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POLIEDRO Autor: beta Sis Slams, Diretor executive: Nicolau Arbex Sarkis ‘cerncia edtoral:2080 carlos Pugs. ‘eordenapto de eecSo técnica: Maria L dos santas weir Eicbo técnica: Equip do editors técriogs da Eltora Pair, ‘ceordenaeo de producao editorial: Scherrer dos santos. ‘nalista do producdo editaria: lausia Norere Fernandos, ‘eordenar do eco: Nicholls sada Mata ivan Plaseak Jorge. ico qu pos do esioSo dh Estara rliodro. ‘Coordenaps de revaio: rarians Castelo Quel Revise: Equipe ce revisdo di Eotora Piedra ‘oordenaeso de arte: antonio Dom ques Kleer Portela Diagramagio: Equipe de arte da Fltors Palade. lustragdes:Fquipes de iustracio e dearte de Fditora Pledra. ‘Coordenaeio de lcenciamente: Ana Rute 8 Perugin Lcenclamento: Equige de ieenciamento ds EitoraPoiedra, Projeto grafico: nlexandire Moreiratemes e Heber S. 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Nata Archives + Hountain/Wikipad contracapl Cantley srurtterstocs. ‘AciStoraPaladro pesauisau junta Se fontes apropriadas a exstinela de eventual ‘etentares dos dieits de todbs 06 testos © de todas as obras de artzsplasticas Fresentes nests ob, senda que sobre alguns renhume reterenea fo eneortrass fm caso de omissta incluntra, de qua quer erétos fltantes, estes serso Feludos nas futures edigaes, estado, sings, reservados os Sreitos referidos nos ats 28e 29916 9610, SISTEMA DE _ENSINO POLIEDRO So 2048 dos campos SP ism 978-65-7901-001-3, “eleton (12) 38240616 editorags stemspoleara.com or wuss stemspol oda can. xpyright © 2017 ‘Todos 0 disitosdeesigao reservaos Eitara Pais Frente 1 As transformactes europeias na Baixa [dade MEdia sone ‘ formagao do reino de Portugal... ‘Aexpensao comerciel e maritima. O period Pré-colonial..-. As monarquias europeias na idacle Moderna... Economia ecucarsira no Brasil Demeis atividacies econémicas nos séculos XVI e XVII. 6 ‘A administracio colonial portuguesa... A expansao territorial anan ataques e invastes...... Revisando. ‘Aeconamia 28 28 4g ineredora... Transformagles a partir da segunde metade do s8culo XVI. ‘Acrise do sistema Colonial 73 77 ‘Textos complementeres. xercicios complementares.. ‘Texto complementer... xercicios complementares.. cn 2 Exercicios propostos... et) Texto complementar-. 64) Exercicios complementares.. a BB Textos complementares. Exercicios complementeres.. Frente 2 tiviso dos periodos histéricos.. Expresses e conceitos — glossario, APréchistéria.. age Revisando. Exercicios propostos. Textos complementares, Exercicios complementares ‘As civilizagdes mesopotamices. Economia, sociedade © aspectos culturais na Mesopotamia ane ‘Palestina ¢ os hebreus. pourra 5 O mundo ares: oma e seu império Revisando.. A ldade Média: nomenclatura e civisdes. Oimpéria Bizantino. 05 reinos barbaros, 0 Feudalism... Algrejaees monarquies feudeis.. ‘ABaixa Idade Média: as origens da crise feudal..179 ‘ABaixa dade Média: a formacao das monarquias nacion Revisando.—... Exercicios propostes. Textos complementeres. Exercicios complementares Exercicios propostes. Textos complementares. Exercicios complamentares. ‘A Balsa Idade Media: as crises do século xiv e do século xv. ‘ORenascimento cultural Revisando. Exercicios propostes. ‘Textos complementares. Exercicios complementares ee 1 As origens da presenga europeia no Brasil FRENTE 1 ae 5A Primera isa no Basi, 1861. Museu Nacional de Belas-Ates, Sasi. — Ne ee eee ce ee ey identidade: nosso passado colonial, & mercé dos interesses europeus; nossa estrutura latifundiéria; Re ee ee en ee ee eee Cee eoe a ace in Dee ca ees eo eo i eet ce ta ce cn As transformacées europeias na Baixa Idade Média A ise do Feudalismo ‘A Baixa Idade Média (nome usualmente dado ao period ‘que se abre a partir do final do século XLe inicio do século XU, iendo-se até o século XV) europeia teve como caracteristica rmarcante © aprofindamento da erise feudal e o inicio de um processo que levaria, ao longo de séculos, no desenvolvimento do Capitalismo, Virios sto 0s fatores ¢ as possibilidades de explicagto para arcrise do modo de producio