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segunda parte, a fim de ver em que medida e por quais meios é assegurado 0 Japa dos homens & terra, que se pode, desde jé, considerar um dos tragos fun- dementais do sistema feudal. A DINAMICA DO SISTEMA FEUDAL Fragmentagav politica, fixagio espacial, encelulamento: tantos termes que, segundo a historiografia herdada do Iluminismo ¢ do século xx, deviam ser a3s0- ciadlos a uma situacdo de desordem, de regression ou, ao menos, de estagnagio. fa, € 6 desenvolvimento e dinamismo que preponderem. 4 desevigti dessa tencléncia deve, ainda, integrar dois elementos tides, por muito tempo, como ccontrarios 8 ldgica do sistema feudal, mas que, como se quer salientar aqu, dlizem respeito plenamente & sua dinmnica: a cidade ¢ 0 poder monirquico. O desenvolvimento comercial e urbano Se as trocas comerciais nfo eram inexistentes anteriormente, a mudanca é clara so fim do séeulo Xt e inicio do século Sit, Enquanto a Alta dade: Média era mar- cada pela tripla supremacia bizantina, mugulmana ¢ escandinava, uma alterae {30 de conjuntura opera-se, enti, a favor do Qeidente erist2o, permitindo um desenvolvimento comercial mais vigoroso, tanto no nivel local como no regional ‘ea no continental. Como foi visto, © dinamismo do senhorio implica, desde 0 fim do século Xi e, sobretudo, no século Xi, um aumento das trocas locals. Mercados regulires, hebdomaclirios ou mensais, na propria aldeia, na cidade péxima ou, muilas veres, também no antepiteo do monastério vizinho, dao Jogar a uma intensa eireulagao de produtos, também alimentada pelo desenvol ‘mento das ofieinas senhoriais. Os camponeses veridem pros, gado, ovos, aves ‘diverse pradutos de um artesanato rural emergent, tals como a verdmica, trabalhos em fibra, fios € modestas peas texteis, ao mesmo tempo que trazem Gh cidade Ferramentas, cera, peixes salgados ou cerveja, entre outros produros ‘Gjgura 10, nas pp.152 € 153}, Em um nivel mais amplo, a tecelagem ea meta Jargia stio os dois suportes principais do comércio. Assim, a Inglaterra vende seus metais e, sobretndo, a Ii de seus numerosos rebanhos a mercadores do ccontinente, antes de se langar ela prépria na produgio de tecidos em la, no século XII, Ela alimenta as farjas e a produgia de ferramentas agricolas, de pre~ 0s € facas, que prosperam em Flandres, em Artois € nas regioes virinhas. Af Acivasagho reusat 143 também se concent uma produc de tecidas em la de grande reputacda. ‘exportaclos para a Alemanha ¢ até para a Reissie, mas principalmente para a regides meditersinens, em especial por meio das feiras de Prejus e de Arles A esse efxo Noxte-Sul, sem ddvida a principal via eamercial de entao, 6 precise acrescentar uim exo Leste-Oeste, que se afirma a partir de meados do sécule Xi, com 6 deseavolvimento do comércio na regio béltica, dominada pelos mer cadores alemases, organizados em uma vasta tedle de cidades e le armazéns: = Hansa. Eles exportam sobretudo gras, peles madeitas provenientes do leste do Baltic, até a Europa Ocidental e a Inglaterra Enfim, o Mediterrineo acidental €liberado da dominagao magulmana, sol a age dos pisanos e genoveses, dos catalies e dos normandas, que recuperam a Gorsega, 2 Sardenka, a Sictla, as ihas Baleares, e devolver a seguranga a0s por tos do Sul da Franga, Resulta disso um desenvolvimento das vidades costeizas italianas: Amalfi ¢ Salerno, ss precursoras, s8o logo destronacles em proveito, de inicio, de Pisa e, em seguida, de Génova e Veneza. Estas tiltimas encarregam-se, eno, das trocas entre Ocidente ¢ Oriente, beneficiando-se de privilégios e de ‘monopiéilios em Bizincio, como é 0 caso de Veneza, e, depois, instalands arma- ens € desenvalvendo seus interesses em todo ao Mediterinea oriental, até Antioquia e 0 mar Negro. Af, eles compra. produtos ada ver mais requeridos ‘no Ocidente — sed, algodgo, agticat, especiarias, marfim, ouro, perfumes — ¢ vendem tecidos do Norte — lis, 6leo ou sal. Essa expansio em diregio no comés- io distante forifica a8 cidades italianas e leva, no séeulo Xi, a uma evolugio notivel, Os mercadores do Norte tém menos razio de descer pura a peninsula Para vender os proditas que os italianos levam até 0 Oriente. A produgio meta- higica aumenta na préprie lili, assim como 6 artesanato text, estimulado pela Jmengio do tear horizontal, Trata-se fundamentalmente da fabricagio do tecido dle la, que ard a fortuna de Florenga (0 céhamo ¢ 6 linho permanecem sectm= dirios, assim como a seda que, entretanto, comega a se desenvolver no fim do séeuilo x1). Doravante, so os mercadoresitalianes, qualificadas genericamente de“Tombardos", que atravessam cada vez com mais freqQéncia os Alpes para ven- der seus produtos na Franga e na Alemanha. £ 0 seu avango que conduz a situar no centro da Europa a zona das trocas comerciais mais intensas, originando, assim, as Feiras de Champagne. All sto negociados os prochitos do Norte e do Sul, em particular das duas regioes mais ativas — Italia e Flandres. Diferentes dos mercados, mais regulares, as feias so aglomerases de perivdicidade fraca, ‘com freqiiéncia anual, por vezes semestral ou trimestral, dotadas de privilégios ‘rela autoridade fundadora estreitamente eontroladas por ela. Elas existema em todas as regioes do Ocidente desde, pelo menos, 0 séeulo x. As feizas de (Champagne, fundadas em Provins, Troyes, Bar e Lagny, conhecem um sucesso 14 Sime Wabet ‘ecepcional desde « primeira metade do século Xit e durante © século xm, a0 ‘sen do qual comega seu declinio. Nota-se af a vontade manifesta do conde de “CSempagne, que se preocupa com sua boa organizacao, garante a proteg3o aque “= que delas participam e destina uma parte importante dos rendimentos que sina para a Igreja. Sinal deste desenvolvimento das trocas, 2 cunhagem do ‘ero, abandonada desde Carlos Magno e, de inicio, tentada em 20 com de prestigio por certas prineipes, & retomada com sucesso por in “es cidade italianas (0 genovés, em 1252; no mesmo ano, em Florenga, 0 flo- “sen. que sero modelo de todas as moedas de ouro do fim da Idade Médias final- -sente, o ducada de Veneza, em 1284). Esta 6a melhor prova do desenvolvimen- “se-dessas cidades e de sou papel no grande comereto. A.reafirmagao do fendmeno urbano na Idade Média Central est associa- “ & desenvolvimento das atividades artesanais e comerciais, Mas a fungdo “estar e, sobretudo, a presenga de uma autoridade episcopal, condal ou princi “gesce, que suscita a manutengio de uma corte mumerosa e cria um efeito de », sdo igualmente decisivas. Estas dltimas permitiram, de resto, ¢ manu dos niieleos urbanos durante a Telade Média e, mesmo quando o desen- -ento artesanal e comercial faz sentir seus efeitos, elas continuam com fre- ia a ter papel significative no desenvolvimento mbano, Além disso, no 0 especifica da Reconquista ibériea, 0 rei, grande distribuidor de terras, nas cidades para controlar o territdrio, Em especial em Castela ¢ Leto, concede precovemente fueros aos miicleos de povoamento preexistentes ou dos, Ele estabelece, assim, autoridades urbanas (Comcgjos), as quais -=le o conjunto de bens reais (realengo) situados nos territérios (alfoz), que om da cidade. Se as numerosas cidades estabelecidas ao nerte do Douro, se 05 séculos Xe xt, Gevem compor com os padleres senhoriais e eclesidst q0e S20 como enclaves em seu dominio de competéneia, a5 cidades situadas » Douro ¢ 0 Tejo, que coespondem a uuma segunda fase da Reconquista, um aifoz extraordinariamente extenso (por exemplo, Segévia ou Avila) ‘sso mais homogéneo. Um outro traco original ds politica dos reis de Castela ‘Seplantagdo consciente de uma rede de pequenss cidades, por vezes criadas cagrupamento de algumas aldeias e