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Imagens do Brasil: o cinema nacional e 0 tema da Independéncia = ‘Regina Horta Duarte, Daniel W. Ferreira, Juno Alexan~ dre V. Carneiro, Raquel M. Souza, Gabriel O.M. Ferreira, Natélia RR. ‘Arauijo, Michelle M. de Oliveira” “O genealogists necessa da hss ‘Pits conjrar 2 quimera do oxigen Michel Foucault, Abstract Resumo io Bn flocs. oe ey Dots tes do cena mcral fo- tiertpersecine onewrelied lz sob gue Snes, {Site proces of epuncince Gf ewarte tebradot 29 pos Trail independence ov Morte, deliepnd do ara er Greedy CalosCombaappered snes. eu Mort, do drt Caos nis7zarngte commemoricons ——Courbra ero ty 1972, dae Fert 1Sotanvresy oltrartan ss comnperacrs ds 150 aos Independence, sposcted by he Icepenrda promod po $0 Macagsemmet Cresioaquma Yee Meee Caria Joan, bycauscoreat eel asuieg Can Crue obere un saree col vai frerch ces 1995 ae sues e cia © Aer ‘SometheColsedwinsiicn oh rn 1995, duane ogo Cale Contract ileeat imager sbost Amora stags See Etalln history, images tht ve ‘Ras aoreada need, a Recomensneltecalectve eon Gee lus que pasa 9 a louse Foes cle ce nossa sone ‘oyna Crema Hic tet Paswaschave Cons Hsu Independerce fb Ben Inesendéncs do bas! Em setembro de 1972, 0 cineasta Carlos Coimbra recebeu um tele- tgrama enviado pelo entao presidente da Republica, Emilio Garrastazu Medici, cumprimentando-o pelo filme Independencia ou Morte Confessando sua “excelente impressio” pelo trabalho de toda equipe, incluindo diteco, ato- res, produtores técricos, Médici apontava como o cinema nacional respon- stra Ado do Deparamenca de Hits FAFICH - IMG, Cosrdacoa do ogame A -otuenio Oscars (FAD) Dep. stra PACHUENG + Rates otAD=1999,Dop Hsien ACH UMMC Avadeens 20 7RP URAC pels bas cnc dera & confianca nele depositada, inspirando-se ‘nos caminhos de nossa histéria", emocionando e educando, comovends e informando as platéias com dignidade de intengOes. O telegrama foi amplamente divulgado, tendo sido publicado no Jomal do Brasil do dia 07 de setembro de 1972, no bojo de estrondosas comemoracoes do Sesquicentenirio da Independéncia!. Em pleno regime militar, as festividades visavam construir € divulgar contetidos desenrolados a partir de uma determinada ima- gem de Nacdo, resgatando para ela uma origem hersica, alardeando lum marco monumentaiizado em seu caréter fundador, Os eventos foram os mais diversos. Houve destiles, por todo o Brasil, precedidos, em varias cidades, por visitas do Presidente Médici e de sua comitiva, num cortejo 3 conducio dos estas mortais de D. Pedro |, vindos de Portugal, para a cripia do Monumento do Ipiranga em Sao Paulo, [Nesses eventos, as escolas puiblicas levavam todos os alunos para receber 0s restos mortals do Imperador e o presidente, em filas igo rosas, com 0 cléssico aceno de bandeirinhias. Um Hino especial foi ‘composto para o Sesquicentenério e varios cantores contratados para a edic3o de um disco com diferentes gravacdes®. Lima moeda espe- Eade de Mins Belo Hortons O5.09-1972. Ano XIV. n 12 678. cademo 2 p 2 = hist6tica, 0 cuidado com as construcdes (desde os prédios as cama gens), as minicias da decoracdo, os ensaios dos bailados e das ce- nas, a riqueza do figurino (desde os tecidos &s jéias), assim como & construcao artificial do rlacho do Ipiranga pata a cena do giito, Apresenta-se uma obra cuja intencao € alcancar, por um trabalho meticuloso, 2 perfeicdo na recuperacdo do passado historic. A mensagem é a de que o espectador poderd entregar-se 20 que vera, que tudo foi “cuidado por especialistas e tecnicos de todas as are as’, ou seja, ele no serd enganado, Nessa alucinada voracidade pelo passado autentico evidencia-se o traco de uma visdo totalizante, da crenca em um todo a ser recuperado, numa visao positivista da historia a ser divulgada ao publico brasileiro. Este era 0 ambicioso objetivo da producdo no filme vatias vezes descrito como “contri- buicio do cinema nacional 3 comemoracdes do Sesquicentensrio da Independencia”, Também o alcance do