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ESTADO DE PERNAMBUCO TRIBUNAL DE CONTAS. INTEIRO TEOR DA DELIBERACGAO 57* SESSAO ORDINARIA DA SEGUNDA CAMARA REAL: oes IZADA EM 11/08/08 ADVOGADO: DR. PAULO JOSE FERRAZ SANTANA - OAB N° 5.791-PE; DR. FERNANDO DINIZ CAVALCANTE DE VASCONCELOS - OAB/PE N° 23.285-D; DRA. SANDRA RODRIGUES BARBOZA - OAB N° 25.969-PE; DR. FABRIZIO AMORIM DE MENEZES - OAB N° 21.282-PE; DR. HUMBERTO BORGES CHAVES FILHO - OAB N° 23.614-PE; DR. DINIZ EDUARDO CAVALCANTE DE MACEDO - OAB N° 672-A/PE; DRA. MARTA REGINA PEREIRA DOS SANTOS - OAB N° 23.827/PE PROCESSO ADVOGADOS: DR. PAULO JOSE FERRAZ SANTANA ~ : ’ DR. FERNANDO DINIZ CAVALCANTE DE VASCONCELOS - OAB/PE N° 23.285-D; DR. FABRIZIO AMORIM DE MENEZES - OAB N° 21.282-PE; DR. HUMBERTO BORGES CHAVES FILHO - OAB N° 23.614-PE; DR. DINIZ EDUARDO CAVALCANTE DE MACEDO - OAB N° 672-A/PE; DRA. MARTA REGINA PEREIRA DOS SANTOS - OAB N° 23.827/PE RELATOR: CONSELHEIRO EM EXERCICIO RICARDO RIOS PEREIRA PRESIDENTE EM EXERC{CIO: CONSELHEIRO FERNANDO CORREIRA RELATORIO prestagéo de contas da Prefeitura Municipal de Afranio, cxercicio financeiro de 2006, que teve como referente ao : ‘Adalberto Cavalcanti Rodrigues, entéo Prefeito responsével o Sr. do citado municipio. Os trabalhos de auditoria deste Tribunal apuraram as seguintes irregularidades: © do art. 212 da Constituicdo Federal: Aplicagaéo de 21,52% da receita municipal proveniente de impostos na Nanuten¢ao e Desenvolvimento; dos recursos da Satie feita fora do ambito da 2-Aplicagao ide unidade orcamentéria “Fundo Municipal de Sade”; de controle interno adequado; 3-Inexisténcia n dutransporte de estudantes em veiculos inadequados. 1-Descumpriment: ESTADO DE PERNAMBUCO TRIBUNAL DE CONTAS © audo de Auditoria, da Inspetoria Regional de petrolina, constatou uma série de _irregularidades nos procedimentos inerentes Aqueles servicos, fls. 899 a 900. Também destacou o seguinte (f1. 734): "As obras vistoriadas apresentavam, na maior parte, boa execucdo. Uma delas, a Construcdo da Cobertura do Patio da Feira, encontrava-se paralisada, devido ao atraso no repasse dos recursos, segundo o representante do interessado. Metade das obras auditadas apresentou excessos por despesas indevidas, devido as deficiéncias na fiscalizagéo e medi¢do dos servicos, conforme discriminado em item préprio deste Laudo. A anAlise dos processos licitatérios demonstrou que: 1.No Processo n® 31/2004, Convite n°* 019/2004, a escolha da modalidade da licitagéo néo foi a adequada, j4 que era para a aquisicdo de materiais, e ultrapassou o limite de R$ 80.000,00; 2.No Processo n°* 034/2004, Convite n° 020/2004, ha indicios de conluio entre as empresas licitantes (arco Engenharia e Construgdes Ltda., Construtora caAT Ltda. E Construtora Costa e Santana Ltda.); 3.No Processo n° 024/2004, Convite n° 021/2004, houve epeiiggs Ge cierideton Gh woerite inediskemente anterior (Engecol - Engenharia e Construcao Civil Ltda., Sk Bngenharia e Arquitetura Ltda., Vertcon Engenharia ¢ Constru¢do Ltda.) - construgdo da Cobertura do Patio de Feira iores, uma vez que a obra A obra 07 6 deve ser analisada em auditorias poster encontrava-se paralisada. oo. A obra 08 - Construgéo de um Gindsio Poliesportivo deve ser analicada em auditorias posteriores, uma: ved! dic ainda faltam ser pagos R$ 48.989,92 para esta obra. Como existiram excessos em obras realizadas com recursos federais (obra 02), esta andlise devera ser remetida ao TCU". Eis os excessos apontados: -construgéo de 04 quadras pol ortivas em Arac& eee Barra das Melancias e Pogo: | di 2-Construgéo de 02 quad Cachoeira do Roberto: excesso de as poliesportivas em Arizona e ESTADO DE PERNAMBUCO TRIBUNAL DE CONTAS 3-Pavimentagao em paralelepipedo