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PETER TOMPKINS e CHRISTOPHER BIRD A VIDA SECRETA DAS PLANTAS CIRCULO DO LIVRO CIRCULO DO LivRO S.A. Caixa postal 7413 So Paulo, Brasil digo integral Titulo do original: “The secret life of plants” ‘Copyright by Peter Tompkins ¢ Christopher Bird ‘Tradugao de Leonardo Fides ‘Capa de Alfredo Aquino: Composto pela Linoart Lida. Licenga editorial para Toro ecneademado 0 Creo do Live ‘pela Abril SA, por eortesa da Exped Cultural ¢ Industai Expansto Editorial S.A. Sio Paulo proibida a venda 2 quem 1975 nko pertenga ao Clreulo Agradecimentos Tntrodugdo .............. PARTE 1 — PESQUISAS MODERNAS As plantas ¢ a percepgio extra-sensorial . As plantas podem ler sua mente Plantas que abrem portas ... Visitantes do espaco ....- Ultimas deseobertas soviétic PARTE 1 — PIONEIROS DOS MISTERIOS DAS PLANTAS A vida vegetal ampliada 100 milhées de vezes . ‘A metamorfose das plantas... .. Quando as plantas crescem para Ihe agradar © mago de Tuskegee ea PARTE 111 — EM SINTONIA COM A MUSICA DAS ESFERAS A vida harménica das plantas ............ " Plantas ¢ eletromagnetismo 2.2.2... .s sss Os campos de forca, os homens e as plantas 0 mistério das auras vegetais ¢ humanas “YARTE IV — FILHOS DA TERRA © solo: alimento basico da vida ....... _ 05 produtos quimicos, as plantas e 0 homem “Plantas vivas ou planetas mortos Os alquimistas vegetais PARTE V — A RADIANCIA DA VIDA Procura magica de plantas para a satide . ‘Pesticidas radionicos ees Mente sobre matéria : Fidhorn eo jardim do Eden . GRADECIMENTOS Os autores expressam sua gratidio a todos os que ajuda afazer este livro, que exigiu pesquisas intensas na Europa, Estados Unidos ¢ na Unido Soviética. ‘Agradecem em especial aos bibliotecérios da U. $. Li- ‘brary of Congress, sobretudo a Legare H. B. Obear, chefe da gan Division, ea seus assistentes. Na Stack and Reader sion, agradecem a Dudley B. Ball, Roland C. Maheus, Sartain, Lloyd A. Pauls ¢ Benjamin Swinson, que ilitaram muito seu trabalho, Agradecem ainda a Robert V. Allen, da Slavic and Cen- “tal European Division, e a Dolores Moyano Martin, da Latin ‘American Division, Library of Congress, e a Lida L. Allen, ‘dt National Agricultural Library, em Beltsville, Maryland. Agradecimentos muito especiais s20 devidos a dois cien- Histas moscovitas, o biofisico Dr. Viktor Adamenko, conhe- ido por suas pesquisas bioenergéticas, e © Prof. ‘Sin or de estudos da Academia Timiriézev de Ci lis, que pronta e gentilmente nos fornecerain dados nao iveis nos Estados Unidos, como o fez Rostislav Donn, Iheiro comercial da Embaixada francesa em Moscow, Agradecem finalmente as suas respectivas companheiras, ‘fom as quais este livro nunca chegaria a gréfica, Com excecio de Afrodite, ndo existe nada neste planeta is adorével que uma flor, nem nada mais essencial que planta, A verdadeira matriz da vida humana ¢ 0 relvado /que se veste a Mée Terra. Sem plantas verdes ndo pode- jamos respirar nem comer. Um milhao de labios movedicos, face inferior de cada folha, cuida de devorar diéxido de ttos quadrados dle superficie folia? véem-se diaria- nte envolvidos nesse milagre da fotossintese, produzindg io € comida para os bichos ¢ o homem, Dos 375 bilhoes de toneladas de alimentos que consumi= mos por ano, a maior parte provém das plantas, sintetizada por ‘as, do ar e do solo, com a ajuda da luz solar. O restante & wecido por produtos animais que, por sua vez, derivam das Intas, Através da dogura da fotossintese é que se tormam 03303 @ comida, a bebida, os inebriantes, as drogas ¢ os re- ios que mantém o homem vivo e radiantemente saudavel, juando usados com acerto. Amidos, gorduras, éleos, ceras, gelulose — tudo isso é produzido pelo agiicar. Do berco & pultura, o homem recorre 3 celulose para a obtencio de irigo, Toupas, combustivel, cestos, fibras, cordas, instrumen- icais, bem como do papel no qual ensaia sua filosofia, extraordinéria quantidade de plantas usadas com. proveito homem 6 indicada por quase seiscentas paginas do Di- Tnstintivamente advertidos das vibragdes estéticas das 5, que so satisfatOrias do ponto de vista espiritual, os humanos se sentem mais felizes e possuidos por maior estar quando convivem com a flora. Requisitos indispen- 4 mesa, ou em festividades, so as flores, que acompa~ inda 0 nascimento, o casamento, a morte. Quer por ou amizade, quer para agradecer a hospitalidade ou 9 homenagear uma pessoa, damos flores de presente, O que os jardins so para as casas, embelezando-as, so, para as cida- ‘des € 05 paises, os parques e as reservas florestais. A primeira coisa que uma mulher pensa em fazer, para dar mais vida a tum cémodo, € enfeité-lo. com um vaso ou uma jarra de flores, E a maioria dos homens, se instados, € capaz de descrever 0 paraiso, seja no céu ou na terra, como um jardim repleto de orquideas luxuriantes e habitado por uma ninfa — ou duas, ‘0 dogma aristotélico de que as plantas tém alma, mas no sensagdes, atravessou a Idade Média ¢ perdurou até 0 século xvii, quando Carl von Linné, 0 grande pioneiro da boténica moderna, declarou que as plantas s6 diferem dos bichos e do homem por sua falta de movimento, conceito esse gue setia derrubado pelo famoso botiinico do século xix Char- les Darwin, 0 qual provou que cada gavinha est4 dotada de lum poder de movimento independente. Segundo Darwin, as plantas “sé adquirem ¢ exibem esse poder quando isso apre- senta alguma vantagem para elas”. No inicio do século xx, um talentoso biélogo vienense com o nome gaulés de Raoul Francé langou a idéia, chocante para os fildsofos da natureza contemporaneos, de que as plan- tas movem seus corpos com uma liberdade, tum desembarago © uma graga tio grandes quanto 0 homem ou o bicho mais capacitado — © que s6 ndo apreciamos isso pelo fate de as plantas se moverem a um passo bem mais Iento que o nosso. As raizes das plantas, disse Francé, eseavam perscrutan- temente a terra, 0s brotos e vergénteas giram em cfrculos definidos, as folhas e flores vergam ¢ tremem com as mudan- gas, as gavinhas se enroscam inquiridoras e se estendem com bracos fantésticos para sondar o ambiente. Apenas por nio se dar ao trabalho de observé-las 6 que 6 homem julga as plantas desprovidas de movimentos e sensagSes. Poetas e filésofos como Johann Wolfgang von Goethe ¢ Rudolf Steiner, que tiveram paciéneia de observar as plantas, descobriram que clas crescem em direcdes opostas, penetran- do por um lado no solo, como que atraidas pela gravidade, € irrompendo, por outro, pelos ares, como que puxadas por alguma forma de antigravidade, ou levitagao. Radiculas vermiformes, que Darwin comparou a um oé- ebro, valem-se de finos filamentos brancos para escavar cons- 19 mente para baixo, aglomerando-se firmemente no solo indo-o A medida que avangam. Pequenas cimaras cas, quais uma bola de amido pode retinir, indicam as pontas ii raiz a direcdo da forca de gravidade, | Quando a terra esti seca, as raizes se voltam para um mais ‘imido, penetrando eventualmente em tubos enter- alastrando-se por extensdes de até 12 metros, como jeaso da alfafa, ou desenvolvendo uma energia capaz de firar o concreto. Ninguém ainda contou as raizes de uma Wore, mas o estudo de um tinico pé de centeio indica um de mais de 13 milhoes de radiculas com uma extensio junta de cerca de 608 quildmetros. Nessas radiculas de tsio encontram-se delicados filamentos cujo nimero é es- imado em cerca de 14 bilhdes e cujo comprimento total anda yolta dos 11000 quilémetros, ou seja, quase a distancia um polo ao outro, __ A medida que se gastam em contato com pedras, seixos randes gros de areia, as células especiais de escavagio rapidamente substitufdas por eélulas de idéntica natureza. fas clas morrem quando atingem uma fonte nutritiva, e sio bstituidas entdo por células destinadas a dissolver sais mi- nis ¢ coletar 0s elementos resultantes, Essa nutrigao fun- tal ascende de célula em célula através da planta, a qual wlitui uma unidade singular de protoplasma, a substincia da ou gelatinosa considerada a base da vida fisiea A raiz & assim uma bomba de gua, com a 4gua agindo no um solvente, universal, elevando elementos da raiz a evaporando ¢ voltando & terra para de novo ser o meio it cadcia vital. As fothas de um modesto girassol so ca- de eliminar num dia a mesma quantidade de 4gua que homem transpira. E uma tnica bétula, num dia quente, absorver até 380 litros, exsudando através de suas folhas Nio hé planta que seja uma coisa estética; todo cresci- 10.6 uma série de movimentos; a5 plantas esto constan- mnte preocupadas em vergar, em tremer e dar voltas, que faz a afirmagdo, desereve um dia de verao com ires de bracos polipdides que se estiram de uma latada ila, agitando-se, tremendo em sua fnsia de encontrar VO suporte para os ramos pesados que crescem por trés , Vinte. minutos depois de achar um pouso, a gavinha, descreve um circulo completo em 67 minutos, comeca a u contornar o objeto; dentro de uma hora, sua adesio jé 6 tao firme que serd dificil desprendé-la, A gavinha se enrosca entao como um saca-rolha, erguendo, ao fazé-lo, toda a planta. Uma planta trepadeira que precise de escora se arrastaré Para 0 suporte mais proximo. Se este for mudado de lugar, dentro de poucas horas a planta desviard seu trajeto, pasando @ seguir na nova direcSo. Ser4 que cla pode ver a escora? Serd que a sente, de alguma misteriosa mancira? Uma planta que cresce entre obstaculos ¢ fica impossibilitada de ver um suporte em potencial desenvolve-se em direcdo a um suporte cculto, evitando a érea que no corresponde & sua ansia, As plantas sio capazes de intenfo, garante ainda Francé: Procuram ou se estendem em direcio a0 que querem de ma- neiras tie intrigantes quanto as mais fantasticas criagdes 10- ‘manescas. Longe de levarem uma existéncia inerte, 0s seres vegetais, — 90 0 que os antigos helenos chamavam de bordne — pa- Tecem capazes de perceber e reagir 20 que acontece em seu ambiente a um nivel de sofisticacio que ultrapassa em muito © dos homens. A orvalhinha ou rosela agarra moscas com uma preciséo infalivel, movendo-se na diregdo exata onde se encontram as presas. Algumas plantas parasitas, por seu turno, econhecem © mais sutil vestigio de odor de suas vitimas ¢ so capazes de transpor todos os obstéculos para se arrastar até elas. As plantas parecem saber quais as formigas que surri- piam seu néctar, fechando-se quando elas andam por perto € 6 se abrinde quando o aciimulo de orvalho em seus caules € © bastante para impedir que tais formigas o cscalem. A acécia, mais sofisticada, recorre inclusive aos préstimos de certas formigas, retribuindo-Ihes em néctar a protecio que é por elas dada contra outros insetos e mamiferos herbivoros. Seré por simples acaso que as plantas assumem formas especiais para adaptar-se as idiossinerasias dos insetos que as deverio polinizar, engodando-os com cores ¢ fragrancias especificas, retribuindo-Ihes com seu néctar preferido, arqui- tetando uma rede extraordinéria de canais e toda uma maq naria floral onde possam manter presa uma abelha, como perfeitas armadilhas, para sé a liberar quando o processo de polinizacio se completa? Seré por simples reflexo ou coincidéncia que uma planta como a orquidea Trichoceras parviflorus desenvolve suas pé- 12 las de modo a imitar a fémea de uma espécie de mosca, wendo-o com tal perfeigao que o macho tenta acasalar-se a © nesse exato momento a poliniza? Serd ainda por acaso iio brancas, exercendo assim uma maior atragio sobre “mariposas e borboletas noturnas, as flores que desabro- ght & noite e exalam ao creptisculo um odor mais intenso, ‘que a Tris foetidissima cheira a carne podre apenas em eas onde ocorre uma profusio de moscas, enquanto as flores je confiam ao vento a polinizacao cruzada das espécies limi se 4 uma aparéncia relativamente modesta, em vez de iitsperdicarem energia para fazerem-se belas, perfumadas ou iifentes para os insetos? Para protegerem-se, as plantas desenvolvem espinhos, um Hilo amargo ou secresées gomosas que capturam ¢ matam fnsetos hostis. A recatada malicia ou dormideira (Mimosa ica) dispoe de um mecanismo que reage toda vez que um foUlro, uma Tagarta ou uma formiga se arrasta por seu caule diregio &s folhas delicadas: tio logo exercida uma pressio seus rgios sensitivos, os pediinculos se abaixam, as has se recolhem, como se murchassem, © esse inesperado jovimento, quando néo langa o intruso fora, obriga-o a bater (om retirade, sy, it tertas pantanosas, incapazes de encontrar nitrogénio, Wgumas plantas devoram, para o obter, criaturas vivas, Ha is de quinhentas variedades de plantas carnivoras, a cujo convém as cames de sabor mais distinto, quer de sos, quer de seres mais fartos, © que se valem de infini= ardis para capturar suas presas, desde tentdculos a viscosos ou engenhosos alcapdes afunilados. Os tenté- los das plantas carnivoras nio sio apenas bocas, mas tam- estémagos sustentados por esteios que se destinam a rir € devorar a presa, digerindo a came ¢ 0 sangue endo ido nada seno um esqueleto. A orvalhinha ou rosela, que devora insetos, néo Tiga para Ikos, particulas ce metal ou outras substancias estranhas las em suas folhas, mas sem demora percebe o que hé de tivo num pedaco dé carne. Darwin descobriu que essa inta pode ser excitada quando sobre ela & posto um fio de pesando apenas 1/78 000 de um grio. Uma gavinha, ‘constitui com as radiculas a parte mais sensivel de uma na, se curva quando um fio de seda, pesando apenas }00025 de um grama, € atravessado sobre ela. A engenhosidade das plantas em arquitetar formas ex- ede em muito @ dos engenheiros. As estruturas criadas pelo homem nao se comparam 4 capacidade de resisténcia dos longes tubas ocos que suportam pesos fantdsticos contra tem- Porais violentos. O uso de fibras espiraladas pela planta € um mecanismo que dificilmente se rompe e para 0 qual a inven- tividade humana ainda nfo encontrou um correspondente a altura. As células se alongam como salsichas ou tiras que se prendem umas as outras para formar um cordio quase indes- trutivel. Uma drvore engrossa a medida que cresce, cientifi- camente, para suportar maior peso. © cucalipto australiano pode erguer-se sobre um tronco fino até 144 metros acima do solo, ou tio alto quanto a Grande Pirdmide de Queops, e ha nogueiras capazes de agtien- tar até 100000 nozes. A sanguindtia ou corriola-bastarda, por sua vez, mostra-sé perita em dar nés que, depois de secos, ficam tao apertados que arrebentam, impulsionando as se. mentes para que elas germinem o mais longe possivel da planta-mae. As plantas se revelam perceptivas mesmo quanto a orien- tacdo e ao futuro. Habitantes da fronteira © cagadores dos Prados do vale do Mississipi descobriram que as folhas da chamada planta-biissola (Silphium laciniatem), da mesma fa- milia do girassol, indica os pontos cardeais. O alcacuz-in- diano ou jequiriti (Arbrus precatorius) 6 tao acentuadamente sensivel a todas as formas de influéncias elétricas ¢ magnéti- cas que chega a ser usado como planta-barémetro. Os primei- tos botanicos que o utilizaram em experiéncias, nos Kew Gardens de Londres, consideraram-no um meio para previsio de ciclones, furacdes, tornados, terremotos e erupcées vul- cfnicas, Precisas como so quanto as estagies, as flores alpinas sabem quando a primavera se aproxima e abrem caminho através das derradeiras camadas de neve, desenvolvendo seu proprio calor para fundi-las. Reagindo com tal precisfio, presteza ¢ diversidade a0 mundo exterior, as plantas, no entender de Francé, devem ter algum meio de se comunicar com esse mundo, algo compa- ravel ou superior aos nossos sentidos. Francé insiste em que a3 plantas estio constantemente observando e registrando acon- tecimentos e fenmenos sobre os quais 0 homem — preso em 14 fia visto antropocéntrica do mundo, que Ihe é subjetivamente ‘evelada por seus cinco sentidos — nada sabe. Malgrado terem sido vistas, quase universalmente, como Insensiveis autématos, as plantas sio agora consideradas ca- izes de estabelecer distingfo. entre sons inaudiveis para 0 ymem, bem como entre cores que correspondem 90s com- primentos de onda do infravermelho ¢ do ultravioleta e que {Nossa visio nao capta; so especialmente sensiveis aos raios Ke a alta fregiiéncia da televisio. Francé diz ainda que todo o mundo vegetal vive om intonia com os movimentos da Terra, da Lua e dos demais pplanetas do sistema solar — e que um dia hé de se demons- trar que ele é também afetado pelas estrelas ¢ outros corpos Gelestes. Como a forma externa de uma planta se mantém uni- Ufria © ¢ restaurada toda vez que uma parte vem a ser des- (ufda, Francé presume que exista alguma entidade consciente Supervisionando a integridade da forma, alguma inteligéncia dirigindo a planta — seja de dentro, seja de fora. Ha mais de um século ¢ meio, Francé, que concedia as Plantas todos os atributos das criaturas vivas, inclusive “a Teigio mais violenta contra os desmandos e a gratidio mais lirdente pelas atencdes”, poderia ter escrito um A vida secreta as plantas. Mas o que ele chegou a publicar foi bastante ata ser ignorado pelo establishment, quando nao considerado eelicanecte chocante. O que maior desagrado causou foi fia hipdtese de que a percepgao das plantas pode ter origem jum mundo supramaterial de seres o6smicos a que os sibios Hindus se referiram como “devas”, muito antes do nascimen- 10 de Cristo, e que — como fadas, elfos, gnomos, silfides ¢ Jima multid%o de outras eriaturas — foram objeto de visio direta e experiéncia para clarividentes ativos entre os celtas © outros intuitivos. Aos estudiosos da vegetagio da época, a Mdéia pareceu uma maravilha insfpida, inevitavelmente to- imintica. Foi preciso chegar as surpreendentes descobertas feitas por varios investigadores, na década de 1960, para que o mundo das plantas voltasse a despertar a atengio da buma- Hidade. Mesmo assim ainda ha céticos que custam a acreditar we as plantas possam ser enfim as damas de honra de um Visamento da fisica com a metafisica. Hi agora evidéncias em apoio da visto do poeta e do 15 fildsofo, qual seja, a de que as lantas — criaturas que vivem, respi x se eee Pete dotadas de personalidade e dos atributos da alma. S6 nossa cegueira foi que nos fez insistir em considerd-las aut6matos. E mais extraordinario ainda € patentear-se agora que as plantas podem se mostrar capazes, propensas e decididas a cooperar com a humanidade na tarefa herctilea de reconverter este planeta num jardim, a partir da sordidez e da putrefagao que Upificam 0 que o eco- Jogista pioneiro da Inglaterra, William Cobbett, chamaria de “excrescéncia”. Parte I PESQUISAS MODERNAS ‘As plantas @ a percepcao extra-sensorial A janela empocirada do edificio — que dava para Times Square, em Nova York, ¢ abrigava exclusivamente escritérios — tefletia como um espelho uma cena inusitada do Pais das Maravilhas. Mas no se via o Coelho Branco com seu colete e seu relégio de bolso; via-se um homem de orelhas de elfo, ehamado Backster, com uma planta comum de interior, cha- mada Dracaena massangeana, ¢ um galvandmetro. O galya- németro estava ali porque Cleve Backster era 0 mais eximio especialista americano em deteccao de mentiras; a dracena, por iniciativa de sua secretaria, a quem parecera que o drido escritério reclamava um toque verde; e o proprio Backster, devido a um passo decisivo, dado na década de 60, que afetou radicalmente sua vida ¢ pode, de igual modo, afetar o planeta. Noticiadas com destaque pela imprensa mundial, as ex- travagancias de Backster com suas plantas deram motivo a charges e gozagoes de todo tipo; mas a caixa de Pandora que ele abriu para a ciéncia talvez nunca mais se feche. Sua des- coberta de que as plantas parecem ser sencientes causou teagGes fortes e variadas em todo o mundo, a despeito do fato de Backster jamais se ter arrogado uma descoberta, mas sim, apenas, a lembranga de uma coisa sabida — e esquecida Acertadamente ele evitou publicidade ¢ se concentrou em estabelecer a absoluta autenticidade cientifica do que passou a ser conhecido como o “efeito Backster”. ‘A aventura comecou em 1966. Backster passara a noite “em sua escola para operadores de poligrafos, onde ensina a técnica de deteccdo de mentiras a policiais ¢ agentes de se- ca de todo o mundo. Num impulso stbito, decidiu colo- de um dos seus detectores sobre uma folha cena. Planta tropical que lembra vagamente uma pal- com folhas grandes e um denso cacho de flores mitidas, € também conhecida como arvore-do-dragao (do latim em virtude da crenca popular de que sua resina con- 17 , tém sangue de do. Baekster estava interessado em saber em quanto Gore oo que modo a folha seria afetada pela gua despejada nas raizes, i ¢ a agua subia pelo caule sedento, 0 galva- an Fapiek de Backster, néo indicava a menor i i i dada i contrariando assim o qué seria de esperar, Tet coadubiiidade elétrica da planta umida. Em ver de ir para cima, @ ponta que tragava © grafico tendia mais a descer, gerando ainda com freqiiéncia uma linha bem serri- ae galvandmetro € a. parte de um detector de mentiras poligréfico que, quando lignda a um ser humano por fios que eonduzem em uma baixa corfente ¢létrica, faz com que uma agu- Jha se mova ou uma ponta trice um grafico num Papel qua- , em resposta a imagens mentais ou as mais ee encivas, Tnventado no fim do século xvi padre vit , Maximilian Hell, S. J., astrénomo da triz Maria Teresa, teve seu nome derivado 0 fisico ¢ fisiologista italiano que descobriu animal”, © galvandémetro & agora usado em “um circuito elétrico chamado “ponte de Wheat- ‘honra de Sir Charles Wheatstone, fisico inglés ‘simples, essa ponte avalia a resisténcia, de er elétrico do corpo humano — ou sua ser medido 4 proporgdo que flutua sob ¢ das emogées. O procedimento € submeter o suspeito a um estruturado” ¢ observar as dracena na xicara de café quente que tomava, Nenhuma rea- gio notavel foi registrada pelo medidor, Backster considerou 9 problema por alguns minutos ¢ concebeu entio uma ameaga maior: queimar a propria folha a qual os elétrodas haviam sido ligados. No instante em que lhe veio & cabeca a idéia de fogo, ¢ antes que cle pudesse se mexer para apanhar um f6s- foro, ocorreu no grafico uma mudanga dramitica, sob a forma de uma prolongada ascensdo da ponta que realizava o traga- do. Backster nfio se mavera, nem para se aproximar da planta, nem em direcdo & maquina. Poderia a dracena ter lida sua mente? Saindo finalmente da sala ¢ voltando com uma caixa de fésforos, Backster notou que outra sibita alteracao se regis- trara no grafico, evidentemente causada por sua determinacac em levar a cabo a ameaga. Embora relutasse, dispds-se a queimar a folha. Dessa vez foi menor a reagao espelhada no grafico, Mais tarde, enquanto ele assumia atitudes fingidas, como se realmente fosse por fogo na planta, jd nenhuma reagdo se notava. Evidenciava-se que a planta era capaz de distinguir entre a intencao real ¢ a simulada, Backster teve vontade de sair pelas ruas, correndo ¢ anunciando ao mundo: “As plantas pensam!” E porém, absorveu-se na investigagio mais meticulosa do fend- meno, a fim de estabelecer exatamente como, e através de que meio, a planta reagia a seu pensamento. Seu primeiro passo foi certificar-se de que nao fechara os olhos as possiveis explicagdes légicas para o fato. Haveria algo de extraordindrio sobre a planta, ou sobre ele, ou ainda sobre o instrumento particular que utilizara? O assunto exigiu um estudo mais detalhado, quando ele ¢ seus colaboradores, izando outras plantas ¢ outros instru- Mentos em outros locais do pais, foram capazes de fazer observacdes semelhantes. Bananas, laranjas, cebolas, alfaces, mais de 25 variedades de plantas ¢ frutas foram ao todo testadas, As observagées, sempre coincidentes, implicavam um novo enfoque da vida, com algumas conotagdes explosivas Para a ciéncia. Até entao, o debate entre cientistas © parapsi- célogos sobre a existéncia da percepgao extra-sensorial tinha sido altamente controvertido, sobretudo devido a dificuldade em estabelecer com seguranga quando realmente ocorre um fenémeno dessa natureza. O maximo a que se chegara — gra- gas ao Dr. J. B. Rhine, cujas experiéncias no campo tveram 19 iniéio na Universidade de Duke — fora estabelecer que, nos seres humanos, os fendmenos extra-sensoniais ocorrem com tamanha frequéncia que ja ndo faz sentido atribui-los apenas 2 Sar ninel en) Backster