cinema, como capaz de penetrar em diferentes camadas populares, reforcava os elogios a0 filme como um ato patnitico. Em sua edicdo comemorativa da Independencia, a revista O Cruzeiro dedicou varias paginas ao filme, com fotografias e detalhes da producio. Ele é descrito como luxuoso, requintado, superprodu- ‘¢do de categoria intemacional, possuidor de um elenco inigualivel de atores e técnicos. Destaca-se a autenticidade das cenas, ‘roda- das, tanto quanto possivel, nos proprios locais dos acontecimentos’, como 0 antigo Palacio do Itamarati, 0 Jardim Botanico, 0 Convento de Santo Aniénio, o Alto da Boa Vista, 0 Forte de S40 Joao, ruas diversas do Rio antigo. A participacao do como de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no baile no palacio da Marquesa de Santos, é sublinhada, assim como o seguimento das regras de pom- pae dos rituals da corte, seguindo a trilla dos documentos histSri- os levantados pela pesquisa Entretanto, o filme certamente trazuma série de deslizes, dentre (0s quais © mais evidente a qualquer cbservador leigo seria a foto da Imperatriz Amélia nas mos de D. Pedro | e da Marauesa de Santos, no inicio do século XIX. Outro lapso significative funda o préprio filme: a cena do grito da Independencia, na intencdo de alcancar maior verossimilhanca, baseou-se no clissico quadro de Pedro ‘Américo, com posturas idénticas € 0 mesmo numero de pessoas figuradas. Nenhum comentario mais critico acompanha esse dado tho alardeado, nenhuma teferéncia a0 fato deste quadro ter sido realizado ji em meados dos anos 1880, veiculador de uma imagem de forca e poder, num momento em que a monarquia necessitava * Comoe dt o dscunentario aaca do ime Vartan: ao de Pinas Belo Honan. 2 (09-1972 fr XLV n 12 675m enleno 2 p3 / Jal do Cid Blo Heionte 07-08. 1972, so AV, 4S preservar-se em meio a uma grave crise ¢ pintado por um artista ausente ao evento em questo." Na verda¢e, Pedro Américo nasceu em 1843, na Paraiba. Aos dezesseis anos viajou para Europa para aperfeicoat-se na pintura, com apoio de D. Pedro Il. O quadro O Grito da Independencia oi eto sob encomenda, seguindo os cinones dia pintura historica do sécuilo XIX. Nele, ndo se enconira presente apenasa imagem do poder, mas essencialmente, uma confirmacac da soberania monérquica em sua atuacfo num momento aqui, mais ‘uma ver, reafimado como furdador da nacdo. Podestamos pensar em um poder que nao representa a si mesmo, mas antes representa um passado em nome do qual o poder continua sendo exercido, e esta “representacdo viciria (_) se plasma (_) na vida da nacdo""', Nao ha como ignorar a inocéncia presente na idéia do quadro de Pedro América, nascido cerca de duas décadas apés 2 Independencia, como tuma imagem fiel 0s acontecimentos. ‘A procura por um esperado efeito de verdade desliza, muitas vezes, nos proprios recursos de que tenta langar mao. Para um arguto comentarista daqueles anos, a fotografia pecava pelo rigor.“tudo muito novo e muito nitido, as cores muito cores, sem meias tintas ou tons intermedisrios”. As paredes, de t80 brancas, criavam um efeito de papelio e tinta, as roupas novas demais, os atores com aspecto de bonecos de museu de cera. Nio existia “uma tinica mancha, uma rachadura sequer que servisse de prova de que pelo local passavam pessoas vivas"!. O peifeccionismo do filme assumia uma ambigao de completude tao aguda que a experiencia de vida passava a ser inverossimil. Poderiamos ainda notar como a construcéo de algumas cenas baseour-se em pinturas oficiais contempordneas aos acontecimentos ‘em tomo da Independéncia. E 0 caso de varias pranchas realizadas por Jean Baptiste Debre, como no caso da coroacdo de D. Pedro | ‘Aqui surge um ponto importante a ser analisado, Na busca de auten- ticidade, a producio apotou-se na concepcao da propria pintura his- torica do século XIX, no qual nao existia uma idela de auionomia do artistico, com regras e valores proprios. Tal independércia da arte era estranha a homens para 05 quais “a idéia de uma arte