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Apresentagdo da I° edigiig Agradecimentos Nota dos autores a 5° edigaig Os autores ... PARTE I-As Finangas Publicas eo Papel do Estado 1 ; ae e ey Publicas em democracia 3 : conomia e finangas publicas: émica 12 Andlise Poste nea sen uma abordagem politico-econémica3 1.3 Equidade, eficiéncia e liberdad 13.1 Equidade 1.3.2 Eficiénci 1.3.3. Liberdade (negativa) . 1.4 Divergéncias entre economistas 1.5 As fungées do sector estabilizagao.. 1.6 Governo democratico, Estado e sociedade. 1.6.1 O que é um governo democratico?, 1.6.2 Que atitude ter perante 0 governo, o Estado, a sociedad Conceitos chave Publico: afectacao, distribuigao e 2 Teorias sobre o papel do Estado. 2.1. Introdugao 2.2. O Estado “minimo”: a primazia do mercado. 2.2.1 A escola classica inglesa: 0 “deixar fazer” 2.2.2 Nozick: 0 mercado como “processo justo” . 2.3 O Estado de bem-estar (ou protector). 2.3.1 Definigéio. 2.3.2 A redistribuigaio de rendimento 2.3.3. O fornecimento de “bens primarios 24 — O Estado imperfeito 2.4.1 O Estado Leviata ” 2.4.2 _O Estado ao servi¢o dos interesses. . 2.5 Finangas classicas, intervencionistas € constitu financeir 2.5.1 Finangas Classicas 2.5.2 Finangas Intervencionistas {nace 2.5, Conceitos chave 3 Fundamentos para a intervengaio public is ‘a ema a visio geral do problet : Sein nig teoremas fundamentais da economia do bem-estar.. 1 31) Bffoigneia de Pareto numa economia de troca, 3.1.3. O dptimo soci 314 3.1. Efieiéncia e equilibrio em mercados competitivo 1.5 Fracasso de mercado «...-. 3.2 Intervengao publica por razdes de eficiéncia .. 3.2.1 Bens piblicos versus privados: caracteristicas e formas de provisa 5 3.2.2. Os bens publicos: efici 3.23 Extemalidades.. co 3.2.4 Bens privados com externalidade positiva .. 3.2.5 Concorréncia imperfeita: 0 caso do monopélio 3.2.6 Informagao assimétrica 3.2.7 Tipologia de intervengao publica por razées de eficiéncia 3.3 Intervengao piiblica por razbes de justiga social 3.3.1 O bem-estar social 3.3.2 Distribuigo de rendimento dptima 3.3.3. Bens de mérito. 3.4 Contflitos potenciais entre eficiéncia e equidade .. 3.4.1 Os custos da redistribuigao 3.4.2 A provisao publica de bens privados. Conceitos chave ... Apéndice 3.A — Condigées de eficiéncia com dois bens privados .. Apéndice 3.B — Condigées de eficiéncia com bem privado e publico .. PARTE II - Despesas Publicas: Teoria e Pratica 4 Escolhas colectivas e decisio politica 4.1 Enquadramento geral.. Ae Os problemas das escolhas colectivas . ie Tipos de regras: da maioria telativa 4 unanimidade... 3 O paradoxo de Condorcet.... ; 4.1.4 O teorema de Arrow... a 3 1 Votacdes simples com a regra da maioria.. % oO teorema do votante mediano.. -2.2 Implicagdes do teorema. Indice 4.3 Votagdes em bens piib 4.3.1 Bem piblico financi cos financiados diferer 10 com tributa EME esses 10S capita. Jo uniforme: imposto per 4.3.2. Bem piblico financiado - 106 progressiva .. ado com tribute proporcional e . 108 4.3.3. Bem publico financi; ee anciado com tributagiio diferencia: 4.4 Votacdes complexas, auséncia de equilibrio e estrut 4.4.1 A multidimensionalidade da escotha colectiva _ 4.4.2 Equilibrio induzido pela estrutur: 4.4.3. Troca de votos, equilibrio e bem-estar social 4.5 Escolhas colectivas, democracia e interesse public 4.5.1 Grupos de interesse e grupos de pressio.. 4.5.2. Democracia, competigao e interesse piblic 4.5.3 Democracia, deliberagiio e interesse public 5 Teoria e politicas ptiblicas num contexto de incerteza ... sige 27 5.1 Informagao assimétrica, seguros privados, seguranga social ¢ salide... 5.1.1 Agéncia, incentivos, risco e confianga 5.1.2 Informagio simétrica: risco e seguros.. 5.1.3 Informagiio assimétrica (risco moral)... 5.1.4 Informagao Assimétrica (selecgaio adversa) 5.1.5 Informagio assimétrica, equidade e racionalidades da intervengao governamental exterior a relagiio de agéncia . 141 5.1.6 Informagio assimétrica, equidade e racionalidades da intervengao governamental quando 0 governo €0 “principal”. sa 143, 5.2 Externalidades: politicas publicas ¢ os seus efeitos zi us . 147 5.2.1 O Zonamento... 5.2.2 A tragédia dos recursos comun: 5.2.3 Direitos de propriedade e negociag teorema de Coase 5.2.4 Regulamenta¢ao, impostos pigouvianos ¢ negociagao (informagao simétrica) 5.2.5 RegulamentagAo, impos (informagio assimétrica ‘i 5.3 Desigualdade, pobreza ¢ bem-estar social 5.3.1 Pobreza versus desigualdac ae 5.3.2 {indice de Gini e Curvas de Loren: . 5.3.3 Aversio a desigualdade ¢ 0 ce de Atkinson 5.3.4 Evidéncia empirica para Portugal... 5.4 Conclusées....... 47 tos pigouvianos € mercado de direitos Indice viii Conceitos chave Apéndice 5.A - Externa 61 0 ortancia aoe et or acinesines despesa pbc 62 rendéncias da despesa publica na Unio Europeia "6.2.1. A despesa piblica total 62.2 Estrada despese nibs 1 piiblica por \ 6. Ja esorpenh € efielencia da despesa piblica.. “63.1 Desempenho das administragdes publicas .. 63.2 Bficiéncia da despesa public £33 Effeiéncia da despesa pablica na educagio e na sate. 64. Anilise custo-beneficio.. 64.1 O Valor Actual Liquido.. 642. A Taxa Interna de Rentabilidade 6.43 Custos e beneficio: Conceitos chave .. Apéndice 6.A — Classificagao das despesas usada na AMECO.... PARTE III - Receitas Piblicas: Teoria e Pratica 7 _ Receitas Publicas e Sistema Fiscal: uma introdugio 7.1 Fontes de financiamento do Estado e principais mod: receita publica .. 7.1.1 Conceito e modalidades de receita publica 72 Caracteristicas desejaveis de um sistema fiscal 7.2.1 Umsistema fiscal éptimo..... 7.3 Eficiénciae tributagao.. 7.3.1 As condigdes de eficiéncia 7.3.2. Imposto distorcedores € nao-distorcedores .. 74 Equidade de um sistema fiscal ... 