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Arte na educagéo infantil é no ensino fundamental 169 alo Nin Ferrero SRiom uM Ao longo deste livro procuramos oferecer varias indicacdes de como atuar com arte na escola. A seguir, iremos tratar especialmente da furmagao artistica e estética das criancas e apontar algumas das possibilidades de se trabalhar na educagao escolar. O objelivu ¢ desenvolver e aprofundar o fazer e a apreciagav da arte em diversas modalidades artisticas (como as Artes Visuais, Musica, Danca, Teatro e Artes Audiovisuais) ¢ conduzir 4 experimentacao e a construgao de modos variados de ver, ouvir, perceber, sentir, organizar, entender e representar 0 mundo. £ importante frisar-se que a nossa finalidade com as sugestoes apre- sentadas é para mostrar, mais uma vez, que € necessério € possivel levar a arte a escula desde a infancia. Queremos oferecer uma visao do que significa praticar-se a arte na educacao escolar, mas nao se pretende que os professores realizem uma transposigao imediata e tinica das atividades propostas. O trabalho educativo em arte deve apresentar grande vitali- dade ¢ dinamismo, acrescido de processos criativos, pois se faz de uma forma interativa entre a crianga (ou jovem), 0 adulto eo meio ambiente natural e cultural, Mais ainda, os modos de entender a relacdo entre professores € alunos e ensino e aprendizagem sao compartilhados pelas linhas de acao educativa das varias linguagens expressivas (visual, sonora, dramatica, corporal, audiovisual, verbal, poética). 1. A formagdo artistica e estética de criancas e jovens na escola Ao abordarmos o potencial criador artistico infantil nos capitulos anteriores, vimos que as criancas e jovens sao capazes de diversificar e aprofundar cada vez mais os saberes em arte, vivendo intensamente a elaboracao destes, Vimos também que as potencialidades estéticas € 72 [ARTE NA EDUCACAO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL artisticas infantis nao podem se desenvolver isoladas e nem de modo espontaneista' ou desprovido de sua ambiéneia cultural. Comoas criangas tem uma historia de interacao afetiva, fisica, moto- ra e cugnitiva com outras pessoas, as suas producdes de arte dependem tanto de suas pralicas pessvais infantis quanto das intervenc6es (ou nao) recebidas do meio social e cumunicacional em que vivem. Dependem, ao mesmo tempo, das intermediagGes educativas em arte (intencionais ounado) que lhes proporcionam as pessoas mais préximas de sua vida cotidiana (como familias, professores, seus grupos sociais e culturais). Convém relembrar, entdo, que nas criangas, desde bebés, a sensi- bilidade a cores, formas, sons ¢ inovimentos é bem nitida e est4 sempre presente. Ainda pequenas, demonstra interesses que poderfamos de- nominar como as primeiras configurages de sentimento estéticu e gosto. Autores como Benjamin, Lebovici, Morozova, Feldman, Munro, Piaget, Wallon e Vygotsky, utilizando caminhos diversos, apresentam-nos suas constatacdes sobre as diferencas sutis de sensibilidade e cognigéo que aparecem nas criangas. Mostram que todas, indistintamente, so perfei- tamente capazes de selecionar formas @ objetos que lhes sio prazerosos € que mais as atraem; podem, ainda, ser induzidas no universo da arte, porque est4o preparadas para pratica-la e compreendé-la. A formagio artistica é por isso muito importante para a educagioestética deseas criangas, para ajuda las a perceberem se melhor no mundo, compre- ender os valores culturais e poderem manifestar suas idcias ¢ sentimentos. 2. Atividades artisticas com criangas De maneira geral, para criangas pequenas, a fazer e a apreciagao em cada uma das linguagens artisticas devem estar ligados a atividades 1. Quando nos referimos ao espontaneism com procedimento no proceso de ensino eaprendizagem de Arte, significa uma atitude dos professores em que nao hi orientagdes: as produgies arlisticas e, ao contrario, observa-se 0 abandono dos alunos em suas agoes. Fo “deixar fazer” em sua totalidade, que por isso mesmo desvaloriza 0 “espontanco” ‘como processo de criagao e o improviso arrojado. METODOLOGIA DO ENSING DF ARTE 173 criativas e hidicas. As criancas se expressam e ao mesmo tempo desenvol- vem suas potencialidades estéticas observando e contatando o mundo ao seu redor, experimentando ludicamente as formas e diversos materiais artisticos. Tanto as criancas menores como os jovens gostam imensamente de jogos e atividades artisticas em geral, envolvendo-se de maneira viva e criativa, como vimos nos capitulos anteriores. Us interesses e habilidades que elas possuem vao se aprimorando durante o crescimento, o mesmo ocorrendo com a arte. Quando bem pequenininhas, o tempo dedicado as atividades do fazer artistico também é