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Y Artesé 123 Técnicas de Psicoterapia Relacional Sistémica 6 edlcao- |*relmpressao Copyright © 2013 Artesi Editora tal ow parcil desta publi por escrito das editores Todos os direitos deste edigio sio reservades 8 Artesé Editors, REVISkO Maggy de Matos caer Fabrico Tacahash\ Lau dos Santos Rosera van der Meer Silvio Gabriel Spannenberg | PROIETO GRAFICO DE MIOLO Conrado Esteves DiacRamacko Conrado Esteves RERGe Rosset, Solange Mati 173 réenicas de psicotrapiarelacional sstimica/ Solange iaRosset,~2 ed, - Belo Honzonte: Ares Eto, 2013 180 p.:17x24em. I5BN 978.95-¢8000. 1 Psicoreap Tila, Blcteita responsive: Coma CA Gade A Nou CROW IMPRESSO NO BRASIL Pontoon Sri sas eomortsoa TIP) Secret Se ceeecaliewn aterm APRESENTAGAO Durante 30 anos de trabalho clinico e de ensino, fui aprendendo, criando ¢ transformando técnicas. Por muito tempo, fui cantraria a um livro de técnicas. Era uma forma de me posicionar contra o “tecnicismo” na psicoterapia, o excesso de uso de técnicas e a depositacdo da eficacia da psicoterapia na técnica. Em 2003, quando resolvi encerrar minhas atividades como coordena- dora de cursos de especializagao para psicoterapeutas, uma das questoes. que meus alunos levantaram foi: “O que eu faria com meu arsenal de téc- nicas?” Pensei, entéo, em edita-las e repass4-las para os terapeutas que foram meus alunos. Porém, outros terapeutas mostraram interesse pelo assunto; sentiam necessidade dessa sistematizagao. Surgiu dai a ideia de transformar em livro @ passar também, junto com as técnicas, a postura basica indispensavel para fazer um uso adequado e pertinente delas. Convidei trés psicoterapeutas, ex-alunas, para me auxiliarem. Elas ha- viam se submetido a varias das técnicas no curso de Formacao em Terapia Relacional Sistémica (Individual, Familias e Casais, Grupos), usavamn muitas delas no seu dia a dia de consultorio e, mais importante que isso, tinham introjetado minhas ideias com relagao a cuidados, postura e funcionalidade no uso de técnicas em psicoterapia. Acrganizagao e 0 uso das téonicas aqui apresentadas foram paralelos as mudancas que fui fazendo na minha forma de trabalhar, em fungao das especializagdes que fiz e da experiéncia clinica com terapia de familias, de casal, de grupos e individual. Minha primeira formagao profissional foi em Terapia Psicodramatica. Essa abordagem me possibilitou desenvolver a habilidade de usar instru- mentos técnicos para facilitar 0 andamento da sesséio, a compreensao & as vivéncias de que os clientes necessitavam. Depois, fiz minha especializagao em Terapia Corporal, Adquiri; en ‘20, um arsenal de técnicas e de instrumentos qué facilitavam a leitura'e © trabalho corporal, além de possibilitarem ao cliente tomar consciéncia e trabalhar suas condigdes energéticas e de carater, Ao especializar-me em Terapia Sistémica, incorporel ao meu trabalho toda a proposta sistérmica de tarefas e prescricées, paraa sesso ou Para o intervalo entre as sess6es, enriquecendo minha bagagem de técnicas psicoterapicas. Em 1989, no Nucleo de Psicologia Clinica de Curitiba, eu e minha Parceira de trabalho, Tereza Christina Fraga Brand&o Paulus, reorganizamos © trabalho que fazfamos (clinico e de formagao de profissionais), dando um nome que o diferenciasse das demais linhas clinicas e sistémicas. Batizamos ‘0. aporte tedrico-pratice de TERAPIA RELACIONAL SISTEMICA.’ Nessa abordagem, incorporamos do Psicodrama a proposta basica a relagao terapéutica, 0 trabalho focado no momento, no aqui e agora, © a nogéo de contextos (social, grupal, psicodramatico) e niveis. Usamnos, também, as teorias de Matriz de Identidace ? & Nticleo do EU paraa com. Preensao do desenvolvimento, além do instrumental técnico psicodramatico que é riquissimo. Da Terapia de Sistemas Familiares, adotamos a leitura sistémica das Siltuagoes (estrutura, hierarquia e organizacdo),? bem como a postura basi- Ga de que a responsabilidade do proceso é do cliente e de que 0 foco da terapia é a mudanga. Usamos, ainda, as intervengdes sistémicas, a instru- Mentagao do tempo (tarefas, intervalos, ete.) eo planejamento do processo visando eficdcia Da Terapia Corporal e de Energia, adotamos como base a compreen- Sao energética dos seres vivos (fluxo, carga, descarga, etc.),° bem como a teoria do desenvolvimento (caréter) para compreensao do funcionamento,” ROSSET, S.M.: PAULUS, T: C. F. B. Terapia relacional sistémica, Trabalho apresentadio a0. Seminario Ciinico do Nucleo de Psicologia Citnica, Curitiba, 30 abr, 1990, * FONSECA FILHO, J. de S. Psicodrama da loucura. Correlagdes entre Buber @ Moreno. S30 Paulo: Agora, 1980, * ROJAS-BERMUDEZ, J. G. Nucléo do eu. Leitura psicolégica dos processos evolutivos fisiolégicos. S20 Paulo: Natura, 1978. RONAS-BERMUDEZ, J. G. Introdugao ao psicodrama, 3" ed. Sao Paulo: Mestre Jou, 1980. ROSSET, S. M. Teoria geral de sistemas e a pratica clinica. Trabalho apresentado no Seminario Ciinico do Nicleo de Psicologia Clinica, Curitiba, 1989, KELEMAN, S, © corpo diz sua mente. Traducao de Maya Hantower. Sao Paula: Surimus, 1996. * LOWEN, A. Biosnergética. Sao Paulo: Summus, 1986, Usamos, também, o seu arsenal técnico ¢ a permissao para o contato corporal com o cliente. Em 1998, ao deixar a equipe com a qual trabalhei por 18 anos, passei a fazer uma redefinicao e reorganizagao do meu trabalho. Continuei com a proposta bésica da Terapia Relacional Sistémica, mas fui, aos poucos, defi nindo um modus operandi muito particular. A diferenca final do meu trabalho para outros trabalhos de abordagem sistémica € 9 foca do trabalho clinico, e também de formacao de especialistas, no padro de funcionamento.? Com isso, a tarefa terapéutica é auxiliar o cliente a ter consciéncia do seu préprio padrao de funcionamento; a partir disso, auxilid-lo a realizar as aprendizagens que se fazem necessérias ~ aquelas que ficaram por fazer No processo de desenvolvimento ou que s&o necessérias nas novas fases que atravessa, Entdo, auxilia-lo a fazer as mudangas que sao pertinentes. Outra caracteristica dessa proposta € a clara detinigo de objetivos Para 9 trabalho terapéutico. Esses objetivos s4o particulares para cada individuo ou sistema acompanhado e dependem da pertinéncia do cliente para mudanga, do nivel de consciéncia que ele tem do seu padrdo de funcionamento, do momento e do contexto em que ele esta insericio ¢ do desejo e da vontade de realizar o processo, Quando uso 0 termo padre de funcionamento, estou querendo dizer: uma forma repetitiva que o sistema usa para responder 6 reagir 4s. situagdes da vida e as situag6es relacionais, Engloba ‘0 que 6 dito e 0 que nao é cito, a forma como sao ditas e feitas as coisas, bem como todas as nuangas dos comportamentos, Fazem parte do padréo de funcionamento as compulsoas basicas, as defesas automnaticas, 0s jeitos, os Alibis prediletos. ‘Tendo em vista essas caracteristicas do meu trabalho