74.1 Critérios de e quidade e principios de tribut: Indicadores da cay : vidade c pacidade de pagar e equidade horizontal 74.3 Equidade Vertical e progressividade a 7.4.4 Incidéncia le gal e econdmica dos i 74.5 Incidénci ae los impostos Oe encia econéy att eer . Conceitos-chave mica com distintas incidéncias legais. Indice acdio, eficiéns 3. Trib © equidade: | e: desenvolvimer 8.1 Tributagdo de bens e estruturas de moender 8.1.1 Imposto “ad valorem” vs, “i rem” vs. “impos perfeita... vs. “imposto unitario” em concorréncia 8.1.2 Imposto sobre bens er 2 Imp m mereado mi i 8.2 Tributagio e escolhas individuais novels 8.2.1 Tributagio e eficiéncia econdmmica no consa 8.2.2 Tributagdo e seus efeitos sobre a decisio de pe 8.3 Tributagio de rendimentos do trabalho e do vapital.. 8.3.1 Oferta de trabalho: efeitos substituigdo e rendimento 8.3.2 Tributagio e eficiéneia econémica no mercado de trabalho 8.3.3 Tributagdo de rendimentos de capital e a sua mobilidade 8.4 Tributagao optima de bens e de rendimento 8.4.1 Tributagao dptima e eficiéncia paretiana., 8.4.2 Impostos de Ramsey e eficiéncia no consumo 8.4.3 Imposto sobre o rendimento, progressividade e carga excedentaria 261 . 265 8.4.4 Contflitos reais” e “aparentes” entre eficiéncia ¢ equidade 8.4.5 Limites a tributagdo, curva de Dupuit-Laffer e reformas fiscais 268 273 Conceitos-chave ... 9 O Sistema Fiscal Portugués 9.1 Principais classificagdes de impostos.. 9.2 As reformas fiscais portuguesa ¢ alteragdes recente 9.2.1 As reformas fiscais dos finais da década de 80-principios dos anos 90... 277 9.2.2 Principais modificagdes ocorridas nos finais dos anos 90 - 1 década de 2000... 9.2.3 Reformas fiscais recentes (anos 2013-2015, 9.3 Composigio do Sistema Fiscal Portugués actual ...... ; 9.4 Principais impostos, contribuigdes sociais e benef cios fiscais .. 9.4.1 IRS - Imposto sobre 0 Rendimento das Pessoas Singulares 9.4.2 IRC - Imposto sobre 0 Rendimento das Pessoas Colectivas 9.4.3 IVA - Imposto sobre 0 Valor Acrescentado ....... 9.4.4 Contribuigdes obrigatérias para a Seguranga Social 9.4.5 Beneficios ¢ Despesa fiscal . . 9.5 Evolugdo recente do SFP: alguns indicadores quan 9.5.1 Nivel de fiscalidade 9.5.2 Estrutura fiscal. , 9.5.3 Comparagoes internacional: 9.6 Breve caracterizacéio economica do SFP. Indice slobal e estrutura da tributa 96. Ne Jo quantitativa do FP: principai: 9.6.2 Avalia Conceitos-chav' Publicas a Diferentes Niveis de Governo PARTE IV - Finangas q stura do governo Diversidade na descentral Os problema ‘vaciio ¢ Zonamento. Bens piblicos locais e bens de clube. A populagao 6ptima de um municipio com equipamentos A quantidade éptima de servigos fornecido: (Des)economias de escala e dimensao optima do municipio 331 Competigao inter-municipal e o modelo de Tiebout 333. 10.2.6 — Eficiéncia e descentralizagao. 10.3 Equidade pessoal, “territorial” e redistribuigdo 10.3.1 Redistribuicao, equidade, pessoas ¢ territério Descentralizagiio vs. Desconcentragao: 0 caso do ensino Redistribuigdo de rendimento entre individuos 10.3.4 Redistribuigao entre territérios e a medigio das desigualdades. 10.4 Transferéncias intergovernamentais... 10.4.1 Transferéncias versus partilha de receitas .. a Transferéncias gerais e equilibrio financeiro vertical . Ht Transferéncias gerais e equilibrio financeiro horizontal 0 4.4 Transferéncias especificas e comparticipadas .. \ 5 _Federalismo e desenho institucional. Conceitos chave APinlee A — Modelo basico de bens de clube. a oo 0.B ~ Um modelo de equilibrio financeiro aplicado a icipios portugues a °s MO sector pai Pablico em Portugal: UNO Gngise eee Wald O ambito Ambito, estrutura e contas.. utura do sector publico, do sector publico Indice xi 11.1.2 Estrutura do s administrativa 11.1.3 Dois 11.2 O Estad 11.2.1 Administragio Central: desconcentragao administratiy: 11.2.2. Administragao centr: descentralizagao administrativa. administragao direta ea administrago indireta e a 11.2.3 A Seguranga Social 11.2.4 A administragdo regional ¢ local 13 ‘ As contas ¢ os saldos das administragdes pibli : ces pilblicas 11.3.1 Optica da contabilidade nacional 2 379 11.3.2. Optica da contabilidade public. 383 11.3.3. Valores consolidados e nao consolidados 11.3.4 Os saldos dos subsectores e 0 saldo global 11.4 As contas da administragio regional ¢ local (municipios) . 11.4.1 As Contas das Administragdes Regionais 11.4.2 A Administragio Local 11.5 As contas da Seguranga Social 11.5.1 Enquadramento geral... 11.5.2 As contas do subsector da seguranca social (contabilidade piiblica).... 11.5.3 As Contas da Caixa Geral de Aposentagdes (CGA) 11.6 As administragées piblicas e o sector piblico empresarial 11.6.1 A sustentabilidade das finangas puiblicas: uma perspectiva institucional .... Conceitos chave .... 12 Orcamento do Estado ; 12.1 Nogao e Ambito do orgamento. O ciclo orgamental 12.1.1 Nogio e Ambito do orgamento.. 12.1.2 Ocontexto legal do orgamemto....-----: aS 12.1.3 Ociclo orgamental: fases e competéncias _ 12.2 As regras de organizagao do orgamento... Anualidade .... Unidade e universalidade Nao compensa¢ Niao-consigna¢ao : Especificagat aA aprcuntagio das despesas ¢ das receitas no orgamento Indice 12.3.1 A 12.3.2 Acla mento. A Conta do Estado. 10 eo controlo do orga! 12.5 Aexe! aera ‘A execugio orgal O controlo orgamental A Conta do Estado... itos chave .. piesa eae 12.A— A evolugao histérica do conceito de equilibrio orgamental woe 464, PARTE V - Politica Orgamental e a Unido Europeia 13 Politica orgamental... 13.1 Uma visio global da politica orgamental 13.1.1 Objectivos de politica orgamental 13.1.2 Instrumentos de politica orgamental. 13.1.3 Indicadores e conceitos ...... 13.2 Componentes da politica orgamental 13.2.1 Politica orgamental discricionaria 13.2.2 Estabilizadores automaticos . 13.3 Politica orgamental no modelo IS-LM... 13.3.1 | Modelo Keynesiano em economia aberta 13.3.2 O funcionamento do multiplicador Keynesiano. 13.3.3 Variagdo das despesas e das receitas publicas. 13.3.4 AcurvalS... 