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BOLETIM OFICIAT, do MINISTERIO DA JUSTICA ANOT No Lisboa, 26 de Novembro de 1940 Discurso do Ministro da Justiga, Vaz Serra para o qual aquele predmbulo remete BOLETIM OFICIAL tn | MINISTERIO DA JUSTICA “| ANO I “ONS T USBOA, 26 DE NOVEMBRO DE 1940 re £ wna 8 3 “day DISCURSO DO MINISTRO DA JUSTIGA ‘pound oa sale aera es Taal, om Ye Guat 180 ' . brea, hoje, solenemente, os tebals jucns e esta sessto des- tina-se a chamat a atengio de todos os que lntervém na actvdade dos tebanse para a grandeza dos objectives que servem e para 2 alla fngte fem que labora, Esa &, pls, como que una retnto magna da fall use, para que foram convocados, aio 26 aqueles 4 quem cabe sdaiisar juste, tas fados 08 que com éles cooperam. E a todos que se dirgem, antes de mals nada, 25 minhas saldagses, com o respello merecido 208 que ferereem nobremeate uma fungio que, pels fis a que vis, ao podeia ser mais elevada e, pelo eldrgo que exige quando bem exercia, mals ‘apleon toruranie. No limiar dos novos trabalhos, conver que nos reclhamos um smomeslo, para meditarmos stbre a responsabilldades da nossa condito, nce prepararmos, com falno puro e relectdo, para as daras tress (que oot esperam. ‘As vossas proses slo daquelas que requerem um permanente cexame de consiéncls. Todos ajueles que algun vex Uverem que julga, Dromover,aconseiat ou plelesr, eo fizerem com o propésito de hones- famee encootrarem a soluslo recta, sabem como: é dif © pode ser ‘angedieo, por etre os inleensesdivergeates das pares, o ambiente de patito em que se desenvolveo liga e a complesidade do dire, des- Gabir a verdade e, depois, a norma que devers ser apliads 8 hiptese coirovertla. ‘Tratase, meus’ Senhores, de profistes que 36 por voragio podem ser exeridas ¢ que reclaman, por sto, aaqueles que 48 escolhen, am Ghumimento de conscitacia, oma agprapSo tuperor, um fogo expiua bean vivo, que of solicte, sravés dos etereates que se degladlam, para FFaz-se mister que todos tenbam sempre dante do olos que a sua actvdide deve dligi-se & descoberta da verdade e 4 solupo acertda, por mallo que isso custeo sacri de quanas lenlagbes possam pro- Cara desvidlos daquele camisho. Quen asin nfo fcr, araigoard © Estado, a comutidade nacional ¢ os particulares que ofleconfiaram, © forearse-d, por conseguite,ladigno de servir uma fuaglo que fol cada para ar a cada om 0 que fr se, ANO 1. NP 1, DE 26 DE NOVEMBRO DE E, pois que € preciso, para vencer todos os sbaticulos que podem copdese a tte resultado, mula fOrga de vontade e uma alma bem fr~ mada, serena e esclarecia, pode dizerse que hdo-de ser excepcinais, onsiuindo um Verdade(o escol, uma genulna maghtratura moral eine Tectual, as pessoas a quem devem ser enregues We Ardoas, mas também Ho honroses fanpbes. ‘Os jules, em particular, guaas do Direlo, devem represenar © ‘que M de melhor na Sociedade civil e ser, portant, o exemplo e o orgu- Tho do sex préprio pov, io deve, porém, esquecer-se que o jus, em principio, ato & sents © executor da el e que lem, por faa, que subneter-se aos julzos de Walor imanestes do direito positive, por malo inusos que the paecan. Muito seo tenlados a ver ‘isto uima degradagdo da sua act dade, em conaste com as exigénias do seu esprit. Ena verdade, tragico 0 conflio em que 0 magistrado pode vere, entre 2 prescico 4a lel Ijsia a norma que se Ihe agra a regulanestagt Weal do caso ‘submetdo A sua aprecagio E pode piecet que se toma pretiso viola far a son conscltncia para cumprir 2 lel ¢ que lal saclclo & dema- siadameate pesado, ¢ tanto maior quasi mais apuads f6r 3 consctncis do jligaor. ‘at's tetagfo para substur& sologo legal solo jut, 3 et escria ale moral, 20 arbitro do legslador 0 