE

92. Um grupo pedirá ao Prior Provincial, através do Promotor Provincial, o seu


reconhecimento como Núcleo de Fraternidade, quando, procurando seguir
os estatutos das Fraternidades Leigas de S. Domingos:

a. Puder assegurar os elementos básicos da vocação laical dominicana,


a saber:
1. Ambiente de vida fraterna.
2. Estudo assíduo.
3. Oração comunitária.
4. Projectos de vida apostólica.

b. De entre os seus elementos, houver, pelo menos, três dominicanos


leigos comprometidos com promessa temporária.

93. O reconhecimento pela Província do Núcleo de Fraternidade é da atribuição


do Prior Provincial, tendo ouvido previamente o Promotor Provincial e o
Presidente Provincial.

a. Logo que possível, o Promotor Provincial providenciará à nomeação,


pelo Prior Provincial, de um Promotor local.

94. Ao ser reconhecido, o Núcleo de Fraternidade deve:

a. Escolher de entre os seus membros uma direcção, formada por três


ou quatro elementos que, comunitariamente governará o Núcleo.
Essa direcção deverá incluir:

1. Coordenador
2. Secretário
3. Tesoureiro
4. Formador (só se houver algum dominicano leigo com
promessa definitiva)

72
§1 – Cada elemento pode acumular mais do que um cargo,
quando tal for necessário para o bom dinamismo do Núcleo,
com excepção de Coordenador/Tesoureiro.

§2 – A eleição do Coordenador para ser válida terá de ser


confirmada pelo Presidente do Conselho Provincial.

b. Criar o Arquivo do Núcleo, com os livros e registos indicados no nº89


deste Directório.

95. O mandato da Direcção é de dois anos.

96. Os elementos da Direcção têm as seguintes atribuições:

a. Ao Coordenador compete representar o Núcleo; presidir e orientar as


reuniões de Direcção e do Núcleo; velar para que sejam cumpridas
as determinações do Conselho Provincial Leigo.
b. Ao Formador compete o indicado no nº79 deste Directório;
c. Ao Secretário compete organizar e manter actualizados os livros e
registos do Arquivo.
d. Ao Tesoureiro compete o indicado no nº83 deste Directório;
e. A Direcção elege o seu delegado à Assembleia Provincial.

97. Dado ser da atribuição do Conselho da Fraternidade a aceitação dos


candidatos à admissão na Fraternidade e à emissão da promessa, e não
tendo o Núcleo um Conselho formado, compete à Direcção enviar ao
Promotor Provincial os pedidos para admissões e promessas, que sobre
eles decidirá, ouvido o Presidente Provincial.

NOVAS FRATERNIDADES

98. Compete ao Prior Provincial erigir novas Fraternidades, com o


consentimento do Bispo da Diocese (Regra, nº20 a).

99. Os requisitos para que uma Fraternidade seja reconhecida e possa ser
erecta canonicamente, são:

a. De entre os seus membros, haver, pelo menos, oito comprometidos


com promessa (temporária ou definitiva).

73
b. Poder eleger Conselho, segundo o prescrito nos nº67 e 68 deste
Directório.

MUDANÇA DE FRATERNIDADES

100. Para passar de uma Fraternidade a outra, requer-se o consentimento


do Conselho da segunda, por voto secreto.

DISPENSA E EXPULSÃO DA ORDEM

101. O dominicano leigo, no final do prazo da sua promessa temporária,


pode sair da Ordem. O dominicano leigo com promessa temporária, mas
antes do término do seu prazo, ou definitiva «não solicite o indulto temporal
ou o indulto de deixar definitivamente a Ordem a não ser por graves causas
sopesadas diante de Deus e com a ajuda dos irmãos» (Dec. Geral
VI/2007). Se mantiver a sua disposição de deixar de pertencer às
Fraternidades Leigas de S. Domingos,deve comunicá-lo por escrito ao
Presidente da sua Fraternidade.

a. O Presidente local comunicará por escrito, acompanhado do seu


parecer e do parecer do Conselho da Fraternidade ao Prior
Provincial o pedido, o qual comunicará por escrito ao interessado
que, desde esse momento, fica desvinculado da Ordem. (Declaração
Geral VI, §1, M.O./2007)
b. Quem tiver obtido dispensa das Fraternidades poderá solicitar o
reingresso, mas terá de passar novamente pelo processo de
formação inicial.
i. A emissão de nova promessa apenas poderá ser emitida com
o consentimento do Prior Provincial, e com o parecer prévio
do Conselho da Fraternidade onde pretende ingressar.
ii. Não pode ser admitido à emissão de nova promessa, e a
mesma será inválida, quem oculte ter anteriormente pedido
dispensa definitiva.
(Declaração Geral VI, §2, M.O./2007).

102. O Leigo que tenha emitido a promessa temporária ou definitiva e


resulte como imputável de grave inobservância da Regra ou do Directório,
ou rompa com a comunhão eclesial (fé, sacramentos, governo), ou seja
causa de escândalo público entre os fiéis, depois da admoestação formal
do presidente da Fraternidade, se persistir na mesma conduta, a instâncias

74
do Conselho da Fraternidade, pode ser expulso por decreto, redigido pelo
Prior Provincial.
a) O decreto de expulsão, uma vez legitimamente sancionado e
notificado por escrito ao interessado, implica a cessação dos direitos e
deveres derivados da promessa.
b) Tal decreto vale, sob pena de nulidade dos actos contrários, para
todas as Fraternidades Leigas dominicanas.
§1- A prévia e atenta evolução das condições de vida e tendo-se a
certeza da correcção, quem seja expulso poderá ser reincorporado na
Ordem nas mesmas condições para a validade da mesma, nos termos do
disposto no precedente nº98, b), 1 e 2.
§2 – Todas as decisões referidas nos números precedentes podem
ser sempre objecto de recurso hierárquico para o Mestre da Ordem.
(Declaração Geral VII do M.O. /2007)

B - ORGANIZAÇÃO PROVINCIAL

A ASSEMBLEIA PROVINCIAL

103. A Assembleia Provincial é constituída por:

1. Os representantes das Fraternidades e núcleos, que não sejam


Conselheiros Provinciais. Cada Fraternidade envia dois
representantes, o presidente e um delegado eleito pela Assembleia
da Fraternidadepara o efeito. Cada Núcleo envia um delegado, que
tem de ser membro da Direcção.
2. Os Conselheiros Provinciais (efectivos e em exercício, quando for
convocada a Assembleia).
3. O Promotor Provincial, mas sem direito a voto. (Declaração III do
M.O./2007, §3)

104. Compete à Assembleia Provincial:


a. Determinar o número de elementos do Conselho Provincial a eleger
(entre 5 e 8).
b. Eleger, por voto secreto, os Conselheiros Provinciais, para um
mandato de três anos.
c. Fazer a apreciação da vida das Fraternidades.
d. Apresentar propostas para a melhoria da vida das Fraternidades.
e. Enviar propostas ao Capítulo Geral da Ordem e também ao Capítulo
Provincial (dos frades).

75
105. A Assembleia é convocada pelo Presidente Provincial, de acordo com o
Promotor Provincial.

a. Pelo menos 90 dias imediatamente anteriores ao fim do mandato do


Conselho Provincial, o Presidente Provincial convocará a Assembleia
Provincial electiva.
b. Deverá ser convocada uma Assembleia Provincial não electiva a
meio do triénio, a qual tem apenas as competências indicadas no
nº104, alíneas c), d) e e).
c. Ouvido o Promotor Provincial e o Conselho Provincial Leigo, pode o
Presidente convocar uma Assembleia Extraordinária, com um
mínimo de 30 dias de antecedência, em caso de fundamentada
necessidade e urgência, podendo ter as competências referidas no
nº104.
§ – Se convocada antes da realização da Assembleia prevista
na alínea b), esta última não terá obrigatoriamente de ser
convocada.

O CONSELHO PROVINCIAL LEIGO

106. O Conselho Provincial Leigo é o órgão colegial que apoia e orienta a


organização e a vida das Fraternidades da Província.
a. É composto pelo Presidente Provincial e pelos Conselheiros, eleitos
por voto secreto pela Assembleia Provincial. O seu número variará
entre 5 e 8 efectivos (incluindo o Presidente) e 2 suplentes, todos
com promessa definitiva.
b. O Promotor Provincial participa de pleno direito do Conselho
Provincial de Leigos (Regra nº20 b), mas sem direito a votar ou a ser
votado. (Declaração Geral IV, §3 do M.O./2007).
c. O mandato do Conselho é de três anos.
d. Nenhum Conselheiro poderá ser eleito por mais do que dois
mandatos consecutivos.

107. Em caso de impedimento ou renúncia definitiva de um Conselheiro, sejam


chamados os suplentes eleitos, pela ordem de votação. Ou no caso de tal
não ser possível, o Conselho coopte um leigo com promessa definitiva, das
Fraternidades.
§ Se um Conselheiro renunciar à função para que foi eleito dentro do
Conselho pode manter-se como Conselheiro. Nesse caso, deve o

76
Conselho, de entre os seus membros, proceder à eleição para o
respectivo cargo, sendo o respectivo mandato pelo tempo restante até
completar o mandato inicial.

108. Compete ao Conselho Provincial Leigo:


a. Eleger, por voto secreto, de entre os seus membros, o Presidente
Provincial, o Vice-Presidente Provincial, o Secretário Provincial e o
Formador Provincial.
b. Eleger o Administrador Provincial, ou de entre os seus membros, ou
por razões de conveniência, ou eficácia, um não-conselheiro (com
promessa temporária ou definitiva).
c. Colaborar com o Promotor Provincial na elaboração e revisão do
Plano Provincial de formação Inicial.
d. Propor anualmente, em colaboração com o Promotor Provincial, o
programa Anual de Formação Permanente para as Fraternidades.
e. Organizar cursos, encontro, reuniões espirituais, peregrinações a
nível provincial.
f. Decidir da presença de Promotores locais, de Assistentes do
Promotor Provincial ou de outros leigos das Fraternidades, em
reuniões do Conselho ou da Assembleia Provincial, sem direito a
voto.
g. Nomear representantes das Fraternidades Leigas de S. Domingos
nos organismos da Família Dominicana e noutras estruturas nos
âmbitos provincial ou inter-provincial da Ordem, a nível diocesano,
da Igreja em geral ou da sociedade civil.
h. Apoiar, em colaboração com o Promotor Provincial, a caminhada de
informação e experiência do espírito e vivência do carisma laical
dominicano, expressa na Regra de Vida, de grupos de
simpatizantes.
i. Enviar propostas ao Capítulo Geral da Ordem e também ao Capítulo
Provincial (dos frades).
j. Determinar as formas e os quantitativos dos contributos de partilha
económica a nível provincial.

O PRESIDENTE PROVINCIAL

109. O Presidente Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


Provinciais, de entre os seus elementos, por maioria absoluta nos dois
primeiros escrutínios e maioria simples no terceiro.

77
§. O seu mandato é de três anos. Pode apenas ser reeleito para um
segundo mandato consecutivo.

110. Compete ao Presidente Provincial:

a. Representar as Fraternidades da Província.


b. Promover a comunhão fraterna entre os membros das Fraternidades
da Província, por todos os meios, nomeadamente por visitas às
Fraternidades.
c. Convocar o Conselho Provincial e a Assembleia Provincial e presidir
às suas reuniões.
d. Velar pela observância da Regra, Declarações Gerais e Directório,
em diálogo com os presidentes e membros das Fraternidades.
e. Promover a execução das decisões do Conselho Provincial Leigo ou
do Promotor Provincial.
f. Confirmar a eleição dos Presidentes das Fraternidades e dos
Coordenadores dos Núcleos de Fraternidade.

O VICE-PRESIDENTE PROVINCIAL

111. O Vice-Presidente é o colaborador imediato do Presidente e, na


ausência, impedimento ou demissão deste, assume os seus deveres e
direitos. O Presidente pode delegar nele algumas das suas
responsabilidades.

§ É eleito por três anos pelo Conselho, de entre os seus membros


incorporados na Ordem com promessa definitiva.

O SECRETÁRIO PROVINCIAL

112. O Secretário Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


Provinciais de entre os seus elementos.

§ O seu mandato é de três anos

113. Compete ao Secretário Provincial:

a. Organizar e manter actualizado o Arquivo Provincial, com os seus


livros e registo.
b. Redigir as actas das reuniões do Conselho e da Assembleia
Provincial.

78
c. Redigir e enviar, a pedido do Presidente Provincial, as convocatórias,
com a ordem de trabalhos, para as reuniões do Conselho Provincial
e da Assembleia Provincial e demais circulares.
d. Encarregar-se da correspondência oficial.

O ADMINISTRADOR PROVINCIAL

114. O Administrador Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


Provinciais, de entre os dominicanos leigos incorporados na Ordem (com
promessa temporária ou definitiva).

§ Se não for Conselheiro Provincial, pode participar nas reuniões do


Conselho, mas sem direito a voto.

115. Compete ao Administrador Provincial:

a. Administrar os fundos provinciais


b. Dar contas anualmente ao Conselho Provincial.
c. Organizar a contabilidade do Conselho e coordená-la com a das
Fraternidades.
d. Velar para que as determinações da partilha económica do Conselho
Provincial Leigo sejam cumpridas.
e. Organizar as contas bancárias do Conselho.

§ – Estas contas devem estar em nome das Fraternidades Leigas de


S. Domingos e serem assinadas, pelo menos, pelo Presidente e o
Administrador.

f. Propor medidas de reestruturação económica das Fraternidades no


seu conjunto.

O FORMADOR PROVINCIAL

116. O Formador Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


Provinciais de entre os seus elementos com promessa definitiva.

§1 - O seu mandato é de três anos

117. Compete ao Formador:

79
a. Proceder á implementação do Plano Provincial de Formação
Permanente.
b. Elaborar guiões, textos e demais materiais de formação, bem como
organizar cursos e/ou encontros de formação a nível provincial ou
local.
c. Estabelecer contactos regulares com os Formadores locais, por
forma a articular a implementação do Programa Anual de Formação
Permanente.
d. Fomentar a valorização doutrinal, espiritual e apostólica dos leigos
dominicanos.

O PROMOTOR PROVINCIAL

118. O Prior Provincial preside às fraternidades, dentro do limite da sua


província. O Promotor Provincial faz as vezes do Prior Provincial (Regra
nº20 a)

a. O Promotor Provincial é nomeado pelo Capítulo Provincial ou pelo


Prior Provincial com o seu Conselho, tendo ouvido primeiro o
Conselho Provincial das Fraternidades Leigas de S. Domingos
(Regra, nº20 b).
b. O Promotor Provincial deverá ser um frade ou uma monja que
pertençam à Ordem; ou, quando a oportunidade o sugira ou a
necessidade o requeira, um/a religioso/a não sujeito/a directamente
à autoridade do Mestre da Ordem, um clérigo secular, um/a leigo/a
dominicano/a que tenha emitido promessa definitiva.
c. Não poderá tomar posse o Promotor Provincial que não esteja sujeito
à autoridade do Mestre da Ordem, que depois da nomeação não
estabeleça um acordo escrito com o Prior e Promotor Provincial e
não tenha obtido permissão escrita do seu próprio e competente
superior.
d. O Promotor Provincial não possui voz activa nem passiva em
nenhum órgão colegial das Fraternidades Leigas no qual
participe.(Declaração III, §3 do M.O./2007)

119. Compete ao Promotor Provincial:

a. Participa de direito mas sem voto, no Conselho Provincial e na


Assembleia Provincial das Fraternidades. (Declaração III do
M.O./2007, §3)

80
b. Responder perante o Prior Provincial por tudo o que diz respeito à
vida das Fraternidades.
c. Elaborar e rever o Plano Provincial de Formação Inicial, em
colaboração com o Conselho Provincial Leigo.
d. Promover encontros de estudo e de espiritualidade, em colaboração
com o Conselho Provincial Leigo.
e. Visitar com a frequência possível as Fraternidades, promovendo
nelas o espírito dominicano.
f. Colaborar com o Conselho Provincial Leigo na elaboração do
Programa Anual de Formação Permanente para as Fraternidades.
g. Procurar promover o bem espiritual e o zelo apostólico dos
dominicanos leigos.
h. Acompanhar a formação dos Grupos de Simpatizantes e dos leigos
isolados.
i. Propor ao Prior Provincial o reconhecimento de Núcleos de
Fraternidades.
j. Encontrar-se regularmente com os Promotores locais.
k. Dialogar e avaliar a vida das Fraternidades com o Presidente
Provincial.

ASSISTENTES DO PROMOTOR PROVINCIAL

120. O Promotor Provincial pode propor ao Prior Provincial com o seu


conselho a nomeação de assistentes seus, nomeadamente para a
Pregação e a Formação.

Aprovado pelo Conselho Provincial das Fraternidades Leigas de São


Domingos da Província de Portugal da Ordem dos Pregadores, em Fátima,
a 18 de Janeiro de 2014.

Ratificado e Promulgado pelo Prior Provincial em 14 de Fevereiro de 2014

81
4. PROMULGAÇÃO DIRECTORIO- 2019

82
Carta de Promulgação
A Família Dominicana é composta por vários ramos, todos eles com longa
história e tradição: as monjas, os frades, as irmãs de vida activa e os leigos.
Dentre estes últimos, as Fraternidades Leigas ocupam um lugar privilegiado e, por
isso, é com muita alegria que se promulgam esta Regra e Directório das mesmas
Fraternidades, devidamente actualizados, revistos e aprovados pelo Mestre da
Ordem. Certamente que ajudarão e alimentarão todas as comunidades laicais na
sua vida e missão.
Lisboa, 24 de Junho de 2020
Fr.José Nunes,op – Prior Provincial

83
5. DIRECTÓRIO DAS FRATERNIDADES LEIGAS DE S.
DOMINGOS DA PROVÍNCIA DE PORTUGAL – 2019

DISPOSIÇÕES INICIAIS

Neste Directório, quando se fala de Fraternidades, incluem-se também os Núcleos


de Fraternidade, salvo o que explicitamente é referido para umas e outros.

FINALIDADE
1. Este Directório, de acordo com o disposto na Regra das Fraternidades
Leigas de S. Domingos e nas Declarações dos Mestres da Ordem e dos
Capítulos Gerais, contém de forma concreta e pormenorizada as normas e
orientações que se aplicam às Fraternidades Leigas de S. Domingos da
Província de Portugal.

OBRIGATORIEDADE
2. O Directório Provincial faz parte, juntamente com a Regra e as Declarações
Gerais, dos Estatutos próprios das Fraternidades Leigas de S. Domingos
(Regra nº24), que devem ser aceites como um todo normativo e vividos
desde o momento da admissão nas Fraternidades.

FLEXIBILIDADE
3. Este Directório permanece aberto à sua renovação, acolhendo as
modificações derivadas das normas da Igreja e da Ordem e da experiência
das Fraternidades, podendo o Conselho Provincial das Fraternidades
propor modificações, supressões e aditamentos às normas deste Directório
segundo o processo previsto nas Declarações Gerais/2019 nº10.

I – DA VIDA DOS IRMÃOS

A – OS DOMINICANOS LEIGOS

DA ADMISSÃO NA FRATERNIDADE

4. Condições e disposições para a admissão na Fraternidade:


Para ser admitido numa Fraternidade requer-se do candidato os seguintes
requisitos:
a) Idade mínima de 25 anos (com dispensa do Prior Provincial, 18
anos).
b) Maturidade psicológica e moral.

84
c) Ter recebido o Sacramento do Crisma (ou Confirmação), ou estar-se
a preparar para o receber (Regra nº1)
d) Desejo de progredir na perfeição evangélica, segundo o seu próprio
estado.
e) Consciência da própria vocação, como chamamento do Espírito
Santo, para viver como leigo a missão da Ordem, na Igreja, para o
mundo.
f) Disposição em se tornar apto a realizar uma vida «segundo o espírito
e carisma de S. Domingos» (Regra nº2).
g) Não pertencer actualmente a nenhuma outra Ordem.

5. A admissão na Fraternidade deve ser precedida de um tempo em que o


simpatizante seja informado sobre as orientações fundamentais do ser leigo
dominicano.

6. O pedido de admissão na Fraternidade é apresentado pelo Presidente da


Fraternidade ao Conselho da mesma, que decide por votação secreta da sua
aceitação, sendo necessária maioria absoluta.
Nos Núcleos de Fraternidade, o seu Coordenador apresenta o pedido de
admissão ao Promotor Provincial, que decide da admissão.

7. O candidato, uma vez admitido, é agregado à Fraternidade local através do


Rito de Admissão.

DA FORMAÇÃO INICIAL
Tempo de experiência e formação de base

8. Com o rito de admissão tem início o período de formação de base, com a


duração mínima de um ano, sob a orientação do Formador e do Promotor
local.

9. Durante este período, o candidato junto com os responsáveis pela


formação de base, devem seguir o Plano Provincial de Formação (Regra
nº11 a), que deve incluir:

a. O completar da iniciação cristã do candidato, nomeadamente na


Sagrada Escritura, Credo, Sacramentos e Oração.
b. O conhecimento de S. Domingos e da Ordem dos Pregadores.
c. O estudo e a consequente vivência experimental dos Estatutos
próprios das Fraternidades Leigas (Regra nº24).

85
d. Iniciação à vida fraterna, sobretudo pela presença assídua e
participação nas reuniões de formação e reuniões gerais da
Fraternidade.

10. Este período durará o tempo necessário para que o candidato estude e
experimente, e assim possa discernir, em Fraternidade a sua vocação.

Incorporação temporária na Ordem: a profissão temporária

11. Concluído o período de experiência e formação de base, o candidato pode


ser admitido, por votação secreta do Conselho da Fraternidade, à promessa
temporária, pela qual é incorporado na Ordem. (Se se tratar de um Núcleo,
ver o nº95 deste Directório).

12. A profissão consiste numa promessa formal, mas sem voto, de procurar
viver segundo a Regra de Vida das Fraternidades. É emitida perante o
Presidente da Fraternidade e o Assistente Religioso na presença de outros
irmãos.

13. Com a promessa, o dominicano leigo empenha-se em seguir a Cristo,


segundo o espírito evangelizador de S. Domingos, no âmbito familiar e
sócio-profissional.

14. A fórmula da promessa está expressa na Regra de Vida, no nº14 e deverá


seguir o Rito de Admissão nas Fraternidades Leigas de S. Domingos.

15. A promessa temporária compromete o dominicano leigo na Ordem por um


período de três anos.

16. Terminados os três anos, o dominicano leigo, se tiver completado a


formação inicial, pode pedir que lhe seja concedido emitir a sua promessa
definitiva.
A decisão pertence ao Conselho da Fraternidade, tomada por votação
secreta.

17. O Conselho da Fraternidade, em diálogo com o candidato, pode propor-lhe


a renovação da promessa temporária por mais um ano.

18. Desde a incorporação na Ordem é concedida ao dominicano leigo o direito


de votar e poder ser eleito, salvo as excepções expressamente indicadas.

Aprofundamento da vocação e formação complementar

86
19. Com a promessa temporária começa o segundo período da formação
inicial, com a duração mínima de três anos.

§. Nesta etapa, o dominicano leigo aprofunda a sua vocação, nos seus


elementos essenciais e completa a sua formação inicial, segundo o Plano
Provincial de Formação, sob a orientação dos responsáveis pela formação.

DA INCORPORAÇÃO PERPÉTUA NA ORDEM

Incorporação definitiva na Ordem: a profissão perpétua

20. Com a promessa definitiva, o dominicano leigo é incorporado na Ordem


definitivamente, participando em comunhão fraterna «na sua missão
apostólica, pelo estudo, pela oração e pela pregação, segundo a sua
própria condição de leigo» (Regra, nº4).

21. Com a promessa definitiva, termina o período de formação inicial e abre-se


um novo caminho de amadurecimento na vocação e missão laicais
dominicanas.
Para isso, contribui a comunhão assídua e fraterna com os frades
pregadores, as monjas e as irmãs, a fim de junto realizarem o desafio que
S. Domingos começou: «uma família e unidade de vida e compromisso, de
serviço à Igreja e ao mundo» (Carta do Mestre da Ordem, Fr. Damian
Byrne, sobre o «Desafio da Evangelização nos nossos dias», 1988).

Promessa em perigo de morte

22. Em caso de perigo de morte, o assistente religioso pode receber a emissão


da promessa definitiva, sem qualquer dos requisitos consignados neste
Directório.

DA VIDA ESPIRITUAL DO DOMINICANO LEIGO

23. O dominicano leigo consciente do valor dos sacramentos, procura viver


reconciliado com Deus e com os irmãos, através da participação assídua na
eucaristia e da prática regular do Sacramento da Reconciliação (Regra,
nº10, b e c).

24. Procura também santificar as horas do dia, em comunhão com a Igreja e a


Ordem, através de um tempo de oração pela manhã e outro à tarde ou à
noite, segundo um ritmo adaptado às suas condições de vida laical.

87
25. Para alimentar a sua vida de união com Deus, seja fiel a um tempo de
meditação ou oração interior, por exemplo, na Eucaristia, ou numa das
Horas litúrgicas (Regra, nº10 d).

26. Recomenda-se a recitação diária de ao menos uma parte do Rosário (que é


devoção tradicional da nossa Ordem), o qual leva à familiaridade na
contemplação dos Mistérios de Cristo com a Virgem Maria (DG2019,3).

27. A exemplo dos nossos Santos, empenhe-se na prática da penitência


evangélica (cf. «Instrução Pastoral sobre a disciplina penitencial» da
Conferência Episcopal Portuguesa, 1982).

28. A leitura espiritual da Sagrada Escritura (em primeiro lugar das Leituras da
Eucaristia Dominical), é uma das fontes fundamentais de contemplação e
da vida apostólica do dominicano leigo (Regra, nº13 a).

29. Tendo presente que a índole «secular» lhe é própria, o dominicano leigo
empenhe-se em buscar o Reino de Deus e a contribuir do interior, à
maneira de fermento, para a santificação do mundo, no meio das
actividades e profissão, e da vida familiar, e social, as quais como que
tecem a sua existência (Conc. Vat. II, Constituição Dogmática sobre a
Igreja: «Lumen Gentium», nº31).

DA VIDA APOSTÓLICA DO DOMINICANO LEIGO

30. Cada dominicano leigo, quer a título pessoal, quer como enviado da
Fraternidade, ou em colaboração com ela, procure responder às exigências
da missão da Ordem, nos tempos e lugares em que se encontra.

§O que tem autoridade para falar em nome da Fraternidade é o seu


presidente. O que tem autoridade para falar em nome das fraternidades da
Província é o Presidente Provincial.

31. Atento aos «sinais dos tempos», procure as formas de apostolado que mais
contribuam para a evangelização e a resolução dos seus problemas à luz
da fé (Regra, nº5, nº10 f e nº13)

32. Em conformidade com a sua vocação apostólica:

a. Esteja atento e dedique-se, quanto possível, aos problemas dos


mais pobres e marginalizados, comprometendo-se na promoção da
justiça e da paz (Regra, nº5 e 6).

88
b. Colabore com os outros ramos da Família Dominicana no apostolado
(Regra, nº2).
c. Colabore no apostolado dominicano do Rosário.
d. Preste ajuda às obras missionárias da Ordem (Regra, nº9).
e. Colabore nas iniciativas apostólicas paroquiais e diocesanas (Regra,
nº9).

DAS INSÍGNIAS

33. Para manifestar a admissão e a incorporação na Ordem, existem insígnias


próprias, que estão indicadas quanto à forma e ao uso, no Ritual de admissão e
promessas das Fraternidades Leigas de S. Domingos.

DA SEPULTURA COM O HÁBITO DA ORDEM

34. Ao dominicano leigo é concedida a permissão de ser sepultado com o hábito


da Ordem, segundo a antiga tradição.

B – AS FRATERNIDADES LEIGAS DE S. DOMINGOS

DAS FRATERNIDADES

35. Os dominicanos leigos agrupam-se em comunidades cristãs chamadas


Fraternidades, nas quais, pela sua vivência fraterna, experimentam e são sinal da
comunhão eclesial.

36. A convivência dos irmãos na Fraternidade deve ser vivificada pela caridade,
manifestada no acolhimento mútuo e no respeito pela identidade própria de cada
pessoa.

DAS REUNIÕES DA FRATERNIDADE

37. Na vida de um dominicano leigo, as reuniões da Fraternidade são um


elemento essencial. É através delas que se aprofunda e fortalece a vocação
apostólica pessoal e comunitária, tendo sempre em conta que é no tempo entre as
reuniões que se reflecte a vivência em Fraternidade.

§. A assiduidade às reuniões é muito importante, pois demonstra a


fidelidade à vocação e aos compromissos assumidos (Regra, nº15).
Quem não puder participar na reunião, deve comunicá-lo ao Presidente
da Fraternidade.

Tipo de Reuniões

38. A fim de promover a vida fraterna deve a Fraternidade ter, com a


periodicidade indicada, as seguintes formas de reunião:

89
a. Reuniões gerais, segundo o ritmo, pelo menos, mensal.
b. Reunião de Conselho (ou direcção), regularmente, para preparar as
reuniões gerais e sempre que haja assuntos da vida interna e apostólica da
Fraternidade para tratar.
c. Reunião de formação (específicas) para os candidatos (em formação de
base), e os dominicanos leigos que tenham emitido a promessa temporária (e
formação complementar), com um ritmo, pelo menos, mensal.
d. Reunião de grupos, constituídos por vários elementos da Fraternidade
que se queiram reunir para a oração, estudo, a formação permanente, actividades
apostólicas ou convívio. Estas reuniões poderão contribuir para um
aprofundamento na vida evangélica.

A orientação das Reuniões

39. A orientação das reuniões gerais e do Conselho são da responsabilidade


do Presidente, segundo o modo que o Conselho considere mais adequado para a
Fraternidade. Esta orientação deve ser estabelecida em diálogo com o assistente
religioso.

§. As reuniões de formação inicial são da responsabilidade dos


formadores em diálogo com o assistente religioso.

Tríplice Dimensão das Reuniões

40. As reuniões gerais devem ter sempre uma tríplice dimensão, própria do
carisma de S. Domingos: oração, estudo e partilha (de vida e de informação).

41. Uma vez por ano, cada Fraternidade promova uma reunião de avaliação à
luz da fidelidade à Regra de Vida.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE ESTUDO

42. A vida e o apostolado dos dominicanos leigos exigem uma formação sólida
e progressiva, a fim de se tornarem verdadeiramente adultos na fé, aptos a
receber, a celebrar e a proclamar a Palavra de Deus (Regra, nº11). O lugar
privilegiado para a formação doutrinal, espiritual e dominicana é a Fraternidade.
Entre os meios de formação, o estudo ocupa um lugar fundamental entre os
elementos que integram o carisma dominicano.

Programa de formação
43. Cada Fraternidade, sob a orientação do presidente, em colaboração com o
formador e o assistente religioso, devem pôr em prática o Programa Anual de
Formação Permanente proposto pelo Conselho Provincial Leigo.

Biblioteca

90
44. Recomenda-se que cada Fraternidade disponha de uma biblioteca
actualizada, para apoio de formação e do estudo.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE ORAÇÃO

45. As Fraternidades procurem ser fiéis, nos dias de hoje, ao modelo das
comunidades apostólicas, nas quais os primeiros cristãos «se mostravam
assíduos ao ensinamento das Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do pão e
às orações» (Actos dos Apóstolos, 2, 42).

§. Nas reuniões gerais recomenda-se a celebração da eucaristia ou de


uma das horas litúrgicas, ou a oração de uma parte do Rosário.

46. As Fraternidades celebrem as principais festas litúrgicas da Ordem, se


possível com outras Fraternidades e em colaboração com os outros ramos da
Família Dominicana.

§. Celebrem de modo particular a festa do seu padroeiro.

47. Os dominicanos leigos participem, pelo menos uma vez por ano, numa
reunião de carácter espiritual (retiro, encontro de fé e de oração, etc.), com a
duração mínima de dois dias (ou fim de semana).

48. Recomenda-se a participação na liturgia das Horas, quando for possível, em


comum com outros ramos da Família Dominicana.

Oração pelos defuntos

49. Segundo a tradição da Ordem, em virtude da comunhão dos Santos, os


dominicanos leigos tenham bem presente a oração pelos defuntos.

§. Recomenda-se que participem na eucaristia, se possível em


Fraternidade, nos três aniversários que a Ordem celebra:

7 de Fevereiro – aniversários dos pais;


Nota: Transferida em Portugal para o dia 8 de Fevereiro, por causa de no
dia 7 se celebrar a festa das Cinco chagas do Senhor.
5 de Setembro – aniversário dos familiares e benfeitores da Ordem.
8 de Novembro – aniversário dos irmãos e irmãs da Ordem.

50. Quando morre algum membro da Fraternidade:

a. Os dominicanos leigos procurem estar presentes nas exéquias;


b. Seja celebrada pela Fraternidade uma eucaristia pela alma do
defunto;

91
c. Cada dominicano leigo ofereça pelo defunto os sufrágios que,
segundo a sua consciência, entender.

51. O Presidente cuidará para que nas reuniões gerais se reze regularmente
pelos defuntos da Ordem, assim como pelos familiares e benfeitores.

DAS FRATERNIDADES COMO COMUNIDADES DE PREGAÇÃO

52. A Ordem dos Pregadores foi fundada por S. Domingos especialmente por
causa da pregação, sendo os seus membros consagrados à evangelização. As
Fraternidades devem por isso ser comunidades de pregação, segundo a sua
própria condição de leigos (Regra, nº4).

a. As Fraternidades, em colaboração com os outros ramos da Família


Dominicana e também com as paróquias e Dioceses, procurem programar
actividades ao serviço da Evangelização e da Educação na Fé (Regra, nº9)
b. Deverão os membros das Fraternidades ter em conta a riqueza para a
Igreja e para a Família Dominicana de todas as Associações e Confrarias
formalmente a ela anexadas pela autoridade competente, vivendo em
espírito de concórdia e activa colaboração e reconhecendo-se todos como
irmãos e irmãs em S. Domingos, cada qual consoante a sua própria condição
e identidade.

DOS DOENTES NA FRATERNIDADE

53. Que as Fraternidades tenham particularmente presentes e unidos ao seu


apostolado os seus doentes. Por sua parte, os doentes mantenham-se em
comunhão com toda a Família Dominicana, através da oração e da oferta dos
seus sofrimentos ao Senhor (Colossenses, 1, 24).

II- DA ORGANIZAÇÃO DAS FRATERNIDADES

A- ORGANIZAÇÃO LOCAL

ORGÃOS

54. Em cada Fraternidade, as diversas responsabilidades são assumidas pelos


seguintes órgãos:

1. A Assembleia da Fraternidade
2. O Conselho
3. O Presidente
4. O Vice-Presidente
5. O Formador

92
6. O Secretário
7. O Tesoureiro
8. O Assistente Religioso

DO MODO DE ELEGER

55. Do modo de eleger e de votar:


a) 1º - tratando-se de eleições, terá valor de direito o que, estando presente a
maior parte dos que devem ser convocados, for aprovado por maioria absoluta
dos presentes; depois de dois escrutínios ineficazes, a votação faça-se entre os
dois candidatos mais velhos em idade; depois do terceiro escrutínio, se se
mantiver a igualdade, considere-se eleito o que for mais velho em idade.
2.° se se tratar de outros assuntos, terá valor de direito o que, estando presente
a maior parte dos que devem ser convocados, for aprovado pela maioria
absoluta dos presentes; se depois de dois escrutínios houver igualdade de
votos, o presidente pode dirimir a paridade com o seu voto;.
b) Para que a eleição seja válida, deve estar presente, pelo menos um terço
dos membros da Fraternidade com promessa emitida. Se não houver o número
necessário de participantes após a primeira convocatória, far-se-á uma
segunda, requerendo-se para a validade da eleição apenas um quarto dos
membros da Fraternidade convocados.
c) Apenas é permitido o voto presencial, não se admitindo o voto por
correspondência, à distância ou por procuração.

56. Tem direito a voto todos os dominicanos leigos, desde que tenham já feito a
promessa temporária.

57. Têm direito a ser eleitos:

a. Para Presidente, Vice-Presidente e Formador, os dominicanos


leigos que tenham feito a promessa definitiva.
b. Para Secretário e Tesoureiro, qualquer dominicano com
promessa temporária ou definitiva.

58. Para colaboradores destes órgãos ou outros serviços, poderão ser


nomeados pelo Conselho da Fraternidade quaisquer membros da mesma, ainda
que em formação de base.

ASSEMBLEIA DA FRATERNIDADE

59. A Assembleia da Fraternidade é constituída por todos os membros da


Fraternidade incorporados na Ordem (com a promessa temporária ou definitiva).
Os candidatos em formação de base podem participar nas reuniões da
Assembleia, mas sem direito a voto.

93
§. Deve ser convocada com a devida antecedência, indicando-se os
assuntos que irão ser abordados.

60. Compete à Assembleia:

● Determinar quantos elementos deve ter o Conselho da Fraternidade,


num mínimo de três e um máximo de seis
● Eleger, por voto secreto, o Presidente da Fraternidade8.
● Eleger, por voto secreto os outros membros do Conselho da
Fraternidade.
● Eleger um delegado da Fraternidade à Assembleia Provincial de
entre os incorporados na Ordem.
● Enviar propostas ao Capítulo Provincial (dos Frades).
● Fazer propostas ao Promotor Provincial, bem como ao Conselho
Provincial Leigo.

O CONSELHO DA FRATERNIDADE

61. O Conselho da Fraternidade é o órgão comunitário que governa a


Fraternidade. Compete-lhe tratar e deliberar sobre as questões da vida interna e
apostólica da Fraternidade, assim como da sua boa administração (Regra, nº21
a).
a. É composto por três a seis membros da Fraternidade, eleitos de acordo
com os artigos anteriores.
b. O seu mandato é de três anos.

62. Incumbe ao Conselho eleger de entre os seus membros:


● Com promessa definitiva:
1. O Vice-Presidente
2. O Formador
● Com promessa temporária ou definitiva:
1. O Secretário
2. O Tesoureiro

§1 - Cada elemento pode acumular mais do que um cargo - com excepção


de Presidente/Vice-Presidente e Presidente/Tesoureiro, quando tal for
necessário para o bom dinamismo da Fraternidade.

§2 – A eleição do Presidente do Conselho da Fraternidade terá de ser


confirmada pelo Presidente Provincial.

63. É também da competência do Conselho:

8
. DG2019, nº17§I

94
a. Dar o seu parecer ao Promotor Provincial, antes da nomeação de um
assistente religioso para a Fraternidade, ou propor ao Promotor Provincial a
nomeação de um assistente religioso (Regra nº21 c)
b. Decidir, por voto secreto, da aceitação dos candidatos à admissão na
Fraternidade e dos dominicanos leigos que desejem emitir a promessa
temporária ou definitiva (Regra, nº16)
§ Para aceitação à promessa definitiva só podem votar os Conselheiros que já
a tenham emitido.
c. Enviar propostas ao Conselho Provincial (dos Frades) (Regra, nº23).
d. Fazer propostas ao Promotor Provincial, bem como ao Conselho Provincial
Leigo.
e. Propor à Fraternidade os contributos regulares da partilha económica e do
fundo de entre - ajuda fraterna.
f. Nomear, se necessário, colaboradores dos seus membros, entre os
elementos da Fraternidade, após a eleição do Conselho.
g. Pronunciar-se sobre a saída da Ordem dos membros com promessa
temporária que desejem sair antes do término dos 3 anos; ou sobre o pedido de
saída daqueles que já tenham emitido a promessa definitiva;
h. Pronunciar-se- nos casos de dispensa e expulsão nos termos previstos nos
números 20 a 22 das Declarações Gerais do Mestre da Ordem de 2019.

64. Para que as decisões do Conselho sejam válidas, têm de estar presentes,
pelo menos, três Conselheiros, incluindo o Presidente ou na sua ausência o Vice-
Presidente.

65. Se durante o triénio faltar algum Conselheiro, que seja eleito outro em
Assembleia da Fraternidade.
§ O seu mandato será pelo tempo que faltar até ao final do mandato
do Conselho.