13.3.5 Acurva LM... 13.3.6 Politica orgamental no instrumental IS-LM 13.4 Procura e oferta agregada 13.4.1 AcurvaAD 13.4.2 Acurva AS. 13.4.3 Politica or i ‘gamental no S Conceitos chave instrumental AD-AS .. TM '3.A~ Equagio para a taxa de juro de equilibrio no modelo .. 504 Apéndi péndice 13.B — Metodologias para determinar o saldo estrutural . 14. Sustentabilidade 14.1 Divida publica 14.1.1 Necessidades de finance! 14.1.2 Conceitos e instrumentos de diva 14.2. A Equivaléncia Ricardia 14.2.1 A divida publica é riqu 14.2.2 Pressupostos tedricos da Equi _ Pre : la Equiv 14.3 Aritmética dos défices e da divida piblica.. 14.3.1 Restrig&o orgamental, défices e senhoriagem. 143.2 Aritmética do racio divida-produto 14.3.3. Divida piblica e jogos de Ponzi 14.4 A questio da sustentabilidade 14.4.1 A restrig&o orgamental intertemporal do governo. Conceitos chave Apéndice 14.4 — A base monetiria e as receitas de senhoriagem Apéndice 14.B — A restrigo orgamental inter-temporal.. 15.1 Enquadramento geral 15.2 Oenquadramento da politica orgamental na UEM 15.2.1 O Pacto de Estabilidade ¢ Crescimento, 15.2.2 Critérios orgamentais.. 15.2.3. Desempenho orgamental na UE 15.2.4 O Procedimento dos Défices Excessivos 15.2.5 Aexperiéncia do Procedimento dos Défices Excessivos .. 15.2.6 Os Programas de Estabilidade... 15.3 Desenvolvimentos do Enquadramento orgamental da UE 15.3.1 Ocritério da divida eo Tratado Orgamental.... 153.2 As revisdes do Pacto de Estabilidade e Crescimento ¢ 0 Semestre Europeu... 15.4 Oorgamento da Unido Europeta Conceitos chave ... i: Apéndice 15.A1 —Uma cronologia para a Unido Econo mica e Monetaria Apéndice 15.B — As economias dos Estados Membres .. Bibliografia ... Legislacao Indice Remissivo .. Indice de Quiros indice de Quadros Quadro 2.1 - Ano de introdu rendimento. Quadro 2.2 - O “dilema do pr Quadro 3.1 - Formas de produgao e proviso publicas ¢| : Quadro 3.2 ~ s de mercado e intervengdes pablicas por razSes de efic Quadro 3.3 - IntervengSes publi Quadro 4.1 - O paradoxo de Condorcet .... . 98 Quadro 4.2- Uma tipologia de grupos de interesse baseada nos efeitos sobre o bem-estar individual... 122 Quadro 5.1 - O problema do risco moral Quadro 5.2 - Escala de equivaléncia da OCDE do RMG na pobreza e desigualdade (2012) Quadro 5.3 — Efeito Quadro 5.4 — Indicadores de pobreza monetaria (2003, 2006, 20 Quadro 6.1 — Despesa publica total em % do PIB Quadro 6.2 — Classificagaio funcional das despesas, UE15 Quadro 6.3 — Agregagiio funcional da despesa publica... Quadro 6.4 — Distribuigdo funcional das despesas em % do PIB: redistribuigao . 189 Quadro 6.5 — Distribuigdo funcional das despesas em % do PIB: afectagio. servigos gerais e actividades privadas “190 Quadro 6.6 — Desempenho e despesa publica nos paises A, B e C : 198 Quadro 6.7 — Eficiéncia na educagio (nivel do secundario), 2000 200 Quadro 6.8 — Eficiéncia na satide, 2000.. : oie 6.9-VAL de um Projecto de investimento uadro 6.10 — TIR de um projecto de investimento... Quadro 6.11 — Custos e beneficios tangiveis e intangiveis ae far. Impostos e escolhas econémicas uadro 10.1 - Decisdes acerca da afectagao de re a escolaridade obrigatoria een de recuse uadro 11.1 — d ar A 3 eee dos sectores institucionai -4—A Estrutura ini 6 bli Quadro 113 - Awe las Administragdes Publicas em Portugal Quadro 114 fee uinistativa e financeira 376 4- itas e Despes: inistracdes Py pesas das Administragdes Publicas (CN): 2015 Quadro 11.5 6 is Receitas e Despesas das Administragdes Publicas (Cc Indice de Quadros xv Quadro 11.6 ~ Receitas ¢ de as (consolidadas) de cada subsec proporgiio di es pliblicas (2015) Quadro 11.7 — Despesas (niio consolidadas) de cada subsector e despesas totais de cada subsector (2015). Quadro 11.8 - Saldo global (consolidado subsectores (2015)... Quadro 11.9 - Conta da Regidio Auténoma da Madeira (2013) Quadro 11.10 — Conta da Regifio Auténoma dos Agores (2013). Quadro 11.11 -Estrutura das Receitas Efectivas dos municipios portugueses 2001, 2004, 2007, 2010 e 2014).. + 397 Quadro 11.12 - Estrutura das despesas efectivas dos municipios portuguese (2001, 2004, 2007, 2010 e 2014)... 398 Quadro 11.13 — Receitas, despesas e saldo global (em cont, Piblica) dos municipios portugueses (2001, 2004, 2007, 2010 e 2014). 1399 Quadro 11.14 - Taxas de retengio de colecta de IRS para 0, municipio, com efeitos em 2009, 2012 e 2016... 402 Quadro 11.15 - Critérios de determinagao das transferéncias do Orgamento de Estado. 404 Quadro 11.16 - Conta (2013) e Execugfio Orgamental (2014) da Seguranga Social 408 Quadro 11.17- Conta (2013) e Execugio Orgamental (2014) da Caixa Geral io consolidado) decomposto por . 388 de Aposentagdes.. . 409 Quadro 11.18 — Indemnizacdes compensatérias no sector empresarial do Estado. 412 Quadro 11.19 - O Esforco financeiro do Estado (sem garantias).. 413 Quadro 12.1 - Classificagao funcional da despesa Quadro 12.2 - Classificagao econdmica das despes Quadro 12.3 — Classificagéo econémica das receita: Quadro 12.4 - Regras orgamentais quantitativas em alguns Estados- Membros da Uniaio Europeia (2005-2010). 445 Quadro 12.5 - Mapas contabilisticos... Quadro 13.1 — Efeito das despesas publicas sobre 0 rendimento. Quadro 13.2 — Efeito das despesas piblicas sobre o rendimento Quadro 14.1 — Necessidades de financiamento do Estado em 2014. Quadro 14.2 — Tipos de divida piiblica em Portugal Quadro 14.3 — Saldo da divida publica do Estado . Quadro 14.4 - Aritmética dos défices e da divida Quadro 15.1 — Resumo do Reporte dos Défices Excessivos de Portugal Quadro 15.2 — Situagdes de défice excessivo no contexto do PDE... Quadro 15.3 — Exemplo de prazos para 0 PDE: 0 caso da Republica Checa em 2004. . 