proprio arbi. ‘Alwando-se que’ o tibusal nfo pode sanconar uma injostga ox ‘und tmoraidade, formular-se-8 para a hipétese em causa a solugfo que paregasatstazer as reclamagiea da worl ou da justia. ‘Mat ext atte nlo teria jsteago. Além de ser contréia ll express, alo teria, ea'si mesma, fundameato. ‘Com efito, opbr-se-theia o artigo 16: do Césigo Civil. que mands na apleapo do dito, atende, antes de mais, 20 texto ¢ a0 espiio da Ie 0 qe canes pede o as de preserve» apap dt onde ls exist. io nfo & stato coer, pot segundo «Contin, 0 poder e fazer les, ito de ordenar, com fren vinclante & coaciva, as els (Bes da vida; compete a outros orgies, que, brevis causa, designarel or legisladar. 10 joi, quando houver lel que preva @ cas, ato tem o poder de exortitar do quadro da le, erigadovse em legisador. A sua funglo € fexeutile, mediante = gua aplieagio 20s cases conrelos, i relagBes pa Wealaes da vida. ‘No bi iio quaigeerdeminigto do prestige 0 do valor da ago do ui, nem te pode coasiderar-se aqui, quando lel fr insta ou mo fal, com partcpando num injustiga ox kmorlidade. ‘Note-se, em peimeio lugar, que bem pode suceder que lel con- teaha, ltenclonalmente, disposgbes ijostas on Inari, 90 que nfo hs rnenhuma contradicio essen, visto que o diet, se ber quelimpregnado rnormalmeate de morale de justia, ¢ cosa diterente dela, pois 0 set fin ‘slo > realizado da moral ou da justia, mas a reguamentaco ceactiva as relagdes dos homens, de modo a evtar ou resolver os confitos qué ‘entre Hes podem surgi. OLETIM OFIGAL DO MINISTERIO DA jUSTICA se tate fim & alingido, em regra, por melo de areceitos de teido moral ou inspirados numa preocsparto de justia, também pode fscontecer que 0 se por forga de aormas de outa naar. TE que podem inlet, 20 espito do legslador, consiceragbes que, acpesar-de no astegurarem ums jostga perlta, se the afiguram mais fadequadas & reliagdo da ps2 jrdcs, Fi prime e sino do Direlto, Hala om vista as normas que se proptem una dedsto répida (pra- os, preserigo, muitasdisposighs de processa) ou a prevenedo de con- {roversias futres, coma a8 qUe exigem cert forma ara a validade de negéelos juridices ou 36 admitem a demonstrgio do lic com determi- fads meios de prova. Em casos dtses pode o tsar de drelto perdt-o $6 porque delxou ecorrer 0 lapso de tempo Exado ea ll obiendo a pate conrria uma ‘vanagerm, que pode parecer injsta ow moral; ou, com a exigtacia de ‘eta forma ou de certo melo de prova, pode o crédor 0 propietirio. por xemplo, ver desconhecldo 0 seu ditello 86 porque aio pode exbir ov Droduzir a forma prova exgia pelt lel conseqUnda que ainda sera . inal grave quando esa Impossbldade dervarprecisamente da covfanga eporiiada aaquele que dela vem a aproveliarse. . (Mas, acima de quaisquer preocupagdes de ordem moral ou Seati- ‘mental, 2lelorenlouse no sentido [é expost, plas vantagers que dat ‘2ivém para a cerieza do direlo, para a necesidade de que fene, quanio possivel ene os homens um estado aio litgose, de segrangajuridica 'O legladr, que deve legisla tendo em conta as ealidades © todos os Inlereases em apreiagio, vé-se, asi, forgado por Vezes # considerar Deferivel 0 crifio da justia 2 dear malptcar og Igoe cu grolon- ar-se aoa duragdo, HA aqul concessGes da verdade mineral & vantage uma decisto prota da causa ou da prevengdo del. (Cosa ansloga pode dar-se com dipasigies lenis destandas a de- {ender os intecesses de terceios, como seam a8 que esldelecem o regis redial, a tegra das perieagas ou partes integrates, os ogéciosabslractos| ‘eo tilrio da declaragao na Inarprelagdo dos negécos Juris. ‘Em qualquer destas hipéteses podem produnt-se resliados sus- ceptivels de parecer imorais ou isusios a: ceros espitos, vendo-se 0 fadqutente