destinadas a reunir uma populagao da de oitocentos a 2 mil habitantes. Fsse modelo da villa, que permite uma de controle do territério intermediéria entre a da aldeia e a das cidades “=nportantes (civites, ciudad), teré papel significative na implentagio hisp- 20 Nove Mundo (Pasenal Martinez Sopena). Se os mativos as citcuns- variam, a tend@ncia é manifesta: as cidades do Ocidente conhecem um ‘ee crescimento durante a segunda metade da Idade Média, De inicio, for- Durgos em torno das muralhas antigas: sfmbolo da renovagay urbana, A ewiLtaagno Feupat 145 também se concentra uma produgio de tecidos em It de grande reputa, ‘xportados para a Alemanha e até para a Rtssia, mas principalmente pars regioes mediterrineas, em especial par meio das feiras de Feéjus © de ‘Avesse eixo Norte-Sul, som dvida a principal via comercial de entao, & pre acrescentar um cixo Leste-Oeste, que se afirma a partir de mendos do sé Lut, com 9 desemvolvimento do camércio na regige baltiea, dominada pelos adores alemaes, erganizados em uma vasta rede de cidades ¢ de armazéns Hansa, Eles exportam sobretudo gros, peles € madeiras provenientes do k do Baltico, até a Europa Ocidental e a Inglaterra Enfim, o Mediterranco ocidental ¢ liberado da domino gubmana, a agdo dos pisenos e genaveses, das catules e dos normandos, que rectperan, Cotsega, a Sardenha, a Sicilia as ilhas Baleares, ¢ devolver a seguranca aos tos do Sul da Franga. Resulta disso um desenvolvimento das cidades costek itaianas: Amalfi e Salemo, as precutsoras, so logo destranadas em proveto, infeio, de Pisa e, em seguida, de Gnova e Veneza, Estas tltimas encarregam-se. ‘entzo, das trocas entre Ocidente e Oriente, beneficiand-se de priviégios © monopalios em Bizancio, como ¢ 0 caso de Veneza, e, depois, instalando arm xéns € descnvolscndo scus interesses em todo 0 Mediterrineo oriental, ote ‘Antioquia e o mar Negro. Af, eles compram produtos cada vez-mais requeridos no Ocidente— seda, algodio, agticar especiarias, marfim, ouro, perfumes —«: veridem tecidos do Norte — las, 6leo ou sal. Essai expansio em direcao aa comes. cio distante fortifica as cidades italianas e leva, no século XH, & uma evolcse notivel. Os mereadores do Norte tém menos ravao de deseer para « peninstile para vender os produtos que os italianos levam até @ Oriente. A produgdo met= {rgica aumenta na prépria Iiélia, assim como 0 artesanato text, estimulado pels invengio do tear horizontal. Trta-se fundaimentalmente da fabricagio do tecide deb, que fard fortuna de Florenca (o ednhamo ¢ o linho permanecem secim dlénos, assim como a seda que, entretanto, comeca a se desenvalver no fim do século x1). Doravante, s4o os mercadores italianos, quahificados genericamente de “Tombardos”, que atravessam cada vez.com mais freqiéncia os Alpes para ven= der seus produtos na Franca e na Alemanha. E 0 seu avango que conduz a sitar no centto da Europa a zona das tracas camerciais mais intensas, originando, assim, a8 feiras de Champagne. All sio negociados os produtos do Norte € do Sul em particular das duas regi ativas — Ieslia ¢ Flandres. Diferentes dos mercidon ma eles, a ems eo plomerGes de price face com freqiiéneia anual, por vezes semesteal ou trimestral, dotadas de privilégios pele sutrade funda e eteitamene ontaldas por ela, Elan exter torlas as tegides do Ocidente desde, pela menos, o séeulo x. As feiras de ‘Champagne, fundadas em Provins, Troyes, Bar e Lagny, eonhecem wn sucesso 144 jévme Bacher les dio seu nome aos “burgueses”, até que termo seja retomado para desig: nar conjunto dos habitantes da cidade (a “burguesia” no sentido medieval no tem, entdo, nada a ver com a classe que geralmente designamos por este termo, pois ela inclu tanto cavaleires como trabalhadores assalariedos que residem na cidade). Quando os burgos atingem certa extensdo e nao esto lange de s¢ ju ta, sfo ccreados