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INTRODUGAO, A afmagio de que no existom mais indios no Nordeste& muito feqente, mesmo no ambient aeadémion, Muitos se diem indighados fiente ao que chamam de “encenagio", os sos pablicas on quis 03 inioseontemporineasbuscem ister econguistir adesBes sus eausn, via deregra rajando uma néumentva que remcte a indi pé-elonial, ‘dequandose a uma imagem de indo que estamos acosturzados cul ‘var aprendid e apreendida nos primeitos anos da via escolar ‘Nosmeios mas intelecualizades coma ouvimas qe movimento ‘ndigena no Nordest! no passa de um disfaree da ita pela tera, comm ‘tos exproprias do campo e propiciada pel Constiaigaaem vigor desde 1988, Esquccem, no entanto, que agule que a Consus express re presenta. um conguist,certamente na dis mais importantes dou in so movimento e nf, uma proveitsacortesia de wih Esta divas Esa nfo é enretant, una tse sabre a situagaoindigena aia, e= bora tenta sid inspirada por ela. Na verde, tomou-se objeto de coset steng a consatagéo de uma sistema cobranga de dstiogzo de quem ¢ pare ineprante da soeiedade nacional e meso ssim se quéecifeer- te, Nogsasrellenes nos levatam 2 perceber que hi un cero embarago a sociedade brasileira quanto ds nogGes de ealtura,mudange cultural’ © ‘denidade nea. Com feito, para muitos ¢ difl entender como os indisditos“aculturads” potent ukimamente esarreivindicaeo ent dades nies, inaugurando umn processo que ter sida ehamado pelos «specialists de rectnergénci,revitalzaeZ, visibiidede, emogésese. ‘A anlropoloua por muito iempoesteve apegads ao discurao da ile renga cultural, contibuido, talve, para. vulgtizagio da nopso d2 cule ‘ura como send tradi, uma vez que buseou muito 4 iferenge nos fendmenos consienndos exticos’earaigados, numa defréncia a ele 7 i i (Gost fm ea nonce Se vont se ae ag ae Paper ee TS ea 1s Vass on nomenaCena Goavor smcntos cults qe perduram, aparentement nates. A tagio € tum dos componentes da cultura, mas néo €o nico, Valarizar apenas a tradi uadefnigz ce eulura abut una idea disiorids de mut bilidade eitalizayao em detamento de toda uma dindmica situacioral ‘que também Ihe € propria, Ac mesmo tena, aidéia de teed ‘que sri inecone cultura tune congo a ideas de perdaealtural fe descaracesizacio ica de grande valor ideolbgico e com repercus Ses defiiivas quando se rata de povosindigenar contemperinecs ‘Mas deixemos & explicit dese percurso aa eons anropologie pata ‘quando tlannos exlusivamente dessa questi, Veltemos a0 ponte da dinimica sitacional de cultura. Para a valo- rizagio dessa condisao a culurstornou-senecessria &antopologi, ‘0 pelo menos 2 uma veriente dela, uma aproximagio cam a hist, ‘da gual resultou uma diminaigao des prescupazSes com x estruturs © ‘9 ineremento das investigagbes no sbito da Gacronia e das conjunt- fas, voltando se dseiplin paras dimensto tomperalerelacional em Say andlises. Na msi diesto, passou-se destacr @ processo de negocio de sentides, uma dimensio tumbém inerente & cultura, no hoje da qual se tein coustuldo uma outa compeeensto sabre © pr cesso histrco,respaldada na uoplo de que, se os fos acontecidos nfo do possiveis de ser desfeitos, or seus semtidos p sto. Como ‘ensina Rlcoue, os fatos so fxos mas este sempre