reduzido, mas 0 fazem praze- tusamente: amassar e modelar barro, pintar com os dedos ou 0 pincel, rasyar, curtar e colar papéis, produzir sons com instrumentos do cotidiano ou musical, cantar e dangar pequenas cangdes, dramatizar historietas com objetos, fantoches, bunewus etc. Nessa fase interessamn-se muito por histrias narradas, imagens, ilustragdes € por fazer relagdes com fatus conhecidos. Antes dos 3 anos a crian¢a ja sabe 0 que é desenhar, pintar. cantar, dancar e estes conceito$ constituem-se no primeiro repertdrio de arte. Dessa idade em diante, nota-se que elas também sabem manifestar opi- nides estéticas de gostar, desgostar, achar bonito, feio. Nés professores é que deveremos saber como dar continuidade a esse inicio de formacao arlistica € estéliva, No transcorrer de seu crescimento, as criangas sao capazes de elaborar julgamentos sobre a propria producao e apresentar maiores possibilida- des de atuacdo. Com isso tornam-se mais conscientes de seus trabalhos artisticos e dos das outras pessoas. Jd tendo essa capacidade, podem ser conduzidas, por meio de conversacées e atividades instigantes, a fazer paralelos e comparac6es significativas entre suas elaboragdes e a produ- cao artistica de outras criancas, ou mesmo da producdo de arte adulta (brasileira ou estrangeira). Mas isto tem de ser feito com fundamentacao artistica e muito rigor. Existem trabalhos muito interessantes com arte e criancas de escola de Educacao Infantil, em que 0 artista e sua obra sao apresentados a elas por intermédio de uma conversa e leitura de livros ou imagens. Com essa 174 ‘ARTE NA EDUCACAO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL conversa e muito “palpile” das criangas, suas pergurilas, seus comenta- rios, a professora introduz quest6es que os motivam cada vez mais, por exemplo, a observar as caracteristicas de certas formas, semelhangas com formas conhecidas, como vivern ou viviam os artistas etc. A partir de uma obra de Tarsila do Arnaral (Abaporu), as criangas de 3 anus e meio a5 de uma escola observaram a imagem, algumas passaram as maos, fizeram perguntas sobre as particularidades da figura e, depois, a professora falou um pouco da vida e da infancia da artista na fazenda de seus pais; em seguida, as criancas desenharam, pintaram e modelaram seus préprios pés e brincaram entre si, reunindo estas atividades a apreensao das formas expressas pela artista”. Além disso, aprenderam que existem “artistas” que pintam, esculpem etc. e, ndo apenas aqueles de televisaéo ou radio. Logo, para que as ag6es com as criancas nao limitem a inventividade, a imaginacao sensivel, nem as levem a realizacao mecanica e cépias de outros trabalhos sem marcas expressivas pessoais, € necessario que 0 professor tenha bem claro os conceitos de arte que sao trabalhados e sua importancia na formacao estética dos alunos. Lembrando o que disseram os edticadores Munro, Morozoya e Feldman, a ampliag3o de conhecimentos estéticos ¢ a memorizacgao de qualidades perceptivas (importante na formagao dos educandos) implicam 0 estudo sobre arte e a convivéncia com grande variedade de trabalhos artisticos do patriménio cultural, o que diversificard o repertério de imagens memorizadas. Para que isso ocorra, faz-se necessério principalmente um conhecimento do desenvolvimento infantil ¢ das capacidades da criancga em formalizar conccitos, assim como uma orientagao sobre as técnicas ¢ estilos da arte adulta (que pode ser apreciada e estudada indo a um mu- seu, uma galeria, 4 casa de cultura, a biblioteca, 4 midiateca e através de leituras e observacées de meios variados: gravuras, livros, discos, videos, CDs, DVDs, Internet). 2. Esta atividade esté relatada no trabalho de Arlete Ricuido Mendanga eal. “Tarsila do Amaral na Pré-Escola”, apresentado na disciplina Arte II do curso de Especializacao em Educagio Infantil, da Faculdade de Educag&e da Universidade de Sao Paulo, em 1999, METODOLOGIA DO ENSINO DF ARTE 175 6 a 8 9 S Folu 14 EME! Parada de laipas — 2005 Vejamos um exemplo. No projeto interdisciplinar descnvolvido na EMEI Parada de Taipas' coma Biblioteca Infanto-Juvenil Erico Verissimo, vizinha d escola, os alunos criaram histérias e ilustraram com seus desenhos, que depois foram montados em livrinhos. No ano de 2005, comemorava-se o centendrio de Erico Verissimo e como proposta da Biblioteca, os livros desse autor seriam lidos e trabalhados pelos seus usuarios. O grupo da terceira idade complementou as leituras com ilustragdes em forma de bordados, que foram transformados em almofadas. As criangas da EMEL, lendo e observando as ilustracées feitas nos bordados criaram também seus textos ¢ desenhos (foto 14). Com isso, além da experiéncia artistica, 3. Para nés, exemplo nio significa modelo a ser seguido e sim uma possibilidade para a experimentagio e ousadia dus educadores. 