por uma nova murah, no mais das veres construda a0 kingo do século xi, Depois, como 0 atesta o exemplo de Florenga, na primeira meta- de do século Xiv, o crescimento torna necessiria a edificagao de uma terecira ‘mucalha que, no minimo, dobra a superficie intra muros(iustracao VAs maio- res cidades atinger, ent80, 200 mil habitantes (Parise Milo), 150 mil (Florence, Venera ¢ Genova), ou beiram as 100 mil almas (Gand, Bruges, Londres, Colonia eTreves). Mas, fora estas prestigiosas excegtes, @ maior parte das cid des nao passa de 10 mil ou 20 mil hubitantes. E, alids, no ntvel mais modesto ‘que comvém considerar a escala do fenémeno urhano medieval ¢ de sen desen volvimento: enquanto cerca de apenas trinta cidades atingem os 5 mil habit tes antes do ano mil, elas sic mais de 150 por volta de 1200, Enfim, além do V1. Planta de Florenga: mutalhas do fir do séeullo W, de 1172.€ de 1299-1327, 146 jaime Becket “emescimento de cidades antigas, numerosas cidades novas sdo criadas, tanto no Sel da Franca e nos reinos hispanicos como na Alemanha. Sobretuda no séeu- Se cull, surgem em toda parte cidades cujos nomes nao enganam: Bastide, ‘Ywlenewve, Villanueva... Suas plantas em tabuleino, facilmente reconhectveis, -edicam uma iniciativa planejada e as distinguem das cidades antigas, cujo ere Sento se opera, em geral, segundo um esquema concéntrico, detesminado ‘pebss vias de acesso (ilustragdo VM). WHE Duas cidades novas com plantas em tabuletro, erfadas na segunda metade do “ssculo Milt! Mirande (ao nerte dos Pireneus, fundada em 1285) e Soldin (Brande- ‘Se=m, fundada entre 1262 ¢ 1280), ‘O mundo das cidades © desenvolvimento das cidades da lugar a um fendmeno sobre o qual a histo- ‘eerafia herdada do século XI gostou de insistit: a formagao das comunas, mut ‘sss vezes apresentadas como 0 resultado da Iuta triunfante da “burguesia” em “ess aspimagio revolucionaria por hberdade”, rompenda com uma ordem aristo ‘exitica e feudal que tendia & imobilidade (José Luis Romero). fi verdade que -comega a circular, entio, o ditado segundo o qual “o ae da cidade torna livre”, € “2c # constituigdo das populagdes urhanas em comunidades (con:menitas, wri= sesitas) dotadas de uma personalidade juridica 6 em geral adquirida com gran- 4 luta no decarrer do século Xi. Mas seria errado decalcar sobre essa época ‘==a concepgio moderna da liberdade, pois as liberdades naquele momento ‘censistem essencialmente em obter franquias urbanas (por exemplo, a isenco Avcivnuizagae reopen 147 de diteitos senhoriais, em especial sobre us mercados ¢ os pedigias, ox « bilidade de cobrar taxas por sua propria conta) e privilégios permitinds ‘organizagzo politica antdnoma (conselho e representantes eleitos), 0 exerci de uma justica propria © formagio de milcias urbanas. £, verdade que o mento comunal, por veres, leva a afrontamentos violentos, coma em Sar de Compostela, em 1116, ou em Laon, onde » bispo 6 assassinado era 1 (€ este ultimo exemplo, Tongamente deserita pelo monge Guiberto de Ni que The inspira a famosa frase, tomada paradigmitica na histori ‘Comuna, palavra nova, palavra excerivell”, Entretamto, com lregiténeia v também duques ou condes, tais como os de Champagne, exercerem uin favorvel para a origem das comunas, De fato, aformagio das comunas w € paralela 2 afiemagao das comunidades rwsais ¢ 8 multiplicacto de sues de franquia. Assim como estas tltimas, as eartas urbanes sie muitas vezes to de um acardo negociado e sem violencia, neste caso, entre mereadores, a tocratas ¢ autoridade condal, por exemplo, para a instituigo do cargo dos sues, que exercem 0 poder nas cidades do Sul da Franca. Alhures, é 0 p rei que concede franquias em massa, mus com freqtiéneia ele se reserva 0: to de nomear as principais autoridades municipais, como em Castela © Paris, onde o rei da Franca evita permitir © que ele