sujltos a diferen- tes interpretagaes® "Nossa sentido, 2 histérs das zlagdesente indice e conquistadores no tent besliroparsou a er interprelada gb uma nova es, em ‘que outros suits so peesbidose aeliados. Os povosindigenas pas fara 2 ser vistos como "sueitos coletivos" do sua histra eno ma omente como vtimas dos conguisiadoes- ainda que «vielfncia eo ftnidio prticados devam ser denansiados sempre. Supra 0 part digma do pessimismo quano ao futuro daqueles povos, a antrepotoga, Instriea tem procurado qualficar a “ago cansciente® co mesmas, quer ho presente ou no passado,Trata-se de demcostat que tambien ees utlizam esratégiaspolitiase far eselhas airda que dame dos de- Safiosimpostos por relacdes assimbincas e de domingo (Montero, 1995, 1996, 1989, 2000, 2001), 5 Ramee meee a as a se ee i ere Sg Gr 08 dl 16 A pac tl pepsva neropeans ves ws de ‘nd Cenarion So Dts Poin (37-139) No ‘seamen patton sls dt Sh ate Assn «ata pepo de one 399, fed agua ops gee nbn Sn Gog cn eros {resentment no so etn oper seas Cobia naona pero pra ce spe ot pore ssh oan Sa 2 sn mew span deve Stn intoghr, onder get et nvinenos Sian funds wus prof, cat oe rating ans 20 fd pr clone sunnier prin stuns ma cota Nese octet oo lds jicostnsfamass en visser na cpnnin Cs rt an sm Ne Sanu Algae aga, Ae dang lon fase apt ante one a ui Nove drain Vise Msc, Vin deanery ono mea e's Re snes Nc at i eer Sentceror eos ni qs came ns parti era Sip sped cnmon saa een prs, oa Vila cndhncs pa cies cptorc do cnt Sus ‘bet eam enevingsaivs de payenos pms pet ‘iui so que nvindo tama er ao ses Sar no ral in i oat ein A sod remarmorts vag de votuse mos nn ec ‘xenon na eis ln some weees imo dsr te ctl tncoone scr ‘Sapp gu pnts Nets enor lr et ‘elo ene to pide cpio pol scl sas Sins Ea rs nes cena Gone eg ils a ata pce ons ope nes saps ti al stefan dae om ge SHEE prtcovam met pene? Como gc ic tes puta seh or "dere? Qu pes {olive ocr pat de ies ns? Meine spee pe aaa pec net 7 Darcy Ribeiro (1979) defendia a tse de que a possagem de aida ‘ara vila mio incomporou as populagdes indigenas lees & nova oxdem ‘hem propcion a sv asimilaeao sociedad nacionl. Ao contro, ‘undo ele, venificou-se a excluso dos indies, que trim continued a | Niver ao ado dis cidades que se formauram a partir de sous aldeamentos sem fundirse nelas. Quando ro, teriam-se deslocado de seus huge, para reps mais citar. CConsideramor, no enlanto, que a tese de Ribeiro nfo eocaadver- sade de possbilidades do reagio das poppe natives. Avalismos ue, 20 lado da fuga e do isolamecto, 2 vida gs aldeamenis evils ‘am fo) uma das formas de ago inigena. Piss que susten uns série de recentes pesqusas (Amoroso, 1998, Almeida 2000), 38 quai os apregemos. Paros da hipétese de que as vias de nis foram wa epago fa damental de rconfigragio sociale elaboraglo suien, ez que rains ‘tulgdes oganizadotas daguelaspopulages: no so do ponto de visi 6o serencamento dos fares de produto (eae 1iSoe-dba) i a bam, e prinipalmente, do obdigo de scisblidade no gual os ingens {stvam inserids ea partido gual inteagiam com os ous sezmentes Seca. No caso do Netdete, por exempo, os ads hisricas sponta, {qe no seul (8x maior pare ca popular indigens viva nox lGeamen- tos fe vile) (Dantas cali, 1992), For atavés