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Vocé esta ok? | ANALISE TRANSACIONAL Sos da ida OS JOGOS.DA VIDA € um livro funda- mental onde o Dr. Eric Bere, o célebre psiquiatra e psicanalista americano, de- fineou toda a estrutura da Analise Tran- sacional, de que o livro “EU ESTOU OK VOCE ESTA OK", ja editado pela Arteno- va, foi o maior divulgador. Poucos livros tiveram em tode o mun- do um sucesso 140 espetacular como OS JOGOS DA VIDA, atingindosuas ven- das, em centenas de edigdes sucessivas, varios milhoes de exemplares. ‘A edicao brasileira, cuidadosamente traduzida, revista @ adaptada pelo Dr. Julio de Moraes, levou em conta a reali- dade brasileira e de nosso povo, na transposi¢do da psicologia do compor- tamento e dos jogos que as pessoas jo- gam em seu inter-relacionamento, esta- belecides na edigao original, Nas palavras do Dr. Julio de Moraes, “© pensamento psicolégico: contempo- rineo tem recebido importante infiuen~ cia, a partir de novas idéias nos campos do Estruturalismo, Etologia, Teoria Ge- ral de Sistemas, Teoria de Gomunica- ao. Esta Ultima, em especial, tem cone- x40 intima com JOGOS DA VIDA. Comu- nicagao pressupde um conteddo uma forma ou modo de relacao entre o agen- te e o recipiente da informagao. Num certo sentido, quem comunica define a OS JOGOS DA VIDA a Copyright © 1974 by Eric Berne Copyright 1977-da ediggo em porugués Editora Artenova S.A. Traduzide por E. Artens Revisio de Capa de Salvio Negreiros/Studia Artenova Reservados todos o¢ direitos dests tradugo. Proibida 2 reprodugio, mesmo parcial, sem expressa autorizagaa da Editora Artenova S.A, editora artenova = a Compesto e impresso mo Brasil — Printed in Brazi ERIC BERNE OS JOGOS DA VIDA A PSICOLOGIA TRANSACIONAL E O RELACIONAMENTO ENTRE AS PESSOAS Adaptagio de Dr. JULIO DE MORAES Traducao de E. ARTENS editora artenova Sa. a aa preftto oligo oe meso, 1778 | ore jornatttco a ee ee sse aae4019 | mio os ove st. legates ARTHOVA ecient to APRESENTACAO Nao sao muitos os livros que tiveram um sucesso tao espetacular quanto Games People Play do eminente psiquiatra americano Dr. Eric Berne, publicado nos Estados-Unidos em 1964 © que aparece agora em edicao brasileira, sob o titulo Os Jogos da Vida. Dirigido nio a cientistas ou especialistas, mas ao publico leigo, Games People Play teve excelente aceitacau, tanto por parte do publico quanto da critica, e em pouco menos de 3 anos, cerca de meio milh3o de exemplares foram vendidos. Ao cogitar desta edicao brasileira, colocou-se.o problema de nao fazer somente uma excelente traducao, como inicial- mente havia sido feita por £. Artens. Tornou-se necessaria também uma adaptagao que levasse em conta as diferengas de linguagem e as diferencas existentes entre as epacas e contextos culturais, que separam 0 original ¢ a presente edi- Gao. N&O Sao sO paises diferentes, como mudaram também ‘os tempos. James Michener, numa linha que parece uma ilus- tragao de um destes pequenos Jogos da Vida, diz que ‘ ate @ propria nostalgia nao € mais 0 que era” Foi ao empreender a tarefa de rever ou adaptar a tradugao, de Games People Play que nos demvs conta de que mesmo as palavras (a propria substancia das tradugaes) constituem Jogos. “jogos de palavras” nao é apenas um modo-de-dizer: é uma maneira de expressar uma realidade da relacao inter- pessoal. Problemas desta natureza so abordados por Peter Farb em seu recém-publicado Word-play : What happens when people talk, no qual ele denuncia.averacidade de alguns mitos. Uma