feudal. Antes de mais nada, entre tanto, é importante conhecer as principais caracteristicas desse modo de produgio. Entende-se por Feudalismoum conjunto de caracteristicas ‘econdmicas, sociais, politicas e culturais, bem como a forma ‘como elas se inter-relacionam, que predominou na Europa 20 longo de tada a Idade Média, © cujos iltimos radimentos s6 ‘a0 ser abolidos a partir das revolugdes burguesas do final do siculo XVIIL Entre essas caracteristicas, ha a predominancia de uma economia agriria, voltada fandamentalmente para sub- sisténcia, a qual buscava a autossuficiéncia de unidades produ tivas designadas eomumente por feudos. ais unidades encontravam-se nas mios de nobres, os ‘quais impunham uma autoridade quase ilimitada sobre a ter= ri, Fim uma estrutura como es, virias foram as decorréncias incvitiveis: ocorreu a submissio da massa eamponesa (servos) aos senhores da terra, devenderlhes uma série de obrigagses, bem como obediéncia; houve o esfacelamento do préprio po- ‘der, com a autoridade real sendo prineipalmente simbélica, re~ servada A lideranea militar em tempos de guerra; 0 comércio entrou em declinio, deixando de fazer parte do cotidiano. Ao mesmo tempo, o poder da Igreja Cat6lica ampliou-se eonside- ravelmente, tornando-se a principal insituicio medieval, soja no plano politico, econémico ou cultural. ssa estrutura omega a soffer transformagdes « partir de rmeados da Idade Média. O cariter estitico da producao, re- alizada num nivel técnico baixissimo, choca-se com 0 esgo~ tamento das terras produtivas e com a propria ampliagio da populagao, gerando um quadro de expansio que, a0 mesmo tempo, indicava os primeiros sintomas da crise feudal ssa dicotomia entre expansto e crise fica clara ao anali- sarmos o processo das Cruzadas. Vistas usualmente como uma expansio politica curopeia, © um processo de conquistas © de expansio da fé, as Cruzadas, na verdade, apresentam uma série deouiros componentes ¢ efeitos. O simples fato de termos uma grande massa de camponeses ¢ de setores da nobreza partici= pando de expedigies em diroyto ao Oriente jt evidenciavam ‘0 esgotamento das terras e das estrunuras produtivas feudais, ¢ através das Cruzadas tem-sc uma retomada dos contatos com ‘0 Oriente ¢ a “reabertura” do Mediterrineo & navegagio euro- peia, além de um enorme afluxo de riquezas orientais para a Europa. Todos esses elementos contribuiram para a intensifi- ‘eagiio das priticas comerciais na Europa a partir do séeulo XU Capitulo 1 O Renascimento comercial e urbano Os efeitos das Cruzadas, 0 processo de erise feudal e, com- sequentemente, a fuga de servos a eseasse7 de alimentos, ‘onitibuiram para 0 revigoramento do comércio europeu, dan- do origem a ui processo que ¢ usualmente conhecido como Renascimento Comercial e Urbano. Trata-se, a rigor, de um termo incometo, dado ao fato de que 0 comércio nio havia desaparecido ao longo da Idade Média. Entretanto, ¢ 0 termo ‘consagrado pelo uso, devendo-se entender por ele o recrudesci- mento que se verifica nas priticas comerciais, acompanhando «,a0 mesmo tempo, acentuando o processo de desagregagio da ‘ordem feudal Com 0 revigoramento do comércio, surgiram as rotas co- merciais as feiras, dando origem 2 novas cidades ou evigo- rmndo a vida de micleos urbanos jé existentes, Nessas cidades, usualmente tratadas pela designagao de burgos, desenvolve-se uma nova camads de comerciantes, artesios ¢ banguciros, a «qual dard origem A burguesia, ‘Ao mesmo tempo, o Mediterraneo firmava-se como 0 grande eixo de comércio entre a Europa ¢ Oriente. Com isso, por mazaes inclusive geogrificas, as cidades do norte da Ilia, particularmente Génova ¢ Veneza, passaram a monopolizar 0 ‘comércio de produtos orientais, principalmente 0 das t80 cobi- «adas especiarias. Outras regides europeias firmaram-se como importantes polos mercantis, Entre elas, poderiamos citar regio de Flan- ‘kes (correspondenda basicamente & costa curopeia do Mar do Norte, atuais Bélgica, Paises Baixos e nordeste da Franca), a ‘costa do mar Biltico e as préprias costas portuguesas.. As monarquias nacionai: Paralelamente a esse processo de desenvolvimento ¢o- mereial, uma série de transformagies comegava a surgir na vvida social e politica na Europa. Em primeiro lugar, ¢ forgo- so lembrar que a crise feudal gerou uma grande instabilidade social, a qual se manifestava em revoltas ¢ fugas de servos. ‘Ao mesmo tempo, o surgimento ¢ ascensao dessa nova ca~ mada social, a burguesia, representou um polo de cont: -posigo ao pour social e politico da nobreza Essa nobreza, enfraquecida pela propria crise feudal, passa anecessitarde um poder Forte para garantir suas temas e seu po ‘er, contendo a ascensio da bunguesia e as revoltas populares. “Assim, cla abre mao de sua autonomia em favor de um Estado ‘paz de the garantir tudo iss. © coméreio erescente também passa a impor uma série 4 novas condigdes. A antiga fragmentagdo politica feudal mostrava-se incompativel com uma realidade na qual cram recessirias a existéncia de uma moeda tinica; de unidades yadronizadas de peso e medida; a climinagio das impostos, feudais (impostos cobrados pelos senhores pela passagem de mereadorias por suas terras) ete. A esses elementos, soma-se ‘ fato de 0 coméreio, aividade que escapava aa dominio da obreza, possibilitar 20 rei estabelecer dirctamente impostos ‘que ampliavam sua arrecadag2o, o que permiti a eriagto de um exército e de uma administeagio dirctamente centraliza- ‘os em suas mos, independentemente do apoio ¢ da submis- sio da nobreza Frente 1 Al Se en) 1588 ke us 1 andes anes cas Anse 1 Bicpas eas canton de tata banca ‘Todos esses elementos, portanto, conjuminaram no sentido de gorar as necessidades e a possibilidade de uma centralizacio ‘fetiva do poder nas maos dos reis. Um monarquia centralizada signiticou a possibilidade eoncreta de aboliasfronteiras feudais, ‘nificar os mercados internos ¢ centralizar a atividade econdmi= ‘a, possibilitando a concentrayao de recursos em gran inves= timentos mercantis, tas como a prépria Expansio Maritima, A formacdo do reino de Portugal Origens de Portugal ‘A formagdo de Portugal na Idade Média est diretamente vin= ‘ulada ds lutas das populagdes erst da Peninsula Ihérica contra ‘o dominio arabe, conhecidas como Guerra de Reconquista, Em seu process expansionista, insuflado pela religio, «8 drabes penetraram na Penfnsula Tbgrica no inicio do século ‘IIL, apés a conquista de vastas regides do Oriente e do norte da Aftica, e, aprofundando-se em diregao 20 norte, atravessa~ ram os Pirineus em diego ao reino da Franga, até senem deti- os na Batatha de Poitiers, em 732. Derrotados, entrementes, mantiveram seus antiges domi= rios, consideravelmente mais fortes ao sul da Peninsula thé fica, Assim, as populagdes cristis tenderam a se concentrar 1 norte da Peninsula, regiéo conbecida como Astitrias, mais tarde Reino de Leo, de onde partiu « luta pela expulsio dos frabes a partir da Baixa Idade Média, Um nobre de origem francesa, chamado Henrique de Bor- ‘gonha, recebeu das mios do rei de Leio, Afonso VI, 0 comando «as teas situadas na costa Atkintica da peninsula, ao sul do rio Minho, bem como a milo da filha do rei, d. Teresa, em recom= pensa aos servigos prestados na luta contra os mouros (desig~ nagiio dada aos érabes mugulmanos ne Peninsula Woérica). Sto ‘esas terras que formaram 0 Condado Portucalense, origem do reino de Portugal. Foi um filho de Henrique de Borgonha, d. Afonso Henti- ‘ques, quem, em 1139, proclamou a independéncia de Portugal ‘em relagio ao Reino de Leio, Essa independéncia foi reco- nhecida pelo Reino de Leto e pelo papa, sendo ele sagrado d. Afonso I, fundador da dinastia de Borgonha eee A Historia Adinastia de Borgonha Algumas peculiaridades que eeream a dinastia de Borgo- nha a distinguem o, ao mesmo tempo, aproximamsna das de- mais monarquias medievais europeias. Em primeiro lugar, nfo podemos deixar de ter em mente «0 fato de o reino de Portugal ter nascido sob o signo da guer. rp, Assim, tomava-se sempre presente a figura do rei enquanto suserano miximo, comandante da Iuta que se estendeu até o século XIV pela expulsio dos smabes de toda a regio costeira «a