considerou que a capacidade de aprender sua intengo, revelada pelas plantas, fosse alzuma forma de percepgdo- extra-sensorial. Mas acabou renuncianda a expressdo, que sc aplica a percepgao- efetuada acima © além dos sentidas estabelecides do tato, da visio, da audigao, do paladar e do olfate. Como as plantas nao parecem ter olhos, ouvidos, nariz nem boca, ¢ como os botanicos, desde o tem- po de Darwin, nunca Ihes concederam um sistema nervoso, Backster deduziu que sua fungdo perceptiva devia ser algo de mais basico. r i Esse ponto de vista levou-o a conjetura de que os cinco sentides humanos possam ser fator de limitagao, enco- brindo uma “j 4 primaria” possivelmente comum 4 ‘natureza. “Talvez as plantas, sem olhos", presumiu “consigam enxergar melhor do que nds.” Gracas 0 sentidas basicos, os homens podem optar livremente perceber indistintamente ou nao perceber de ter comentou a respeito: “Quando a visdo de uma agrada, voce pode desviar o olhar ou recusar-se 1ém nunca tirasse os outros da cabeca, ¢ suas plantas eram capazes de pe: ampliou seu escritério © decidiu rio cientifico, tipico da era es- ‘meses seguintes, foram obtidos gri- espécies mais variadas. O fendmeno ndo a folha era arrancada da soincidir com o tamanho dos elé- tinuava a ser acusada pelo eta esmigalhada ¢ seus pedacos As plantas reagiam ae 1 a aMeagas em potencial, cachorro ou de uma pes- racdes dramat raifico gerado pela plant antes de a a comecar a correr de ur tava impedir seus movimentos. * explicou cle pulir y na presenca da v Tr menos atencdo As inten ‘A Gltima coisa que uma planta que outra Ihe crie problemas. Mas elas parecem al vida animal durante todo o tempo em que esta set redor. Com sua extrem podem requerer um controle atento.” Backster observou que, ameagada por um perigo imi- nente, um dano grave, uma planta “apa morte fingida, reagindo assim, por autodefesa, de modo se melhante a um gambi — se nao mesmo a um ser humano. © fenémeno foi dramaticamente demonstrado quando um fisiologista canadense visitou o laboratério de Backster para presenciar a reagao de suas plantas. A primeira delas nao deu resposta alguma. Backster experimentou a segunda, a ter ceira — e nada. Verificou entao scus instrumentos poligrifi- cos ¢, ainda em vio, testou mais duas p 8, SO a sexta reagiria de modo suficientemente claro para demonstrar o fenomeno. Interessado em saber o que poderia ter outras plantas, Backster perguntou ao visit seu trabalho o forca a fazer mal as plantas?” *Sim'’, respondeu o fisiologista. “Eu liquido as plantas com as quais trabalho, Torr num forno para obler seu peso seco para minha anali Quarenta ¢ cinco minutos depois, quando o fisiologista ja se encontraya a caminho do acroporto, todas as plantas de Backster voltavam a dar em seus grificos uma resposta fiuente. Besa experiéneia se mostrou Gil para que Backster che- Basse & conclusio de que as plantas podiam ser levadas a um ‘desmaio, ou mesmerizadas, pelos seres humanos, de que algo Semelhante talvez fizesse parte do ritual do magarefe, antes de um animal ser abatido de maneira correta. Comunican- do-se @ vitima, 0 matador pode infundir-Ihe tranqililidade e 21 mobilidade, os bichos € as pessoas ou desmaia numa. fluenciada as Por acaso leva-la a uma morte serena, impedindo assim que sua carne conserve residuos de um “medo qui ico”, desagradivel ao paladar talvez mesmo nocive ao consumidor. Isso suscitou a possibilidade de que as plantas ¢ os frutos suculentos quei- ram de fato ser comides, mas s6 numa espécie de ritual amo- roso, com uma comunicagao real entre © que come ¢ © que é comido — algo afim ao rito cristao da comunhao —, ¢ nao na costumeira matanca desapiedada. : “Pode ser”, diz Backster, “que um vegetal prefira passar a fazer parte de outra forma de vida a apodrecer no chio, assim como, 4 sua morte, uma pessoa pode experimentar ali- vio por encontrar-se num plano de existéncia mais elevado,” Certa vez, para mostrar que tanto as plantas quanto as células individualizadas captavam sinais através de algum meio de comunicacao inexplicado, Backster fez uma demons- trago para o autor de um artigo publicado no ‘Sun de Balti- more e posteriormente condensado no Avante Digest. Apés ligar o galvanémetro a um filodendro, Backster dirigiu-se a0 jornalista, como se fosse ele o objeto da pesquisa, ¢ subme- teu-o a um int sobre o ano de seu nascimento. oO ista foi instruido para responder sempre ndo aos sete anos entre 1925 e 1931, seguidamente mencionados por - Backster. Este obteve entéo no grafico a data correta, a qual planta num momento de vigor mais intenso foi repetida por um psiquiatra, © diretor médico do centro de pesquisas > em Orangeburg, no Estado ‘companhia de um colaborador, Douglas Escola de Engenharia de Newark, se- teste um homem que possuia um filoden- le, com o maior carinho, a partir da semente. )@ planta, os dois cientistas fizeram # alunos da escola de Backster, alguns deles policiais traqueja- dos, ofereceram-se como voluntarios para a experiéncia, De olhos vendades, cada aluno tirou de dentro de um chapéu um papelzinho dobrado, um dos quais continha instrucdes para desenraizar, pisotear ¢ destruir completamente uma das duas plantas que se encontravam na sala, O criminoso deveria agir em segredo; nem Backster nem nenhum de seus alunos saberiam sua identidade; sé a segunda planta seria uma tes- temunha. Ligando a planta sobrevivente a um poligrafo e fazendo com que seus alunos desfilassem diante dela, um por um, Backster foi capaz de descobrir o culpado. De fato, abstendo-se de qualquer reago perante os cinco inocentes, a planta ma- nifestou no medidor, quando se aproximou o verdadeiro culpado, uma excitacao feroz. Backster nao se atreveu a afir- mar que a planta tivesse captado ¢ refletido o sentimento de culpa do “vilao”; como esse agira em nome da ciéncia ¢ sua culpa nao fosse assim tao grande, ficava porém em aberto a possibilidade de que a planta se lembrasse e reconhecesse © destruidor de sua companheira Em outra série de observagdes, Backster notou que, a despeito da distancia, parece estabelecer-se entre uma planta @ a pessoa que dela cuida um vinculo de afinidade ou um tipo especial de comunhio, Com o usa de crondmetros sin- cronizados, percebeu que suas plantas continuavam a reagir a seu pensamento € atengao, quer estivesse ele na sala ao lado, no saguao de entrada do edificio ou mesmo varios prédios adiante. De regresso de uma viagem de 24 quilémetros a Nova Jersey, Backster constatou que suas plantas tinham dado Mostras de exuberancia e sinais decisivos ¢ positivos de res- posta no exato momento em que ele decidira voltar para Nova York, Se por prazer em revé-lo, ou por simples alivio, nilo saberia dizer. Sempre que Backster viajava para um ciclo de palestras e falava de suas observagdes de 1966, mostrando um slide da dracena original, a planta, deixada em seu escritorio, acusava uma reacio no grafico no exalo momento em que sua imagem era projetada. Desde que acostumadas a uma pessoa, as plantas parecem capazes de manter com ela uma ligagao solida, onde quer que essa pessoa esteja, mesmo perdida na multidao. Na véspera de ‘Ano Novo em Nova York, Backster imiscuiu-se na balburdia 23 munido de um caderno ¢ um cronometro. . movia entre a massa, anotou suas varias A medida due ue dew, a pressa que o invadiu ao descer GOES, 08 Passos ee enctrd, a iminéncia de ser pisoteado, ao do metr ptens ne eae teve com um vendedor de jornais, a lige ério, verificou que trés de suas Gane ae eearadamcals) tinham mostrado reagdes Sa ae corriqueiras aventuras emocionals. Com a intengo de testar as reagdes das planes longa distancia, Backster recorreu a uma amiga baa zen i = = antas dela continuariam a lhe ser figis durante uma se- vie ia de viagens aéreas que cobririam mais de 1000 quild- fae los Estados Unidos. Gragas a relégios sincronizados, Sai as plantas reagiam as tensGes emocionais de sua dona, de modo inequivoco, toda vez que o avido se pre- parava para aterrissar. ete: Para certificar-se do que podera ocorrer a distancias bem maiores — a milhGes de quilémetros —, para ver se 0 espago se converte em limite para a “percep¢ao primaria” das plantas, Backster gostaria que os pesquisadores de Marte colocassem uma planta com um galvanémetro nesse planeta, ou proximo a ele, permitindo assim observar por telémetro a teagdo da planta as alteragGes emocionais registradas em seu dono na ‘Terra. Considerando que sinais de rédio ou Tv telemetrados — \ransportados por ondas eletromagnéticas a velocidade da luz — levam de seis a seis minutos e meio para chegar a Marte f tempo igual para voltar A Terra, a questo sera saber se de Times Square, Hiekster, no mesmo instante em que for emitido. Se o tempo F ida e volta de uma mensagem telemetrada fosse reduzido tee ante Meveria uma indicacao de que as mensagens men- Gas ou emocionais operam fora do tempo, tal como o con- » © além do espectro eletromagnético. mados b do Oriente que nos mantém infor- ecine is hipétese de ‘uma continacts extratemporal”, seer, fackster. “Tais fontes. afirmam que o umiverso se oaks Gee equilibrio; se esse equilibrio se desfizer em algum delcctat a a tes esperar uma centena de anos-luz part omalia ¢ corrigi-la, A, comunicagao extratemporal. cry essa espécie de concregao unitaria de todas as coisas vivas, poderia ser a resposta para o problema em pauta. Backster ndo sabe ao certo que tipo de onda energética conduz até uma planta os sentimentos ou as idéias de um homem. Ocorreu-lhe isolar completamente uma planta, ser- vindo-se ora de uma caixa farédica, ora de um recipiente de chumbo. Mas nem aquela nem este tiveram condigao de inter- ceptar ou obstruir o canal de comunicagao existente entre a planta ¢ o homem. Backster deduziu entio que a onda por- tadora equivalente, seja ela qual for, deve operat de algum modo além do espectro eletromagnético, bem como num sen- tido decrescente — do macrocosmo para 0 microcosmo. Um dia, ao cortar acidentalmente um dedo ¢ se tratar com iodo, Backster notou que a planta entio submetida ao poligrafo reagiu de imediato, aparentemente afetada Por esse fato banal a morte de algumas células digitais, Se bem que tal reacao pudesse ter sido causada pelo estado emocional do préprio Backster, quando ele vira seu Sangue, ou ainda pelo cheiro forte do iodo, o Pesquisador nao tardou em des- cobrit que um mesmo padrio se repetia no grifico sempre que uma planta testemunhava a morte de tecidos vivos, Poderia a planta, a um nivel tao minimizado, ser sensivel @ todo processo de morte celular que ocorria em seu meio ambiente? © padrao tipico Teapareceu, em outra ocasiao, quando Backster Se preparava para tomar uma poredo de iogurte. Intrigado a Principio, ele acabou se dando conta de que o Presunto que misturara ao jogurte continha um presery. quimico que pouco a pouco exterminava os bacilos vivos fustentes no ultimo. Outro padrao inexplicdvel no grafico foi finalmente esclarecido ao evidenciar-se que as plantas Feagiam também a agua quente que escorria pelo encanamento edava morte as bactérias do esgoto, © consultor médico de Backster, Dr. Howard Miller, um citologista de Nova Jersey, concluiu que uma especie de Sonsciéncia celular” deveria ser comum a toda a vida. Para explorar essa hipotese, Backster descobriu um meio de conectar elétrodos a diferentes tipos de células, recorrendo a ca has Paramécios, lévedo, culturas de mofo, Taspas da vd mana, sangue e mesmo sperma, Controlados pelo Erie todos. deram origem a Braficos tao interessantes * Produzidos pelas plantas, Uma sagacidade espan- 25 pelas células de esperma, as quais pareceram ficar seus doadores, real indo a presenca ie outros homens. Tais observagoes leva- espécie de memoria total possa integrar 1 inferéncia, que o cérebro seja apenas tador — € nao necessariamente um tosa foi eve y apazes de identi ae e ignorando a di yam a crer que uma a simples célula ¢, po i omu! eee Ae aiscenanenis de lembrangas. b . “A senciéncia”, diz Backster, “nao parece Dee omiper e ao nivel celular. E provavel que desca a0 molecular, ao até- mico e mesmo ao subatémico. Todas as coisas ja convencio- nalmente tomadas por inanimadas podem nos impor agora zt es es de perseguir um fendmeno de importancia fundamental para a ciéncia, Backster estava ansioso para pu- blicar suas descobertas numa revista especializad iF expondo-as assim a verificagio critica de outros cientistas. A metodologia cientifica requer que uma reacdo registrada seja repetida por outros cientistas, em outros locais, um nimero adequado de vezes. E isso tornava o problema mais dificil. Antes de mais nada, Backster descobrira que as plantas séo capazes de logo acostumar-se tanto a determinadas pes- soas que nem sempre é possivel obter exatamente as mesmas Teagoes com diferentes experimentadores. Incidentes como 0 “desmaio” ocorrido perante o fisiologista canadense davam as vezes a impressao de que o “efeito Backster”, na verdade, era pura invencionice. O envolyimento pessoal, e mesmo 0 conhecimento prévio da hora de realizagao de uma experién- cia, nao raro davam motivo de sobra para que uma planta invocasse” e decidisse no cooperar. Isso levou Backster 4 Sonclusio de que bichos submetidos a uma cruel vivissecca0 talvez captem os intentos de seus torturadores ¢ assim pro- duzam para si — apenas para terminar com o suplicio © BackeaPidamente possivel — os proprios efeitos desejados. ¥ descobriu que, mesmo quando ele e seus colegas, na sala de espera, discutiam um projeto qualquer, as plantas, trés salas adiante, podiam fi q eo temente geradas ser afetadas pelas imagens apare' Worcs ee Sua troca de idéias. Es conceber uma ex Seapets Backster a necessidade de humano. 