561 Quadro 15.4 — Principais variaveis do PE de Portuga xvi Indice de Quadros iplicito na regra da divida, % do PIB Quadro 15.5 - Saldo primario im (equagao (15.6) BG Indice de Figuras xvii indice de Figuras Figura 1.1 - A procura de urgéncias hospitalares .. Figura 3.1 - Eficiéncia numa economia de troc Figura 3.2 - Os pregos como mecanismo de transmissao de informagio Figura 3.3 — O racionamento num bem nio congestionado Figura 3.4 -Bem privado (X) e bem pubblico (¥).. Figura 3.5 - Pregos de Lindahl (p*) e equilibrio de subseri¢ Figura 3.6 - Externalidade negativa da produgio Figura 3.7 - 0 ensino superior: bem privado com externalidade positiva Figura 3.8 - Equilibrio do monopolista Figura 3.9 - Curvas de indiferenca social: a) utilitaristas ¢ b) rawlsianas Figura 3.10 - A utilidade marginal do rendimento decrescente . Figura 3.11 - O ptimo social utilitarista com individuos diferentes Figura 3.12 - 0 éptimo social rawlsiano com individuos diferentes Figura 3.13 - Optimos sociais para diferentes individuos e concepgdes distintas Figura 3.14 - O conflito eficiéncia e equidade (utilitarismo ¢ rawlsianismo) 81 Figura 3.15 - A proviso pablica de um bem privado.... 82 Figura 4.1 - A escolha da maioria éptima em problemas de afectagiio (som: positiva)... Figura 4,2 - Regras de decisio e bem-estar de dois grupos (AcB Figura 4.3 - Preferéncias unimodais ¢ o votante mediano Figura 4.4 - Distribuigdo do rendimento e votante mediano Figura 4.5 - O voto individual na despesa publica . Figura 4.6 - O voto na despesa publica financiada com tributagio uniforme wl 109 it Figura 4.7 - Despesa ptiblica financiada com igual sacrificio marginal. Figura 4.8 - Despesa publica financiada com impostos de Lindahl Figura 4.9 - A multidimensionalidade da escolha colectiva. 113 Figura 5.1 — Aversio € neutralidade relativamente ao risco .. 130 Figura 5.2 — Contratos de Equilibrio na Presenga de Informagao Simétrica 134 Figura 5.3 — Selecgo adversa: da existéncia de um equilibrio com contratos separados . 140 Figura 5.4 — Equilibrio e 6ptimo com rei Figura 5.5 — O teorema de Coase... Figura 5.6 - Regulamentagéo ou imp simétrica).. cursos comuns. osto pigouviano (informagao Sngice de Quadros 10 de beneficios 155 s. imposto com subestima imposto com subestima e mercado de direita Figura 5.10 - Figura 5.11 - Figura 6.1 — De Figura 6.2 — Despesa to Figura 6.3 — Despesa total em % do PIB (1970 ¢ : t Figura 6.4 — Composigio da despesa piiblica na area do euro, em % do PIB sane 181 Figura 6.5 — Transferéncias sociais em % do PIB (1970 e 2015) Figura 6.6 — Despesas com funcionarios, em % do PIB (1970 e 2015: Figura 6.7 — Pagamento de juros, em % do PIB. Figura 6.8 — Juros mais despesas com funciondrios (% da despesa total) ... 185 Figura 6.9 — Formagao bruta de capital fixo, % do PIB Figura 6.10 — Despesa funcional em % do PIB... Figura 6.11 — Redistribuigao em % da despesa total, 2009... «191 Figura 6.12 — Afectagao em % da despesa total, 2009 (média simples para a UEI5)... 192 Figura 6.13 — Despesa funcional em % da despesa total, 2009, UE15 Figura 6.14 — indice de desempenho das administragdes publicas (médi Figura 6.15 — Fronteira de possibilidades de produc: Figura 6.16 — VAL e TIR de dois Pprojectos Figura 7.1 — Impostos e eficiéncia .... Figura 7.2 — Tributagao e igualdade de sacrificios 231 Figura 7.3 — Incidéncia dos impostos... 235 Figura 7.4 — Distintas incidéncias legais de um imposto 236 Figura 8.1 - Comparagao entre imposto ad valorem e imposto unitario 240 Figura 8.2— Impostos ad valorem e unitario em mercado monopolista 242 Figura 8.3 — Impostos e escolha entre bens. Figura 8.4 Impostos e Poupanga... igure 8.5 —Imposto com distintas ofertas de trabalho . igura 8.6 — Impostos e oferta de trabalho... Figura 8.7 ~ Tributaca i j '¢40 de rendimentos do capi Figura 8.8 — Modalidades de tri eatin _ _Progressividade., Figura Figura ibutagao do rendimento e grau de 8.9 —Graus do co ttttttteeeeeeeenenaes soteeseeseceneeeeee ++ 262 810 Tiaus de Progressividade e distorgdes na oferta de trabalho .. 263 © 4 tributacdo, receitas fiscais e gasto PUDLICO............270 Indice de Figuras xix Figura 9.1 - Nivel de fisi 2012) Figura 10.1 -R Unitio Europeia (anos 2011- . 304 I ¢ despesa piiblica de governos locais em 2011 (%) 20 Figura 10.2 - Provis Figura 10.3 - Numero 6ptimo de membros, quando a capacidade € fixa Figura 10.4 - Cap: ic Optima quando 0 ndimero de membros é fixo. Figura 10.5 - Da inexisténcia de 6ptimo populacional com factores vat Figura 10.6 — Provisao ineficiente (excessiva) com “exportagio fiscal” ..... 336 Figura 10.7 — Provisio ineficiente (insuficiente) com “spillovers” Figura 10.8 - Custo per capita de fornecer bens publicos locais Figura 10.9 — Transferéncias para garantir despesa padrdo minima .. Figura 10.10 - Efeitos de transferéncias especificas (naio comparticipadas) 353 Figura 10.11 - Efeitos de transferéncias comparticipadas... 354 Figura 11.1- O sistema de seguranga social em Portugal... Figura 12.1 - Processo de elaboracdo do orcamento e da proposta de lei: principais etapas Figura 13.1 - Saldo orgamental global e primario, Portugal: 2000-2015 Figura 13.2 — Hiato do produto, Portugal: 2000-2015 .... Figura 13.3 — Saldo orgamental global ¢ estrutural, Portugal 2000-2015 Figura 13.4 - Estabilizacao automiatica Figura 13.5 — Curva IS Figura 13.6 — A curva LM... Figura 13.7 — Equilibrio no instrumental IS- Figura 13.8 - Politica orgamental expansionista no instrumental IS-LM. Figura 13.9— A curva de procura agregada no instrumental IS-LM. Figura 13.10 — A curva de oferta agregada . Figura 13.11 — As curvas AD € AS... Figura 13.12 — Redugao das despesas publicas e curvas ADeAS. Figura 14.1 — Divida pablica, saldo orgamental, receita € despesa do Sector Puiblico Administrativo em Portugal: 1973-2015 (em % do PIB)... 514 Figura 14.2 — Rendimento, consumo ¢ Equivaléncia Ricardiana. 522 Figura 14.3 — Rendimento, consumo ¢ restrigdes de liquide 26 Figura 14.4 - Area de sustentabilidade do saldo primario (em % do PIB)... 