You are on page 1of 91
ee Glissant INTRODUCAO A UMA POETICA DA DIVERSIDADE | | a> ED(TORA iF Be aduuatd Cilia aye em 1928 a8 Maninigs, siuste oan Acvilhas francesa (Cathe, Ro soi Ih ats curse a Univeral rag, ce resi 1965 iy Para, 1ipdiny nds Seprars vs Unga 20 ‘Maui or fHemms sen unui scence Daeenets oro md al isi feria nen ie) fe aithaion tina eiuitavno anbcen ania Varo ue festa x Anihane psiivna de seas pours ia tele gurna Yore Buri ovals Katee Yavin i de Bulapeste, tam Arale® Bevo, ‘Aime Chir, Revalue Ma sadn oven i gad eins f membre dis Cait Dir a se i Ros A ry Mehr nt Sn An wn, me rth exeetivo Vr ee revi oko friine 4 prupssrlis se a rule iano ated Marten, (de 1ORZ «LAK fil aa many hab ‘aber Pres da Univer Vata di ins: oy ye dive aus exiatdncln ia Marilee ne arenas A Riadee 4 Vounge, 08 9a ain nay Univers Epouarb GLIssant InTRODUGAO A UMA POETICA DA DIVERSIDADE Trapucte: Enuce Anmenenata Roca Pron et eda ep ps am mt man tye yee tales nt ine Cease actos ssn aed ‘ahaa 92 ee Ce nee io toes Direioro do Editoro: vere oe Hebeeile Masta Seles ‘msn ers tare tiie captone mace hasan ‘oh ‘gaara eat, nitro ah coi Poul Bllcto ew fae Cio ti ics Newcomen FICHA CATALOGRAFICA Cisse, Esa 1928 [Introduction We poeique du divers. Portagute] Tote «pots da versace / ann Gist adugto de nice do Codg Albergrin Roch. = Juz de Far: Udora UFIF, 2008 116. p. (Cope Cults, v1) “Tadusao de: bdution $ une potioue Bu diver. 1928 - Eoin. 2. Poi funeas. |. Recht. ‘Albergaria UT 1, otis, Erie co Ci DU: 40-1079.) THREE NO BART 2008, Ixpice Prrvsscio Canow7ZAGORS No Caran NAS Aniianess Lincuas r LINGUAGENS Conera r Ibewripans © caos-vnp0: Pow UNA reniea a Ris.tlo ENTREVisTAS ° IMAGINARIO DAS LING Qscert0n F 0 Soro po LuGatt PREsnos 1 DISTINCORS PUBLICAGOES DO MESMO AUTOR 131 151 172 A primeira etigao deste ero fot publicada pla eitora Press de Université de Monirecl,om outubro de 1995, quando daentrega do pr- mio da revista Brudes ranges et dela francophone Editions Gallimard, 1996, 0 texts destas quatro conferéncas,eujottula genérien foi escolhida em homenage «Vitor Segalen, padece, sem divida, de wi exceso de teoria, anpasso gue testa sido melhor abn 0 Diverso es entelaga- aentos da “Pdo--munto” abr de wn les de aboragens potas, de deseigde de paisagens estuagies, de wn jogo ecaand harmontias e deca ‘monies, que desen conta do nose "“serdacna-nanae”,comusn a tes ‘Mas aegra, neste caso, tentar dizer o dine pase no liso de tam gue no écomcedido, aborda, no 0 que nas parece mas claro, pelo menus 0 que parece mais imediatatente bate, Trata-se de wn trabalho construfdo de usw 26 fllegn, em que a fala predavwina quae sempre sobre as rasereus dea seria, € em que 0 “et” se manifesta exageradamente, mais ainda porque as enresidas que se sem As conferinciasreforcam,obciamente,o engajamento ea onnadee de pas ao. Espero que apis leitura preaaleceréo sentiment de tata pesquisa = falven inguieta ot errunte «endo de tera sistema fochado em si mess. Meus agvadecivuentos a fean-Clawcte Castelain, Joel Desrasiers, Lise Gansin, Jean-Claude Gémaz Robert Melancon, Gaston Mivin, Pierre Nepoeu, entre outrns, que me ucomparharan neste rastro, E também a Martin Robitaille, que realizow a transcrigho da conjunta do texto. Edouard Glissent Preficio Antropélogo, filésofo, poeta, romaneista e ensaista, Fdouard Glissant, integra a geracio de intelectuais das co- l6nias que emigearam para Metrépole (ranga), © cuja reflexio critica se for mou durante o pos-guerea, na atmos fera das lutas anticoloniais, ¢ na reflexio sobre o colonialism. O conjunto de sua obra representa uma importante con- wibuigio paraa discussio da identidade e do encontto das