0 aan neia isenta de qualquer envolvimento desenvolver seu ee de ser todo automatizado. Pare sivel & experiénda pentose est © equipamento indispen- fa perfeita, Backster levou dois anos e meio 26 ¢ consumiu varios milhares de délares, fornecidos em parte pela Fundacio Parapsicologica, imstituigao entao presidida pela faleci ileen Garrett. Diversos cientistas, especializados em diferentes disciplinas, sugeriram um elaborado sistema de controles experimentais. O teste finalmente escolhido por Backster foi matar célu- las vivas, com um mecanismo automéatico, num momento casual em que ninguém se encontrasse no escritério ou em suas proximidades, e ver se as plantas reagiam. Camar6es de agua salgada, da variedade vendida como alimento para peixes tropicais, foram selecionados por ele como vitimas sacrificiais. Era importante para o teste que as vitimas demonstrassem grande vitalidade, pois ja tinha sido notado que o tecido malsao ou a caminho da morte nao mais age como um estimulo remoto, nao mais transmite mensagens de qualquer tipo que seja. Verificar se os camaroes estdéo em boa forma é relativamente facil: em condigdes normais, os machos dedicam metade de seu tempo a cagar e a cobrir as fémeas. O dispositivo incumbido de liquidar esses playhoys mari- nhos consistia de uma pequena tigela que deveria despeja-los, automaticamente, numa panela de agua fervendo. Um pro- gramador mecanico acionaria o dispositivo num momento selecionado ao acaso, impedindo assim que Backster ou scus assistentes tivessem conhecimento da hora exata da ocorrén- cia. Considerando-se a eventualidade de a prépria agéo do mecanismo ser registrada nos graficos, previu-se a colocacéo de outras tigelas, sem camaroes, que em momentos variados deveriam despejar apenas certa quantidade de dgua. _ Cada qual ligada a um galvanémetro, trés plantas fica- Tlam em salas separadas. Um quarto galvanémetro, ligado a uma resisténcia de valor fixo, indicaria as possiveis variagoes causadas por intermiténcias no fornecimento de energia ou Por perturbagoes eletromagnéticas ocorridas perto ou dentro da. area da experiéncia. A mesma luz e uma temperatura uniforme seriam mantidas para todas as plantas, as quais, vindas de uma fonte exterior, por precaugao adicional, quase nao seriam manuseadas e esperariam a hora da prova em Zonas delimitadas com antecedéncia. Devido a suas folhas grandes e vistosas, capazes de nao sofrerem prejuizo com a pressao dos elétrodos, foram selecio- nadas para a experiéncia plantas da espécie Philodendron 27 Diferentes exemplares dessa espécie seriam sub- cordatum. Die! eras a metidos a testes a em vernaculo cientifico, a hipo- ‘Adequadamente, renal formular era a de fe reaver tese que Backster Pretene tinida na vida das p 5 percepcda primaria Give” nade servir de estimulo remo- aa ssa capacidade percep- ue o exterminio da ae oot localizado para coy ee ee ee do envolvimento humane. issivel compre’ aram que as plantas jva e que é pos fincloue independentemente " Jtados experimentals mostr: 0 janta Be tare ¢ sincronizadamente @ morte dos camardes reagiram ft automatizado de controle, rvend o sistema n ls ee - ae cientistas, indicou que essa reagao ; Dead ente ma propor¢ao de cinco para rocessara consistentem seat S possi dades do acaso- ce Uma descrigdo pormenorizada de toda a experiencia e atid constou de um ensaio cientifico publicado, no ae a de 1968, no volume X do The International Journal of Parepycholog com o titulo de “Evidéncia sobre a per- do primaria na vida vegetal”. Competia agora a outros cientistas verificar se seriam capazes de repelir a experiencia de Backster ¢ obter os mesmos resultados. Mais de 7000 cientistas mostraram-se interessados em reimpressdes do texto sobre a pesquisa original de Backster. Em mais de vinte universidades norte-americanas, nao so Gientistas, como também estudantes, revelaram-se dispostos a repetir as experiéncias de Backster, tao logo pudessem obter o equipamento necessario!, Algumas fundacoes inclinaram-se a financiar novas pesquisas. A grande imprensa, que a prin- cipio ignorara o ensaio de Backster, deixou-se possuir por uma febril excitacdo sobre 0 caso a partir do momento em e a National Wildlife assumiu o risco de publicar, em verciro de 1969, um artigo pioneiro. O fato despertou tanta atengao, em todo o mundo, que secretérias e donas-de-casa comecaram a conversar com suas plantas e a nome Dracaena massangeana s¢ tornou familiar. O que mais intrigava os leitores era a idéia de que um. 1 Backster relutou em divulgar os mn « Backster relito os tomes e locais dessas universidades, fn ni prude de BeNa it cc teuhon reatizats 0 momenta que melhor thes comer ae ates com toda 0 ponder carvalho tremesse & aproximagao de um lenhador ou que uma cenoura entrasse em panico quando visse um coelho. Julgan- do por seu turno que as aplicagbes do “efeito Backster” ao diagndstico médico, & investigagdo criminal € a Campos como a espionagem ¢ram por demais fantasticas, os editores da National Wildlife preferiram nao mais tocar no assunto. ‘A revista Medical World News, em 21 de marco de 1969, comentou que finalmente as pesquisas sobre a percepgao ¢x- tra-sensorial podiam encontrar-se “na iminéncia de conquistar a respeitabilidade cientifica que os estudiosos dos fenémenos psiquicos procuram em vio, desde 1882, quando foi fundada em Cambridge a Sociedade Britanica de Pesquisas Psiquicas”. William M. Bondurant, um executivo da Fundagio Mary Reynolds Babcok, sediada em Winston-Salem, na Carolina do Norte, concedeu uma ajuda de 10000 délares para que Backster continuasse suas pesquisas, comentando; “Seu tra- balho indica a possivel existéncia de uma forma primaria de comunicacao instantanea entre todos os seres vivos, a qual transcende as leis fisicas atualmente conhecidas por nds, ¢ sso merece uma investigagao mais cuidadosa’. Backster foi assim capaz de investir em equipamentos mais caros, inclusive eletrocardiégrafos ¢ eletroencefalégrafos. Esses aparelhos, usados normalmente para medir as emissoes elétricas do coragéo e do cérebro, apresentavam a vantagem de nao fazer com que a corrente passasse pelas plantas, limi- tando-se a registrar a diferenga em potencial descarregada por elas. O cardiégrafo capacitou Backster a obter leituras mais sensiveis que as do poligrafo; o encefaldgrafo deu-lhe resultados dez vezes mais fiéis que os daquele. Um fato casual haveria de leva-lo a um campo de pes- quisas totalmente diverso. Uma tarde, ao quebrar a casca de um ovo cru que pretendia dar a seu Doberman pinscher, notou que uma das plantas ligadas a poligrafos manifestara uma reacao vigorosa. Na tarde seguinte, observou a repetigao do fato. Curioso para descobrir o que o ovo poderia estar sentindo, Backster ligou-o a um galvanémetro © uma vez mais Se pos a escuta. Durante nove horas, obteve um grafico pormenorizado do ovo, cuja freqiiéncia — situada entre 160 € 170 batidas Por minuto — correspondia ao ritmo cardfaco de um em- brido de galinha j4 com trés ou quatro dias de incubacao. © ovo em questao, no entanto, tinha sido comprado na 29 _ . préxima € nfo podia estar fertilizado. Mais mercearia, mals Privo e dissecando-o, Backster surpreendeu- tarde, quebrande "pio continha nenhum tipo de estrutura ie el es se 20 Ver ue el qual atribuir a pulsagao, Esse pesquisador tesco eonvencional uma vez mais, parecia ir ter a um campo pot 5 de forga situado fora dos limites de nosso conhecimento Se a aieaso sobre o mundo em que acabara de ingressar foi dada a Backster pelas surpreendentes experién- cias no campo energético realizadas com plantas, arvores, seres humanos ¢ até mesmo células, na Escola de Medicina de Yale, nas décadas de 30 ¢ 40, pelo falecido Prof. Harold Saxton Burr, experiéncias essas que sO agora comegam a ser reconhecidas ¢ compreendidas. e A essa altura, Backster abandonou temporariamente suas experiéncias com plantas para explorar as implicagdes de suas descobertas sobre 0 ovo, as quais, ao que tudo indicava, pode- riam interessar de perto 4s pesquisas sobre a origem da vida — é dio assunto de sobra para um novo livro, As plantas podem ler sua mente Enquanto Backster desenvolvia suas experiéncias no leste dos Estados Unidos, um diligente pesquisador quimico, em- pregado da International Business Machines em Los Gatos, na California, era desafiado a dar um curso sobre “‘criativi- dade” para engenheiros ¢ cientistas de IBM. S6 depois de ter accito @ incumbéncia foi que Marcel Vogel se deu conta de Sua enormidade. Certas questoes ni c : Como define cria questoes nao Ihe satam da cabega: lividade? © que é uma pessoa criativa? Para as, Vogel, que durante anos estudata para scr pobene Sauer a escrever um roteiro para doze se- ‘asd : > noras que, no seu entender, representariam oo fio definitive para seus alunos, inham coment? 4° Proprio Vogel no reino da criatividade ssado quando, em erianca, ele se mostrou ansioso pouca cole Serie 4 luz dos vaga-lumes. Encontrando minescéncia nas bibliotec: infor- mou a i mine sla mae que ele Proprio escreveria um eebces ° s tema. Dez anos mais tarde, Luminescéncia nos liquidos e nos sdlidos e sua aplicagdo prdtica era publicado por Vogel em colaboragéo com o Dr. Peter Pringsheim, da Universidade de Chicago. Dois anos depois, Vogel constituia em San Fran- cisco sua propria firma, chamada Vogel Luminescence, a qual se tornaria lider no campo. Em quinze anos de ativi- dade, a firma desenvolveu uma infinidade de novos produtos a cor vermelha vista nas telas de televisio, crayons fluores- centes; rétulos para inseticidas; um aparelho a base de “luz negra” para determinar, pela inspecio de sua urina, a pista secreta de roedores em pordes, esgotos, corticos; e as cores psicodélicas popularizadas pela moda dos posters. Em meados da década de 50, cansado de suas tarefas administrativas rotinciras, Vogel vendeu a companhia e passou a trabalhar para a 1BM. Ai foi capaz de se dedicar integral- mente pesquisa, estudando fendmenos magnéticos, aparelhos 6ptico-elétricos e sistemas de cristais liquidos, desenvolvendo © patenteando invengoes de significagdo fundamental para a armazenagem de informagao em computadores ¢ recebendo prémios que adornam as paredes de sua casa em San José. O momento decisivo no curso sobre criatividade dado por Vogel na 1BM surgiu quando um de seus alunos Ihe deu um. exemplar da revista Argosy com um artigo sobre o tra- balho de Backster intitulado “As plantas tém emogées?”