You are on page 1of 1
nike Micores< mn OR NELSON LOURENGO (80 Seguranea @ estado de direito, esse texto desenvolve-se nao a partir do con ceito de seguranca, mas do seu contrério, a inseguranga. Esta orientagdo assenta em duas Ez cessenclalmente dedicada a rela sri raz6es. A primeira raxdo prende-se ao fato de Tord a nogao de seguranga, tal como utlizada nes- Sento te texto referirse essencialmente & perceprao oe dos sujeitos, individuais ou coletivos, sobre o Sarr meio em que se inserem e ao sentimento de ‘vulnerabilidade aceitavel, isto é, que o risco ot de ameaca nio existe ou que existem os ele mentos de dissuasdo necessarios a prevenir ou nen combater essa ameaca saa" ‘A segunda razio decorre da primeira. Liber dade e seguranca so elementos essenciais dee Se constituigdo das sociedades democraticas e da ESeSreoe vida social, Seguranga e lberdade s30 valores, Sots —_quedefinem entresiuma fore eintensainterde- aries aos pendéncia, podendo afirmar-se que um éincon- cebtvel sem o outro, Este texto € precisamente sobre a forte eintensa interdenendénciadefnida por estas nogdes fundamentais da democracia Densificagao de seguranga De fora fica a discussio sobre os trajetos e ppercursos do conceite de segurana ~ seguran: ga interna versus seguranga plbica ou ainda “seguridad ciudadana’ assim como a discus- slo, de indiscutivel atualidade e interesse so- cial politico, relativa aos limites geograficas © nacionais da nogao de seguranca, expressa na noms 0 imperatvods Congrncia TPwaumaienuradestespecwses Gore Canto Modes Soma evaascussie sotresegurans Operate inemae segues pubic em 2 Sapreesteasan i: (a Suri faseuescasens GOUT @ pare” samara Fagor Co Camenscan tina etre do cents de Sl Stouns Harare, a2 Sovrenca seguanceierna® wren Rahm OO) Paraura Order piesnoqusiopritco——_atracrtieasatre ab imte ete ortuguts vl armenio tonentShind ese 200, Paorea (2009). Surana nema “hecanept man Ser - ™ Me dicotomia seguranca interna versus seguranga ‘externa. Deigual modo, nao se entrana discus: ‘0 sobre a distingdo ~ que a lingua portugue- sa, alids, ndo facilta ~ entre safety e security, apesar da sua pertingncia na sociedade do ris coem que vivemos' ‘Tal como a nogao de violencia tem sido alar- sgada eestendida a atos e situagées que histori ‘camente, mesmo em épocas recentes, nao eram. consideradas violentas, numa extensio do seu significado que designamos em outro estudo por “neologismo por extensio" (N. Louren¢o ‘© M. Lisboa, 1992), também a nogao de segu: ranga é alvo de uma “extens4o progressiv. (D. David, 2002}, abrangendo novas e vasias ddimens6es da vida social muito para além da seguranga contra 0 crime e a prevengao e or ‘dem piblica ou ainda a seguranga nacional conceito de seguranga humana proposto ppelas NagSes Unidas aponta para esta pers pectiva extensa da nog3o de seguranga num pprocesso que designamos densificacdo do cconceito de seguranga (Lourengo, 2008). 0 Programa das NagOes Unidas para o Desenvol- ‘vimento prope, em 1994, no seu Relatério so bre o Desenvolvimento Humano, um conceito integrador de sequranca humana que vai para além da perspectiva tradicionalmente assumi- dda de protecso contra ameagas a seguranga ff sica para abranger novas dimensbes ~ como a ‘econdmica, ada satide e do ambiente enavas categorias de ameaca® Seguranca da pessoa Neste quadro, 0 que parece essencial reter € 0 reconhecimento da necessidade de uma concepeo da seguranca centrada na pessoa humana, ¢ nfo no Estado. © Estado moderno cemergente no século XVI, detentor do mono: péliodo direitoedos meios de protege os cd dos, assume como sua a missto de assegurar

You might also like