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EMBRAPA UEPAE de Manaus Estrada do Aleixo, 2.280 Caixa Postal, 455 Al 69.000 - Manaus, AM s DO telefones: 236-2993 - 236-2044 e Ne 22 AGOSTO /81 01/03 < DOENCAS DA CULTURA DO PINENTAO Maria de Fatima Batista’ Ana Léicia Carvalho Guedes! Sérios problemas fitopatolégicos atingem os plantios de pimentfo localiza dos préximos 4 cidade de Manaus, tanto em varzea como em terra firme. En ambas as condigées a incidéncia de doencas é alta. A falta de informacdes sobre as al ternativas de controle para cada doenga que surge, leva geralmente a sérias per das na produg&o ou, até mesmo, a perdas totais, induzindo, em mitos casos, 0 produtor a desistir da cultura. ‘So enumeradas aqui as doencas observadas, em ordem decrescente de impor tancia e formas de controle, com objetivo de auxiliar o produtor na condugdo da cultura de pimentdo. 1) Marcha Esta doenga tem sido encontrada fregtientemente, ocasionando sérios prejui zos nas plantagées de piment&o, Provoca a morte das plantas, j4 emestAgio de florag3o ou de frutificacdo. © sintoma inicial 6 o amerelecimento das folhas, seguido de murcha,e fi nalmente morte da planta. As plantas atacadas, quando arrancadas, apresentam um sistema radicular quase totalmente ausente, e a raiz principal, quase sempre, es tA coberta de cancros. Isolamentos feitos de material retirado das partes atacadas, mostram sem pre © aparecimento simaltaneo de dois fungos: Rhizoctonia solani e Fusartun spp. Atualmente, sabe-se que 6 comm a associagado entre estes dois fungos, e que a ccorréncia de ambos ocasiona a morte mais rapida da planta. Como ainda nfo foi identificada nenhuma cultivar resistente, recomenda Se, como medidas de controle, a rotagZo da cultura com milho, sorgo ou hinges. agres. Pesquisadores da EMBRAPA — UEPAE de Manaus. COMUNICADO TECNICO —— Ne 22 AGOSI/81 02/03 outras gramineas e, ainda, a aplicacao de alguns fungicidas sistémicos como Benlate ou,4 base de PCNB, para tratamento de sementes, de solo ou em pulve- rizagdes pés-emergéncia. Deve-se salientar, entretanto, que o uso de tais fun gicidas constitui medida de controle geralmente inviavel economicamente, dai. a importancia da rotag3o. 2) Mancha Bacteriana A mancha bacteriana causada por Xanthomonas vesicatoria constitui-se na principal doenga bacteriana do pimentao. A planta é afetada en qualquer ida de, sendo que os danos sao mais severos na fase de midas, canteiros e semen teiras. Em condigdes de alta umidade ha o aparecimento de lesdes de forma circu lar ou irregular, necréticas, amareladas, encharcadas e com didmetro variavel de 0,2 a 1,5 cm, podendo desfolhar as plantas em 15 dias. No campo, a doenga prossegue, provocando nos frutos lesdes esbranqui- gadas, deprimidas, irregulares e com halo escuro. Quando as lesdes atingem o léculo do fruto, contaminam as sementes. S80 recomendadas as seguintes medidas de controle: a) rotag3o de cultu Ya por 2 a 3 anos com milho, arroz ou mandioca; b) nao plantar nenhuma outra solanfcea (tomate, beringela, jild, entre outras) por perto; c) tratamento de semente com antibidticos (streptomicina, terramicina ou vancomicina), e fazer pulverizagdes semanais com produtos 4 base de cobre. 3) Antracnose Esta doenga tem sido encontrada com frequéncia nas plantagées de pimen t&o, numa incidéncia de até 100% e com consequéncias drdsticas para a cultu- ra. Na planta infectada, os sintomas aparecem nas folhas, principalmente nas margens destas, em forma de lesdes necroticas de cor negra que se uneme che gam muitas vezes a danificar a folha toda, dando um aspecto de queimadura. No caule, as lesées sao alongadas, deprimidas, de cor negra e quando circundam © caule, geralmente causam a morte da planta. Estes sintomas sao causados Pe lo fungo Colletotrichun dematéum. Quando as condigdes de clima sao muito favoraveis 4 ocorréncia de epifi_ tias, ou seja, temperatura e umidade altas, o controle é dificil, mas alguns métodos podem evitar ou diminuir a incidéncia de doenga, como por exemplo: plantio em area arejada; rotag&o de cultura; destruig&o dos restos de cultura; Ne 22 AGOSIO/81 03/03 uso de sementes provenientes de frutos sadios; plantio nao muito denso para permitir maior ventilag3o; evitar locais préximos de outras culturas hospedei ras como feijao, soja e cebolinha e, por filtimo,o tratamento quimico a base de benomyl, tiofanato metilico ou ditiocarbanatos . 4) "Damping-off" (tombamento das plantulas) © pimentZo e outras solandceas como a beringela, jil6 e pimentas, estao sujeitas ap "Damping-off" e a varias prodridédes das raizes e do colo, causadas por varios fungos. A sintomatologia, e as condigGes predisponentes séo muito semelhantes 4s das doengas em outras plantas. O "Damping-off" pode se manifes tar em pré-emergéncia o pés-emergéncia. No primeiro caso, pode ser confundido com m4 germinac&o da semente, pois provoca a morte da planta antes da sua e mergéncia. No segundo caso, o sintoma se manifesta no colo da planta, causando © tombamento da mesma. Como medidas de controle, as preventivas sao as mais recomendadas: a) escolha do local, ou seja, solos leves e areas elevadas nfo sujeitas a inunda go; b) preparo do solo do canteiro: 0 solo deve ser preparado com antecedén- cia para destruir toda a matéria orgénica no decomposta, bem como melhorar a aerac&o do solo; c) adubago organica: sempre que possivel deve ser feita pois proporciona maior vigor as plantas que, assim, terdo possibilidade de es. capar da doenga pelo seu rapido desenvolvimento; d) Agua e irrigagao: deve-se evitar Gguas contaminadas, e a irrigagao nao deve ser exagerada; e) semeadu- va: preferir a semeadura em linha, devendo ser a mais rala possivel; f) trata mento de sementes: as sementes devem ser tratadas, antes do plantio, com fun gicidas 4 base de Thiram ou Dichlone; g) tratamento do solo: pode ser feito com Brometo de Metila, Vapan, Formol ou PNB. a Ren a rn EG Te COMUNICADO TECNICO ——>

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