. A primeira reagéo de Vogel foi jogar a revista no lixo, convencido de que Backster era apenas mais um charlatao com o qual nao valia a pena perder tempo. A idéia, no entanto, ficou martelando em sua cabeca. Alguns dias depois, Vogel releu cuidadosamente o artigo e sua opiniao mudou Por completo. ___ Lido em voz alta para os participantes de seus seminé- NOS, O artigo suscitou gracejos e curiosidade. Mas, finda a discérdia, chegou-se A decisao undnime de fazer experiéncias om plantas. No mesmo dia, um aluno telefonou mais tarde Bee Vogel, comunicando-lhe que o ultimo niimero de Popu- pel se referia ao trabalho de Backster e incluia ace de um_instrumento chamado “psicanalisador”, ‘ptava © amplificava as reacoes das plantas e podia ser por menos de 25 ddlares. a iu sua turma em trés grupos é desafiou-os a ee Gas realizagdes de Backster. Ao terminarem inarios, nenhum dos grupos tinha conseguido éxito. 31 to, Vogel comunicou que chegara a al- » Backster, passando a demons. resultados de Backster, pas guns Sa pressentem quando vao ter suas folha ences como reagem aflitas a ameagas ou a atos reais Ft 7 de violéncia — como serem queimadas ou desenraizadas — le cometidos contra elas. Voge! I se indagava por que razio sé ele btivera sucesso. Quando garoto, demonstrara interesse por sae uanto pudesse explicar © funcionamento da mente fae Depois de devorar livros de magic: piritualismo e técnica hipndtica, cl Por sua vez, no entant hegara a dar demonstragoes publicas ipnotizador adolescente. eee fascinar particularmente pela teoria de Mesmer sobre a existéncia de um fluido universal cujo equi- librio ou desajuste explicaria a saude ¢ as doencas, pelas idéias de Coué sobre a auto-sugestao ¢ sua relagao com o parto sem dor ¢ 0 auto-aperfeigoamento, pelos postulados de varios autores sobre a “energia psiquica”, um termo popu- larizado por Carl Jung, o qual, embora diferenciando-a da energia fisica, acreditava-a income! surdvel. Vogel supds que a “energia psiquica”, caso realmente enistisse, deveria ser armazenavel como as outras formas de energia. Mas em qué? Olhando as numerosas substancias quimicas enfileiradas nas prateleiras de seu laboratorio na 1BM, ele se perguntava qual delas poderia ser usada para conter tal energia. Em seu dilema, recorreu a uma amiga espiritualmente bem desenvolvida, Vivian Wiley, a qual examinou as subs- tancias postas diante dela e declarou que, no seu entender, nenhuma cra capaz de oferecer solucao para o problema de Vogel. Este sugeriu A amiga ignorar as idéias preconcel que ele tinha sobre as substincias quimicas e langar mao de qualquer coisa que porventura a intuicao Ihe ditasse. Vivian Wiley pegou duas folhas de uma saxifraga, colocando uma delas em sua mesa-de-cabeccira ¢ a outra na sala. “Todo dia, quando me levantar”, informou a Vogel, “vou olhar para a folha que esta na minha cabeceira e pensar posiliva- eee que ela continue a viver; mas nao darei atengao ee op oa » NAVIN iu a Vogel que fosse a sua cistog ease uma méquina para focografar as folhas. Voze! folha a que iar no que viu. Flacida e j4 toda amarelada, @ : que sua amiga nio dera atencio comecava a desinte- 42 grar-se. Mas a outra ainda estava verde ¢ radiantemente Eneia de vida, como se acabasse de ser trazida do jardim. Algum poder parecia desafiar as leis naturais, mantendo a folha em estado saudavel. Interessado em saber se seria capaz de chegar aos mesmos resultados que sua ami Vogel apa- nhou trés folhas de um olmo defronte de seu laboratério, vanda-as casa ¢ colocando-as numa placa de vidro ao lado de ama, Diariamente, antes do café, Vogel fixava o olhar nas duas folhas da beirada, exortando-as com carinho a permanece- rem vivas; mas ignorava por completo a folha que pusera no centro. Dentro de uma semana, ela ja estava seca, As outras duas, ainda verdes, apresentavam porém uma aparéncia saudé- vel. Para maior surpresa de Vogel, os pedtnculos das folhas vivas pareciam ter cicatrizado as feridas que se tinham aberto quando eles foram destacados da arvore. Vivian Wiley con- tinuou suas experiéncias ¢ mais tarde mostrou a Vogel a folha de saxifraga que guardara viva ¢ verde por dois meses, en- quanto a outra se mostrava completamente desidratada ¢ escura, Vogel se convenceu de ter visto em agao o poder da “energia psiquica”. Ja que a forga do pensamento podia ga- rantir a conservagao de uma folha além do tempo normal, comegou a imaginar quais seriam seus efeitos sobre os cristais liquidos, tema de um estudo intensivo que preparava entao para a IBM Microscopista tarimbado, ele documentara o comporta- mento dos cristais liquidos, ampliando-os até trezentas vezes, em centenas de slides coloridos que, quando projetados, nada fieam a dever 4s obras de um talentoso artista abstrato. Ao bater esses slides, Vogel se dera conta de que “relaxando a mente” ele ficava apto a perceber uma atividade que nao era visualmente revelada no campo microscépico. A tespeito, comentou o seguinte: “Coisas que escapavam 4 outros comecaram a se revelar a mim no microscépio. Nao €Ta com a viséo ocular, mas sim com a visao da mente, que fe as via. Uma vez consciente delas, fui levado por alguma ‘rma superior de compreensao senséria a regular as condi- Soes de luz, de modo a tornar os fenémenos regularmente Perceptiveis ao olho humano ou a uma cimara”. Vogel havia chegado 4 conclusdo de que os cristais sao 33 6 — ou fisico — de existéncia por eee aa Hee eenersta pura que ateclnin pré-formas ou imagens et° as intengoes di 05 sdlidos. Posto Ce ee Harper wxeniplc s Woe — a de queimé-las, ¢ — e nan sateewnle convene de que o intento produzia energéetico qualquer. * = saa 1971, notando que o trabalho microsed- pico Ihe tomava a maior parte do tempo, Vogel abandonou fuas pesquisas com plantas. Mas quando um artigo sobre o tema, citando o Dr. Gina Cerminara, psicdlogo e autor de um livro popular sobre o vidente Edgar Cayce, foi publicado no Mercury de San José ¢ transmitido para o mundo pela Associated Press, Vogel, assediado pelo telefone para prestar informagGes, sentiu-se estimulado a prosseguir. ‘ Compreendeu entao que, para poder observar com preci- so os efeitos dos pensamentos e emogoes humanas sobre as plantas, teria primeiro de aperfeicoar a técnica de fixagao dos. elétrodos nas folhas, de modo a eliminar as freqiiéncias ele- tromagnéticas casuais, como o ruido dos aspiradores de pd da vizinhanga, as quais, dando constantemente origem a dados esptrios, eram capazes de impelir a ponta a derivar pelo grafico e tinham imposto a Backster a cautela de se valer da madrugada para levar a cao a maioria de suas expe- riéncias. Vogel descobriu ainda que as respostas dos filodendros com 0s quais trabalhava variavam bastante, ora em clareza, ora em rapidez, e que nfo sé as plantas como um todo, mas também suas folhas, revelavam possuir uma individua- lidade, uma personalidade nica. As folhas suculentas, com uma alta percentagem de 4gua, eram as melhores, enquanto as dotadas de uma grande resisténcia elétrica tornavam 0 trabalho particularmente dificil. As plantas pareciam atraves- Sar fases de atividade e inatividade, ora altamente responsivas, Bae da hora do dia ou do dia do més, ora “lerdas” mas’ Para certificar-se de que nenhum dos efeitos registrados tra devido @ m& afixacdo dos elétrodos, Vogel obteve uma substancia mucilaginosa, — composta por uma solugao de par-dgar, engrossada com goma de karri4, ¢ sal —, pince- Se one de eucalipto australianc (Eucalyptys diversicolor). (N- lando as folhas com essa pasta antes de aplicar-lhes elétrodos de aco inoxidavel cuidadosamente polidos que mediam cerca de uma polegada por uma ¢ meia. Ao endurecer ao redor das terminagGes dos elétrados, a substancia em questao selava suas faces num interior Gmido, climinando virtualmente a variabilidade de producao de sinais que ocorria sempre gue as folhas eram comprimidas por elétrodos comuns, Gracas a esse sistema, 0 grafico pode dar a Vogel uma linha homogé- nea essencial, sem oscilacdes. Tendo eliminado as influen as casuais, Vagel deu inicio a uma noya série de experiéne na primavera de 1971, para ver se era capaz de estabelecer o momento exato cm que um filodendro entrasse em comunicagao registravel com um ser humano. Com um filodendro ligado a um galvanémetro que produzia uma linha homogénea essencial, ele se pés diante da planta, muito 4 vontade, respirando fundo e quase a to- cando com as maos espalmadas. Ao mesmo tempo, Ppassou a dar-Ihe demonstragdes de afeto tao intensas como as que dedicaria a um amigo. Toda vez que o fazia, a ponta respon- svel pelo grafico descrevia uma série de oscilagdes ascen- dentes. Por outro lado, Vogel sentia de modo bem distinto, na palma das maos, a presenga de uma espécie de energia que emanava da planta. Trés a cinco minutos depois, as novas manifestagdes de emogdo por parte de Vogel ja nao provocavam Teagao na planta, que parecia “ter descarregado toda a sua energia” em Fesposta aos primeiros apelos. A interagdo do filodendro e¢ Vogel pareceu-lhe andloga A do encontro de amantes ou amigos intimos: a intensidade da resposta miitua, num caso ou noutro, évocava um acumulo de energia que finalmente se Bastava € tinha de ser recarregado. Vogel e sua planta, como Perfeitos amantes, haviam se impregnado de contentamento © alegria por um longo momento. Num viveiro botinico, Vogel descobriu que, para reco- nhecer uma planta particularmente sensivel, bastava-lhe passar 4S M&os sobre um grupo até sentir uma ligeira sensacao refres- “ante seguida pelo que ele proprio descreve como uma série de impulsos elétricos, indicadores de um campo de forca mo Backster, Vogel notou que continuava a obter uma Tsposta das plantas 4 medida que se distanciava delas, pon- ace Primeiro fora de casa, depois na esquina e finalmente Seu laboratério em Los Gatos, a 13 quilémetros. a5 ete ligou duas plantas a um mesmo experiéncia, Vogel pee : Nowra ae uma folha de uma delas. A outra planta Tee ano eausado a companheira, mas 50 0 fez quando i m1 A 5 ; reagiu ao dai rou sua atencao sobre ela. Se ele arrancava Vogel concent a, ignorando a segunda, a res- i lant on a es se Vogel ¢ a planta fossem aman- ecain banc db praca, alheios aos passantes até que a tes ml = viasse do outro. atengfo de um dels sf eer experiencia, Vogel inferiu que ease da ioga € de outras formas de meditacao os mestres dit arte ty, ngo tém nogdo das influéncias pertur- ee ae roddiam quando em estado meditativo. Um See aibgato pode obter entéo dessas pessoas um eas de ondas cerebrais totalmente diverso de quando aus. se encontram mentalmente ligadas ao mundo das Pies cupagées cotidianas. Tornou-se ainda mais claro para Vogel que um estado concentrado de atencio, de sua parte, parecia tornar-se um elemento integrante e regulador do circuito exi- gido para controlar suas plantas. Uma planta poderia ser despertada da sonoléncia para a sensitividade, caso ele abrisse mao do seu estado normal de consciéncia € recorresse ao que parecia ser uma parte extraconsciente de sua mente, ai foca- lizando o desejo exato de que a planta, abencoada por um crescimento saudavel, fosse feliz ¢ se sentisse amada Desse modo, o homem e¢ a planta pareciam estar em interagao e, como uma unidade, captar sensagdes de eventos, ou elementos complementares desse todo, que se tornavam Tegistraveis através da planta. O processo de sensibilizar a si mesmo ¢ a planta, no entender de Vogel, poderia levar de uns poucos minutos até meia hora. Solicitado a descrever o processo em detalhe, Vogel de- clarou que primeiramente tranqiiiliza as respostas sensdrias de Seus Grgios corporais, tornando-se depois consciente de um Telacionamento energéticd entre cle ¢ a planta. Uma vez con Quistado um estado de equilibrio entre os potenciais oe tricos de ambos — ele e a planta —, essa ja nao mais Sensivel aos rufdos, a temperatura, aos campos elétricos nor Mais que a rodeiam ou a outras plantas. Responde apen®s * Vogel, o qual, com efeito, entrou em sintonia com ela — © talvez simplesmente a tenha hipnotizado. nceit ett: sentindo-se a essa altura suficientemente sezu"™ Accitou um convite para fazer uma demonstragao publica © uma planta, Ligada a um medidor, num programa de televisio em San Francisco, uma planta deu uma ilustracdo viva dos diversos estados que se sucediam na mente de Vogel, desde a irritagdo causada pelas perguntas de um entrevistador até a serenidade que se estabelecia