lingua estrangeira nao é apenas um codigo diferente para expressar a mesma mensagem. Na verdade, a lingua de cada povo expressa o que € importante, o que € “de valor”, 9 qle é “certo” ou “errado” para este povo. As palavras que designam Humanidade em portugués e em varias finguas latinas derivam de humano. Ja em varias linguas anglo-saxOnicas derivam de homem (Mankind, Mens- cheit, Mankligheten). O problema constituido pela tradugao da palavra Parents eminglés, écurioso. Parents denota os pais no sentide coletivo de pai e mae, juntos ou cada um. Uma influéncia “parental” iem inglés) pode vir do pai, da mae ou de ambos. Nao existe palavra equivalente em portugués, lingua que separa pal e mae, bem como seus atributos paterno e materno. As denomi- nacées par parental ou figura parental, em portugués, sao de uso restrito a publicacdes ou apresentagoes em circulos psicanaliticos. Outro ponto importante a ser levado em conta éode que as palavras nao tém o sentido que as pessoas que as usam pensam que elas tém. A linguagem é na verdade um “jogo que as pessoas jogam” entre si. Isto ocorre em qualquer lingua. Em japonés, por exemplo, uma mesma palavra pode significat sim ou nao, dependendo da entonacao usada. Em chings, a segunda lingua mais falada do mundo, ma pode significar ‘caiaina, mae ou cavalo. Em portugués, as diversas acepcoes da palavra boa podem variar e ate mesmo com a mesma entonacac pode ter significados diferentes, dependen- do de quem os enuncia (sé um sacerdote ou um psicdlogo, por exemplo). © sentido obverse da expressao de Wittgenstein de que “9s limites de minha linguagem sao os limites do meu mundo” é o de que ao transpor as idéias de um povo para outro sera necessario empregar uma nova linguagem. Neste sentido, o tradutor mais traidor pode facilmente ser aquele que mais fielmente traduz. Isto deve ser dito para justificar a necessida- de de naoapenas traduzir, mas antes, de adaptar, de ‘transcre- ver" este trabalho que é tao rico em modos-de-dizer, em duplas significados, e sobretudo tao baseado na forma usual de conversar das pessoas. Uma adaptacao se fez necessaria sempre que a conversa (a transa¢ao”’) analisada era diferente, no original, da forma usual de conversar das leitores aqui. Foi neste sentido que se tomaram liberdades, tanto de adicionar ou subtrair, como de rearrumar trechos desta adap- tacao. Algumas adicgées foram feitas em fungao apenas de maior clareza. A arte do “understatement” nao € mesmo muito carac- teristicamente nossa. Subtracées foram feitas quando o texto original, com o passar do tempo, perdeu sua graca ou seu brilho ou sua perti- néncia, ou somente sua atualidade. Ninguém, penso eu, pode se admirar de que isto tenha ocorrido em menos de uma deécada. Ao planejar a edicao brasileira de Jogas da Vida como um pequeno livro destinade a ilustrar aspectos menos aparen- tes do relacionamento entre pessoas, procuramos adequa-lo &s suas reais finalidades. Nao cabem nesta propasicao aspectos de técnica psicoterapica, por mais respeitavel que sejaacondi- cao de terapéuta do autor. Jogos da Vida nao se propoe a serum manual de psicoterapia. Tampouco deve ser visto coma um compéndio de guerrilha familiar ou conjugal. Um agradeci- mento é devido a Horus Vital Brazil por sugestOes durante a realizagao deste trabalho. O pensamento psicolégico contemporaneo tem Yecebido importante influéncia, a partir de novas idéias nos campos do Estruturalismo, Etologia, Teoria Geral de Sistemas, Teoria de Comunicagao. Esta