peninsula (cabe lembrar que as relagdes de suserani ¢ v sailagem foram tipicas dt Made Média europeia e ligam-se as ‘radigbes dos povos germinicos. Sao lagos fundamentalmente militares, nos quaiso suserano ¢ um superior hierarquico, tendo do vassalo a obeciéncia a fidelidade). Dessa forma, a descen~ ‘walizago politica, que earncterizau os demais paises europeus na Idade Média, nao esteve presente em Portugal Da mesma forma, luta fez com gue monarquia apoiasse a liberragio de servos, para que se engajassem no Exército © para que ocupassem as regides tomadas pelos arabes. Além dis- so,a necessidade constante de recursos para custear a guerra, Jevou os teis da dinastia de Borgonha a terom sempre os olhos voltados para a atividade mercantil que lentamente se desen« volvia na costa, bem como para a produdo agricola e a pesca. Assim, muito antes que em qualquer outro pais europeu, temos cm Portugal uma monarquia centralizada politicamente, com forte controle sobre a economia, Em segundo lugar, nto podemos nos esquecer das dbvias ‘origens feudais da dinastia de Borgonha, de sua vinculagao coma nobreza guerreira ede seus layos com os reinos que, no resante da peninsula, dariam origem a Espanha, De qualquer forma, a medida que a guerra contra os dae bes aproximava-se do final, cada vez mais o Estado portug fortaleeia-se, concentrando enormes recursos, 20 mesmo tempo ‘em que as cidades ao longo da costa cresciam come produto do comércio, da pesca e dos resultados da stividade agricola ARevolugao de Avis E impossivel dissociar a evolugio de Portugal de um qua ro mais amplo que earaterizava a Europa de um modo gerl (© intenso crescimento do comércio das cidades, que vinha se verificando desde o século XI, esbarrou em uma intensa crise. Esa erie tem como componentes fundamentas a Guerra dos ‘Cem Anos, a Peste Negra, as revoltas camponesas ea fome que be estendeu pelo continent Coma crise, o perigo das revoltas levou os mereadores a abandonarem, em grande parte, as roms terestes,passando a priorizaro comércio maritima. Assim, algunas tepides, centre elas Portugal, ganham uma maior importinia como polos do intenso comércio que ligava a regio de Flandres ao norte da alia, Fortaleceuse, assim, a camada mercantil que se desen volvia nas cidades portugueses, tomando-se mais apta a lutar pelo poder. Essa condigio & particularmente importante a0 analisar- ‘mos os acontecimentos que se estendem a partir da morte do reid, Fernando, o Formosa, em 1383. Essa morte gerou uta crise suoesséria da qual o Reino de Castel (en o mais for te dos reinos cristios da peninsula e base fundamental do que Capitulo 1 seria mais tarde a Espanha) procurou se beneficiar, de modo a ‘conseguir ineorporar Portugal aos seus dominios. Ocorre que d. Fernando morrera sem filhos homens e sua tinica filha mulher «za casada com d, Jodo I, rei de Castela. sa pretensfio de Castela era apoiada pela nobreza portu- guesa, porém diretamente rejeitada pela camada mercantil, a ‘qual teria sua autonomia reduzida, ¢ pelos setores populares, a chamada arraia mida, que temia o fortalecimento da nobreza , consequentemente, uma maior opresslo, Foi o enriguecido grupo mercantil, apoiado pela arraia mi- ‘ida, quem sustentou por quase dois anos uma luta contra a:no~ breza e contra Castela, impondo o mestre da ordem militar de ‘Avis, d. Joio, irmao bastardo de d. Fernando, como Regedor ¢ Defensor do Reino e, em 1385, como rei de Portugal. Esse episédio, conhecido como Revoluglo de Avis, signi- ficou, na pritica, a aproximagao entre a Monarquia portuguesa 0 grupo mercantil, o qual passa a ter direta participayo nos interesses do Fstado, o que permite direcioné-lo para 0 desen- volvimento das priticas mereantis que, cada vez mais, torna- vam-se indissociiveis da navegagao. Nao 6 por acaso que, jd no inicio do século XV, alguns anos apés a Revolusio, temos o Estado portugués diretamente ‘comprometido com empreendimentos maritimas, como ates~ ta a tomada de Ceuta no norte da Africa, em 1415, tomada usualmente como o marco inicial da expansdo maritima por- luguesa. Aexpansdo comercial