quando Vogel entrava em harmoniosa intercomunicagao com ela. Para o produtor do programa E vocé quem pede, da Tv apc, Vogel demonstrou também as respostas da planta a seus pensamentos, ou aos de outra pessoa, incluindo uma subita descarga de emocio violenta, a seu comando, seguida pelo ato de fazer com que a planta se acalmasse ¢ voltasse a reagir normalmente ao meio. Convidado a falar a audiéncias que se encontravam a par de suas experiéncias, Vogel disse enfaticamente: “Nao ha divida de que o homem pode comunicar, e de fato se comunica, com os seres vegetais. As plantas sido objetos vivos, sensitivos, enraizados no espaco. Podem ser cegas, surdas ¢ mudas, do ponto de vista humano, mas estou abso- lutamente convencido de que sdo instrumentos de alta sensi- bilidade para medir as emocoes do homem. As plantas irra- diam forgas energéticas que nos sao benéficas e que podemos sentir. Elas se alimentam em nosso. préprio campo de forga, © qual, por seu turno, as reabastece de energia”. Os indios americanos, segundo Vogel, tinham uma perfcita nogao de tudo isso. Sempre que necessdrio, trilhavam o caminho da Mata. Ai, com os bracos estendidos, encostavam-se no caule de um pinheiro a fim de adquirir seu poder. Ao comegar a demonstrar a sensitividade das plantas a “estados de atengiio” diferentes da compreensdo ordinaria que @ maioria dos homens costuma chamar de consciéncia, Vogel escobriu que a reagao de observadores hostis ou céticos podia causar estranhos efeitos sobre ele. Dando atencdo as atitudes negativas que emanavyam de uma audiéncia, notou Ser capaz de isolar os individuos responsaveis por clas e de combater sua influéncia com a Tespiragao controlada que prendera na pritica da ioga. Feito isso, desviaria sua mente, com a mesma facilidade de quem aperta um botdo, para Sutra imagem mental. % 0 Sentimento de hostilidade, de negativismo, numa au- Cesc, Somenta Vogel, “é uma das maiores barreiras a meee efetiva. Neutralizar essa forca é uma das tarefas dificcis em demonstragdes publicas de experiéncias com 37 : a equipamento o, a planta € 0 pracassandost BS ta a que um novo vinculo entram, ert pane 0." positive possa set eae ele, “que eu aja como um “Tudo indica”, P! Janta ao mundo exterior " ta de uma pt te ce ale de modo a fazer com que as pes asso liga! ente responsivas. Car- soas € a planta st Se bd em mim, sou capaz regando a planta com @ ee Prsitividede para esse tipo de de levi-la a ee importante compreender que nao eee FT sta da planta seja a de uma inteligéncia suponho (re eae ‘mas sim que a planta se torne uma iNET ora, E possivel, assim, que alguém entre em it ea oe ‘o.campo pioelétrico da planta ou, através dele, anne rocessos mentais € aS emogoes de outras pessoa: como fe eondluiu entéo que uma Forga Vital, ou Energia Césmica, circundando todas as coisas vivas, € part hada pelas plantas, os bichos € os seres humanos. Através dessa partilha, uma pessoa ¢ uma planta se convertem num 80. Essa unici- dade € que torna possivel uma mutua sensitividade, permi- tindo no apenas que o homem e a planta se comuniquem, mas também que se registre num grafico, através da planta, essa comunicagao. ha Como suas observacdes indicassem a existéncia de um interedmbio, se nio mesmo de uma mescla ou fusdo de ener- gias, quando a planta ¢ 0 homem comungam, Vogel passou a se perguntar se um individuo excepcionalmente sensitivo nio poderia entrar numa planta, tal como € dito do mistico alemao do século Xvi Jakob Boehme, o qual, quando jovem, s¢ iluminara ¢ se descrevera capaz de cea outra dimensio. Boehme afirmou-se capaz de olhar para uma planta em crescimento ¢ subitamente, por um ato de vontade, confun- dir-se com ela, ser parte dela, sentir sua vida “lutando em diregdo 4 luz”, Disse ainda que podia partilhar as ambicGes simples da planta e “rejubilar-se com uma folha que alegre- a ped, Vogebfoi visitado em San José por Debbie Sapp. Pa engi cs € recatada que logo © impressionou por eit de entrar em comunicacao instantanea com x tal como demonstrado pelo equipamento. ando a planta estava inteiramente calma, ele lhe pet ‘Sem mais nem menos: “Sera que vocé pode entrar plantas. nessa planta?” Debbie fez que sim com a cabega ¢ seu rosto assumiu uma expressdo de repouso, de desligamento total, como se ela estivesse muito longe, num universo que nao o nosso. No medidor, a ponta comecou imediatamente a tracar um padrao ondulatorio, revelando a Vogel que a planta rece- bia uma quantidade invulgar de energia. Debbie, mais tarde, descreveu por escrito acontecido Vogel pediu que eu relaxasse e me projetasse no filo- dendro. Muitas coisas se passaram desde que me decidi a atendé-lo. Comecei por me perguntar como poderia exatamente en- trar numa planta. Tomei a decisdo consciente de deixar qite a imaginacao me levasse ¢ logo me vi entrando no caule, por wma passagem em sua base. No interior, vi as células em movimento, a agua que subia pelo caule, e me deixei arrastar por esse {luxo. Aproximando-me das folhas estendidas, em minha ima- ginacdo, senti que era gradualmente impelida de um mundo imagindrio para um dominio sobre a qual eu jd ndo tinka controle. Nao mie ocorriam imagens meniais, mas sim um sentimento de que eu preenchia e me tornava parte de wma larga superficie expansiva. S6 como pura consciéncia, a meu ver, € que isso poderia ser descrito, Senti-me aceita e positivamente protegida pela planta. Mas no havia nogdo de tempo; apenas, em termos de exis- téncia e de espacgo, um sentimento de unidade. Sorri espon- laneamente ¢ me deixei ser uma so com a planta. Vogel me mandou entdo relaxar. Quando ele disse isso, percebi que eu estava muito cansada, mas tranqiiila. Toda @ minha energia tinha ido para a planta. Vogel, que se mantivera observando o grafico, notou uma parada brusca quando a moga “sain” da planta. Em OcasiGes posteriores, voltando a “entrar” na planta, Debbie foi capaz de descrever o aspecto interior de suas células, bem como sua estrutura, em detalhe. Notou especificamente que um dos elétrodos tinha causado uma queimadura grave numa folha. Ao retiré-lo, Vogel viu que a folha em questio, de fata, estava quase perfurada. A partir de entao, Vogel tentou a mesma experiéncia com dezenas de outras pessoas, instando-as a entrar numa 39 joterior, as células indivi- i: ervar, 10 interior, determinada Se ore consstentes da unidade celular, duis. Todas derart Oe organizacao detalhada das moléculas abrangendo inci el tirou a seguinte con- elusive gncias, Vogel rou a seguinte. col de aDN. De tals exper via oélulas individuais em 3 eslocar fusto: "Podemos 103 énc’ estado de a dependéncia de nosso cs de nt Peas oe Sais Se Algum dia isso talvez be as dela oie ti demonstrada quando uma equipe da cs, na : zou para a televisdo um filme Sexta-Feira Santa de 1973, pa oe eso ym ie documentando as experts cy ano jé trabalhava com ele. telbono, que havia mals squisadores notaram que Muito deseoncertados, os do PUA ando.cesposta, Vogel a planta a ser filmads nao estava dando resposia, Vop pediu a Montelbono para verificar sé havia algo de errado na fixagao dos elétrodos, Em vez de ir inspeciond-los, Mon- telbono, para surpresa dos técnicos da CBs, conlinuow sentado onde estava ¢, apés um momento de concentracdo, anunciou ter descoberto 0 problema: algumas células avariadas, no Angulo direito superior da parte de uma folha a qual fora fixado um elétrodo, estavam interferindo com o circuito elé- trico, Na presenca dos homens da eae pe eectros foram removidos ¢ patenteou-se que a folha tinha sido afetada no ponto exato Bes Montelbono indicara. Sabendo que, em nossa espécie, a infancia ¢ a etapa mais imune a idéias preconcebidas, Vogel passou a ensinar a crian- gas 0 método de interagdo com as plantas. De inicio, pede-lhes para sentir uma folha e descrever sua temperatura, consis- tEncia e textura pormenorizadamente. Depois, deixa-as brincar 4 vontade com as folhas, dobrando-as, alisando-as de ambos 0s lados, até que adquiram uma nocao perfeitamente clara de eee Quando as criangas se dispoem a descrever- oe eamente, as sensagdes que tém, Vogel Ihes pede para alastar as maos das folhas e tentar sentir uma forca ou energia oe emana a Muitas criangas descrevem uma sensagda de agitacao ou formigamento. _,_, Vogel notou que as criancas mais envolvidas no que feziam an aS que tinham as sensacdes mais fortes. Desde ‘ve elas notavam o formigamento, ele dizia: “Agora relaxe © sinta 0 toma-lj-da-cd da energia. Quando @ impressio de uma coisa pulsando, passe a mio por cima da folha, sem encostar nela, bem devagarinho, para cima ¢ para baixo”. Seguindo as instrugdes, os jovens experimentadores podiam facilmente notar que, quando abai- xavam as méos, as folhas também se abaixavam um pouco. Com a repetigdo continuada desse gesto, as folhas come- cavam a oscilar. Valendo-se de ambas as mios, os experi- mentadores eram mesmo capazes de fazer com que toda a planta tremesse. A medida que ganhavam confianga, Vogel os encorajava a fastarem mais © mais da planta. “Esse treinamento basico”, explica Vogel, “visa a desen- yolver uma percepgiio mais intensa de uma forca que néo é visivel. Estabelecida essa percepgao, as criancas se dao conta de que podem langar mao dessa forca. Os adultos, no entender de Vogel, nado sio tio bem suce- didos quanto as criangas, o que o leva a suspeitar que nem todos os cientistas serdo capazes de repetir em labora- torio as experiéncias de Backster ou as suas. “E certo que fracassem"’, afirma ele, “caso abordem a experimentagao de modo mecanicista e¢ nao entrem em comunicacao total com suas plantas, tratando-as como amigas. Antes de iniciar os testes, € fundamental livrar-se de todas as id¢ias preconce- bidas.” Um Vogel que, embora tivesse trabalhado por meses, nao atraira um s6 médico da Sociedade Psiquica da Califér- nia, com efeito, comunicou o resultado positivo. O mesmo se deu com um dos mais renomados psicanalistas de Denver. “Centenas de pesquisadores do mundo inteiro hao de se sentir tao frustrados ¢ desapontados quanto esses homens”, Garante Vogel, “até entenderem que a empatia entre planta e homem é a chave ¢ aprenderem a estabelecé-la, Nenhuma Verificagéo de laborat6rio provard nada até que as experién- cias sejam feitas por observadores adequadamente treinados. © desenvolvimento espiritual & indispensdvel. Mas isso vai de encontro a filosofia de muitos cientistas, que nao se dao conta de que uma experimentacdo criativa requer que o experimentador se torne parte da propria experiéncia.” Tal ponto de vista acentua a diferenca de abordagem entre Vogel e Backster, indicando talvez que o que Vogel sstabelece é um tipo de controle hipnético sobre as plantas, 40 passo que para Backster o importante ¢ que as plantas, deixadas absolutamente sozinhas, tenham uma reagio normal 4 seu meio ambiente. Vogel afirma que, mesmo quando uma pessoa € capaz 41 ta, o resultado nem sempre € positivo, pia amigo — um psicdlogo clinico que o ‘a intencao de comprovar a veracidade de fora visitar com # que projetasse uma forte emogao num suas pesqhis®® - achava a quasc cinco metros de distancia filodendro ater ‘uma reacao instantanea e intensa, a Depois Me sagintes “gpagou". Indagado por Vogel sobre plants, Prvsjssara pela mente, 0 psicslogo respondew que oor paiaia fnentalmente a planta de Vogel a um filodendro. que ele proprio tinha em casa, julgando a do amigo muito inferior a sua. A planta de Vogel sentiu-se de tal modo ofen- dida em seus “sentimentos”, que passou iodo o resto do dia negando-se a dar qualquer resposta; durante quase duas se- manas, na verdade, ela ficou emburrada, Vogel se convenceu de que as plantas tem uma aversao concreta por determinadas pessoas ou, mais exatamente, pelo que por acaso ocorre a lais pessoas pensar. Diante disso, Vogel considerou a possibilidade de algum dia se ler, através de uma planta, o pensamento de um homem. Algo de semelhante, com efcito, j4 tinha acontecido Vogel pedira a um fisico nuclear que “trabalhasse” mental- mente num problema técnico. Enquanto o homem pensava, a planta de Vogel registrava no medidor, por 118 segundos, uma série de padroes. Quando o tracado voltou A linha oe neal ao cientista que este