ultima, em especial, tem conexao intima com jogos da Vida. Comunicagao pressupée um conteudo uma forma ou modo de relacao entre o agente ¢ o recipiente da informagao. Num certo sentido, quem comunica define @ recipiente da informacao (como ele € desejado) e se define asi proprio (como se deseja para o outro). Comunicacao pres- supOe entao, por vezes, formas de negacao do recipiente da informacgao como efe mesmo, como outro. Isto constitui anegacao de um atributo ou qualidade cuja propriadenomina- ao é raramente usada ou conhecida: alteridade (de ‘alter’, @ outro). Quando o eu define ou delimita 0 outro, nega sua alteridade. A comunicacao nestes termos constitui uma forma nao auténtica de entendimento, numa ilusao de compreensao. “Jogos” sao vistos neste contexto como experiéncias de relacionamento nao auténtico, nos quais 0s jogadores (0 agen- te © 0 recipiente de informacao) utilizam lances com o fim de obter um destecho cujaverdadeira natureza nao era aparen- te no decorrer da iransagao e que tem coma finalidade a obtencao de umavantagem (que nega ou atenuaa alteridade}. A finalidade do autor (ou “‘transcriptor™) desta revisao ou adaptacao da edi¢ao brasileira de Jogos da Vida ¢ de que ela constitua para seus leitores um ganho, no sentido de se ver a si proprio e de ver aos outros nas paginas deste livro. Que constitua também uma inspiracao para uma vida mais auténtica mais significativa, ja que baseada num relaciona- mento interpessoal mais pleno, mais individualizante e mais reconhecedor da-diferenga entre cu @ outro. Rio de janeiro, junho de 1974 JULIO DE MORAES INDICE Preiacio, pag. 15 Intraducao, pag. 17 PARTE | ANALISE DE JOGOS 1: Analise Estrutural, pag. 25 2. Analise Transacional, pag. 30 3. Procedimentos ¢ Rituais, pag. 36 4. Passatempos, pag. 42 5. Jogos, pag. 49 PARTE It UM DICIONARIO DE JOGOS G. Jogos da Vida, pag. 70 1. Alcodlatra, pag. 70 2. Devedor, pag, 77 3. Me Bata, pag. 81 4. Agora Te Peguei, Seu EDP, Pag. 82 5. Veja $6 O Que Vocé Me Obrigou A Fazer, pag. 84 7. Jogos Conjugais, pag. 88 7. Encurralar. pag. 88 2. Tribunal, pag. 94 3. Mulher Fria, pag. 93 4, Martir, pag. 95 = Se Nao Fosse Voc&, pag. 98 € Veja $é O Quanto Eu Me Esforcei, pag. 98 7. Querida, pag. 101 8. Jogos de Reunides Sociai 1, Nao € Horrivel, pag. 103 2, Defeito, pag. 106 3. Desastrado, pag. 107 4: Por Que Vocé Nao! — Sim, Mas..., pag. 108 3. Jogos de Sexo, ‘pag. 115 1. Agora Vocés Dois Briguem, pag. 116 2. Perversao, pag. 117 3, Violentada, pag. 118 4. Bate-Boca, pag. 120 10. Jogos do Submundo, pag. 122 4. Bandido E Mocinho, pag. 122 2. Como £ Que Se Da O Fora Daqui. pag. 127 3. Vamos Dar Um Golpe No Zé, pag. 128 Ti. Jogos de Consultério, pag. 130 +. Flor De Estufa, pag. 130 2. SO Estou Querendo Te Ajudar, pag. 132 3. Puxa, Como Voce E Maravilho: pag. 14 4. Psicoterapia, pag. 197 5. Imbecil, pag. 138 6 Perna de Pau, pag. 140 12. Jogos Bons, pag- 143 1, Carregador De Pedras, pag. 144 2. Cortejador, pag. 144 3. Feliz Em Poder Ajudar, pag. 145 4. © Sabe-Tudo Do Vilarejo, pag. 146 ©, Um Dia Eles Vao Dar Valor A Ter Me Conhecido, pag. 146 pag. 103 PARTE Uh ALEM DOS JOGOS 13. O Significade Dos Jogos, pag. 151 44. Os Jogadores, pag. 153 18. Autonomia, pag. 155 16. A Obiengdo Da Autonomia, pag. 158 17. Depois Dos Jogos, O Qué?, pag. 160 Apéndice, pag, 161 Referéncias Bibliograficas, pag. 172 Aos meus pacientes e alunos, que muito me ensinaram e ainda me ensinam, 2 respeito dos jogos e do significado da vida. O Autor PREFACIO DO AUTOR Este livro destina-se