4, AEMEI Parada de Taipas ¢ uma escola publica situada em um dos hairros mais carentes da cidade de Sao Paulo. 176 [ARTE NA EDUCAGAO INFANTILE NO ENSINO FUNDAMENTAL trahalharam canceitos como livro, desenho, ilustracio, leitura. Foram desen- volvidos tamhém outros conceitos como respeito As instituigdes culturais (Biblioteca Infanto-Juvenil) ao préprio lioro. Finalmente, uma das vitérias desse projeto foi a integragao entre educacio e cultura e entre pessoas de diferentes idades (criangas e senhoras idosas) com uma finalidade prin- cipal — a produco e divulgacia de produtos culturais. Aconvivéncia com 0s objetos, artefatos e meios artisticos ajuda a crianga 0 jovem a aprenderem a apreciar a arte produzida pelos artistas de seu e de outros paises, enquanto continuam a se expressar pessoalmente em atividades artisticas. A apreciagao é sempre um ato criativo ¢ imaginativo endo, como ainda muitos pensam uma manifestagao de passividade. O problema, na visao de autores que tem proposto a arte para crian¢as ¢ jovens, € saber apresentar a arte adulta e o patrimonio cultural a eles ajudando-vs a viveria-lus, sem que eles fiquem presos as imitac6es. Para Munto (1956, p. 9), por exemplo, a crianga precisa descobrir como perceber e acumular, em seu cérebro, imagens da natureza e da arte, e como usé-las crialivamente, reconstruindo, selecionando e en- fatizando 0 que lhe parece mais significativo, ¢ entdo produzir formas com a visio de coisas de sua prépria personalidade individual. Por isso, ohabito de visitar os muscus, galerias, centros de cultura, ira concer~ tos, assistir espetaculos de teatro, de danga, so tao importantes para todos. Partindo dessas premissas, serd tratada a seguir a relagao das criangas com as linguagens artisticas visuais e 0 teatro na escola. Cada uma dessas linguagens tem sua particularidade no processo de criagdo, recepgao e relagdes que a crianca mantém com elas e com o mundo. Lembramos que j4 abordamos antcriormente neste livro varios modos de atuagao, e que as sugestées apresentadas tém por objctivo mostrar algumas das possibilidades de educagao escolar na infancia. Como jé expressado, nao se pretende com isso que os professores realizem uma transposigao imediata e tinica dessas sugestées. O trabalho educativo em arte deve apresentar grande vitalidade e dinamismo, acrescido de processos criativos, pois se faz de uma forma interativa entre crianga e 0 adulto, crianga-crianga METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE ww ¢ crianga-adulto-aimbiente natural e cultural. Mais ainda, os modos de entender a relagao entre professores-alunos ¢ ensino e aprendizagem sao compartilhados pelas linhas de acdo educativa das varias linguagens ex- Pressivas, ¢ serao explicitados com as artes visuais ¢ 0 teatro. Linguagens visuais Se quisermos ter a arte na escola ¢ levar aos aluitus as artes visuais, & preciso lutar pela ampliagao de sua permanéncia 1ma educa (nao apenas algumas aulas), saber formular claramente os conceitos es- senciais da drea, e como integré-los aos jé conhecidos pelos educandos. Isto implica definir também os procedimentos e Iécnivas pedagdgicas a serem utilizadas nas atividades de ver apreciativamente ¢ expressur prazerosa € ludicamente as formas, nessa linguagem artistica. io escolar Foto: acervo Isdela G. Landell de Meure Foto 15 EME! Porado de Taipas — modelagem — 2005 70 ‘ARTE NA CDUCAGAO INFANTILE NO ENSINO FUNDAMENTAL Vivemos em um mundo de miltiplas visualidades e informagies, com as quais os alunos tanhbém convivem e podem aprender a lidar com elas, expressando-se e comunicando-se. 0 desenho, a pintura, aescultura, a gravura, a arquitetura, o design a totogratia, as artes graticas, o cinema, a televisao, 0 video, as artes tecnologicas sao possibilidades de linguagem visual que podem ser estudados na escola, abrangendo aspectos do fazer e do apreciar as formas visuais, com infinitas maneiras. Ao desenhar, pintar e produzir formas, a crianga utiliza a linguagem visual. Ela o faz para suas préprias experiéncias pessoaic e sociais, 0 ela- hora seus pensamentos por meio de simbolos visuais que ela aprende a dominar. Partindo de estudos de aspectos da linguagem visual, ou seja, do conhecimento dos clementos que compoem essa linguagem, ¢ dando oportunidade as criangas ¢ jovens para fazerem suas experiéncias com materiais e técnicas, o professor estaraé atuando pedagogicamente em ag6es que desenvolvem praticas criadoras, a cognicao e a sensibilidade. Por exemplo, no caso da colagem, a utilizagao de cores, texturas e formas variadas resulta em uma experiéncia de Visualidade importante. Com a busca de uma construgao formal