66. Antes de terminado o triénio, compete ao Presidente, ou na sua ausência ao


Vice-Presidente, convocar a Assembleia da Fraternidade para a eleição de um
novo Conselho para outro triénio.
§ A posse, porém, só será conferida após o fim do mandato do Conselho
cessante.

67. O assistente religioso participa, por direito, nas reuniões do Conselho, mas
sem direito a voto.

PRESIDENTE DA FRATERNIDADE

68. Compete ao Presidente:


a) Representar a Fraternidade.
b) Convocar e presidir ao Conselho e à Assembleia da Fraternidade.
c) Presidir e orientar as reuniões gerais da Fraternidade, em colaboração com o
Conselho e em diálogo com o assistente religioso.
d) Participar, como representante, na Assembleia Provincial.

95
e) Velar para que sejam cumpridas as determinações do Conselho Provincial
Leigo e do Promotor Provincial.
f) Receber juntamente com o assistente religioso a promessa temporária ou
definitiva.
g) Promover a comunhão de vida com as Fraternidades da região.

69. O Presidente é eleito por três anos. Pode ser reeleito para um segundo
triénio.

O VICE-PRESIDENTE DA FRATERNIDADE

70. O Vice-Presidente é o colaborador imediato do Presidente e, na ausência


deste, assume os seus deveres e direitos. O Presidente pode delegar nele
algumas das suas responsabilidades.

§ É eleito por três anos pelo Conselho, de entre os seus membros


incorporados na Ordem com promessa definitiva.

O FORMADOR DA FRATERNIDADE

71. Pertence ao próprio candidato, sob a orientação dos formadores, a primeira


responsabilidade da própria formação, em livre cooperação com a graça da
vocação divina.

a) Para orientar a formação inicial (de base e complementar), seja


eleito pelo Conselho da Fraternidade, por três anos, um encarregado
pela Fraternidade para formação, chamado Formador, de entre os
seus membros comprometidos do Conselho com promessa
definitiva.

72. Compete ao Formador:

a. Convocar e orientar, em colaboração com o assistente religioso, as


reuniões de formação para os candidatos no período de formação de base e para
os dominicanos leigos em formação complementar.
b. Pôr em prática o Plano Provincial de Formação Inicial, procurando dentro
e fora da Fraternidade a colaboração necessária para o levar a cabo.
c. Dar cumprimento às determinações do Conselho Provincial Leigo, no que
diz respeito à formação inicial.
d. Fomentar a valorização doutrinal, espiritual e apostólica dos formandos.
e. Estabelecer com cada formando uma relação fraterna, personalizada e
encorajante.

SECRETÁRIO DA FRATERNIDADE

73. Seja eleito de entre os membros do Conselho um secretário, por três anos.

96
74. Ao Secretário, compete:

a. Redigir as actas das reuniões do Conselho e da Assembleia da


Fraternidade, registando-as no Livro de Actas da Fraternidade.
b. Organizar e manter actualizado o Arquivo de Documentos e circulares.
c. Encarregar-se da correspondência oficial e do Arquivo de
Correspondência.
d. Registar as admissões e as promessas no Livro de Registo da
Fraternidade.
e. Redigir e enviar, a pedido do Presidente as convocatórias, com a ordem
de trabalhos, para as reuniões do Conselho e da Assembleia da Fraternidade.
f. Organizar a Biblioteca, de acordo com as determinações do Conselho.

TESOUREIRO DA FRATERNIDADE

75. Seja eleito de entre os membros do Conselho um Tesoureiro, por três anos.

76. Compete ao Tesoureiro:

a. Orientar a administração dos bens e fundos da Fraternidade


b. Apresentar anualmente ao Conselho um balanço das contas, conforme as
indicações do Conselho Provincial Leigo.
c. Fomentar o espírito evangélico de partilha económica (nomeadamente no
âmbito Provincial e da Ordem).
d. Estar atento às necessidades estruturais da fraternidade e viabilizá-las.
e. Dar cumprimento às determinações do Conselho Provincial Leigo, no que
diz respeito à entre -ajuda fraterna, contributos e contabilidade.
f. Caso seja oportuno, manter aberta uma conta bancária da Fraternidade,
com assinaturas do Presidente e a sua.

ASSISTENTE RELIGIOSO

77. O assistente religioso assegura que a Fraternidade viva em fidelidade a


doutrina da Igreja, segundo o carisma e as normas da Ordem.

78. Compete ao assistente religioso:


a. Velar pela formação permanente, doutrinal e espiritual dos membros da
Fraternidade, bem como fomentar o seu amor à Ordem.
b. Colaborar empenhadamente com o formador da Fraternidade na formação
inicial (de base e complementar).
c. Orientar a oração comunitária, procurando, de forma pedagógica, preparar
os dominicanos leigos para a feitura, celebração e presidência da Oração
comunitária.
d. . Presidir aos ritos de admissão e de promessa e receber, juntamente com
o/a Presidente local, a promessa temporária ou definitiva.

97
e. Participar de direito, mas sem voto, nas reuniões do Conselho e da
Assembleia da Fraternidade.

ARQUIVO E BIBLIOTECA DA FRATERNIDADE

79. Cada Fraternidade deve ter o seu Arquivo próprio, cuidadosamente


actualizado. Desse Arquivo devem fazer parte:
a. Livro de registo da Fraternidade, no qual se inscrevem os dados
identificativos dos candidatos e dos membros da Fraternidade, assim como se
registam as admissões e as promessas (com a assinatura de duas testemunhas),
b. Livro de actas do Conselho e da Assembleia da Fraternidade (ou do
Núcleo)
c. Livro da contabilidade.
d. Arquivo de documentos e circulares.
e. Arquivo de correspondência.
f. Recomenda-se também um Livro da Crónica da vida da Fraternidade.

80. Deve também cada Fraternidade organizar a sua Biblioteca.

GRUPO DE SIMPATIZANTES

81. Quando um grupo de pessoas pretende formar uma nova Fraternidade,


deve fazer uma caminhada de informação e experiência do espírito e vivência do
carisma laical dominicano, expresso na Regra de Vida das Fraternidades Leigas
de S. Domingos, sobretudo da Constituição Fundamental do Laicado Dominicano.

a. Durante este percurso, o Conselho Provincial Leigo, com o Promotor


Provincial, procurará a forma de apoiar este grupo através de dominicanos leigos
e de Fraternidades já formadas.
b. O Promotor Provincial, pessoalmente ou através de um delegado seu,
assegurará a orientação e formação dominicana desse grupo.

NÚCLEO DE FRATERNIDADE

82. Um grupo pedirá ao Prior Provincial, através do Promotor Provincial, o seu


reconhecimento como Núcleo de Fraternidade, quando, procurando seguir os
estatutos das Fraternidades Leigas de S. Domingos:

a. Puder assegurar os elementos básicos da vocação laical dominicana, a


saber:
3. Ambiente de vida fraterna.
4. Estudo assíduo.
5. Oração comunitária.
6. Projectos de vida apostólica.

98
b. De entre os seus elementos, houver, pelo menos, três dominicanos leigos
comprometidos com promessa temporária.

83. O reconhecimento pela Província do Núcleo de Fraternidade é da atribuição


do Prior Provincial, tendo ouvido previamente o Promotor Provincial e o Presidente
Provincial.

a. Logo que possível, o Promotor Provincial providenciará à nomeação, pelo


Prior Provincial, de um assistente religioso.

84. Ao ser reconhecido, o Núcleo de Fraternidade deve:

a. Escolher de entre os seus membros uma Direcção, formada por três ou


quatro elementos que, comunitariamente governará o Núcleo.
Essa Direcção deverá incluir:

1.Coordenador
2. Secretário
3. Tesoureiro.
4. Formador (só se houver algum dominicano leigo com promessa definitiva)

§1 – Cada elemento pode acumular mais do que um cargo, quando tal for
necessário para o bom dinamismo do Núcleo, com excepção de
Coordenador/Tesoureiro.

§2 – A eleição do Coordenador para ser válida terá de ser confirmada pelo


Presidente do Conselho Provincial.

b. Criar o Arquivo do Núcleo, com os livros e registos indicados no nº79 deste


Directório.

85. O mandato da Direcção é de dois anos.

86. Os elementos da Direcção têm as seguintes atribuições:

a. Ao Coordenador. compete representar o Núcleo; presidir e orientar as


reuniões de Direcção e do Núcleo; velar para que sejam cumpridas as
determinações do Conselho Provincial Leigo.
b. Ao Formador compete o indicado no nº73 deste Directório;
c. Ao Tesoureiro compete o indicado no nº76 deste Directório;
d. A Direcção elege o seu delegado à Assembleia Provincial.

87. Dado ser da atribuição do Conselho da Fraternidade a aceitação dos


candidatos à admissão na Fraternidade e à emissão da promessa, e não tendo o
Núcleo um Conselho formado, compete à Direcção enviar ao Promotor Provincial
os pedidos para admissões e promessas, que sobre eles decidirá, ouvido o
Presidente Provincial.

99
NOVAS FRATERNIDADES

88. Compete ao Prior Provincial erigir novas Fraternidades, com o consentimento


do Bispo da Diocese (Regra, nº20 a).

89. Os requisitos para que uma Fraternidade seja reconhecida e possa ser erecta
canonicamente, são:
a. De entre os seus membros, haver, pelo menos, oito comprometidos com
promessa (temporária ou definitiva).
b. Poder eleger Conselho, segundo o prescrito nos nº60 e 61 deste Directório.

MUDANÇA DE FRATERNIDADES

90. Para passar de uma Fraternidade a outra, requer-se o consentimento do


Conselho da segunda, por voto secreto.

DISPENSA E EXPULSÃO DA ORDEM

91. A saída voluntária de membros das Fraternidades ou a sua expulsão, são


regulados pelas Declarações Gerais do Mestre da Ordem.

B - ORGANIZAÇÃO PROVINCIAL

A ASSEMBLEIA PROVINCIAL

92. A Assembleia Provincial é constituída por:


a) Os representantes das Fraternidades e núcleos, que não sejam Conselheiros
Provinciais. Cada Fraternidade envia dois representantes, o presidente e um
delegado eleito pela Assembleia da Fraternidade para o efeito. Cada Núcleo envia
um delegado, que tem de ser membro da Direcção.
b) . Os Conselheiros Provinciais (efectivos e em exercício, quando for
convocada a Assembleia).
c) . O Promotor Provincial, mas sem direito a voto. (DG2019, 18 $ IV.)

93. Compete à Assembleia Provincial:


a. Determinar o número de elementos do Conselho Provincial a eleger (entre 5
e 8).
b. Eleger, por voto secreto o Presidente Provincial.
c. Eleger, por voto secreto, os outros conselheiros Provinciais, para um
mandato de três anos.
d. Fazer a apreciação da vida das Fraternidades.
e. Apresentar propostas para a melhoria da vida das Fraternidades.
f. Enviar propostas ao Capítulo Geral da Ordem e também ao Capítulo
Provincial (dos frades).

94. A Assembleia é convocada pelo Presidente Provincial, de acordo com o


Promotor Provincial.

100
a. Pelo menos 90 dias imediatamente anteriores ao fim do mandato do
Conselho Provincial, o Presidente Provincial convocará a Assembleia Provincial
electiva.
b. Poderá ser convocada uma Assembleia Provincial não electiva a meio do
triénio, com qualquer das competências indicadas no nº94, excepto as alíneas
a), b) e c).
§Competirá ao Conselho Provincial decidir sobre a necessidade da sua
convocação ou a mesma ser solicitada a pedido de, no mínimo, metade dos
Conselhos das Fraternidades.
c. Ouvido o Promotor Provincial e o Conselho Provincial Leigo, pode o
Presidente convocar uma Assembleia Extraordinária, com um mínimo de 30
dias de antecedência, em caso de fundamentada necessidade e urgência,
podendo ter as competências referidas no nº94.

O CONSELHO PROVINCIAL LEIGO

95. O Conselho Provincial Leigo é o órgão colegial que apoia e orienta a


organização e a vida das Fraternidades da Província.
a. É composto pelo Presidente Provincial e pelos Conselheiros, eleitos por
voto secreto pela Assembleia Provincial. O seu número variará entre 5 e 8
efectivos (incluindo o Presidente) e 2 suplentes, todos com promessa
definitiva.
b. O Promotor Provincial participa de pleno direito do Conselho Provincial de
Leigos (Regra nº20 b), mas sem direito a votar ou a ser votado.
c. O mandato do Conselho é de três anos.
d. Nenhum Conselheiro poderá ser eleito por mais do que dois mandatos
consecutivos.

96. Em caso de impedimento ou renúncia definitiva de um Conselheiro, sejam


chamados os suplentes eleitos, pela ordem de votação. Ou no caso de tal não ser
possível, o Conselho coopte um leigo com promessa definitiva, das Fraternidades.
§ Se um Conselheiro renunciar à função para que foi eleito dentro do Conselho
pode manter-se como Conselheiro. Nesse caso, deve o Conselho, de entre os
seus membros, proceder à eleição para o respectivo cargo, sendo o respectivo
mandato pelo tempo restante até completar o mandato inicial.

97. Compete ao Conselho Provincial Leigo:


a. Eleger, por voto secreto, de entre os seus membros, o Vice-Presidente
Provincial, o Secretário Provincial e o Formador Provincial.
b. Eleger o Administrador Provincial, ou de entre os seus membros, ou por
razões de conveniência ou eficácia, um leigo dominicano não-conselheiro
(com promessa temporária ou definitiva).
c. Colaborar com o Promotor Provincial na elaboração e revisão do Plano
Provincial de formação Inicial.
d. Propor anualmente, em colaboração com o Promotor Provincial, o programa
Anual de Formação Permanente para as Fraternidades.

101
e. Organizar cursos, encontro, reuniões espirituais, peregrinações a nível
provincial.
f. Decidir da presença de Promotores locais, de Assistentes do Promotor
Provincial ou de outros leigos das Fraternidades, em reuniões do Conselho ou
da Assembleia Provincial, sem direito a voto.
g. Nomear representantes das Fraternidades Leigas de S. Domingos nos
organismos da Família Dominicana e noutras estruturas nos âmbitos provincial
ou inter-provincial da Ordem, a nível diocesano, da Igreja em geral ou da
sociedade civil.
h. Apoiar, em colaboração com o Promotor Provincial, a caminhada de
informação e experiência do espírito e vivência do carisma laical dominicano,
expressa na Regra de Vida, de grupos de simpatizantes.
i. Enviar propostas ao Capítulo Geral da Ordem e também ao Capítulo
Provincial (dos frades).
j. Determinar as formas e os quantitativos dos contributos de partilha
económica a nível provincial.
l. Nomear um responsável para a Justiça e Paz e Cuidado da Criação, para
interacção entre os diferentes níveis das Fraternidades (provincial e
internacional) e com a Família Dominicana9.

O PRESIDENTE PROVINCIAL

98. O Presidente Provincial é eleito por voto secreto pela Assembleia Provincial
e o seu mandato é de três anos. Pode apenas ser reeleito para um segundo
mandato consecutivo.

99. Compete ao Presidente Provincial:

a. Representar as Fraternidades da Província.


b. Promover a comunhão fraterna entre os membros das Fraternidades da
Província, por todos os meios, nomeadamente por visitas às Fraternidades.
c. Convocar o Conselho Provincial e a Assembleia Provincial e presidir às suas
reuniões.
d. Velar pela observância da Regra, Declarações Gerais e Directório, em
diálogo com os presidentes e membros das Fraternidades.
e. Promover a execução das decisões do Conselho Provincial Leigo ou do
Promotor Provincial.
f. Confirmar a eleição dos Presidentes das Fraternidades e dos Coordenadores
dos Núcleos de Fraternidade.

O VICE-PRESIDENTE PROVINCIAL

100. O Vice-Presidente é o colaborador imediato do Presidente e, na ausência,


impedimento ou demissão deste, assume os seus deveres e direitos. O Presidente
pode delegar nele algumas das suas responsabilidades.

9
. Resolução de Fátima 2018

102
§ É eleito por três anos pelo Conselho, de entre os seus membros incorporados
na Ordem com promessa definitiva.

O SECRETÁRIO PROVINCIAL

101. O Secretário Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


Provinciais de entre os seus elementos.
§ O seu mandato é de três anos

102. Compete ao Secretário Provincial:


a. Organizar e manter actualizado o Arquivo Provincial, com os seus livros e
registo.
b. Redigir as actas das reuniões do Conselho e da Assembleia Provincial.
c. Redigir e enviar, a pedido do Presidente Provincial, as convocatórias, com a
ordem de trabalhos, para as reuniões do Conselho Provincial e da Assembleia
Provincial e demais circulares.
d. Encarregar-se da correspondência oficial.

O ADMINISTRADOR PROVINCIAL

103. O Administrador Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


Provinciais, de entre os dominicanos leigos incorporados na Ordem (com
promessa temporária ou definitiva).
§ Se não for Conselheiro Provincial, pode participar nas reuniões do Conselho,
mas sem direito a voto.

104. Compete ao Administrador Provincial:


a. Administrar os fundos provinciais
b. Dar contas anualmente ao Conselho Provincial.
c. Organizar a contabilidade do Conselho e coordená-la com a das
Fraternidades.
d. Velar para que as determinações da partilha económica do Conselho
Provincial Leigo sejam cumpridas.
e. Organizar as contas bancárias do Conselho.
§ – Estas contas devem estar em nome das Fraternidades Leigas de S.
Domingos e serem assinadas, pelo menos, pelo Presidente e o
Administrador.
f. Propor medidas de reestruturação económica das Fraternidades no seu
conjunto.

O FORMADOR PROVINCIAL

105. O Formador Provincial é eleito, por voto secreto, pelos Conselheiros


Provinciais de entre os seus elementos com promessa definitiva.
§1 - O seu mandato é de três anos

106. Compete ao Formador:

103
a. Proceder à implementação do Plano Provincial de Formação
Permanente.
b. Elaborar guiões, textos e demais materiais de formação, bem como
organizar cursos e/ou encontros de formação a nível provincial ou
local.
c. Estabelecer contactos regulares com os Formadores locais, por
forma a articular a implementação do Programa Anual de Formação
Permanente.
d. Fomentar a valorização doutrinal, espiritual e apostólica dos leigos
dominicanos.

O PROMOTOR PROVINCIAL

107. O Prior Provincial preside às Fraternidades, dentro do limite da sua Província.


O Promotor Provincial faz as vezes do Prior Provincial10.
a. O Promotor Provincial é nomeado pelo Capítulo Provincial ou pelo Prior
Provincial com o seu Conselho, tendo ouvido primeiro o Conselho Provincial
das Fraternidades Leigas de S. Domingos11.
c. O mandato do Promotor Provincial é de quatro anos. Não pode servir mais
de dois mandatos consecutivos12.
d. O Promotor Provincial não possui voz activa nem passiva em nenhum
órgão colegial das Fraternidades Leigas no qual participe13.

108. Compete ao Promotor Provincial:


a. Participar de direito mas sem voto, no Conselho Provincial e na
Assembleia Provincial das Fraternidades.
b. Responder perante o Prior Provincial por tudo o que diz respeito à vida
das Fraternidades.
c. Elaborar e rever o Plano Provincial de Formação Inicial, em colaboração
com o Conselho Provincial Leigo.
d. Promover encontros de estudo e de espiritualidade, em colaboração com o
Conselho Provincial Leigo.
e. Visitar com a frequência possível as Fraternidades, promovendo nelas o
espírito dominicano.
f. Colaborar com o Conselho Provincial Leigo na elaboração do Programa
Anual de Formação Permanente para as Fraternidades.
g. Procurar promover o bem espiritual e o zelo apostólico dos dominicanos
leigos.

10
. Regra, 20 a)
11
. Regra, 20 b)
12
. DG2019 nº18, §II
13
. DG2019, 18, §IV

104
h. Acompanhar a formação dos Grupos de Simpatizantes e dos leigos
isolados.
I. Propor ao Prior Provincial o reconhecimento de Núcleos de Fraternidades.
j. Encontrar-se regularmente com os assistente religiosos.
l. Dialogar e avaliar a vida das Fraternidades com o Presidente Provincial.

ASSISTENTES DO PROMOTOR PROVINCIAL

109. O Promotor Provincial pode propor ao Prior Provincial com o seu Conselho a
nomeação de assistentes seus, nomeadamente para a Pregação e a Formação.

__________________________________________________________________

Aprovado pelo Conselho Provincial das Fraternidades Leigas de São


Domingos da Província de Portugal da Ordem dos Pregadores, em Fátima,
em 25 de janeiro de 2020.

105
6. DOCUMENTO DE BOLONHA SOBRE A FAMÍLIA
DOMINICANA – 1983
1. PRÓLOGO
Deus chama continuamente os homens das trevas para a luz da Boa Nova
de Jesus Cristo. Sempre chamou homens e mulheres a adorá-lo e a
proclamar o seu nome. Domingos de Gusmão ouviu esse apelo no grito dos
homens e mulheres do seu tempo e levou-lhes uma mensagem de
esperança e libertação. Logo desde o início houve quem seguisse o
caminho de S. Domingos. Hoje, os Dominicanos e Dominicanas estão
atentos, como S. Domingos estava, às necessidades do nosso tempo. A
Igreja, Povo de Deus, está aberta aos valores evangélicos onde quer que
se possam encontrar e proclama esses valores até aos confins da terra. Os
seguidores de S. Domingos, em razão da sua diversidade, são um
microcosmos da Igreja, na comunidade local, como pelo mundo fora,
totalmente empenhados em difundir a Palavra de Deus. Fiéis ao exemplo
de Cristo e à visão de S. Domingos, estamos abertos ao Espírito que
constantemente chama a Igreja a tornar presente o Senhor ressuscitado em
todas as épocas e culturas.

2. CARISMA DE S. DOMINGOS

2.1 – S. Domingos, era um homem do Evangelho pela sua palavra e pela


sua vida. Tinha uma única paixão: conhecer e viver a Palavra de Deus em
verdade e, a partir dessa experiência, anunciar a compaixão de Deus a
todos os homens.

2.2 – A Palavra de Deus, que encarnou no seio de Maria, hoje torna-se


carne em nós, uma Palavra contemplada, celebrada na alegria, estudada
atentamente, vivida e anunciada como Boa Nova.

2.3 – S. Domingos estava no coração da Igreja ao serviço do mundo. Era


sensível à Palavra que fala ao coração de todo o homem e mulher,
especialmente dos escravizados pela miséria e pela necessidade. Nós
partilhamos esse carisma e a sua visão profética, proclamando a Palavra
que o Senhor nos põe no coração.
O nosso estilo apostólico de viver é continuamente renovado no diálogo
com os nossos irmãos e irmãs e interpelado pelos valores do evangelho. S.
Domingos associou mulheres à sua missão, afirmando assim o seu lugar na

106
Igreja e na missão dela. Como seus herdeiros, temos a tarefa de manifestar
a igualdade e complementaridade ente homens e mulheres.
Estamos abertos ao mundo, celebrando a bondade da criação e somos
encorajados a usar a nossa liberdade e a desenvolver os dons que Deus
nos deu.

3. SEGUIDORES DE S. DOMINGOS

3.1 – Logo no inicio, o carisma de Domingos de Gusmão foi realizado em


diferentes grupos. Formas novas estão ainda hoje a surgir mas todas
encontram as suas raízes em S. Domingos. Ele é o seu Pai comum.
O primeiro grupo a ser chamado à existência pela pregação de S. domingos
foi o das monjas. Numa primeira fase formaram parte da Jesu Christi
Praeditio, de que S. domingos era o guia. Depois de ter estabelecido a
Ordem, as monjas tornaram-se parte dela. Estão profundamente
enraizadas na obra da pregação pela sua vida totalmente contemplativa. As
monjas mantêm a sua relação original com a Ordem pela profissão feita ao
Mestre da Ordem, sucessor de S. domingos.
Em 1215 Domingos fundou a Ordem dos frades pregadores, cujo ideal foi
resumido por Honório III: «Deus inspirou-vos a abraçar a vida de pobreza e
observância regular e a dedicar-vos a pregar a Palavra de Deus, tornando
conhecido o nome de nosso senhor Jesus Cristo pelo mundo inteiro» (carta
de Honório III a S. Domingos de 18.1.1221). Os frades dominicanos
compreendem sacerdotes e irmãos cooperadores, formando um Ramo da
Família Dominicana, sob a jurisdição do Mestre Geral.
Desde o princípio, grupos de leigos associaram-se à Ordem, alguns dos
quais se empenharam de uma forma mais integral com a sua vida e
missão, em fraternidades ou como «Irmãos e Irmãs da Penitência de S.
Domingos», com a sua regra própria. O laicado dominicano está
directamente submetido à autoridade do Mestre da Ordem.
De maneira semelhante apareceram as fraternidades de sacerdotes, que
desejavam integrar-se na vida e carisma de S. domingos e da sua ordem.
Entretanto, particularmente no século XIX, formaram-se diversas
congregações de irmãs, que, pela sua missão, partilham directamente no
carisma da pregação da ordem. Cada Congregação é independente, e a
profissão incorpora as irmãs na sua Congregação e na Ordem.
No século XX deu-se o aparecimento dos institutos seculares. A sua
vocação para a evangelização realiza-se por uma presença no mundo pela
qual é vivido o dom total de si mesmos a Deus. Fazem profissão dos
conselhos evangélicos no espírito de S. Domingos.

107
Um fenómeno do nosso tempo é o aparecimento de grupos com estruturas
mais flexíveis, que buscam inspiração em S. domingos e na sua Ordem.
Estes novos grupos, juntamente com os membros das associações ligadas
à ordem, assim como os familiares, amigos e colaboradores pertencem à
Família Dominicana, em sentido lato.

3.2 – Partilhando o carisma de S. Domingos, estes vários grupos participam


numa vocação dominicana única. Em complementaridade e colaboração
mútua, estes Ramos constituem a Família Dominicana e realizam a sua
missão, respeitando a autonomia e vocação próprias de cada um.
O princípio e o sinal de unidade da Família Dominicana é o mestre da
Ordem, sucessor de S. Domingos, ele que garante a agregação à Ordem,
ele que, fora dos Capítulos Gerais, garante e promove também a fidelidade
ao espírito de S. Domingos.
Na base da sua igualdade, os diversos Ramos descobrem a sua
responsabilidade recíproca. Esta preocupação mútua exprime-se em
organizações regionais, nacionais e internacionais. Todas servem para
promover a cooperação a nível local, que é a área fundamental de missão e
unidade.

4. A EVANGELIZAÇÃO COMO MISSÃO COMUM PARA O REINO

4.1. – Os membros da Família dominicana vivem as promessas do seu


baptismo e o carisma próprio dominicano. A missão específica que
recebemos é a proclamação da Palavra de Deus. Em primeiro lugar, pela
partilha, como S. Domingos fez, da misericórdia de Deus como sinal de
libertação.
No espírito de S. Domingos, esta Palavra é dirigida a todos, «aos
pecadores, aos desamparados e aos aflitos», (Cfr. Beato Jordão de Saxe,
Libellus, 12) e é esperada especialmente pelos pobres, os cegos, os cativos
e os marginalizados pela sociedade.
A pregação, nas suas várias formas, como é compreendida pela tradição
dominicana, é a força libertadora indispensável, mais necessária do que
nunca no nosso mundo contemporâneo e sem a qual o mandamento para
estabelecer o Reino não pode ser cumprido.
Aberto às reais necessidades do nosso tempo, procuramos um caminho
para os jovens e o seu mundo.
A Família Dominicana, especialmente o laicado dominicano, demonstra aos
seus contemporâneos a riqueza de uma autêntica espiritualidade apostólica
laical.

108
4.2 – O carisma dominicano da pregação é continuamente alimentado pela
Palavra, partilhada em comunidade. Assim, na proclamação da palavra de
Deus, a Família Dominicana exprime a sua unidade centrada nessa Palavra
e procura dar um testemunho comum da Boa Nova.

4.3 – Para podermos ser pregadores eficazes, consideramos a formação


permanente como uma tarefa primordial. O nosso estudo é, antes de mais,
da Palavra de Deus, mas devemos também procurar compreender o mundo
em que essa Palavra é proclamada. Num mundo em rápida mutação, os
Dominicanos escutam e acolhem a Palavra de Deus já presente nas
culturas em que vivemos. Devemos também estar na vanguarda da
proclamação da Boa Nova da libertação nas diversas culturas.

5. CONCLUSÃO

A Família Dominicana está presente em cada um dos cinco continentes. Estamos


unidos uns aos outros pelos laços mais profundos do amor do Senhor. Afirmamos
a nossa solidariedade com todos os nossos irmãos e irmãs que sofrem,
especialmente aqueles que são perseguidos pela sua corajosa proclamação do
Evangelho de justiça e paz. Apoiados na paz profunda da nossa vocação comum
avançamos cheios de esperança para o futuro. Rogamos ao Espírito Santo que
renove em nós a coragem de continuar o caminho de S. Domingos, «falando só
com Deus ou de Deus».

Bolonha, 16 de Abril de 1983

109
7. ACTAS DO II CONGRESSO INTERNACIONAL DAS FLSD –
BUENOS AIRES/2007

Em 1995 realizou-se o Iº Congresso Internacional das Fraternidades Leigas


Dominicanas, na cidade de Montreal, Canadá, no qual foi elaborada e aprovada a
actual Regra de Vida das Fraternidades Leigas de São Domingos.

Passados 22 anos, por convocatória do Conselho Internacional das Fraternidades


Leigas de São Domingos (ICLDF) e do Promotor Geral para o Laicado
Dominicano, Fr. Gerry Stookey OP, realizou-se o II Congresso Internacional das
Fraternidades Leigas Dominicanas em Pilar, Buenos Aires, Argentina, de 17 a 24
de Março de 2007.

As Actas da Assembleia foram apresentadas pelo Promotor Geral para o Laicado


Dominicano, Fr. David Kammler OP ao Mestre da Ordem dos Pregadores, Fr.
Carlos Azpiroz OP e ao Conselho da Cúria para sua aprovação. As Actas do
Congresso Internacional de 2007 foram aprovadas na reunião do Conselho da
Cúria em Novembro de 2007 em Roma.

Publicam-se as respectivas Resoluções:

COMISSÃO Nº1 ORAÇÃO E PREGAÇÃO

1º Tópico: Oração contemplativa: Como recolher a tradição da oração


contempaltiva, para melhorar a relação entre vida activa e vida contempaltiva?

Que propomos?
Proposta:
Criar uma equipe que estude e ensine meditação e oração contemplativa segundo
a tradição dominicana. E igualmente, promover a oração comunitária para
fortalecer a nossa espiritualidade dominicana por meio da Liturgia das Horas, a
Reflexão da Palavra e a recitação da oração do Rosário.

Porque propomos isto?


1. Necessitamos de aprofundar e ampliar o nosso conhecimento
da oração cristã para desenvolver uma experiência espiritual da
Verdade das escrituras e o ensino da Igreja.
2. A experiência da nossa união com Deus é uma condição
prévia para pregar «vida» e não apenas repetir conhecimento.
3. Uma necessidade do nosso tempo. A oração ajuda-nos a dar
a correcta prioridade e permite-nos ler melhor os sinais dos tempos.
Muitas pessoas buscam o sentido da vida e formas de realização

110
pessoal através de diferentes técnicas ou métodos de meditação
que não com o Deus tal como é entendido pelos cristãos.
Precisamos de mostrar como a meditação é uma parte essencial da
nossa tradição cristã e dar a conhecer o propósito da oração.

A quem é dirigida esta proposta?


Aos Conselhos provinciais dos leigos dominicanos

Quando se implementaria?
Quando os Conselhos assim o decidam

PREGAÇÃO
2º Tópico: Como pregamos no nosso tempo às novas gerações?

O que propomos?
Proposta.
Fazer um processo sistemático de «escuta» aos grupos com os quais lidamos:
jovens, famílias, etc. para tomarmos consciência das suas necessidades. Depois,
fazer um plano operacionbal de pregação e pastoral.

Porque o propomos?
1. Os nossos metodos de pregação estão pouco adaptados aos nossos
tempos.
2. Necessitamos de comunicar com os jovens na sua própria linguagem para
entender como devemos pregar-lhes
3. Para entender o nosso tempo necessitamos ouvir as pessoas e ter em
conta as enormes diferenças de condições de vida.

A quem dirigimos esta proposta?


Às Fraternidades Leigas de São Domingos
Quando eleaborar esta proposta?
Logo que possível

3º Tópico: Leigos Dominicanos pregadores


O que propomos?

Proposta
Viver o nosso carisma de pregadores criativamente. Para tal, é necessário
desenvolver e fortalecer a consciência e a confiança de que somos leigos
domincanos pregadores por meio da Palavra, da Caridade e do exemplo,
procurando uma melhor formação nas metodologias de pregação, fazendo uso da
novas tecnologias de informação e comunicação.

Porque o propomos?
1. A nossa identidade como Leigos Dominicanos pregadores não foi
reconhecida no passado devido a razões históricas e culturais.

111
2. A Ordem no tempo presente encara o Laicado Dominicano de nova forma,
como companheiros na pregação.
3. Temos muitas oportunidades, como leigos dominicanos, para chegar a
quem normalmente não vive na Igreja ou não crê em Deus.

A quem se dirige esta proposta?


Todas as Fraternidades Leigas dominicanas da nossa Ordem

Quando se implementará esta proposta?


Logo que possível

COMISSÃO Nº2 – ESTUDO E FORMAÇÃO

1º Tópico: Programa de formação


O que propomos?

Proposta:
Redigir um programa de formação para o laicado dominicano de acordo com a
Regra das Fraternidades Leigas de São Domingos (nº11)

Porque o propomos?
Tal programa providenciará material para o crescimento espiritual dos leigos
dominicanos, para melhor preparação da sua pregação.

A quem se dirige esta proposta?


O programa deve ser redigido por cada Conselho Provincial de leigos
dominicanos, segunda a sua Regra (nº119

Quando elaborar esta proposta?


O programa deverá estar terminado em 3 anos.

2º Tópico: Conteúdos fundamentais recomendados para o Programa de


Formação

O que propomos?

Proposta:

A - para a formação inicial


8. Espiritualidade dominicana;
9. Os quatro pilares da vida dominicana: oração, estudo, pregação, vida
comunitária;
10. Vida de São Domingos e outros Santos da Ordem;
11. Regra e Directorio dos leigos;
12. Símbolos dominicanos:
13. Formação humana;

112
B – Para a formação contínua:
14. Fontes de formação dominicana (Sagrada Escrituras, reflexão teológica)
15. História e tradição da Ordem
16. Documentos da Igreja e da Ordem
17. Estudo dos sinais dos tempos, cultura actual;
18. Justiça e Paz e cuidado da Criação;

Porque o propomos?
1. Este programa seria um instrumento para a formação de formadores,
sendo também proveitoso para os formandos;
2. Fortaleceria a colaboração entre Fraternidades de diferentes países que
partilhem os mesmos fundamentos para o programa.

A quem se dirige esta proposta?


Cada Província deverá elaborar este programa (nº11 da Regra)

Quando concretizar esta proposta?


Dentro de 3 anos

COMISSÃO Nº3 – GOVERNO: REGRA E ESTATUTOS

REGRA
1º Tópico: Identidade
A designação deverá ser: Fraternidade e/ou Capítulo Leigo Dominicano;
O leigo dominicano que tenha feito a sua promessa poderá usar livremente a sigla
O.P. depois do seu nome.
No entanto, usando-se tal sigla, deverá preceder o seu nome das siglas do seu
estado civil: Sr.; Srª.

2º Tópico: O termo «Profissão ou promessa» ou compromisso (nº14, Regra)


«14. Para incorporar-se à Ordem, os membros das Fraternidades devem
fazer um compromisso que consiste numa promessa formal de viver
segundo o espírito de São Domingos e a forma de vida indicada pela
Regra. Este compromisso pode ser temporário ou definitivo. Ele se fará
por esta fórmula ou uma outra substancialmente semelhante:

”Em honra do Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, da bem


aventurada Virgem Maria e de São Domingos, eu N. N. diante de vós N.
N. Coordenador(a) da Fraternidade, e vós N. N., Assistente religioso(a),
representando o Mestre da Ordem dos Frades Pregadores, prometo viver
segundo a regra dos Leigos de São Domingos, durante três anos –
durante toda a minha vida”.»

Decidiu-se usar o termo «promessa» em todos os casos, por estar em sintonia


com o estado laical.

113
3º Tópico: Presidente
«20. a) O Prior provincial preside às Fraternidades, dentro dos limites do seu
território e, com o consentimento do ordinário do lugar, erige novas
Fraternidades.»

Recomenda-se uma explicação sobre o termo «preside» sobretudo em língua


espanhola [castelhana]. Pede-se fidelidade nas traduções do texto latino aprovado
pela Santa Sé.

4º Tópico: Deve incluir-se o termo «leigo»? Os seus direitos próprios


«20. b) O Promotor Provincial (irmão ou irmã) faz as vezes do Prior Provincial e
participa de pleno direito no Conselho Provincial dos Leigos de S. Domingos. É
nomeado pelo Capítulo Provincial ou pelo Prior Provincial com o seu Conselho,
ouvido antes o Conselho Provincial dos Leigos de S. Domingos.»

Para interpretar este artigo, pede-se que as palavras entre parêntesis incluam
«leigo, frade, irmão, irmã, monja». Pede-se que seja indicado que não tem direito
a voto.

5º Tópico: Assessor Religioso


«21. C) O Promotor Provincial (irmão ou irmã) ajuda os membros da Fraternidade
em matéria doutrinal e vida espiritual. Este é nomeado pelo Prior Provincial,
ouvidos antes o Promotor provincial e o Conselho local leigo.»

Como no caso do artigo precedente, solicita-se que se inclua dentro dos


parentesis o termo leigo como Promotor.

6º Tópico: Dispensa de compromisso e de membro


(cfr. Também o Capítulo Geral de 2001 dos frades em Providence, nº446)
Acrescentar: Quando um leigo dominicano deseje obter dispensa da sua
promessa, deverá levar a sua petição ao Conselho local da Fraternidade. O
Conselho por sua vez apresenta-lo-á ao Prior Provincial.
O Prior Provincial, perante o pedido da Fraternidade tem autoridade de dispensa
de membros das suas promessas.

7º Tópico: Exclusão
O Prior Provincial, mediante solicitação da Fraternidade, tem autoridade para
excluir membros em caso de falta de comunhão com a Igreja ou escândalo
público, reconhecendo-se que esta pessoa tem direito a defender-se e de apelar
ao Mestre da Ordem.

114
RESOLUÇÕES DO III CONGRESSO INTERNACIONAL –
FÁTIMA/2018
COMISSÃO: REGRAS GOVERNO E DECLARAÇÕES GERAIS

Resolução 1
1. Que as Fraternidades estejam abertas ao acompanhamento dos divorciados e
aos que casaram de novo, que desejem uma plena comunhão com a Igreja. As
Fraternidades podem discernir a melhor forma de os orientar na sua caminhada
para «uma consciencialização de sua situação diante de Deus». (AL).

Alguém que deseje ser membro de uma Fraternidade deve demonstrar


«humildade, discrição e amor pela Igreja e seus ensinamentos» (AL).

Para que este discernimento aconteça, as Fraternidades devem agir em


conformidade com o Magistério da Igreja. Se o Ordinário local tiver expressamente
e por escrito admitido que a alguém seja permitido que volte a receber os
sacramentos, tal «situação especial» não seja mais considerada impedimento
para a recepção e profissão como leigo dominicano.

Resolução 2.
Segundo a tradição da Ordem e com o significado espiritual da palavra Profissão,
esta expressa melhor a natureza do vínculo dos leigos com a Ordem de São
Domingos, pelo que recomendamos que a Ordem use a palavra Profissão quando
relacionada às Fraternidades Leigas de São Domingos.

Resolução 3.
Respeitando a diferentes tradições, não devem no entanto os trajes usadas por
leigos dominicanos serem confundidos com um hábito religioso.

Resolução 4.
Recomendamos que as Regras 20c e 21b sejam alteradas para permitir que os
membros da Fraternidade e os delegados provinciais ou eleitores elegíveis
possam eleger diretamente os seus respectivos presidentes.