desttuido do seu dielio em virude de posterior ansnissio feglstada; o alienate privaco de cols afecadas 20 servgo da cosa alle hada, enbora odo fesse sua vontde tansmll-lsjontamente com est; ‘0 subseritor dum egécio formal ou abstract compelco 20 campdnento a obrigagao, a-pesar-de esta no ler causa; ou 0 decarane vincalado plo sentido objective da sua declaragto, nfo importanco se coincide com, {sun Vootide conereta ou com 0 conteido psccigico que com ela, quis, fradasit, Visto que 0 legislador lem que abracar-arealidade em t8da a soa amplitde, considerar e valoar todos of ileresses que podem ser ‘Singios pela tel, vlste nbrigado a eilar normas que podem por vezes dar agar 8 staagdesvileafas, mas que oe juslicam pela necesidade de citar malores males, ‘Trat-se, em todas estes emergéncias, de les gut proposiadamente se desviam dua regulameniagio que sempre toraste.possiel 0 res- Dello da usta, ov da moral, mas que alo sto destituldss de fundamento, salllente. ‘Procorar, em presenga de les desta espe, afstar com qualquer ANO LM 1. DE 26 De, NoveNaRO De 10 de ety IU eal 46 porve teem osetia de jen Sins” 8" manent preset lg e escmear ns cease tnepirem. sr ae ae ike nlenclonaleste que a I consgea. solutes sates Rens. & eno, 3 possi do jos pie since ees Vase ett olegladr ato tex una complelasprecisto dos inte (oe deve ot, 2 1, formulads precptadament sto sy sattees oer Comesonder a um det uso cavenentes pane oes onda en ade apatecineto dallas concn nay et a ee tala ue a Teja maguea pace I wo ea rca mint Pde ver out arontada a sua consdtacin. pois a obei- dec, ants i GBH te memo injust, € taem om deve se ee sitaca, que ojulz no pode ad, PMpreitte a It como dis um excior, sinipendenteente da ora, eat SOME, pela sun simple ete sean ne inode tee, finde, em compeaaro, ns exter See slat gus olen pela mera exttoc fo pesln Conese Gee ara Go Asie € um valor moral, mas amber cert We se trate de wma el injstan . en aE Tce lieu 0 pont vis do igo, setanne.Ate ale da caters pevisldade de ores ee tendenatraente& sobrepor& ie a purs ete elas Pet. tabendo sue, sec cere segura do dito, ato {SESH exclisivamente & letra df sem ivestgnr © © julz se cata pace tl Be el se destin a revelar poe seeder eae nee rete pea les, quanda ae tne adequate geet relads, logo se mostra jstistian, pita de gD ode derse qe oma ato est alms ‘0 espiito do julgadr. un dle eudnea Fo concus do que ea dogo sia tan smples magna de execugto das precise joe ‘como cabe-he cam papel nda coe cal ole S0cSTIM OMCIAL DO AanSTARIO DA FUSTIGA Indor nu detesa dos interenses du comunidade, enbora numa posefo depen- dente e subordiadas. Com efeito, nfo s5raras veres & univoco o texto legal © que dean 10 juia alguma liberdade de interprelagio, como sucede trequentemente (que a lel se 080 pronancia sobre o caso sujello 0 tuna, 0 que pode Implar lacuna 2 prencher, Entdo,t ndispeasivel completar a obra legislativa mediante iner= retagto ou tntegragio,e nesiaacivdade move-seo juz com cera lber- ace, Nao coaseatem 06 lines fatrals dete dscurto que procure focar ‘odes, nes mesmo a malor parte des aspectos de to dices problemas, ‘qe a0, lodavia, a base de todo 0 trabalho. do urs pric, sem 09 {ati dle afd pode raznivelmente dar um paseo. Permitiome-el apenas aud a alguns pontos que me parecem dignos de especial refetncia ‘Algumasdourinas moderias ttm alargadoconskeravelmente 0 campo de acgdo do fuz, quer na iterpreagio, quer so dominio dus [acuna. ‘Em maria de inerprelagio, porque substiem 30 eilro trae ional, que anda lnvesigar a vonlade concrela o lgislador, sm extia objectivista e ctualta, segundo o qual ointsprele deve decir de hat~ ‘mona com 0 setido que, dere os permitidos peo texto ¢ pelo sistema, The parecer