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I
Fernando Pessoa
Contemplo o que não vejo

1 Contemplo o que não vejo.


É tarde, é quase escuro,
E quanto em mim desejo
Está parado ante o muro.

5 Por cima o céu é grande;


Sinto árvores além;
Embora o vento abrande,
Há folhas em vaivém.

Tudo é do outro lado,


10 No que há e no que penso.
Nem há ramo agitado
Que o céu não seja imenso.

Confunde-se o que existe


Com o que durmo e sou
15 Não sinto, não sou triste,
Mas triste é o que estou.
7-9-1933
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de
Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995). - 171.
http://arquivopessoa.net/textos/2231 (cons. dia 30/01/2021)

O poema começa e acaba com uma contradição.

1. Explica a contradição inicial.


2. Interpreta o valor metafórico da palavra muro.
3. Transcreve o verso revelador da supremacia do sonho sobre a realidade.
4. Mostra como realidade e sonho, mundo interior e mundo exterior se confundem.
5. Explica agora a aparente contradição final.

http://textosintegrais.blogspot.com A Professora: Lucinda Cunha


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II
Gramática

1. A oração “quanto em mim desejo” (v. 3) desempenha a função sintática de


a) sujeito.
b) complemento direto.
c) complemento indireto.
d) Complemento oblíquo.

2. A oração “quanto em mim desejo” (v. 3) classifica-se como oração subordinada


a) adverbial causal.
b) substantiva relativa.
c) substantiva completiva.
d) adjetiva relativa restritiva.

3. O constituinte “parado” (v. 4) desempenha a função sintática de


a) complemento direto.
b) complemento oblíquo.
c) predicativo do sujeito.
d) modificador.

4. A palavra “ante”, quanto à classe, é


a) uma preposição.
b) um advérbio.
c) uma conjunção.
d) uma interjeição.

5. Classifica a oração “Embora o vento abrande” (v. 7).


a) Oração subordinada adverbial causal.
b) Oração subordinada adverbial consecutiva.
c) Oração subordinada adverbial temporal.
d) Oração subordinada adverbial concessiva.

6. Indica a subclasse à qual pertence o verbo “abrandar” (v. 7).


a) Verbo copulativo.
b) Verbo principal intransitivo.
c) Verbo principal transitivo direto.
d) Verbo principal transitivo indireto.

7. A palavra “No” (v. 10) é uma contração da preposição “Em” +


a) o determinante artigo definido “o”.
b) o pronome pessoal “o”.
c) o pronome demonstrativo “o”.
d) o pronome indefinido “o”.

http://textosintegrais.blogspot.com A Professora: Lucinda Cunha


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8. As orações “que há” e “que penso” (v. 10) são ambas


a) subordinantes.
b) subordinadas substantivas relativas.
c) subordinadas substantivas completivas.
d) subordinadas adjetivas relativa restritivas.

9. A forma verbal “seja” (v. 12) encontra-se conjugada no


a) presente do conjuntivo.
b) pretérito imperfeito do conjuntivo.
c) infinitivo pessoal.
d) futuro do conjuntivo.

10. No verso “Não sinto, não sou triste” (v.15) temos


a) uma oração subordinante seguida de uma oração coordenada.
b) duas orações coordenadas.
c) uma oração subordinante e outra subordinada.
d) duas orações subordinadas.

BOM TRABALHO!

http://textosintegrais.blogspot.com A Professora: Lucinda Cunha


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Sugestões de resposta

(questões e sugestões de resposta do grupo I retirados do manual Novo Plural 12, 12º ano, Elisa Costa Pinto, Paula
Fonseca e Vera Saraiva Baptista -consultoria linguística: Dra. Maria do Carmo Azeredo Lopes-, Raiz Editora, página
41)
1. A afirmação “Contemplo o que não vejo”, aparentemente contraditória, significa que o sujeito poético vê o que está
para além da realidade.
2. “muro” – metáfora da fronteira entre realidade e sonho; fronteira que estabelece os limites do eu.
3. “Tudo é do outro lado”.
4. Desde o 1º verso que realidade e sonho se confundem. Na 3ª estrofe, ao afirmar “ Tudo é do outro lado,/ No que há e
no que penso”, o sujeito poético reafirma essa confusão, pois transfere a realidade ( o que há) para o lugar do sonho (o
outro lado). Na última estrofe, a confusão é explícita, quando o poeta afirma “Confunde-se o que existe/ com o que
durmo e sou”, acrescentando-se, assim, a confusão entre o mundo exterior (o que existe) e o mundo interior (o que
sou), que é, afinal, a confusão entre a sua individualidade e a realidade.
5. Talvez a contradição final não possa ser explicitada, mas é também possível que o sujeito tente exprimir, através dela, a
sua incapacidade de sentir (porque a imaginação se sobrepõe à sensação/ emoção), ao mesmo tempo que afirma a sua
angústia.

Grupo II

1- a
2- b
3- c
4- a
5- d
6- b
7- c
8- d
9- a
10- b

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