Proposta 5.
A fim de auxiliar o ICLDF a cumprir sua missão, recomendamos que cada
Conselho Provincial / Vicariato submeta anualmente, até 31 de Maio, ao ICLDF e
ao Conselho Regional um relatório contendo as seguintes informações: Nome e
localização das Fraternidades; número de membros e estado da sua profissão
dentro da Fraternidade, atividades para o ano em curso, pessoa de contcto com
endereço de e-mail e número de telefone.
Os dados estatísticos agregados desses relatórios serão publicados no website
das Fraternidades Leigas.

115
Resolução 6.
Que, para futuros Congressos, sejam fornecidas às comissões diretrizes mais
claras que as capacitarão a desenvolver propostas diretas e concisas.

Resolução 7.
Recomendamos que cada Conselho Provincial promova uma maior
consciencialização sobre a importância do trabalho realizado pelo ICLDF e pelos
Conselhos Regionais com o objetivo de melhorar a comunicação e o apoio a
esses Conselhos e, assim, ajudar todas as Fraternidades a trabalharem juntas
como um só corpo. O conhecimento dessas estruturas deve ser incluído como
parte da formação.

Resolução 8.
Recomendamos que seja da responsabilidade de cada Conselho Provincial ou do
Vicariato reportar ao Conselho Regional a pessoa de contacto.

Resolução 9.
Propomos que seja alterada a Seção I (B) (5) dos Estatutos do ICLDF como
segue:

“5) - O Conselho elegerá dentre os seus membros um Coordenador. O


Coordenador será eleito pelo voto afirmativo da maioria dos membros presentes
em reunião que tenha o necessário quorum, e servirá por um período não
renovável de três (3 ) anos. O Coordenador também representará os Leigos
dominicanos das Fraternidades no Conselho da Família Dominicana na Cúria. Se
o Coordenador não puder comparecer a uma reunião do Conselho, ele /ela
nomeará outro membro do Conselho para representá-lo, que terá a autoridade de
voto por procuração do Coordenador.

Resolução 10.
No caso de o mandato do Coordenador como representante regional expirar antes
do seu mandato como Coordenador do ICLDF, ele / ela continuará a actuar como
Coordenador do ICLDF pelo tempo restante do seu mandato. Ele deixará de
representar a sua região e o Representante Regional recém-nomeado
representará a Região em questão.

Resolução 11.
Recomendamos que os Diretórios Provinciais / Vicariais permitam que as
Fraternidades concedam dispensas parciais da formação inicial durante o período
que precede a profissão temporária, aos membros aspirantes vindos do
Movimento Internacional da Juventude Dominicana (IDYM) que possam
comprovar ter recebido equivalente formação dominicana.

116
COMISSÃO: PROGRAMA DE FORMAÇÃO GERAL PARA OS LEIGOS
DOMINICANOS
INTRODUÇÃO

Esta comissão trabalhou sobre o tema do Estudo e Formação, desenvolvendo três


pontos fundamentais:
1) Formação
2) Dimensões da Formação
3) Formador Leigo

As principais fontes de formação dominicana são: - A Palavra de Deus e a reflexão


teológica. - A oração litúrgica. - A história e tradição da Ordem. - Os documentos
contemporâneos da Igreja e da Ordem. - O estudo dos sinais do tempo

Tendo em consideração as resoluções emanadas do Congresso Internacional da


Argentina em 2007 e a Regra das Fraternidades Leigas de Santo Domingo, no seu
número 13, fazemos cinco propostas:

PROPOSTA NO. 1:
O ICLDF deve publicar um programa de Estudo e Formação em 2019
considerando as resoluções do Congresso Internacional da Argentina realizado
em 2007 e do Congresso Internacional Fátima 2018.
Cada província, região ou país o adaptará às suas próprias realidades.

PROPOSTA NO. 2:

NÍVEIS DE FORMAÇÃO:
1. Admissão
2. profissão temporária
3. Profissão perpétua: com ela se realiza a incorporação definitiva no ramo secular
da Ordem.
Os diferentes Diretórios devem determinar, entre outras coisas:
a) Os requisitos para admissão à Fraternidade.
b) Os tempos de teste e profissão ou promessa

PROPOSTA Nº 3
:
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO

A) FORMAÇÃO HUMANA
Cada Fraternidade é uma pequena comunidade de fé onde a formação humana
deve ter lugar, manifestada através de:
Crescimento do autoconhecimento, descoberta de talentos e limitações,
aprendizagem do diálogo, escutando e respondendo aos outros. Trabalho
conjunto respeitando a diversidade, exercício da compaixão evangélica e
experimentação e difusão da alegria cristã.

117
B) FORMAÇÃO ESPIRITUAL
Consiste em cuidar da oração pessoal e comunitária da Palavra de Deus que nos
interpela a estudá-lo, contemplá-lo e pregá-lo (Cf. Regra nº 10.)

C) FORMAÇÃO TEOLÓGICA
Para dar razão à sua esperança, os leigos dominicanos devem ter uma sólida
formação teológica, conhecimento das ciências humanas, documentos da Igreja
Católica, e da tradição dominicana.

D) FORMAÇÃO APOSTÓLICA
A pregação é exercida no encontro diário com a pessoa, dentro do Fraternidade e
nos campos da vida e da ação, ouvindo, partilhando e praticando a compaixão e a
misericórdia. Promovendo principalmente a Justiça e a Paz e cuidado da Criação
e «a unidade dos cristãos e o diálogo com os não-crentes». (Regra No. 12)

PROPOSTA Nº. 4:

PERFIL DO FORMADOR
1. Deve ser um irmão ou irmã leigo/a de profissão perpétua
2. Ser eleito pelo Conselho por 3 anos e poder ser reeleito
3. Possuir boa preparação doutrinária e conhecimento da Ordem
4. Demonstrar prudência nas relações humanas
5. Capacidade de valorizar a pessoa
6. Sensibilidade aos problemas do candidato
7. Humildade e capacidade de escuta e empatia
O responsável da formação da fraternidade local pode ser membro do conselho ou
não, sendo que neste último caso deve ser ouvido em relação à formação e à
admissão dos candidatos.

PROPOSTA N ° 5

INSTITUIÇÃO DO CARGO DE FORMADOR PROVINCIAL QUE DEVE SER


ESCOLHIDO PELO RESPECTIVO CONSELHO. Este elabora o programa de
formação juntamente com o Conselho Provincial e dá-o a conhecer e coordena
com os formadores das Fraternidades que compõem a Província; será
desenvolvido de acordo com a província, país ou região.

COMISSÃO: FINANÇAS E COMUNICAÇÃO

COMUNICAÇÃO

Resolução 1
Recomendamos que todos os Conselhos Regionais e Provinciais indiquem
alguém responsável pela comunicação.

118
Resolução 2.
Propomos o correio eletrônico como a forma preferida de comunicação.
Plataformas digitais alternativas podem ser usadas para comunicar com os nossos
irmãos e irmãs e com a Cúria.

Resolução 3.
Recomendamos: que todos os membros do Conselho Provincial usem correio
eletrônico para comunicar com o representante regional no ICLDF e com o
Promotor Geral dos leigos.

Resolução 4.
Recomendamos que todas as mudanças de membros do Conselho Provincial
sejam prontamente comunicadas ao Conselho Regional, ao representante regional
no ICLDF e ao Promotor Geral dos leigos.

Resolução 5.
Encorajamos todas as Províncias a enviar informações, tais como a vida da
Fraternidade para webmaster@fraternitiesop.com e ao Promotor Geral de
comunicação para press@curia.op.org

Resolução 6.
Recomendamos que as principais atividades das Fraternidades sejam
comunicadas e revistas regionalmente e partilhadas internacionalmente.

Finanças

Resolução 1. A contribuição anual para o ICDLF destina-se a cobrir o custo da


reunião anual do Conselho, outras reuniões se necessário, e para manter o custo
do Congresso tão baixo quanto possível.

Resolução 2
O Tesoureiro da ICLDF produzirá um relatório anual de finanças sobre o ano
anterior até 15 de fevereiro do ano em curso. Este relatório será enviado pelo
webmaster do ICLDF para os presidentes e tesoureiros provinciais, cujos e-mails
devem ser fornecidos.

Resolução 3.
Dado que somos uma organização sem fins lucrativos, os fundos excedentes
podem ser utilizados para apoiar projetos da Família Dominicana que precisam de
fundos.

Resolução 4.
Recomendamos manter a contribuição anual para o ICLDF em 1,50 euros por
membro por ano, com prazo até 30 de junho.

COMISSÃO: FAMÍLIA DOMINICANA E IGREJA

119
MONJAS:
• Exortamos as Fraternidades a terem encontros freqüentes com os mosteiros;
• Organizarem atividades, compartilhar momentos de formação, estudo e oração.
• Pedir a sua intercessão por necessidades particulares da Ordem, país e / ou
mundo;
• Contribuir para as suas necessidades.

FRADES:
• Conversarem com frequência, comunicarem notícias, solicitar respeito pela
autonomia dos leigos.
• Requerer acompanhamento das Fraternidades e inclusão em programas de
pastoral e missionários.

RELIGIOSAS:
• Envolver-se em diálogo fraterno com as religiosas e outros leigos envolvidos no
seu trabalho apostólico.
• Abertura à participação mútua em espaços de formação, oração, comunidade e
missão.

LEIGOS.
• Respeitar as diferenças com instituições, movimentos e grupos; e promover
inclusão.
• Construir pontes para formar uma comunidade, para construir espaços de
missão comum.
• Incentivar os leigos a serem, como pede o Papa Francisco, a Igreja a sair,
levando-os a não se deixarem aninhar em casas conventuais e/ou sacristias.

JOVENS
. Reconhecer-lhes a sua identidade, características próprias, mas também
objectivos comuns.
. Intrega-los de pleno direito na Família Dominicana e na sua missão.

PROPOSTAS GERAIS
• Organizar redes vocacionais com a participação de todos os ramos.
• Propor missões comuns de pregação, onde a vida comunitária e a experiência
dos pilares da Ordem sejam experimentados..
• Participar em conselhos e/ou secretariados da Família Dominicana, propor a sua
criação onde eles não existem.

RELACIONAMENTO COM A IGREJA


• Tomada de consciência do caráter eminentemente eclesial da Ordem.
• Juntarem-se ativamente às paróquias, organizações leigas e espaços da Igreja
local.

COMISSÃO: PREGAÇÃO E ORAÇÃO

120
[Declaração] A pregação leiga visa dar a conhecer Jesus e partilhar o Evangelho
no nosso mundo, no contexto da família, amigos, vizinhos, pessoas do trabalho,
comunicação social e em todos os outros contextos.
Os pregadores leigos devem ser capazes de ouvir, de tentar entender e
verdadeiramente amar aqueles para quem pregam.
A pregação dos leigos não é apenas ensino, mas saber ouvir, aprender e estar
presente.
A pregação clerical e a pregação de leigos não se excluem mutuamente.

[Declaração] A compaixão de Jesus por toda a humanidade e a nossa compaixão


nos incita a pregar.

A pregação leiga pode assumir muitas formas, dependendo dos dons dados a nós
por Deus, por exemplo cantando e fazendo música e outras contribuições para
uma liturgia atraente, através da arte,escrevendo, publicando, fazendo cinema,
escutando e realizando orientação espiritual, trabalhando em obras e serviços de
caridade, advocacia para os mais marginalizados, capacidade de servir e muito
mais.
Devemos ser capazes de falar sobre o Evangelho, sobre a nossa fé pessoal e os
ensinamentos da Igreja.
A maneira como vivemos as nossas vidas é também uma maneira de pregar. O
modo como nós vivemos as nossas vidas deve levar as outras pessoas a terem
curiosidade sobre a nossa fé.
A pregação requer que aprendamos a ouvir, a entender os sinais dos nossos
tempos e a reagir a eles.

[Recomendação] Devemos rezar para ter ocasiões para pregar.

[Recomendação] Os meios de comunicação social e outras formas de tecnologia


moderna precisam de ser usadas a fim de alcançar as pessoas no mundo
moderno.

[Recomendação] Durante a formação, os membros devem ser encorajados e


apoiados pela sua Fraternidade para investigar e desenvolver a sua forma
individual de pregação de acordo com os seus dons.

[Declaração] Nós pertencemos às Fraternidades Leigas da Ordem dos Pregadores


porque Deus nos chamou a ela. As nossas Fraternidades devem ser lugares de
cura, compaixão e alegria e também lugares de oração. As nossas Fraternidades
devem ser lugares de formação permanente no caminho de sermos pregadores.
Devem ser lugares em que compartilhamos as nossas experiências e nas quais
recebemos apoio e suporte.
A vida nas nossas Fraternidades deve refletir as palavras de Jesus em João
17,11: “para que sejais um, assim como nós somos um”, levando desse modo a
que a Fraternidade por si mesma seja uma forma de pregação.

121
[Recomendação] Recomendamos que cada Fraternidade procure criar projetos
comuns de pregação. Fazendo uso dos carismas individuais dos seus membros,
tais projetos ajudam a Fraternidade no seu desenvolvimento como Fraternidade.
Projectos comunitários incentivam novas ideias,libertam energia, criam nova vida
e novos compromissos dentro da Fraternidade. (Ver Actas do Capítulo Geral de
Bolonha 2016, Nº 126)

[Declaração] O número 10 da Regra das Fraternidades oferece-nos uma lista de


fontes e recursos espirituais que ajudam a alimentar e apoiar a nossa vocação
contemplativa e apostólica.

[Recomendação] Propomos que as Fraternidades promovam encontros de tempos


em tempos para reflectir e discutir entre os seus membros sobre o seu
crescimento espiritual com a intenção de renovar o seu compromisso. Tal pode
exigir ajuda exterior.

[Recomendação] Na actual situação de grande convulsão na Igreja (problemas de


abusos sexuais pelos sacerdotes, discussão sobre casamento e divórcio e sobre a
homossexualidade), recomendamos aos leigos dominicanos que aprofundem a
sua compreensão e renovem a sua relação com os sacramentos da Eucaristia e
da Reconciliação.

[Declaração] Como leigos dominicanos, a nossa oração pessoal e as fontes


mencionadas no número 10 da Regra devem iluminar o nosso trabalho, a vida
familiar e as atividades sociais. Através das nossas fraternidades, estamos ligados
a Deus e à Igreja. Essa conexão deve ser de importância primordial para todos os
membros. Estando no mundo, mas não no mundo (ver Jo 17,14), somos
chamados a santificar o mundo com a ajuda de Deus.

[Recomendação] Encorajamos as Fraternidades a ajudar os seus membros a


desenvolver a sua oração pessoal.

COMISSÃO: JUSTIÇA PAZ E CUIDADOS DE CRIAÇÃO

Contexto:
Como os ensinamentos da Igreja e de todos os Capítulos Gerais da Ordem nos
últimos 50 anos afirmaram, o trabalho pela Justiça e pela Paz é uma dimensão
constitutiva da evangelização.

Como aconselhado pelo Mestre da Ordem neste Congresso, nós propomos

Resolução:
Que as Fraternidades leigas em todos os lugares reflitam sobre onde existam
injustiças presentes nas nossas relações pessoais e comunitárias e estruturais e
as abordem de modo a sermos uns pregadores credíveis de Justiça e de Paz.

Contexto:

122
 Dado que a Justiça e a Paz são parte integrante da nossa vocação de
leigos dominicanos;
 inspirados pelos dois testemunhos de leigos da Venezuela e dos Camarões
neste Congresso;
 e dado que a Comissão Dominicana Internacional de Justiça e Paz integra
todos os 5 ramos da Família Dominicana,

nós propomos_

Resolução:
Que todos os diferentes níveis das estruturas dos leigos dominicanos, além da
Fraternidade local (por exemplo, provincial / nacional, regional, internacional)
incluam um responsável pela Justiça, Paz e cuidado da Criação, para interação
entre os diferentes níveis e com a Família Dominicana.

Resolução:
Que uma base de dados dos responsáveis para a Justiça e Paz nas
Fraternidades seja estabelecida e mantida pelo Conselho Provincial Leigo.

Resolução:
Que os leigos dominicanos na Comissão Internacional Dominicana de Justiça e
Paz (IDCJP) enviem informações e alertas através do Conselho Internacional de
Leigos Fraternidades Dominicanas (ICLDF) de modo a permitir que as
Fraternidades locais considerem formas de mostrar solidariedade com os
dominicanos em situações difíceis.

Resolução:
Que todas as Fraternidades leigas sejam informadas de que nossa Ordem tem
presença e participação activa nos delegações das Nações Unidas em Genebra,
Nova Iorque, Viena e Nairobi para facilitar a evangelização a nível global.
A nossa presença junto da delegações da ONU promove a acção junto dos
governos e apoia a actividade dos dominicanos em prol da justiça e direitos
humanos a nível local.

Resolução:
Que a formação leiga dominicana integre a Justiça, Paz e Cuidado da Criação
através da todos os aspectos da formação holística baseada no Evangelho
(Humana, Espiritual, Intelectual e Pastoral/Apostólica) e em todas as etapas de
formação, da inicial à permanente.

Resolução:
Que essa formação intelectual inclua a Doutrina Social da Igreja e os recursos
dominicanos relativos a Justiça e Paz.

Resolução:
Devem os leigos dominicanos ser dotados de capacidades para se envolverem na
resolução de conflitos, na construção da paz e combater as injustiças, acções a

123
serem desenvolvidas, sempre que possível com os coordenadores de Justiça e
Paz de outros ramos da Família Dominicana e outras organizações relevantes.

Contexto:
Em 2017, o Mestre da Ordem lançou a iniciativa de Um Mês Dominicano anual
pela paz desde o primeiro domingo do Advento até o Dia Mundial da Paz da Igreja
a 1 de janeiro. O foco de 2018 será na República Democrática do Congo.

Nós propomos

Resolução:
Que todos as Fraternidades leigas Dominicanas incluam atividades para o Mês da
Paz no seu programa anual.

COMISSÃO: PROMOTORES E ASSISTENTES

I. O Perfil dos Promotores e Assistentes Religiosos

A. Promotor Provincial
O Promotor Provincial é um frade dominicano sob plena jurisdição do seu prior
Provincial que serve de ligação entre os leigos dominicanos e o Prior Provincial.
Ele é nomeado para um mandato de quatro (4) anos pelo Prior. Ele é um membro
sem direito a voto no Conselho Provincial Leigo e em outros conselhos indicados
pelo Presidente Provincial Leigo.
O Promotor Provincial colabora com o Promotor Geral dos Leigos para apoiar o
missão e visão das Fraternidades Leigas Dominicanas especificamente nas áreas
de Justiça, Paz e cuidado da Criação.

B. Assistente Religioso
O Assistente Religioso pode ser um dos seguintes: um frade dominicano, uma
monja dominicana, um Irmão cooperador dominicano, um diácono dominicano,
um/a leigo/a dominicano com promessa perpétua, (homem ou mulher), uma irmã
religiosa da Família Dominicana, um sacerdote secular ou um religioso de outra
Ordem/Congregação, que ajuda uma Fraternidade individual na dimensão
espiritual e em questões teológicas.
Se um Assistente Religioso não é membro da Ordem dos Pregadores, ele / ela
deve obter autorização do seu superior e assegurar que ele/a esteja devidamente
preparado em história e espiritualidade dominicana. O Assistente Religioso é um
membro sem direito a voto na Fraternidade e é nomeado para um mandato de três
ou quatro anos pelo Prior Provincial.

C. Comum a ambos
O Promotor Provincial e o Assistente Religioso seguem o exemplo de 2 Coríntios
1:24: «Não que tenhamos domínio sobre a sua fé, mas cooperamos com vocês
para que tenham alegria, pois é pela fé que vocês permanecem firmes».

II. Clarificação das suas funções

124
A. Promotor Provincial
1. O Promotor Provincial deve possuir uma afabilidade, um interesse e um
entusiasmo pelos leigos dominicanos e ser capaz de ouvir e interagir com os
membros do laicado em todos os níveis sociais e acadêmicos, promovendo a
participação dos membros leigos na obra de pregação da Igreja, assim como nos
ministérios da Província.

2. O Promotor Provincial deve estar disponível para prestar conselho e fornecer


apoio ao Presidente Provincial Leigo e ao Conselho Provincial Leigo. O Promotor
das Fraternidades visita as Fraternidades com o Presidente Provincial Leigo e/ou
quem seja designado de entre os membros do Conselho Provincial, conforme
programado. Ele trabalha em conjunto com o Conselho Provincial Leigo para
identificar e avaliar as necessidades das Fraternidades e membros e/ou
intervenções para fortalecer a vida comunitária e a vocação individual dos leigos.
O Promotor Provincial colabora ainda com o Presidente Provincial Leigo na
elaboração de relatórios sobre os leigos para submissão ao Prior Provincial e ao
seu Conselho.

3. O Promotor Provincial analisa e apresenta ao Prior Provincial os


recomendações submetidas pelo Presidente Provincial Leigo ou pelo Conselho
relativas às mudanças de estatuto de membros ou de Fraternidades. Ele
prontamente notifica o Conselho Provincial Leigo por escrito sobre as
determinações do Prior Provincial, inclui a respectiva justificação da decisão. Tal
inclui, mas não está limitado a, o compromisso ou remoção de um Assistente
Religioso, as petições para prorrogar um mandato, a ereção ou supressão de uma
Fraternidade, etc.

4. O Promotor Provincial comunica regularmente com a Província, informando o


Conselho Provincial Leigo de assuntos ou preocupações emanadas do Capítulo
Geral e/ou Provincial dos Frades e dos assuntos específicos relacionados com os
Leigos.
Ele facilita a comunicação entre os leigos dominicanos, frades e religiosos para
auxiliar a missão do laicado e da Ordem em geral. O Promotor Provincial também
garante que os leigos dominicanos sejam convidados para eventos (por exemplo,
reuniões, palestras, celebrações, etc.) a nível provincial.

5. O Promotor Provincial incentiva e identifica os frades e religiosos para servirem


as Fraternidades Leigas Dominicanas como assistentes religiosos e/ou para
proferir palestras / jornadas espirituais e pastorais para as Fraternidades.

6. O Promotor Provincial promove iniciativas de leigos dominicanos sobre Justiça,


Paz e cuidado com a Criação.

7. O Promotor Provincial providenciará uma visão da espiritualidade dominicana,


história, teologia e ensinamentos da Igreja apropriados para vocações laicais. Ele

125
contribui mediante artigos escritos para o boletim informativo de uma Província
Leiga ou periódico provincial dominicano numa base regular.

B. Assistente Religioso
1. O Assistente Religioso participará nas reuniões de Fraternidade e seu Conselho
sempre que possível, incentivará e promoverá as obras evangélicas e apostólicas
dos membros e da Fraternidade.

2. O Assistente Religioso recomendará tópicos de estudo e fornecerá informações


espirituais e comentários teológicos para ajudar a formação duma Fraternidade e
o seu estudo, conforme seja necessário, auxiliando com o seu conselho os
membros que sejam encarregados de os apresentar.

3. O Assistente Religioso auxilia o Conselho da Fraternidade no processo de


discernimento do caminho de um membro na Ordem e auxilia o Presidente da
Fraternidade com os Ritos de Recepção e Profissão.

4. O Assistente Religioso pode recomendar oradores leigos ou padres (conforme


necessário) para dias de reflexão, retiros, direção espiritual, etc.

5. O Assistente Religioso rezará pelo crescimento de vocações dominicanas leigas


e pelo crescimento espiritual dos seus membros, missão, atividades apostólicas e
atenção aos objetivos da Igreja.

6. O Assistente Religioso comunica regularmente com o Promotor Provincial.

__________________________________________________________________
____

Tradução a partir do livro: «Actas del Congresso - III Congresso internacional del
Laicado», ICLDF, 2018

Trad. Gabriel Silva


Out./2019

No 2º Congresso Internacional das Fraternidades Leigas Dominicanas realizado


em 2007 na cidade de Buenos Aires, Argentina, foram aprovados os Estatutos do
Conselho Internacional das Fraternidades Leigas de São Domingos, previsto na
sua Regra. Ali se estabeleceu que que as assembleias ou congressos
internacionais seriam realizados a cada dez anos, No entanto, uma vez que em
2017 ainda havia vários eventos internacionais relacionados com o jubileu da

126
fundação da Ordem, adiou-se a sua realização por um ano, vindo a ocorrer em
Fátima, Portugal, em Outubro de 2018.

Publicam-se as respectivas Resoluções aprovadas pela Assembleia, conforme


extraídas da Actas publicadas pelo Promotor Geral dos Laicado Dominicano, Fr.
Rui Carlos Lopes, Op e promulgadas pelo Mestre Geral da Ordem Fr. Bruno
Cadoré, op.

COMISSÃO: REGRAS GOVERNO E DECLARAÇÕES GERAIS

Resolução 1
1. Que as Fraternidades estejam abertas ao acompanhamento dos divorciados e
aos que casaram de novo, que desejem uma plena comunhão com a Igreja. As
Fraternidades podem discernir a melhor forma de os orientar na sua caminhada
para «uma consciencialização de sua situação diante de Deus». (AL).

Alguém que deseje ser membro de uma Fraternidade deve demonstrar


«humildade, discrição e amor pela Igreja e seus ensinamentos» (AL).

Para que este discernimento aconteça, as Fraternidades devem agir em


conformidade com o Magistério da Igreja. Se o Ordinário local tiver expressamente
e por escrito admitido que a alguém seja permitido que volte a receber os
sacramentos, tal «situação especial» não seja mais considerada impedimento
para a recepção e profissão como leigo dominicano.

Resolução 2.
Segundo a tradição da Ordem e com o significado espiritual da palavra Profissão,
esta expressa melhor a natureza do vínculo dos leigos com a Ordem de São
Domingos, pelo que recomendamos que a Ordem use a palavra Profissão quando
relacionada às Fraternidades Leigas de São Domingos.

Resolução 3.
Respeitando a diferentes tradições, não devem no entanto os trajes usadas por
leigos dominicanos serem confundidos com um hábito religioso.

Resolução 4.
Recomendamos que as Regras 20c e 21b sejam alteradas para permitir que os
membros da Fraternidade e os delegados provinciais ou eleitores elegíveis
possam eleger diretamente os seus respectivos presidentes.

Proposta 5.
A fim de auxiliar o ICLDF a cumprir sua missão, recomendamos que cada
Conselho Provincial / Vicariato submeta anualmente, até 31 de Maio, ao ICLDF e

127
ao Conselho Regional um relatório contendo as seguintes informações: Nome e
localização das Fraternidades; número de membros e estado da sua profissão
dentro da Fraternidade, atividades para o ano em curso, pessoa de contcto com
endereço de e-mail e número de telefone.
Os dados estatísticos agregados desses relatórios serão publicados no website
das Fraternidades Leigas.

Resolução 6.
Que, para futuros Congressos, sejam fornecidas às comissões diretrizes mais
claras que as capacitarão a desenvolver propostas diretas e concisas.

Resolução 7.
Recomendamos que cada Conselho Provincial promova uma maior
consciencialização sobre a importância do trabalho realizado pelo ICLDF e pelos
Conselhos Regionais com o objetivo de melhorar a comunicação e o apoio a
esses Conselhos e, assim, ajudar todas as Fraternidades a trabalharem juntas
como um só corpo. O conhecimento dessas estruturas deve ser incluído como
parte da formação.

Resolução 8.
Recomendamos que seja da responsabilidade de cada Conselho Provincial ou do
Vicariato reportar ao Conselho Regional a pessoa de contacto.

Resolução 9.
Propomos que seja alterada a Seção I (B) (5) dos Estatutos do ICLDF como
segue:

“5) - O Conselho elegerá dentre os seus membros um Coordenador. O


Coordenador será eleito pelo voto afirmativo da maioria dos membros presentes
em reunião que tenha o necessário quorum, e servirá por um período não
renovável de três (3) anos. O Coordenador também representará os Leigos
dominicanos das Fraternidades no Conselho da Família Dominicana na Cúria. Se
o Coordenador não puder comparecer a uma reunião do Conselho, ele /ela
nomeará outro membro do Conselho para representá-lo, que terá a autoridade de
voto por procuração do Coordenador.

Resolução 10.
No caso de o mandato do Coordenador como representante regional expirar antes
do seu mandato como Coordenador do ICLDF, ele / ela continuará a actuar como
Coordenador do ICLDF pelo tempo restante do seu mandato. Ele deixará de
representar a sua região e o Representante Regional recém-nomeado
representará a Região em questão.

Resolução 11.
Recomendamos que os Diretórios Provinciais / Vicariais permitam que as
Fraternidades concedam dispensas parciais da formação inicial durante o período
que precede a profissão temporária, aos membros aspirantes vindos do

128
Movimento Internacional da Juventude Dominicana (IDYM) que possam
comprovar ter recebido equivalente formação dominicana.

COMISSÃO: PROGRAMA DE FORMAÇÃO GERAL PARA OS LEIGOS


DOMINICANOS
INTRODUÇÃO

Esta comissão trabalhou sobre o tema do Estudo e Formação, desenvolvendo três


pontos fundamentais:
1) Formação
2) Dimensões da Formação
3) Formador Leigo

As principais fontes de formação dominicana são: - A Palavra de Deus e a reflexão


teológica. - A oração litúrgica. - A história e tradição da Ordem. - Os documentos
contemporâneos da Igreja e da Ordem. - O estudo dos sinais do tempo

Tendo em consideração as resoluções emanadas do Congresso Internacional da


Argentina em 2007 e a Regra das Fraternidades Leigas de Santo Domingo, no seu
número 13, fazemos cinco propostas:

PROPOSTA NO. 1:
O ICLDF deve publicar um programa de Estudo e Formação em 2019
considerando as resoluções do Congresso Internacional da Argentina realizado
em 2007 e do Congresso Internacional Fátima 2018.
Cada província, região ou país o adaptará às suas próprias realidades.

PROPOSTA NO. 2:

NÍVEIS DE FORMAÇÃO:
1. Admissão
2. profissão temporária
3. Profissão perpétua: com ela se realiza a incorporação definitiva no ramo secular
da Ordem.
Os diferentes Diretórios devem determinar, entre outras coisas:
a) Os requisitos para admissão à Fraternidade.
b) Os tempos de teste e profissão ou promessa

PROPOSTA Nº 3
:
DIMENSÕES DA FORMAÇÃO

A) FORMAÇÃO HUMANA
Cada Fraternidade é uma pequena comunidade de fé onde a formação humana
deve ter lugar, manifestada através de:

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Crescimento do autoconhecimento, descoberta de talentos e limitações,
aprendizagem do diálogo, escutando e respondendo aos outros. Trabalho
conjunto respeitando a diversidade, exercício da compaixão evangélica e
experimentação e difusão da alegria cristã.

B) FORMAÇÃO ESPIRITUAL
Consiste em cuidar da oração pessoal e comunitária da Palavra de Deus que nos
interpela a estudá-lo, contemplá-lo e pregá-lo (Cf. Regra nº 10.)

C) FORMAÇÃO TEOLÓGICA
Para dar razão à sua esperança, os leigos dominicanos devem ter uma sólida
formação teológica, conhecimento das ciências humanas, documentos da Igreja
Católica, e da tradição dominicana.

D) FORMAÇÃO APOSTÓLICA
A pregação é exercida no encontro diário com a pessoa, dentro do Fraternidade e
nos campos da vida e da ação, ouvindo, partilhando e praticando a compaixão e a
misericórdia. Promovendo principalmente a Justiça e a Paz e cuidado da Criação
e «a unidade dos cristãos e o diálogo com os não-crentes». (Regra No. 12)

PROPOSTA Nº. 4:

PERFIL DO FORMADOR
1. Deve ser um irmão ou irmã leigo/a de profissão perpétua
2. Ser eleito pelo Conselho por 3 anos e poder ser reeleito
3. Possuir boa preparação doutrinária e conhecimento da Ordem
4. Demonstrar prudência nas relações humanas
5. Capacidade de valorizar a pessoa
6. Sensibilidade aos problemas do candidato
7. Humildade e capacidade de escuta e empatia
O responsável da formação da fraternidade local pode ser membro do conselho ou
não, sendo que neste último caso deve ser ouvido em relação à formação e à
admissão dos candidatos.

PROPOSTA N ° 5

INSTITUIÇÃO DO CARGO DE FORMADOR PROVINCIAL QUE DEVE SER


ESCOLHIDO PELO RESPECTIVO CONSELHO. Este elabora o programa de
formação juntamente com o Conselho Provincial e dá-o a conhecer e coordena
com os formadores das Fraternidades que compõem a Província; será
desenvolvido de acordo com a província, país ou região.

COMISSÃO: FINANÇAS E COMUNICAÇÃO

COMUNICAÇÃO

130
Resolução 1
Recomendamos que todos os Conselhos Regionais e Provinciais indiquem
alguém responsável pela comunicação.

Resolução 2.
Propomos o correio eletrônico como a forma preferida de comunicação.
Plataformas digitais alternativas podem ser usadas para comunicar com os nossos
irmãos e irmãs e com a Cúria.

Resolução 3.
Recomendamos: que todos os membros do Conselho Provincial usem correio
eletrônico para comunicar com o representante regional no ICLDF e com o
Promotor Geral dos leigos.

Resolução 4.
Recomendamos que todas as mudanças de membros do Conselho Provincial
sejam prontamente comunicadas ao Conselho Regional, ao representante regional
no ICLDF e ao Promotor Geral dos leigos.

Resolução 5.
Encorajamos todas as Províncias a enviar informações, tais como a vida da
Fraternidade para webmaster@fraternitiesop.com e ao Promotor Geral de
comunicação para press@curia.op.org

Resolução 6.
Recomendamos que as principais atividades das Fraternidades sejam
comunicadas e revistas regionalmente e partilhadas internacionalmente.

Finanças

Resolução 1. A contribuição anual para o ICDLF destina-se a cobrir o custo da


reunião anual do Conselho, outras reuniões se necessário, e para manter o custo
do Congresso tão baixo quanto possível.

Resolução 2
O Tesoureiro da ICLDF produzirá um relatório anual de finanças sobre o ano
anterior até 15 de fevereiro do ano em curso. Este relatório será enviado pelo
webmaster do ICLDF para os presidentes e tesoureiros provinciais, cujos e-mails
devem ser fornecidos.

Resolução 3.
Dado que somos uma organização sem fins lucrativos, os fundos excedentes
podem ser utilizados para apoiar projetos da Família Dominicana que precisam de
fundos.

Resolução 4.

131
Recomendamos manter a contribuição anual para o ICLDF em 1,50 euros por
membro por ano, com prazo até 30 de junho.

COMISSÃO: FAMÍLIA DOMINICANA E IGREJA

MONJAS:
• Exortamos as Fraternidades a terem encontros freqüentes com os mosteiros;
• Organizarem atividades, compartilhar momentos de formação, estudo e oração.
• Pedir a sua intercessão por necessidades particulares da Ordem, país e / ou
mundo;
• Contribuir para as suas necessidades.

FRADES:
• Conversarem com frequência, comunicarem notícias, solicitar respeito pela
autonomia dos leigos.
• Requerer acompanhamento das Fraternidades e inclusão em programas de
pastoral e missionários.

RELIGIOSAS:
• Envolver-se em diálogo fraterno com as religiosas e outros leigos envolvidos no
seu trabalho apostólico.
• Abertura à participação mútua em espaços de formação, oração, comunidade e
missão.

LEIGOS.
• Respeitar as diferenças com instituições, movimentos e grupos; e promover
inclusão.
• Construir pontes para formar uma comunidade, para construir espaços de
missão comum.
• Incentivar os leigos a serem, como pede o Papa Francisco, a Igreja a sair,
levando-os a não se deixarem aninhar em casas conventuais e/ou sacristias.

JOVENS
. Reconhecer-lhes a sua identidade, características próprias, mas também
objectivos comuns.
. Intrega-los de pleno direito na Família Dominicana e na sua missão.

PROPOSTAS GERAIS
• Organizar redes vocacionais com a participação de todos os ramos.
• Propor missões comuns de pregação, onde a vida comunitária e a experiência
dos pilares da Ordem sejam experimentados..
• Participar em conselhos e/ou secretariados da Família Dominicana, propor a sua
criação onde eles não existem.

RELACIONAMENTO COM A IGREJA


• Tomada de consciência do caráter eminentemente eclesial da Ordem.

132
• Juntarem-se ativamente às paróquias, organizações leigas e espaços da Igreja
local.

COMISSÃO: PREGAÇÃO E ORAÇÃO

[Declaração] A pregação leiga visa dar a conhecer Jesus e partilhar o Evangelho


no nosso mundo, no contexto da família, amigos, vizinhos, pessoas do trabalho,
comunicação social e em todos os outros contextos.
Os pregadores leigos devem ser capazes de ouvir, de tentar entender e
verdadeiramente amar aqueles para quem pregam.
A pregação dos leigos não é apenas ensino, mas saber ouvir, aprender e estar
presente.
A pregação clerical e a pregação de leigos não se excluem mutuamente.

[Declaração] A compaixão de Jesus por toda a humanidade e a nossa compaixão


nos incita a pregar.

A pregação leiga pode assumir muitas formas, dependendo dos dons dados a nós
por Deus, por exemplo cantando e fazendo música e outras contribuições para
uma liturgia atraente, através da arte, escrevendo, publicando, fazendo cinema,
escutando e realizando orientação espiritual, trabalhando em obras e serviços de
caridade, advocacia para os mais marginalizados, capacidade de servir e muito
mais.
Devemos ser capazes de falar sobre o Evangelho, sobre a nossa fé pessoal e os
ensinamentos da Igreja.
A maneira como vivemos as nossas vidas é também uma maneira de pregar. O
modo como nós vivemos as nossas vidas deve levar as outras pessoas a terem
curiosidade sobre a nossa fé.
A pregação requer que aprendamos a ouvir, a entender os sinais dos nossos
tempos e a reagir a eles.

[Recomendação] Devemos rezar para ter ocasiões para pregar.

[Recomendação] Os meios de comunicação social e outras formas de tecnologia


moderna precisam de ser usadas a fim de alcançar as pessoas no mundo
moderno.

[Recomendação] Durante a formação, os membros devem ser encorajados e


apoiados pela sua Fraternidade para investigar e desenvolver a sua forma
individual de pregação de acordo com os seus dons.

[Declaração] Nós pertencemos às Fraternidades Leigas da Ordem dos Pregadores


porque Deus nos chamou a ela. As nossas Fraternidades devem ser lugares de
cura, compaixão e alegria e também lugares de oração. As nossas Fraternidades
devem ser lugares de formação permanente no caminho de sermos pregadores.
Devem ser lugares em que compartilhamos as nossas experiências e nas quais
recebemos apoio e suporte.

133
A vida nas nossas Fraternidades deve refletir as palavras de Jesus em João
17,11: “para que sejais um, assim como nós somos um”, levando desse modo a
que a Fraternidade por si mesma seja uma forma de pregação.

[Recomendação] Recomendamos que cada Fraternidade procure criar projetos


comuns de pregação. Fazendo uso dos carismas individuais dos seus membros,
tais projetos ajudam a Fraternidade no seu desenvolvimento como Fraternidade.
Projectos comunitários incentivam novas ideias, libertam energia, criam nova vida
e novos compromissos dentro da Fraternidade. (Ver Actas do Capítulo Geral de
Bolonha 2016, Nº 126)

[Declaração] O número 10 da Regra das Fraternidades oferece-nos uma lista de


fontes e recursos espirituais que ajudam a alimentar e apoiar a nossa vocação
contemplativa e apostólica.

[Recomendação] Propomos que as Fraternidades promovam encontros de tempos


em tempos para reflectir e discutir entre os seus membros sobre o seu
crescimento espiritual com a intenção de renovar o seu compromisso. Tal pode
exigir ajuda exterior.

[Recomendação] Na actual situação de grande convulsão na Igreja (problemas de


abusos sexuais pelos sacerdotes, discussão sobre casamento e divórcio e sobre a
homossexualidade), recomendamos aos leigos dominicanos que aprofundem a
sua compreensão e renovem a sua relação com os sacramentos da Eucaristia e
da Reconciliação.