em Barra de Melancias: 4-Construgao da cobertura do patio da feira:|RSUSIS86)i5) A defesa do Sr. Adalberto Cavalcanti Rodrigues, feita através dos seus representantes - procuragaéo fls. 955 - asseverou que © percentual que foi deixado de praticar na manutencdo e desenvolvimento do ensino foi de 1,40% e nado 3,48% como apresentado no Relatério de Auditoria, uma vez que ndo computou o montante de R$ 344.994,50, referentes aos “Restos a Pagar” efetuados em no exercicio seguinte (2007). Alegou ainda que o percentual aplicado se aproximou bastante do minimo constitucional e que este Tribunal j4 se posicionou em diversas ocasiées pela aprovagéo de contas que continham tal eiva. Citou deliberagées, fls. 910 a 918. Quanto A inexisténcia de controle interno adequado, disse a defesa que € falha passivel de correga’o e que néo causou dano ao erario. Também, citou deliberagées, consoante esses argumentos. Em relagdo a aplicacdo dos recursos da Satide feita fora do Ambito da unidade orcamentéria “Fundo Municipal de Satide”, citando deliberagdes deste Tribunal, declarou que inexistiu qualquer dano material ao erario, que todos os recursos dessa area foram devidamente empregados e que a irregularidade n&o se configura falta grave capaz de motivar a rejeicdo das contas. A defesa fez longa explanacéo a respeito dos erros de procedimentos e excesso verificados nas obras de construcdo de 04 quadras poliesportivas em Arac4, Caboclo, Barra das Melancias ¢ Pocko. Citando notadamente decisdes do TCU, alegou que nao cabe responsabilizagao ao Ordenador de Despesas por atos praticados por Servidores se ndo ficar demonstrado que agiram ou se omitiram cumprinde suas determinagdes. Outrossim, discorda do mérito do excesso (R$ 7.254,26 em recursos federais), pois entende que a fiscalizacdo da aplicagéo dos tubos para alambrado deu-se por meio de fotografias e que se fosse feita IN LOCO seria constatada auséncia ge excessos; afirmou ainda que nao houve aquisicéo em excesso de 11,4 galées de tintas ja que a auditoria nado levou em Consideracdo o rendimento do produto. ESTADO DE PERNAMBI UCO TRIBUNAL DE CONTAS, Construgéo de 02 i ' quadras poliesportivas i cachoeixa do Roberto: excesso de R$ 1.089,20. A Beecee Gaon : tese dO Sao Alegou que os 108,92 metros de meio-fio, supostamente adquiridos em excesso, foram de fato aplicados e a auditoria nado fez a medig&o de todo o meio-fi i foto as fls. 982). io existente (anexou Pavimentagaéo em paralelepipedo em Barra de Melancias: Rg 1.448,20. A defesa se manifestou deixados de adotar e, quanto ao excesso, inspe¢ao. sobre os procedimentos rejeita-o pedindo nova Construgao da cobertura do patio da feira: R$ 8.386,15. também no acolhe a imputag’o do excesso, dizendo que deixou de ser computado o concreto aplicado abaixo do piso e que o préprio fiscal deste Tribunal em conversa informal com o secretaério de infra-estrutura reconheceu o equivoco. Dentincia apresentada pelo Sr. Carlos Rodrigues Galindo contra o entdo Prefeito Municipal, Sr. Adalberto Cavalcanti Rodrigues. Apés apuragdo dos fatos eis as conclusdes expostas em Relatério as fls. 1255 a 1271: ITEM 01 - Procedente. 0s resultados demonstraram que houve flagrante desrespeito ao disposto no artigo 37, incisos II e v, da Constituigdéo Federal, pois © Sr. VALDEMAR JOKO RODRIGUES, pessoa humilde e de pouca instrucao, foi nomeado para cargo comissionado de Gerente, sem qualificagaéo para tal, quando, de fato, exercia atividades de bombeiro (respons4vel pelo funcionamento de casa de bomba de gua) . . Constatamos que a Sra. [ROMBRIANAMISABELJRODRIGUES, embora Mio possua contrato formalizado com Prefeitura, trabalha em lugar de sua mie, esta servidora efetiva que néo exerce suas fungdes desde 