tinha interrom- u pensamento, © amigo concordou. eee eee intrigado em saber se realmente sea ae no grafico, através da planta, Wogel Getate Raa ‘que pensasse na mulher. A planta entrou ‘m asao, gerando dessa vez um tracado de 105 de afetar uma pla! Certa vez, pedi @ um meio de identificar tecnicamente energias Sanat mente humana, bem como de traduzi-las ¢ acumuld-las num mecanismo ainda nao desenvolvido, O pen- samento de uma tarde inteira, assim, pode ser tornado ex- plicito.”” ‘ it cs Recebendo em sua casa um grupo cético de psicdlogos, médicos ¢ programadores de computadores, Vogel permitiu- Ihes inspecionar seu equipamento, a cata de truques e dis- positivos ocultos em cuja existéncia insistiam, pedindo-lhes depois que se sentassem em circulo e conversassem, para ver que reagdes a planta seria capaz de captar. Por uma hora, o grupo falou seguidamente, abordando os assuntos mais variados, ¢ a planta praticamente nao deu resposta, Quando todos j4 estavam convencidos de que tudo nao passava de uma tapeacao, um deles sugeriu: “Que tal falar de sexo?” Para surpresa geral, a planta deu sinal de si e a ponta que tragava © grafico comegou a oscilar ferozmente. Isso levou a hipstese de que a simples mengao de sexo era capaz de impregnar a atmosfera com algum tipo de energia sexual, como o “orgénio” descoberto e descrito pelo Dr. Wilhelm Reich, e de que os antigos ritos de fertilidade, durante os quais as pessoas tinham relacGes sexuais em lavouras recen- temente semeadas, poderiam ter de fato estimulado o cresci- mento das plantas. A planta reagiu também a histérias de horror contadas num quarto escuro onde apenas uma vela crepitava, parecen- do dar maior atengao a passagens como: “A porta da miste- Hiosa cabana na floresta comecou a abrir-se lentamente’, ou: “De repente apareceu na esquina um estranho homem ie uma faca na mao”, ou ainda: “Charles curvou-se e evantou a tampa do caixio”. Para Vogel, isso era uma svidéncia de que a planta pode medir os “rasgos de imagi- Heres ee por um grupo, como um todo, em energia. fomene uote fisico do Instituto de Pesquisas Stan- pate ia al to, convidou Vogel e cinco outros cientistas tetunharem os resultados a que havia chegado co- Brando um ay de galinha ao eletropsicémetro, ou “medidor dacientolane eae por L. Ron Hubbard, o fundador . cientologi a Fate do medicioe H équibe idéntica a do aes ‘ogel utilizara de inicio com seus alunos Ger Puthoff tentou demonstrar que o ova ligado Teagiria quando outro ovo fosse quebrado. Mas, 43 5 conteceu. Vogel ent trés OVOS, nada a nt HES embora, quebresss ie para tentar € ps a mao sobre um pediu. licenee ee com ele exatamente como aprenderg cova, relacionand-s ge plantas. Num minuto, a agulha dq se relacionar, com erg do medidor E.comecou a se mover Lea a fixou num ponte. Vogel recuou uns trés me. e finalmente Mfechando as mos, conseguit: fazer com que ros aie: Pathoff e varios outros presentes tentaram a . coe 10, mas todes fracassaram. i © mesmo, TSS "yo da agulha, que ja se admitiu fosse afetadg a sac da pele humana conectada a elétrodos, é co. ee ain Resposta Galvanica Epidérmica, ou RGE. Como aaa no sentido humano, o termo para ao tém pele, ra Scar edas Tarai para Resposta Psico-Galvaniea, PG. = oe ry rpc”, diz Vogel, “existe nao apenas nas plantas, as formas vivas. A acdo dirctiva da mente Ea en oa c, cob comando, descarrega a fora numa série de vibragdes que padem passar através de vidro, de metais © outros materiais. O que sao elas? Ninguém até agora sabe.” Na Russia, Nina Kulagina, pessoa dotada de poderes parapsicolégicos, é capaz de mover a agulha de uma bissola sem tocé-la, embora tenha de manter as maos bem perto do instrumento, Feitos ainda mais impressionantes foram de- monstrados na Universidade de Stanford, especialmente por Ingo Swann, homem de extraordindria sensitividade que atri- bui seu sucesso a técnicas aprendidas pela cientologia. Usando apenas sua forga de vontade, Swann foi capaz de afetar um ‘mecanismo que se encontrava num dos locais mais inviolé- veis da universidade — uma galeria subterriinea protegida Pot hélio liquido © impenetravel a qualquer comprimento de onda conhecido do espectro eletromagnético —, surpreen- Gendo os fisicos que presenciaram a realizagao de um feito = eee gel faz questo de frisar que as experiéncias com Ce extemamente perigosas para quem nao consciéncia, "Oren Ssiria para alterar seus. estados dé feito acentuado robe focado”, diz ele, “pode ter um ‘te num estado corpo de uma pessoa que se encon- interferiren, Superior, caso ela deixe suas emogoes 44 ‘A seu ver, s6 quem esteja gozando de perfeita satide fisica deve envolver-se com plantas ou qualquer outro tipo de pesquisa psiquica. Embora nao o tenha podido provar, Vogel suspeita que uma dicta especial de legumes, frutas, castanhas € nozes, rica em sais minerais ¢ proteinas, capacita © corpo a produzir o tipo de energia necessario a tal trabalho. “0 dispéndio de energia é enorme”, afirma, “ec isso exige uma boa nutrigio.” g Indagado sobre como as energias superiores, como 0 pensamento, operam eventualmente nos corpos fisicos dos organismos vivos, Vogel informa que passou a_especular agora sobre as estranhas propricdades da gua. Como cris- talégrafo, interessa-se pelo fato de que, ao contrdrio da maioria dos sais, que tem uma forma cristalina, amostras de gelo glaciario revelam possuir mais de trinta formas dife- rentes. “Wendo-as pela primeira vez”, diz ele, “um leigo poderia julgar-se diante de um grupo de substancias dife- rentes. E estaria a seu modo, porque a dgua é de fato um verdadeiro mistério.” Considerando que todas as formas vivas tém uma alta percentagem de agua, Vogel arrisca a hipdtese — acentuando porém que ela sé encontra ainda longe de ser uma verdade estabelecida — de que a vitalidade de uma pessoa deve estar de algum modo relacionada com o ritmo da respiracao, Cer- tas cargas se acumulariam, segundo sua hipdtese, 4 medida que a agua circula pelo corpo e através dos poros. O primeiro. indicio de Vogel, a esse respeito, foi dado pelo fato de algumas pessoas dotadas de poderes parapsicolégicos terem perdido varios quilos durante sessées em que despenderam energia vital ou psiquica. “Se pudéssemos pesar, em longa eal uma pessoa envolvida com pesquisas psiquicas, veria- eo Vogel, que em cada caso ha uma perda de Peso. Ou uma perda de 4gua, como de resto ocorre com Ressoe Gue se suai a dietas drasticas.” 4a)a 0 que houver no futuro, Vogel acredita que Pesquisas com plantas hao de auxiliar eon no ae ee Sees por longo tempo ignoradas, Desenvol- stitalment pics Equipamentos de treinamento, como o que Garena lees are de ensinar as criangas a neira-mensurdvel. MOGOES rvarem os efeitos de ma- ‘As criancas poderdo assim aprender a arte de amar”, 45 descarregam uma tre- § “ ¢ exatamente que 2 diz Vogel, “© ane no espago toda vez que um pensa- menda forca me Sabendo que clas sdo scus pensamentos, male as como usé-los para aprimorar seu desenvol- saberao i ional ¢ espiritual. i me Been fae no € um truque para ajudar as i cou misticas, tal como uma Sens 8 5 Ee eatral insiste Vogel, “mas eae vbr ‘ag criangas a se tornarem simples ¢ honestos sim SE @ resumir @ importancia de suas pesquisas m plantas, Wogel disse 0 seguinte: “Boa parte dos males ¢ Cort Paaeaio da vida provém da incapacidade de descarre- do sofrimefireas e tensoes que ha em nosso intimo. Quando _ ssoa nos rejeita, indignamo-nos interiormente e aferra- ae a essa rejeigdo. Isso gera uma tensao_ que, como ha tanto tempo mostrou o Dr. Wilhelm Reich, fica contida em ‘nés como tensdo muscular ¢, se nao for liberada, esgota o campo energético do corpo e altera sua quimica, Minhas pes- quisas com plantas indicam um caminho para a liberagao”. Para Marcel Vogel, as plantas abriram novos horizontes. Q reino vegetal parece capaz de captar mensagens de intento, Denigno ou maligno, cuja verdade intrinseca se perde quando traduzida em palavras — capacidade comum aos homens, mas 4 qual, atualmente, eles nao tém acesso. 3 Dois jovens estudantes de psicologia humanistica ¢ filo- sofia hindu da Califémia, Handall Fontes ¢ Robert Swanson, jase dedicam a levar adiante as investigacoes de Vogel. Usan- do uma aparelhagem sofisticada emprestada pelo pesquisador da 16M, fizeram uma série de descobertas tao surpreendentes gue, a despeito de sua juventude, receberam equipamentos © auxilios de conhecidas universidades para que possam s¢ adentrar ainda mais nos mistérios da comunicagao vegetal. _, A primeira descoberta de Fontes ¢ Swanson, totalmente aaa deu-se quando um deles notou que os bocejos do pena Captados por uma planta, em forma de ondas ie vez de considerar o fenémeno como impro- ee estudantes decidiram-se a explorar o indicio. needa B i a 5 os longado ca he Sibir textos hindus um bocejo Ph a to como um meio de uma pessoa cansada “are de shakAui, ete ate mesos vers ‘energia vivificante que supostame! Com a ajuda do Dr. Norman Goldstein, professor de biologia na Universidade Estadual de Hayward, na Califér- nia, Fontes partiu depois para a descoberta de um potencial elétrico propagado de célula em célula numa espécie de filo- dendro, o que deu uma forte indicagao da presenga de um sistema nervoso simples até entao insuspeito. Em conseqiién- cia, foi convidado a dirigir, na Fundacao para a Pesquisa Cien- tifica Ilimitada, em San Antonio, no Texas, um projeto sobre ‘os efeitos da consciéncia humana em organismos vivos. En- quanto isso, Swanson colabora na criacao de um centro con- sulior de parapsicologia na Universidade John F. Kennedy, em Martinez, na California, onde um de seus objetivos é descobrir com exatidao quais as pessoas capazes de afetar telepaticamente as plantas. Plantas que abrem portas O seguinte a abordar os mistérios da comunicagio vyege- tal foi_um especialista em eletronica de West Paterson, em Nova Jersey, que por acaso ouviu Backster ser entrevistado num programa de radio por Long John Nebel. Paciente in- vestigador da percepeao extra-sensorial ¢ do fendmeno do hipnotismo remoto, Pierre Paul Sauvin sentia-se indistinta- mente a vontade quer no “reino da arte’ quer no “dominio pratico” da engenharia, gragas sobretudo ao fato de ter tra- balhado para varias grandes companhias, como a Aerospace © a International Telephone and Telegraph. eee por Long John — um cético profissional — a ae r algumas das utilidades praticas de sua descoberta iia Pe Primaria nas plantas, Backster Sugeriu de eee ete itica de que soldados de uma guerra na selva, aeiees re en ne, perigoso, poderiam ligar as plan- eons que elas agissem como “indicadores de forgas” quer uma cong coma aualquer emboscada. “Mas se vocé Olsa que realmente mantenha w i ae la Im psicdl em Sttspense’ i Backster a Long John, “imagine jeanne nando-o ne idan ativar um trenzinho elétrico, impulsio- cae ‘a volta apenas sob o comando da emogao 47 ati a idéia podia en- ingularmente pouco pratica, ap - (oils Stato de Sauvin como um “‘dispositivo cae Pe dapriedads e excitou-o de tal modo que ele nio de respostt “vn transformar seu reduto de celibatario, num Se cate para 0 rio Passaic, em verdadeira caverna de pl SSE que muitos de seus vislumbres ¢ idéias “ lampejos psiquicos, como se nop ventas Pane Diz aie Fasirate capta os dados agisse Bean invento sem compreender totalmente seu Eee ou como se relacionam com o todo, © que € entio ieee a inquinir “outras esferas” para obter maiores detalhes Usando geradores de alta voltagem que produzem o tipo de descarga ¢létrica comumente associado a0 Dr. Franken- stein, Sauvin € capaz de pér 27000 yolts através de seu corpo e ativar indiretamente uma grande limpada em forma de rosca, cheia de hélio, que serve como uma tébua Ouija! eletronica, com seus anéis escuros fluindo numa ou noutra direcdo em resposta 4s perguntas dele. Desenvolveu ainda um sistema garantido para hipnotizar quem quer que seja, mesmo oS ais recalcitrantes, o qual consiste em colocar a pessoa sobre uma plataforma instavel, num quarto escuro, expondo-a as oscilagdes de uma luz multicor que acaba por Ihe causar a perda do equilibrio. Com toda essa experiéncia exdtica, Sauvin nao levou muito tempo para fazer com que um trenzinho de brinquedo ‘corresse © manobrasse nos trilhos, impulsionado apenas pelos Pensamentos ¢ emogdes que ele transmitia a uma planta. Nao 86 teve éxito a0 demonstrar o fenémeno perante um auditorio _ Sesstnta pessoas, em Madison, Nova Jersey, como também foi capaz de acionar e parar o trem A vontade sob as luzes de Kliegl de um estiidio de televisio. A medida que andava, 0 trenzinho acionava uma chave Bene aida #0 compo de Sauvin, de modo a dar-the um choque pect Outta chave, colocada a frente dos trilhos, est2- clave lgeda com um galvanometro, o qual, por sua Mle Reise cman 9. Assim que o filodendro captav# nat? onal de Sauvin ao choque, a agulha do galv2 (francés oui cts oui 4: alemfo ia) 4 0 marca registrada de uma {Abi UA letras do alfabeta e outros sinbcton © é wsada em 30° Pera tronsmitir ¢ régisirar mensogens. (N. do T-) nometro saltava € virava a chave, manobrando o trenzinho © préximo passo de Sauvin cra simplesmente lembrar-se da sensagao de receber 0 choque e projeta-la a fim de que a planta acionasse a chave. 