mals adaptivel is necesidades ¢ 4 adequada oligo do caso ‘nb jude, Em mata de lcanas, porque, devendo elas ser preenchidas elo recurs & analogi,e, depois, em conformidade com o deli natural (Cod. Civil art 16°), 6 se reputa verdadero, quanto analgis, 0 méndo ‘onhecido por sjursprudéaca dos Inereses», e, quanto 0 dist natu Se confere'20 Juz a facaldade de car diel, como ae fra leilado. Mais ainda: sendo evidente que, nem sempre que a lel deca de pre= ver uma hipdtese, se pode afrmar que estamos em presenga dum Inna 4 lel, porque o dretonio pode ter a pretensto de regular todas rela- ‘es dos homens, mas simentealgumas que se flga preciso eanconar Foactvamente © havendo, portato, a neceasidade de delimit a eters de cyto do dlrelto,separando-a do’ chamado «espago livre de dros o¢ deuo Jordico ~ entendem muitos que haverd lacuna, a preenher faridica- mente, nfo apenas qutndo a li revele querer tala jrdicameateo caso (como quando regula deersiaada rlagso da vida, mas deixa afgumaquea- tes sem solugio), mas também quando o lz crela que 0 ca, indepen deatemeate de qualquer maniestagdo da lel nese seni, merece regula- imentagdo jie, ou porque extraia essa conviogo da sua prépria meats pponderadas emboratodss as ctcunstincis, ou porque Iso reste da op ‘ldo ou seutnenojurcien do povo ou de ceria classe. de, Seja como fr, adaitam-se ou ado todos estes ponies ée Vsta—e st a verdade de alguns & orlemente dscutvl, como o citro objects Interpretago da lel, a de oatros nfo. puree st-1, como acontece com todo dajrsprudéncia dos interesses ~ sempre tra cero que a ae¢80 iz vem a se alargada muito além do que contents os eanones co dogmas traticionais da interprtagio da lel ou da integragdo dis suas Iacinas, claro ésse.alargamento dos poderes do jit, quando ae actite teorlaobjectvisia da interpelagzo ab doutnasrelrdas a propSsto do recurso 20 direlio natural eda deinilagdo do espago[aridco Mas ¢ ta ANO IL Nt, DE 26 DE NOVEMBRO DE 196 ‘bém dlaro 0 mesmo resultado com 2 frspradéncia dos ineresses, ques ‘brigando 4 aprecar a8 relagbes da via pelos iteresses que nelas s¢ ‘optem, 26 v2 analog onde, ponderados 0s nteresses que a decisto pode Sectar sels de concur que 2 mesma razZo que jstiicadeterminads regu Tamentagao do caso previso[utifenregulameatagSo andloga do exso que fo ado ext, Abandonando, portato, 0 logcismo da orienlaeto conceiiat {Grispradecia conceit), 4 pode [8 encontrar a sologt do caso omisso tuna simples dedugto dos pincipios descoberos pela constugiojurica, (gee tnhan a pretensto de valdade geral. Tem que proceder 8 invesiga~ (lo e valragho ds interesses, para que, 26 onde howver a mesma rez30, faja a mesma solupo, asin se formulando solugdes adequadss &reall- dade das coisas © rexpetando as enigtaias duma bem entendida joss Felativa. Ora, logo se vé que, com Semelhante melodo, se abrem novas perspectives acgto do jin, al porque, resringindo = apicaclo da ana- fogia, uments, na mesma medida e autondticament, a regito onde hio-de ‘omiaat 3 solugbes oo dieto natural onde, por consegults, melhor “pode exercer-s a nical do julgador. ‘No posso — nto mo permite o tempd nem a vossa paciénia —ten- tar a anise das doviinas 2 que actbo de alu. Quero apenas acenst (gue, independentemente de outrasconsidragtes, esta extensto dos pode- fee do ut era exttemamente peigota quando tles se nfo confasssen Geatro de Unites, que excluam o arbirio puro e simples. Esses limites So imposlos sobrtado. pela. necesidade de cereza que anima a vida ¢ Sem a qua esta ado podera desenvalve-se em condigbes aceite. Tassel em dois déses ite, que tem amas alta importdacia 12) 0 pimeico & que no ¢lcto ao julgador desprezar os julzos de valor do deto polivo, Mesmo’ quando 0 jul tenha