0 ano de 2001. . A escola municipal no povoado de Extrema apresenta dois i ario desde o ano de 2001, comecando com os ‘tualmente sao os Srs. AUDECI (GERALDOWARAGJOpRODRIGUES, que praticam tal Vigias Sts ESTADO DE PERNAMI BUCO TRIBUNAL DE CONTAS Tal agao do Sr. Prefeito, omissdo ; constitui /@tejde) “ampropidade | administrativa, conforme disposto na Lei Federal n? 84 Fe » Caput. Por esta razio i - Tete Processo seja enviada ao [iMiiise@iie. Baslied MSCaSual ‘core pera e este tome medidas judiciai i ane fl iais cabiveis, nos termos do artigo 17 As entrevistas e circ i ularizacédes_realiza — das _demonstraram (en cerca de cinglenta escolas, conforme a denGincia), somos pelo envio de cépia deste Processo ao Ministério do Trabalho e Emprego, bem como ao|Ministério|PGblico/|Estadual, ) ITEM 2 - Procedente, em parte. Trata-se de item de engenharia, cuja anélise foi realizada pelo Técnico de Inspe¢éio de Obras PGblicas, o Sx. CATO CESAR COSTA C. CARIBE, o qual, em Laudo de Auditoria, as fls. 28 a 38, exp6s o seguinte: = wn) Procedem em parte, quanto a [senBeupae)|/al|PHa¢a)/2) * Rmbora tenham sido observadas, “in loco’, algumas pedras soltas do pavimento, estas podem ter sofrido a acdo de chuvas, ou mesmo mau uso pela comunidade e * 0 lastro de piso feito em material terroso, mesmo sem a presenca de cimento, pode ser utilizado para o assentamento de) padre) natural, © deede) quer execugéo se dé de forma adequada (umedecimento, compactaae DM 4 / a isigdéo de areia e * Nao uadas despesas para a adu onary amicos empregados na obra. Por barro, e parte dos blocos cer H : : iri itag¢do em Adquiridas pedras para pavimen eee ee eee vou 3 utilizada na obra, provocando quantidade bastante superior a 73. lente 2 um excesso correspond: ITEM 03 - Procedente- ESTADO DE PERNAM! BU TRIBUNAL DE CONTAS. ° © Sr. DANILSON DE SOUZA, confirmou a /SIBSERGSSIGSSUGSuSE) 416, mas sob a alegacao » ora por iniciativa prépria ora que i ae 1 seendendo a ordens superiores. eee que a procedéncia deste ponto nao se deve em yirtude de existéncia, ou nao, da responsabilidade penal do gr. DANILSON, devendo esta ser verific judicial fatos foi /lindevidamente!Varquivada, en confronto con a Lei municipal n° 202, de 07 de fevereiro de 2002, em seu artigo 199, inciso I, € entendimento do sTJ. Embora a Administra¢gdo tenha apontado o Sr. DANILSON como causador de [@AHONAONEEAEIO, o Prefeito ndo adotou qualquer medida, uer administrativa quer judicial, para que o ex-servidor devolvesse o total de Essa atitude negligente na defesa dos recursos do Municipio, sujeitos A administracdéo da Prefeitura, constitui infragéo politico-administrativa do Sr. ADALBERTO CAVALCANTI RODRIGUES, sendo o mesmo passivel de julgamento pela Camara de Vereadores e sanciondvel com a cassagéo do mandato, conforme i i n° 201/67, artigo 11, inciso VIII. os 0 envio de copia des para as medidas civeis e penais cabiveis, ITEM 04 - Procedente- i j lise foi realizada de engenharia cuja ana " obras Piblicas, © Sr. CAIO CESAR COSTA Se auditoria, as fls. 28 a 38, expos 0 pelo ne, ctratase de ite i cee de Inspegdo de ~ CARIBE, o qual, em Laudo Seguint . ; construgéo das cisternas de Pl “B) Procedem, quanto 4 col iC 8eas, pois: ESTADO DE PERNAMI BUCO RIBUNAL DE CONTAS . uaa as pica tee atribuidas 4 licitagdéo do Convéni eee oe entre a Prefeitura Municipal de afranio a: eraen aoe uma anélise feita por técnicos da CGU, as fls.14 a 20 deste Proce ac ‘a ; ' e880, pela qual ndéo foi realizada nova verificacdo” ee ITEM 05 - Procedente. 