[Declaração] Como leigos dominicanos, a nossa oração pessoal e as fontes


mencionadas no número 10 da Regra devem iluminar o nosso trabalho, a vida
familiar e as atividades sociais. Através das nossas fraternidades, estamos ligados
a Deus e à Igreja. Essa conexão deve ser de importância primordial para todos os
membros. Estando no mundo, mas não no mundo (ver Jo 17,14), somos
chamados a santificar o mundo com a ajuda de Deus.

[Recomendação] Encorajamos as Fraternidades a ajudar os seus membros a


desenvolver a sua oração pessoal.

COMISSÃO: JUSTIÇA PAZ E CUIDADOS DE CRIAÇÃO

Contexto:
Como os ensinamentos da Igreja e de todos os Capítulos Gerais da Ordem nos
últimos 50 anos afirmaram, o trabalho pela Justiça e pela Paz é uma dimensão
constitutiva da evangelização.

Como aconselhado pelo Mestre da Ordem neste Congresso, nós propomos

Resolução:

134
Que as Fraternidades leigas em todos os lugares reflitam sobre onde existam
injustiças presentes nas nossas relações pessoais e comunitárias e estruturais e
as abordem de modo a sermos uns pregadores credíveis de Justiça e de Paz.

Contexto:
 Dado que a Justiça e a Paz são parte integrante da nossa vocação de
leigos dominicanos;
 inspirados pelos dois testemunhos de leigos da Venezuela e dos Camarões
neste Congresso;
 e dado que a Comissão Dominicana Internacional de Justiça e Paz integra
todos os 5 ramos da Família Dominicana,

nós propomos:

Resolução:
Que todos os diferentes níveis das estruturas dos leigos dominicanos, além da
Fraternidade local (por exemplo, provincial / nacional, regional, internacional)
incluam um responsável pela Justiça, Paz e cuidado da Criação, para interação
entre os diferentes níveis e com a Família Dominicana.

Resolução:
Que uma base de dados dos responsáveis para a Justiça e Paz nas Fraternidades
seja estabelecida e mantida pelo Conselho Provincial Leigo.

Resolução:
Que os leigos dominicanos na Comissão Internacional Dominicana de Justiça e
Paz (IDCJP) enviem informações e alertas através do Conselho Internacional de
Leigos Fraternidades Dominicanas (ICLDF) de modo a permitir que as
Fraternidades locais considerem formas de mostrar solidariedade com os
dominicanos em situações difíceis.

Resolução:
Que todas as Fraternidades leigas sejam informadas de que nossa Ordem tem
presença e participação activa nas delegações das Nações Unidas em Genebra,
Nova Iorque, Viena e Nairobi para facilitar a evangelização a nível global.
A nossa presença junto das delegações da ONU promove a acção junto dos
governos e apoia a actividade dos dominicanos em prol da justiça e direitos
humanos a nível local.

Resolução:
Que a formação leiga dominicana integre a Justiça, Paz e Cuidado da Criação
através da todos os aspectos da formação holística baseada no Evangelho
(Humana, Espiritual, Intelectual e Pastoral/Apostólica) e em todas as etapas de
formação, da inicial à permanente.

Resolução:

135
Que essa formação intelectual inclua a Doutrina Social da Igreja e os recursos
dominicanos relativos a Justiça e Paz.

Resolução:
Devem os leigos dominicanos ser dotados de capacidades para se envolverem na
resolução de conflitos, na construção da paz e combater as injustiças, acções a
serem desenvolvidas, sempre que possível com os coordenadores de Justiça e
Paz de outros ramos da Família Dominicana e outras organizações relevantes.

Contexto:
Em 2017, o Mestre da Ordem lançou a iniciativa de Um Mês Dominicano anual
pela paz desde o primeiro domingo do Advento até o Dia Mundial da Paz da Igreja
a 1 de janeiro. O foco de 2018 será na República Democrática do Congo.

Nós propomos

Resolução:
Que todos as Fraternidades leigas Dominicanas incluam atividades para o Mês da
Paz no seu programa anual.

COMISSÃO: PROMOTORES E ASSISTENTES

I. O Perfil dos Promotores e Assistentes Religiosos

A. Promotor Provincial
O Promotor Provincial é um frade dominicano sob plena jurisdição do seu prior
Provincial que serve de ligação entre os leigos dominicanos e o Prior Provincial.
Ele é nomeado para um mandato de quatro (4) anos pelo Prior. Ele é um membro
sem direito a voto no Conselho Provincial Leigo e em outros conselhos indicados
pelo Presidente Provincial Leigo.
O Promotor Provincial colabora com o Promotor Geral dos Leigos para apoiar o
missão e visão das Fraternidades Leigas Dominicanas especificamente nas áreas
de Justiça, Paz e cuidado da Criação.

B. Assistente Religioso
O Assistente Religioso pode ser um dos seguintes: um frade dominicano, uma
monja dominicana, um Irmão cooperador dominicano, um diácono dominicano,
um/a leigo/a dominicano com promessa perpétua, (homem ou mulher), uma irmã
religiosa da Família Dominicana, um sacerdote secular ou um religioso de outra
Ordem/Congregação, que ajuda uma Fraternidade individual na dimensão
espiritual e em questões teológicas.
Se um Assistente Religioso não é membro da Ordem dos Pregadores, ele / ela
deve obter autorização do seu superior e assegurar que ele/a esteja devidamente
preparado em história e espiritualidade dominicana. O Assistente Religioso é um
membro sem direito a voto na Fraternidade e é nomeado para um mandato de três
ou quatro anos pelo Prior Provincial.

136
C. Comum a ambos
O Promotor Provincial e o Assistente Religioso seguem o exemplo de 2 Coríntios
1:24: «Não que tenhamos domínio sobre a sua fé, mas cooperamos com vocês
para que tenham alegria, pois é pela fé que vocês permanecem firmes».

II. Clarificação das suas funções

A. Promotor Provincial
1. O Promotor Provincial deve possuir uma afabilidade, um interesse e um
entusiasmo pelos leigos dominicanos e ser capaz de ouvir e interagir com os
membros do laicado em todos os níveis sociais e acadêmicos, promovendo a
participação dos membros leigos na obra de pregação da Igreja, assim como nos
ministérios da Província.

2. O Promotor Provincial deve estar disponível para prestar conselho e fornecer


apoio ao Presidente Provincial Leigo e ao Conselho Provincial Leigo. O Promotor
das Fraternidades visita as Fraternidades com o Presidente Provincial Leigo e/ou
quem seja designado de entre os membros do Conselho Provincial, conforme
programado. Ele trabalha em conjunto com o Conselho Provincial Leigo para
identificar e avaliar as necessidades das Fraternidades e membros e/ou
intervenções para fortalecer a vida comunitária e a vocação individual dos leigos.
O Promotor Provincial colabora ainda com o Presidente Provincial Leigo na
elaboração de relatórios sobre os leigos para submissão ao Prior Provincial e ao
seu Conselho.

3. O Promotor Provincial analisa e apresenta ao Prior Provincial os


recomendações submetidas pelo Presidente Provincial Leigo ou pelo Conselho
relativas às mudanças de estatuto de membros ou de Fraternidades. Ele
prontamente notifica o Conselho Provincial Leigo por escrito sobre as
determinações do Prior Provincial, inclui a respectiva justificação da decisão. Tal
inclui, mas não está limitado ao compromisso ou remoção de um Assistente
Religioso, as petições para prorrogar um mandato, a ereção ou supressão de uma
Fraternidade, etc.

4. O Promotor Provincial comunica regularmente com a Província, informando o


Conselho Provincial Leigo de assuntos ou preocupações emanadas do Capítulo
Geral e/ou Provincial dos Frades e dos assuntos específicos relacionados com os
Leigos.
Ele facilita a comunicação entre os leigos dominicanos, frades e religiosos para
auxiliar a missão do laicado e da Ordem em geral. O Promotor Provincial também
garante que os leigos dominicanos sejam convidados para eventos (por exemplo,
reuniões, palestras, celebrações, etc.) a nível provincial.

5. O Promotor Provincial incentiva e identifica os frades e religiosos para servirem


as Fraternidades Leigas Dominicanas como assistentes religiosos e/ou para
proferir palestras / jornadas espirituais e pastorais para as Fraternidades.

137
6. O Promotor Provincial promove iniciativas de leigos dominicanos sobre Justiça,
Paz e cuidado com a Criação.

7. O Promotor Provincial providenciará uma visão da espiritualidade dominicana,


história, teologia e ensinamentos da Igreja apropriados para vocações laicais. Ele
contribui mediante artigos escritos para o boletim informativo de uma Província
Leiga ou periódico provincial dominicano numa base regular.

B. Assistente Religioso
1. O Assistente Religioso participará nas reuniões de Fraternidade e seu Conselho
sempre que possível, incentivará e promoverá as obras evangélicas e apostólicas
dos membros e da Fraternidade.

2. O Assistente Religioso recomendará tópicos de estudo e fornecerá informações


espirituais e comentários teológicos para ajudar a formação duma Fraternidade e
o seu estudo, conforme seja necessário, auxiliando com o seu conselho os
membros que sejam encarregados de os apresentar.

3. O Assistente Religioso auxilia o Conselho da Fraternidade no processo de


discernimento do caminho de um membro na Ordem e auxilia o Presidente da
Fraternidade com os Ritos de Recepção e Profissão.

4. O Assistente Religioso pode recomendar oradores leigos ou padres (conforme


necessário) para dias de reflexão, retiros, direção espiritual, etc.

5. O Assistente Religioso rezará pelo crescimento de vocações dominicanas leigas


e pelo crescimento espiritual dos seus membros, missão, atividades apostólicas e
atenção aos objetivos da Igreja.

6. O Assistente Religioso comunica regularmente com o Promotor Provincial.

ESTATUTOS DO CONSELHO INTERNACIONAL


DAS FRATERNIDADES LEIGAS DOMINICANAS (ICLDF)
Preâmbulo

O Conselho Internacional das Fraternidades Leigas de São Domingos, adiante


designado por ICLDF ou «Conselho», sente-se movido pelo amor a Cristo e à sua
Igreja expresso no espirito apostólico de São Domingos. Foi criado, de acordo
com a Regra das Fraternidades Leigas de São Domingos (nº22 b), em Maio de
2002, em Santa Sabina, Roma, na presença de Fr. Carlos Apiroz OP, Mestre da
Ordem, e de Fr. Geral Stookey OP, Promotor Geral do Laicado Dominicano.

138
Reconhece-se que cada Provincia, Vice-Provincia e vicariato goza de autonomia
conforme os direitos e responsabildiades que se define na Regra, o Conselho
inspira-se e apoia-se no carisma que e consubstancial a todas elas.

Adiante, «Provincia» será usado para se referir a todas as Provincias, Vice-


provincias e Vicariatos.

Declaração de Missão:
ICLDF é uma estrtura internacional que busca promover uma maior comunicação
entre as Fratenridades Leigas Dominicanas com o fim de alcançar uma pregação
do Evangelho mais eficaz.

ESTATUTOS

1. O CONSELHO

A) Governo
1) O Conselho é regulado por:
a. O presente Estatuto;
b. As Regulações;
2) Os estatutos só podem ser modificados com uma maioria de dois terços
de todos os membros com direito a voto no Congresso Internacional. O
Conselho pode modificar as Regulações e recomendações.
3) O Conselho entende ser sua obrigação de defender os interesses das
Fraternidades Leigas Dominicanas e está debaixo da autoridade
canónica do Mestre da Ordem.
4) Tanto os estatutos como os Regulamentos estão sujeitos, e devem ser
obedientes e não contrários à Regra.

B) Membros
1) O Conselho é composto pelo Promotor Geral do Laicado
dominicano e cinco leigos dominicanos eleitos que tenham
realizado a promessa definitiva, um por cada Região.
2) As regiões são:
ÁFRICA – Conselho Africano das Fraternidades Leigas
Dominicanas (ACLDF)
ÁSIA/PACíFICO – Conselho Ásia/Pacífico de Leigos Dominicanos
(APLD)
EUROPA – Conselho Europeu das Fraternidades Leigas
Dominicanas (ECLDF)
AMÉRICA DO NORTE – Conselho Interpovincial do Laicado
Dominicano (DLIPC)
AMÉRICA LATINA – Conselho das Fraternidades Leigas
Dominicanas da América Latina e Caraíbas (COFALC)

Cada região elegerá um representante e um substituto, de acordo


com o seu próprio procedimento. Em circunstâncias especiais, o

139
Mestre da Ordem designará um representante de uma
determinada região até que se possa realizar a eleição ordinária.

3) Os membros do Conselho serão eleitos por um período de três


anos que começa no dia 1 de Julho. O membro substituto deverá
ser eleito por um período regular.
4) Os mandatos distribuem-se de forma que não mais de 2 membros
do Conselho concluam o seu mandato no mesmo ano.
5) Cada membro do Conselho será, por uma vez, Coordenador do
mesmo, conforme um sistema de rotação, segundo decisão do
Conselho. O Conselho elegerá um Coordenador cada ano entre
os seus membros por sorteio.
6) Se o Coordenador não poder estar presente, este designará um
substituto temporário de entre os restantes membros do
Conselho, o qual terá o poder do Coordenador para votar
legitimamente.
7) Requere-se um quórum de três membros para a realização válida
de uma reunião.
8) Todas as decisões do Conselho requerem uma maioria de votos.
Em situações em que haja quatro membros presentes e se
produza um empate, se for possível e praticável, contactar-se-á
com o membro ausente. Se não for possível, o Coordenador terá
voto de qualidade, ainda que seja o substituto temporário.

C) Obrigações do Conselho
1)
a) Os membros do Conselho estabelecerão uma comunicação
contínua com os Leigos Dominicanos da respectiva Região;
b) O Conselho estabelecerá e manterá uma fluída relação com
os outros grupos da Família Dominicana;
c) O Conselho esforçar-se-á em colaborar com as actividades
internacionais da Família Dominicana.

2) O Conselho apresentará as questões relacionadas com as


Regiões Internacionais às instituições oficiais da Ordem Dominicana.

a) O Conselho preparará um orçamento anual e um relatório


financeiro;
b) O Conselho solicitará uma contribuição financeira anual a
cada região.

5) O Conselho recolherá e distribuirá informação e documentos relevantes.

6) Quando lhe seja solicitado, o Conselho nomeará seus representantes


para encontros internacionais.

140
7) O Conselho preparar-se-á e será o responsável pelo correcto desenrolar
dos Congressos Internacionais das Fraternidades Leigas Dominicanas a
cada dez anos e de realizar as seguintes actividades:

a. Criar as COMISSÕES que sejam necessárias.


b. Elaborar um programa para o Congresso.
c. Notificar a todos os Promotores Provinciais e Presidentes
Provinciais (ou a pessoa delegada de contacto) da realização do
Congresso.
d. Determinar os membros integrantes do Corpo Eleitoral do
Congresso (o Corpo Eleitoral será formado pelos membros
habilitados a votar).
e. .
i. Apresentar o orçamento de despesas.
ii. Recolher fundos para fazer face á efectiva realização do
Congresso.
iii. Apresentar um relatório financeiro no Congresso.
iv. Preparar e publicar as Actas do Congresso.

8) Leigos dominicanos, frades, monjas e irmãs com especiais capacidades


e qualificações podem ser chamados a colaborar, a pedido do Conselho
por um tempo determinado. Não terão direito a voto.

D) Finanças
1) Os irmãos e irmãs das Fraternidades/Capítulos Leigas Dominicanas de
todo o mundo, segundo o espírito de unidade no seio da Igreja do nosso
pai São Domingos, cooperam com uma quota anual que se aprovará no
Congresso internacional para suportar as despesas do Secretariado das
Fraternidades leigas Dominicanas estabelecido em Roma, e o
orçamento apresentado.
2) A quota anual será actualizada anualmente considerando a inflação em
Itália.
3) As Fraternidades/Capítulos enviarão as suas contribuições anuais ao
seu Conselho Provincial ou Nacional, a fim de serem remetidas à
Tesoureira internacional.
4) Cada ano, o Tesoureiro do Conselho Internacional enviará cópias da
situação financeira, auditado, a cada Conselho Provincial ou Nacional,
os quais deverão enviar a cada Fraternidade /Capítulo.
5) As funções dos distintos órgãos de governo das Fraternidades
/Capítulos dos Leigos Dominicanos relativos a finanças e economia
serão os seguintes:

Funções:
a) ICLDF
1) Aprovar o orçamento anual;
2) Aprovar os relatórios financeiros auditados e remetê-los aos
conselhos locais.

141
3) Propor à Assembleia Geral a contribuição anual.
4) Aprovar o orçamento para o Congresso e outros eventos.
b) Assembleia Geral:
Aprovar a Contribuição Anual sobre a base dos Relatórios
Financeiros auditados nos períodos anteriores.
c) Tesoureiro internacional:
a. Administrar os recursos financeiros necessários ao
funcionamento eficiente do ICLDF;
b. Estabelecer estratégias com o fim de obter recursos
financeiros;
c. Estabelecer o orçamento anual.
d. Preparar os orçamentos financeiros para o Congresso e outros
eventos.

II. O CONGRESSO

A) Composição do Congresso
1)
a) Cada Provincia, Vice-Provincia ou Vicariato enviará um
delegado ao Congresso.
Quando seja possível este delegado será o
Presidente.
b) Cada Provincia, vice-Provincia ou Vicariato elegerá um
delegado alternativo se o presidente não puder
participar.
c) Todos os delegados deverão ser Leigos dominicanos
com promessa definitiva.
d) Todos os membros do ICLDF poderão participar.
e) Os membros do Comité Executivo do Congresso
poderão participar.
f) Os presidentes regionais poderão participar.
2) O Promotor Geral do Laicado Dominicano também participará.
3) Cada Provincia (ver Preâmbulo) enviará um delegado. No entanto,
onde exista um provincia multinacional, as fraternidades enviarão um
delegado de cada país.
4) Os nomes dos delegados serão comunicados, pelo menos, seis
meses antes da realização do Congresso.
5) Todos os delegados deverão ter uma carta de autorização do seu
Conselho Provincial Leigo ou do Prior Provincial, atestando que
foram eleitos para representar a sua Provincia.
6) O Mestre da Ordem será convidado do Congresso.
7) Um jurista em direito canónico será convidado do Congresso.

B) Deveres e funções

142
1) Estudar e discutir as questões relacionadas com as Fraternidades
Leigas Dominicanas e fazer propostas ao ICLDF.
2) Debater, propor e votar sobre modificações à Regra.
3) Fazer petições ao Mestre da Ordem em assuntos relativos às
Fraternidades Leigas Dominicanas.
4) Propor e promover meios de financiamento do trabalho do ICLDF.
5) Votar sobre a aceitação de qualquer proposta de mudança dos
Estatutos do Conselho.
6) .
a) Debater sobre a forma e meios para auxiliar os
membros a satisfazer a sua missão de
pregação.
b) Debater sobre o modo de promover vocações
para todos os ramos da Ordem.
c) Debater sobre a maneira de ajudar as missões
onde exista carência de material para formação
e estudo.
d) Promover a colaboração com os membros da
Família Dominicana.

C) Corpo eleitoral
1) O corpo eleitoral será composto por:
a) Os delegados representantes das suas províncias, vice-
provincias e vicaritos ou países.
b) Os membros do conselho Internacional ou os seus
substitutos.
Se um membro do Conselho Internacional é também delegado da sua Provincia,
Vice-Provincia ou vicariato ou país, deverá emitir apenas um único voto.

2) O Conselho preparará uma relação dos que estão habilitados para


votar no Corpo Eleitoral.
3) O Conselho designará um Responsável pelo Corpo Eleitoral.

REGULAMENTOS

A) Responsáveis dos cargos

1) Coordenador
Os deveres do Coordenador são:
- Assegurar que toda a correspondência relevante é distribuída a
todos os membros do Conselho.
- Assegurar que os documentos concernentes aos leigos
dominicanos de carácter internacional chegam ao conhecimento de
todos a que dizem respeito.
- Assegurar que as actas de cada encontro são elaboradas e
distribuidas entre os membros do Conselho.

143
- Actuar como elo de ligação entre os membros do Conselho quando
seja necessário.
- Manter o registo actualizado do termo dos mandatos de cada
membro do Conselho.
- Presidir ao Conselho.

2) O Tesoureiro
Os deveres do Tesoureiro são:
- Gerir os recursos financeiros para o Congresso.
- Criar estratégias para obter recursos.
- Estabelecer um orçamento para as despesas relativas ao
Concelho.
- Submeter anualmente as contas do Conselho a uma auditoria
independente.
- Estabelecer um orçamento para os Congresso do Laicado
Dominicano organizados pelo ICLDF.
- As responsabilidades contraídas pelo Conselho em nome do
Conselho serão igualmente partilhadas por todos e cada um dos
membros do Conselho.
- Se o Conselho for dissolvido, os fundos remanescentes, depois de
saldadas as despesas do Conselho, destinam-se a uma entidade
que seja determinada pela Assembleia Geral.

3) O Secretário
- Preparar as Actas das reuniões do Conselho e distribui-las entre os
membros do Conselho antes da reunião.
- Encarregar-se das tarefas correntes da secretaria.
- Entregar as actas aos novos membros do Conselho.
- Supevisionar o procedimento de votação.
- Recolher e actualizar os nomes e direcções dos contactos
relevantes, correio eletrónico e números de fax.

B) Regras e procedimentos

1) Financeiros
- Todo o dinheiro recebido será depositado numa conta em nome do
Conselho.
- Apenas os membros do Conselho estão autorizados a aceder á
cota para cobrir as despesas relativas às suas tarefas de
conselheiros.
- A aprovação das despesas incumbe ao Coordenador, ao
Tesoureiro e ao Promotor Geral do Laicado.
- As responsabilidades contraídas pelo Conselho em nome do
Conselho serão igualmente partilhadas por todos e cada um dos
membros do Conselho.

2) Administrativos

144
- O Conselho reunirá pelo menos uma vez por ano.
- O Conselho:
a) Informará todas as Províncias, Vicariatos sobre os assuntos
tratados no Congresso.
b) Preparará e distribuirá as Actas das reuniões;
c) Preparará e debaterá assuntos referentes ao Congresso
Internacional.
d) Arquivará documentos das reuniões e da correspondência e
salvaguardará os relatorios do Conselho anterior, testemunho da sua
história.

Recomendações

1) Em ordem a por em prática a sua missão, o Conselho, que


é uma comunidade fraterna, assim como uma estrutura
adequada para a organização, realizará o seguinte em
cada reunião:
a. dedicará um tempo à oração;
b. um tempo de confraternização
2) O Conselho tem a intenção de publicar notícias,
informação e temas de formação no IDI.
3) O Conselho fomentará o intercâmbio de Programas de
Formação.
4) O Conselho suscitará o diálogo em relação á vida das
nossas Fraternidades e a criação de um espaço de
reflexão sobre os temas de hoje.
5) Quando seja convidado, o Cosnelho nomeará um seu
representante para o Capítulo Geral da Ordem e elaborará
um texto com propostas e petições para serem ali
apresentadas.
6) É aconselhável que os membros do Conselho Internacional
falem inglês e uma outra língua.

N.B. As seis Recomendações apresentadas acima estão sujeitas a revisão por um


comité seleccionado, segundo o acordado pelos membros do órgão legislativo do
Congresso.

COMISSÃO Nº4 – ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA

1º Tópico: Linguagem adequada à pertença à Ordem Dominicana

Proposta:
Que estabeleçamos um léxico comum que reflita o que somos, quais são os
nossos em diversos países e em consequência que terminologia é a norma de
uso, adaptada às diversas línguas do mundo. Recomendamos:

145
19. LEIGOS DOMINICANOS – como a designação de membros leigos da
Ordem; o substantivo Dominicanos invoca o que somos; Leigos descreve
que tipo de Dominicanos.
20. O.P. como a designação de todos os leigos Dominicanos com promessa.
21. FRATERNIDADE/CAPÍTULO – como o nome dos nossos grupos, que
expressa o modo de vida como irmãos e irmãs e reflecte um dos nossos
pilares.
22. GRUPO como a designação de um grupo cujo objectivo é formar uma
fraternidade/capítulo.
23. CONSELHOS como orgão de governo dos Leigos Dominicanos, pelo
menos, a nível de Fraternidade/Capítulo ou Província.
24. PROMOTOR PROVINCIAL é o frade, irmã ou leigo, que é a ligação entre
os Leigos Dominicanos e os outros ramos da Ordem.
25. ASSISTENTE RELIGIOSO é o frade, irmãos ou leigo dominicano, ou outra
pessoa aprovada pelo Prior Provincial, que assiste á Fraternidade/Capítulo
de Leigos Dominicanos.
26. PRESIDENTE é o líder eleito de uma fraternidade/capítulo, presidente é o
temro usado na versão latina da Regra e que melhor descreve a função.

2º Tópico: Estrutura para situações irregualres

Proposta:
Estar abertos às pessoas que queiram seguir a espiritualidade dominicana, mas
que por razões pessoais, não podem professar. Poderão participar no
capítulo/fraternidade de leigos dominicanos a nível local, com o consentimento dos
membros da fraternidade/capítulo.

3º Tópico: Outros grupos de leigos

Proposta:
Os capítulos/fraternidades de leigos dominicanos deverão reconhecer e acolher os
grupos de leigos dominicanos novos e os que já existem, com as suas próprias
estruturas, para partilhar juntos como irmãos e irmãs dominicanos e dar mais fruto
na nossa vocação de pregar aos demais.

4º Tópico: Internet

Proposta:
A utilização da internet é uma maravilhosa fonte de mútua informação e materiais
para cada ramo da Família Dominicana. É também um novo modo de pregação.
Por isso, é importante formar uma equipe internacional de internet para que se
elabore um inventário de todas as fontes dominicanas para as tornar conhecidas,
úteis e ligadas entre todos em Família Dominicana.

COMISSÃO Nº5 – ECONOMIA E FINANÇAS

146
Introdução
A sensatez, humildade e a solidariedade manifestam as bem-aventuranças do
sermão da Montanha.
A Unanimidade identifica-nos como Dominicanos em todo o mundo, a Liberdade
nos dá a possibilidade de apresentar as nossas ideias sempre em busca do BEM
COMUM.
Tal é que nos preocupa quando falamos de economia e finanças.
Todoa a organização tem uma estrutura. Todas as estruturas tem um custo, no
entanto as estruturas são necessárias para o bom funcionamento das
organizações.
Por isso se queremos estar adequadamente organizados necessitamos de ter
uma estrutura sólida que nos permita ser eficientes no cumprimento da nossa
missão que é a pregação do Evangelho. Somos leigos que vivemos inseridos no
mundo e o nosso espaço de Pregação é esse mesmo mundo. Devemos então
utilizar as ferramentas que o mundo criou para que possamos falar a sua própria
linguagem e ser escutados.

1º Tópico: sustento económico


O que propomos?

Proposta:
Relativamente aos Estatutos do Conselho Internacional necessitamos de
estabelecer o seguinte:

Incluir uma secção especifica de economia nos Estatutos do Conselho


Internacional. Nesta secção se incluiria o seguinte:
1. Os irmãos e irmãs das Fraternidades/Capítulos Leigas Dominicanas de todo o
mundo, seguindo o espírito de unidade no seio da Igreja do nosso pai São
Domingos, cooperam com uma quota anual que se aprovará em congressso
internacional para suportar as despesas do secretariado das Fraterndiades
Leigas Dominicanas estabelecido em Roma, e o orçamento apresentado.
2. A quota anual será actualizada anualmente considerando a inflação em Itália.
3. A quota anual será paga adiantadamente cada ano, o mais tardar até 31 de
Dezembro.
4. O primeiro pagamento correspondente ao ano de 2008 será pago o mais tardar
a 31 de Março de 2008.
5. As fraternidades/capítulos enviarão as suas contribuições anuais ao seu
Conselho Provincial ou Nacional, para serem remetidas à Tesoureira
Internacional.
6. Cada ano o Tesoureiro do Conselho Internacional envirá cópias da situação
fianceira auditadas a cada Conselho Provincial ou Nacional, que deverão
posteriormente enviar a cada fraternidade/capítulo.
7. As funções dos diferentes órgãos de governo das Fraternidades/Capítulos dos
leigos dominicanos relativos a economia e finanças serão os seguintes:
Funções:
A) ICLDF
1) Aprovar o orçamento anual;

147
2) Aprovar os realtorios financeiros auditados e remetê-los
aos conselhos locais.
3) Propor à Assembleia Geral a contribuição anual.
4) Aprovar o orçamento para o Congresso e outros
eventos.

B) Assembleia Geral:
Aprovar a Contribuição Anual sobre a base dos Relatórios
Financeiros auditados nos períodos anteriores.
C) Tesoureiro internacional:
1) Administrar os recursos financeiros necessários ao
funcionamento eficiente do ICLDF;
2) Estabelecer estratégias com o fim de obter recursos
financeiros;
3) Estabelecer o orçamento anual.
4) Preparar Relatorios financeiros do Congresso e outros
eventos.
5) Preparar o Orçamento para o Congresso e outros
eventos;

Porque propomos isto?


Permitir a todos contribuir na manutenção da nossa casa, que neste caso significa
sustentar o Secretariado do Laicado Dominicano das Fraternidades/Capítulos de
todo o mundo, instalado no Convento de Santa Sabina em Roma, com o objectivo
de que funcione adequadamente.

REGIÃO CONTRIBUIÇÃO
AFRICA € 1.00
ASIA PACIFICO € 1.50
AMERICA LATINA E CARIBE € 1.50
EUROPA € 1.50
ESTADOS UNIDOS E CANADÁ € 1.50

COMISSÃO Nº6 – PRESENÇA DO LAICADO DOMINICANO NA


IGREJA E NA ORDEM

1º Tópico: sítio web


O que propomos?

Proposta:

148
Desenvolver um «sitio» web internacional paera as entidades leigas, que possa
servir de nó internacional de ligação internacional entre todas as entidades leigas.

Porque propomos isso?


1. Actualmente, a troca de informação entre os diferentes entidades é limitada,
frequentemente desactualizada, e não incentiva a colaboração e a cooperação.
2. Este sítio permitiria reagrupar num só lugar os numerosos «sítios» que
existem actualmente e permitiria uma melhor utilização dos recursos da rede.
3. Ao apresentar a nossa identidade e missão aos demais, clarificamos melhor
quem somos.

A quem se dirige esta proposta?


Dirigimo-nos ao webmaster, sob a direcção do Conselho Internacional

Quando se deve elaborar esta proposta?


Logo que seja possível

2º Tópico: Formação básica


O que propomos?

Proposta:
Prestar atenção á tarefa de desenvolver em cada província um programa de
formação, adaptada às necessidades da gente jovem e daqueles que não tiveram
o benefício de uma formação inicial. Desta forma, será mais fácil acolher em
novas Fraternidades /Capítulos aqueles que quiserem ter um primeiro encontro.

Porque propomos isto?


1. Para apresentar os aspectos de compromisso do carisma dominicano tal
como a pregação e o estudo, que não são os princípios que orientam as
entidades juvenis.
2. Reter a juventude que possui talentos para que sejam membros activos do
laicado dominicano

A quem se dirige esta proposta?


Dirigimo-nos aos Comités de Formação dos Conselhos Provinciais
Quando se deve elaborar esta proposta?
Agora.

149
150
9. ESTATUTO DO CONSELHO EUROPEU DAS
FRATERNIDADES – ECLDF

Preâmbulo

O Conselho Europeu das Fraternidades Leigas de São Domingos (ECLDF), daqui


em diante referido apenas como Conselho Europeu (E.C) ou “Concelho”, inspirado
pelo amor de Cristo e a Sua Igreja tal como expresso pelo espírito apostólico de
São Domingos. Foi estabelecido de acordo com a Regra nº22 b) da Regra das
Fraternidades Leigas de São Domingos, em Março de 1998 no seguimento da IV
Assembleia Europeia das Fraternidades Leigas Dominicanas em Viena.

Reconhecendo a autonomia própria de Vicariatos e Províncias, de acordo com os


seus próprios direitos e responsabilidades estabelecidos pela Regra, o Conselho
desenvolve e apoia o carisma de cada uma delas.

ESTATUTOS

I. O CONSELHO

1. O Conselho é regulado por:


i). Estatutos e
ii) Regulamentos.

2. Os Estatutos poderão ser modificados apenas pela Assembleia Geral com uma
maioria de dois terços. O Conselho pode alterar os Regulamentos.

3. O Conselho é responsável perante a Assembleia Europeia das Fraternidades


Leigas Dominicanas

Dos membros

1. O Conselho é composto por cinco membros eleitos com promessa


definitiva como Leigos Dominicanos.

1-A O Conselho cooptará o representante Europeu no ICLDF como


membro do Conselho Europeu, mas sem direito a voto.

2. Qualquer leigo dominicano com promessa definitiva que seja


membro de uma Fraternidade Leiga de São Domingos pode ser eleito
para o Conselho.

151
3. Nenhum país poderá ter mais do que um membro eleito no
Conselho.
Ver Appendix 1 para a presente lista de países

4. O Conselho será eleito a cada quatro anos, excepto em


circunstâncias especiais.

5. Os membros do Conselho não poderão ser reeleitos por mais de


dois mandatos consecutivos.

6. Os cargos do Conselho são o de Presidente, Secretário, Tesoureiro e


Coordenador de Formação e o Responsável pela Comunicação os
quais deverão ser eleitos de entre os seus membros.

7. Se algum dos seus membros resignar ou falecer antes do termo do


seu mandato, o membro nomeado com mais votos na última
Assembleia será nomeado para o substituir. Tal ocorrerá se não existir
previamente um outro membro da mesma Província, Vicariato ou país
no Conselho. Se não se cumprirem os requisitos atrás indicados, o
delegado seguinte que tenha recebido mais votos será convidado para
fazer parte do Conselho. No caso de este também não cumprir o
requisito enunciado, os 4 membros restantes do Conselho votarão para
realizar a substituição. Exige-se uma maioria de 3 votos.

8. Todas as decisões do Conselho requerem a maioria dos membros


presentes. Para uma reunião aprovar validamente decisões é
necessário que pelo menos três dos seus membros estejam presentes.
Nos casos em que estejam presentes quatro membros o Presidente
terá voto de qualidade nas decisões que resultarem empatadas.

B. Deveres do Conselho

1. O Conselho deverá estabelecer canais de comunicação entre os


Leigos Dominicanos das Províncias e Vicariatos da Europa.

2. O Conselho deverá estabelecer e manter um relacionamento com as estruturas


europeias da Família Dominicana.

3. O Conselho deverá colaborar com todos os grupos nas actividades


internacionais da Família Dominicana.

4. O Conselho apresentará propostas relacionadas com as Fraternidades Leigas


Dominicanas às instituições oficiais da Ordem dos Pregadores.

5. O Conselho preparará e será responsável pela organização da Assembleia


Europeia que se seguirá á sua eleição.

152
Deverá:
a) Elaborar o programa da Assembleia
b) Estabelecer o Corpo Eleitoral da Assembleia - (ver D2:2)
c)
i) Apresentar um relatório financeiro auditado por uma entidade
independente
ii) Propor contribuições financeiras para o efectivo funcionamento do
Conselho.
iii) Preparar e publicar as Actas dessa Assembleia

6. O Conselho pedirá anualmente uma contribuição financeira a cada


Fraternidade.

7. O Conselho recolherá e distribuirá informação e documentos relevantes.

8. Quando solicitado, o Conselho nomeará representantes para reuniões


europeias da Família Dominicana.

II. A ASSEMBLEIA

A. Composição da Assembleia
1)
a) Cada Província e Vicariato enviará dois delegados leigos à Assembleia.
b) Províncias e Vicariatos com 500 ou mais Leigos Dominicanos ou 30 ou
mais Fraternidades, poderão enviar um delegado adicional.

2) O Promotor de cada Província e Vicariato participam igualmente na Assembleia.

3) As Províncias e Vicariatos que tenham no seu interior mais do que um país


onde existam Fraternidades poderão enviar um delegado adicional por cada país
para participar na Assembleia.

4) Cada Província e Vicariato deverão enviar os nomes dos delegados pelo menos
três meses antes da Assembleia.

5)
a) Todos os delegados deverão ter uma carta de autorização passada pelo
Conselho Provincial Leigo que assegure que os mesmos foram escolhidos
para representar a sua Província, Vicariato ou país. (ver Regra 20c)
b) A Província ou Vicariato que não tenha Conselho Provincial poderá ser
convidada a enviar um representante á Assembleia. Este representante não
terá direito a voto.

B. Frequência
A Assembleia ocorrerá, normalmente, a cada quatro anos.

153
C. Funções
1. Estudar e discutir a situação dos Leigos Dominicanos na Europa e fazer
propostas ao seu Conselho.
2. Sugerir formas de auxiliar a missão dos Leigos Dominicanos na Europa.
3. Propor e promover meios financeiros para o funcionamento do Conselho.
4. Votar a aceitação de qualquer alteração nos Estatutos do seu Conselho.

D. Corpo eleitoral
1. O Conselho é eleito pelo Corpo eleitoral, o qual é estabelecido durante a
Assembleia, a cada quatro anos.

2. O Corpo eleitoral é composto por:


a) Um Leigo Dominicano representante e mandatado por cada Província e
Vicariato.
b) Membros do Conselho Europeu.

Se um membro do Conselho Europeu for igualmente representante apenas terá


direito a um voto.

3. O Conselho apresentará uma lista com os representantes com capacidade de


voto no Corpo eleitoral.

E. Eleição do Novo conselho.

1. O Presidente do Conselho é o Presidente do Corpo Eleitoral

2. O Presidente do Conselho indicará a data, hora e local de eleição, pelo menos


36 horas antes da eleição.

3. A Assembleia escolherá dois elementos escrutinadores.

4. Todos os nomeados deverão ser Leigos Dominicanos com promessa definitiva,


residentes habitualmente na Europa.

5. As nomeações serão conhecidas pelo menos 24 horas antes da eleição.


a) Todos os nomeados deverão emitir declaração de aceitação antes da
votação.
b) Os formulários de nomeação deverão ser apoiados e assinados pelo
proponente e demais proponentes.
c) Os nomeados deverão ser capazes de se exprimirem oralmente e por
escrito em língua inglesa e compreender uma ou mais das outras línguas
oficiais.
d) Todos os nomeados deverão ter habitualmente acesso a meios de
comunicação eletrónicos com os demais membros do Conselho.

154
e) O Corpo eleitoral poderá votar em mais do que cinco nomeados. Cada
boletim de voto que tenha indicado algo mais do que o simples nome do
nomeado deverá ser declarado inválido.
f) Apenas membros da Assembleia poderão fazer nomeações.
g) Apenas pessoas devidamente autorizadas, por incapacidade de estarem
presentes na Assembleia em virtude de motivos excepcionais poderão
realizar nomeações ou votar à distância.

F. Eleição do Representante no ICLDF


O provedimento para a escolha do representate do ECLDF no ICLDF terá
lugar após a eleição dos membros do Conselho Europeu. O seu mandato é
por 3 anos.
O representante eleito tomará posse na primeira reunião do ICLDF após o
termino do mandato do representante anterior. O seu mandato não é
coincidente com o mandato dos membros do Conselho Europeu.

REGULAMENTOS

A. Funções e responsabilidades dos cargos:

1. Presidente:
. Presidir às reuniões.
. Convocar o Conselho.
. Assegurar que a distribuição de tarefas entre os membros do Conselho seja
organizada da forma mais eficiente e que os objectivos sejam atingidos.
. Assegurar ligações e relações com o Promotor Geral dos Leigos e a Cúria e
comunicar os resultados ao conselho.
. Informar o Conselho da correspondência recebida relativamente á missão
do Conselho.
. Convocar a Assembleia eleitoral pelo menos seis meses antes da realização
da Assembleia.
. Coordenar a preparação das actas da Assembleia e apresentá-las aos
Conselhos Provinciais.
. Comunicar a proposta de agenda das reuniões aos membros do Conselho e
atender ás suas sugestões.