concede &s outras ci do reino, nas quais vé um apoio e um til reforco militar contra seus vas insubmissos. A idgia de um choque entre a “burguesia” (tida, de saida, supostamente revohicionaria) a aristocracia (necessariamente feudal e co vadora) aparece, entia, como uma projecio historiogréfica pouco Fundads. fato, a principal hastilidade a formago das comunas vem dos clérigos, ¢ & © bispo conserva maior contrule das cidades que o movimento leva mais ‘mente ao afrontamento violento. Assim como em relacao a anacrdnica nogio de liberdade, devemos duy dda suposta “democracia” dos governos urbanos. A cidade, fortemente hierarqas ‘ada, esti nas mos dos mais ricos. As comunas do século Xl so Froto de cconivéncia entre a aristocracia cavaleiresca e a elite dos mestres de offcios. ‘ej, apenas um punhado de homens. Por mais surpreendente que isso parecer, « aristoctacia é muito presente na cidade. Quer se trate das cam: ominanies rorais que se instalam na proximidade da corte do bispo ou do eo dos quats sie vassalas, quer de simples servidores que vivern ne citculo de senor, com freqéneia 0 grupo de milites representa um décimo da popu urbana, em particular no Sul da Franca ¢ na Italia, onde o fenémeno urbano desenvalve precavemente € com maior amplitude, mas também em ou regides, nus cidudes em que residem reis ¢ principes. As familias aristocréticas detam a posicao de desteque na cidade, imptiem o respeito pela forga militias 18 Jame Bacher Sepressionam por scus palicios, pela abundancia de seus servidores domést ‘ess. pelo fausto de suas festas e de seus deslocamentos, Ao mesmo tempo que, ‘por ve7es, investem nas atividades produtivas ou comerciais, como armagio de savias em Venera, 06 aristocratas guarnecem a cidade de torres, superando & centena em Florenga, Verona ¢ Bolonha, mas também fora da Italia, como em Ratisbona, onde elas chegam a oitenta, A fungdo militar dessas torres responde ‘snevessidade das lutas entre clas e partidos, mas seu caniter simbsllico €, pelo scros, igualmente determinante € conduz @ uma intense competicso para ‘entar em altura. Embora residindo na cidade, os aristocratas permanecem liga és 10 mundo rural pelos seus bens fundiivies, cuja gostto delogam a homens “de confianga, e pelos seus lacos familiares ou de associagto politica com os oasinantes que controlam as aldeias ¢ as eastelos rurais. As grandes familias, corre as quais 08 Colonna e os Orsini que, gracas aos favores pantificios, con- ‘eolam Roma ¢ sues vizinhangas a partir do século Nit, os Bardi em Florenga, 05 “Yscoati em Mikio ou es Ziani em Veneza, possuem 0 essencial do solo urbane, -conrrolam o alto clero (no ¢ rara que a metade dos bispos e cOnegos seja origi- ‘niris de suas fileiras}. Mutitas veres, essa arstocracia urhanizada est na pripria ‘engem das comunas encampa seu governo, ao menos até o fim do século XI sidera-se com freqiiéncia que 0 governo urhano tendle a passar, entio, ‘porvas maos dos principais mercadores e dos mestres de oficins, que formam © gee se chama, na Itilis, de popolo grasso, 0 qual se apéia sobre popelo minw- & pxra afastar scus antigos aliados aristacraticos. De Fato, € preciso, de prele- ‘=ncia, considerar que, ao menos nos séculos NI € Xt, os mercadores € 0s arte~ ies nfo formam um grupo a parte, claramente separado da aristocracia dos seelies: cles estdo amplamente mistursdos ¢ se fundem, 4o menos parcialmen- ‘=. n0 seio de uma elite urbana que combina atividades artesanais © metcantis, ‘com reivindicagao de “nobzeza", espivito contabil c étiea eort2s. A despeito de “exiquetas por vezes enganadoras, os conflitos urhanos, em geral, paetn em com: Sonto facgbes da elite, que so, € verdade, distintas, mas que se situam socio ‘eecamente muito préximes, Nem por isso suas lutas so menos intensas e, por s

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