536 Figura 15.1 - Trajectorias do racio divida-produto. i Figura 15.2 — Saldo orcamental na UE28 (em % do PIB) a Figura 15.3 — Divida publica na UE28 (em % do PIB). fnutice de Caixas Xx indice de Caixas ‘Assim falava Adam Sm th: corr . Pessoal sobre 0 Rendimento técnicas” de um imposto... 1 do Rendimento em IRS. nismo do erédito de imposto .. ie um sistema fiscal Caixa 7.1 - : as 4 maximas. Caixa 7.2 - Tributa iplo dividendo” .. Caixa 7.3 - Impo Caixa 9.1 - Fa Caixa 9.2 - Tributay Caixa 9.3 - IVA € mecan Caixa 9.4 - Indicadores de medida d Caixa 10.1 - Eficiéncia e Descentralizagao Caixa 12.1 - Indicadores orgamenti Caina 12.2 - Principios de Estabilidade ¢ Solidariedade Orgamental .. Caixa 123 - O principio da boa gestio financeira Caixa 15.1 - O semestre Europeu. PARTEI As Finangas Piblicas e o Papel do Estado Economia ¢ Financas Publicas em Demwcracia 7 1 Economia e finangas piblicas em democracia 1.1 Economia e finangas publicas: uma abordagem politico-econémica Muita da controvérsia que tem animado a agenda politica, nacional ¢ internacional, nos ultimos anos e, possivelmente num préximo-futuro, tem directamente a ver com finangas publicas: Quem deve suportar o esforgo da redugiio do défice orgamental: os funciondrios publicos, os cidadaos em geral, as empresas? Que contributo deverd dar a administragao central, a administragio regional e a seguranga social para este objectivo? Deve privilegiar-se aumentos dos impostos indirectos (IVA, impostos especiais sobre 0 consumo) ou dos impostos directos (IRS, IRC? Quais as areas em que se deve cortar a despesa publica? Como combater a evasio fiscal? Que reformas fazer para aumentar a justiga fiscal? Deve o Estado garantir a educagao pré-escolar? Qual a participagio desejavel dos cidadios nas despesas com a satide? Neste campo, Portugal tem, como é sabido, um problema crénico com as suas finangas piiblicas desde 0 advento da democracia em 1974; assim, é dos poucos paises da Unio Europeia que nunca registou um excedente orgamental nas iiltimas décadas. Essa incapacidade de gerar excedentes tem levado a aumentos crénicos da divida publica, que s6 tém sido revertidos com medidas extraordindrias de obtengao de receitas, em particular privatizagdes. Por outro lado, esta ma gestdo das finangas plblicas levou pela terceira vez em democracia a necessidade de recorrer a instancias intermacionais que em troca de concederem financiamento a taxas de juro mais aceitiveis do que aquelas que 0 pais consegue obter nos mercados, impdem um conjunto de condigdes e medidas que limitam a soberania orgamental nacional.! Disso é exemplo recente, a assinatura em 2011 de um Memorando entre o XVIII Governo Constitucional e 0 Fundo Monetario Internacional, a Comissao Europeia e 0 Banco Central Europeu, que consubstancia essas condigdes num periodo que vai, para ja, até 2013, Olhando cuidadosamente para cada uma das questdes identificadas acima, pode-se observar que as respostas concretas envolvem, sobretudo, consideragbes de natureza econdmica e politica. Politica, desde logo, porque todas as decisGes orgamentais sao opgdes politicas, e econdmicas porque, quer no que toca 20s cortes orgamentais, quer aos aumentos de impostos, 0S efeitos econdmicos € ‘sociais sio diferentes e conveniente antecipar esses efeitos antes das decisées politicas serem tomadas. Soe " Acerca das razdes porque se chegou a esta situagdo € perspectivas Par dela sair, ver Pereira, P. T. (2011). Paplieas_—— Heonomia ¢ Finangas ou Eeonomia publica, tem uma naturezg linar pois situa das abrdaens da eins econdmica, dy erdisciplinar pois situa oe : + ecsnomitanal medida intend rojo dircito.2 © seu objecto é comur 20 da economia na medida em cigncia poten © do PJ sector publica, as questoes economies Times: 9 era, n0 J sto é, o problema de sabe ve cna, we? pa quem proxi? sto 6 9 Probie dt Sey M ai e s e7 3 ae produ oe zados ni produgio, de Bens privades © Wat! AE se ursos devern tao de bens pablicos, qual a melhor forma de P ae Sect aaine “ar da tia producao. Contudo, todas estas ente, deverd benefici .stes bens e, finalmente, quem r ‘ Secisd 0 sector puiblico sio tomadas através do funcionamento de um Processo pal rc slativamente comp ito que a ciéncia politica € importante politico rela exo. E é neste ambi 2 Hi pois ajuda a compreender as escolhas colectivas em regimes democraticos. ‘A resposta que um: ter a5 dade democritica dé aos problemas referidos esti, por ven era dna racionalidade predominantemente econ6mica, outras vezes Um W225 idade puramente politica e frequentemente existe uma mistura de razBes de natureza econémica e politica. ‘A abordagem politico-econémica fundamentar economicamente as politic conta as regras e instituigdes que propiciam, ou nao, desejavel de uma politica tem a ver tanto com a pol as instituigdes e regras que foram desenhadas para a implementar. Economia e financas puiblicas é, pois, a andlise normativa e positiva das actividades financeiras, ou nao financeiras, das entidades do sector publico. O seu estudo deverd atender, em consequéncia, aos seguintes aspectos: A disciplina de Fin sy « : se na confluénci que cons da economia do sector piblico traduz-se em as financeiras do sector piblico, tendo em essas politicas. Pelo que, 0 cardcter litica econdmica em si, como com 1. Quais os efeitos da manipulagio de certas varidveis instrumentais (politica orcamental) na prossecugao de objectivos? 2. Quais os efeitos de alteragdes em varidveis estruturais (regras e instituigdes) na implementagio das politicas pablicas? 