por meio de recortes, rasgos e jungdes, as educandas exercitam o olhar, a coordenagao motora e vivenciam suas composigées. O percurso individual de cada crianga ficaré evidente quando o docente tiver clareza das agdes que foram utilizadas nas atividades de perceber, expressar e comunicar as formas visivas Assim, para que as artes yisuais sejam compreendidas como area de conhecimento e como tal possa ser ensinada ¢ aprendida por criangas e jovens, o professor deverd encaminhar as bases principais desse ensino e aprendizagem, integrando alguns procedimentos de produgiio e apreciagio artisticas. Com as criangas mais novas esses procedimentos devem ser articula- dos com atividades lidicas, conversas e trocas de experiéncias. As bem pequenas sabem como olhar as coisas, que é um dos modos delas para aprender a conhecer o mundo. Elas veem, observam, notam, examinam, inspecionam tudo, e muitas vezes parecem fixar o olhar atentamente. Aproveitando esta maneira de conhecer pode-se pedir que o fagam mais METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE 179 6 3 4 g 2 2 Foto 16 EMEI Mariozinha Rezende Fusari — 2006 detidamente, inclusive de diferentes perspectivas — de perto, de longe, de cima, de cabega para baixo, através de ubjelos translticidos, transparentes, colorids. Cou gestos ¢ v tatu elas pervebem a variedade de superticies ¢ as sensag que provocam e, discriminando-as, clas também exploram uma importante fungio cognitiva. O professor pode também apoiar-se em relatos, conversas ou histérias sobre os desenhos, pinturas, esculturas ou gravuras, entre outras formas visuais produzidas por artistas, quando © proceso for de apreciagao e com o objetive de encaminhar as criancas a expressarem vistialidades e conhecerem o patriménio cultural da hu- manidade. Por meio de didlogos, apresentacao de imagens e anélise de ilustragdes (reproducoes graficas), objetos etc., e usando uma linguagem acessivel, é possivel explicar-se as criangas de todas as idades as lécnicas, 0 jeito de ver o mundo e (se for 0 caso) as maneiras de que se valem os artistas para produzi-las. A apreciagao de formas visuais pode-se dar (ou iniciar) com imagens e objetos, selecionados a partir do cotidiano do aluno, e deve estar de 180 ‘ARTE NA EDUCACAO INFANTILE NO ENSINO: FUNDAMENTAL acordo com a idade e a propria histéria das criangas, variando a comple- xidade de seus elementos 4 medida que se avanga com os conhecimentos. Com os objetos (brinquedos, pecas domésticas, formas escolares ete.), desenhos, pinturas, gravuras, fotografias, pode-se aprender a analisar ¢ apreciar as estruturas, as configuragées e suas caracteristicas principais. Tomando como exemplo a fotografia, é interessante mostrar-se que existem fotografias familiares, de paisagens, documentais, artisticas ¢ de publicidade, entre outras. Para fazer fotos, existem as maquinas préprias ¢ até os celulares, mas sempre sua revelagdo dependeré dos meios utilizados. Como linguagem, a fotografia possui muitos recursos, que variam de acordo com 0 tipo de fotografia que se faz ¢ também do fotdgrafo.$ Na sequéncia das atividades de aulas de artes visuais, 0 professor vai preparando seus alunos para o dominio de um “vocabulario” visual artistico. Isto significa elaborar com as criancas os fundamentos da lingua- yeu visual, desde a apresentacao das relacdes compositivas mais simples, presente em formas conhecidas e em seus elementos expressivos (espaco, superficie, volume, textura, linha, cor, luminosidade), até a compreensdo de estruturas de obras de arte produzidas por artistas. Uma crianga encorajada conseguira observar, por exemplo, 0 efei- to de uma linha tracada em uma superficie, e ainda perceher que esse trago pode estabelecer uma relagao cam o plano em que se localiza. Para completar, é possivel mostrar que o resultado final desse tragado dependera de suas caracteristicas como traco (fino, grosso, uniforme, tenso, fluido, descontinuo), da trajetéria que fez. sobre esse plano e das combinacgées com 0s gestos de quem desenhou. BE possivel, portanto, auxiliar os alunos a compreenderem as relacdes compositivas e também apreciar nessas composicoes estéticas o movimento visual (que pode ser aparente, virtual, real), as direcdes visuais, tens6es, proporcao, ritmo, simetria/assimetria, proximidade/distanciamento, semelhancas/dite- 5. Artistas como o foldgrafo Sebastiau Salgado, que faz. folugrafias de arte e ducumen fais, tém uma linguagem propria que o distinguem dos demais. Ver Salgado, Sebastian, Terra. $40 Paulo: Companhia das Letras, 1997. METODOLOGIA BO ENSINO DE ARTE 181 rencas, enquadramentos e contrastes. Esse processo de modulagav do espaco s6 é percebido a partir de exercicios metédicus e yradativos do ver e fulur subre trubulhos urtisticus.