dels quo se efstivon 8 poliea do aiscigonacSo e x suposta diigo das tins indienss Sob outa pespectva, podemos considera experiéasa dos akes- rmantos evils como aquelaqve propciow oembarajo, do qu aka ‘mas aneriormene, ene os cancitos de ransirmagio cla ide faded ini. s80, por cont ds inensa miseigenago e da forte pres para. incorporago das povosindigens na soiedade colonial, em meio ‘Ngqual se tomes a transformagio cultural destes po pera da identidede finica, Nu certo sentido, aeeditamos que ao conhecers opeocess0 fe “desaparecimento” estamos de alguna forma cotribuinds pa 0 ‘enfendimento do "reaparecimento, uma vez quo ambos 0 process ‘verdade sto diferentes expresses do um meso Jenbmend,rlaiva 4s telagéesenre cultura, politica eidemidade enica ~ Trabalar com pesquisa documertal foi una verdadeira “aventura” 18 comegar pelo objeto escohido, a5 was de indies, que por alzumas {& Forts Rel Colne (AL), do Maton es hank Se Pat oo (81) © et en ade fey 4) Ge Xr aor Unt ee ta ena Bl wa ge vezes pensamos em abandonar, face A tentago que t rica documents 80 missionara exerci, em oposigzo i pobreza etnorifica dos docu: Thentosadminisvatives do periods pombalino ‘Ua outa dieuldade que se apeseniavs era otratamento que de- veria ser dado is Foote e ota aexaca fundamental pola qa cls deve- "iam passr 0 reconhecimenta da suri, o contexta police soioetl- tural em que se inscreviam, 0 ctejamento das informagies. Nio que ‘uidados similares ndo devam ser iomados nas pesquises etnolSpieas ‘com stuagées eontemporineas, como a distingao dos discuss rato, ® cieanstania de sia produc, a cbservagdo da prtia em conta sigto a discursoe todos os outros ze exgi¢os na reaizaczo de tm bom tabalo de campo. Contato, se nas elnografascontemporiness as Aierenges de espaga e tempo ene © mundo do pesquisader eo mundo bservado devem ser ponderadas,fanto mais em iavestigagbes nas quis 1s ulscrepineias sto maiores,exigindo um esforgo ext pars pendtet ras mancizas de ver eset de wma époc, ‘Agregueuse asso as dificuldades clara palsogréfea,sumen- ‘undo nosses temores acerca da empceiads, Condo, enter nos meas- Atos ds vis civis omou-se umn op inteletaal deities por ‘que consideramos ser nesesiro wim conlecime to mior Jess outa festa das relagées ene indioseconguistadores, mus vezesrelegacs nos esidosealonies. [AS foots com ae quas tabathanios foram extradasprincipalmente dos acervos do Arquivo Histrco Ukrmmatin, de Portugal, do Anuivo Pailin Go Estado do Cearde da Bibliotca Piblics do Bstndo do Cah ‘Ao lidar com os documentos, uscamor realgar aguilo que ees reels ‘vam sobre as relgtes entre os divasos agentes socials que comput ham as vlas A paris dos fragmentor colds fownosreconsttando es processossoiss, buscando es seus sentidor emotive montandoo"qus- bracabera” da vide mas vile, peeeguindo sempre 2 compreeesio de indica social, a suas partculardades, circunstineas, os seus mecs- sismos,Prnepalment,dbservando comoosinigenas expesimentavatn aguela nova experiéneiae como ocorria 3 sua tensformagio social © Sdewitrin (capitals que compdem este trabalho esto agregadas em dois ‘grandes blocos. O primeizo pode set entendico somo uma sproximacio onceituel do objeto; o segundo tata dictamente com o objeto as las de indos