e maritima Aexpansao portuguesa Conforme vimos, 0 processo de desenvolvimento do co- méreio, a partir do século XIV, passou a ter na navegagio um elemento priortério, Mas o século XV traria outros elemen- tos que acentuariam a necessidade de um crescimento ainda nmior dessa atividade A recuperagio econdmica que se seguiu A crise do séeulo “XIV esbarrava emalguns problemas dificilmente solucionaveis 1 mbito das prticas econdmicastais como vinham sendo izadas até ali, Em primeiro lugar, o comércio oriental através do Mediterraneo encontrava um ponto de estrangulamento no monopélio exercido pelos italianos sobre a navegagio neste mar. Tal monopélio enearecia sobremaneira as mercadorias ‘rientais, ja caras pelas dificuldades do transporte entre as ine ‘das € Constantinopla, onde eram adquiridas pelos italianos. Aldm disso, esse eomércio eanalizava grande parte do ouro ‘existente na Europa para o Oriente, gerando eseasse7 de moc- «as e alta dos prozos na Europa Lentamente, ampliava-se a necessidade da abiengto. de novas fontes de metais preciosos e de riquezas em geral, bem ‘como a de uma rota para as indias que passasse pelo Medi- ierrdneo, Sho essas as principais motivagSes para as grandes rnavegacdes que se estendem a partir da século XV. ‘De um modo geral, essas necessidades so curopeias, nao apenas portuguesas. Quais sto entto os fatores que explicam 0 firo de Portugal ter so o primeiro paisa se aventurar em em- rcendimentos maritimos, a ponto de, muito antes de qualquer ‘tro pais europeu, deter um considerdvel imperio colonial? Frente 1 ig] Em primeiro lugar, @ precoce centralizagao pol contribuiu para so, pois permit a coneentragto de recursos ‘em um grande empreendimento, Além disso, temos que a R volugio de Avis, como vimos, signficon ums aproximagio entre este Estado eentealizado ¢ o grupo mercantil, inter 460 no desenvolvimento do comércio. prépria lacalizagao € configuragio yeografiea de Portugal representa um fator importante, dada a localizago entre as principais rotas mari- timas do Atlantico e do Mediterraneo e ao fato de, sendo um pais essencialmente litorineo, jf ter na navegagio um impor tunte meio de vida. Por fim, temos os estimutos dados pelo Estado aos empreendimentos néuticos, que permitizam 0 ) a decadéncla dos servos especialzados e a crse das corporagses de ofcio. (6) aumento da migrapao para o campo e a decadéncia das cidades (0) o fortalecimento das reservas senhoriais € a cobranga de impostos em servigos e produtos. fa manutengdo das téenlcas de exploracdo agicola @ © abandono definitive das obrigagbes servis. HEI 0 sécuio x1 6 conhecido como século de cise e de ‘gande depressac, em quase todos os setores da vida no Oci- ‘dente. Explique as principais razdes dessa orise. [EDM A partr do século x1, na Europa, os poderes monarqui ‘cos foram lontamento se reconstituindo © em torno deles surg ram 08 modemnos Estados Nacionais. Explique as raz6es desse processo de centralizacao politica, ‘Quais razdes explicam a precove centralzagao politica ‘que se veriica em Portugal, durante a Idade Média? FEI ais as principals caracteristicas da dinastia Borgonha ‘© om que ela se aproxima @ se difere das demais monarquias ‘europeias mediovais? TEIN © que foi a Revolugao de Avis e qual sua importancia ara 0 desenvolvimento posterior de Portugal? [EAI be exempios concretes da partiipacao do Estado en- ‘quanto instrumento do desenvolvimento econémico e, particu» lermente comercial, em Portugal “Portugal e Espanha se empenharam em procurar um novo caminho para chegar as Indias @ fazer 0 comércio das ‘especiarias sem depender dos italianos” ‘Quais foram os motivos que fizeram Portugal se des-tacar como ‘primaire nas grandes navegagses? PO Acerca da exoansao maritima comercial implementada pelo reino portugués, podemos afirmar que: ‘o) @conquista de Ceuta marcou a inicio da expanstio, ao pos- sibiltar a acumulagao de riquezas para a manutenpao do ‘empreendimento. (0) aconquista da Baia de Arguim permit a Portugal mon- tar uma foltoria e manter o controle sobre Importantissi- ‘ma rota comercial