3. Qual deve ser a intervengao do Estado na economia, nomeadamente na sua vertente financeira (receitas e despesas publicas)? uais de instituigd abli Q } Vem ser as regras € instituigdes a operar no sector piiblico de modo a implementar as politicas publicas desejaveis? Se ? Na literatura anglo-saxonica, piblicas” e “economia piiblica” econémica da actividade do sect da actividade financeira das adi assi 5 ou “eeonom neste texto, usa-se indiferentemente os termos “finang3s ou conomia do sector plea” para caracterizar a abordaget pli . Em Portugal o termo finangas publicas tem designado o ests? iministragdes publi ! istragdes piiblicas na éptica descritivo-indutiva a partir da abordage™ Economia e Finangas Piblicas em Democracia 5 Nesta medida, os dois primeiros tipos de problemas prendem-se com a anilise positiva da actividade piblica, ¢ os dois tltimos com a anélise normativa. 1.2 Anilise Positiva e Normativa E importante saber distinguir os dois tipos de anlises desenvolvidas no Ambito das financas ptiblicas. Quando se realiza uma andlise positiva esté-se interessado em medir eavaliar as consequéncias, em certas varidveis-objectivo, de alteragdes em uma ou mais varidveis instrumentais ou estruturais. Por seu lado, 0 objecto da andlise normativa é produzir juizos de valor, quer acerca da situago actual de uma dada sociedade, quer acerca da adopgao de uma politica pablica na sua dupla componente de avaliagdo dos instrumentos utilizados e da valoracio das suas consequéncias previsiveis. A anilise positiva pretende explicar 0 que existe ou que se prevé que acontega, a andlise normativa pretende, por seu turno, avaliar as consequéncias das politicas e fazer recomendagdes. Considere-se, por exemplo, que 0 governo pretende aumentar 0 imposto sobre veiculos. Um tipo de problema a analisar € tentar prever 0 que acontecerA a receita fiscal e estimar sobre quem recai efectivamente a carga do imposto (se sobre os consumidores que pagam pregos mais elevados pelos veiculos ou os produtores ou importadores que véem reduzidos os seus lucros). Interessara ainda saber em que medida a subida previsivel no prego de venda dos veiculos iré fazer aumentar a procura pelos transportes publicos em zonas urbanas € quais as consequéncias que isso teré em termos ambientais (redugiio da emissao de gases toxicos para a atmosfera). Estes problemas so do ambito da andlise positiva e a resposta para eles pressupde a utilizagdo de modelos, mais ou menos complexos, bem como investigacao empirica. Contudo, se a questio for saber, por exemplo, se € desejavel 0 aumento do imposto sobre veiculos ou, em contrapartida, 0 do imposto sobre produtos petroliferos, esté-se perante um problema de natureza completamente diferente, pois 0 cardcter benéfico, bu no, desse aumento exige que s¢ clarifiquem juizos de valor. Desejavel em termos de qué? De acordo com que normas ou critérios? a. Os economistas consideram usualmente dois critérios normativos: eficiéncia € equidade; a que se pode adicionar um terceiro: liberdade. Sé a partir destes critérios, e da importancia relativa dada a cada um deles, é possivel dar uma resposta a0 caracter desejavel dessa medida. pe 0 imposto sobre veiculos (ISV) veio substtuir o antigo imposto automovel (Lei 22-A/2007, de 29/6). ‘as Publicas — _Beonomia ¢ Finan om Tembrar que associado ao uso do automével ests ,itérios convem lembrar que gional 4, que se = ‘blicas de Ambito nacional ou reg! + que servem para + avecjiveis dele decorrentes, como & 0 Caso das despesag sitos indes 8 4 stradas 12 {eil0s ines e construcao de estradas nacionais, com o sey a manutenga de acidentes, com a qualidade ambiental, amento das vitimas cane oaerpes de eficiencia, que os proprictirios sejam obrigados nidente (sob a forma de imposto) de modo a ineorporarem, isdes acerca do USO do automovel. Uma ‘questiio diferente despesas publicas que resultam da circulagao automével, quem fvel 6 que € justo que sejam os que mais Para aplicar estes Cf a um conjunto de despesas pt minorar alguns ¢! relacionadas com policiamento, com 0 tral etc. Na medida em que automovel, justifica-se, por T 0 dano social correspo! a pagal f esse custo nas suas dec saber, tendo em conta as ve ciar? Uma resposta possi : . leve financiar’ o ambiental quem mais pague. Ao colocar a questo em 'derar uma Optica diferente que € a perspectiva da as d 2s contribuem para a degradaga termos de justica esti-se a consi a com os critérios de eficiéncia e equidade parece pois justificavel a existéncia da tributago automével e, sobretudo, a dos produtos petroliferos (mais associado ao uso dos veiculos).° Contudo, se se pensar na liberdade de escolha do consumidor, entendendo por liberdade uma menor interferéncia do Estado relativamente a outras opgdes de aquisicao, torna-se evidente que o Estado esté a incentivar mais uns bens que outros, ou seja esta a interferir deliberadamente na liberdade de escolha individual. De facto, os impostos associados ao automével sio, em termos relativos, muito superiores aos associados 4 compra e usufruto, por exemplo de uma habitagao, de um computador, etc., onde tém existido varios beneficios fiscais. Quem assuma como critério normativo fundamental a liberdade vera nessa interferéncia algo de indesejavel. Para além de uma visio algo intuitiva da equidade, eficiéncia e liberdade, analisar- Se-4 seguidamente com maior profundidade 0 que se entende por estes critérios normativos, ee ‘ ee as despesas de ambito municipal 'a¢do-IUC) que, em parte, constitui receita muni rede vidria municipal, Note-se que esta é € apenas uma di: do rin en Pes ua das formas de encarar o problema da equidade, basicamente em termos Pois existe um outro imposto (imposto tinico de icipal, € que pode ser relacionado com 0 uso feito da fe € principio, assi ema ‘pltulo 7. Pio, assim como o da capacidade contributiva, sero tratados 10 Economia ¢ Finangas Pablicas em Dermocracia 7 1.3 Equidade, eficiéncia e liberdade 13.1 Equidade Atribui-se ao presidente norte-americano Benjamim Franklin (1706-1790), a frase que diz: "ha duas certezas na vida: morrer e pagar impostos". Para além da obrigacio de pagar impostos, ao longo da vida todos so constantemente beneficiados com 0 fruto dessas contribuigdes. Ao nascer uma crianga, os pais podem receber um subsidio de nascimento