asus dindmica social. O primeira bloco abange os quo ‘primers capes. Nelo desenvalsemos discusses sobre dversos te nas relacionados ds vila” No eapitlo “um” faremos uma revisio dos ‘oncesos de caltura, relaées intcénics ¢identiae, © 0 vinclo qe bi ene estes temmos, na perspeetiva de entendemmos as tansformse 9 628 soins identitrias que os indos experimentaram nas vis. NO Segundo capitulo, fazemos uma unlisenac-exaustiva do Nordeste in tigers, apresentindo uma panorimica sobre temas e abordagens eh pregados nos esicos aniropologiees relatives aos inns nese fomecendo um repertiro para Ture ivestigagtes No capitulo "aes diseatinos as aleis jesuticas, através do estide do Reewamento das ‘Misses, feito peo pace Antonio Vier; scutinostnbeme Direioro Pombatino algumas avaiagdes que sto Tiss sobre set sucesso Ou fincasso. No capitulo “qua” enerramos 0 loco discusivo com picblematirapio sob o planeamento urbana zo Bri colon, evel ‘endo 28 Vlas pombalinas, No segundo bloco tratamos propriamente das dindmicas leas nas vila, niiando pelo process de eriago da vila de Monta, © n0¥0 a, ‘Amética. Nos captulos “cinco e “seit” analistmos os divtsos movie tmentos dos diferentes sujet socias gue compustam a8 vl, pivile Biando,nagucle, as ages dos drigentes eno timo, as rapes da po ‘ulagdo. Finalmente, no epllogo svangamos a dseucso sobre 0 culo 19,n0 qual continaamos a verfiar umn intenca dindmica lel exo vedo 0 Estado, 0s indies © os outro intriactones sue formavam © Brisilcoorial. ‘Observamas que os documento sitios fram transcttos com oxo snfia aul a fim de facta so eitura, Outrossim, deverd ser observ ‘do que pr diversas vezes os nome de lgare so patos de diferen es maneitas, Dada a. dversidade das gafias,preterimas deixar esses nomes conforme graftdos nos documentos, té mesmo con testrman= ho do peciodo em que ais Gocumentos foram excites captruto Tt 0S INDIOS NO NORDESTE. Uma cxiterossrevisto da hist indigena regional, desdeosbeuo 16 118 0 sécilo 20, pode ser enconirada no tabalho de Beare Dantas, Os ‘paves indigenas no Nordese brasileiro: ura eshogo hstrico (Danis ‘ali, 1992). Tomemos ese texto camo referéoca para @ acompani ‘mento dos principals momentos dessa facta da histiia Nordeng. ‘inicio da ocupagio do sertdo nordestina se cou com a peneas80 4o imtror pelos hoiaeiros, logo Seguidas pos missonirios 16a S- ‘gunda metade do século 16 intcisvarae a dgpuis ene os jesuias © ‘os moadores, a quis se estnderiam por todo 0 resto do peodo col tial séeulo 17 foi marcado pelasinvasbes holandesss ma Bahia © om ‘Pemanbuco, plas revolasinigenase pela definitive ccupacto paso, do sere. Do ponto de vist da hisiira geal da coi, fo amivém, nesseséculo que a regi ficou marznalizada deve a descobeta das fins oo consent dlc do eno tne) pate 0S ‘Noaéculo 18, um dos principasatoslegilativs faa promulgago da leide 4/7/1703, que estabeloceo limite miximo de ma lua em uadro ‘para eada miso. A eparcusso politica dessa legsiagio se fa tetir Sinda hoje, uma vez qve« ibeagdo de restate do trtrio Sexpanso fas fazenas se dow ara deans lei, Foi também naquele séoalo que 1 aldsiag mais populoas foram elevadas 20 status devia, o Diet Pomisaino foi tmplatado (35/1787) os jesitas foram efecvamente expats de Portal e sens