intra-africana. (c) a instalagao da feitoria de Sao Paulo de Luanda possibi- tou a montagam de grande rede de abastecimento de escravos para o mercado europeu (6), dominio portuguas de Piro @ Sidon ¢ o consequente mo- nopilio de especiarias do Oriente Préximo tomnaram desin- teressante a conquista da india, (©) aexpansdo da lavoura agucareira escravista na tha da Ma- dbira, apés 1510, aumentou 0 prego dos escravos, tanto os portos africanos quanto nas pragas brasileras. A Revolugao de Avis possibillou que Portugal tivesse uma posigao pioneira na Expansfo Maritima em virtude: (2), db dominio lusitano sobre as rotas que ligavam 0 Mediter- raneo aos centros comerciais do Mar do Norte (0) da polttia seguida por d. Fernando, 0 Formoso, apoiando as expedigdes maritimas. (6) da inflydncia que 2 camada mercanti passou a terjunto a0 poder central (©), da Iberalizacao do processo politico como forma de supe- rar a crise foudal (©) da perda de contole pelo Estado sobre as pratioas capi- talistas. De que forma & crise geral do sbculo XV contribuia Jara 0 desenvchvimento econdmice de Portugal? Quais as razdes que explicam 0 fato de @ camada mer- ‘cantil portuguesa ter se colecada violentamente contra as pre- tensdes de Castola © da nobreza portuguesa de incorporar Portugal aos dominios castelnanos? FEB] Assinale a alternativa na qual ha uma relagao incorreta éenire © acontecimento @ sua época na histiia de Portugal: (2) século Vl: invasao da Peninsula lbérca pelos arabes. (o) século Xll:nascimento do Condado Portucalense (0) século XV: inicio da expansdo portuguesa. (3) século XIV: expulsdo dos arabes do terrtéio portugués. sBculo XVI; Revolugdo de Avis © consolidagdo do reino de Portugal EEA 0 cescobrimento do Brasil oi parte do plano imperial da Cotoa Portuguesa, no século XV. Embora néio houvesse inte- resse especitico de expansio para o Ocidente: 2) posse de terras no Allantico Ocidental consolidava a he- gemonia portuguesa neste oceano. (0) 0 Brasil era uma atternativa mercantil ao coméreio portu- gus no Oriente. (0) 0 desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspira fo de Colombo para chegar as indias. (6), aprocura de terras no Ocidente foluma reacao de Portugal a0 Tratado de TordesiIhas, que 0 afastava da América. (©) e88a descoberta foi mero acaso, provocado pelas intempé- ‘ies que desviaram a esquadra da rota da india, Fuvest Antigomente 0 Lusitinia eo Andoluzia eram o fim do ‘mundo, mas ogora, com 0 descaberta das Indias, tornaram-se 0 cen- tro dele. Essa frase, de Tomas de Mercado, escritor espanhol do século 16, referia-se: (9) a0 poderio das monarquias francesa ¢ inglesa, que se tor- naram centrais desde entio |b) Aalteragao do centro de gravidade econémica da Europa © A importdncia crescente dos novos mercados. (©) a0 papel que os portos de Lisboa e Sevina assumiram no comércio com os marajas indianos. 1) a0 fato de a América ter passado a absorver, desde entéio, todo 0 comércio europeu. (6) a0 desenvolvimento da navegacdo a vapor, que encurtava distancias. Sobre 0 Tratado de Tordesinas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que o objetivo era: (0) demarcar os direitos de exploragaio dos paises ibéricos, ten- do como elemento propulsor 0 desenvolvimento da expan- so comercial maritima. (0) estimular a consolidagso do reino portugués, por meio da ‘exploracao das especianas africanas e da formacao do ‘exércto nacional (c) impor a reserva de mereado metropoltano, por melo da chagao de um sistema de monopélics que atingia todas as ‘iquezas coloniais. (9) raconhecer a transterénoia do exo da comércio mundial do Mediterraneo para 0 Atlantico, depois das expedigoes de Vasco da Gama as indias. (©) reoonhecer hegemonia anglo-francesa sobre a explora- ‘c40 colonial, apés a destruigio da Invencivel Armada do Folpe Il, da Espanha. PUC-SP Numa época em que oir valia mois do que ver, 06 olhos enxergavam primaito 0 que se ouvira dzer: tudo quanto 4 via era fkrado pels relatos de viogens fantoaticas, de terros longinguas, de homens monstvos0s que habitavar es confine do ‘mundo conhecido. Lure de