2. Secretário:
- Preparar as minutas das reuniões e distribuí-las pelos membros do
Conselho depois da reunião.
- Levar a cabo os deveres normais de secretariado.
- Produzir as minutas da eleição do novo Conselho.
- Providenciar a existência e distribuição de formulários de nomeação
- Assegurar a distribuição dos boletins de voto.
- Estabelecer, com a ajuda dos demais membros do Conselho uma base de
dados relativa aos Conselho Provinciais (ou nacionais) e Promotores
Provinciais (ou nacionais).

155
3. Responsável pela Formação:
- De acordo com a Regra nº11, a realização da formação permanente deverá
providenciar os meios e recursos necessários de formação e estudo.
- Por forma a auxiliar e partilhar por todas as fraternidade europeias.
- Leigos Dominicanos ou frades com especiais qualificações poderão ser co-
optados para colaborar com o Conselho por um determinado período. Não
terão direito a voto.
- Os membros do Conselho poderão ser enviados como delegados às
Provincias e Vicariatos para auxiliar e assistir os Leigos Dominicanos que
solicitem apoio e informação relativamente á sua vida dominicana e
actividades.

4. Tesoureiro:
- Gerir os recursos financeiros do Conselho.
- Definir estratégias para a obtenção de recursos.
- Elaborar o orçamento em euros de acordo com as regras financeiras fixadas
na Secção B e relativas às despesas do Conselho e da Assembleia Europeia
dos Leigos Dominicanos.
- Apresentar anualmente contas devidamente auditadas ao Conselho e á
Assembleia Europeia quando esta se realize.

B Regras e procedimentos

(i) Finanças
- Todas as verbas recebidas deverão ser depositadas numa conta bancária
em nome do Conselho.
- Apenas os membros do Conselho tem o direito de efectuar movimentos com
a conta bancária para reembolso de despesas realizadas com os seus
deveres de conselheiros.
- Apenas o tesoureiro e o presidente são autorizados a movimentar a conta e
assinar cheques.
- A aprovação de despesas é da responsabilidade do Presidente e do
Tesoureiro juntamente com outro membro do Conselho.
- A assumpção de encargos financeiros pelo e em nome do Conselho é
solidariamente responsável cada um dos membros do Conselho.
- Em caso de dissolução do Conselho, eventuais fundos remanescentes,
após o pagamento das despesas do Conselho, serão entregues á(s)
entidade(s) que a Assembleia decida.

ii) Administrativa
- O Conselho deverá reunir-se, pelo menos, duas vezes por ano.
- O Conselho deverá:
a) Informar todas as Províncias e Vicariatos dos assuntos relativos à
Assembleia
b) Realizar e distribuir as actas das reuniões.
c) Produzir e discutir assuntos relativos à Assembleia.

156
d) Manter registos de cada reunião, da correspondência enviada e
recebida, bem como de toda a documentação relativa a Conselhos
anteriores, de forma a preservar a sua história.

RECOMENDAÇÕES

1. Com vista a colocar em prática a sua natureza, o Conselho será uma


comunidade fraterna, para além uma entidade direccionada ao trabalho e estrutura
organizada, deverá ter em consideração o seguinte em cada reunião:
i). Algum tempo de oração apropiado ao Conselho.
ii). Estudo e informação sobre um assunto, preparado de forma rotativa por
cada um dos membros.
iii). Algum tempo de convívio.

2. O Conselho procurará publicar informações e notícias e temas de formação no


I.D.I.

3. O Conselho procurará implementar oportunidades de pregação mediante


equipas mistas com Frades, irmãs e leigos dominicanos.

4. O Conselho procurará realizar reuniões com frades ligados á pregação e ao


apostolado dominicano por forma a que os leigos dominicanos adquiram a prática
e o estudo das necessidades de pregação.

5. O Conselho providenciará a partilha de Programas de Formação.

6. O Conselho sugerirá diálogo respeitante à vida nas Fraternidades e a criação


de um espaço de reflexão para os problemas contemporâneos.

7. Se o Conselho considerar desejável ter um Promotor Europeu para o ECLDF


(frade ou leigo) o Conselho deverá indicar sugestões ao Promotor Geral.

8. O Conselho deverá solicitar uma audiência ao Mestre da Ordem e ao seu


Conselho, uma vez em cada mandato.

9. Quando convidado, o Conselho nomeará um representante ao Capítulo Geral


da Ordem e elaborará um texto com petições e propostas para ali ser
apresentado.

10. De forma a assegurar a continuidade do Conselho, o Corpo eleitoral deverá


indicar 5 nomeados, um dos quais deverá ser membro do Conselho que termina o
seu mandato.

11. Os membros do Conselho não podem ser reeleitos por mais do que dois
mandatos consecutivos.

157
12. Cada membro eleito do Conselho deverá ser um delegado responsável pela
difusão de informação e comunicação destinada a ser distribuída pelas
Fraternidades.

APÊNDICE

LISTA DE PAÍSES

Albânia
Alemanha
Andorra
Arménia
Áustria
Azerbeijão
Bélgica
Bielorussia
Bosnia e Herzegovina
Bulgaria
Chipre
Croácia
Dinamarca
Eslováquia
Eslovénia
Espanha
Estónia
Finlândia
França
Georgia
Grécia
Holanda
Hungria
Islândia
Irlanda
Itália
Letónia
Lituânia
Luxemburgo
Malta
Macedónia
Moldávia
Monaco
Montenegro
Noruega
Polónia
Portugal
Reino Unido
República Checa

158
Roménia
Rússia
São Marino
Sérvia
Suécia
Suiça
Turquia
Ucrânia

Estatuto aprovado em Maio de 2011, na 8ª Assembleia Europeia, em Caleruega,


Espanha

159
160
10. ACTAS DE CAPITULOS GERAIS

CAPÍTULO GERAL DE ÁVILA - 1986


Do Relatório do Mestre Geral Fr. Damian Byrne

FAMÍLIA DOMINICANA

O Simposium da Família Domincana que teve ligar em Bolonha, em Abril de 1983


recorda-nos o grande esforço que foi necessário para definir a nossa ideia de
Família. Para alguns ainda não muito claro, mas sem duvida que há elementos
comuns que definem e unem os vários ramos a nossa Família Dominicana e a
grande devoção para com o nosso pai comum, Domingos. O Simposium foi
pensando com a finalidade de propor novas ideias para a Família, e afinal, nas
plalavras de Fr. Vincent de Couesnongle «cada grupo e cada entidade
procuraram, de acordo com os seus estatutos, ver o que se pode fazer».

Há dois elementos que devem ser recordados relativamente à Família


Dominicana:

1. Que não se trata de «uma instituição, mas sim de um movimento, e como tal
movimento parte de uma base local e regional, o mesmo movimento é
concretizado em diferentes modos por força das diferentes circunstâncias
(Roma, 271) e
2. Cabe a cada grupo e entidade decidir «o que fazer», por exemplo, promover
cooperação entre si e no apostolado.

LAICADO

A recomendação de Roma 283 para a realização de um congresso internacional


dos leigos «no qual se estudasse a adaptação e renovação da Regra» foi
concretizado em Montreal, Junho de 1985. A preparação para o congresso e
discussão no próprio congresso, tornou claro a necessidade da existência de duas
diferentes possibilidades de fraternidades para os nossos leigos.

O Congresso lidou com as fraternidades tradicionais acordando numa Constituição


fundamental e nos elementos básicos dos programas de formação. Terá ainda de
ser aprovado pela Congregação para os religiosos. Há a necessidade de um outro
tipo de fraternidades, especialmente para os jovens que se encontram envolvidos
familiarmente numa actividade apostólica específica. Uma proposta inicial,
preparada pelo Fr. Olivier e aprovada pelo Conselho Geral foi enviada às
províncias e apresentada para discussão no Capítulo Geral. Os prinicpais
elementos do documento são:

161
a) Prevê a adesão à Constituição Fundamental dosLeigos;
b) Programa de Formação em cada Província;
c) Adesão formal, e com duração pelo período de tempo do trabalho
apostólico específico sendo determinada ao nível provincial. A principal
dificuldade a resolver é a participação, ou não, destes grupos em
assembleias provinciais com os leigos.

A verdadeira esperança para as fraternidades, nas palavras da LCO é «que o


ministério da Ordem possa ser melhor alcançado em diferentes áreas na Igreja e
no Mundo».

Não é uma questão de descobrir os leigos porque existe falta de padres ou de


irmãs, mas sim a uma profunda valorização do seu papel específico na Igreja e de
como nos podem ensinar em temas como a fé ou liderança.

(…)

CAPÍTULO VI
OS LEIGOS E A RESPONSABILIDADE DA ORDEM
O próximo Sínodo dos Bispos, o qual terá como tema central a vocação e a
missão dos leigos na Igreja e na sociedade, obriga a todos nós na Ordem a
estudar mais profundamente os ensinamentos do Concílio Vaticano II sobre o
assunto, assumi-lo no nosso coração, e aplicá-lo de uma forma mais zelosa no
nosso trabalho.

Os pontos cardeais da doutrina conciliar sobre os leigos são os seguintes:


a) É através do Baptismo e dos outros sacramentos de iniciação que todo um
e cada Cristão é incorporado em Cristo e consequentemente partilha da
sua missão salvadora;

b) Consequentemente, o leigo, precisamente como baptizado e confirmado e


membro da comunhão da Igreja partilha inteiramente da missão salvadora
da Igreja a qual é ela mesma uma continuação da missão de Cristo;

c) Pelo mesmo princípio, partilha, no seu modo específico, das premícias de


Cristo como sacerdote, profeta e rei;

d) É pelo seu específico compromisso e envolvimento nos assuntos seculares


do mundo que o leigo desenvolve o seu papel indispensável na missão
salvifica da Igreja;

e) A menos que de facto nela tomem parte, as Igrejas locais não conseguem
lançar raízes nas diferentes populações do mundo ou proceder á
necessária inculturação do Evangelho;

162
f) Tal inculturação é necessária em ordem a que toda a Igreja, tanto como
comunhão, como instituição, possa ser um sinal e um sacramento de união
da Humanidade com Deus e com cada um.

Assim, exortamos os frades:

1. Para acolherem, e constantemente terem presente que os leigos tem uma


missão insubstituível na Igreja e no mundo de hoje, e consequentemente, a
nossa própria missão como Ordem de Pregadores não pode ser
plenamente alcançada a menos que os leigos possam responsavelmente
desenvolver a sua missão própria;

2. Para serem fiéis á sua vocação de servir a verdade, intensificando a sua


reflexão e eclesiologia dos leigos; na possibilidade dos vários ministérios
laicais nas igrejas locais; na questão da participação na jurisdição
eclesiástica; no papel da mulher na vida, missão e autoridade da Igreja; no
lugar na Igreja das comunidades de base que os leigos vão criando;

3. Para contribuirem mais empenhadamente na formação teologal dos leigos,


de modo a que aqueles que já formados em áreas humanas e sociais
possam melhor reflectir á luz do Evangelho sobre os problemas críticos que
o mundo enfrenta, como sejam o excesso de população, questões de
bioética, armamento, a ordem económica e política, fome, direitos humanos
fundamentais, etc. e assumirem o seu lugar por direito nos fóruns e
instituições, onde, para o melhor e para o pior, tais assuntos são decididos.

II.

OS LEIGOS NA ORDEM DE SÃO DOMINGOS


N. 85

Como o Mestre da Ordem disse, o assunto dos Leigos Dominicanos deve


ser encarado como um dos mais importantes para ser tratado no Capítulo.
Duas questões em particular devem ser consideradas: i) Que mensagem
devemos enviar aos capítulos (fraternidades) de leigos dominicanos, que
tem uma história de mais de sete séculos? ii) Como responderemos às
necessidades dos leigos de hoje, tão características do mundo presente,
aos quais, entre outras manifestações, desejam formar novos grupos e
associações de fiéis no espírito de São Domingos?

A)

FRATERNIDADES TRADICIONAIS DE SÃO DOMINGOS


No século 13 uma renovação religiosa teve lugar envolvendo um grande
número de leigos. Em 1285 o Mestre da Ordem, Munio de Zamora,

163
desejando dar-lhes uma mais sólida e evangélica estrutura, propôs-lhes
uma regra destinada àqueles que eram mais associados com a Ordem.
Nem todos aceitaram esta oferta. Os que aceitaram descobriram que lhes
era aberta uma via para uma nova forma de, directa e activamente,
participarem no ministério apostólico da Ordem. Foi assim que a Ordem
Terceira nasceu.

Na Evangelii Nuntiandi, Paul VI resume a via própria para a evangelização


pelos leigos: «O seu campo próprio de actividade na missão da
evangelização no vasto e complicado mundo da politica e assuntos sociais,
da economia, e cultura, das ciências e das artes, da vida internacional e
dos meios de comunicação» (EN
70). O que é verdade para os leigos Cristãos, por maioria de razão o é para
os leigos Dominicanos. E estes enfrentam presentemente um problema
específico: nas suas fraternidades há uma notável ausência de pessoas
mais jovens, e uma certa falta de vitalidade. Poderá talvez isso, pelo menos
em parte, resultar da ausência de ensinamento da Igreja desde o Vaticano
II sobre o assunto, e portanto uma falha por não se pôr em prática?

No entanto, num esforço para encarar o problema, e em resposta a


iniciativas feitas pelos dois últimos Capítulos Gerais, um Congresso
Internacional de Leigos Dominicanos teve lugar em Montreal em 1985.
Adaptaram e renovaram a Regra da que era até agora conhecida como
Ordem Terceira, tal como lhes fora pedido, e a sua Constituição
Fundamental (Regra de Montreal 1-7), dá ênfase à necessidade do
compromisso de vida apostólica.

Um grande número de pessoas não consegue realizar o tipo de trabalho


que a Igreja espera por parte dos leigos de hoje. Tal significa que nenhum
capítulo (fraternidade) deverá ter um grande número de pessoas. Caso
contrário, correr-se-ia o risco de, a par de um declineo de fervor, perderem-
se igualmente os laços de amizade e estreita colaboração que os deverão
unir. Fraternidades demasiado grandes devem portanto dividir-se em mais
pequenas. Para esse fim, deve ter-se em consideração a idade dos seus
membros e candidatos, as suas profissões, gostos, e particular preferências
apostólicas e por aí adiante. Poderá também haver fraternidades familiares,
fraternidades de doentes ou dos envolvidos em serviços de saúde, de
académicos ou advogados, de pessoas preocupadas com a justiça e a paz,
para além de fraternidades de pessoas jovens, tal como existem
fraternidades de pessoas envelhecidas. Certamente estes grupos mais
pequenos poderão reunir-se de vez em quando de forma a partilharem as
suas experiências e reforçar os seus laços com a fraternidade de origem.

B - NOVAS ASSOCIAÇÕES DE LEIGOS

Quase em todos os lugares, surge alguém que manifesta o desejo de formar


novas associações ou grupo de leigos. O último Capítulo apoiou este

164
desenvolvimento e pediu um estudo sobre estas novas formas de associação (Act.
Rom. 284 e 285). Pela sua própria existência e dinamismo, ilustram a vitalidade do
ideal de leigo dominicano, e dão testemunho da influência da Ordem.

Para serem plenamente integradas na Família Dominicana deverão baser-se na


Constituição fundamental de Montreal acima referida. Deverão ser encorajados
sob todas as formas, especialmente pelos promotores das fraternidades leigas e
da Família dominicana (ibid. n. 286).

Na verdade, o que estamos a tratar é, como o documento de Bolonha sublinha, «o


surgimento, como fenómeno caracteristico do nosso tempo, de grupos de leigos
com as suas próprias formas de organização, que retiram as sua inspiração do
carisma de São Domingos e da Ordem». É uma questão de criação de
associações mais flexíveis, sobretudo capazes de atrair os mais jovens, pela sua
liberdade e abertura de perspectivas. O único requesito, de modo a serem aceites
como integralmente membros da Família Dominicana, será o deverem basear-se
na Constituição Fundamental da Regra de Montreal. Cada grupo, obviamente,
escolherá a sua forma própria de apostolado, mas o mais importante denominador
comum, deverá sempre ser a inspiração de São Domingos como vir apostolicus,
como homem que juntou uma intensa contemplação da verdade divina com a
missão activa no mundo.

(…)

86. Informamos que o Congresso de leigos dominicano reuniu-se, segundo


solicitado pelo último Capítulo de Roma, em Montreal (Canadá) e redigiu os
Estatutuos das Fraternidades leigas, que foram apresentados à Santa Sé para a
sua aprovação. Por ele, os irmãos capitulares dão rendidas graças aos delegados
do dito Congresso, os quais sem dúvida eram muito aptos para redigir esta nova
regra.

Declaração
87. Declaramos que a Constituição Fundamental destes Estatutos (n.1-71), é o
fundamento sobre o qual podem surgir muitas e diversas formas de associações
segundo o espírito de são Domingos.

Exortação
88. Exortamos aos irmãos e sobretudo aos promotores das fraternidades leigas ou
promotores da Família Dominicana a aceitar benevolamente e animar estes
diversos modos de associações.

89. Ordenamos que compete aos Capítulos provinciais ou aos priores porvinciais
com o seu conselho decidir sobre tais assocaições e aprová-las se conformes com
a dita Constituição Fundamental.

165
91. Exortamos aos priores provinciais a que somente nomeiem promotores do
apostolado leigo da nossa Ordem a quem se entregue com ânimo a essa tarefa e
tenha as necessárias qualidades.

Recomendação
92. Recomendamos aos referidos promotores que peçam a necessária
colaboração às monjas, irmãs e leigos para desempenhar este apostolado como
promotores locais.

III - FORMAÇÃO PARA O APOSTOLADO


Proémio
93. O apostolado da Ordem, tanto de leigos como de irmãos, pode realizar-se
plenamente quando existe uma formação sólida e completa. Aqueles que hão-de
servir a verdade e prega-la tem primeiro que ser formados dentro dos princípios e
da doutrina. Tal formação deve ter como base a doutrina e tradição da Igreja e da
Ordem. Deve igualmente ter que responder às presentes necessidades dentro da
Igreja e da sociedade e procurar novos lugares e formas de continuar a missão
salvífica de Cristo, fiéis ao espírito de São Domingos.

A formação dos apóstolos leigos, sejam leigos dominicanos ou outros, exige uma
formação humana integral e adequada às habilitações de cada um. Quanto maior
seja a participação dos leigos na vida e missão da Igreja no mundo, mais se sente
a necessidade de uma formação sólida, seja doutrinal, social e apostólica. É,
especialmente nestas áreas, que a vida e o trabalho dos irmãos pode servir de
catalizador e exemplo para os leigos.

A ) A COMUNIDADE, O LUGAR DE FORMAÇÃO


Desde que Cristo fundou uma comunidade de crentes, nós próprios nos
reafirmamos nesta mesma comunidade como âmbito próprio na formação de
leigos. Nest contexto, a paróquia, diversos tipos de grupos, movimentos e
associações, são de importância especial. Dentro da Família Dominicana existe
um fundamento sólido nos diversos esforços de formar e renovar individual e
colectivamente no interior dos nossos grupos e comunidades. Tal é o factor que
maior frequência atrai os jovens.

Nestas comunidades de fé e acção pode alcançar-se uma formação específica


para cada membro. Aqui é onde podemos partilhar as nossas reacções, escutar
aqueles que partilham as nossas opiniões, ou também aqueles que pensam de
forma diferente, que é o que sucede com maior frequência. Aqui nos damos conta
das novas experiências e reconhecemos e animamos aqueles que possuem
talentos especiais para ajudar a resolver as dificuldades e transformar as nossas
vidas. A formação para um dominicano inclui também o estudo e a contemplação
e a partilha desses frutos com outros. Frequentemente a primeira ocorre dentro do
grupo ou comunidade a que pertencemos. Tão importante é o estudo e a
contemplação à vida comunitária dominicana que sem eles, tal grupo não seria
verdadeiramente dominicano.

166
Grupos de leigos dominicanos deveriam estar em comunicação com outras partes
da Família Dominicana, convidando-os a partilhar as suas intuições e dificuldades.
Deste modo consguem conhecer-se mutuamente e a estender laços comuns que
os faz unirem-se a comunidade da Igreja e da Ordem.

B) ESPIRITUALIDADE GENUÍNA DOS LEIGOS


A origem e fonte do apostolado da Igreja é Cristo, pelo que a sua concretização de
qualquer apóstolo individual depende da criação de uma relação vital com Ele.
Também assim o trabalho apostólico dos leigos. As pessoas leigas devem suar de
todas as ajudas espirituais de tal maneira que o cumprimento temporal das suas
responsabilidades no meio das circunstâncias ordinárias da vida, as una em vez
de separar de Cristo. Apresença dos leigos no mundo e o que realizam para o seu
desenvolvimento deve ter, antes de mais, as suas motivações em Deus e no seu
amor por Ele, em vez de considerações meramente humanas. Ao mesmo tempo,
os leigos não devem, como alguns monges, fugir das realidades e problemas do
mundo, mas sim, preserverar em estar activamente presentes no seio dessas
realidades e ali encontrar a Cristo, aquele que, através deles, pode transformar o
mundo.

Uma espiritualidade genuinamente leiga permitiria aos leigos reconhecer sempre e


em qualquer lugar «o Deus em que vivemos, nos movemos e existimos» (Act. 17
28), para procurar a vontade de Deus em todas as actividades da vida, a
contemplar a Cristo em todos os homens e mulheres e julgar correctamente o
verdadeiro significado e valor das coisas materiais.
A missão dos leigos está, muito frequentemente, pejada de conflitos e tensões por
causa da sua fé. Eles devem no entanto esforçar-se por renovar a sua identidade
cristã em contacto com a palavra de Deus, vivendo de mais perto a intimidade
com o Senhor numa vida rica de oração e sacramentos. O renovar da identidade
de cada um, ou seja, ser mais autêntico, consiste em encarar frontalmente o
mundo e os seus desafios que se apresentam à nossa fé e à nossa missão.
Para o leigo dominicano, a vida de São Domingos devrria servir de modelo
supremo de uma vida de acção com base numa espiritualidade rica e em
comunhão com o Senhor. Dizia-se de Domingos que somente falava com Deus ou
de Deus. Falava de Deus na sua pregação e quanto ao que dizia a Deus, os
primeiros irmãos ouviam que repetia uma e outra vez as mesmas palavras: «Deus
meu misericordioso, que será dos pecadores?». Assim falava a Deus acerca dos
que havia encontrado durante o dia. O beato Jordão da Saxónia acrescenta que
ele rezava continuamente não apenas pelos pecadores, mas também pelos
pobres e desgraçados. Assim, na sua oração apenas existiam Deus e todos os
que sofriam. Tudo isto se assemelha a Cristo, nosso senhor. Assim deveríamos
ter como nosso lema «Assemelhar-mo-nos a Cristo para transformar o mundo».

Declaração
94. Declaramos que nem os frades nem os leigos podem exercer a obra de
apostolado sem alguma informação ou instrução coveniente. Para eles é de
máxima importância que frades e leigos sejam formados na doutrina e espírito do

167
Concílio Vaticano II, sobretudo quando trata da doutrina da participação de todos
os fiéis na missão sacerdotal, profética e real de Cristo. É preciso além disso que
os frades sejam ajudados pelos leigos no cumprimento da sua missão própria,
inclusive que se comportem no que a eles diz respeito no espírito de Cristo que
disse: «O Filho do homem não veio para ser servido mas sim para servir»
(Mc. 10, 45).

95. Encomendamos ao Mestre da Ordem que escreva aos frades e a toda a


Família Dominicana sobre os leigos no nosso apostolado bem como sobre os
leigos dominicanos no mundo de hoje

Ordenação
96. Ordenamos que na sua formação de noviciado se instruam os frades sobre a
teologia do laicado cristão, sobre a história e valor apostólico dos leigos
dominicanos, para tenham no seu coração que estes são verdadeira e
integralmente parte da Ordem, elementos essenciais para cumprir a missão
apostólica da mesma Ordem.

CAPÍTULO GERAL DE OAKLAND - 1989


27. Recomendamos aos frades que a colaboração com a Família Dominicana em
cada zona e país não fique reduzida apenas a encontros e actividades internas,
mas sim que se deêm os passos necessários para alcançar programações
comuns e equipes de evangelização e catequese entre os distintos ramos,
incluindo também os leigos

28. Felicitamos as comunidades que abriram a sua prática litúrgica aos leigos
dominicanos e recomendamos a todas as demais que deêm mais possibilidades
aos leigos de aprticipar na Liturgia das Horas e na eucaristia.

29. Recomendamos que os frades se comprometam activamente na formação


teológica dos leigos dominicanos, especialmente no campo da ética profissional.
Este compromisso deverá incluir uma formação espiritual e uma colaboração nos
ministérios apropriados.

30. Recomendamos que durantre a formação dos frades se lhes dê uma


apresentação completa, tanto teórica como prática, da vida e ministérios das
monjas, das irmãs e dos leigos dominicanos.

47. O carisma da pregação para o bem da Igreja diz respeito a toda a Família
Dominicana. A colaboração, entre irmãos, irmãs e leigos deve ser sinal de
participação no mesmo carisma (Roma 66). Portanto, as nossas comunidades
ofereçam uma conveniente formação doutrinal e prática áqueles que colaboram
connosco na pregação da Palavra de Deus.

168
Exortações e Recomendações
48. Recomendamos às Províncias que designem um Promotor da pregação, o
qual terá como tarefa cooordenar o ministério da pregação, promover equipes de
pregação, trabalhando em união com os Responsáveis da Formação Institucional
e Permanente em vista a uma pregação verdadeiramente prática, estimular a
colaboração entre frades, irmãs e leigos dominicanos, assim como entre
Províncias de uma mesma região.

CAPÍTULO GERAL DA CIDADE DO MEXICO - 1992

125. Exortamos os irmãos e de um modo especial aos promotores e assistentes a


que, em relação ao laicado dominicano, às fraternidades sacerdotais e aos
institutos seculares, se esforcem em ajudar a estes grupos da Família
Dominicana:

a) na revitalização dos grupos, levando-os a que busquem a sua própria


actualização ou «ressurgimento»;
b) na promoção e desenvolvimento de novas formas de Laicado
dominicano, e de um modo especial na procura de uma vida
comunitária mais intensa;
c) no acompanhamento e desenvolvimento da sua espiritualidade
dominicana;
d) na formação para uma missão do laicado, na Igreja, na Ordem e no
Mundo;
e) na participação em programas comuns de missão da Família
Dominicana;

Exortações
128. Exortamos os nossos irmãos leigos:
a) a aprofundar a sua especificidade laical, e a sua dimensão de serem
tanto Igreja no mundo como presença do mundo na Igreja;
b) a tomar consciência da sua real pertença à Família Dominicana em
igualdade moral com os demais membros desta;
c) às Fraternidades leigas, que aceitem os novos grupos de laicado
dominicano surgidos no âmbito do capítulo Geral de Avila 89;
d) a impulsionar as novas formas de laicado dominicano;
e) a establecer canais de comunicação entre os diversos grupos de
laicado dominicano;
f) a comprometer-se na sua formação, conjuntamente com os demais
membros da Família Dominicana, como preparação para a sua missão
especifica dentro da Ordem, e
g) a integrar as equipas de missão da Ordem, comprometendo-se com
as prioridades e orientaçãoes dos últimos capítulos gerais,
especialmente na priomoção da Justiça e da Paz.

169
CAPÍTULO GERAL DE BOLONHA – 1998

PRÓLOGO

146. A Família Dominicana tem as suas raízes na vocação e carisma de


Domingos de Gusmão, pregador do Evangelho de Jesus Cristo. Este carisma
foi sendo vivido de formas diversas ao longo dos séculos e encarna-se em
novas e antigas formas na vida de homens e mulhres, jovens e adultos, que
ao escutarem o chamamento do espírito decidem-se a seguir segundo a sua
inspiração no caminho da pregação.
Do silêncio dos mosteiros ao bulício de uma reunião juvenil, da tranquilidade
de uma sala de aulas ou estrondo de uma fábrica, da dor dos hospitais á
acção heróica dos missionários, o carisma de Domingos de Gusmão oferece
a unidade devida e missão daqueles que seguiram os seus passos.

A experiência positiva do trabalho conjunto em áreas como a formação,


oração e ministérios da Família Dominicana e a necessidade de proclamar a
Boa Nova, animam-nos a continuar a promover, em complementariedade e
colaboração mútua as diversas experiências da vocação dominicana,
realizando a missão na Igreja e no mundo, respeitando a autonomia e as
características próprias.

Se bem que o Mestre Geral tem a mesma função junto de todos os ramos ao
promover a fidelidade do espírito de São Domingos, há que ter em conta que
a sua relação com eles é de ordem e grau diferente.
Assim, goza de plena autoridade sobre os frades, seguindo as suas
Constituições; as monjas, que tem as suas próprias Constituições aprovadas
pela Santa Sé, professam-lhe obediência, uma vez que ele é o seu próprio e
imediato superior (cf. LCM 238); no que diz respeito às Fraternidades leigas
e sacerdotais tem uma relação particular, e as congregações de irmãs e os
institutos seculares são totalmente autónomos.

No Simpósio da Família Dominicana de 1983 em Bolonha, os diferentes


ramos reconheceram como sucessor de São Domingos ao Mestre da Ordem,
que é o princípio e sinal de unidade da Família Dominicana. Como tal, ele é
quem concede a agregação à Ordem, seja directamente ou através de uma
entidade.

Às portas do Jubileu do ano 2000, e seguindo a proposta do Capitulo Geral


de Caleruega de 1995, sentimos a necessidade de centrar os nossos
esforços nos próximos anos nas Assembleias nacionais e regionais e na
Assembleia do ano 2000 da Família Dominicana, que segundo as
conclusões do Simpópsio de Bolonha, serão convidados representantes dos

170
diferentes ramos para celebrar e reflectir juntos sobre a nossa vocação
dominicana e sobre a colaboração na nossa missão comum.

ORDEM DE PREGADORES E FAMÍLIA DOMINICANA

147. Nos últimos anos as expressões Ordem dos Pregadores e Família


Dominicana são muitas vezes utilizados indistintivamente.
Ambos os conceitos descrevem a realidade dominicana sob diferentes
perspectivas. Cremos chegado o momento de aclarar essa realidade, de
modo a que os ramos da Família Dominicana cheguem a um entendimento e
aceitação comum.

RECOMENDAÇÃO

148. Recomendamos que a Comissão Internacional da Família Dominicana


nomeie um grupo de membros qualificados para que:

1. Estude e aclare a diferença entre Ordem de Pregadores e Família Dominicana.


2. Que envie esse estudo às assembleias nacionais da Família Dominicana para
discussão e comentários.
3. O Capítulo Geral sugere à Comissão o seguinte texto para a reflexão:

A palavra «Ordem» deverá entender-se de uma forma dinâmica, como tarefa


específica ou missão que reúne um grupo de pessoas reconhecido publicamente e
encarregado de realizar essa missão. A nossa Ordem é enviada para a
proclamação da Palavra de Deus. (Constituição Fundamental 1, 1).
«Ordem dos Pregadores» refere-se à associação religiosa de todos aqueles que
através do seu compromisso público são incorporados na missão dominicana, tal
como é reconhecido pela Igreja universal.
A Ordem suscita uma família. Tal pode explicar-se, uma vez que a pregação não é
dirigida simplesmente aos indivíduos, mas que também as comunidades podem
dar os seus frutos.
«Família» é uma metáfora que evoca e expressa a experiência de uma pertença
comum, partilhando o mesmo nome e as mesmas raízes, reconhecendo-se e
ajudando-se mutuamente numa relação afectuosa como irmãos e irmãs.
A «Familia Dominicana» é assim a comunhão de frades, monjas, irmãs de vida
apostólica, membros de institutos seculares, fraternidades de sacerdotes e lde
leigos, associações anexas á Ordem, que graças ao seu carisma comum,
receberam a mesma missão de pregação e compaixão.
A Família inspira a estabelecer uma Ordem. Trata-se de se organizar como uma
«Ordem», na qual os papéis e responsabilidades dos seus membros são definidos
no seio deste conjunto no qual cada um e cada uma têm o seu lugar. Outras
pessoas podem considerar-se membros da Família Dominicana. Foram atraídas
pela missão da Ordem e encontram nela aspirações e apoio, individualmente ou
atráves de associações. Por esta razão, a Família Dominicana pode ser
considerada como um movimento aberto a novas formas de vida e de missão.
(Roma 271).

171
COMISSÃO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA DOMINICANA

149. A Comissão Internacional da Família Dominicana é um organismo consultivo


convocado pelo Mestre da Ordem, o Promotor das Monjas, o Promotor do
Laicado e uma representante das «Dominican Sisters International».

RECOMENDAÇÃO

150. A nomeação de um Assistente para a Familia Dominicana pedido pelo


Capítulo de Caleruega (Caleruega, n. 94) foi uma resposta profética às
necessidades da Familia. No entanto, novos tempos pressupõem novos
desafios, e a necessidade de uma resposta mais colaborativa leva-nos a
propor o seguinte:

Pedimos que a Comissão Internacional da Família Dominicana considere os


seguintes pontos:

 Promover a colaboração da Família Dominicana em projectos de missão que


competem à ordem.

 Animar e ajudar todas as entidades da Família Dominicana no mundo.

 Coordenar o trabalho realizado pelos secretariados da Família Dominicana nos


respectivos territórios.

 Organizar reuniões regionais e internacionais periódicas de representantes e


membros da Família Dominicana.

 Partilhar o trabalho realizado pela Família Dominicana nos respectivos


territórios.

ASSEMBLEIA GERAL DA FAMÍLIA DOMINICANA

PETIÇÃO E FELICITAÇÃO

151. Pedimos ao mestre da Ordem que convoque um comité organizador


Internacional da Assembleia da Família Dominicana do ano 2000 – de não
mais de dez membros – para coordenar a planificação e impementação da
dita Assembleia.

152. Felicitamos as comissões/concelhos/secretariados/assembleias provinciais,


regionais e nacionais da Família Dominicana que já existem, e animamos a
sua criação nas províncias, regiões e países onde ainda não as haja.

172
153. As comissões/conselhos/secretariados/assembleias províncias, regionais e
nacionais da Família Dominicana, e, onde nada tal exista, os Priores
Provinciais, Vigários Gerais, Regionais e Provinciais convoquem uma
reunião de representantes da Família Dominicana. Em tal reunião, discutas-
se e preparem-se sugestões para a Assembleia, as quais sejam enviadas ao
comité internacional convocado pelo Mestre.

154. Felicitamos o espírito de colaboração que inspirou a criação de novas


estruturas e projectos, como seja o Dominican Sisters International, a
Comissão das Monjas e o Movimento Juvenil Dominicano Internacional.

155. Animamos a que se usem os meios modernos de comunicação no momento


de planificar e implementar a Assembleia do ano 2000.

MOVIMENTO JUVENIL DOMINICANO INTERNACIONAL

DECLARACÇÕES E EXORTAÇÕES

156. Alegramo-nos com o desenvolvimento do Movimento Juvenil Dominicano


internacional como um sinal do espírito actuando no nosso tempo. Este
movimento favorece a renovação da Ordem.

157. O MJDI é composto por grupos formados principalmente de jovens leigos


que se comprometeram a ser discípulos de Jesus Cristo e assume na sua
vida os valores dominicanos básicos de oração, estudo, comunidade e
pregação.

158. Reconhecemo-los como membros da Família Dominicana e animamos todos


os ramos a que lhes ofereçam apoio (cf. Caleruega, n. 97).

159. Exortamos as nossas comunidades a desenvovler e apoiar este movimento


especialmente às nossas casas de formação e outras dedidcadas ao
trabalho com jovens.

160. Animamos os membros do MJDI a aproximarem-se dos outros ramos com a


sua participação nos diversos ministérios da Ordem.
Exortamos os membros da Família Dominicana e especialmente aos frades,
a acolherem os membros do MJDI como colaboraodres nos seus
minis´terios.

161. Com vista aos seus compromissos para a missão comum da Ordem,
animamos os membros do MJDI a valorizar a formação como elemento
integral da sua vocação
.

173
MOVIMENTO INTERNACIONAL DE VOLUNTÁRIOS DOMINICANOS

162. Entre os membros da Família Dominicana existem leigos que expressam de


maneira cada vez mais urgente o desejo de participar na missão da
pregação dada por são Domingos aos seus filhos e filhas. Esta aspiração
faz-se eco no presente em muitos e diversificados grupos. Não será este o
momento oportuno para abrir aos leigos dominicanos, especialmente aos
jovens, a possiblidade de trabalhar numa missão distante, de viver a sua
vocação de pregadores num «novo mundo»?
Para responder às necessidades destes desejos dos leigos, especialmente
dos jovens, esta-se a promover um projecto de Voluntários Dominicanos. O
êxito deste projecto dependerá em grande medida do apoio que receba de
toda a Família Dominicana.

DECLARAÇÃO E RECOMENDAÇÃO

163. Felicitamos as Provincias, congregações e Regiões da Família Dominicana


que criaram e desenvolveram programas de Voluntariado Dominicano.
164. Para animar o laicado a partilhar a nossa missão, especialmente aquelas
missões de solidariedade e justiça juntos dos marginalizados,
recomendamos a criação de um Movimento Internacional de Voluntários
Dominicanos. Desejamos que este esteja em consonância com o carisma de
São Domingos, especialmente na actitude de compaixão com que viveu a
missão.

165. Desejamos que este projecto seja uma experiência colaborativa da Família
Dominicana no que se refere a convocar, formar e enviar voluntários para os
programas missionários dominicanos nas várias partes do mundo.

166. Animamos os Priores Provinciais e Vigários Gerais e Regionais a criar e a


promover o Movimento Internacional de Voluntários Dominicanos nos seus
territórios. Convidamos também os outros ramos da Família Dominicana a
unir-se a este projecto. Onde as nossas irmãs tenham começado tais
programas exortamos os frades a dialogar e a colaborar com elas.

PROMOTOR DO LAICADO

RECOMENDAÇÃO

167. Recomendamos que o Mestre da Ordem nomeie um Promotor do Laicado,


preferencialmente leigo para:

1. Representar o laicado a nível internacional.


2. Ajudar a estabelecer laços entre os diferentes grupos dentro do Laicado
Dominicano.
3. Animar os leigos a formar organizacções regionais e continentais.

174
MOVIMENTOS DE ASSOCIADOS ÀS CONGREGAÇÕES DE IRMÃS

FELICITAÇÃO E DECLARAÇÃO
168. Congratulamo-nos pela presença de Movimentos de Associados a
congregacções de Irmãs Dominicana. Este movimento é composto por
homens e mulheres leigos que estão comprometidos com a missão
dominicana, segundo a epxeriência das irmãs. Estes associados aceitam os
valores básicos dominicanos de oração, estudo, comunidade e ministério.

169. Reconhecemos que as Prioresas Gerais das Congregações de irmãs


dominicanas tem o direito de aceitar associados leigos como membros da
Família Dominicana.

LEIGOS ASSOCIADOS AOS FRADES


170. Em muitos lugares surgiram grupos de leigos diferentes das Fraternidades
dominicanas tradicionais. De uma forma geral, estes leigos não desejam
integrar-se numa estrutura, mas sim participar na missão da Ordem como
associados individuais ou familiarmente junto de alguma comunidade de
frades e das suas actividades.

RECOMENDAÇÃO
171. Recomendamos aos Priores Provinciais e aos seus Conselhos utilizar as
posibilidades que ofereceu o Capítulo Geral de Ávila (nº. 85 B, 88, 89) para
conceder-lhes a admissão na Família Dominicana.

172. Recomendamos aos Priores Provinciais e aos seus Conselhos, bem como às
Prioresas Gerais que estabeleçam critérios básicos de admissão que
integrem os quatro pilares fundamentais da vida dominicana: oração, esutdo,
comunidade e ministério.