basicamente a ser uma continuacao de Transactional Analysisin Psychotherapy(1), mas foi planejado para que possa ser lido e compreendido independentemente. A teoria necessaria para a analise e compreensao dos jogos esta reunida na Parte |. A Parte Il contém descricdes dos jogas individuais, e a Parte Ill apresenta material que torna possivel © entendimento do que significa se emancipar dos jogos. Aqueles que desejarem informacdes mais detalhadas as en- contrarao na obra citada, O leiter de ambos os livros notard que além do progresso teorico, houve pequenas modificacdes fa terminologia e em cerios pontas de vista, modificacées estas baseadas em estudos e leituras posteriores. Anecessidade deste livro foi ditada por solicitacées feitas por estudantes e por platéias que ouviram minhas conferén- cias, ou pelo aperfeicoamento do estudo de jogos menciona- dos laconicamente como exemplos numa exposicao geral dos Principios da andlise transacional. Devem ser citados com gra- tidao esses estudantes e essas platéias, assim como — e muito especialmente — os inGmeros pacientes que revelaram, itenti- ficaram ou deram nome a novos jogos. Sao merecedores de agradecimentos especiais Miss Barbara Rosenfeld, por suas inumeras idéias a respeito da arte de ouvir; e Mr, Melvin Boyce, Mr. Joseph Concannon, Dr. Franklin Ernst, Dr. Kenneth Everts, Dr. Gordon Gritter, Mrs. Frances Matson eo Dr. Ray Poindex- 15 ter, entre outros, por suas descobertas independentes ou pela confirmacao que deram ao significado de muitos jogos. Mr. Claude Steiner, antigo Diretor de Pesquisas dos Gru- pos de Estudo de Psiquiatria Social de Sao Francisco, e atual- mente no Departamento de Psicologia da Universidade de Michi on merece uma referéncia em separado por dois moti- vos. Ele canduziu as primairas experiéncias que confirmaram muitos dos pontos teéricos aqui expostos, ¢, Como resu Itado dessas experiéncias, ajudou consideravelmente a esclarecer anatureza da autonomia eda intimidade. Sao também devedo- ras de minha gratidao Miss Viola Litt, Tesoureira-Secretaria dos Grupos de Estudo, Mrs. Mary N. Williams, minha secreta- ria pessoal, pelo constante auxilio prestado, bem como Anne Garrett, por sua ajuda lendo as provas. QUESTOES SEMANTICAS Para fins de concisao, os jogos $40 em principio descritos do ponto de vista masculino, a menos que sejam claramente femininos. Assim, o jogador principal, quando nao for chama- do A, € geralmente designado como “ele”, mas sem precon- ceito, ja que amesma situacao, a menos que seja dito o contra- rio, pode facilmente ser descrita com “ela”. Se 0 papel da mulher difere de modo significative do papel do homem, &étratado separadamente. O vocabulario empregado e os pon- tos de vista aqui expressos sao basicamente orientados para atender a clinicos praticantes, mas os membros de outras pro- fissdes podem vir a julgar este livro interessante ou atil. ‘Aanilise de jogos transacionais deve ser claramente sepa- rada da analise matemiatica de jogos, ciéncia que se torna cada vez mais importante, embora uns poucos termos usados no texto, tais como “recompensa™, sejam agora respeitavel- mente matematicos. Paraum estudo detalhado da teoria mate- matica dos jogos, ver Games & Decisions, de R. D. Luce © H. Raiffa (2). INTRODUCAO 4. RELACIONAMENTO SOCIAL Ateoria do relacionamento- social, descrita em maior pro- fundidade em textos sobre Anailise Transacional (1), pode ser resumida da forma que se segue. Spitz (2) descobriu que as criangas privadas de contacto