dominios (19/1759) 'Segunde o texto suprectado, aaguele século quate a ttle dos Indigenas vivia em aldeias ou tinkam passado por elas. Bsus aldeias tani eram unidades diferenciadas de erganizao da populasio como ‘inham um tstameato diferepcado pelo Estado: dreito& popsiodade coletva da tera, isengo de tutes, gratuidade de servigossliiosos, !uiminstagioreligisae civil especies tudo com o fim gen os bens fas aldeias e ftermediar as requisgtes de indies para 0 tabalho e para ss aividades militares, Vaseornonene Cea Groce Conforme as observagées dos perqussdares a¢ “series som bis dor vinjntes, que enfitizavary a decadacia em apatin ds pop lacées adds, macades pelo confarmismo e a aceiacio de um des. tino inexorivel de aniquilamento” (Dantas etal 1992:446). no condiz ‘cam a documentagao dos arquivos analisada. Na verdad, os doo menos revelam qué es indosaldeadosinterapiam de efereies modos com as demas foreassocsis, onfigurando uma vivencia mulifseeta- da, que se traduzia em conflts, negociacdes, acomodieio, coopia- ‘0, movimentessrmados ereceréncit As auridades pars o cum Trento das Tes, ‘A primeira metade do séeulo 19 € paleo de vias revolts que con- ‘am com a participacto atva dos indigenas: Guerra dos Cabanos, em ‘Alagoas e Pernambuco (1832-1835); alianga com o govern resaura- {or de Pinto Madeira, no Cearé (1832); participa tos indios de Vi- asa, Cea, juntamente com ouosrebeldes, na Balainda; movimen to de Pedra Branca, "Bahia (1834); invasdo da cadeia publica de Vil "Nova, em Serie. ‘0s apossamentos das terras indigenas,concomitantemente 805 pro- cessos de mestigagem e acultraedo, fram questies crucais naqule séeulo. Nocontexto, tem especial importinca o Regolamento das Mis- ‘Shes, que eslabelece as Dietorits gers dos inios (Decreta de 28!7/ 1843), na medida em que dispde sobre administacio dos indios e de ‘sex paltimnio, ampiand o espago pars vs propititios rua asi- ‘mizem a drce2o das aldcias, A parr da segunda metade do secu, 0 Jndios pestevam a fer refers com "indins msturaco”,nerogenéo se-thes arbutos negatives, desqushifieando-os em oposigso 9" ios puros" do passado. Pensar dessa forma 2 mista lovava idéia {Ge atsimilagio © de transformacto do inaio em nio-indio. Era uma ‘misturadiltidors da identidad,estretamente vinulada & politica ind leenista qoe concebeu eomo ponta de pastagem desis diigo oe al- ‘deamentos vilas “ino sécul 20, Dantsidetifcam um enorme vazio institucional s- pesialmante no primers nos, qo as Dieta de Indios esteem ‘tints @Constitugio republican io mais mencionsva sis, ean ferindo para os Estados federados as tras devolutas Entre esas, 35, terras dos aldeamenos fe vila). Apesar dss, no houve un rmmpimesion nattaigao do recoahecimento dos dreitos teioris ds indios sewn ets ah nga ae ot cig» Go oe "ou ver sta geo eit ping at ies pen 56 sas PreroeaSi E preciso lembrar que, mesino tendo sida fundado em 1910, 0 Ser vigo de Proteto a0 India SPI s6 veo a intervir no Nordcats a pare de 1929. Até a dicade de 7056 haviam sido eriados na resi 10 pos tos. Desie enti. com o prosasso de mobilizagdo polises,m historia ‘em contrariado tes da extingio dos prapasindigenas nossa 1280" 2.1 08 INDIOS NO CEARA PRE-COLONIAL Caros usar Fi, eoshesdo esti ceaense en sun pincpl