que nado sia * Sb anda ue 3 Ntevowa teen tem leranada sore 0 mio histikn do Set de ‘Seto eobre asta dea morurentalaco, ver ota aio de LYRA Mata de Tours Vanna Meret Indepenainca:narnserepesetaessimbOlcs Kes Was Feta de Hire Sto Pail 5 (29) 1995; p 173206 "0S detritus histo. ver VO, Tomar Pere Laima histori vein de as rachnes Locus reat de sta hi e Fora vl 5,01, 1999 VE, Tomi Pert op. cp. 151 BRANDAO.K op ct "aan Batic Dabo ok moma da Miso Anca Faces, vada pan Bras em 1816 ‘conrad pelo poner pois con onto de romevera cacao de um FscolaRel das ‘Gira, aves © ObcosPemaneceu no Brats 183 uDIcou sua Viger Proce Fiore ao Br em volumes on 1834, 1835 © 1832 para algo ou diga algo, de uma arte na qual a execucao seja 0 impor tante e otema o secundatio, ¢ quase completamente alheia 20 pensa- mento anistico"", Havia um compromisso realsta, ou como diz Bazin, um “complexe de semelhanca” do qual a arte 56 se libertaria pela satisfacdo obtida atavés da fotografia ¢ do cinema, em que o olho humano pareca substiu/do por uma lente, a “objetiva’, na ilusao de que entre o objeto e sua representacio nada se interpunha, a nao ser outro objets. A objetvidade da fotografia conferira a imagem um poder de credibilidade impossivel para uma obra pictérica'® Mas sea fotografia veio satisfazer 0 aft ilusério de uma repro- duc imparcial,a pintura histérica perseguiu a minticia dos detalhes com a intencio de representar determinados eventos do passado. Havia, nestes trabalhos, uma compulsdo pelo realism. Por isso, Jade pendéncia ou Morte, marcado pela mesma busca de credibilidade, apostou tanto nestas obras como garantia de alcancer seus intents. Pelo mesmo motivo, o lapso da apresentacio da foto da Imperatriz Amélia é expressivo de como este discurso filmico percebe a pintura como fotografia, identficando-as na busca de figutar 0 real Por um lado, apresenta-se uma fotono lugardo que necessariamente deveria ser um desenho da princesa enviado a D. Pedro |, Por outro lado, as ‘enas copiam algutmas pinturas, eoneamente concebidas, pelo dire- tor Carlos Coimbra, como imagens fotografadas, No caso da coroa- ‘do, toda uma movimentacdo se realiza até chegar-se a uma imagem delineada por Debret ( prancha 48, vol. 3) , avando a cimara para, No caso do grito, também toda a cena se mobiliza até o instante fixado na tela de Pedro América, © cinema curva-se 4 concepcto fotogréfica, o movimento devém em direcao & imobilidade, a “ima- gem da duracdo” submete-se a0 “objeto lacrado no instante", Aabertura do documentaro sobre o filme inicia-se na mesma ‘pica de submissaio do movimento 20 fixo: os atores principais apa- recem, quando a imagem se detém e um efeito de foto envelhecida se configura na tela. Essa busca de credibilidade, esta persezuicao de efeitos de verdade, estes apelos a0 espectador para que ele acredite no que vers. serdo reforcados pela narracio do documentirio, pelas reporagens das revistas e jorals, pela insisténcia em alewtar para a partiapacdo de tecnicos de todas as areas. A objetividade e a perfel- (fo alegadas legitimavam o filme como telato da verdade historica sobre a origem de um Brasil Independente. Completando 0 “atestado de garantia’, havia ainda as imagens dos membros da famfia real em visita alegre aos bastidores das filmagens, em cordial aproximacso com 0s ateres. Ou seja: aprovado pela familia real. "VEO, Toman Pert op. tp. 157. "BAZIN, And Onsogu de Imager Forgan XAMER, org A Expert de Gnas log Bos de ane: GaalEmbetie. 