e durante a juventude um abono de familia. Ao frequentar uma escola piblica, ao ir a uma urgéncia num hospital piiblico, ao brincar em jardins municipais, 10 a beneficiar de bens ou apenas circular nas ruas de cidades, vilas ou aldeias todos est ‘ou servigos que foram financiados basicamente por impostos. Em Portugal um numero significativo de empresas nao paga impostos sobre 0 rendimento (IRC) e, na medida em que, para certos individuos, a Ginica fonte de rendimento deriva da sua actividade empresarial pode-se dizer que a frase s6 se aplica parcialmente, pois certos individuos pagam impostos sobre o rendimento e outros nao.” Esta realidade merece a desaprovaciio de todos os que tiverem uma nog&o minima de justiga social. Nao parece justo que alguns cidadios sejam obrigados a contribuir para ‘os encargos do Estado com uma parcela do seu rendimento, enquanto que outros, beneficiando da mesma maneira das estradas, dos hospitais piiblicos, das escolas primérias, etc., possam aligeirar essa contribuigo pois nao pagam impostos sobre 0 rendimento, mas apenas sobre a despesa e, eventualmente, sobre 0 patriménio. No entanto, é muito mais facil identificar uma situacAo injusta do que clarificar uma situagdo justa, O que é um sistema fiscal justo? E justa a distribuigio de rendimento e riqueza entre os individuos, resultante do livre funcionamento do mercado? Como se ver nao ha respostas simples nem tnicas para estes problemas. Neste contexto, a andlise da equidade visa determinar os efeitos da distribuigao da carga fiscal e dos beneficios da despesa publica no bem-estar social. Embora nao haja uma concepeao tinica do que constitui o bem-estar de uma sociedade, isso no significa que nao seja possivel analisar de forma objectiva as opgdes que se colocam ao equacionar a questo da justiga social. 13.2 Bficiéncia Outra questo importante é a de saber qual a proporgao do produto criado num pais que deve ser gasta (em consumo ou investimento) pelo sector privado e qual a proporg%io que deverd ser canalizada para o sector pliblico, neste caso para ser um total de 421.430 declaragdes de IRC (Modelo 22), 7 Para 0 ano 2012 (ultimos dados disponiveis), ni ver Capitulo 9. mais de metade (58%) apresentaram resultados do exercicio negativos ou nulos — sconomia ¢ Finangas Pablicas cias para ais carenciados. Alg endida em bens piblicos ou em transferéncias para os mais earenciados, Alina . manteiga ¢ lagosta, mas também gos' A pi zi = Puro, ssoas 20s r | mas tambér pene eae a ntir se aa no dia a dia, e sentir que ha justiga ae on 7 me © de licam g actividades ilicitas sido julgados imparcialmente. a aaa a on ops importante entre um primeiro tipo de bens que por a aantapstae servic, ada, Voluntiria e independente de outros individuos, € ile undo tipo de se vig , que ‘vem decisbes politicas ou piiblicas, que sO podem ser c raves de i ‘denagio € concertagao entre Muitos ect ressupdem coor escolhas colectivas, € que PI A pO f individuos. Ora, quando se coloca a opsao entre bens piblicos ¢ bens privados em termos das preferéncias dos cidadaos, estd-se a colocar 0 problema da afectacig Scassos. See cae sentido econdmico mais simples, significa afectar os recursos econémicos de forma dptima, no sentido de que nao € possivel melhorar 0 bem-estar de um agente econémico sem que seja através da diminuigio do bem-estar de outro’ Isso passaré, necessariamente, por dar 4s pessoas aquilo que elas pretendem, quando defrontam os custos privados e sociais das varias opgSes que tém a sua disposicio, Problema complicado, a ser analisado nos Capitulos 3 ¢ 4, € o de conhecer aquilo que as pessoas desejam em termos de bens piblicos. A dimensio ideal do sector piblico ‘Ao eficiente de recursos, dependera em relagdo ao sector privado, na dptica da afect: pois da importdncia relativa dada aos bens piiblicos em relago aos privados, na certeza de que, dadas as restri¢des de recursos materiais e tecnolégicos, a maior produgio de uns andaré associada a uma menor produgio de outros. Eficiéncia é pois 0 segundo grande critério para avaliar os problemas que se colocam no sector publico. 13.3. Liberdade (negativa) Em relago aos cidada a i aes 20s cidadaos que quase nao pagam impostos embora devessem e os que ee evi lentes sinals exteriores de riqueza, ela nao é consistente com os seus los (0 ici: ic F eee A a indica cormupeao), © problema que se coloca é 0 de saber que tipo madas para a isso obviar. Recentemente esteve em discussio, Economia e Finangas Publicas em Democracia 9 indispensdvel essas medidas como forma de combate a evasao fiscal ¢ & corrupsao, ¢ aqueles que criticam este levantamento." De entre estes ultimos, também se podem distinguir dois grupos: o daqueles que fogem ao fisco ou esto entregues a actividades ilicitas, e que logicamente se opdem a esta medida na base dos interesses, e 0 dos que a ela se opdem baseando-se num critério de liberdade. Também conhecida como liberdade (negativa), tal significa que 0 individuo deve reter uma esfera de autonomia imune a intervengao coerciva do Estado, ou seja, que deve haver limites as possibilidades de intervengao deste.'