¢ A partir de conversacdes € didlogos com as criangas, pode-se incentiva-las a demonstrat suas sensibilidades, emogoes, preferéncias. Com relacdo aos materiais e técnicas de que sao feitos os trabalhos de arte, o principal é mostrar as criangas e ao jovem que a matéria que os incluem tem a sua existéncia modelada pelo artista. “Ela é pedra, ardosia, madeira, cobre, zinco... O proprio papel, com seu grao e sua fibra, provoca a mao sonhadora para uma rivalidade da delicadeza. A matéria é, assim, o primeiro adversdrio do poeta da mao. Possui todas as multiplicidades do mundo hostil, do mundo a dominar” (Bachelard, 1986, p. 52). Vencida a matéria, pode-se ajudar os alunos a conhecer os modus utilizadus nas construg6es artisticas bi e tridimensionais, as fungdes e finalidades desses maletiais nas construgdes das obras e formas, enfim, ajudé-los a entender a vida cultural e artistica em que vivem. Quando se trata da producao artistica pessoal das criancas, da mesma maneira que vimos nas experiéncias sensoriais, 0 importante é possibilitar aos alunos o maior ntimero de contatos e descobertas. Se pretendermos que os estudantes encontrem caminhos para desenvolver suas express6es proprias, devemos ficar atentos para que 0 conviviv com os materiais se faca de forma diversificada, desafiadora e permitindo intervengoes. Por exemplo, instrumentos que servern para desenhur (la- pis, bastao de cera, carvao, giz, canetas esferograficas, hidrocores etc.) podem também ser experimentados e direcionados para deixar marcas mais extensas, provocativas, aproximando-se da pintura. E as criangas sabem como fazé-lo. Quanto ao ato de pintar, ele pode ser executado em diferentes tipos de suportes, cores e materiais. Podem-se fazer pin- 6. O livto Uninersas da arte, de Fayga Ostrower (1983), é uma excelente fonte de consulta sobre visualidade e relagbes compositivas. Trata-se de um trabalho prevcupado com as fundamentagées da linguagem visual, apresentando reflexes importantes para orientar as leituras de trabalhos artisticos dessa area. Outros livros que contém indicacdes ¢ discutem também cseas correlagées aio: O desenko da figura humana, de Edith Derdyk (1990); Aprendendo Arte, de César Coll e Ana Teberosky (2000). Foto: Paulo Nim Ferreira 182 ‘ARTE NA EDUCACAO INFANTILE NO ENSINO FUNDAMENTAL Foto 17 EME Mariazinha Rezende Fusari, 2006. turas sobre papéis, objetos, madeira, ceramica, tela ou o préprio corpo, mudando com isso a experiencia € 0 conhecimento dessa forma de ex- Pressar-se e comunicar-se. As cores que vibram em sua luminosidade podem revelar dinamismos que seduzem o olhar. Para as criancas e jovens, sao descobertas e criacoes. Certos objetos e artefatos presentes no cotidiano das criangas também sao titeis para seu conhecimento das formas, volumes, texturas, principal mente se forem feitas comparagées entre eles c outros jé conhecidos. Como dizem Gloton & Clerv (1973, p. 173), as diversas associacdes entre uma grande variedade de utensflios existentes no meio ambiente enriquecem a expressividade visual infantil: “a partir destes materiais, vai poder brotar da imaginagav da crianga, numa série ilimitada de apro- ximagées, uma extrema diversidade de volumes e de formas”. METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE 183 Outros instrumentos e aparelhos eletro-cletrénicos, como computa- dores, impresoras, gravadores, video, projetores ¢ outros aparelhos de reprodugao de imagens, podem transformar se também em ferramentas de artes visuais. Cada um deles, com suas particularidades, podem abrir espago para as criancas participarem das atividades, experimentando e expressando por meio desses instrumentos. Por exemplo, com imagens reproduzidas por impressoras ou por outro sistema de duplicagao, ¢ pos- sivel fazer-se trabalhos nos quais serao executadas interferéncias graficas que resultem em novas formas que, por sua vez, podem ser também re- produzidas em aparelhos de reproducao de imagens, e assim por diante No entanto, apesar de existirem tantas possibilidades de encaminhar-se © fazer artistico, ainda se observam professores que propdem as criangas repetigdes de formas estereotipadas, clichés que elas devem copiar on colorir mecanicamente, perturbando seus préprios processos graficns e plasticos em desenvolvimento. Isso se dé quando o professor limita as. formas, a escolha de cores, de materiais e induz 0 ato de pintar As concei- tuagGes estéticas pré-estabelecidas (bonito e feio, par exemplo) As imagens ¢ objetos que serao trabalhados nas aulas de Arte devem ser extraidos de colegées organizadas pelo professor, pela biblioteca ou midiateca escolar, pelos museus, centros culturais ¢ até pelas proprias criangas, motivadas pelo educador. E