1991, 124125 BAZIN Ade ofp. 126 Um outro aspecto merece ser observado. Se o cinema traz a imagem em movimento, em seu devir, construindo-se de maneita amalgamada a uma concepcao temporal, o tratamento dado a ima- gem, no filme em questao, nao deixa de ser uma negacio do tempo. Sim, pois tal como as imagens se ajeitam até chegar a uma pose desejada inicialmente - cépia de uma pintura histérica eleita pelo iretor como dado de verdade~ predomina uma ideia de tempoa ser ‘cumprido. As cenas caminham para um fim pré determinado, o tempo da duracéo é um “nio tempo", pois ele existe em funcao da imobili- dade". Este tratamento atina-se com a concepcao de historia construida, j4 que a histéria da na¢io 6 tratad3 como tendo um Linico caminho possivel. Todo o trabalho de pesquisa é um trabalho de confirmacao das origens, uma busca apenas do que se quer reafi= ‘mar, uma “historia com olhar de fim de mundo”. Independéncia ou Morte permaneceu em cartaz durante todo ‘0 més de setembro. A imprensa nao informa dados acerca de sua recepcio pelo piiblico ou sobre niimeros de bilheteria, Em anos posteriores, o filme voltou ao cartaz na semana da patria. Foi pre- senga constante na programacao televisiva global nos anos 80, sem~ pre exibido em setembro'”. Em 1999, fol exibido, no dia O7 de setembro, pelo Canal Brasil. De alguma forma, passou a ser um filme construtor de imagens, frente a0 ptiblico brasileiro, sobre este mo- mento histérico, sendo ao mesmo tempo- ¢ principalmente - um relato do periodo no qual foi idealizado e feito, do seu lugar de ‘emergéncia enquanto discurso®, da sua constituicgo em mais um ‘monumento comemorativo dos 150 anos de Independencia. All- ral, analisar um filme é discutir sua narrativa, seu cenario, seu rotei- ro, “mas tambem as relacdes do filme com 0 que nao é filme: 0 autor, a producdo, o publico, a critica, o regime de governo”®'. Nos anos que se seguiriam, boa parte do piiblico brasileiro tomaria con- tato com o tema da Independancia nas comemorac6es feitas ano aps ano, nas noticias de jornais paralelas as comemoragdes, nas répidas informagoes wazidas pelos livros didaticos ( para os que frequentavam escolas, € claro) e nas imagens de Tarcisio Meira e Gloria Menezes. 0 tempo listrco trae sim apes meu abst da coexscta sucesha 1 si- lestecrptici dos ena deo} Oren aol como oda tedog verdad: porgue pra toda teologareaizaa enecssta,udo dao apa do fn. ove esabelcto « deeminado desde a org do process, etableen tdetarnando oF Imeos que o ao aparece come Feltato™ CASTORIADI, CA Isctuzo gin Socedade 2 Ein Ro de lacie: Pate Tem, 1982, p20, Reoprssio de FOUCAULT, M.Mictsche, a peealogi ea histra Ine Mica do Rader ‘edo, Bo de nebo: Gra, 1984 p. 26 ” Fara esta icra, consianos Jom! do Bras Ho de nero) ¢ Eads de Mins (Be orzntel durnteos meses de seco, decadade 70 «00. °£2gu pensaos a enenenc encuano oaldealonommin etadode fc ogo casual dis ddoninades confome FOUCAULT M op cic p25 * FBRIO.M. nama Histon fo de ane: Pa Tera, 1992, 87, I ‘© governo de Fernando Collor de Mello extinguiu a Embrafilme eo Concine, em 19902, Na opiniio de alguns, este ato agudizou ainda mais a fragilidade do cinema feito no Brasil, dominado pela pomochanchada desde os anos 70, quando boss bilheterias foram alcancadas apenas pelos lilmes de férias feitos anvalmente pelos Tra- palhdes. Se os anos anteriores trouxeram, n&o obstante grandes fi- culdades, obras importantes como Bye bye, Brasil ( Carlos Diegues ), Fles ndo usam Black-tie ( Leon Hirszman), Memarias do Carcere { Nelson Pereira dos Santos), Gaifin (T. Yamazaki) ou A Hora da Estrela (S. Amaral), inicio dos anos 90 passou & meméria do cinema brasi- leiro como “um dos periodes mais aridos de nossa producio, reduzi- da a praticamente zero”, uma situacao “de chegar ao fundo do poco”, Nesse contexto, ocome a estréla, em janeiro de 1995, de Carlota Joequina - princesa do Brasil, ditigido por Carla Camurat, alcancando a surpreendente bilheteria de cerca de 1,5 milhio de espectadores, lotando salas, mantendo-se em cartaz por mais de meses, configurando um evento considerado como o ressuscitar do cinema nacional, ou mesmo uma “pacifica revolugio"®. A critica con- temporanea a estréla falava da “sensa¢o de um jejum quebrado”, reforcada pelo visivel entusiasmo e prazer com que o filme fot realiza- oY. O sucesso estendeu-se ainda quando do langamento do video, ‘em 1996, com a cifra de 22 mil fitas vendidas””. ‘A ealizacao do filme tem aspectos que contrastam vivamente ‘com Independéncia ou Morte, de Carlos