clinico e de cursos de especializacao, 0 uso de técnicas torna-se muito importante, Importante no sentido de serem as técnicas instrumentos Uteis para se atingirem os focos e objetivos do processo, mas também no sentido de serem Uteis se usadas com parciménia, lucidez @ clareza de intengao. * ROSSET, S. M. Izabel Augusta: a familia como caminno. Belo Horizonte: arteSa, 2013. SUMARIO IntrOGUGAO...esesennesin Visdo geral das técnicas.... ae Descrigao das técnicas.... oot 1. Primeiro registro de relacionamentos.... 2. Desenho simbélico das magoas.. 3. Apresentacao com objetos... 4. Apresentagao criativa. 5. 6. 7. . Adivinhe quem sou eu. . O carpe fala. . Apresentando © outro. 8. Grade de fantasias.... 9. Livrar-se das dificuldades. 40. O que eu ganho? 11, Emogdes no dia a 14, Painel tematic 15, Limpando sentimentos. 16. Lembrete.. 19. Hist6ria com recortes. 20. Griando histérias.. 24. 25: 26. cass 28 29 a & st. 8 3 88 36. 37, 38. 39. 40. 4 42. 43 44. 45. 46. 47. 48. 49, 50 51 52. 53 54 55 56. Valor e regra... . Mapear 0 corpo. . Meu corpe...... 60. 61 . Mentagem de uma casa... 2 ZOOIOGICO ss ssses sss sass 34. 35. Como eu respiro. Risear sentimentos. Sempre, as vezes, nunca... Bola de folhas.... : Variagoes do jogo de memoria. Queda de brago... Cabo de guerra, Cabra-cega aie Cego € guia... Desenho conjunto. Expectativas.. Dificuldades da familia... O que eu preciso melhorer. Mapa da mina......... Arvore genealégica. Linha da vida... 2 Projeto para deoul a 20 anos... Escultura da situacao.. Escultura do momento atual. Criagao em corjunto.. Sonho conjunto. Técnica do rabisco. Trabalhando com baldes..... Metaforas....ss.csscssssessenssee Desenho dos quatro quartos.. Niveis de cansciéncia. Bilhetinhos e bandeiras... Pontos de contronto....... Desencadeantes.. Semelhangas e diferencas.. Culpados. Poder... Moeda no sapato. , Conversa com ausentes... Sonhos... Possibildadies. . Envelope secreto.... . Jago com baldes... a . Dramatizagéio com objetos pequencs. . Coneretizar com jornais. , Nomes ¢ apelidos... Pessoas por quinquénios © chamado........+ . Uma, historia diferente. . Girar @ roda. . Virar a roda.. 5. Limites.. Confronto. Troca de afetos. Esgrima..... Danga das cadeiras . O que 6 um casal?... . Explicitando dificuldades... . Rituais familiares. , Desenho simbdlico.... Significade do nome. Padrao de comunicagao... 6. Album da vica........ Autorretrato......... © que eu enxergo. Antepassados....... Circuito de mudancas. Dobradura com guardanapos. Quem quer mudar... . Linha do casamento..... . Limpar magoas.... Treino de mudang Mapeamento dos espacos.. Bolo de interesses....... , Dominador x dominado. Rotinas...... 100. Singularidades, diferen¢as e semelhangas. 101. Reagao... 102. Melhor forma. 103. Responsabilidades/direitos. 104. Prova de amor, 105. O melhor e 0 pior... 406. Dramatizagao das caracteristicas do parce, 107. Brasdo da familia... 108. Primeiro enconto... ir 109, Griatividade no verbal 110. Vinculos... 411. Mapa da farnfia., 112. Vou falar diss 113, Eu gostaria.. 114, Embolar/desembolar. 445, Desenho da planta baixa da primeira casa, 116. Eu, meu passado e meu futuro........ 117. O outro lado... 118. Quem é quem. 119. Xadrez... 120, Perdao. 121. Carta... 122, Padres comunicacionais.... 