SUGESTÃO DE ALGUNS CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A AGREGAÇÃO E


ADMISSÃO DE NOVOS

RECOMENDAÇÃO

173. Como explicação desses critérios básicos oferecemos as seguintes


sugestões:

1. Participar na missão dominicana de pregação e ensino da Palavra de Deus.


2. Participação e colaboração activa nas realziaçoes concretas da missão local e
universal da Ordem.
3. Um governo que expresse a tradição democrática e comunitária da Ordem.
Comunidade de vida e oração, unidade na intercessão com toda a Ordem;
formação e estudo para o ministério da salvação e das tarefas apostólicas a quem
tenham sido chamamdos.

175
4. Conhecimento e apropriação da história da Ordem, das suas origens e
espiritualidade.
5. Compromisso, pelo menos temporário, com a missão da ordem, expresso sob
a forma de profissão, promessa ou outras formas de compromisso formal.
6. Além de serem admitidos pelas Superioras Gerais, no caso dos movimentos
associados às Congregações das irmãs, e pelo Mestre Geral da Ordem, no
caso de grupos associados aos frades ou outros que desejem pertencer à
Ordem, sejam reconhecidos pela comissão/conselho/secretariado/assembleia
da Família Dominicana da área.

CAPÍTULO GERAL DE PROVIDENCE - 2001


(Cap. VII) DA FAMÍLIA DOMINICANA

PRÓLOGO
VITALIDADE, PLURALIDADE E COMUNHÃO
(407) Nos nossos Capítulo Gerais reservamos sempre um tempo para dedicarmos
à Família Dominicana. Não pensamos nela friamente, como se nos fora estranha
ou se tratasse simplesmente de um tema conceptual a considerar. Para nós
significa muito mais do que isso: fazemos um discernimento comunitário da nossa
experiência de vida e missão, vividas fraternalmente com as monjas, os frades, as
irmãs e os leigos, mulheres e homens e também muitos jovens com quem
partilhamos o amor de Domingos e a forte atracção pelo ministério da pregação.
(408) Há alguns anos, no Capítulo do México [1992], fazendo memória do
passado, testemunhamos uma realidade que hoje se afirma e cresce com força
entre nós: «Desde há uns 30 anos que se constata a recuperação e o
desenvolvimento de uma antiga realidade: A Família Dominicana». (116). Durante
estes últimos anos, a nossa Família cresceu e engrandeceu-se. Diria o Mestre da
Ordem, fr. Buenaventura García de Paredes [1926], que «o sangue de São
Domingos flui nas veias dos seus filhos e filhas espirituais».
Hoje fluí com energia. O Simpósio Internacional da Família Dominicana em
Bolonha, Abril de 1983 e a grande e frutuosa Assembleia Geral da Família
Dominicana de Manila, em Outubro de 2000 atestam essa vitalidade.
(409) A Família Dominicana está em pleno crescimento. Seguindo a alegoria da
ágvores podemos dizer que os seus ramos são cada vez mais frondosos e
anunciam uma boa colheita. É certo que nem todos os seus ramos crescem ao
mesmo ritmo e pujança. Aparecem novos botões verdes que auguram frutos
novos; os velhos ramos mantem o seu vigor na espera confiada de maiores frutos.
As nossas raízes são verdadeiramente profundas e arreigadas á fecundidade do
carisma de Domingos. Damos graças a Deus por isso, e admiramos cada dia mais
a atracção que o antigo carisma de Domingos exerce nestes novos tempos de
incertezas e esperanças.
(410) Dentro da Família Dominicana, graças à sua fecundidade e amplitude de
acolhimento, há diversos modos de viver o carisma e a missão da pregação, que

176
se completam entre si e, consequentemente, acrescentam o vigor e riqueza da
missão comum. Esta diversidade de opções, nascidas em experiências profundas
do carisma dominicana, é a nsosa grande riqueza porque estas diferenças de
estilos de vida e de opção completam-nos mutuamente, enriquecem genrosa e
fraternalmente as nossas vidas e dão maior expressividade, energia e
credibilidade à nossa missão comum.
(411) Descobrimos que somos família por ocasião das nossas festas, na oração
comum, na reflexão partilhada e finalmente, quando saímos juntos em missão.
Comunhão e missão são o nexo vital que nos une. Monjas e frades, leigos e
irmãs, homens e mulheres, percorremos os mesmos caminhos proclamando a
mesma Palavra com vozes distintas. Cada um de nós vivem o nosso compromisso
para a missão de formas diversas, com votos, promessas ou sem eles; no
mosteiro, nos conventos, no seio familiar e nas diversas profissões do mundo. No
entanto, todos nos sentimos unidos fraternalmente na missão e unanimemente
reconhecemos «como sucessor de São Domingos ao Mestre da Ordem, que é o
princípio e sinal de unidade da Família Dominicana» (Bononiæ 146), e o «único
que, fora do Capítulo Geral, garante e promove a fidelidade ao espirito de São
Domingos» (Documento de Bolonha sobre a Família Dominicana, 3.2)

ALGUMAS DIFICULDADES
(412) Constatamos, não obstante, que no seio da Fmaília Dominciana suscitam-
se, em alguns lugares, ambiguidades e tensões que lesam a convivência e a
missão comum (Cf Relatório do Promotor Geral do Laicado Dominicano B.1).
Entre outros motivos, em causa uma certa resistência ante o novo que surge na
nossa Família, sem fazer dele um conveniente discernimento.
(413) Alguns membros da Família Dominicana estão preocupados pela
ambiguidade que, na sua opinião, existe entre a noção de «Ordem dos
Pregadores» e «Família Dominicana». Pedem por isso ao Capítulo Geral uma
maior clarificação que manifeste as suas diferenças mútuas e, além disso,
solicitam que digamos uma palavra acerca da relação há-de estabelecer-se entre
ambas. Outros manifestaram a preferência, não tanto pela análise dos seus
aspectos jurídicos, mas sim do modo de aprofundar a colaboração entre elas.
(414) Estas dificuldades apenas surgem quando nasce algo de novo, como
cremos que é o caso. O Espírito Santo suscita sem cessar na Igreja, de maneira
sempre nova e tantas vezes surpreendente, diferentes formas de vida evangélica.
Temos de as acolher gozosamente, depois de sobre elas fazer um claro
discernimento. Entre nós, o Mestre Geral e o Capítulo Geral são quem garantem a
autenticidade do novo, das novas fundações que desejam viver a riqueza do
carisma dominicano.
Por isso é importante que ninguém na Família Dominicana se veja tentando a falar
ou actuar de uma maneira que este carisma pareça confiscado em benefício de
alguns ou que não possa ser distribuído de maneira justa e apropriada.

ORDEM DE PREGADORES E FAMÍLIA DOMINICANA


(415) O carisma de Domingos, dom de Deus para a Igreja, é uno e indivisível: a
graça da pregação que se nutre e cresce na contemplação. Este carisma, pela sua
grande vitalidade apostólica vai-se revelando sucessivamente no ao longo do

177
tempo com nova e expressiva riqueza e, por sua vez, torna-se realidade histórica
concreta mediante formas e maneiras de estar diferentes de vida apostólica,
graças à sua grande capacidade de entusiasmar mulheres e homens, jovens e
adultos, crente em Jesus e testemunhas do Reino.

(416) O nome de “Ordem dos Pregadores” designa aqueles que chamados pelo
Espírito Santo, e cujo modo de vida, confirmado pela Igreja, deriva do carisma
particular dado a São Domingos. O nome “Família Dominicana” evoca a junção
mútua visando uma maior unidade de todos os chamados pelo mesmo Espírito a
participar de diferentes formas neste carisma. Em diferentes etapas históricas e
sucessivas, ambas constituem um processo homogéneo e sem quebras. Todos na
Família Dominicana nos sentimos unidos, irmanados, pela única missão de
pregação “da palavra de Deus, anunciada ao mundo em nome de Nosso Senhor
Jesus Cristo”, segundo o estilo de Domingos.

(417) No decorrer do tempo nascem do mesmo tronco da Ordem novos grupos


com os seus projectos de vida e missão, inspirados nos traços característicos do
carisma Dominicano, e adquirem formas jurídicas diferentes, de acordo com a
época. Na actualidade:

1. Os Frades prometem obediência ao Mestre da Ordem «conforme as leis


dos Pregadores» [LC 17, II]; as Monjas fazem profissão ao Mestre da
Ordem [LCO 143] e estão unidas aos frades num sentido espiritual. A sua
relação jurídica com a Ordem está expressa nas suas constituições
próprias [LCM]. Os Leigos «incorporam-se na Ordem» (Regra das
Fraternidades Leigas de São Domingos, 2) nas Fraternidades Leigas de
São Domingos, fazem a sua promessa ao Mestre da Ordem, e seguem a
«Regra das Fraternidades Leigas de São Domingos» [FCLD] aprovada pela
Igreja. De modo semelhante, as Fraternidades Sacerdotais de São
Domingos procuram “conformar a sua vida e o seu ministério com o espírito
de São Domingos” [LCO, 149, II].

2. As irmãs das distintas Congregações Dominicanas, tão numerosas na


nossa Família, participam na missão e no carisma da Ordem através da
riqueza dos seus carismas congregacionais, ainda que não tenham nenhum
vínculo jurídico ao Mestre da Ordem. São congregações agregadas à
Ordem pelo Mestre Geral, conservam a sua total autonomia e podem
propor ao Capítulo Geral dos frades os seus desejos e sugestões
referentes à Família Dominicana [CIC 580; Cf. LCO 415, III] . Os Institutos
Seculares agregados à Ordem “abraçam a profissão dos conselhos
evangélicos no mundo, segundo o espírito de São Domingos”[LCO 147].

3. As associações anexas assinaladas em LCO (Sagrado Nome de Jesus, do


Rosário, do Anjo da Guarda e da Beata Imelda), os novos grupos que
podem ser reconhecidos pelos Capítulos Provinciais dos frades ou pelos
Priores provínciais com o seu Conselho (Ávila, 89) ou pelas Prioresas
Gerais das Congregações de Irmãs [CIC 303; Bolonha 173], os integrantes

178
dos diferentes grupos do Movimento Juvenil Dominicano e muitas outras
pessoas que, sem nenhum tipo de compromisso formal, participam e
colaboram de diferentes formas com a missão da Ordem. A nossa Família
foi sempre uma casa aberta que acolhe sem cessar novos membros, por
isso o Capítulo de Bolonha afirmou que a Família Dominicana pode ser
considerada como um movimento aberto a novas formas de vida e missão.

(418) A «Ordem dos Pregadores» é composta por aqueles que mediante profissão
(para os que seguem os conselhos evangélicos, as monjas e os frades) ou
promessas (para os membros as Fraternidades Leigas e sacerdotes que se
comprometem a um modo de vida evangélico adaptados à sua condição) feitas ao
Mestre, integram-se na Ordem (Cf. CIC 303 e 614; LCO 142 e 149; LCM 1, *2;
RFLSD, 2). A sua incorporação na Ordem implica o compromisso permanente de
viver no estilo peculiar da sua vida dominicana, aprovado pela Igreja, que tem a
Domingos como modelo exemplar.

(419) Tanto irmãs como membros de Institutos Seculares, das Fraternidades


Leigas e Sacerdotais, as monjas e frades podem ser considerados
verdadeiramente por diversos títulos, integrantes da Ordem dos Pregadores,
entendendo-se o termo Ordem num sentido amplo que inclui a todos os que
assumem o compromisso de um género de vida particular, inspirado na vida e
missão de São Domingos e aprovado pela Igreja, cada um segundo a sua própria
condição e com a autonomia respectiva estabelecida nos seus próprios estatutos.
(Cf. Maddona dell’Arco, nº225).

(420) Se o termo Ordem expressa melhor uma organização jurídica precisa, a


imagem de Família evoca a experiência de pertença mútua, pela qual nos
reconhecemos e nos apoiamos mutuamente como irmãs e irmãos todos
reconhecendo a São Domingos como Pai comum. Integrada nas Constituições
pelo Capítulo Geral de 1968 [LCO 1, IX], esta imagem reflecte uma realidade
antiga que quer ser vivida de um modo novo. Coloca em realce a comunhão
fraterna entre os distintos ramos e a consciência de que esta realidade implica
vínculos profundos entre nós e atitudes concretas de complementaridade e
colaboração, e respeito mútuo e igualdade de dignidade, na diversidade e
peculiaridades de cada ramo. Estas diferenças surgem da urgência da nossa
missão, que exige serviços diversos e complementares. (Quezon City, 65).

(421) O Mestre Geral, como sucessor de São Domingos à frente da Ordem, ocupa
um lugar fundamental dentro da Família Dominicana, como “princípio e sinal de
unidade”. Não obstante, «se bem que o Mestre Geral desempenha o mesmo papel
com todos os ramos ao promover a fidelidade ao espírito de São Domingos, há
que ter em conta que a sua relação com cada um eles é de ordem e grau
diferente». (Bolonha, 146).

179
Exortações
(422) Exortamos aos frades e convidamos a todosmos membros da Família
Dominicana à «mundança de mentalidade» a que nos convida o Capítulo Geral de
Bolonha [1998] (34,3) a fim de estreitar mais os nossos vínculos fraternos.
Exortamos ao frades também a acolher com hospitalidade generosa e atenta,
especialmente aos casais, às famílias e aos jovens para que tenham a
oportunidade de partilhar a liturigia, a oração e o estudo, e desse modo, conseguir
trabalharem juntos em missão, enriquecendo-nos uns aos outros em benefício do
serviço comum da pregação da Palavra de Deus.

(423) Exortamos a todos os membros da Família Dominicana a viver juntos


gozosamente a nossa missão de pregadores, num clima de fraternidade, diálogo e
liberdade. «Para ser realmente uma família de pregadores – como dizia o mestre
fa Ordem Fr. Timothy Radcliffe, devemos reconhecer autoridade uns aos outros.
Eu devo admitir a autoridade de uma irmã porque fala a partir da verdade da sua
epxeriência com o mulher, ou quem sabe também como professora ou teóloga.
Devo dar autoridade ao leigo dominicano que sabe muito mais que eu de muitas
cosias: quem sabe sobre o casamento, ou de alguma ciência ou arte. Se
reconhecemos a autoridade de uns e outros, seremos verdaeiramrnte uma família
d epregadores. Juntos poderemos ter uma autoridade que nenhum de nós tem
individualmente. Devemos encontrar juntos a nsosa voz» (Mensagem de fr.
Timothy Radcliffe, Mestre da Ordem. Louvar, Bendizer, Pregar. A missão da
Família Dominicana. Manila 2000).

EXORTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES PARA A COLABORAÇÃO


(424) «Colaborarmos – dizia-nos o Capítulo do México (116)- significa trabalhar
juntos. E se tal é aplicável em qualquer família, por maioria de razão o é quando
se trata da Família Dominicana que tem em comum «a particular missão de
proclamar a Palavra de Deus» [Documento de Bolonha 4.1]. O Capítulo, portanto,
acentua com firmeza a comum dignidade e igualdade de todos os que pertencem
à Família Dominicana, homens e mulheres, clérigos e leigos, e auspicia que a
colaboração entre eles, já parcialmente conseguida com resultados muito
animadores, seja intensificada e expandida a todos os campos. […]
Assim, a partir da unidade e da diversidade, a Família Dominicana será sinal
profético para o mundo actual, porque nascemos em família, formamo-nos como
família, e somos missão como família». Com este espírito, propomos as seguintes
exortações e recomendações.

AO NÍVEL DAS ESTRUTURAS


Exortação
(425) Uma vez que não é possível renuir uma comissão representativa de cada
um dos ramos da Família Dominicana a nível internacional, exhortamos o Mestre
da Ordem a apoiar o trabalho conjunto dos diferentes Promotores que trabalham
em relação com a Família Dominicana (Promotor da FD, das monjas, do laicado) e
a propiciar reuniões de coordenação com os outros ramos da Família, em
particular com as que já tem uma organização internacional, como as DSI.

180
Recomendação
(426) Renovamos a exortação do Capítulo do México (121), e sobre ela
recomendamos que seja constituído ao nível nacional/provincial:
1. Uma Conferência (Associação, Junta), integrada pelos superiores Maiores dos
religiosos/religiosoas dos /as Dominincanos/as, pelo Presidente Nacional ou
Provincial dos Leigos Dominicanos e pelos representantes de outros grupos de
Leigos devidamente reconhecidos, a fim de partilharem informações; projectos;
partilharem necessidades e recursos, e favorecer assim a colaboração e missão
comum entre todos os ramos da Família Dominicana. Esta Conferência
(Associação/Junta) não tem poder de jurisidição sobre as entidades que a
compoêm.
2. Um Secretariado da Família Dominicana, ao mesmo nível, cujas estruturas e
responsabilidades sejam definidas pela Conferência (Associação/Junta)
anteriormente referida.

FUNDAÇÕES E PROJECTOS
Exortação
(427) Uma vez que «a melhor forma de se manifestar a nossa identidade global é
através da nossa colaboração conjunta» (Bolonha 34.2), acreditamos que as
novas fundações e os novos projectos são lugares previligiados de colaboração.
Exortamos a que, na medida do possível, estes sejam concebidos, realizados e
evoluam em colaboração.

PARTILHAR CUSTOS
Recocomendação
(428) Recomendamos aos organismos de colaboração da Família Dominicana
que, ao projectar qualquer tipo de iniciativa, se tenham em conta as suas
implicações económicas e o modo de partilhar proporcionalmente os custos.

DIA DA FAMILIA DOMINICANA.


Recomendação
(429) Recomendamos que os frades, de acordo com os outros ramos da Família
Dominicana, celebrem um um «Dia Anual da Família Dominicana». O seu
objectivo será fazer memória da nossa missão comum e celebrá-la.
Para tal, haveria que escolher, segundo os diversos lugares, a data mais
apropriada. Sugerimos, no entanto, que uma data possível poderá ser o dia da
Festa de todos os Santos da Família Dominicana (7 de Novembro) ou por volta
dela.

ASSEMBLEIAS DA FAMÍLIA
Recomendação
(430) Tendo em conta as propostas da Assembleia Internacional de Manila,
recomendamos ccontinuar com a organização de Assembleias a nível continental,
subcontinental, nacional ou regional, segundo o que considerem conveinete os
organismos respectivos de coordenação.

181
Recomendamos que a organização destas assembleias, tanto quanto aos seus
objectivos, como ao seu carácter celebrativos e à sua composição, se inspirem
nas experiências do Simpósio de Bolonha (1983) e de Manila (2000).
Estas Assembleias poderiam ser seguidas por uma eventual II Assembleia
Internacional.

SOLIDARIEDADE DENTRO DA FAMÍLIA DOMINICANA


Exortação
Vivendo num mundo globalizado, que excluiu frequentemente as maiorias mais
necessitadas a Família Dominicana dispõe de muitas possibilidades para realizar
no seu seio inúmeros gestos de solidariedade, muito para além do reduzido
ambitod e cada ramo. Reconhecemos com satisfação alguns destes esforços de
solidariedade já realizados.
Exortamos os frades, e convidamos a todos os membros da Família Dominicana,
a empreender novos gestos de solidariedade, tais como colocar em comum
recursos económicos, de formação, informação e outros.

ÁREAS PRIORITÁRIAS DE COLABORAÇÃO


Seguindo as recomendações da Assembleia de Manila, queremos destacar
algumas áreas de colaboração.

Recomendação
(431) Justiça, paz, e integridade da criação: Atendendo aos tão frequentes
atentados contra a justiça, a paz, e a integridade da criação, recomendamos que
assumamos juntos os seguintes objectivos:
1. Partilhar informações, experiências, métodos de acção. Estudar e discernir
juntos, procurando que poderemos fazer em comum nestes temas, estimulados
pela exigência da nossa missão comum de paixão pela verdade e assumindo
juntos os seus compromissos.
2. Contar com a ajuda imprescindível dos Promotores de Justiça e Paz.
3. Ser conscientes das consequências que implica o nosso compromisso com a
verdade destas realidades, com referência ao sistemas económicos que causam o
consumismo ilimitado e danos na integridade da criação.

Exortação e Recomendações
(432) Formação:
1. Ehortamos os frades e convidamos os membros da Familçia Dominicana a
partilhar, em benefício da formação inicial e permanente, todos os recursos de que
cada um dispõe sobre o carisma comum da Ordem, da sua história, e também, do
carisma e história particulares dos ramos da Família Dominicana.
2. Sabemos que, em muitos lugares, existem documentos, programas de
formação, sítios de internet, e pessoas capacitadas para a formação da Família
Dominicana, no entanto muitas vezes são desconhecidos na sua região,
encomendamos ao Promotor da Família Dominicana que promova uma base de
dados de recursos formativos sobre a vida dominicana, a história da Ordem e do
seu carisma. Cremos que a internet pode ser um instrumento muito útil para este

182
serviço, tal como já se faz satisfatoriamente em algumas entidades da Família
Dominicana.
3. Reconhecemos gratamente a experiência de formação comum de formadores
que se tem levado a cabo na Ásia-Pacífico. Recomendamos que esta sirva de
exemplo para outras regiões, incluindo nestas experiências, quando seja oportuno,
a formadores do laicado dominicano.
4. Reconhecemos a riqueza das iniciativas formativas, levadas a cabo em
algumas regiões, que consistem em partilhar, irmãs e irmãos, juntos, espaços
comuns de formação inicial (Cf. Capítulo do México 11). Recomendamos que em
cada região se implementem, tanto quanto seja possível, estas experiências
durante o período de formação inicial.
5. Recomendamos que as diferentes entidades da Família Dominicana de cada
região que possuem Universidades, Faculdades, Institutos ou Colégios, ofereçam
aos membros da dita Família os meios convenientes para favorecer a sua
formação dominicana.

Recomendação
(433) Pastoral juvenil: Recomendamos aos frades e convidamos outros membros
da Família Dominicana que a pastoral juvenil seja uma opção prioritária da nossa
missão comum.

Exortação
(434) Comunicações: 1. Existem já muitas iniciativas para favorecer a
comunicação no interior da Familia Dominicana. Exortamos os seus responsáveis
a acrescentar e a melhorar na medida do possível tal serviço.

2. Encomendamos ao Promotor de Internet que crie um «portal», no qual se


indique como aceder facilmente a espaços que sejam de interessse para a Família
Dominicana..

Encomenda e Recomendação

(435) Agradecemos o relatório apresentado pela comissão pedida pelo Capítulo


Gerald e Bolonha (42) acerca do «carisma da pregação por mulheres e homens
da Ordem dos pregadores».
Encomendamos aos Assistentes para a Vida Intelectual e para a Vida Apostólica
continuarem o estudo deste tema com a ajuda de peritos de diversas partes do
mundo

(436) Recomendamos aos membros da Família Dominicana que, juntos, homens


e mulheres, assumam o ministério da pregação em temas como a família, os
valores sociais, o sentido cristão da economia e da política, a formação dos jovens
e na elaboração e execução de programas de rádio e televisão.

(439) Agradecemos ao Promotor Geral da Família Dominicana o «catálogo de


experiências de colaboração em Família dominicana» apresentado a este Capítulo

183
Geral, e esperamos que continue ampliando-o, e que o dê a conhecer dentro da
Família Dominicana.

O LAICADO DOMINICANO
(440) Alegramos-nos pela vitalidade crescente de tantas Fraternidades Leigas
Dominicanas e pelo surgimento de novos grupos de leigos dominicanos em tantas
e diversas partes do mundo. A sua presença é «uma fonte de nova vida para a
Ordem»” (Relatio Magistri, 6.5.2) e um enriquecimento para a sua missão. A lúcida
e mais comprometida tomada de consciência dos leigos da sua vocação e missão
laical na Igreja, e na Ordem e no mundo; a forte atracção do carisma dominicano;
a missão de pregar a Palavra de Deus neste mundo em mudança; e a vitalidade e
opções apostólicas da Família Dominicana são um estímulo e uma provocação
evangélica a encarnar, de maneiras diversas, a vida e missão dominicanas a partir
da peculiar condição laical eclesial.

(441) As Fraternidades Leigas Dominicanas estão a renovar-se e a


rejuvesnececer em alguns países (Cf Relatio Magistri, 6.5.1). Não sucede da
mesma forma noutros. Possivelmente, tal se deve à superação ou não de velhos
esquemas; à atenção, interesse e acolhimento que os frades lhes tenham; e á
qualidade de formação que lhes é oferecida. Por vezes, nós, frades, não
compreendemos, e portanto, não valorizamos a sua vocação no seio da Ordem ao
serviço da sua missão como leigos nos diversos âmbitos do tecido humano
secular: familiar, político, sócio-cultural, económico e cultural (Cf Lumen Gentium
31). Esta nossa deficiência já foi advertida pelo Capítulo de Bolonha (34.3) e,
recentemente, pelo Mestre da Ordem, Timothy Radcliffe, na sua «Relação sobre o
estado da Ordem» (n. 34,3.- Relatio Magistri, 6.5.1).

(442) Para além das fraternidades Leigas Dominicanas, estão a surgir novos
grupos de laicado dominicano. «Por vezes, existe uma preocupação de que estes
novos grupos estejam a deixar à margem as fraternidades leigas […], no entanto
não pode haver qualquer rivalidade. As Fraternidades tem um papel insubstituível
na vida da Ordem» (Relatio Magistri, 6.5.2.), e cada um dos novos grupos
(Movimento Juvenil Dominicano, Voluntariado Dominicano Internacional,
Movimentos de Associados às Congregações de Irmãs, Leigos associados a
frades, etc.) vivem, à sua maneira, os valores dominicanos básicos de oração,
estudo, comunidade e pregação em diferentes âmbitos.

Recomendações e Declarações

(443) Recomendamos encarecidamente aos frades que acompanhem


diligentemente os leigos dominicanos oferecendo-lhes o melhor de sí mesmos, em
benefício deles e da sua missão, e tenham a abertura generosa para acolher a
riqueza que eles lhes podem oferecer na diversidade da sua condição laical.

(444) Como requisitos para o reconhecimento de novos grupos de leigos dentro da


Família Dominicana, recomendamos, baseando-nos nas sugestões do Capítulo de
Bolonha [n. 177], os seguintes:

184
1. Participar na missão dominicana de pregar e ensinar a Palavra de Deus.
2. Participar e colaborar activamente nas realizações concretas da missão local e
universal da Ordem.
2. Um governo que expresse a tradição democrática e comunitária da Ordem.
3. Comunidade de vida e oração, unidade na intercessão com toda a Ordem;
formação e estudo para o ministério da Salvação e das tarefas apostólicas a que
tenham sido chamados.
4. Conhecimento e apropriação da história da Ordem, das suas origens e
espiritualidade.
5. Adesão à missão da Ordem, ainda que sem qualquer compromisso formal, ou
fazendo-o de forma progressiva através de promessas ou outras formas de
compromisso temporário ou perpétuo.

(445) Recomendamos ao Promotor Geral do Laicado Dominicano, em colaboração


com os seus pares a nível internacional e nacional que:
1. no seu acompanhamento aos grupos do laicado dominicano, que estes
procurem, nos seus ritmos dinâmicos de rejuvenescimento e crescimento, serem –
por um lado – fiéis à nossa genuína tradição e – por outro – estejam iluminados e
estimulados pela criatividade teologal dominicana, para alcançar o discernimento
comunitário da sua própria identidade de vida e missão nos tempos actuais.
2. além de animar a vida e missão desses grupos, sejam-lhes oferecidas as
melhores possibilidades para a sua formação, já que a preparação para a missão
do leigo dominicano «pressupõe uma profunda formação na nossa tradição
teológica. Esta é mais do que simplesmente conhecer a vida de São Domingos e
de Santa Catarina. É uma iniciação á nossa maneira de fazer teologia, seja ou não
de forma académica.» (Relatio Magistri, 6.5.1).
3. veja da conveniência de organizar encontros internacionais de delegados de
Leigos Dominicanos juntamente com os Promotores do Laicado Dominicano. O
objectivo destes encontros será: encontrar maneiras de promover o Laicado a
nível nacional, regional e internacional; discernir as melhores estruturas que
favoreçam este fim; designar, de maneira provisória, delegados leigos para
participar em certas instâncias da Família Dominicana onde não estejam ainda
representados.

DECLARAÇÃO

(446) Constatamos que não está previsto na «Regra das Fraternidades Leigas de
São Domingos» a possibilidade de dispensa ou demissão de membros das
fraternidades depois dos seus compromissos definitivos.
Até que o assunto seja integrado num edição revista da Regra, declaramos que os
Provinciais, a petição dos Conselhos locais das Fraternidades, tem autoridade
para dispensar ou demitir membros das Fraternidades depois dos seus
compromissos definitivos.

185
MOVIMENTO JUVENIL DOMINICANO

(447) Assumimos íntegramente as declarações e exortações do capitulo geral de


Bolonha acerca do Movimento juvenil Dominicano [160-165].

(448) Exhortamos os frades a que forneceçam informação adequada sobre o


Movimento Juvenil Dominicano, dando-o a conhecer e considerem a possiblidade
de integrar em tal movimento os grupos de jovens com que trabalhem.

(449) Exortamos aos Promotores do Laicado Dominicano a que, tanto a nível


local, regional, nacional, continental e internacional, integrem o Movimento Juvenil
Dominicano nas estruturas de promoção e organização do Laicado Dominicano e
da Família Dominicana.

MOVIMENTO INTERNACIONAL DE VOLUNTÁRIOS DOMINICANOS

(450) Assumimos integralmente as declarações e exortações do Capítulo Geral de


Bolonha acerca do movimento Internacional de Volintários Dominicanos [166-170].

(451) Sugerimos a quem de direito que o Comité que anima e coordena o


Movimento Internacional de Voluntários Dominicanos considere a possibilidade de
integrar irmãs, leigos e frades, a fim de que este programa de colaboração seja
realmente comum.

Do Relatório do Mestre Geral

(…) 6.5. Os Leigos Dominicanos

6.5.1. As Fraternidades
As Fraternidades Leigas Dominicanas tem vindo a renovar-se e a rejuvenescer em
muitos lugares, por exemplo nos EUA, Alemanha, Holanda, Uruguai, México,
Lituânia, Letónia e Vietname. Em alguns outros países, as Fraternidades
encontram dificuldades para atrairem membros mais novos. A vitalidade das
Fraternidades depende em larga medida de como as vejamos como nossas
activas colaboradoras na missão da Ordem, tendo uma contribuição que apenas
elas podem dar, atendendo à sua experiência como leigos e do seu próprio saber.

Por vezes os frades veêm os membros das Fraternidades como piedosos


discípulos a quem caberia apenas o papel de nos escutarem. Alguns leigos
dominicanos adquirem conhecimentos académicos em áreas como a economia,
ciência, ecologia, sociologia, etc., que podem auxiliar a Ordem na participação de
debates na sociedade. Outros têm exepriência na indústria ou nas artes. Alguns
ajudam-nos a chegar a grupos que por vezes estão bem longe da Igreja, como
sejam os jovens e os pobres. Em segundo lugar, a preparação para a missão
implica uma profunda formação na nossa tradição teologal. Tal é muito mais do

186
que conhecer a vida de São Domingos e de Santa Catarina. É uma iniciação à
nossa forma de fazer teologia, seja académica ou não.

Eu nomeei o Fr. Jerry Stookey OP como Promotor dos Leigos (B 171), cuja
principal missão tem sido a de desenvolver ligações entre os leigos. Já existe o
Conselho Europeu das Fraternidades Leigas Dominicanas, o Concelho Inter-
Provincial de Leigos Dominicanos da América do Norte, e o Concelho do Laicado
Dominicano da América Latina na América do sul. Espero que em breve,
estruturas regionais semelhantes se possam estabelecer na Ásia e em África, e,
eventualmente, um Conselho Internacional das Fraternidades Leigas
Dominicanas. Jerry está a desenvolver esforços no sentido de providenciar
traduções oficiais da Regra.

6.5.2. Novos Grupos de Leigos Dominicanos


Novos grupos continuam a surgir, como o Movimento jovenil dominicano
internacional, os Voluntarios Dominicanos, Dominicanos do Paz e Acção, os
Professores Leigos Dominicanos, Ubi Caritas, etc. Tais grupos são uma fonte de
vida nova para a ordem. Por vezes existe alguma preocupação que tais novos
grupos venham a marginalizar as Fraternidades. É verdade que, por vezes, numa
família os mais novos recebam mais atenção, mas não pode existir competição.
As Fraternidades têm um papel insubstituível na vida da Ordem. As Fraternidades
podem ter um papel importante na fundação, animação e formação de tantos
destes novos grupos, os quais, pelo seu lado, podem vir a contribuir para a
renovação das Fraternidades.

O Movimento Juvenil Dominicano Internacional (IDYM) continua a crescer em toda


a Ordem. Os mais novos trazem o seu entusiasmo a sua vitalidade e as suas
questões. Muitos são ainda dependentes do empenhamento dos seus animadores
– leigos ou religiosos – para manterem e desenvolverem o movimento, que pode
rapidamente mingar e desaparecer se não existir continuidade. Tal como em
muitos outros novos movimentos existem ainda questões básicas a serem
enfrentadas. É o IDYM uma federação de diferentes grupos ou é mero apoio
central? O que sucederá aos seus membros quando deixarem ser jovens? Qual é
o papel das religiosas e dos frades neste movimento, membros ou meros
assistentes? Quais os critérios para o reconhecimento de um grupo como aprte
deste movimento?

Desde que cheguei a Santa Sabina que sonhei com a criação de um movimento
de voluntariado na Ordem, de leigos, que assumissem um compromisso
temporário para partilharem a tempo inteiro a missão da Ordem. Eu não tinha
noção de quantas províncias e congregações tinham já tal tipo de programas.
Bolonha 168 recomendava a fundação dos Voluntários Dominicanos Internacional
(DVI) de forma a desenvolver este novo contributo para a missão da Ordem. Foi
dado o seu início na Assembleia Mundial de Manila da Família Dominicana. É
necessário continuar a reflectir sobre a sua organização. É preciso o envolvimento
a tempo inteiro de pelo menos uma pessoa, religiosa, frade ou leigo, um

187
orçamento e um escritório devidamente equipado de forma a poder estar em
contacto com todos os ramos da Ordem.

6.5.3. A Comissão Internacional da Família Dominicana


A Comissão Internacional da Família Dominicana integra os promotores da
Família Dominicana, das Monjas, dos Leigos, a coordenadora das DSI e o Mestre
Geral.Todos os membros têm os seus gabinetes em Santa Sabina pelo que é fácil
á comissão reunir. O documento de Bolonha coloca uma série de desafios à
Comissão (150). Alguns ramos da Família Dominicana, como o YDIM, acreditam
ser melhor alargar o âmbito da Comissão. Tal implica algumas vantagens, mas
seria mais difícil convocar a Comissão. Deve a Comissão da Família Dominicana
ter outra composição ou não?

CAPÍTULO GERAL DE CRACÓVIA - 2004


104. EXORTAÇÃO
Nós reconhecemos o facto de onde existem membros da Família Dominicana
colaborando em projectos concretos de pregação, grupos de jovens e de leigos
tem crescido a Ordem no seu todo, ganho maior vitalidade e presença.
(cf. the Relatório do Mestre da Ordem, Cracóvia 13). Em linha com o disposto em
Providence 427, nós

EXORTAMOS que tais projectos e fundações da Ordem sejam representativos de


toda a Família Dominicana e que sejam realizados esforços para que outros
ramos da Ordem tomem parte na planificação inicial desses projectos e
fundações.

105. EXORTAÇÃO
Nós CONFIRMAMOS e APRECIAMOS o Movimento Juvenil Dominicano
Internacional (MJD) pela resposta generosa e energia colocado na resposta ao
desafio de serem pregadores no mundo, nos locais onde vivem, trabalham e
estudam, especialmente às jovens, mulheres e homens dos dias de hoje. Eles são
verdadeiramente companheiros na pregação, transportando a luz do Evangelho e
esperança da nossa missão. Nós ENCORAJAMOS os frades a colaborarem com
a Comissão Internacional do IDYM, bem como os promotores gerais para os
Leigos e para a Família Dominicana e o director dos Voluntários Dominicanos
Internacional (DVI), para continuarem a integrar esses grupos na missão da
pregação da Ordem (Providence 448, 449).

106. EXORTAÇÃO
De acordo com o estabelecido no nº430 de Providence e de forma a facilitar a
colaboração com todos os ramos da Família Dominicana, é fundamental a
existência de estruturas regionais ou continentais da Família Dominicana. Nós
EXORTAMOS o Promotor Geral da Família Dominicana de forma a assegurar o
estabelecimento dessas estruturas quando ainda não existam.

188
107. EXORTAÇÃO
Tendo em conta o facto de que a nossa pregação deve ser exercida – tanto
quanto possível – em família, nós EXORTAMOS que desde a formação inicial dos
nossos membros mais novos seja dada a oportunidade de participarem em
projectos de formação e apostolado com outros membros da Ordem, homens e
mulheres (cf. Bolonha 41).

(…)

285. A Família Dominicana


1. O que vos seja sussurrado ao ouvido, gritai-o do alto das montanhas (Mt 10,
27). Num mundo que se tem tornado cada vez mais uma aldeia mas em que
eprsistem profundas fracturas, numa igreja que proclama o valor de cada vocação,
a Família Dominicana deve ser um modelo de integração e de respeito de
identidades. Está em jogo o impacto e o peso da nossa pregação: filhos e filhas da
Igreja, pela nossa especificidade de pregadores somos imagem de Cristo, reflexo
da beleza do Reino que vem. A Família de São Domingos é desde a origem um
lugar de comunhão onde se inscrevem diferentes relações: entre frades e monjas
que fazem a sua profissão diante do Mestre da Ordem, entre leigos, irmãs e
irmãos em missão, entre membros ordenados pelo sacredócio ministerial e
participantes do sacerdócio comum dos baptizados.

Ordenações
286. Nós ordenamos que, no caso em que se pretenda nomear Promotor
Provincial do Laicado ou assistente de uma Fraternidade uma pessoa que
dependa de uma jurisdição diferente da dos Frades da Ordem, tal deva ser objecto
de um acordo prévio escrito com a autoridde competente.

Recomendações

287. Nós recomendamos que cada Província ou Vicariato determine nos seus
estatutos as formas e momentos de presença de representantes dos outros ramos
da Família Dominicana nos capítulos da Província ou do Vicariato.

Exortações

288. Nós exortamos todas as entidades da Ordem a intensificar a


colaboração com os outros ramos da Família Dominicana. Em particular,
dentro do espírito do nº40 das ACG de Bolonha, nós exortamos as
provinciais e vicariatos a favorecer a presença de monjas, irmãs e leigos
nos capítulos e assembleias.

289. Nós exortamos os frades a não admitirem pessoas a título de


«membros privados» no laicado da Ordem ao receberem a sua profissão,

189
mas a colocá-los em contacto com a Fraternidade leiga dominicana mais
próxima ou com um membro do Conselho provincial ou vicarial do laicado.

290. Nós exortamos todos os Priores Provínciais ou Vicarais a consultar o


Conselho Provincial do Laicado antes de nomear o Promotor Provincial e a
consultar o Conselho local da Fraternidade antes de nomear o assistente
religioso como é exigido igualmente pelos números 20 e 21 C da regra das
Fraternidades leigas Dominicanas.

291. Nós exortamos todos os Priores Provinciais ou Vicarais a consultar


os Promotores Provinciais antes de nomear um assistente religioso de
uma Fraternidade.

RELATÓRIO DO PROMOTOR GERAL DO LAICADO DOMINICANO


- 2004
O Fr. Jerry Stockey, dos EUA, foi nomeado pelo Mestre Geral Fr. Timothy
Radcliffe, em Setembro de 1999, Promotor Geral do Laicado Dominicano
(que envolve as Fraternidades e os demais grupos laicais da Família
Dominicana). No Capítulo Geral de Cracóvia, realizado em 2004 apresentou
o seguinte relatório, referente á actividade desenvolvido e reflexões sobre as
Fraternidades e o Laicado Dominicano em geral:

A. PROMOTOR GERAL E OS CAPÍTULOS GERAIS:

1. Objectivos: O Capítulo Geral dos Frades em Bolonha, 1998, Actas No. 171,
recomendou a nomeação de um Promotor Geral dos Leigos Dominicanos para
desempenhar os seguintes objectivos:

i. Representar o Laicado a nível internacional.


ii. Ajudar a estabelecer laços entre os diferentes grupos dentro do Laicado
Dominicano.
iii. Animar os leigos a formar organizações regionais e continentais.