muito importante a frequentagao dos alunos e professores As pegas originais ¢ obras de arte, bem como 3 manifestagdes de culturas diversas, de varias regides e tempos de producao, como artesanato, folclore, objetos utilitarios e outras formas. O uso pedagégico de formas visuais do cotidiano do aluno também pode ser interessante, como objetos domésticos, vestuarios, aderegos, brinquedos ete. Por outro lado, é possivel utilizar-se também repro- dugdes de desenho, pintura, escultura, e outros documentos visuais, apresentados em forma de gravuras, fotografias, cartazes, imagens digitalizadas, entre outras. Todos esses procedimentos de visualizagao e experiéncias com materiais completam-se com 0 didlogo, a conversagio estabelecida pelo professor de Arte com as criangas. Nao apenas falar para, e sim falar com as criangas, sempre alento as maneiras de falar, de dirigir-sc, enfim, de 184 [ARTE NA EDUCACAO INFANTIL € NO ENSINO FUNDAMENTAL relacionar-se com elas. A finalidade é mobilizar o desejo e interesse infantis pelas atividades art{sticas, dur orientagdes, criar relagdes entre 0 grupo de alunos e o professor. E isso pode ser feito de variadas formas: explicagao por parte do professor, conversas subre experiéncias e sensagOes, recor- dagav de alguns procedimentos de trabalho artistico, perguntas dirigidas as criangas etc, Nas atividades expressivas e apreciativas, as conversaqdes sao de grande valia quando, por meio delas, se desperta na memoria das criangas as imagens, sentimentos e sensagdes que foram anteriormente percebidos, servem para explicar procedimentos técnicos em arte, relem- brar as habilidades ja conhecidas ¢ aspectos das histérias das obras e da vida de artistas. As discuss6es e andlises sobre imagens, objetos e suas histérias po- dem estender-se a todas as outras tormas de expressao, tais como: filmes, programas televisivos, videograticos, musica, danga, teatro, instalagao. Podem estender-se igualmente para os proprios trabalhos das criancas, acionando assim outro campo de dialogo entre estas ¢ 0 educador. Vale lembrar que as atividades de apresentacao e apreciacdo de imagens e objetos devem ser bem dosadas, vinculadas a uma planejamento edu- cativo escolar (com decisoes metodologicas)’. Mesmo com as criangas bem pequenas é possivel introduzir-se imagens, ilustracoes de livros ou outras formas visuais, mas cuidando-se para fazé-lo por periodos mais adequados as suas idades. A mudanca e variedade de formas visuais es- timulam a percepcao da crianca e auxiliam no desenvolvimento de suas potencialidades expressivas e de apreciacao artistica. Outro procedimento de ensino que nao pode ser esquecido, pelo significativo papel que ocupa na vida da crianga, é 0 jogo ea brincadeira, como destacamos no quarto capitulo deste livro. Como se sabe, as inter- locugdes com 0 apoio de gestos, as dramatizacées e os exercicios hidicos, também se mostram eficazes como métodos e procedimentos pedagdgicos na educagao infantil em fazer, apreciar e compreender a arte. 7. £ importante lembrar que a area de Arte parte integrante do curriculo formal da escola, e é deste curriculo que nasce 0 Projeto Politico Pedagégico de cada unidade escolar. NETODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE vas Linguagens dramdticas Como vimos, as criancas gostam muito de brincar de “faz-de-conta” ou de ser outra pessoa ou coisa, criando situagbes fartasiosas. Gostam imensamente dessas atuac6es chegando a vivencid-las sozinhas ou com outras pessoas e fazem dessas brincadeiras representayGes de cenas ima- gindrias ou da vida real. As praticas dramaticas propastas pelos protessores nos cursos esco- lares de Arte levam em consideracao essas atuacies das quais as criangas participam com imenso prazer, incorporando-as em jogos e improvisacoes. O jogo aqui é entendido coma “tm instrumento de aprendizagem com © qual a crianga opera, promovendo o desenvolvimento da criatividade, em diregao a educagao estética e praxis artistica”.® A improvisacao é a construgao de histérias ou cenas em que cada um inventa novas situacoes, pensanda e usando a imaginagao. As brincadeiras das criangas podem ser um bom exemplo de improvisagies O texto da professora Maria Lticia Pupo’ apresenta algumas reflexdes a respeito do trabalho escolar com praticas dramaticas artisticas junto a criangas que podem orientar o professor neste trabalho de arte. Durante as primeiras séries do ensino fundamental, a passihilidade de agir “coma se”, ou seja, de experimentar, através da acao, um universo ficcional — possibilidade esta conhecida por todas as criangas — deve ser trabalhada em moldes que incorporem a regra. O professor nao estar mais diante do faz-de-conta espontanev, mas também nav tera como projeto a realizagao acabada da arte do ator, que implica num projeto deliberado ¢ articulado de representacdo, Sua atuagdo sc dar em um ponto intermedidrio entre esses dois extremos do “como se”. Sco faz-de-conta nao é mais 0 modo privilegiado de relagao com 0 mundo por parte da crianga e do adolescente da escola de ensino fundamental, a 8. Parametros Curriculares Nacionais de Arte, 1998, p. 88. 