Melee Souza. O diabo no Terr de Sona Cn. So Paul: Clo Gosek, 1986p 21-2 © fragmento anterior relere-se & chegada dos europeus a América. E possivel Kentificar a tendéncla a que a autora se retere: ) na divisdo polfico-administrativa em capitanias heredité- Flas @ na proposta posterior de govornos gerais, () om documentes e cartas que detaihavam as aches e inte- resses na producao acucareira do nordeste brasileito. (0) Na negociagao que definiu o limite entre as dreas de coloni- 2agdes portuguesa e espannola na América do Sul () emdesenhos, pinturas erelatos de viajantes quemostravam animals @ planias inaxistentos no Bras (©) 9m inimoras tentatvas de invaséo do Brasil colenial por ‘uttos paises europeus, especialmente a Franca. UEL Para compreender a expanséio maritima nos séculos XV € XVI, 6 necessario considerara importancia da cartografia. Capitulo 1 Sobre o tema, é correto afirmar que 0s cartégratos representa: ram omundk ) alendo-se de conheckmentes acumulados e ransmitidos por ‘meio da Filosofia, da Astronomia e da experiéncia concreta (0) desconhecendo o valor politica de sua arte de cartografar para os rumes da rivaliade castelhano-portuguesa, ©) ignorando a hagiogratia mediaval e as crengas na existén- ia de monstros marinhos @ de correntes de ventos nos 2) confimando os conhecimentos estaticos sobre o planeta, resullantes da observagao direta dos espagos desconhe- cidos. 2) anotando nes mapas pontos geogréticos, longitudes ¢ lati- tudes com eximia precisao, em fungao dos eficazes insttu- mentos de navegacéo. FEE 0 ue quoremos afirmar quando dizemos que, do pon- 1a de vista de seus adjetivos imediates, a viagem de Colombo ‘constitulu-se em um racasso? PUC-SP ‘Quem quer poser elem do Bojedog Tem que possralém do doe Deus oo mare pengoe o.abismo dev, ‘Mos nee 6 que espelhou 0 c6u Femondo sca “iorForiqus" ns Obr potice Rode Jono: Ediero Jot Aguiar 1960. p12 CO trecho de Fernando Pessoa fala da expansao maritima porte quesa Para entendé-o, dvernos saber que: 12) "Bolador” é 0 ponto ao extemo sul da Atioa e que atraves- sito signiicava encortraro caminno para o Oriente “dor representa as doongas, desconhecidas dos euro- ous, mas existentes nas toras a serem conquistadas po- 2s expedigdes 0 “abimc’roforese A crenga, entio generalzada, de que a Teta era plana e quo, em um determinado ponto, acabaria fazendo caitem os navos. 1) mengao aDeus" indica a suposigao,& épaca, eque o Car dor era contéio ao desbravamento dos mares & que punt ‘ia. os navegadores. ©) omar” citado é 0 oceano Indico, onde estdo localizadas as Indias, objetivo principal dos navegadores Ver) Ao chegar « Calicute, em 1498, o navegador portugues Yosco do Gama aguordou que emborcagdes locals se oprosimas sem dos nous & mendou um membro de tipulagao pare terra, 0 degredado Jodo Nunes. Este encontrov n0 porte dois comerciantes ‘unisines, que sobiam falar castelnano e genevés, tavando 0 se vine diélogo, registodo por um portugués anda, = Ao diabo que fe dou; quem fe rouse 5? E perguntaromhe © que vinhamos buzeart60 longe. F ele respondeu: = Vimos buscor eréstos « expecira Lahn ils “Yosca do Gama, o reste Joa dos nds os ctstos de Sao Tbe” Oxeonos Vosca do Gara. Lisoo, 1998, (dot) Frente 1 2). Justiique por que “buscar especiaria’ foi uma importante motivagao econdmica da Expansao Martima portuguesa. b) Identifique duas agses voltadas para a expansio da té cristé, que tenham sido empreendidas pelos portugue- 595 nos seus dominios colonials. Unifesp Se como concluo que acontecerd, persistir esta vio gem de lisboa pore Coleue, que fs iniciou, deverdofahar os lespecirios és golés venssionas # 00s seus mercodores Dire do Girolamo Pil, 1501 sca afimagio evidencia que Veneza estava (©) fomada de surpresa pela chegada dos portugueses & in- da, razdo pela qual entrou em répida @ acentuada deca sncia econdmica () acompanhando atentamente as navegagdes portuguesas no Oriente, 2s quais nam trazer prejuizos ao seu comercio. (0) despreocupada com a abertura de uma nova rota pelos, portugueses, pois isto nfo ia afetar seu comércio e suas mmanulaturas (0) impotente