Além disso, o Capítulo Geral dos Frades em Providence, 2001, recomendou que o
Promotor Geral deveria:

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iv. Assegurar que os grupos de leigos Dominicanos…Sejas fiéis à sua
genuína tradição…e que eles sejam iluminados e estimulados pela
criatividade teologal Dominicana…(Actas No. 445.1);

v. Oferecer-lhes as melhores possibilidades para a sua formação (Actas


445.2);
vi. Determinar a conveniência de organizar encontros internacionais de
Delegados leigos Dominicanos juntamente com os Promotores do Laicado
Dominicano. O objectivo desses encontros será procurar encontrar formas
de promover o laicado a nível nacional, regional e internacional; discernir
as melhores estruturas que favoreçam este fim; designar, de maneira
provisória, delegados leigos para participar em certas instâncias da
Família Dominicana onde ainda não estejam representados. (Actas
445.3).

O Capítulo Geral dos Frades em Providence, 2001, também exortou aos


Promotores do Laicado Dominicano para que:

vii. A nível local, nacional, continental e internacional, integrassem


o Movimento Juvenil Dominicano na construção da promoção e
organização do Laicado Dominicano e da Família Dominicana.
(Actas No. 449).

2. Evolução destas tarefas: Desde a minha nomeação como Promotor Geral, a


qual teve início em Setembro de 1999, trabalhei para alcançar tais objectivos junto
ao Laicado Dominicano. Seguindo as tarefas anteriormente enumeradas, realço o
seguinte:

i. Represento o Laicado Dominicano em várias instâncias a nível


internacional, tal como servir na Comissão Internacional da Família
Dominicana (Bolonha, 149-150) e na Comissão para a aceitação de
novas entidades na Ordem.

ii. Durante os últimos 5 anos continuei a apoiar os esforços para levar os


diferentes grupos de Laicado Dominicano a uma melhor relação,
especialmente participando em diversas assembleias das Fraternidades
Leigas Dominicanas ou em reuniões da Família Dominicana em
diferentes países.

iii. A formação de organizações regionais e continentais foi uma das


minhas maiores tarefas nos últimos anos. Os meus esforços foram
dirigidos principalmente para as Fraternidades Leigas Dominicanas
(Terceiros), as quais representam o modelo histórico de vida
dominicana, sendo além disso as mais numerosas. Mencionarei as suas
organizações mais adiante, na Parte C; Também ajudei os grupos de
leigos dominicanos de origem mais recentes para que estabeleçam as

191
suas próprias organizações regionais e continentais quando seja
possível, como a rede nacional das congregações dos Associados
Leigos das Irmãs Dominicanas nos Estados Unidos, o Dominican Lay
Scholars Community. Tem sido poucos os esforços para formar
organizações regionais e continentais que entrelacem todo o tipo de
leigos dominicanos. Em Lima, Perú, Agosto 2003, as Fraternidades
Leigas Dominicanas de América Latina converteram a sua organização
continental, LAIDALC (Laicado Dominicano de América Latina e do
Caribe), numa rede que procura incluir todos os tipos de grupos de
leigos dominicanos desse continente. Nessa altura, elegeram um dos
seus membros, Héctor Mandujano (México), para coordenar a fundação
do novo LAIDALC.

iv. Como Promotor Geral, recomendo a todos os grupos laicais


dominicanos a serem fiéis à nossa genuína tradição com a criatividade
teologal dominicana. Tal se conseguirá com a ajuda dos Promotores
Provinciais e com bons Assistentes Religiosos em cada grupo. O
Capítulo Geral dos Frades em Bolonha (No. 177) y de Providence (No.
144) proporcionou os requisitos para reconhecer os novos grupos de
leigos dentro da Família Dominicana precisamente para assegurar a
observância à tradição dominicana. Geralmente, vejo que os grupos
dominicanos estão trabalhando seriamente para serem autenticamente
“Dominicanos”.

v. A Formação do Laicado Dominicano é uma grande prioridade.


No caso das Fraternidades Leigas Dominicanas (Terceiros), a formação
é uma parte essencial da sua Regra (Nos. 11–13) para aceitar novos
membros e também para a formação contínua dos seus membros
permanentes.
Devido a que os grupos de leigos dominicanos sejam únicos, ou seja,
organizações independentes em cada país, é um desafio maior
monitorar a sua preparação para a missão dominicana.
É necessário que quem seja responsável por esses grupos possa
garantir que o estudo e que a formação da tradição dominicana faça
parte do seu programa. Alguns deles indicam ter uma estrutura,
estatutos, compromissos formais ou um programa de formação
obrigatório como grupo laical dominicano, significando que o seu
“estudo” deva ser avaliado em diferentes etapas. Ainda assim, devemos
todos ajudar os grupos de leigos dominicanos a estudar e usar as
melhores possibilidades de formação disponíveis.

vi. A recomendação do Capítulo Geral de Providence para a conveniência


da realização de encontros internacionais de delegados de leigos
dominicanos (Actas 445.3) foi seriamente tida em conta.

Como anteriormente mencionei no ponto No. 2.iii, o LAIDALC


aspira a formar uma rede com todos os tipos de grupos de leigos

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dominicanos da América Latina. Mas muito se conseguiu até agora,
e seguramente os delegados não foram ainda convocados para
nenhuma reunião internacional. Nenhum outro continente começou
um projecto semelhante de colaboração entre os diferentes grupos
de leigos dominicanos.

Por contraste, o Dominican Sisters International (DSI) procura


interligar as 160 congregações de irmãs dominicanas. Isto poderia
servir de modelo para o que poderia ser o Laicado Dominicano
Internacional. No entanto, como as irmãs, o Laicado Dominicano
deve começar: primeiro com encontros nacionais, depois estruturas
regionais, e finalmente reuniões internacionais de delegados. Isto
significa um trabalho lento, e pessoalmente quis sugerir um não, na
altura, à intenção de um encontro internacional de delegados.
Estou certo que já existem mais de 160 classes únicas de grupos
de leigos dominicanos no mundo! Devem, no entanto, primeiro
formar entre si redes laicais a um nível nacional e regional.

Dito isto, explicarei na Secção C que as Fraternidades Leigas


Dominicanas (Terceiros) solicitaram um Congresso Internacional
para tratar os problemas internos apenas para a sua própria
organização. Tal não se deve a razões de exclusividade, mas
simplesmente como equivalente ao de uma congregação de Irmãs
Dominicanas tendo o seu próprio Capítulo Geral. Isto é um pouco
diferente de um encontro internacional do DSI ou de um que inclua
delegados de outro tipo de grupos leigos dominicanos.

Mesmo assim, creio que toda a Família Dominicana deveria


promover vocações para o Laicado Dominicano, e incentivá-los a
construir redes entre os mesmos ramos do Laicado Dominicano.

vii. A integração do Movimento Juvenil Dominicano (MJD) na promoção e


organização do Laicado Dominicano e Família Dominicana é também
um grande desafio de Providence (No. 449). Creio que se deveria
efectuar uma maior promoção vocacional como Família, e portanto,
gostaria de ver incluídos juventude e Laicado em toda a promoção! O
Movimento Juvenil Dominicano Internacional (MJDI) recomendou a
existência de grupos MJD locais e nacionais criados por representantes
de cada rama da Família, para que juntos promovam e apoiem os
jovens.

Em Fevereiro de 2003, assisti à Conferência dos Superiores Maiores


Dominicanos da Ásia-Pacífico, momento no qual se desenvolveu uma
nova estrutura para incluir representantes de cada ramo da Família,
incluindo os jovens representantes dominicanos, aos quais apoiaram
activamente. No mesmo sentido, a Assembleia da Família Dominicana
da América Latina em Agosto de 2003 estabeleceu um Comité da

193
Família Dominicana com representantes de cada ramo da Família
incluindo os jovens dominicanos. Alguns consideram o MJD como a 5º
ramo da Família Dominicana!

Muitas estruturas da Família Dominicana já incluem leigos e jovens a


nível local e nacional. No entanto, não vejo tanto estruturas da Família
Dominicana a nível continental e internacional. Como anteriormente
mencionei em 2.vi, os grupos laicais dominicanos não estão ainda
interligados entre si. À medida que comecem a fazê-lo, será apropriado
acolher aos grupos de jovens dominicanos, já que eles também são
leigos. No entanto, o MJDI e alguns grupos de leigos parecem opor-se
uns aos outros, e querem necessariamente ter jovens e leigos numa
estrutura integrada. Muitos grupos MJD não incentivam os seus
membros a participar nos grupos dominicanos já estabelecidos.

3. Tarefas adicionais: Desde o último Capítulo Geral, o posto “a tempo integral” de


Promotor Geral do Laicado Dominicano reduziu-se a tempo parcial, devido à
minha nomeação como Assistente do Mestre para os Estados Unidos, em Julho
de 2001.

Tal alteração teve como resultado algumas consequências importantes. Mais


precisamente, as operações e serviços do Secretariado do Laicado Dominicano
tornaram-se necessariamente mais demoradas, e ao mesmo tempo teve um
incremento de exigências. Isto é especialmente real em termos de comunicação
(telefone, correio electrónico, correspondência) e administração do secretariado
(completar e manter listas de contactos, actualizar o sítio web, fotocopiar).

Ao mesmo tempo, a relação entre os meus dois trabalhos a meio tempo implica
estar muito tempo seguido fora do secretariado do Laicado, e por largos períodos
de tempo. Um mês na rua como Promotor Geral do Laicado seguido
imediatamente por outro mês fora de Roma como Assistente do Mestre para os
Estados Unidos ou cumprindo tarefas para o Mestre como visitante canónico.
As sessões plenárias, com a duração de mês em Maio e Novembro, bem como as
reuniões semanais do Conselho Geral simplesmente não permitem um programa
de trabalho regular no secretariado do Laicado Dominicano.

Algumas tarefas importantes requerem uma grande quantidade de tempo como


por exemplo incrementar fundos ou preparar conferências periodicamente. Muitas
vezes é necessário viajar à volta do mundo, mas devo recusar mais convites do
que aqueles que posso aceitar, ainda que quem me convida considere que o
Promotor Geral deveria visitar as suas Províncias!. Tudo indica que o trabalho a
desempenhar é maior que as reais possibilidades de um Promotor a meio tempo
conseguir levá-lo a cabo num mandato de 6 anos! O Secretariado do Laicado
contratou uma secretária a meio tempo (6 horas semanais), o qual é insuficiente
para as necessidades que tem os milhares de leigos dominicanos em todo o
mundo. Geralmente, Santa Sabina não pode disponibilizar secretários, tradutores,

194
angariadores de fundos, etc. para os vários secretariados, entre eles, os do
Laicado Dominicano.

Como Promotor Geral do Laicado Dominicano, tenho tarefas adicionais, resultado


de reuniões com outros grupos eclesiásticos, com o Grupo de Promotores
Dominicanos em Santa Sabina, e outros ramos da Família Dominicana. Por outras
palavras, tudo isto significa que o Laicado Dominicano tem apenas um Promotor
Geral a meio tempo para corresponder a tantas necessidades.

B. LAICADO DOMINICANO:

1. Novo Laicado Dominicano: Como mencionei anteriormente, há uma ampla


variedade de grupos laicais dominicanos no mundo, muitos deles apenas surgindo
nos últimos 40 anos, como mencionado também nas Actas dos recentes Capítulos
Gerais.
Estes podem ser caracterizadas principalmente do seguinte modo:

i. Grupos fundados por, ou afiliados a uma ramo particular da Família


Dominicana como seja uma congregação de Irmãs Dominicanas,
grupos de oradores dominicanos, novas fraternidades com
estatutos congregacionais, grupos de jovens, grupos de voluntários,
etc.;
ii. Institutos Seculares e Virgens Consagradas;
iii. Organizações formais e associações piedosas fundados por um
indivíduo (geralmente dominicano) com uma finalidade espiritual ou
apostólica, por exemplo FASTA na Argentina, Dominican Lay
Scholars Community nos Estados Unidos, Kerygma em Malta, etc.;
iv. Grupos ecuménicos e misturas com elementos da Família
Dominicana, como Jubilatio em França, Laicado Dominicano de
Speyer, Alemanha, etc.;
v. Confrarias (que actualmente tem uma larga história) como as
Confrarias do Rosário, confrarias de S. Tomás ou de S. Martinho de
Porres na América Latina, etc.
vi. Grupos alternativos dominicanos, como a fraternidade laical de
Glasgow, Escócia, vários grupos de pregadores leigos, etc. Como
indicou o Capítulo de Bolonha, há tantos grupos de leigos
dominicanos “que surgiram como alternativas às tradicionais
fraternidades Dominicanas. Em general, estes leigos não desejam
em primeiro lugar integrar-se a numa estrutura, mas sim participar
na missão da Ordem como agregados individual ou familiarmente a
alguma comunidade dos frades e das suas actividades.” (Actas No.
174).

2. Falta de atenção: Continuo a descobrir mais grupos de leigos dominicanos ao


longo do caminho, no entanto, confesso, não fui certamente capaz de lhes dedicar
muita atenção.

195
Como deveriam relacionar-se uns com os outros como “ramo laical” da Família
Dominicana tal está ainda dependente, como já mencionei anteriormente.
Actualmente, posso apenas assistir ao grupo mais numeroso e histórico do
Laicado Dominicano, conhecido como Fraternidades Leigas Dominicanas (FLD),
ou antigamente a “Ordem Terceira Dominicana (Terceiros)”.

C. FRATERNIDADES LEIGAS DOMINICANAS (FLD):

4. Fraternidades Leigas Dominicanas (FLD): Sem ter um levantamento preciso,


posso estimar que há mais de 100,000 leigos que fizeram as suas
promessas de acordo com a Regra das Fraternidades Leigas de São
Domingos (Montreal, 1985; aprovada pela Congregação dos Institutos
Religiosos e Seculares, 1987; promulgados por Damian Byrne, OP, 1987).

Considerando apenas o Vietname, este declarou mais de 80,000 membros das


FLD, facto de que dificilmente se poderia acreditar até que lá fui e vi com os meus
próprio olhos!

2. Directório: FLD funciona quotidianamente de acordo com um Directório


Provincial, aprovado, o qual deve ser redigido localmente, funcionando como
estatutos. Muitas províncias leigas têm ainda que escrever o seu Directório
provincial e obter a aprovação por parte do Provincial.

3. Pregação: de acordo com a sua Regra, os membros das FLD participam na


missão apostólica da Ordem através da oração, do estudo, e a pregação de
acordo com a condição laical (No. 4). E este aspecto do carisma da pregação
laical continua sendo da maior relevância à medida que as FLD se renovem. As
Fraternidades não deverão ser apenas grupo de oração, nem grupos de estudos
laicais, mas pelo contrário, serem parte integral da missão de pregação da Ordem,
tal como fez o próprio Domingos com os leigos desde o início.

4. Redes: Como incentivou o Capítulo Geral, as FLD continuam a formar redes


regionais e internacionais entre as fraternidades. Tal possibilita uma melhor
comunicação e formação entre as fraternidades que seguem a mesma Regra.
Concretamente, formaram-se as seguintes redes regionais:

i. ÁFRICA: o African Council of Lay Dominican Fraternities (ACLDF), o


qual inclui três zonas mais pequenas com coordenadores eleitos
ii. ASIA – PACIFICO: o qual realizará a sua primeira assembleia com
todos os presidentes das FLD na Asia-Pacifico entre 12 a 19 de
Agosto, 2004 em Caleruega, Filipinas. Com esta assembleia, cada
continente terá estabelecido uma rede regional de FDL;
iii. EUROPA: o European Council of Lay Dominican Fraternities
(ECLDF) reúne os presidentes provinciais das FDL numa assembleia
a cada 3 anos, e na qual elege um Conselho com 5 membros.
Tiveram recentemente a sua VIª Assembleia Europeia.

196
iv. AMERICA LATINA E CARAÍBAS: O Consejo de las Fraternidades
Laicales Dominicanas de América Latina y el Caribe (COFALC), que
inclui 3 zonas mais pequenas com coordenadores eleitos;
v. AMERICA DO NORTE: o Dominican Laity Inter-Provincial Council
(DLIPC) o qual organiza rotativamente a sua reunião bianual de
província em província.

5. ICLDF: o International Council of Lay Dominican Fraternities (ICLDF) é


composto por um membro eleito pelas mencionadas redes regionais, tendo um
mandato de 3 anos. Durante a sua reunião anual em Abril de 2004, decidiu
convocar um congresso internacional dos representantes das FLD em Agosto de
2006, em Buenos Aires, Argentina. Este congresso tentará dar solução a vários
temas pendentes desde o seu último congresso em Montreal, 1985. Um objectivo
bem claro é o de estabelecer uma organização internacional permanente para que
as FLD possam operar como uma entidade laical dominicana autónoma,
colectivamente com a Família Dominicana, e mais efectivamente ano após ano.

D. DESAFIOS:

O Laicado Dominicano tem muitas esperanças e sonhos e ao mesmo tempo


encara muitos desafios. No entanto, visto que é um relatório para o Capítulo Geral
dos frades, Quero propor alguns desafios, os quais estão mais relacionados com o
ramo dos frades na Família, a respeito da sua relação com o Laicado Dominicano:

1. Promotores e Assistentes Religiosos: De acordo com a Regra das FLD, o


Promotor Provincial pode ser um irmão ou uma irmã (No. 20.b). De igual modo,
cada fraternidade local ou capítulo deverá ter um Assistente Religioso, o qual
poderá ser um irmão, uma irmã ou uma pessoa leiga (No. 21.c e Declarações
adicionais). Se o princípio se cumpre, então o Promotor Geral do Laicado
Dominicano deve ser também um irmão, uma irmã ou uma pessoa leiga. De facto,
o Capítulo Geral de Bolonha recomendou que o Promotor seja preferencialmente
uma pessoa leiga (Actas No. 171).

Parece-me que há uma grande necessidade por parte dos frades e do Laicado
Dominicano de encontrar os melhores Promotores Provinciais, Assistentes
Religiosos [Promotores locais] e Promotores Gerais – visando ir um pouco para
além dos frades para chegar a incluir as irmãs e os leigos, e assim nomear quem
for mais adequado. Por outro lado, tais nomeações devem realizar-se através de
um consulta ao Laicado Dominicano a respeito dos candidatos propostos para
estes cargos, como requer a Regra das FLD(Nº. 20.b e 21.c). No momento de
nomear o Assistente Religioso [Promotor Local] para uma Fraternidade, o
Promotor Provincial deve ser consultado (Nº. 21.c). Muitas destas regras das FLD
deveriam também ser regras dos próprios frades.

Como o MJDI e os Voluntários Dominicanos Internacionais já aprenderam, um


grupo local de representantes de cada ramo da Família Dominicana realiza uma
promoção mais efectiva. Por tanto, sugiro que também as irmãs nomeiem

197
promotores provinciais e internacionais do Laicado Dominicano, e que as
fraternidades locais proponham um grupo com um frade, uma irmã, e um leigo
para servir como Assistentes Religiosos de cada grupo. Tal poderia ser uma
grande colaboração da Família Dominicana e um movimento eficaz para
estabelecer uma rede de grupos laicais dominicanos. Além disso, muitos dos
novos grupos laicais dominicanos, como os Associados, não prevêem ter um frade
como promotor, já que tais grupos estão geralmente afiliados a um outro ramo da
Família, ou são essencialmente autónomos. Portanto, a união dos promotores seja
por parte dos frades seja da parte das irmãs, seria a melhor forma de servir todo o
Laicado.

2. Liderança Laical: Seja o Promotor Geral um frade ou uma irmã ou 25% de cada
um, o Capítulo Geral de Bolonha recomenda que seja um leigo (Actas No. 171).
Creio que tal foi mais uma tentativa para incentivar um laicado dominicano
autónomo e auto-governado, com uma pessoa leiga servindo talvez como
Secretário-Geral ou algo equivalente, mais do que um Promotor Geral. Todos nós
deveriamos ser promotores do laicado, e creio que deveremos continuar a ter o
papel de Promotores!. No entanto o laicado dominicano precisa também ele da
sua própria liderança, organização, participantes e escritorios a nível local e
internacional. O laicado necessita de se fazer representar na organização da
Família, mais do que ter frades ou irmãs promotores para desempenhar esse
papel. O laicado, que não vive em comunidade como os outros ramos da Família
tema ainda mais necessidade de ter uma sede, um telefone, o básico para se
organizar, em cada provincia. Senão, é muito difícil crer que realmente exista
como organização eclesiástica e não apenas como movimento informal.O meu
desafio está portanto primordialmente dirigido aos Promotores Provinciais e
Assistentes Religiosos para ajudar o laicado a organizar-se e «levar a cabo o seu
próprio trabalho» com líderes qualificados. Não é função dos frades ou das irmãs
controlar o laicado ou fazer o trabalho por eles. Mas também não os devemos
abandonar ou negar-lhes ajuda.

3. Laicado na Missão da Pregação: Exorto os frades e toda a Família Dominicana


a incluir o Laicado Dominicano como companheiros iguais na nossa missão de
pregação. A tarefa de pregação e evangelização pastoral implica que os
dominicanos não possam permitir-se excluir de trabalhar em equipe com os
Leigos Dominicanos! .Precisamos de todos para ajudar a propagar a Boa Nova e
chegar a todo o mundo, em todos os contextos, de forma a «fazer chegar a
Palavra». Muitas provincias estão em decadencia por não terem um Laicado
Dominicano unidos a eles, por não recorrerem à oração em comum, estudos em
comum, por não partilharem uma amizade de apoio por forma a pregarem melhor
juntos como Família.
Geralmente vejo que o Laicado Dominicano estuda a sua fé muito mais que os
católicos em geral, e seria de grande vantagem para o resto da Família
Dominicana se os Leigos fossem incluídos no nosso projecto comum de pregação.

4. Familia o Laicado. É ainda importante clarificar a diferença entre Família


Dominicana e Laicado dominicano. Não são a mesma coisa! De igual modo, há

198
diferença entre Promotores da Familia Dominicana e Promotores do Laicado
Dominicano. Não são a mesma função! Algumas provincias, permitem-se nomear
apenas um frade para ambas as funções, mas lamentavelemente tal termina em
descuido do laicado dominicano em particular. Tal pode estar a ocorrer porque o
numero do laicado dominicano é menor, ou porque há poucos frades disponíveis
para demasiadas tarefas. No entanto, repito, nomear uma irmã, ou um grupo de
frades, irmãs e leigos para promover o laicado dominicano, seria muito mais útil do
que nomear apenas um promotor da Família Dominicana, sem tambem nomear
um promotor do laicado dominicano.

E. CONCLUSÃO:

É um grande privilégio servir como Promotor Geral do Laicado Dominicano, e


muitas vezes brinco dizendo que é o melhor trabalho que se pode ter em Santa
Sabina. Considerando que o meu mandato terminará antes do próximo Capítulo
Geral, gostaria de aproveitar a ocasião para agradecer publicamente ao Fr.
Timothy Radcliffe OP e ao Fr. Carlos Aspiroz OP, pela confiança depositada em
mim e na grande honra que representou trabalhar com eles enquanto Mestres
Gerais da Ordem. É infinito o meu agradecimento ao Laicado Dominicano de todo
o mundo por esta experiência de trabalhar para e com eles para o bem da Santa
Pregação!

Fr. Gerald Stookey, OP


Promotor Geral do Laicado Dominicano
Junho 2004

CAPÍTULO GERAL DE BOGOTÁ – 2007

56. [Petitio] Pedimos a cada Província e Vicariato que promovam a vocação dos
leigos dominicanos no seio da Família Dominicana da sua região, que reflictam
com eles sobre o seu papel de pregadores e que com eles colaborem num
pregação mais eficaz do Evangelho. Nesta perspectiva, pedimos aos frades que
se ponham ao corrente das conclusões do recente Conselho Internacional das
Fraternidades Leigas de São Domingos (Buenos Aires, Março de 2007).

244. [Ordenações] Nós ordenamos que os directórios dos Leigos Dominicanos, a


nível nacional ou Provincial, sejam aprovados pelo Provincial, com o seu Conselho
nas Provincias em que tais entidades sejam estabelecidas.

199
CAPÍTULO GERAL DE ROMA – 2010
Colaboração com a Família Dominicana
(148) Os leigos Dominicanos, como membros da Ordem Dominicana formam uma
família juntamente com as monjas, os frades e as irmãs, e partilham a missão
apostólica da Ordem e da Igreja. Enquanto frades o nosso desafio é o de aceitar e
coordenar a nossa missão de pregação entre os membros da Ordem.

(149) Recomendamos a todas as entidades que a Família Dominicana estabeleça


em cada entidade uma escola ou oficina de pregação aberta a todos os membros
da Família Dominicana, para que possam ser pregadores da palavra em todas as
suas formas: litúrgicas e não litúrgicas de acordo com a vocação de cada um.

(150) Recomendamos que os líderes da Família Dominicana dentro do mesmo


país ou localidade, promovam e facilitem a realização de um retiro comum ou de
uma assembleia de todos os membros da Família Dominicana, pelo menos uma
vez de 3 em 3 anos, nas entidades que ainda não o façam.

(151) Com o fim de chegarmos ao coração de muitos, especialmente dos jovens,


através da nossa pregação, exortamos todos os membros da Família Dominicana
a utilizarem as artes: música, teatro, exposições, literatura, etc., utilizando
sobretudo as modernas tecnologias.

(…)

(182) Recomendamos às nossas comunidades que têm Paróquias a seu cuidado


que promovam o ministério da palavra, a formação bíblica e teológica para os
leigos e a vida consagrada, o compromisso evangélico com os mais pobres e a
aproximação aos que se afastaram da Igreja. Todos eles como elementos
prioritários da missão dominicana em ditas comunidades. Do mesmo modo, que
favoreçam a colaboração apostólica com outros âmbitos da pregação das igrejas
particulares, especialmente a Pastoral Social, o compromisso decidido com os
direitos humanos, o apoio a algumas pastorais especializadas e a formação
teológica dos agentes de pastoral.

(183) Dado que o nosso apostolado é, por natureza, comunitário, recomendamos


aos irmãos que trabalham em paróquias, que fortaleçam a colaboração com a
Família Dominicana, cuidem da dignidade da Liturgia, harmonizem o seu serviço
apostólico ao Povo de Deus com as exigências próprias da vida conventual, e
façam de dita missão um trabalho claramente comunitário.

(…)

As fraternidades leigas dominicanas


(232) «A Ordem dos Pregadores é constituída por aqueles que, pela profissão
(pelos que seguem os conselhos evangélicos, as monjas e os frades) ou o

200
compromisso perante o Mestre da Ordem (pelos membros das fraternidades
leigas e sacerdotais que se comprometem a um modo de vida evangélica
adaptada à sua condição) são integrados na Ordem» (ACG 2001 Providence,
418). Para desfazer certas ambiguidades, lembramos que a noção de vida
religiosa designa a vida consagrada dos membros de um instituto religioso com a
profissão pública dos votos para observar os conselhos evangélicos e a vida
fraterna em comum. Neste sentido, a noção de vida religiosa não é aplicável aos
leigos chamados a viver a sua participação no tria munera Christi no meio das
realidades temporais. É por isso que se torna necessário promover e acompanhar
a formação dos leigos dominicanos na base de uma sólida eclesiologia e da
teologia do laicado.

Os leigos, incorporados na Ordem, participam no carisma de S. Domingos


segundo “a unidade fraterna na única missão da pregação da Palavra de Deus”
(ACG 2001 Providence, 416). Ao mesmo tempo, esta unidade realiza-se segundo
formas distintas de vida dominicana – que se traduzem em formas jurídicas
diversas (LCO, Constituição Fundamental, § IX).
Tendo em conta a distinção, a autonomia e a especificidade dos leigos
dominicanos e dos irmãos, ordenamos aos irmãos que respeitem o nosso direito,
especialmente nos casos seguintes:

1. A responsabilidade moral da Ordem: a Ordem não é, de forma alguma,


responsabilizada por um leigo dominicano, a menos que tenha recebido um
mandato do irmão que tenha essa competência, em, pelo menos, três situações
seguintes: a sua tomada da palavra em público (conferências, publicações,
internet); as suas actividades em instâncias civis ou eclesiásticas; qualquer acto
da sua parte, condenável pela justiça (civil ou eclesiástica).

2. O governo da Ordem: se, a título de convidado especial ou de perito, um leigo


dominicano pode participar numa instância do governo da Ordem, ele não pode,
de modo algum, ter assento habitualmente nessas mesmas instâncias nem aí ter
direito de voto.

3.A administração dos bens: os leigos dominicanos (ou não dominicanos)


contribuem pela sua competência para a administração dos nossos bens. Na
gestão dos nossos bens, o leigo dominicano não pode, de forma alguma, agir
contra as nossas leis (LCO 555), alienar um bem da Ordem, nem administrar sem
o controlo da Ordem (casa, convento, província, Ordem).

201
CAPÍTULO GERAL DE TOGIR – 2013
Fraternidades leigas
187. [Ordinatio] Ordenamos que quando um Prior Provincal pretenda nomear
como Promotor Provincial para as Fraternidades Leigas a alguém que está sujeito
jurisdição diferente da dos frades, realize a nomeação com o acordo prévio da
autoridade competente. Pedimos também ao Mestre da Ordem que inclua este
requisito nas normas das Fraternidades Leigas.

188. [Ordinatio] Ordenamos que os Directórios do laicado dominicano, nacionais


ou provínciais, sejam aprovados pelo Provincial com o seu Conselho naquelas
províncias onde tais fraternidades estejam estabelecidas.

202
CAPÍTULO GERAL DE BOLONHA – 2016
135. Recomendamos que os responsáveis pelos leigos dominicanos ajudem na
sua formação quando solicitados.

137. Dado o Decreto sobre os Leigos do Concílio Vaticano II, exortamos os leigos
dominicanos, IDYM e DVI a criarem oportunidades de diálogo honesto com
aqueles que não são dominicanos, indiferentes ou alienados da Igreja.

256. Exhortatio] Exortamos os superiores maiores e os responsáveis da Família


Dominicana a continuarem a apoiar-se mutuamente e de uma forma especial a
avançarem nas seguintes áreas de colaboração: 1) Criar uma comissão de
formadores dos ramos da Família Dominicana composta pelos professores e pelos
responsáveis da formação nas diferentes fases da formação. O objectivo é
trabalhar em projectos de formação comum e ajuda mútua; 2) Estabelecer uma
equipa comum de promoção vocacional para a promoção e cultivo de novas
vocações para todos os ramos da Família Dominicana; 3) Sempre que possível,
trabalhar na formação permanente em comum, através de encontros, retiros,
cursos de formação, celebrações, etc; 4) Promover uma comunidade de
Dominicanos leigos, Confraria do Rosário e DSJ nas comunidades das entidades
da Ordem, na medida do possível, acompanhados por irmãos ou irmãs
dominicanos. E se já existem, devem ser ajudados na sua formação e promoção
entre os fiéis.  

345. Ordenamos que, quando um Prior Provincial desejar nomear como Promotor
Provincial para as Fraternidades Leigas ou como Assistente Religioso para uma
ou mais Fraternidades alguém que esteja sob uma jurisdição que não a dos
irmãos da Ordem, tal só terá lugar com o prévio acordo escrito da autoridade
competente. Pedimos também ao Mestre da Ordem que insira esta condição nas
normas das Fraternidades Leigas (T 187).

346. Ordenamos que os directórios dos leigos dominicanos, nacionais ou


provinciais, sejam aprovados pelo Provincial com o seu Conselho na(s)
província(s) em que estas entidades estão estabelecidas (T 188). 

203
CAPÍTULO GERAL DE BIEN HOA – 2019

258. [COMMENDATIO] Recomendamos, portanto, que os líderes dos ramos da


Família Dominicana em todas as localidades:
a. organizem encontros regulares de fraternidade e oração, de modo a
manifestar a alegria de serem irmãos e irmãs;
b. manifestem uma cultura de solidariedade através do testemunho de
amizade, compaixão e comunhão;
c. zelar para que todos os ramos recebam uma formação de qualidade
adequada que lhes permita expressar e viver a sua vocação única;
d. favorecer estruturas que incluam o envolvimento de todos os ramos no
discernimento e tomada de decisões comuns;
e. reforçar os projectos de colaboração existentes; e
f. criar espaços onde possamos pregar juntos em co-responsabilidade.

259. [COMMENDATIO] Recomendamos que a Comissão Internacional da Família


Dominicana (ICDF) coordene e recolha e partilhe as melhores práticas pelas
províncias relativamente às estruturas organizacionais que facilitam a colaboração
entre os membros da Família Dominicana.

261. [COMMENDATIO] Recomendamos que a Comissão Internacional da Família


Dominicana (ICDF) facilite a recolha e partilha de materiais para a formação do
membros da Família Dominicana.

265. [EXHORTATIO] Exortamos os irmãos chamados a cumprirem o seu papel


como assistente religioso de uma fraternidade leiga para observarem o perfil
definido nas Actas do Terceiro Congresso Internacional das Fraternidades Leigas
de São Domingos em 2018 em Fátima, Portugal, nomeadamente:
a. assistir às reuniões da fraternidade e do conselho, sempre que possível,
de modo a encorajar e promover as obras evangélicas e apostólicas dos
membros e da fraternidade;
b. recomendar, quando necessário, temas de estudo e fornecer comentário
teológico como ajuda à formação e estudo de uma fraternidade aconselhar
os membros responsáveis pela elaboração de materiais de estudo/formação;
c. particiapr como membro sem direito a voto no conselho da fraternidade no
processo de discernimento e crescimento de um membro na Ordem, e ajudar
o presidente da fraternidade com os Ritos de Acolhimento e Promessa;
d. recomendar, quando necessário, oradores leigos ou padres para dias de
recolhimento, retiros, direcção espiritual, etc;
e. rezar por um aumento das vocações dos leigos dominicanos, e pelo
crescimento espiritual dos membros, missão, actividades apostólicas, e a
atenção aos objectivos da Igreja; e
f. comunicar regularmente com o promotor provincial

204
266. [COMMENDATIO] Recomendamos que seja acrescentado como uma das
funções do Assistente Religioso o manter contactos com outros ramos da Família
Dominicana.

267. [COMISSÃO] A questão da utilização das iniciais "O.P." para os leigos


dominicanos é regulamentado de forma diferente em várias províncias (por
exemplo "OPL", "OPs", "O.P.", com ou sem "Sr. / Sra.") e causa confusão a
diferentes níveis.
Encomendamos ao Promotor Geral dos Leigos, ao Promotor das Fraternidades
Sacerdotais e ao Presidente do Conselho Internacional de Fraternidades Leigas
Dominicanas para elaborar uma solução para a questão e para a apresentar ao
Mestre da Ordem e ao seu Conselho para uma decisão.
.

205
11. CARTAS DOS MESTRES

OS LEIGOS E A MISSÃO DA ORDEM


Fr. Damian Byrne 1987

Aos frades e a toda a Família Dominicana

Queridos Irmãos e Irmãs,

O Capítulo Geral de Ávila criou uma Comissão especial para a estudo do papel
dos leigos no nosso apostolado. Assim, o Capítulo fazia eco da crescente
importância que o laicado vem adquirindo na Igreja, particularmente a partir do
Concilio Vaticano II. Essa Comissão encomendou ao Mestre da Ordem
de "escrever aos Frades e a toda a Família Dominicana sobre os leigos no nosso
apostolado e sobre o Laicado dominicano no mundo de hoje"(n. 95).

A presente carta responde a este encargo do Capítulo. É uma homenagem a toda


a Família Dominicana pelas conquistas obtidas nesta importante área eclesial e,
ao mesmo tempo, um apelo fraterno a todos os membros da nossa Família para
que intensifiquem a sua preocupação e so eu trabalho neste novo campo eclesial.

1. O despertar do laicado, um novo sinal eclesial

O Concílio Vaticano II refletiu sobre um novo sinal eclesial - a saber, o despertar


do laicado para uma nova era de corresponsabilidade e sentido de comunidade.

As palavras do Concilio foram um acto de reconhecimento deste novo período na


vida da Igreja e ao mesmo tempo um convite a toda a Igreja para prosseguir nessa
caminhada. O Sínodo dos bispos sobre os Leigos retomou a voz autorizada do
Concilio e assinalou novas pistas e objetivos para reforçar a vocação e a missão
do laicado.

O despertar dos leigos para o ministério e a corresponsabilidade eclesial é um


sinal dos tempos com uma profunda significação teológica. As declarações do
Concílio e do Sínodo são apenas o reflexo de um acontecimento histórico que se
está efectuando por toda parte em todas as Igrejas locais. E um acontecimento da
Igreja universal.

Vamos rever juntos alguns factos que estão presentes no actual momento da vida
da Igreja:

206
 As Igrejas locais, muitas delas jovens Igrejas, estão adquirindo uma
vitalidade especial graças em grande parte à activa
corresponsabilidade do laicado, homens e mulheres, conscientes de
sua missão cristã e da sua responsabilidade apostólica. Os esforços
de revitalização, reorganização, inculturação, renovação missionária...
são freqüentemente impulsionados e postos em prática pelo laicado
em diálogo e colaboração com os seus pastores.
 Este facto de uma progressiva diversificação dos ministérios
assumidos pelos leigos nas suas comunidades cristãs é de singular
importância. O número de leigos que descobrem e assumem
ministérios específicos (institucionais e não institucionais) é maior a
cada dia. Em muitos casos os seus ministérios são reconhecidos e
aprovados por seus pastores. O número de leigos dedicados à
catequese e à evangelização, à reflexão teológica e ao ensino, à
presidência e animação da comunidade, à administração e ao serviço
social, ao compromisso nas lutas pela justiça e paz no mundo, etc.
vem crescendo. Estes ministérios são desempenhados não apenas
com boa vontade; mas os que o fazem, assumem também a
responsabilidade pela sua própria formação, preparação e treinamento
adequado.
 Numa perspectiva teológica, eclesial e pastoral, o facto de que uma
liderança crescente seja assumida pelo laicado é extremamente
significativo. Não se trata de uma liderança destinada simplesmente a
substituir o padre na sua ausência ou a coloca-lo de lado; antes, pelo
contrário, é uma liderança dos leigos que, por um carisma e uma
graça especiais, sentem-se chamados a tornarem-se os animadores
das suas comunidades cristãs na oração, na partilha da Palavra, e nos
compromissos sociais e políticos. Estes líderes leigos apontam e
antecipam uma nova era, tanto na concepção, quanto na função da
autoridade na comunidade cristã.
 No despertar do laicado a presença de mulheres, depois de séculos
de silêncio e marginalização, adquire uma singular importância e exige
que a ela estejamos atentos. Os talentos naturais e o carisma especial
das mulheres infunde uma nova vitalidade na comunidade cristã e
revela uma nova face de experiência cristã. O seu sentido do

207
concreto, a sua sensibilidade feminina, a sua maternidade, a sua
persistência para enfrentar as dificuldades... revelam aspectos
escondidos da Palavra de Deus, da comunhão cristã, da experiência
do Reino de Deus. Estas características presentes na Igreja hoje
produziram uma crescente colaboração entre leigos, religiosos e
sacerdotes em diferentes campos da vida eclesial. Cada vez mais os
frades e as irmãs partilham os seus projetos de vida e de apostolado
com outros religiosos e com leigos, homens e mulheres, casados e
solteiros. Os leigos não são apenas objecto da nossa missão! Eles
partilham conosco - e nós com eles, - esta autêntica responsabilidade
na comunidade cristã.

Face a esta realidade eclesial nós, Dominicanos, devemos nos perguntar: como
nos sentimos e como reagimos com relação a este despertar do laicado?
Assumimos alegremente este facto? Ou, com a nossa auto-suficiência, o
ignoramos? Ou o rejeitamos por causa de falsos medos? Quais as nossas atitudes
e o nosso relacionamento para com os leigos? Que lugar ocupam os leigos no
nosso ministério apostólico, na elaboração e realização de nossos projetos
apostólicos?

Sentir com a Igreja hoje significa, entre outras coisas, colocar estas perguntas e
responder e elas com sinceridade.