9, Pupo, Maria Litcia. Priticus drumuitivus nu inslituigio escolar. Sio Paulo, 1991 (mi- meografado). 186 [ARTE NA EDUCACAG INFANTILE NO ENSINO FUNDAMENTAL intervencao do professor pode consistir em viabilizar um procedimento que. guardando 0 carater ltidico, desenvolva a possibilidade de “ser outro” em bases que incorporem normas aceitas pelo grupo. A grande questao que se coloca € a medida e os moldes dessa intervencao. Uma das posturas que se pode observar com maior frequéncia, ¢ a do pro- fessor que simplesmente deixa fazer, através de proposicdes do tipo “facam. uma pecinha” vu “improvisem”. Atitudes desse porte, ao nao delimitarem claramente um ponto de partida ¢ um campo de jogo, em nada contribuem para o desenvolvimento do grupo. Quando tudo é possivel, tudo se equivale. Quando nao sao sugeridos parametros que possam nortear a descoberta do Proprio teatro, tais como a acdo, o espago do jogo, a criagao do personagem, a linguagem oral, entre outros, a crianga e o jovem s&0, por assim dizer, con- denados a lidar evclusivamente com suas referéncias, muitas vezes bastante restritas. fi sé mediante a desedherta da materialidade dos elementos que compoem a especiticidade do jogo cénico, que 0 grupo conquistard novos instrumentos para a sua expressao. Assim, a primeira série pode ser o panto de partida de uma progressio que leve o grupo, gradativamente! a desenvolver sua capacidade de jogo, tendo em vista a aquisigao dos elementos principais da linguagem teatral. Intimeros caminhos sao possiveis para a construgao dessa trajetoria. Vos jogos tradicionais — amarelinha, brincadeiras de roda — se pode passar a jogos de cardter mais diretamente teatral; a partir do movimento e do gesto se pode chegar ao jogo entre ayau ¢ texto, e assim por diante. Um principio » importante € o de que através do desenvolvimento de praticas draméticas na escola, trabalha-se tanto a comunicagao entre os jogadores, quanto a comunicagao entre estes ¢ @ platéia. Essa mesma platcia é composta por uma parcela do préprio grupo, que se alterna varias vezes por ocasiio de cada encontro. Ao crescer em termos do fazer teatral, o grupo estaré aprendendo a conhe- cera natureza do préprio teatro, a perceber essa arte enquanto modalidade especifica de conhecimento do ser humano. (...) Os preceitos progressistas de novas correntes pedagégicas, quanto as ten- déncias mais contemporaneas do préprio teatro, estao na base das concep- Ges mais recentes sobre a inserg%o de praticas dramiticas na instituicso escolar. METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE var Através delas, a capacidade de “ser outro”, inicialmente egocéntrica, cede lugar & comunicagao entre quem faz ¢ quem assiste, Ela ocorre no quadro de uma concepgao de arte nao enquanto simples continuidade da vida, mas sim enquanto campo por exceléncia da transposigao de percepgies, desejos e incontaveis outras dimensdes da experiéncia humana. Entre og muiltiplos caminhos possiveis para 0 professor, cabe salientar pelo menos dois, que tém como base a improvisagao ¢ o desenvolvimento da capacidade de comunicagao teatral. Um deles é 0 jogo dramitico, termo cujo emprego exige alguma precisao por parte de quem o utiliza, pois apresenta varias acepgdes. Determinados autores 0 empregam como sinénimo de faz-de-conta, mas nda vamos nos deter no exame desses casos. Na acepcao que nos interessa salientar, qual seja, a de uma modalidade de improvisacaio amparada por regras e proposta por um educador, 0 jogo dramatico implica: — na divisao, ainda que temporaria, entre quem joga e quem assiste: —na observagio de regras de funcionamento, tais como ntimero de par- tucipantes, modalidades de avaliacao, delimitacao dos recursos materiais passiveis de serem utilizados; * na proposicao de temas ou de elementos da prépria linguagem teatral — acao, espaco, personagem — como ponto de partida do jogo; —na aco no aqui-agora, que engendra o sentido. Outro caminha possivel é 0 do sistema de jogos teatrais, criado por uma autora que desempenhou importante papel nos FLA, tanto. em relagio ao teatro de improvisacao. quanto no que diz respeito ao aspecto educacional da sua proposta. Trata-se de Viola Spolin." No sistema de jogos teatrais construfdo pela autora, um conjunto de regras ainda mais preciso cerca a improvisagau leatral feila em grupos: — foco: aten¢4o voltada para um aspecto especifico da linguagem teatral, comw por exemplo tornar real um objeto imaginario, espelhar a agao de- senvolvida por um companheiro, ou elaburar um persunagem a partir da sensagio causada por um fragmento de figurino; 10. Veja. a respeito, seu livro Improvisacio para o teatro, Sao Paulo: Perspectiva, 1979. assim como 9 trabalhos da professora Ingrid D. Koudela, Jogos teairais. Sio Paulo: Perspectiva, 1984 Brecht: um jogo de aprendizagem. Sio Paulo: Perspectiva, 1991. 