! Isto aplica-se a dominios muito diversos, sobretudo naquilo que se costuma designar por actos privados. Uma aplicagdo deste critério é defender, por exemplo, que a forma das relagdes sexuais de miituo consentimento entre cidadéos nao menores em locais privados deve ser apenas decisao desses individuos e nao regulada pelo Estado. Ha, por outro lado, quem defenda 0 contrario, como acontece em certos Estados dos EUA, onde certos tipos de relagdes de miituo consentimento entre adultos sao proibidas por lei. A tradigao britinica, muito ciosa das liberdades individuais, vai por exemplo ao ponto dos cidadaos nao terem bilhete de identidade para que o Estado nio tenha “demasiada” informagio acerca dos “sibditos da coroa”. Neste ambito, é pois possivel argumentar que facilitar 0 acesso pablico (ainda que limitado) as contas bancarias individuais € outro caso de violagio do critério da liberdade (negativa). Eficiéncia, equidade e liberdade sao critérios normativos aos quais os cientistas sociais dao uma importancia diferente. Os juristas, ao tratarem do fendmeno financeiro, dao primazia clara ao conceito de justiga (ou equidade) em detrimento da eficiéncia e liberdade.!2 Os economistas dividem-se nas suas opinides: ha os que dao primazia aos critérios de eficiéncia e liberdade, e ha os que dao maior importancia ao critério de equidade e justiga social. Esta diferente hierarquizagao dos critérios normativos, assim como a percepgao do eventual conflito entre eles 6, pois, uma das fontes de divergéncia entre economistas. _ aprovadas na generalidade a 23 de Setembro de 2011 estando ainda, & hora de fecho desta edigdo, 0 processo legislativo em curso. TO Na literatura anglo-saxénica (ver por exemplo Cullis ¢ Jones (2009) distingue-se tax evasion (em sentido estrito) de tax avoidance: a primeira & ilegal (por exemplo nio declaragio de rendimentos), @ segunda € legal (por exemplo, utilizago de beneficios fiscais ou de lacunas existentes nas leis). Ha ainda seer de frenteite onde os limites da legalidade e da ilegalidade se confundem. Aqui esté-se a utilizar © conceito no sentido de actividades ilegais. "A distingao entre liberdades negativas ¢ positivas foi desenvolvida em célebre artigo de Berlin (1958). ” Cf, Franco (1995). Economia ¢ Finangas Pablicas — tre economistas em Portugal, ervigos de urgenci a uma controvérsia acerca q, nt hospitalar. Estava-se num, jeratuito © equacionava-se 4 a 1.4 Divergéncias jiu-se, nos St ys atrdis as alguns ano jo de moderador ung situagao em que 0 ace 9 as urgéncias dos hospitais era ‘coneretizar-se) de exigir pagamento de uma taxa pe, Fido montante € a05 Objectivog que veio a simas, taxa essa que, da, se designou Ps sobretudo por p devido ao seu re or taxa moderadora, pois pretendia moderar a possibilidade ( arte dos que nao tinham urgéncia efectiva d le utilizagao das mes com que foi cr utilizagdio das urgencias cuidados hospitalares. Nesta situagdo, importa distinguir dus to a andlise p as fontes distintas de divergéncia. A primei, reside em desacordos quan! ositiva, nomeadamente quanto fn seguinte questdo: val a introdugao de uma pequena taxa diminuir efectivame aa utilizagdo das urgéncias? ‘A segunda questo assenta em divergéncias quanto a a me a mormatva, Agu o problema € outro: deve ser dada prondade A eficioncia aus evidade,admitindo que hé conflito entre ambos os critérios? ae i A resposta primeira questao depende da forma como se considera a pri gel is i 7 géncias hospitalares, sendo que a Figura 1.1 permite clarificar esta problemitien. “ ica, ——_______l —l\ Q Q Figura 1.1 - A procura de urgéncias hospitalares alterar a utili utilizaga zacao das urgéncias.!3 Obyiz viamente que se chega a uma conclusao diferente ferente 8 A elastic’ dade d; Percentual no ns Procura (ea) & a variagao i Percentual d la quantidade Procurada face a uma varia? fa a0 7 Economia ¢ Finangas Piblicas em Democracia i caso a procura tenha elasticidade negativa, como indicado por D’, Neste caso, a introdugio da taxa ira “moderar” a utilizagio diminuindo-a de Qo para Qi. A forma assumida pela fungdio procura é entio fundamental para se perceber a consequéncia da introdugao da taxa. Contudo, caso todas as urgéncias sejam efectivamente necessarias, ¢ graves (no sentido que o individuo ira ao hospital independentemente do prego a pagar) entiio a procura seria completamente rigida, pelo que, em tal situag’o, a taxa nao “modera” 0 consumo. Assim, sé estudos empiricos poderao clarificar esta questo, ou seja saber qual a consequéncia efectiva de se introduzirem as taxas. ‘A segunda fonte de controvérsia tem a ver, sobretudo, com a prioridade dada aos critérios normativos acima referidos. Admita-se que se conhece que a procura de urgéncias nao é completamente rigida (é dada por D’) pelo que a introdugio de uma taxa ira moderar a utilizagao e, com isso, diminuir 0 congestionamento dos servigos. Que se pode concluir quanto ao caricter desejavel desta politica? A diminuigao do congestionamento pela exclusio de “nio urgéncias” leva a que, do ponto de vista da eficiéncia, seja claramente defensdvel esta politica. J4 do ponto de vista da equidade ¢ possivel argumentar que, sendo a satde um direito constitucionalmente garantido, de proviséo tendencialmente “gratuita” (isto financiado pelos impostos ¢ nao pelos utentes no acto de utilizago), a introdugdo da taxa ira obstar a que pessoas de muito parcos recursos possam beneficiar desse servico. Neste caso, como ponderar 0 ganho de eficiéncia obtido com a introdugio da taxa face 4 redugao da equidade derivada da exclusio dos que tém poucos recursos?!* Os economistas que dao prioridade ao critério de eficiéncia sio claramente favoraveis a introdugio da taxa moderadora. Os que dao prioridade ao critério de equidade, poderdo ser contra essa introdugéo, mesmo ainda quando a taxa for de montante reduzido, se pensarem que a mesma ird excluir um namero significativo de individuos por nao terem capacidade de pagar. Neste caso, as divergéncias entre os economistas tém a ver sobretudo com uma postura normativa distinta. Esclarecidas as divergéncias, convém realgar que na pratica ¢ possivel, por vezes, respeitar, em algum grau, os dois critérios. No caso portugues, por exemplo, tentou-se conciliar a eficiéncia (através da introdugao das taxas moderadoras) com a equidade (através de isengdes ao seu pagamento por parte de idosos, desempregados beneficiarios do rendimento social de insergao). ee 4 Note-se que este conflito s6 existe se houver efectivamente pessoas excluidas por razdes economicas, ou seja se nao houver isengdes.

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