obra, Os aborgenes do Gear (1965), di cone pesos « onion atsione” pura os prineioshabianes das tena Go Cea. Fomavin siamese do's gruesome tou pm, esto de suits alos robusos um seaundo de sess desta means cor bea. Team emigao da con do Fac, chan cats «ste de Beng, one ese one geia gos cals acne te Asa srs clase oc de anaes ups manos 2 tpoca do decom, ss tras do Corson Jensen cats tavendo near de cea do 75 popes amano ec ‘dos no litoral, nas serras eno sertio. ca f ‘Aisa desss cas, coa-os tat Fh & das mais osearas «fgets una ver ie ramen € capes 9 ae Gn frupes ns docinenos encanta (tvs temmn gene pi) fh el ode mex eo contin porn en De qulquer furs 0 sonst ds colocizares son een rupee igen ft maeado por flex enremament wolenas & eon is aparentmente A primeira stematzaeSo etngica dos ingens exaenses em tie linghsicassivigeos ony Guaran fou as ye Cet (Gt Gack, onfome a leicario de Maru ia lsiag Ge Stet Flo (1965) os indigens do Cur foramagrapados em neo nade carers bogus mt tum pnp divers alguns ous coriderades de cxiseacs davon papery lees a eager te ena da BA (Peas Nana BD) nw MH Ale SE pe Serine talent ieee tet Sten mapa namo on bas ee ene Yersoubonr Con Gas ‘Qua I: Clasiticago einogrifica dos indigenas cearenses dndins apropos) rare ues SSFoven me oe om inn gainer ‘Sis Fonte: STUDART FILHO, 1965, Os Aborgenes clo Cea, R, do Ins titato do Ceard, Foralza, indios nde agrupades (de filiaco lingistica duvidosa «imprecise Tigagao cultura) ans Canis), Azimis, Acocs, Aconguas,Acius, “Anapuris Apujr, Calbagas, Candandes, Carcuagu, Chibats, ess, Ieoznhos,Jaguaibars,Jaguoreaas,Tucés (ued), Peign Peps, Pes, Pores), Toes, Vidas, Wanacés, Xin. Indios de existénela duvidosa: Xerés, Cabindas,Juremss, I~ puis, Gass, aburss, Pats, Mandavis, Napors, Aquiginés,Campeds, Paraicuremas, Jururts, Akins (0 icq Suda Fille sz do bi a ste cunts aad pages Co Para ah go mara Ses Sci mal io arsenate in nts mia com vere Hatavan sn lr ceca Tins em cos de vet esavoli a else old. Sus perc els cum inca oe soos ds sa 5 No Cearé os Tupi eram representados pelos Tupinab, que se sub- ivan entre os Tabajara ees Potiguara!, 0s Carri, segundo Stuart Pho, tiahamn uma agricltra bastante deservolvida Caltivavam a mandica,o feo eo milo, Sua diet al Imentar era vegetarians, Ao contro dos Tupinambs Zo paicavat ¢ Antropofagie nem usavam tcape de gue. Pintaant-se com un 0 {enipapo eusavam betogues nos labios eras orelhas raticavam 20 amine tambemum certo regime de matrisreado, O° Morubiabe” titha ‘avondade mais nominal que efstiva,exceto em tempos de guerra. Os ‘os de passagem deixavam mateas visuas (esearificapaes © saad "tanto nas mogss quanto nos apazes, Possiam uma mitologi mu (ores e“euriossmentsexperimentarim a jostiigao eo divereid™, Em relayo aos Tremembé, 0 msm autor relta que ees st locl- ava ente os ros Camucim e Pama e, eventuamente chegavamn ME for do Tapicusu. Acredia-se que ext poe anterior tentham po” ‘ond ai faz to Aga eu mesmo ¢ Cabo de Sto Roque, ehegand 0 Gurup, no Prd. Alimeetavatse de pests © came, embora fssem mals pescatores do que cayadores. Usavam cerdmica grossei,cabages © {precinvarn muito o cau ea atau, Planvam mandioce algo € stiavam cles. Moravam cm chogas constrldas cont ratios ou fats de Dalmera