2 De ha muito interessado por parapsicologia e fascinado pelas. implicagées psicologicas de uma planta Tesponsiva ao pensamento e 4 emocdo, a maior preocupacdo de Sauvin era aperfeigoar um dispositivo bem simples que permitisse a qual- quer pessoa, mesmo inexperiente, ativar uma planta. Para os objetivos de Sauvin, pouco importava se uma planta era ou no racional ou sensitiva, contanto que cla pudesse captar seu sinal emocional ¢ acionar a chave. Fossem as plantas “cons- cientes” ou nao, Sauvin ¢stava convencido de que tinham um campo de energia andlogo ao gerado por um ser humano e de que a interacao desses dois campos poderia ter de algum modo uma aplicagao pratica. O problema era desenvolver uma aparelhagem tao sensivel a ponto de aproveitar o fend- meno de modo absolutamente seguro. Manuseando as infinitas revistas especializadas que pas- Savam por sua mesa de redator técnico da m1, Sauyin inte- Tessou-se a fundo por uma série de artigos sobre circuitos eletronicos incomuns e armas exéticas, publicados por um misterioso escritor chamado L. George Lawrence em Popular Electronics. Intrigado pelo aperfeigoamento, por parte dos Tussos, de si temas de orientacéo animal para treinar gatos 4 pilotarem misseis ar-ar diretamente sobre © objetivo, o autor especulava, manifestamente com intengao semelhante, sobre i Possibilidade de plantas serem treinadas para responderem ieee ee objetos e imagens selecionados. Circularam boa- avenge i awrence seria um alto funciondrio governamental d&nimo, at Pesquisas de seguranca e escrevendo sob pseu- sitet ae ne poner ele é um engenheiro nascido na College’ ‘Professor de artes audioyisuais no San Bermardino & ee dirige atualmente seu prdprio instituto Intelizmente, os co da no mercado, Su; di tering e » Sua producdo, embora requeresse ma- 3s mage atesimos, se elevaria a milhares de délares devido iene fobs bai mao-de-obra altamente especializada que Be usto. Do tempo em que trabalhara para o iro de especificacées, cumprindo um 49 po sa . Jeriam i rém salyado © que pod Jongo contralto, me ri ns medidores de fase prensa ju jas éni fugados pelo as A icroeletranico, refug: F ser as De de slicio mies exigéncias de temperatura do poraistio como imprepe : » sauvin conseguiu montar uma ron ease segcarecos”) Sav eal elérico com cor- te de Wheatstone ee continua, e um circuito automtice eate alternada, em a al esperava ser capaz de distinguir de controle gravis 20. 2°r campo energético das plantas, O as mudangas Se obtido era cem vezes maior que o do nivel de sen packet ‘¢ eliminava grande quantidade de aly Spuidos” ics. : : ee media agora nfo era mals a amplitude de fase, ou o discreto retardamento voltage, mas a mudavet Of Fy esultado deu a Sauvin um entre duas voltagens em agao. res z dispositive grosseiramente comparavel a um interruptor regu- ea juz, cuja fungao era assumida pela planta, Variagoes de resisténcia aparente na folha causariam uma maior ou i i dependéncia da resposta da plan- menor intensidade de luz, na depende: ta aos efeitos exteriores. : Tao logo a aparelhagem entrou em funcionamento, Sauvin passou a controlar suas plantas ininterruptamente, Para captar as mais fracas nuangas de mudanga de fase, co- nectou as plantas a um osciloscépio — um grande olho verde eletrénico com um oito de luz cujas curvas mudavam de forma 4 medida que variava a corrente vinda de uma planta, dando origem a padrées que lembravam de perto o bater de asas de uma borboleta. Simultancamente, um som cambiante era pro- duzido pela passagem da corrente por um oscilador de som amplificado que permitia a Sauvin ouvir diminutas mudangas tm vibragdes ¢ saber como as plantas reagiam. Um. conjunto de gravadores mantinha um registro permanente desse som tice kt ; acompanhando-o, a cada segundo, com o mond- eee uma ridio-relégio internacional, Com um cro- } Sauvin poderia verificar o efeito por cle exercido ee cy a distancia, quer estivesse na rua, na ITT OU Parte da aparethagem magi ; ; e gica de Sauvin, especialmente im complexo sistema automético de Tespostas e gravagocs ee também a ter novo uso. Ja ha alguns anos: telefBnicas, - embora conservasse seu emprego fixo, ele desenvolvia por fora uma intensa atividade, escrevendo sob varios pscudéni- mos para diversas revistas especializadas. Para manter as apa- rencias, sem causar desagrado a scus chefes na tT © sem perder a liberdade de contatar seus editores, a qualquer hora Fo dia, Sauvin imaginara um engenhoso sistema, De sua mesa de trabalho na firma, cle era capaz de se comunicar por seu telefone residencial, recebendo e respondendo a recados, gra- gas a um pequeno transmissor de radio que trazia amarrado a perna € a. um conjunto de gravadores automaticos, previamen- te programados, que deixava funcionando em casa. Para fa- cilitar a identificagao das pessoas, Sauvin elaborara truques bem simples, como recomendar a determinado editor que es- fregasse um pente com o dedo junto ao fone, gerando assim uma onda sonora logo reconhecivel que disparava no equi- pamento automético a resposta adequada. Por sua vez, ele criou 9 habito de cantarolar no trabalho, a tal ponto que nao tardou em ficar conhecido como “o zumbidor da ITT”, ¢ esse habito foi um eficiente disfarce para as conversas que, de sua mesa, mantinha em voz baixa. Essa aparelhagem 4 Rube Goldberg! serviu admiravel- mente a Sauvin para a comunica¢ado por controle remoto com suas plantas. Ele podia discar o niimero de sua casa ¢ falar diretamente a elas; podia acompanhar a transmissdo de suas respostas, através do dudio-oscilador amplificado, bem como, estivesse onde estivesse, controlar a luz, a cor, a temperatura ou 0 funcionamento dos gravadores. Levando suas experiéncias a cabo, Sauvin pouco a pouco se deu conta de que, a exemplo de Vogel, era das plantas, com as quais estabelecia uma relagio mental especial, que obtinha os melhores resultados, Para tanto, ele entrava num Uae transe, desejando bem a planta, tocando ou lavando- eee com earinho, até sentir que suas préprias ema- le energia buscavam e se associavam as dela. Pros ae pe a Sescobril que a mais forte rea- ‘eunse ambit ra a devida 4 morte de células vivas em huimanig. aes aly mais consistente 4 morte de células cias, que nae A ainda, no decorrer das varias experién- ‘nai mais simples eficaz que ele podia transmi- TAN ag lusdo (edo gy! MOONS de maguinas antropomdrficas desse desenista, 31 ‘ das plantas uma resposty tir errasensorishmentss Po obit ave choque elétrico: parg precisa, era dat om. craples era girar sua cadcira ¢, & guisa tanto, 0 método Pa oe a estatica entio acumulada, encostar de fio-terra pare ctélica, A varios quilémetros de distancia, ‘o ded na mesa me era instantinea, Tal como ocorrera na a reagio das rs Sauvin notou que bastava ele lem- experiencia do a aaee de um choque para que as plantas brar ou revi ‘inal, mesma que este partisse de sua casa de ee on quilémetzos de seu laboratério em West Pa- cam tersoF onsiderando-se que © maior problema de Sauvin con- ti ‘a ser condicionar as plantas & sua propria pessoa, ae ao meio ambiente, foi-lhe preciso, ao se ausentar mals oe dias, imaginar um meio de atrair sua atencio ainda fais eficaz que as ligagées telefanicas. Como a mais forte reagdo das plantas era @ causada por qualquer dano sofrido cle ou uma parte indeterminada de seu campo energético, ean experimentou matar aos poucos algumas células de seu corpo em presenca delas. O sistema funcionou admira- velmente bem, mas o problema era obter células que per- manecessem vivas por um longo periodo. Sangue deu certo, cabelo foi dificil de matar. Nada se comparou porém ao esperma, que, como explicou Sauvin, era mais facil de obter que © sangue © muito menos doloroso. Tais experié levaram-no a se perguntar se, assim como reagiam 4 dor ¢ ao choque, as plantas nao reagiriam também as emocdes de alegria e prazer. Cansado do sofri- mento que se impunha, Sauvin tinha medo, por outro lado, de que os choques repetidos 4s suas plantas, ainda que in Telos, s¢ convertessem em carga negativa no seu karma. Logo verificou que as plantas eram de fato sensiveis a alegria ¢ a0 Prazer, embora a reagao nao bastasse para acionar um inter- Tuptor. Sauvin se atreveu entdo a uma experiéncia mais ousada. Passando uns dias em companhia de uma moga, em sua casa de aoe 4 beira de um lago, comprovou que as plantas, a 130 le eet S teagiam de modo insofisméivel ao prazer sexual, mente peadat a, uma freqi iéncia maxima no mo- hace de beets ido isso era muito interessante e podia i ase 4 comercializa¢ao de um aparelho que permi- ‘tisse is mulheres ciumentas control: i dos através de uma simples. olar as escapadas dos mari- simples begénia. Os resultados, no entan- to, ndo eram tio animadores a ponto de ja conduzir a um Getema aa alcance de todos. stercauvin estava absolutamente certo de que era capaz de afetar uma planta a distancia, mas nao podia confiar no si F tema — OU, antes, em sua | nfalivel aplicagao pratica —, pois fs plantas ficavam a mercé de outros estimulos em seu melo Smbiente, podendo reagir per exemplo ao brusco apareci- mento de um gato ou de um passarinho que chegasse & janela fo encalgo de um inscto. Em vista disso, ligow trés plantas _ cada qual posta num quarto, portanta num meio ambiente diferente — a. um mesmo circuito que s6 poderia ser ativado caso elas reagissem sincron adamente. Mantendo as plantas em locais separados, Sauvin esperava que 0 estimulo neces- sdrio 56 fosse sincronizado quando partisse dele, onde quer que estivesse. Ainda que nao inteiramente infalivel, pois em dado momento uma das trés plantas poderia no reagir por completo ao estimulo, esse novo sistema significava um passo 4 frente, impedindo que um estimulo fortuito afetasse, ao mesmo tempo, todas clas. ‘A essa altura, Sauvin estava ansioso em divulgar seus dados, confirmando as descobertas de Backster, ¢ tornar pu- blica sua propria contribuigio a uma ciéncia que a seu ver tinha para o mundo uma potencialidade tao grande quanto o emprego das ondas de ridio por Marconi. Mas, num pais onde o governo e a indistria se voltam mais pata o desen- volvimento de armas sofisticadas de guerra ¢ aparelhagens de controle individual do que para a esdrixula nogao de comu- nhdo com a natureza, nao foi facil para Sauvin encontrar uma audiéncia ou um patrocinador. Incapaz de interessar a grande imprensa, ou a revistas conservadoras como Science ou Scientific American, Sauvin decidiu encaminhar seu material as revistas de engenharia e mecanica das quais ja era colaborador regular. Visando des- pertar o interesse do editor de uma revista automobilistica, escreveu um artigo sobre um dispositivo que capacitaria hgar seu carro por controle remoto, através de ondas cerebrais transmitidas a uma planta. A operagao, com a ajuda de um Pequeno transmissor de radio, se revelava muito simples. A inic: dificuldade técnica seria projetar um invento que exer- ‘Sesse Sobre a igni¢ao a pressdo exata, repetindo-a quando o motor ndo pegasse ¢ interrompendo-a tio logo isso ocorresse. objetivo da idéia era entusiasmar as pessoas com uma 53 wee

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