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ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO. CONSULTORIA-GERAL DA UNIAO CONSULTORIA JURIDICA DA UNIAO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Rua Mostardeiro, 483 - 3° Mointos de Vento -90430-001 - Porto Alegre/RS Foneffar: S13S11 6841 - Eomail: curs agu.gov.br Officio n° 199/2018 — CJU/RS/CGU/AGU Porto Alegre, 22 de novembro de 2018. Ilustrissimo senhor Ten. Cel. Ivan Christie Barros de Araijo 3° ICFEX R. Corréa Lima, 222 - Santa Tereza- POA/RS Assunto: Parecer n. 2030/2018/CJU-RS/CGU/AGU. ‘Cumprimentando-o cordialmente, utilizo-me do presente instrumento para dar conhecimento do teor do Parecer n. 2030/2018/CJU-RS/CGU/AGU, de lavra do Advogado da Uniao Dr. Marcos Augusto do Nascimento Ferreira, membro desta Consultoria Juridica da Unido no Rio Grande do Sul. A supramencionada manifestago juridica trata das condigdes e requisitos ara enquadramento, desenquadramento © reenquadramento como microempresa ¢ empresa de pequeno porte, do dever legal do empresirio de declarar a Administragfo Pablica a real situag2o quanto ao enquadramento, das sangdes cabiveis em caso de descumprimento do referido dever legal e do momento a partir do qual o desenquadramento da condigao de ME ¢ EPP opera efeitos, dentre outras questdes. Por oportuno, consigno abaixo as conclusdes do ilustre parecerista: 1. A certidio, expedida pela Junta Comercial, comprobatoria da condigio de microempresa ou empresa de pequeno porte - ME ou EPP, meramente atesta o arquivamento junto ao Registro Mercantil de declaragdes de mictoempresa ou empresa de pequeno porte, feitas pelo empresério (art. 32, II, "d", da Lei 8.934/1994). EON hh Ll. E dever legal do empresirio declarar situagdes de enquadramento, desenquadramento reenquadramento como ME ou EPP ao Registro Mercantil; a certidao do Registro ndo esti subordinada a qualquer prazo de validade (artigos 1° e 3° da Instrugo Normativa DREI n° 36, de 03 de margo de 2017, emitida pelo Departamento de Registro Empresarial e Integragao). IL O tratamento favorecido a empresas de pequeno porte é principio geral ¢ Preceito da ordem econdmica plasmada na Constituigéo Federal (artigos 170, "caput", IX, ¢ 179, da Constituigao Federal). Ha necessidade, portanto, de formas cficazes no ordenamento juridico para coibir a burla ao principio. IIL. E possivel a verificagdo do enquadramento na condigao de microempresa ou empresa de pequeno porte mediante diligéncia do pregoeiro, na fase de habilitagao, Recomenda-se prever diretrizes a propisito no edital. Possivel, contudo, que as diligéncias sejam conduzidas mesmo a auséncia de previsao editalicia, conforme inteligéncia do art. 43, § 3°, da Lei 8.666/1993, IIL1. Via de regra, ha impropriedade na condusio das diligéncias apés a fase de habilitagdo, a teor do art. 43, § 5°, da Lei 8.666/1993, dada a preclusao consumativa propria ao ato. Doutrina de Celso Antonio Bandeira de Mello. Ante o caréter de ordem piblica das regras de habilitagao, contudo, sdo possiveis diligéncias Posteriores, com revisdo, devidamente fundamentada, da decisio de habilitagao. Art, 49 da Lei 8.666/1993. Doutrina de Candido Rangel Dinamarco ¢ Margal Justen Filho. IV. E dever do empresério declarar a Administragio sua real situago quanto ao enguadramento como ME ou EPP. De outro lado, é dever da Administragdo instaurar procedimento para apuragdo e eventual aplicagdo de sangdes ‘administrativas em caso de descumprimento. Jurisprudéncia do Tribunal de Contas da Unido, IV.1. E_ necessirio proporcionalidade na aplicagdo das sangdes cabiveis, Jurisprudéncia do