de recorrer 20 cieito bata ¢ fst aja vido como o que ao fuze afigarepreervel. a regs= Tamentage ideal do cao, nfo pode fle abstrair das diecrizes ou ieias ‘ge faforaam 0 dito posto. ° Pols que & 40 lgllador que compete. principalmeste pelo menes, ‘venir a veda jrcn,« imprimt-he a coloraglo que melhor the pare~ te, no podem os jeizas de valor que lunde na leislagzo ser negados (2 lanorafos pelo fle: "Se, por isso iadmissivel que o esplito das decises judas se slastase 36 espi do dieitopostvoe que pudesteassiatr-se 20 expec teal de legisiadre tbunas,gulados por lenis diferentes, sancioaarem solugeslnsusceplvels de conelagio razoivel, (principio da obediéncia & lel compreende o respit, en tanto quanto sa postive, dot uizos de valor ou drectizes qué ela coné. Be modo que 0 sigador nfo deverh observi-los apenas qeando no domi “tio da aclvidade propramente faterprtativa, mas ainda quando, sendo ‘omiso 0 caso, tena qu recorter &lategragio,hipétese em que os jizos de valorda lel exercem o que [és chamew uma acto lngingva. Estsexigtciasatisaz também a necessiade de cereza eseguranga Judes, porque, limitando o arbi do jalgador © levando-o a orientar-se pelo juzos de valor da lepalgdo,facilta uma jurisprodéncia uniforme revise. ‘A importdncia dite inte ¢partcularmente grande nosesiados moder~ nos que, come 0 ost, tomam posiio em relagéo a mils problemas dx idee dt sociedade, que anteriormente se entecia nao thes Interesaren. oLETIM OFICIAL DO MICVSTERIO DA TUSTICA 4 20UETIM OFICIAL DO MINHSTERIO DA TUSTICA _ 8) © segundo lnite consiste em dever a decisto basearse ouma ponderaio, 80 protunds e completa quanto postive, de todos os inte fsses que 2 deciio pode afectar, de manera que esla sea a aplcagto fo cato conereto de una norma absractalgualmente vida pata todos os . ‘Notes sera demals inser neste ponto. (Quer na interpetagdo da le, quer na integragto das suis lacuna, & sempre recsivel dever do julgador considera todos os interesses que ‘ecisto pode tocar, todos 08 aspecios sob os quals pode ser encarado 0 ‘ato pancuar pendent de [elgzmeatoe os mals da mesma aatreza. Seo juiz se deixar Inpressionr polas paricaluidades do caso a resolver #nlo slender As repercustes que a salto vird a ter em oattos ‘catos que meregam 0 mesmo tatamento,é porque oka 20 acidestale nf0 ‘0 aspect jurldicanaterelevante da esptcie vere, nto fazendo, par~ ‘tanto, uma anélise dela de modo a decompt-la nos seus dlversos ele- rmeates, al de a alencio‘sefxar naquele que deve ser decisivo para 1 slogio e que ela ten de comum com outras espécles. esta andlite imcompleta podem resltar grandes males, corendo ‘0 fulgador 0 rsco de formalar, para a hipstese em causa, ma solucio Injostt ou Inoportuna; ou, quando nfo aconteca tal cosa, pelo wienos de { soluelo nlp convr em outras hipdeses que, todavia, o ideal da josea relava quereria que lossem resolvdas ¢o mesmo modo , ello, = tetas otras aplicasolugio dlferene, o que ofende 0 pricipo da jastca relaiva, que a lel mands observar antes de quaisquerconsi¢eragtes der ‘ads da razdo (Cod. Ciel, art. 16%, nu refertocia &analogia e 20 dello ‘ateraD, ou apliea a mesma solujto e dar-se-i a conseqiénca dea parcial, Investignsfo do jalgador, quando apreiou a primetahipétese, determiaar a ojosta ou Inadequada resolugto das outras. Qualquer dos termes da siterativa€ manilestamente contro aos interesses da comunidade pode causaro descrélo ¢ 0 derprestgio dos tribunal. ' ‘Acrescentese que & mals provavel que 0 mesmo ou outs jlzes ‘fiamados a resolver casos anilogos, e em presenga duma dessio pre= tipiad, optem pelo primero termo da alleratva, ito & resolvam de faze esa, a a icra a urea com a, isa Dildade da vida jude. (Ore, & inispensivel que © dito