123. Desenho dos padres sexuais.. . para no falar claquilo. Referéncia: a Bibliogratia fesanmncatls Anexo 1 - Texto para a técnica dos Culpados. Anexo 2 - Circulo para a técnica dos Vinculos. ‘Anexo 3 - Lista para aplicagdo da técnica Quem é quem Anexo 4 - Montagem das caixas....... Anexo 5 - Lista de material para o. ort! INTRODUGAO INDICAGAO DE TECNICAS A técnica utilizada como um instrumento mecanico nao se presta se- no para a manipulagao da situagaio; porém, quando utilizada como uma real necessidade do momento de um individuo ou de um grupo, pode se transformar numa obra de arte. Para que ela seja realmente um instrumento terapéutico, algumas reflexes sao necessarias. QUANDO E POR QUE SE USAM TECNICAS As técnicas psicoterapéuticas sé devem ser usadas quando 0 pro- cesso nao esta acontecendo; quando, por alguma razao, ha necessidade de desencadear movimentos novos. Se 0 processo terapéutico esté se desenvoivendo satisfatoriamente, nao ha necessidade de langar mao de novos instrumentos. Técnica é ttil como facilitador, ¢ nunca deve ser usada como 0 ponto central de um processo ou de uma sesso terapéutica. Um processo que esta circulando nao precisa de facilitador; nesse caso, nao 6 necessario o uso de técnicas. As técnicas podem oportunizar o exercicio e o desenvolvimento de algum item que o cliente est precisando aprender, além de serem utiliza- das para treinar novos Comportamentos, tais como: aprender a lidar com a ludico, aprender a lidar com regras, aprender a lidar com agressividade, promover troca de afeto, dar colo, etc. As técnicas também sdo um bom auxilio pata “limpar” algo (raiva, medo, citime, inveja, dor), para que a pessoa possa fazer contate com o que esta por tras do sentimento e, ent&o, o processo tenha andamento, 13 Servem, ainda, para trabalhar em diferentes niveis: real (coisas eon- Gretas: listar, fazer), simbélico (representa o real: desenho, figura, jogo, @scultura) ou fantasia (Imaginacao, desejo, vontade: projeto de vida) Na Terapia de Casal, além dessas questdes gerals, as técnicas tém a fungao de auxiliar o terapeuta a manter a postura adequada para este tipo de atendimento. Ou seja, ajuda-lo a nao Polarizar, n&o tomar partido, nao ugir dos principios sistémicos basicos e ndo ficar preso no jogo incons- ciente do casal,? Outra quest&o:importante no uso de técnicas é a afinidade ue 0 tera- Peuta tern com determinada técnica, Essa afinidade depende do terapeuta ja ter vivido a técnica como Sujeito, da sua experiéncia com ela e do padréo de funcionamento do préprio terapeuta,'® Da mesma forma, é importante adequar a escolha da técnica ao ob- Jetlvo do momento. Uma técnica inadequada ao que se deseja atingir sera uma perda de tempo energia A forma como se propée o trabalho e todos 08 cuidados taticos defi- nem o bom ou mau resultado. DEFINIGAO DO OBJETIVO DA TECNICA Atécnica deve estar sempre alinhada com o objetivo a ser trabaihado Naquele momento do processo; portanto, mais importante do que conhe- Cer 0 objetivo parcial da técnica é saber para onde se esté caminhando e O dus S@ pretende atingir com o cliente, Se 0 terapeuta souber o que esta fazendo com o seu cliente, tera clareza ao definir 9 objetivo da técnica es- Pecifica que ira usar. Dessa forma, Podera adaptar técnicas ¢ criar outras de forma coerente. ADEQUACAO DA TECNICA AO OBJETIVO E AO MOMENTO. Na escolha da técnica, alguns aspectos teéricos € clinicos devem ser observades. Estas questées sao especificas da postura basica da Terapia *" WILLI, J. G eonesito de colusio: uma integragao entre a proposta sistémica ¢ Psicodindmica faa lerapia ce casa. Treduedo de: Danilo Rosset. Cuntiba, 1998. Traducao