e dermiam nas arse das pias Febricavarn machedos Jo Dedras, pungdes, espa do pole, eestos e eters de fle de car ‘iba Fram rapinadores e excelente nadadores, De esprit belicoo, chamaram a tengo dos vajantes espanhsis, anoeos © portuguese, Ponco st conhecia sobre o Seu rstema de purentsco ¢ organise Police. Su lingua também &cesconhecéa restando apense alguns ve tshulo recofhids na danga do Torém, sac hoje eecutada na ida fe Almofals (Torani, narra nosso cearens, sir das proximidadss das prats norte-iosrandenses, sob o dominio dos Tup, ese etabslceram nes series do Ceare Pius, também ccupados pelos Jee Cari. Fore ‘am, portanfo,manehas demogrificas Anéarils, no possi aldses ‘ow lugar certo para morat. Contudo, foram encontados vasos de pee polda na regio habitad por eles. Também usavamn rede qe ammi- ‘am perto de fogueiras e serviam para categar os anges. Tinkatn srande longevidule.Viviam da eaca, da pesea eda colette Usavary foro ama a pranchets de lang Os its de pasar eam praiados entrees meninos,naiade de See ou ota ans, Era caracterisicspec= lar dessepovo a pratiea do endocanialismo, 2 ‘Vunsoetons soCeats Geass E por fim, elativamente aos Jé, no Cea, Studar Filho fa reterén- cias aos Aruis, que labtavam ene o rio Tsim e Taguaribe. Todo o [pre €caracterizado por uma grande unifomnidadesomitica cultural ¢ Tingistie,havendo divisdessomente de ordem veogrifice.Caracteiza- “vamse pela austecia de cerdmica,tecelagem e rede. Constuiam suas casas em circa, fonmava ums complexe estrus socal e demons ‘waram grande resisténca a9 contato com 0s colonizadores. ‘A éistrbuigdo geogrfica destes grupos tambem nos indicada por ‘Studer Filho, no mesmo estudo (1963) “Teibos de contorno ceednico:Jaguaibaas, Baiacus,Guanaoés,Gua- nacequaps, Guanacemiins, Acanacepuaeus, Temembés, Peapuars. ‘Tribos serranas: Tabajaas, Anacés, Arerius, Canacus, Acongua- us, Tocarjus, Anepens, Acids, Avanos ‘Tribos sertanejay:Xiis, Candas, Acimis, Vidzes, Caras Tes, Icorinhos, Acongs, Quits, Casi, Queer, Jenipapos, Quixelis, Canindés, Acocis, Chibatas, Arie, Quist ‘Teibos do alto sertio: Carivanés, Carsuscus, Calnbagas, Cais, Carts, Jac, Pipes, Xoobs, Unaos. Entre esss tibos apontadas, veto e es fram Incliadas por Curt \Nimwendaj (1981 [1944)), om Sex mapa emo-fitreo, das qe apenes ‘uf vera sms lingo lassifcadas Aconguss, Acti, Angee, Baie, (Caldas, Canin, Canindé-Fenipapo, Cart, Cai, Choe (ingia oi: de), eonnbo, Inbrmum Jaguar, Jaguaruna, us, Kare (Kai), Pi- gta (Tup),Payact, Quins, Quaxecu, Rea, Tobajarae Teer 22 OS ESTUDOS ANTROPOLOGICOS At 0 inicio da dScada de 1970, segundo Baldus (1968), 08 etudos sobre os nds da Noneste restringiamse, prieipalmente, 0 aimito do folclore, da Arqueologia ou da Lingistica, nos quas se destacava oia- lingua indigena dos fulni6. Os estudos etmolgoas e emogifion de eater oo enti cram ée qualidade bastante heterogénea, ceitend-se principal mente nos grupos da médio e baixo Sfo Francisco, tals como 0 kati Sacra ef ‘Os anos seguites foram marcados pela teoria de Darcy Ribeiro 2a perspectva de que os ndios estarim em extn. Come sabemos, Ric boeio, desde as pesquisa feias os anos 50, vinha apontando, based fem davos demograticas, uma tendEncia xo dessparecinent dis soi des indigeas. Especificamerte