seis, quaio posse, cero ¢ prevsivel a jarispradéacia, Sem que aZo pode saber-se gue ramo deve Gar-se A vida, como deve contala-se ou, duna maselra gerl; como ddevem consitsir-ee telagies jurdins. Jnte-t a isto 2 ulpleagso dos lige, provocada por uma jutsprudéncia lndelinida, com a qual tudo pode tsperatse, e leremos a vid jrdic reduzida a'um estado caco, ‘em que niaguésn pode saber qual & 0 seu drei. pols, imprescindivel que a soligdo adoptada saa cjecvamente rigorota 86 assim podendo asprar& adsto dos autos [lzes e,potanto, | conalugto de una jurisprodéncia unorme 1 Nio basla que ao senlnento frien do jelgadoraparega como bos, eade Jogo ov depois duma invesigapio sumiria, determiaadx solueio. Erearto que muilas veze o jure, em presenga da hipstese, enter imediatamente s soluglo, fem a enuigo» de que deve er reslvida de cera manela, ¢, rellectiado devidamente sObre ela, cncue que 0 eu sentient juréicoo no tinha eaganado, a | ANON . BNO 1 DE 26 DE NOVEIBRO DE 199 Esta descobertaintuliva de drei resulta da intervengto incons- lente de todos os conhecimenios expeitacss do jurista,nlo sex felagio ao conteido da lel, mas também ao alkance e signicasto. doa lmeresses da vida que na espéce se encontran»; por iss, sti tanto i ‘nals fl quanto mls afinado estiver, por aqueles conhecimenios eexpe- vitals, o espa do Julgade. ‘Mas, por mals bem formado-que esteja o espito do juz, a dei- Ho do sentimentojuriico ¢ sempre um Tenémeno inconscleate que carece e ser contimado pela relexto sem que todos 08 eros slo possves, De outro modo, seria © simples arbitio des fuzes elevado a fonts as decades 2 anargula da jorispadtci. w Tas slo, meus Senhore, as considerasSes que, emborsleves, me pareceu oportuno fazer, nesta reabertara dos trabaltes dll, porque elas ‘ontendem com as préprias bases ou orientagbes gaa de voseasctlvidade. ‘Apesar-daslnilagdes expostas e deoutras que porventira deves-.~ sem sinds fazerze, € de suma Importacia a agio do jz, como ada o legisindor na descoberta e clagto do dire ‘ho mesma tempo que 0 dilio procesnual noderno coofers ao uit ‘mals largos poderes,vinos como tanbém — embora se no acclew (6da5, as corestes doutrinsis a que se aludla—nos daminio da fnterpretaglo alee da Integragdo das suas laconas'atendéacia € para chamar jit ‘ooyas e graves responsablldades. . ‘Ambas estas orientagSes coloca, em grande parte, nas mios do Ic, mais do que 0. taziam as concepcées trains, ot intreses, ‘maferiais imateriis, dos homens ¢ da colectvignde, ‘ Tanorta, por isso, que os magistrado, e Lode os que, a sua esfera de acso, devam concorrer para & decisto coreta do gio, cade Ver mals se mosirem 2 altura da fangbo que o Estado hes eotrega ou pelle ‘que exeram,e assim revelem compreendet as neesidades do sea terip. Dent’ dos limites que thes slo lnpostos, faces larga postbi- lidade de ajudar 0 progreso du comunidade, de satstazer as exigtnclas “~ a vida ¢ de tomar o dirt um realidad inisigvel e lecanda, que alo amortega as f0rgas da Naylo, mat as esinule © rvigore. CColaboriss com juz os magistrados do Minstiio Patico,osidvo= sgtdos.e 08 funconiros de jastiga. Todos devem se? auxllares do trbu- fal pois as suas actividades drgem-e iSdns ao im timo da deisto indica. Todos, portanto, devem tet-t0 como empeshados na mesma lla Delo Diet e partiipes da honra edo dever de contr para ose tito. Mees Senhores As calamidades que afigen o Mundo chtaiam os tiomens a sma o prolunda das colss, © momento & propicio, como poueos, para as resolgbes anterss, Formemos, pois, 0 propésite, firme e radicado no infimo do noss0 ello, de servi, com o supremo bem da Pai, 8 mals alos desis 6a vida, ADRIANO PAES OA SILVA VAZ SERRA

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