Superior Tribunal de Justiga. IV.2. As sangdes ndo se limitam apenas a hipdtese do artigo 13, § 1°, do Decreto 8.538/2015 (ultrapassagem do limite de faturamento no ano-fiscal anterior no comunicada a Administragio), podendo atingir outras hipdteses de desenquadramento. © fundamento das sangdes administrativas esté na Lei 8,666/1995 ena Lei 10.520/2002. V. Nao ha identidade entre 0 enquadramento como ME ou EPP, de um lado, ¢ ©-enquadramento no regime tributério SIMPLES, de outro. Art. 3°B da Lei Complementar 123/2006. Sto inaplicéveis as regras de exclusio do SIMPLES ao desenquadramento como ME ou EPP. VI. O critério positivo para 0 enquadramento de empresério na condigao de microempresa ou empresa de pequeno porte & 0 valor da receita bruta auferida, Art. 3°, "caput", Le II, € §§ 1°, 2° ¢ 14, da Lei Complementar 123/2006, VI. © eritério negativo para 0 enquadramento de empresario na condigio de microempresa ou empresa de pequeno porte é a no ocorréncia de situages nas Quais o enquadramento ¢ vedado por lei. Art. 3°, §§ 4° e 5°, da Lei Complementar 123/2006. VILL. © dever do empresério licitante de declarar & Administragao que no se enquadra na condigaio de ME ou EPP surge no momento a partir do qual 0 desenquadramento da condigao de ME ou EPP produz efeitos. Art. 13, § 2°, do Decreto 8.538/2015. VIII. Na ocorréncia de situages nas quais o enquadramento é vedado por lei (art. 3°, § 4°, da Lei Complementar 123/2006), o desenquadramento produz efeitos a Partir do més seguinte ao da ocorréncia. Art. 3°, § 6°, da Lei Complementar 123/206, VIIL2. Quanto aos efeitos do desenquadramento por verificagdo de receita bruta superior A prevista no art. 3°, "caput", da Lei Complementar 123/2006, ha regra geral e regras excepcionais, ) Como regra geral, os efeitos se dio a partir do més subsequente a ocorréncia do ‘excesso. Art. 3°, § 9, da Lei Complementar 123/2006. b) A primeira excegio é a ocorréncia de excesso no superior a 20% do limite referido no art. 3°, "caput", II, da Lei Complementar 123/2006. Os efeitos se dio a partir do ano-calendario subsequente. Art, 3°, § 9°-A, da Lei Complementar 123/206. ©) A segunda excestio diz respeito ao excesso ocorrido no primeiro ano de funcionamento da empresa, Os efeitos do desenquadramento, nesse caso, so retroativos ao inicio das atividades (ex func). Art. 3°, § 10, da Lei Complementar 123/2006. Os efeitos do desenquacramento nao atingem, entretanto, contratos jé firmados. Art. 3°, § 3°, da Lei Complementar 123/2006. Em nossa opiniao, no sio atingidos, igualmente, procedimentos licitatérios j4 concluidos, caso nao haja io de mé-fé do empresério e, motivadamente, a repetigio da licitagio ocasionar prejuizo & continuidade do servigo. Conclusio a que se chega pela aplicagao dos principios da razoabilidade e da proporcionalidade, inscritos no art. 2°, "caput", Lei 9.784/1999, 4) A terceira excegio diz respeito a ocorréncia de excesso no superior a 20% do limite proporcional, referido no § 2° do art. 3° da Lei Complementar 123/2006, no primeiro ano de funcionamento da empresa. O desenquadramento gera efeitos a partir do ano-calendério subsequente. Art. 3°, § 12, da Lei Complementar 123/200. IX. Excepeionada a situagdo jé tratada acima, em VIII.2.