culturns na contemporancidade. Fam sua Introdagin a ona ota da diversidade o autor desenvolve wma reflexio - 20 ‘mesmo tempo sutil e vigorosa que se constedi longe dos sistemas fechados ¢ dos caminhos teéricos jf trilhados - acerca da defesa da diversidade das culturas face ao pro- cesso de estandardizacio globalizadora, questionando os patimetros impostos pela cultura dita ocidental, dos pai- ses hegeménicos. Para Glissant, os povos que irrompem a contemporancidade necessiram construir sua modernidade a fotga, € cabe as artes em geraf, ¢ 2 literarnsa em patticn- lat, a funcio essencial na propulstio do imaginasio ut6pico de suas coletividades; do contritio estas correm 0 risco de nijo se nomear, de calnr sua voz, suaidentidade e seu projeto coletivo. Assim sendo, sua escrita ~ de grande densidade pottica~ esta conscientemente ancorada na espes tropoldgica e na singularidade historica do Agarde onde intelectual, 0 poeta, o escritor e o artista emitem a sua vor seu canto. ‘Em sua produgio poética, ficcional c ensaistica, Glissant discute as forgas centripetas das culturas antilhanas ¢ das Américas marcadas pelo Trifico de africanos, pelo sistema de plantagio ¢ a escravidio, forcas que considera detcrminantes no proceso de constituigio da identidade cultural de uma grande parte dos povos da Amética colo- nizada pela Europa, e marcada pela presenga afticana, Nessa perspectiva, 0 autor fornece os pariimettos para compre endet a complexidade das questdes culturais colocadas aos povos historicamente colonizados, e que hoje vivenciam os impactos dos processos de globalizacio. Entretanto, sua reflexfo transborda 0 espaco do Caribe eda América da diispora africana, e, dentro de uma pers- pectiva supranacional, nos remete 4 questiio do contato entre as culturas, as linguas e as civilizagdes, na contemporaneidade, Em Introdugi a una pottca da diversidade o autot parte da anilise das identidades culturais do espago geopolitico do Caribe e das Américas para abordar 0 imaginitio das lin _guas - 0s conflitos e negociagdes entre as linguas e as lin- guagens —as culturas ¢ as identidades em movimento den- tto do processo de oaulizayao relativo a todos os povos na atualidade; o digar cultutal ¢ 0 Todo-o-mundo, entre outros, propondo uma estética da Relagdo que considera a questio da identidade das minorias e dos povos ¢/ ou das nagdes ura an cemergentes, ¢ a fungio emaneipatsria das literaturas dos povos em face da dominacio politica ¢ econémica, ¢ da ameaga de uniformizagao das culturas Na reflexio glissantina as fronteinas entre os géneros ea tipologia textual sio deslocadas, abolidas e o pensamento postico — que procura rracar um “rizoma com o mundo” - = conforme precisa o avtor, iriga a eserita na delicada bus-y cade deciframento do teal, tanto no campo estético, qua to nos campos hist6tico, politico c ideol6gico, No proced so dv claboragio desse tivoma as triisFormagdes do espa- go-tempo e das realidades cultuzais, bem como os desloca- Mentos € as ernincias tornam-se constitutivos de sua prd- ria escrita, no sentido de que o pensamento divaga do espago-tempo ocidental 4 diversidade cultural do mundo, a0 encontro entre as culturas cujas resultantes, “'sio imprevisiveis” Para Glissant, as culturas niio sa, mas estia dentro do processo da Relani, €a funcio exploraeéria das artes ¢ das literatusas coloca-se como urgente e necessiria no arduo trabalho de fazer emergir a complexidade ¢ a heterogencidade de cada cultura especifica em Relardo den- “tro da Totalidade-Terra, tendo em vista pensar os caminhos possiveis para a preservagio da diversidade dentro da con- fluéncia dag cultutas

You might also like