Coimbra. E, apesar do filme de Camurati nao tematizar diretamente a Independencia do Brasil, a0 privilegiar @ historia da vinda da Corte, em 1808, coloca em questo a fundacao do Brasil enquanto nacio independente. A propria direto- ra |ustfica sua escolha, afirmando que, tendo sempre desejado “fazer tum filme sobre a Histéria do Brasil’, apés longa pesquisa, chegou 4 conchisio de que ‘o filme s6 podia ser sobre a chegada da familia real”, por ser este “um ponto culminante de nossa histéria”™®, ‘AS oposicoes entre os dois filmes sao gritantes. Em primeiro lugar, a realizacio de Carlota Joaquina foi artesanal, a0 contrario da A EBRARLME (ol fundaés en 1969, com 0 into de nandar 0 enema nacional © Contant (Corsa Nacional de Cinema oeada em 1976, eras o mrad + BVALD fio, Rubens. Apresenacto Iso £. Novo Crema Basil - Coa aqui 0 Fat: Eto Tats, 1999, 72. ‘MARINE Gedo. Cots oaguina, Resta Veja S80 Far Eira Abr, 22-02-1995, ano So 8p 120.3 122. 3 WADD filha, Rop.ct.p. 2 2 MARTINO, Teno. Moracs aorta Revista to ESko Pal: Eto Tits, 8. 1321, 25-01- 1995,p 112,113. = SCONTAS de Scesn Rev Io E30 Pal Etoa Ts. 1291, 79-05-1996, 0. 100. 28 CAMUBATI CO trl ¢ Go audio ¢. Now dena trast” Cota aqui. 530 Pauls Etora Tits, 1999, 8.9 aparatosa producio.de 1972. Durante cerca de dois anos, a diretora trabalhou pessoalmente na pesquisa histSrica foi co-autora do argu- mento e do roteiro, produtoza ¢ fez ainda uma pontinha no dia em que uma figurante faltou. A captagdo de recursos fez-se de porta em porta, com a obtencéo do apoto da Petrobrds, Teles, Maratur (empre- sa de turismo do govemo do Maranhao, onde algumas cenas foram rodadas}, Banco do Brasile mais noventa patrocinadores, que ajuda- ram com permutas. A diretora percorreu muitas Salas de espera num momento em que comecava a valer a Lei de Incertivo a Cultura. A Aistibuicao do filme foi realizada pela prépria diretora, com quatro ‘cOpias entregues em sessées especiais em algumas cidades do pais ( Rio de Janeiro, Belo Horizonte ¢ So Paulo, inicalmente). Os custos foram redurzidissimos, estimados em RS 673mil”, sendo que o filme pagou-se rapidamente, dado o sucesso imediato™, Espectadores des dois flmes construiriam, a partir da amblen- taco das cenas, imagens muito diversas da vida da Corte nas primei- ras décadas do citocentos. No papel de D. Pedro I, Tarciio Meira tusava traes elegantes, tinha um bom penteado, andava por ruas lim- pas e ordenadas, sempre emolduradas por um céu azul e limpido, ‘com escravos bem nutridos ocupados em seus afazeres, em ambien tes alegres ¢ floridos. Muito do filme se passa ao ar live 0 sol sempre um ligurante especial, Outras cenas trazem a verdejante exu- berancia do Jardim Botanico, com o culive de flores e plantas topl- «ais, ou 0s jarcins da Marquesa de Santos, com araras domesticadas, escravos sorridentes e cuidados paisagtsticos. Os bailes sdo repletos de charme e cores, com quacrilhas francesas, passos de danca refina- dose damas impecaveis (com trajes idénticos aos desenhados por Debret em algumas de suas pranchas), Outro destaque do filme & a :miisica.D. Pedro toca obo acompanhado por D. Leopotdina no pia- nno, que Ihe diz ser aquela a mais bela de suas composigées. Na casa dda Marquesa, un conjunto musical executa um singelo minueto, dan ‘ado delicada e graciosamente pelo par 1omantico. Os gestos 540 tefinados, no andar, no estar, na danca, no comer. Mesmo que as pessoas se alimentem com as mos, como D. Jogo em varias cenas © faz, nada hd de repulsivo, pois apenas as pontas des dedos sdo usa- das, com 0 uso posterior de guardanapo. espectador de Carlota Joaquina depara com lugares e ati- tudes bem diversas. Os dentes das pessoas sao escurecidos, as peru- * Seaaismoso vresde tines aus tana come base omésdederenb de 1999,corfoeedce de alzaa0 fe avo, pderames nal 0s «sos Indeendince ‘06 Pre sands Ks 208938000 e Ca fou sonardo KS LOP4ASZCO. Sum Economica S80 Paton 2000 N26 p16 2 Vee FONSECA Clot Cot Josh

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