pura 0 Nowdeste, ja nos anos 70 08 “semuanescentes” estariam vivendo Os seus dltimes dias” E& exatamen te desse indo moto, ou guase moro, que sobreviveu fsicamente mas nfo cltuslmente, ot ent do distant indi que ficou perieda clo ial que a literatura ronal vt fl. ‘Amorim (1971), por exemple, 20 estudar os Potiguara da Baia dt “Taido, fz o peieito trabalho de alse sole um grupo conterperd eo a regio enquanto uma unidade emalgicapartilar. Ata 9 m0- {elo decampesinao ind ven, no gual, vitnas dos procestos de concen. leagdo de propre funcivia eda proleterizagto, os nies perder sua identdade énia,j4 que esa estava vinulava 8 posse grupl da ‘era ¢ a manutenydo de uma economia campones, “Lourdes Bandeia (1972) faz uma alse contoversa ao tatar dos Karin, de Mirandela. Ainda que formalmente em consonicia con 08 pradigmas dt extingo cnc, da mise|genaeZo eda welearago ators procure demarcar um campo de resiénsia cultura daqucle grupo s0- {lal Asa hipdese€ que os eabolos, enn conideradosremancsces. tes dos Karn, tinham uma especicidade cultura, deteaninade por uma bueira étnica, que se manifestava em suas erengas religioans, Pars sstentar sua hipétese ela vai busezr apoio em Femando de Azeved A religiao teve, no periodo colonial, uma influéncia, sem “vida preponderante ¢ quae exclusiva, na organizacio do sistema, que tanto no sew contesido como nas suas for~ ‘Gates mates staton a a Gen, om 197, omen Sido (Ste Stoner iturin ean aus os) Loa 9) Paes se soos 1850 Bera 95 Coe (oa tna 24) Hand, ie Cn 86 "Gah Poe Soa (ss) weitere cones ‘ile Rd em [0m els we eee neg, tne ec Rs name um ss dpi, ean do nd qe te ese a a fos 6 Vio on amends Gant atti, acu frome sas ells dee tra dependtnci enreo ature religge. Ni apenas Fontes de covtato que extabelecen ere und ona 2 ta de nflnc intrpenctrao, mas verdadies vic ios ave as prencem. dete as nse erges enraged es 45 rales, ¢tbrigandomos 8 eoncar & tora cultural fm suceses, nigdere nlaeet reigon (A060, 1963:242) 1a sequneia dessezaciocinio# autora conclu: Podemos conjeturar acerca de un sutstrato mitotdgieo in digens gue condicionow a atual conjieuragdo cultural dos faboclos Karine the dew especifctdade, Nao ousainos dele imitar esse substrato dentro da complexidade de um proces Jo aculurativo ndo documentado airavés do tempo, mas Propamo-nas a indicar algunas postive bases deste sabs- trato 2 ius das poucas noticias gue chegaram até nds, sem preiendermor qualquer afirmagao dogmatica (Bandcira, 1972:75), Assim é que, inidsmente, Bandiraprocu domoasitar que 0 cabo: «lo Karr no atsimilon complotamente a pace cltras ovens, ssiando asia resstncia cultural no nia da eligi indigena ‘Alan de su tse cena a autora tb sponta. x questo ater e suns diversas formas de panicipagso no movinsto. Procurando analisato movimento de umn perspoctiva interne, obset- vyando a ua cstrutura e evolu cantetn das tnteragies co es instincias da sociedad, acomparha as mudangas que acsetcccm no proceso, procurande mosuar como os interesses dos ciferetes eg. motos orientam as poses no deseaola dos aottectments, eando ‘sentido paliten fs ages doe dicretes stores soa, ‘Também denot 0 eatéter umbiguo e contraditrio ene a prticae0

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