de: l concette f collusione: un’integrazione ira approcciosistémico e psicodinémico ala terapia dh coppia. Jerapia Familare, Rivstainterdscipinare ot ricerca ed intervento relaionele, Forma: 23, 27-39, mar. 1987. ROSSET, S. M. Padrdo de interagio do sistema terapéutico, Trabalho apresentado no Congresso Internacional de Terapia Familiar da IFTA, 18, Porto Aleara, 2001 Relacional Sistémica, mas séo Utels a todos os terapeutas que trabalham com terapia focada na agdo, na mudanga ena aprendizagem. Contextos Segundo a Teoria Psicodramatica, ao trabalharmos numa sessao, precisamos levar em consideragao 0 tipo de material com qual estamos lidando. Esse material pode ser de trés tipos:” = ligado ao contexte social - corresponde ao espago extrassessdo, a chamada “realidade social": é regido por leis e normas sociais que impdem determinadas condutas e compromissos ao individuo que © integra; € do qual provém o material trazido pelos clientes para a sessao; ligado ao contexto grupal - é constituido pelo sistema terapéuti- co; acha-se formado por todos os integrantes, tanto cientes como terapeutas, suas interagdes € 0 produto das mesmas, isto 6, seus costumes, normas e leis particulares; é sempre particular a cada sistema terapéutico; ligado ao contexte da sessdo — sao as cenas trabalhadas pelos clientes e pelo terapeuta na sessao; € 0 recorte que eles dao aos fatos e situagdas; é a construgdo dos dacios que eles reorganizam, Da mesma forma, ao escolher a técnica, deve-se levar em considera- 0 © contexto ao qual se liga o material que esta sendo trabalhado, além de ter claro em que contexto se pretende desenvolver mudangas, tomada de consciéncia e aprendizagens. Etapas do trabalho O trabalho terapéutico conte! + trés etapas basicas da sessao - abertura, desenvolvimento ¢ fechamento, + uma etapa de pds-sessao, «uma etapa de intervalo entre sessdes, + uma etapa de pre-sessao. Aabertura é 0 momento da sessao no qual terapeuta e cliente retomam as questdes que ficaram da sessao anterior, levantam as tarefas realizadas, Conceites psicodramaticos adaptados a lettura relacional sistémica, levantam as questées pertinentes ao momento e ao contexto da sessao e redefinem o trabalho da sessao. O desenvolvimento é a parte maior da sessao, na qual os assuntos. 880 trabalhados. E o momento em que as técnicas sao aplicadas. O fechamento é a etapa final da sesso, qué engloba uma sintese do que aconteceu, a definigao de tarefas ou técnicas para serem realizadas antes do proximo encontro e as defini¢des da proxima sessao. ‘0 pés-sesso 6 0 tempo imediatamente apds o encontro terapéutico, no qual os reflexos e as reflexdes da sessao ainda estao muito vividos. Esta € a fase para técnicas que reforgam o que foi visto na sesso. O intervalo entre sessGes 6 0 tempo em que 0 cliente fica sem o Contato direto com 0 terapeuta é integra o material da sesso ao seu dia a dia, & sua vida de relagdes e compromissos. A pré-sesso é a fase que antecede a volta, o contato com 0 tera- peuta, na qual o cliente organiza sua vivéncia externa para programar o Que levaré para sua sessao de terapia, As tarefas e técnicas para esta fase so aquelas que preparam para o encadeamento dos assuntos e das questées. Levar em consideracao essas etapas possibilita a escolha de técnicas adequadas aos momentos e objetivos do trabalho terapéutico. Etapas da técnica Ao escolher uma técnica, deve-se organizar 0 material levando-se em conta alguns aspectos