2. Chaves teológicas para uma reflexão cristã

A reflexão teológica voltou-se para os sinais dos tempos a fim de ler, interpretar e
discernir os apelos da Palavra de Deus em contacto com as situações históricas
do povo. A fidelidade à nossa rica tradição teológica exige de nós escutar
atentamente e discernir este novo sinal eclesial dos tempos. Não podemos
esquecer que foram os nossos próprios irmãos Congar e Chenu, como teólogos
no Vaticano II, que desenvolveram uma nova teologia do laicado e do ministério
na comunidade cristã.

A primeira chave para refletir sobre o laicado e sua missão na Igreja é-nos dada
pela eclesiologia do Vaticano II. Ela passou da ênfase numa definição legal-
institucional da Igreja para uma concepção e definição teológicas. A categoria
crítica desta nova definição é "o Povo de Deus": a Igreja é o novo Povo de Deus
chamado pela fé no Senhor Ressuscitado e selado pelo baptismo em Jesus
Cristo. Neste momento, há uma certa insistência de que a 'comunhão' e não o
'Povo de Deus' exprime melhor a natureza da Igreja.

Contudo, o Concilio Vaticano II e a tradição mais antiga, são a favor da definição


'Povo de Deus'. Todos os baptizados participam com plenos direitos desta

208
vocação e missão. Todos são Povo de Deus, membros activos e responsáveis da
Igreja para sua missão.

Esta concepção eclesial do Concílio leva-nos a uma nova concepção do ministério


e dos ministérios na Igreja. Todos os ministérios e carismas são dons de Deus
através da comunidade. Encontramos aí a segunda chave importante para nossa
reflexão teológica. O sujeito do ministério é a comunidade cristã. Cada baptizado
participa desta dimensão do ministério. A diversificação dos ministérios é a
expressão da dimensão ministerial que caracteriza a comunidade.

Uma terceira chave para a nossa reflexão obriga-nos a rever as nossas


tradicionais teologias do ministério. Quero me referir aos critérios relativos à
validação e organização dos mesmos. O carácter muito sagrado das ações
litúrgicas e a forte associação entre ministério sacerdotal e autoridade da Igreja
condicionou-nos a privilegiar um ponto de vista sagrado e litúrgico, com relação a
estes ministérios. Neste sentido, as funções e ministérios associados ao culto
ocupam o primeiro lugar no nosso sistema teológico de valores, enquanto
ministérios mais seculares são relegados a um lugar secundário. Isto precisa
mudar. Relembrando a advertência de São Paulo aos Coríntios, é necessário
recuperar os critérios comunitários para valorizar e dar preferência ao carisma e
ao ministério. Carismas e ministérios assumem uma importância maior para o
cristão, na medida em que constróem a comunidade cristã.

Esta terceira chave teológica ajuda-nos a superar o tradicional dualismo e, em


muitos casos, a falsa oposição entre sacerdócio e laicado. Merecem ser
lembradas as palavras de Pe. Congar sobre este tema:

"A Igreja não é construída meramente por actos dos ministérios oficiais do
presbitério mas (também) por numerosos tipos de serviços, mais ou menos
estáveis ou ocasionais, mais ou menos espontâneos ou reconhecidos
(oficialmente), alguns consagrados pela ordenação sacramental . Estes serviços
existem como ministérios, mesmo que não sejam chamados pelo seu verdadeiro
nome; mesmo que eles ainda não encontrem seu verdadeiro lugar e status na
eclesiologia. Eventualmente percebemos que o binômio decisivo não é 'sacerdócio
- laicado'... mas, muito mais, ministérios (ou serviços) e comunidade." (Ministères
et comunion ecclesiale, Paris 1971, p. 09, 17, 19)

Esta chave também nos ajuda a compreender a diversificação e a distribuição de


carismas e ministérios entre todos os membros da comunidade, ordenados ou
leigos, homens e mulheres. Finalmente - o que é talvez mais importante - ajuda-
nos a aceitar o profundo significado cristão dos ministérios assumidos pelos
baptizados em busca de uma sociedade mais humana, mais rica em amor e mais
justa: promoção, solidariedade, defesa dos direitos humanos, etc. Estas chaves
teológicas devem estimular a reflexão e o discernimento teológico enraizados nas
nossas práticas apostólicas e eclesiais. Hoje, a teologia oferece-nos orientações
seguras para a reflexão e também muitas questões difíceis em relação ao
ministério. Ainda é missão dos Dominicanos oferecer à comunidade cristã o
ministério e o carisma do discernimento teológico, se quisermos permanecer fiéis

209
à nossa tradição. Mas a nossa reflexão teológica não será fecunda se estiver
dissociada de nossa ação cristã, eclesial e apostólica.

3) Desafios e compromissos para a Família Dominicana

O coração do carisma dominicano deve ser encontrado na pregação, no kérigma


da Palavra de Deus. Ser dominicano é ser um pregador. Esta é a referência
primordial do projeto dominicano. Entretanto, este anúncio é algo mais do que um
discurso verbal que passa através de uma catequese, uma homilia ou um ensino
religioso. Ele manifesta-se em qualquer palavra ou em qualquer ação histórica que
proclama o acontecimento salvifico no coração da história humana. O lugar
específico do encontro entre os Dominicanos e os leigos é exatamente no carisma
e ministério da pregação. A Família Dominicana é chamada a ser uma
comunidade de pregação na qual os seus membros são activos e responsáveis -
frades, irmãs, leigos - com ministérios e carismas diversificados.

A Ordem nasceu num momento histórico de determinada crise eclesial e ao


mesmo tempo de extraordinária vitalidade. Foi o momento do despertar do
movimento dos leigos e isto influenciou o projeto de fundação das Ordens
Mendicantes e criou uma nova concepção da Igreja, para além dos limites das
paróquias e dioceses. Através de toda a sua história, a Ordem viveu experiências
significativas que podem ajudar-nos a entender esta nova era para o laicado: a
incorporação da Ordem Terceira no projecto dominicano, a evolução das funções
e ministérios dos irmãos cooperadores, a incorporação de numerosas
Congregações femininas na sua missão... A memória destes acontecimentos é um
desafio para estes novos tempos.

Ainda que algumas vezes seja difícil, aqui se encontram algumas possibilidades
que podemos adaptar. Hoje, acredito que as nossas comunidades são chamadas
a inaugurar e reforçar novas práticas eclesiais que levam os leigos a uma
colaboração no ministério da Igreja. A prática de partilhar a oração com os leigos
oferece-lhes a riqueza de uma oração que tem a força de séculos, ao mesmo
tempo que deles recebe a novidade de novas experiências cristãs. Algumas das
nossas comunidades poderiam ser revitalizadas pela partilha da responsabilidade
pela nossa oração com o laicado. Na verdade, já conhecemos belos exemplos
deste tipo de renovação da Ordem.

É também necessário começar e sustentar novos modelos no campo da formação,


que seriam partilhados com os leigos. Isto não deve ser orientado numa única
direção, mas deve ser fruto de uma reflexão comunitária. A Palavra de Deus não
está algemada: ela está aberta à inteligência de todos os fiéis que permanecem
atentos e à escuta. Podemos oferecer a riqueza de nossa própria formação
teológica, mas devemos aprender a escutar, a fim de que possamos ser
enriquecidos no diálogo com os outros fiéis.

O nosso trabalho apostólico deve ser revisto e re-direcionado à luz destas novas
perspectivas de ministério, a fim de poder responder de maneira adequada ao
novo relacionamento eclesial com o laicado. Estes trabalhos devem animar novas

210
maneiras de exercer a autoridade e a liderança. Precisamos encontrar novos
caminhos de partilhar o planeamento de projetos apostólicos. Novos caminhos
para actualizá-los na linha da corresponsabilidade, para diversificar as funções e
os ministérios no nosso trabalho apostólico... A causa do Evangelho precisa ter
prioridade sobre as nossas rotinas, os nossos confortos e os nossos medos. Uma
comunidade dominicana em situação de missão e de itinerância é uma
comunidade aberta ao presente e ao futuro da Igreja na sociedade.

O Capítulo de Ávila (n. 85) refletiu a respeito da inquietação que se manifesta


entre os nossos leigos dominicanos: "eles estão enfrentando um problema
particular hoje: nas suas fraternidades há uma ausência notória de jovens, e, por
isso mesmo uma certa falta de vitalidade. Seria isto, pelo menos em parte, o
resultado do desconhecimento do ensino da Igreja a partir do Vaticano II sobre o
assunto, que faz com que não seja posto em prática?" O mesmo problema foi
analizado no Congresso do laicado Dominicano, realizado em Montréal, em 1985.
Confrontados com esta situação, precisamos repensar e orientar os leigos
dominicanos em relação às novas práticas eclesiais e às novas chaves teológicas
referentes ao lugar e à missão dos leigos no mundo e na Igreja.

4) Pistas para o futuro

Os nossos irmãos e as nossas irmãs estão a assumir progressivamente este novo


estilo de exercer o ministério dominicano, que favorece uma Igreja que está
sempre surgindo. Muitos já começaram e são um estímulo para a Família
Dominicana. Esta nova maneira de agir está dando hoje maior credibilidade à
nossa vocação. É uma oportunidade para a renovação da nossa Ordem; este
despertar dos leigos oferece-nos uma nova fronteira a cruzar. Precisamos de
coragem para cruzá-la.

O futuro da Igreja e de nossa Família Dominicana exige muito de nós. As razões


para não agir podem-nos fornecer às vezes uma falsa segurança, mas como João
Baptista, o primeiro pregador de Jesus Cristo, nos lembra: "eu preciso diminuir a
fim de que Ele cresça" (Jo 3, 30). Como Jesus, a graça de Deus vive em cada um
dos fiéis de modo que Ele cresça, quando eles O proclamam até ao final dos
tempos. Que a memória de São Domingos nos dê a coragem de nos
comprometermos neste novo sinal eclesial.

Dado em Roma, na nossa Cúria Generalícia, no dia 23 de Novembro, festa de São


Clemente de Roma e São Columbano, no ano do Senhor de 1987.

Frei Damian Byrne, OP


Mestre da Ordem

211
O LAICADO DOMINICANO E A PREGAÇÃO
Fr. Bruno Cadoré 2013

FRATRES ORDINIS PRÆDICATORUM


CURIA GENERALITIA

Roma, 22 de Dezembro de 2013.

Novena do Jubileu da Ordem (2014)


“O laicado dominicano e a pregação”

“Derramarei o meu Espírito em toda a carne;


e os vossos filhos e as cvossas filhas profetizarão,
os vossos anciãos terão sonhos,
os vossos jovens terão visões” (Jl 3,1)

Queridos irmãos e irmãs:

É com grande alegria que escrevo esta carta, no aniversário da confirmação da


Ordem, para abrir o ano da Novena do Jubileu consagrado ao tema “O laicado
dominicano e a pregação”. Este ano inicia-se, pouco tempo depois da conclusão
do Ano da fé, aberto pelo Papa Bento XVI, enquanto presidia ao Sínodo sobre a
nova evangelização e a transmissão da fé (dentro do qual se comemorou a
abertura do Concílio Vaticano II) e concluído pelo Papa Francisco, com a
promulgação da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium.

Deste modo, convida-nos a dirigir a nossa atenção para os leigos dominicanos,


num contexto no qual a Ordem dos Pregadores está chamada a acolher estes
múltiplos convites para uma renovação do zelo pela evangelização. O último
capítulo geral dos frades escolheu como tema para a celebração do Jubileu, este
lema tão simples quanto radical: “Enviados para pregar o Evangelho”. Este lema
faz eco do envio dos primeiros frades como pregadores ao serviço da Igreja,
totalmente dedicados a evangelizar com a Palavra de Deus. O lema é simples,
porque dirige toda a nossa atenção para o centro do serviço que a Igreja espera
da Ordem: anunciar o Evangelho. O lema é radical, porque, para além de todas as
dificuldades que uns ou outros possam encontrar e para além das incertezas que
possamos ter em relação ao que devemos ser ou fazer, recorda-nos que
devemos, antes e acima de tudo, estarmos abertos a esse «envio» do qual
provém a nossa identidade. Hoje em dia, talvez mais do que nunca, o tema dos
leigos dominicanos deve-nos ajudar a descobrir que a todos nós, como membros
da Família Dominicana, envia-nos juntos para servir dentro da conversação de
Deus com o mundo, anunciando o Evangelho da paz.

Uma «comunhão dominicana» enviada a pregar o Evangelho evidentemente, as

212
coisas evoluíram desde os tempos do começo da Ordem. A Igreja, por exemplo,
continuou reflectindo sobre a pregação. Também continuou reflectindo sobre os
leigos e o seu papel essencial no testemunho e no anúncio do Evangelho. O
Concílio Vaticano II foi um momento especialmente importante para isso.
Igualmente, continua a reflexão, baseada em experiências concretas, sobre o
modo no qual os leigos podem ser parte integrante das ordens e congregações,
de novas comunidades e tradições da vida espiritual. O ponto comum de tudo isto
reside numa forte convicção que Paulo VI enfatizou durante o Concílio: a Igreja
converte-se no que ela mesma é, na medida em que se faz, no mundo,
verdadeiramente conversação, isto é, na medida em que, anunciando o Evangelho
no mundo, ela deseja ser testemunha de que o Deus da revelação bíblica vem, em
Jesus, ao encontro da humanidade para conversar com ela.

Já há muitos anos, eu tive a sorte de participar no Haiti na vida de uma paróquia


no momento em que nasciam pequenas comunidades eclesiais chamadas
«fraternidades». Em outras paróquias, o nome se transformou e, seguida, em «Ti
Legliz » (pequenas Igrejas).Os dois termos recordavam-nos que “fraternidade” era
o nome com o qual, nos primeiros séculos, se designavam as assembleias da
Igreja. A fraternidade, na qual se entrelacem conjuntamente o compartilhar da fé e
o tornar-se humano de cada um, era também o crisol do testemunho e da missão.
Por isso, era designado como o selo do certificado de nascimento da Igreja…

Embora seja verdade que as coisas tenham se modificado desde os tempos do


começo da Ordem, no entanto, percebemos certas analogias que nos recordam
aquilo que incendiou em Diego e em Domingos, o fogo da pregação: as mudanças
radicais no modo de viver da Igreja, causadas pelas mutações da sociedade
feudal, a emergência de novos conhecimentos e de novas maneiras de concordar
com as mudanças, as transformações profundas da organização das sociedades e
das cidades. No meio destas mudanças, nasceram grupos de leigos que
convidavam a Igreja a movimentar-se, a aventurar-se fora das estruturas
demasiado estabelecidas e demasiado rígidas para evitar o risco de afogar o
sopro recebido. Estes «pobres», estes «humildes» escolhiam uma vida que unia
uma presença humilde no mundo, uma palavra autêntica e viva pregada como
uma boa nova e uma certa radicalidade no seu modo de vida. Animava-os a
intuição de que a radicalidade pelo Evangelho, vivida em humanidade plena, era o
melhor caminho para «interpretar» a Palavra e manifestar a presença d’Aquele
que vem para a salvação do mundo. Entre estes grupos de leigos, alguns
receberam do Papa Inocêncio III, a possibilidade de realizar uma pregação
itinerante e mendicante. As «Ordens Terceiras» de mendicantes foram, de uma ou
outra maneira, herdeiras destes movimentos que devem ser diferenciados das
instituições de vida religiosa.

Nesta efervescência de uma Igreja que busca encontrar de novo o vigor de sua
autenticidade, nasceu a “Santa Pregação de Prouilhe”, quando alguns leigos se
uniram à aventura incipiente de Domingos. Ao reler estes tempos dos começos,
não posso deixar de pensar que, quando Domingos recebeu as primeiras irmãs
convertidas, que vieram a se colocar sob a sua protecção e em seguida a

213
Ermengarda Godoline e seu esposo Sancho Gasc (8 de Agosto de 1207),
começou a sonhar com esta aventura, a imagem do grupo, do qual fala São Lucas
no seu Evangelho e que acompanhava Jesus enquanto “passava pelas cidades e
povoações proclamando o Reino de Deus” (Lc 8, 1-3). Esta breve passagem do
Evangelho segundo São Lucas, que descreve Jesus pregador está no coração
dos capítulos 7 ao 10. À luz destes textos, nós também podemos alegrar-nos de
sermos «enviados a pregar o Evangelho» segundo o modo da fraternidade.
Seguindo os passos da «Santa Pregação», envia-nos como uma família a pregar
o Evangelho. Por isso, a noção de «Família Dominicana» não é apenas uma
maneira de expressar as convergências entre os vários grupos que têm um
mesmo propósito. Ela expressa um modo de evangelização e, neste sentido, os
leigos dominicanos recordam-nos esta exigência baseada no Evangelho.

A unidade da nossa Ordem nasce da sua missão de evangelização: os leigos,


irmãs e frades da Ordem somos membros de uma mesma família, que recebe a
sua identidade do facto de ser enviada a pregar o Evangelho, dando testemunho
de um Deus, que vem dialogar com o mundo. Mais ainda, poderíamos dizer que a
identidade «dominicana» é a de uma família (a de uma «comunhão») constituída
pelo vínculo orgânico entre evangelização e contemplação daquela verdade que é
a Palavra viva que veio a este mundo. É o que nós tratamos de viver sob três
modalidades: a oração, o estudo e a fraternidade, de maneira específica segundo
o estado de vida de cada um. No Evangelho segundo São Lucas, citado mais
acima, o envio dos Doze, e em seguida dos Setenta e Dois, inscreve-se nesta
dinâmica na qual Jesus revela-se como a Palavra, que cumpre a promessa e dá a
vida, a Palavra que devemos escutar e por em prática, a Palavra que reúne os
irmãos. Ao recomendar os Pregadores, o Papa Honório apresentava-os como
totalmente dedicados à evangelização através da Palavra de Deus. Esta
consagração à Palavra, pela pregação e pela contemplação («Consagra-os na
verdade: a tua Palavra é a verdade» Jo 17, 17), permite a nossa unidade. Nesta
perspectiva, a dimensão de unidade da Família Dominicana é essencial, porque
ela está ligada à missão de pregação do Reino (a continuação da oração do Filho
ao Pai, no Evangelho segundo João, é explícita, e evoca o envio ao mundo e pede
a unidade: Jo 17, 18-23).
É evidente que a Ordem dos Pregadores não tem o monopólio da pregação nem
da evangelização na Igreja, porém parece-me que a sua «confirmação» há quase
oito séculos a ordenou, como «Santa Pregação», a servir o carisma da pregação
na Igreja. Isto é, a servir esta dimensão essencial da Igreja segundo a qual, esta
última se constitui e é estabelecida pela graça do Espírito de Cristo. Este serviço
não toma somente a forma do acto de pregar ou de evangelizar, mas que além do
mais, pelo próprio facto de constituir uma família unida pela pregação, a Ordem
recorda no seio da Igreja que a evangelização contribui para estabelecer a Igreja
como fraternidade e comunhão.

Conversação e comunhão

214
Quero propor que recebamos o tema deste ano: « O laicado dominicano e a
pregação » à luz destas três evocações (da Igreja fraternidade, dos inícios da
Santa Pregação da Ordem e da unidade da família dominicana) e que façamos
deste tema a inspiração de nossa reflexão. A reflexão anterior nos terá feito
perceber que, a formulação deste tema abre horizontes muito amplos para
compreender melhor como o compromisso dos leigos na família dominicana é
determinante para a missão de pregação da Ordem.

«Aos leigos corresponde-lhes, pela própria vocação, tratar de obter o reino de


Deus, administrando os assuntos temporais e ordenando-os segundo Deus. Vivem
no século, isto é, em todos e cada um dos poderes e ocupações do mundo, e nas
condições ordinárias da vida familiar e social, com as que a sua existência está
como entrelaçada. Ali são chamados por Deus, para que, desempenhando a sua
própria profissão, guiados pelo espírito evangélico, contribuam para a santificação
do mundo como de dentro, a modo de fermento» (Lumen Gentium, 31). Dentro
desta perspectiva geral, a expressão «leigos dominicanos» permite constatar uma
certa diversidade entre aqueles homens e mulheres que hoje em dia desejam,
pela graça de seu baptismo, participar na missão de Cristo e «fazer brilhar a
presença de Cristo no coração da humanidade» (Prólogo da Regra de 1968),
seguindo os ensinamentos de São Domingos. Todos, como leigos, têm «a nobre
obrigação de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e
aceita por todos os homens de qualquer lugar da terra» (Decreto sobre o
apostolado dos leigos, § 3). E todos são convidados a fazê-lo contribuindo à
constituição desta «família» dominicana enviada a pregar o Evangelho.

Como leigos dominicanos, continuam fiéis à sua vocação, esforçam-se por


deixarem-se penetrar pelo espírito de São Domingos: por meio da contemplação
assídua de Deus, unida à oração e ao estudo, alimentarão uma fé firme; darão
testemunho da mesma com força, cada um segundo a sua própria graça e
condição, para iluminar os fiéis que compartem a sua fé e aos homens privados da
luz de Cristo. Assim, graças a eles, a Ordem tem a possibilidade de alcançar mais
plenamente o seu objectivo. Eles dedicar-se-ão a reconhecer e partilhar as
misérias dos homens, as suas angústias e as suas aspirações. Guiados pela luz
do Evangelho, segundo o espírito da Igreja, e em união com os homens de boa
vontade, eles fomentarão, pelo apostolado da verdade, tudo o que é verdadeiro,
justo e santo, e esforçar-se-ão em ajudar todos os homens, na medida do
possível, com um espírito de alegria e de sincera liberdade» (Prólogo da Regra de
1968).
Entre estes leigos dominicanos, os membros das fraternidades leigas dominicanas
têm um lugar privilegiado, visto que fazem a opção de comprometer toda a sua
vida por meio da promessa de contribuir para a missão de Cristo, participando de
modo específico como membros da Ordem. Eles inscrevem o seu compromisso
com a Palavra viva não apenas na sua vida de baptizados, mas também
procurando um equilíbrio em sua vida e em suas diferentes responsabilidades
para que sejam uma «pregação», um serviço à conversação de Deus com o
mundo. Ao mesmo tempo, eles inscrevem na vida da Ordem, a exigência de
orientar a pregação da Palavra à constituição da Igreja de Cristo por meio da

215
busca da comunhão e da unidade. Sabemos que na actualidade é necessário
reflectir sobre a diversidade existente no interior destas fraternidades para
buscarmos juntos o modo de aceitar, promover e conjugar cada vez mais tal
diversidade, buscando reuni-la no testemunho concreto de uma vida leiga que
deseja ser pregação.

Existem também outras maneiras, segundo as quais os leigos decidem participar


nesta missão e pertencer à «família dominicana», sem que o seu compromisso
seja sob a mesma forma: leigos associados a numerosas congregações de irmãs,
a um determinado convento ou a uma obra dominicana específica; herdeiros das
«milícias» medievais; membros do Movimento Juvenil Dominicano Internacional;
Voluntários Dominicanos; membros das Fraternidades Lataste e dos movimentos
que se inspiram em sua intuição de Betânia. Cada um destes grupos tem um
modo próprio de compromisso com a família dominicana.

E, como em todas as famílias, também estão os amigos que, sem ter feito a opção
explícita de uma pertença, partilham a missão, por meio de uma colaboração
profissional que quer se arraigar no espírito de São Domingos (por exemplo os
profissionais do ensino, da edição, da comunicação), ou por meio de opções de
evangelização (como é o caso, por exemplo, de numerosos leigos comprometidos
na missão de pregar o Rosário na tradição dominicana). A noção de Família
Dominicana, de comunhão dominicana, permite reunir todas estas dimensões,
com as monjas, os frades, as irmãs de vida apostólica, os membros dos institutos
seculares e das fraternidades sacerdotais, em nome da evangelização, missão
comum pelo Reino, no respeito e na autonomia da vocação própria de cada um.
(cf. Documento da Bolonha).

Esta diversidade é importante para explicar o sentido do vínculo entre os leigos


dominicanos e a pregação. Devemos destacar que entendemos o termo
«pregação» no sentido mais amplo, mesmo levando-se em conta a especificidade
da pregação da homilia durante a liturgia, definida pela disciplina da Igreja.
“Vossos filhos e vossas filhas profetizarão!” Evangelizar com a Palavra de Deus,
proclamar o Reino de Deus, anunciar o Evangelho, pregar o Evangelho da paz,
difundir a presença do Cristo... todas estas expressões fazem eco à profecia de
Joel: todos profetizarão, falarão “da parte de Deus”. Os termos do Concílio
Vaticano II, expressam claramente a especificidade da vocação leiga à
evangelização e, nesta mesma linha devemos situar o vínculo dos leigos
dominicanos com a missão de serviço da própria pregação da Ordem. Esta
especificidade é bivalente. Ela provém dos ambientes específicos nos quais vivem
e testemunham os leigos dominicanos e nos quais, por seu serviço de
evangelização, eles permitem que a Ordem leve a cabo a sua missão, que
«alcance mais plenamente a sua finalidade». Mas provém também da sua
contribuição à Ordem e à comunhão dominicana. Esta é outra maneira,
complementar, de contribuir para o cumprimento da missão da Ordem. Foram as
mulheres convertidas que fizeram Domingos consciencializar-se da necessidade
de protegê-las. Foram os primeiros pobres valdenses que puseram em evidência

216
de como o testemunho da radicalidade era portador de um testemunho
evangélico.

Parece-me que os leigos dominicanos possam permitir que a pregação da Ordem


alcance mais plenamente a sua finalidade pelo próprio facto da realidade da vida
leiga, e isto de várias maneiras. Como com os frades e as irmãs da Ordem, a
pregação dos leigos dominicanos enraíza-se de modo concreto na experiência da
vida. É por isso que a riqueza da sua contribuição específica à pregação da
Ordem, vem da sua experiência da vida familiar e profissional, da sua experiência
de paternidade, da sua experiência de vida de Igreja, a experiência de ser jovem
nas sociedades contemporâneas, a experiência singular do baptizado que deve
dar conta da sua fé no meio de uma família ou de um grupo de amigos, aos quais
está quotidiana e afectivamente ligado, mas que no entanto, não compartilham da
mesma fé e frequentemente, não manifestam nenhum desejo de compartilhá-
la...Eles vivem de um modo especial a dificuldade do testemunho da fé: em muitos
dos lugares do mundo contemporâneo, a situação habitual de um leigo o confronta
com a indiferença, o cepticismo e a incredulidade, de um modo bem diferente dos
religiosos, e isto deve enriquecer a pregação do conjunto da Ordem. Assim
mesmo, através das actividades da sua vida profissional, familiar ou militante, um
leigo experimenta como as exigências cristãs de fraternidade e de verdade,
segundo as quais ele busca contribuir para a transformação do mundo, são uma
pregação essencial, própria do seu estado, que se conjuga com a pregação do
conjunto da “família dos pregadores”.

Através de todas estas experiências, vive-se a experiência de Deus, da sua


presença, da sua Palavra, da sua Providência... Falar da parte de Deus, é deixar
que o sopro de Deus, inspire as nossas palavras humanas de modo que elas
testemunhem a presença e a “vida connosco” d’Aquele maior que todos nós.
Mas, é também deixar que se grave em nós, no mais profundo das nossas
próprias experiências, um eco misterioso da experiência da condição humana, que
o próprio Deus quis fazer no seu Filho. Compreende-se facilmente que a
complementariedade entre a pregação dos leigos e a dos frades ou das irmãs,
comprometidos na Família Dominicana sob a forma de vida consagrada, é uma
consequência da complementariedade da experiência da vida humana. Partindo
deste ponto de vista, é importante sublinhar que uma das tarefas da Família
Dominicana é organizar-se de tal modo que estas múltiplas experiências (e não
apenas as acções concretas de evangelização) entrem em diálogo e se ensinem
reciprocamente a presença e a providência de Deus. Parece-me que muitas vezes
damos por certo, que prestamos mútua atenção ao que constitui a singularidade
da experiência de ser dominicano hoje nos diferentes estados de vida, que nós
conhecemos o modo de vida dos outros membros da Família...No fundo, talvez
com exagerada frequência, consideramos que é possível construir a nossa
“família”, fazendo caso omisso daquilo que constitui o próprio fundamento da
pregação e que é o lugar fundamental da obra da graça de cada um. Para servir à
conversação de Deus com a humanidade, devemos tomar o tempo e procurar os
meios para escutar os ecos das múltiplas conversações que Ele tem neste mundo.

217
A partir destas observações, podemos dizer que os leigos dominicanos
enriquecem dia após dia a maneira com que a Ordem deve aprender a “amar o
mundo”, ao qual é enviada a pregar, não apenas contando com ajudas e
pertinentes análises do mundo, mas fazendo-se vulnerável às distintas
experiências do mundo que têm os membros da Família Dominicana. Fazendo
isto, quanto ao demais, a Ordem na sua diversidade aprenderá também a deixar-
se marcar pelas diferentes interpretações da Palavra que nascem do coração
destas experiências. Com a Bíblia numa mão e o jornal na outra, como gostava de
dizer a alguns dos nossos mais idosos. A experiência compartilhada enriquece
mais ainda esta atitude. A partir desta tomada de consciência, toda a Ordem
poderá reforçar cada vez mais a sua convicção de que um dos primeiros deveres
do anúncio do Evangelho, é permitir a cada um dos seus interlocutores, perceber
o seu próprio lugar neste Reino anunciado, descobrir a própria responsabilidade
que pode assumir ao aceitar, por sua vez, ser enviado. No seio da Ordem, os
leigos dominicanos têm a tarefa de recordar aos outros membros, esta primeira
evidência: os leigos na Igreja, antes de tudo, não são destinatários da pregação,
da evangelização e da pastoral, mas que são pessoas chamadas a serem os
actores das mesmas.

Na comunhão, renovar o zelo pela evangelização

A Igreja, bem recentemente, estabeleceu a noção de “família espiritual”, que


corresponde ao que se denominou “novas comunidades”.De certo modo, se não
fosse pelo temor de ser anacrónico, poderíamos nos atrever a dizer que a “Santa
Pregação” dos inícios teria respondido a esta definição e que a
“Família Dominicana” é hoje a realização da mesma. Actualmente, há uma
urgência na Igreja, esta mensagem já se repete até a saciedade, de renovar o seu
zelo pela evangelização, isto é, de se fortalecer a si mesma e estender-se pelo
poder e pela graça da evangelização. E para isto, é urgente que a iniciativa da
evangelização não seja percebida apenas como o fruto das instâncias clericais da
igreja, mas, e sim, o fruto de uma iniciativa comum, pela qual a Igreja no seu
conjunto se implica e compromete com o essencial do que ela é, lançando-se ao
encontro dos seus contemporâneos. Assim, para chegar a ser o que ela é
essencialmente, a Igreja tem necessidade do compromisso de todos para dar o
Evangelho ao mundo. Como não perceber esta urgência para a nossa própria
Ordem? Como “servidora do carisma da pregação”, a Ordem dos Pregadores tem
o dever de promover o carisma dos leigos para a evangelização, e de manifestar
que o que está em jogo é a própria constituição da Igreja, por meio da integração
dos leigos dominicanos numa só comunhão de evangelização, já não podem ser
definidos sem uma sólida conversação entre todos, leigos, ministros e pessoas
consagradas, prestando uma atenção especial à experiência ao desejo
missionário dos leigos.

Vários elementos me parecem determinantes na contribuição específica dos leigos


dominicanos a esta renovação do zelo pela evangelização do conjunto da Família
Dominicana. Antes de tudo, ainda com o risco de repetir uma banalidade, os leigos
recordam a todos que uma intuição evangélica como a de Domingos não pode ser

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reduzida à sua tradução na vida consagrada. Existe sempre um risco numa família
espiritual, de deixar que se estabeleçam distinções, das quais implicitamente,
poder-se-iam deduzir falsas hierarquias: consagrados ou não consagrados;
sacerdotes ou não; homens ou mulheres; jovens ou velhos. Entre nós, devemos
ter a simplicidade, e sem dúvida, o valor, de fazer frente a esta tentação e
remediá-la. Este é o preço para poder por, do melhor modo possível, o carisma da
pregação a serviço de uma Igreja fraternidade. É também, escutando os leigos
dominicanos falarem dos prazeres, mas também das dificuldades que eles vivem
nos seus compromissos eclesiais, descobrindo bastante, muitas vezes que se o
apoio dos leigos é, em geral, vivamente desejado, as suas iniciativas, a sua
formação teológica, os seus saberes teóricos e práticos, a sua experiência
humana não recebe sempre o aclhimento que seria desejável. Como se houvesse
dois pesos e duas medidas no espaço dado à palavra de cada um na conversação
eclesial.

Insistir no compromisso dos leigos dominicanos na pregação significa também, na


tradição da Ordem, insistir na exigência do estudo. Com efeito, como dizia no
começo, a pregação deve encontrar a sua própria fonte no equilíbrio entre as três
formas de contemplação que são a oração, o estudo e a vida fraterna. Anunciar a
Palavra, escutar as aspirações do mundo contemporâneo à verdade, tratar de
estabelecer as melhores condições possíveis para um diálogo com as culturas e
os novos conhecimentos, exige a ascese do estudo. A Ordem não deve nunca
deixar de ser uma “estudante”. Para que o testemunho e as palavras de fé
encontrem no estudo e no conhecimento da tradição da Igreja, o rigor e a
objectividade que abram aos interlocutores, verdadeiros caminhos de liberdade
sobre os quais pode aplicar a sua própria inteligência da fé na Igreja.

A diversidade de situações concretas, nas quais vivem os leigos, é também uma


riqueza muito grande para o conjunto da Família Dominicana. Com efeito, ela
permite não ceder à facilidade, com a qual poderíamos representar as realidades
humanas, pessoais, familiares e sociais de maneira unívoca, nem do ponto de
vista “teórico” que poderia tornar-se normativo e redutor. É na experiência
concreta onde se focam as questões de vida de casal, de educação dos filhos, de
responsabilidade profissional, de precariedade do emprego, de nível de vida
económico, de compromisso político ou social. É também no concreto da
experiência que se vivem os conflitos de um cônjuge ou de um filho, os momentos
difíceis, às vezes, de reorientação profissional, as etapas do passo para a reforma
ao fim de uma vida e trabalho, as dificuldades da velhice. Porque todas estas
experiências estão, na sua vida concreta, em diálogo com o seu compromisso na
pregação do Evangelho, os leigos dominicanos trazem uma contribuição sem igual
à compreensão da Palavra de Deus no seio da Família Dominicana.
A insistência que a Igreja põe hoje na necessidade de uma renovação da
evangelização está acompanhada muitas vezes pela constatação de que a
“secularização” representa um desafio maior para o anúncio do Reino. Aqui
também, há que se sublinhar o carácter específico das experiências desta
secularização que têm os leigos no seu ambiente profissional, familiar ou de
amizades. Quantas vezes escutamos os irmãos e irmãs leigos expressarem a

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pena que sentem de ver a sua família se afastar numa certa indiferença da fé, da
solidão que sentem quando lhes parece quase impossível expressar publicamente
a sua fé nos ambientes em que vivem ou trabalham, a incompreensão à qual se
vêem confrontados quando tratam de manifestar que não há necessariamente
contradição entre a razão moderna, predominantemente científica e técnica, e as
convicções de fé e de valores! Quantas vezes eles expressam em contextos
culturais muito diversos, a dificuldade de encontrar a atitude justa no contexto
actual de pluralismo religioso! Aqui os leigos dominicanos podem ajudar o
conjunto da Família Dominicana a realizar de maneira criativa uma pregação que
mantenha juntos o testemunho compreensível e a palavra explícita.

Considerando esta complementariedade, o compromisso da Família Dominicana


na missão comum de evangelização poderia estabelecer um certo número de
objectivos prioritários. Corresponde evidentemente, em primeiro lugar, a cada
“santa pregação” local, identificar estas prioridades, levando-se em conta a sua
realidade concreta, a própria cultura do país e de sua história eclesial específica.
Mas, parece-me que uma reflexão dos outros membros da Família Dominicana
junto aos leigos é especialmente necessária hoje, ao considerar a renovação da
evangelização nas famílias, no mundo da educação, a evangelização dirigida aos
jovens. Devemos solicitar a sua experiência dos conhecimentos práticos
contemporâneos para definir melhor os desafios do encontro de evangelização
com as culturas científicas e técnicas, assim como com as novas redes sociais.
Junto a eles, e provavelmente dando uma atenção prioritária à sua experiência,
trata-se de familiarizarmo-nos com a secularização, quando ela perturba os
costumes de reconhecimento da Igreja, mas também quando ela abre novos
caminhos de liberdade para a evangelização.

Nesta época de chamada para renovar a evangelização, parece-me que a Ordem


dos Pregadores está especialmente convidada a integrar na dinâmica da sua
missão, uma atenção prioritária à promoção da vocação leiga de levar o
Evangelho ao mundo. Seria uma bela maneira de servir hoje à Igreja. Para fazer
isto, quisera sublinhar em especial certos meios que nós poderíamos desenvolver.
O espírito, no qual os diversos grupos de leigos dominicanos são chamados a
viver, deve estar sempre impregnado de gozo, de liberdade e de simplicidade:
nesta perspectiva nos orientam os documentos do Concílio, escritos para o laicado
dominicano. As Fraternidades Leigas Dominicanas tem uma responsabilidade
eminente no conjunto da constelação dos diferentes grupos de leigos, porque elas
se comprometem a introduzir, numa vida plenamente leiga, o equilíbrio entre todas
as dimensões da tradição de São Domingos. Há que velar para que as
Fraternidades ofereçam esta possibilidade de vida, seguindo a escola de S.
Domingos, distinguindo-se deliberadamente de toda a “contaminação por parte da
vida religiosa”, evitando formalismos que conduziriam à esclerose. No entanto,
também convém estar abertos ao surgimento de outras formas de laicado na
Família, justamente por causa da diversidade das experiências evocadas mais
acima. O desafio da evangelização dos jovens chama-nos certamente a promover,
o mais possível, os grupos que poderão fazer parte do Movimento Juvenil
Dominicano Internacional, não como grupos de “pastoral” com grupos de jovens,

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mas como grupos que se constituem e se formam para serem grupos de jovens
missionários para os jovens (tendo uma atenção especial para os jovens que não
receberam a fé, e para aqueles que vivem muito distantes dos mundos onde se
conservam em geral as tradições espirituais). Durante este ano, parece-me
importante que os outros membros da família dominicana dediquem tempo para
escutar, conhecer e compreender melhor a vocação leiga no conjunto da missão
da Ordem, e possam assim, participar mais na promoção desta vocação.

Se desenvolvermos esta dinâmica do laicado dominicano, isto nos comprometerá


a promover no seio da Igreja, uma reflexão sobre a actualidade da vocação leiga à
evangelização que concerne a todo o baptizado, e também uma reflexão sobre a
contribuição das “comunhões leigas” que seguem tradições espirituais especiais
ao estabelecimento das comunidades eclesiais locais. Convido todas as teólogas
e os teólogos da família dominicana a nos ajudarem nesta reflexão.
Os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão... Consagrar um ano da novena de
preparação do Jubileu da Ordem ao tema “O laicado dominicano e a pregação”
pode ajudar-nos a tomar uma maior consciência do desafio de sermos “enviados a
pregar o Evangelho” como família dominicana. No fundo, é uma chamada a todos
para enraizar cada vez mais profundamente, o nosso desejo de evangelização no
mistério do nosso baptismo, que nos chama à edificação da Igreja no mundo como
sacramento de salvação. Convido todas as comunidades da Ordem e todas as
comunidades e grupos da família dominicana, a dedicarem tempo durante este
ano para aprofundar tudo isto. E para fazê-lo, convido-as a aproveitarem o tempo
da Quaresma para dedicarem em cada semana, um tempo de “lectio divina”
comunitária aos textos dos cinco domingos desse ano litúrgico, fundamentando
novamente a sua comunhão ao percorrer o caminho pelo qual a Igreja convida os
catecúmenos a nascerem de novo pelo prazer de evangelizar.

Frei Bruno Cadoré, O.P.


Mestre da Ordem dos Pregadores

Prot. 50/14/100 Cartas para a Ordem

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