2 concurso piblico 01/05 apresenta sérias irregularidades, tendo sido objeto de agao cautelar do Ministério Péblico, sendo que o Exmo. Juiz Dr. IURE PEDROZA MENEZES, em 09 de arco de 2006, deferiu, liminarmente, a antecipacéo da tutela pretendida por suspender os atos de convocagdo de qualquer candidato aprovado. © Sr. ADALBERTO CAVALCANTI RODRIGUES nado tomou a medida ge instaurar sindicancia para apurar as responsabilidades sdministrativas pelas irregularidades, embora esteja obrigado pela Lei Municipal n° 202, de 07 de feyereiro de 2002 Essa omissao Sonstitui ato de improbidade administrativa, conforme disposto na Lei Federal n° 8429/92, artigo 11, inciso II. for esta razdo, sugerimos que copia deste Proceso seja enviada ac para que este tome as medidas judiciais cabiveis, nos termos do artigo 17 da referida Lei. A defesa proferiu, em sintese, a seguinte contestacao: gues foi exonerado da funcao -o Sr. Valdemar Joao Rodri 0 deu-se dentro dos ditames comissionada e que a nomeaai legais. Pe ; on ineiatin cee a aie ee de pedras, pois o quantitativo remanescente foi guardado para posteriores i eracao de cal¢amento. vem apurando ©: quer vicio e a a isternas. aplicados na construgao de cister : ; _ “ue aa comarca je afranio j4 existe a Acéo Civil Piblica n° 867/06 oferecida pelo MPPE para apuragdo das -Que a CODEVASF ocorreu sem qua. e os recursos foram ESTADO DE PERNAM BUCK TRIBUNAL DE CONTAS ° irregulari g dades supostamente praticadas no concurso piblico, logo ficou em i i i prejudic: i = sindicdncia na esfera adainistrative a instauragio de £ o relatério. VOTO DO RELATOR As irregularidades atribuidas no Relatério de Auditoria - descumprimento do art. 212 da Constituicéo Federal mediante a aplicagéo de 21,52% da receita municipal proveniente de impostos na Manutengdo e Desenvolvimento na manuten¢gao e desenvolvimento do ensino; aplicagéo dos recursos da Satde feita fora do ambito da unidade orgamentaria “Fundo Municipal de Saéde"; inexisténcia de controle interno adequado e; transporte de estudantes em veiculos inadequados - foram paxéialmentel Peconhecidasipelalderesa. fi fato, todavia, reconhecer, como ressaltou a defesa, que este Tribunal ndo atribui tais eivas da gravidade de que trata o art. 59, inciso III da Lei Org4nica deste Tribunal de Contas- Os valores apontados como excessos em obras e servicos de divididos em engenharia (R$ 10.923,55 com recursos municipais) quando confrontad entos da defesa Na verdade, ar a procedéncia parcial da dentncia. Wnguficiente para macular _as__contas Nao ha como afast: a procedéncia_é Isso posto, Quanto ao Processo TC n° 0780018-6: considexando o disposto nos artigos 7 © ees Conbinados com o artigo 75 da Constituicae Federal, ESTADO DE PERNAMBUCO TRIBUNAL DE CONTAS voto pela emissao a canara Municipal de Afranio a mendande os go Prefeito, Sr. Adalberto Cavalcanti Rodrigues P eiveaice exercicio financeiro de 2006, de acordo com o disposto nos artigos 31, parégrafos 1° e 2°, da Constituicéo do Brasil e 86, § 1°, da constituig&o de Pernambuco. ‘ ‘ Considerando o disposto nos artigos 70 e 71, inciso II, combinados com © artigo 75 da Constituicdo Federal, e no artigo 59, inciso II, da Lei Estadual n° 12.600/04 (Lei Organica do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco), Julgo regulares, com ressalvas, as contas do Ordenador ge Despesas, Sr. Adalberto Cavalcanti Rodrigues, dando-lhe, em conseqiéncia, a quitagao. Quanto ao Processo TC n* 0605705-6: gulgo procedente, em parte, a presente dentincia. Determino o encaminhamento de cépia do Relatério de juditoria que integra aqueles autos ao Ministério PGblico de contas para remessa ao Ministério Péblico Estadual. > CONSELHETRO VALDECIR PASCOAL VOTOU DE ACORDO COM © RELATOR. 0 CONSELHEIRO PRESIDENTE, TAMBEM, ACOMPANHOU © VOTO DO RELATOR. PRESENTE 0 PROCURADOR DR. GUIDO ROSTAND CORDEIRO MONTEIRO. AC/ASF/ACP wire

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