citados a seguir. Aquecimento para a técnica - é um conjunto de procedimentos que intervém na preparaeado do cliente, para que ele se encontre em dtimas condigdes para a agao. Engloba a coeréncia entre o assunto que esia sendo trabalhado e a técnica que sera usada, a forma como se propde 0 trabalho, © uso de palavras e consignas adequadas para motivar o cliente © conseguir sua cooperagao ¢ disponibilidade. Desenvolvimento da técnica — é a técnica em si, desenvolvida com © material tecnico pertinente, 0 espago ¢ o tempo que forem necessarios. Fechamento da técnica — engloba o relate que os clientes fazem, os comentarios do terapeuta, as avaliagdes das situagdes envolvidas e os encadeamentos de questdes, novas tarefas, novos movimentos. que sejam pertinentes. 16 | SOLANGE MARA ROSSET Areas de funcionamento ‘O ser humano tem trés areas de funcionamento: area mente, area corpo e area ambiente.” Area mente - 6 responsavel pela produg&o racional, lagica; engloba o que a pessoa pensa, fantasia, imagina. Area corpo - engloba todas as questées ligadas as sensagdes, emocdes @ energia do individuo. Area ambiente — esta ligada as agdes da pessoa, ao seu movimento e a suas relacdes no espaco externa a si As pessoas, de acordo com seus padrées, tém maior ou menor faci- lidade de atuaco, consciéneia e integragao nessas areas. Ao definir uma técnica, é importante ter clareza de quais dessas areas a técnica vai privi- legiar, vai desenvolver, além de ter clareza do funcionamento do cliente, ou seja, quais so as areas fortes, as fracas, qual é 0 nivel de integragéo ou de invaso entre as areas. CUIDADOS NECESSARIOS: Com 0 padrao de funcionamento O terapeuta precisa estar atento a forma como a técnica ¢ realiza- da, ao contelido que surge a partir dela e, principalmente, ao padréo de funcionamento do cliente. Qualquer técnica utilzada revela o padréo de funcionamento do cliente. Nunca se deve utilizar uma técnica se houver alguma duvida de que pode estar sendo usada de modo a ser conivente com 0 padrao de funcionamento disfuncional do cliente. Nao se podern usar magicas quando 0 cliente precisa treinar, aprender e conscientizar-se do seu padrao de funcionamento. Com a consigna Uma boa consigna deve ser clara, Deve-se cuidar com as patavras utilizadas, conforme o que se pretende atingir. Qualquer coisa pode ser utilizada como técnica; basta ter 0 objetivo claro e transformar, ousar, criar e adaptar. + PICHON-AIMIERE. E. Teoria do vinculo, $30 Paulo: Martins Fontes, 1995. PSICOTERAPA RELACIONAL SISTEMICA | 17 Com o tempo © tempo, principalmente no caso de técnicas irracionais, deve ser determinado conforme a situacao, 0 tempo interno do cliente e o objetivo da técnica. Com o terapeuta O terapeuta precisa sentir-se 4 vontade com as técnicas que utiliza Ele deve ter um arsenal de técnicas, em cuja aplicacao sinta-se bem. Se ele ja se submeteu a determinada técnica, certamente estaré mais famiia~ rizado com ela, Com o espago O espago define a forma e 0 uso da técnica. A maioria das técnicas pode ser adaptada ao espaco que se tem disponivel; no entanto, algumas. técnicas serao prejudicadas se o espaco nao for adequado. Com julgamentos € interpretacdes O terapeuta nao deve julgar ou interpretar 0 material ou contetido que surgir a partir de uma técnica. Julgamentos, interpretagdes, racionalizagdes podem desqualificar ¢ enfraquecer o abjetivo. O que aparece no trabalho com as técnicas € o padréo de funcionamento do cliente, 6 um mapa que norteara o caminho a seguir. Ao nao fazer julgamentas ou interpretagées, © terapeuta fica mais disponivel para enxergar o padrao. Com o material Ad final desse livro, incluimos exemplos de materiais para a montagem de caixas de icones que sd0 usadas em muitas das técnicas que apresen- tamos (Anexo 4) @ também uma relagao de materiais viteis para se ter no Sonsult6rio € facilitar a criagéo e implementacao de técnicas terapéuticas (Anexo 5). 