168 ARTE NA EDLUCAGAO INFANTILE NO ENSINO FUNDAMENTAL — instrugiu: dada pelo professor ou diretor, relembrando 0 foco; — avaliagao: pela platéia, a partir do foco. Vavenciado o processo de jogos teatrais, o grupo trahalha tanto 0 fazer quanto 0 ler e apreciar 0 teatro; o carater estético da atividade é assegurado pela experimentacao coletiva da linguagem teatral. Ao jogar — 0 jogo dramatico na acepcao acima referida, ou 0 jogo teatral —o aluno se defronta com o prazer Itidico, com a incerteza da atitude de outro na a¢ao improvisada, experimentando o mundo em condicées que poderiaim ser caracterizadas como sendo, por assim dizer, de baixo risco, através de um “como se” regulainentado coletivamente. Muito além do simples emprego enquanto instrumento didatico visando & aprendizagem de outra disciplina, as priticas teatrais na escola apresentam um inegavel interesse em si mesmo. Propicia, através do imaginario em agio, uma apaixonante reflexdo sobre o ser humano. (Pupo, 1991, p. 5-8) O teatro no espaco escolar promove intimeras oportunidades de conhecimentos pessoais ¢ culturais. Como experiéncia pessoal, permite compartilhar descobertas, ideias, sentimentos, a0 mesmo tempo em que Promove 0 exercicio do autoconhecimento, do didlogo, do respeito ao outro. No plano cultural, amplia a percepcao e o campo de opgées da crianga e dojovem. Ao conherer farmas teatrais, como 0 teatro de bonecos ¢ o teatro de sombra, por exemplo, eles aprenderao que existem novas modalidades dessa linguagem artistica e que poderao também se divertir e criar com elas. Além disso, o convivio com a diversidade, manifestada em diferentes culturas, expande a percepgao dos alunos com relagao ao reconhecimento dessa diversidade que inclui inovagées de habitos, narrativas ou cenarios. Algumas escolas de Ensino Médio tém, inclusive, grupos de teatro que desenvolvem atividades em hordrios extracurriculares ¢ se apresentam a varios publicos. Com jé ressaltamos, é importante que os professores de Arte estejam. sempre atentos e atualizados para organizarem uma educacao escolar de bua qualidade, em que seus alunos possam efetivamente fazer e apreciar trabalhos em linguagens visuais e dramaticas, bem como em musica, danca METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE 139 ou artes audiovisuais, dentre outras, e encontrar seus proprios tempos ¢ lugares na cultura e na historia humana. Atividades complementares O estudo dos tépicos deste capitulo torna-se mais consistente se realizado articuladamente aos demais, e de tal maneira que os professo- randos cxercitem observacées, andlises e discussées de aulas de arte com ctiangas ¢ jovens. A pratica de redagées de planos de aulas, de projetos de cursos de arte com criangas, acompanhada de discussées e comparacées, possibilita um melhor entendimento dos contetidos propostos. Finalmente, a experiéncia de pesquisa ¢ 0 convivio com a produgao artistica infantil facilitarao a compreensao do processo educativo em que se da a formagao estética da crianga. Sugerimos ainda, * Veriticar na regia du cidade a existéncia de espacas especificos para as criangas e jovens entrarem em contato com a produgaéo artistica de autores locais e organizar visitas com os educandos. * Procurar conversar com 0s colegas de outras areas de conhecimento e disciplinas, viabilizando assim um didlogo da drea de Arte (¢ suas varias linguagens) com as demais areas de conhecimento do curriculo escolar. Leituras de aproftundamento BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da Arte. Sao Paulo/Porto Alegre: Pers- pectiva/lochpe, 1991. BRITO, Teea Alencar. Miisica na educagdo infantil. S40 Paulo: Fundagao Peirépolis, 2003. COLL, César e TEBEROSKY, Ana. Aprendendo arte. Contetidos essenciais para 0 ensino fundamental. Sao Paulo: Atica, 2000. 190 ‘ARTE NA EDUCACAO INFANTIL E NO ENSINO FUNDAMENTAL. KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos teatrais. Sio Paulo: Perspectiva, 1984. NAPOLITANO, Marcos. Como usar 0 cinema na sala de aula, Sao Paulo: Contexto, 2005. SILVA, Roseli Pereira. Cinema e educacio. Sao Paulo: Cortez, 2007. SNYDERS, Georges. A escola pode ensinar as alegrias da musica? Sao Paulo: Cortez, 1992.

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