fisico por tempo prolongado tendem a enfraquecer, e podem até mesmo morrer em cansequéncia desse enfraquecimento. isto Constitui 0 que ele chama de privacao afetiva e pode, na verdade, ter uma consequéncia fatal. Essas observagdes deram origem 2 idéia de que uma pessoa pode estar carente por falta de estimulos € indicaram tarobém que as formas mais ‘eficazes destes estimulos sao as proporcionadas fa intimida- de fisica. Esta é uma conclusao nao muito dificil de aceitar se atentarmos a nossa experiéncia de cada dia. Um fenémeno correlato é visto em adultos submetidos a privagao sensorial, isto é, colocados em condicoes experi- mentais de siléncio, escuridéo e a menor estimulacao térmica e tatil possivel. Nestas condi¢Ges experimentats, tal privagao pede dar origem a uma psicose passageira, OU, pelo menos ‘2 distarbios mentais tempordrios. J4 foi observado que a priva- cao social e sensorial tem efeites semelhantes em individuos condenados.alongos periodos de prisao em solitaria. Na verda- de, o confinamento nestas condigées € um dos castigos mais wv temidos, mesmo por prisioneiros endurecidos peta brutalidade fisica (3, 4). O isolamento total tornou-se um procedimento tristemente célebre para obter transigéncia politica. Por outro Jadoa mefhor das armas conhecidas contra a submissao politica & a melhoria do organismo social (5)- Quanto ao aspecto biolégico, é provavel que a privagdo emocional e sensorial possa produzir modificacoes organicas. Hoje sabemos ae se uma parte do sistema nervoso chamado “sistema reticular” que alimenta o cérebro nao for suficiente- mente estimulado (6), as célula$ nervosas podem sofrer altera- Goes degenerativas. Uma ligacao bioldgica pode ser portanto estahelecida, partindo-se da privacad afeliva e Sénsorial e chegando até 2s alteragées degenerativas e morte. Neste sentido, a fome de estimulos ov de relacionamente pode ser comparada, em termos de sobrevivéncia do organismo, @ tome de comida Na verdade, nao apenas biologicamente, mas também psicolégica e socialmente, elas se correspondem de muitas formas. Termos como desnutrigao, saciedade, “gourmet”, “gourmand”, voracidade, jejum, apetite, ascese e outros $30 facilmente transferiveis do campo da nutrigao para o das emo- gées. O empanzinamento ou indigestad tem o seu paralelo na superestimulagao. £m ambas as esferas, sob condigdes nor- mais, quando ha-abundancia e variedade de suprimentos, as escolhas seraa fortemente influenciadas peias idiossincrasias do individuo_ A preocupacao do psiqutatra social no assunto centraliza- se no que acantece depois que a crianca é separada de sua mae, no decurso normal do crescimento. O que foi dite até agora pode ser resumido pelo dito popular (7): “O melhor para se ir em frente é um bom empurrao”. Assim, depois que o periodo de estreita intimidade com a mae termina, 0 individuo se defronta pelo resto de sua vida com um dilema diante do qual seu destino e sua sobrevivéncia estario conti- nuamente em jogo. Um dos aspectos deste dilema € represen- tado pelas forcas sociais, psicolagicas e biolagicas que se inter- p6em 2 continuagao da intimidade fisica no estilo infantil O outro, pela sua perpétua lutea para consegui-la de volta. (Na majoria das vezes sera necessdria uma posicdo intermedia- ria, Ele aprendera 2 se satisfazer com formas de contacto fisico mais sutis e mesmo simbélicas. Até mesmo um simples aceno de reconhecimento podera servir de alguma forma a este pro- 18

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