para resistirao monopélio que os portugueses irian ‘estabelecer no comércio de especiarias polo Meditenanea articulande uma alianga com outtos estados italianos para anular 0s eventuais prejuizos decorrentes das navegagies portuguesas. EI OTratado de Tordesithas, assinado om 1494: (>) fol elaborado segundo os mais mademos conhecimentas cartograficos, baseados nas teorias do gedgrato ¢ astrono- mo grego Ptolomeu. (0) {0} respeitado pelos portugueses até 0 século XVIII, quan- ‘do novas negociagées resultaram no Tratado de Madrid. (¢) nasceu de uma atitude inovadora na epoca: a de resolver problemas polftcos entre nagdes conoorrentes pola via di: plomatica. (0) resultou da ago dos monarcas espanhis, que resistiram & _adogdo da Bula Inter Cooiera, contraria aos sous interesses surglu da necessidade de definir a possessao do territéra bra silero isputado por Portugal e Espanha. Faca uma sequéncia cronolégica, assinalando os prin- ‘pais marcos da Expansdo Marilima portuguesa e, a seguir, defina qual seu sentido geral, ‘Qual a importancia, para Portugal, da assinatura do Tratado ‘de Toledo e da propria luta para que o limite divisbrio entre 0s dom ros utramarines portugueses e espanhdis fosse estendido de 100 Iquas a ceste de Cabo Verde (segundo a Bula inter Coetera) para 870 Kéguas, como ficou estabelacido no Tatado de Tordesihas? Como 9 expo atest dos paises ne bét08 no pro- 8680 de Expansio Martha? deere vsicrse cana leescwm 8 outsc: (2) de um plerocultadoso © prevismente elaboredo palo In san argu (0) da experiéncia acumulada na exploragao do Itoral africana ‘0 longo de todo 0 século XV. (c), da tomada de Constantnopla pelos otomanos em 1453, («) de um acidente, pois naquele momento © objetivo portu- gués era atingir a América, (©) de umacidente, pois Vasco da Gama néa conseguiu repetir rola descrita por Bartolomeu Dias. ‘crise europea dos séculos XIV e XV consti um blo usio ao deservahimento da economia de mercada A supera- Gao desse problema foi realizada através da: {e) isen¢lo do hews para ea ckaden (0) db foralacimento das corporages de ofc. (c)_ da expansio maritima (@) bs incentvon a leveura feudal (e) es Gruzadas. Podemos afimar que a expansao comercial e maritima ‘europeia € a formacao das monarquias nacionais séo proces- 805 que mantém intima conexdo porque: (©) aconstituigéo dos maderos Estados consolidou a alianga, entre @ Coroa e a burguesia mercantil (b) a mesmo tempo em que a formagéo dos Estados cen- tralizados constituiu-se em um pré-requisito & expansfo, 0 Estado fortaleceurse ao incorporar regioes de ultramar. (6) aadogao de préticas mercantiistas, regulando as ativida- des mercantis, atendia simultaneamente aos interesses dos comerciantes e do Estado. 4) tanto a Coroa quanto os comerciantes viam a expansio ‘como uma forma de ampliagao de riquezas. (0) das as afirmagdes anteriores estao corretas. os fatos a seguir, um ndo foi caracteristico da Flevolu- ‘ga0 Comercial: 5) mercantiisma, (0) fiagao de companhias de comércia. (c)_ascenséo do capitaismo. |) mada do poder pela burguesia. (©) ampliago das fronteiras comerciais do Mundo Ocidental Leia atentamente 0 texto a seguir: 1505 ~ Nomeagte do primeir Vice rei do hdl, “Tade © nossa forg soje no mac Desisamas de nos opropriae cd tera. As radigdes onigos de conquiso, 0 inpério sobre reinos t30 stants nGo.corvém J Com as nossos esquadras teremos sequroo ‘mare proteidos os indigenes, em cujo nome rnaremes de acto so- treo india. Seo que queremos £00 08 produto dela, 0 nosso Inpro ‘monte osseguraré o monopéio porigués conta oturcoe ovene iano, Impunhomos pesados buts, exegeremas os precos ds cer 495 poro 08 nous dos mouras navegorem nes mares da india @ ss0.08 e9pulsrs [..] 60. maldecerta, que fenhamosalgumas ferolezas 00 Jongo das casts, mas somente par protager os fetoris..]” Cora de d Frances de Almeida od Monuel~ 1508, “rorunbebj.com>. (Adapt (Com base nos seus conhecimentos, elabore uma refiexdo s0- bre 0 texto, abordando 0 menos wes aspactes fundamentals ‘que ele apresenta, a Hist

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