18 | SOLANGE MARIA: ROSSET VISAO GERAL DAS TECNICAS Sobre as técnicas desse livro, fazemos algumas coloca¢oes iniciais. | Muitas técnicas sao uteis para atendimento individual, de casal, de familia e de grupos. Naturalmente, deve-se adaptar a consigna para o cliente que est4 presente no momento. Quando nos referimos a cliente, pode ser 9 individuo, o casal, a familia ou © grupo. ‘As consignas s&0 sé uma indicagao de como as técnicas podem ser aplicadas; cada terapeuta pode adequé-las a sua linguagem, a sua forma de trabalho © aos seus objetivos. Todas as técnicas que auxiliam a ver 0 padréo de funcionamento do cliente podem ser usadas quando 0 objetivo for trabalhar aspectos espe- cificos ja definidos e relacionados com o contetido da técnica. A caixa com figuras variadas @ um material que usei, inicialmente, para facilitar 0 trabalho de colagens; aos poucos, fui incorporando esse item. em inumeras técnicas e descobrindo seus usos variados e inusitados. Ela tem side muito Util como base para trabalhar técnicas que precisam de algo menos racional e pragmatico. Pode também ser usada nos moides da avaliag&o psicoldgica realizada nas técnicas de grafismos. Quanto a cor, as figuras coloridas estado ligadas ao momento atual, ao presente; as figuras em pteto e branco esto ligadas ao passado, ao antiga, Quanto ao posicionamento, as figuras que tém mais concentragao de desenho a és- querda estao mais ligadas ao passado, as que tém mais concentragao no meio esto ligadas ao presente e as que tém mais concentragao a direita esto ligadas a0 futuro; se a figura tiver mais concentragao na parte superior, esta mais ligada a fantasia, ao mundo mental; se tiver mais concentracao fa parte inferior, esta ligada ao dia a dia, a0 mundo conereto. A seguir, apresentamos um quacro-resumo com objetivo e indicagao de cada uma das técnicas. Usamos letras para as referéncias: | - individuo, C ~ casal, F ~ familia, G - grupo, QUADRO-RESUMO [one [Nome Objetivo indicagao 4 |Primeiro registro —_| Girculagio da emogaio [de telacionamentos [dentro da fami | Retomada e elaboragao | | | Desenho simbélico | | das magoas | de magoas. ee | 3 |Abresentacaio ‘Apresentacao; lee [com objetes [auto heteropercepgao | ithe 5 | a 7 3 450 criativa APTesentagao de forma [ise [Aetesemtacdo-otae A cerrcoaal FG Adivinhe quem I ipresentacao; auto FG a sou eu |e heteroperceagao. Foca. | |Aprésentagao de | & [Ose te forma ndo verbal (RS ses aa| Apresentando ‘Apresentagao; auto @ its SR sis 1B OA IOD RESO fa] 8 | Grade de fentasias | APTesentagao; levantamento dos | padrées de avaliagso do grupo. | ‘Ampliagdo da visdo e | das possibilidades sobre i¢Fe | as dificuldades | Livrar-se das \dificuldades a | Oqueeuganno? —_|Consdlentizagao das resisténeias Para mudanca. ag ‘ ‘ | Consciéncia sobre como A 44 [Enter no dia'a dia} com as-emo ees. a CFG | Avaliagao de outras | | 12 {Sem receio lpossisicedes, cre | sheen atin ali 13__|Riscos |Avaliacao dos riseos de mudanga. || C | Treino-do trabalho em | 14 | Painel tematico | conjunto; trabalho com |F Ie : [temas de forma simbolica. 