¢. (§ 10 do art. 3° da LC 123/2006), 0s efeitos do desenquadramento da condigio de ME ou EPP sao prospectivos (¢x tunic), € nfo retroativos (ex munc). Assim, nao atingem contratos ‘id firmados, e, igualmente, nao atingem procedimentos licitat6rios que, realizados de acordo com a lei e a situagdo de feto ocorrentes, constituem ato juridico perfeito. Tal conclusio se extrai de interpretagio extensiva do art. 3°, § 3°, da Lei Complementar 123/2006, a luz do art. 6°, § 1°, do Decreto-lei 4.657/1942 (Lei de Introdugao as normas do Direito Brasileiro). anno hitpstsapiens.ogu.goxbridocumento!196302961 ADYOCACIA-GERAL DA UNIAO CONSULTORIA-GERAL DA UNIAO ‘CONSULTORIA JURIDICA DA UNIAO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ADVOGADOS CIURS NUP: 00401.0048562018-79 INTERESSADOS: EXERCITO BRASILEIRO - 1" CENTRO DE GEOINFORMACAO - 1° CGEO. ASSUNTOS: CONSULTA E ORIENTACAO DE ATUACAO - OUTROS ASSUNTOS EMENTA: Prego elewénico, Registro de preys. Prestagio de servigos de manutergo, conserasso ¢ instalagdo em bens méveis Consulta 1- Certo, expeida pela Junta Comercial, comprobatiria de congo de microempress ou empresa de [queno pore « ME ou EPP Cetio que meramentestesa oarguvarento juno wo Registo Mercantil de ecargbes de mictoempresa ou empresa de pequeno pode, fete pelo empresiio Art 2, Il“ da tsk 8934/1958 11, Enguadramen, desenqucramenn ¢reenquaramento como ME ou EPP: deve legal do empresri de ‘declares stugdes ao Regist Mercantil, Nio suboréinapo da certdfo « qualquer prazo de veldade Artigos 1" ¢ 5° da nstrugio Normativa DREI 36, de 03 de mary de 2017, emutida pelo Departamento de Registo Empresarial Inesrasio 1. Traameno favorecdo a empress de pequeno pore com principio eral e preceito da otdem econdmica lasmaa na Consitigao Federal. Amigos 170, "apu, IX, e 179, da Contigo Federal Nevessade de formes eficazes para coir a burl 20 prncip IL. Posibiliade de verfieago do enquadrameno na condo de microempresa ou empeesa de pequeno pore ‘mediante diigeia do pregoio, na fis de hubiliaan, Recomendagio para previo de dretizes a proposto no eit Possibldade, comudo, de que diligencis seam conduidas mesmo i sustncia de previado eda, Inelgteia doar 43, § 3a Let 8 6561093, IIL Condugdo das dines aps a fase de abilitnsto Improprcdat, vi de epra teor doar 43, § 5% da Lei 8.661993, Pecusio consumativa Douins de Celso Antonio Bardira de Mello Carter de dem piltica das reaias de habiliagto. Posbldade de diigncias posteries, com revist devidamene fundameniads, da dciso de hablitarao Ar. 49 da Lei § 666/193 Dourna de Candido Rang! Dinamarco MargalJusten Filo 1N Dever do empresro de declrar &Adninsirago sun ral sitagdo quanto so enquairamento coma ME ot EPP Dever da Adminisrasto de isawrar procdimento para apurardo e event splicario de sansces 'dminisativasem eno de descumprimeno Jusprudénia do Tribunal de Contas da Uni. IN. Sangdes cabivets.Prporcionalidade na apicgto. Jurigroénia do Superior Tribunal de Justis 12, Ni limitago das sages dips do artigo 13,§ I", do Deceto 8 53/2015 (ulrapassagem do lmite de fawamento no ano‘fsal anterior ado comuncala 4 Administagio) Outas hipsese,posivis de esenquadramento, Fundamento das sarge adminstaivas na ei 8666/1903 ema Lei 105202002, V. Ausneia de idenidade entre 0 enquadrmerto como ME oy EPP e o enquadramento no regime tnibutiio SIMPLES. Art 3-B de Lei Complemenar 12372006, Inaplicablidade das epas de exclu do SIMPLES 10 Aesenguaramert como ME ou EPP. VI. Crit postivo para oenquadrament de empresrio na condo de microempresa ou empresa de pequcn> ‘ore valor da recta bra aferida. Art, “apa”, eT, §§ IP, 2"e 4, da Lei Complementar 1232006 ‘VIL Chiro negative para o enqusdranento de empresiio na condigéo de microempresa ou empresa de pesusno porte: no coménea de siuagtes nas quas 0 enquadamento €vedado por lei Ar 3° §§ 3c da TeiComplementar 12372006 VIL Momesto «pair do qual odesenqadramenio da condi de ME ou EFP produ efitos,geando 0 ever

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