45 _|Limpando | Elaboracdo de sentimentos liee | |sentimentos referentes a situagdes passadas. Tr x T | : lisritiake Conscientizagao sobre 16 |LOrG | aprendizagens necessérias, | Nome |obietivo Indicagao | Desenvolvimento de leon Caixa magica | aval @ negativos de ume com recortes | Visio simbbélica d | Avaliagdo do padrao | Criando historias | de funcionamento e 1 | |do processo criativo. Lembrangas | Circulagdo de sentimentos; Bom x ruim dopessado _|avaliagdo da comunicagao, ES a Estimulagao da peroepgao | [Debito ecredto A cieroncas. jCFG | “a2. | Avaliagao do padrao |Contendohietios 3 unionaments _iFe 7 ‘Compreensdo, expresséo Riscar Sentiments 1 elaboracao de sentimentos. 1 Sempre, as Levantamento de | vezes, nunca | ctengas ¢ valores. Ee Bawina taney | Elaboracao de situagSes i aaa Sah |inacabadas. S | 5 : | Avaliagio de padrao de | eee J | funcionamento, enfocando CFG __|regras, limites, competigao, etc. | Avaliago das relagdes | Queda de brago quanto a competicao, Cra | |poténcia, ganho. perda, étc. zl |Avaliagae do padréo de Cabo de guerra. —_/funcionamento, enfocando CFG ae compatigao, regres, limites, etc. este * Expressao de afetos | I Cabre-cega.grupal | Contato iso. = Se Levantamento do nivel [een _|de confianga na relagdo. ie i | Montagem Levantamento do padrao. . de uma casa |e Cefinigéo da aprendizagem. | |Levantamento do padrao: Zooldgico | definigao da aprendizagem; F ‘auto © heterapercepoao. faa |Possibilidade de trabalho | Desenho conjunto | Conjunto; avaliagao do F or Padréo de funcionamento. 23 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SISTEMICA |. 21 N° |Nome Objetivo Identificagao das expectativas 35 Expectatvas lanes oes F a6 | Dificukdades Refiexdo e consciéncia F a familia {das dificuldacles da farnfla, lo que eu piéciso [Bellexée sobre difculdades nos | 37 |subsistemas; responsabilidade — |F peta pelas mudancas. |Reflexao © consciéncia 38 [Mapa da mina sobre difculdades e F |aprendizagens necessérias.. | 39 _|Arvore genealégica | Avaliagdo da construgéo familiar. [IC FG | Vis&o geral sobre étapas de vide | 40) | sone cence @ funcionamento. Me Gonscientizagao sobre anecessidade de preparar 1cFG futuro agora. Avaliagéio do 42 |soutura da situagao | erento tual Projeto para 41 | dagui a 20 anos Levantamertto do padrao de funcionamento; circulagao le FG |de contetdos, Escultura do momento atual | Levantamento do padrao 44 |Criagao em conjunto |de funcionamento; treino lore | 43 de novos comportamentos. | Desenvolvimento de flexibilidade 45 _|Sonhocenjunto |g crganizagao de conteudos. Avaliagao de expectativas lice 46 {Tecnica do rabisco | pertinéncia para terapia, HS 47 | Tebalhando Expressao da emogao ane com balbes [deforma kidicae metatérica. | ae. Wee Conscientizagao sobre CF 9 padro de funk ami 4g _|Dasenho dos quatro. | Exploragaio de uma situagao quartos ‘em todos os seus aspectos. ‘Avaliaco do equilibrio entre os niveis de consciéncia. % 50 | Niveis de consciéncia Re ~ |Bilhetinhos ¢ |Sinalizagdo de situacdes |bandeiras |de forma nao verbal. Identificacao de pontos | | 52 _ [Pontos de contronto | 3. resisténcia & mudanga. | MAFIA ROSS quinquénios do padrao de vinculos do cliente. N° |Nome objetivo Reflexdo sobre como 0 padrao de | | 58 |Desencadeantes _| cada membro desencadeia c | |o.comportamento do outro I 54 |Semelnancase | Retiexéo e comparacao sobre as ars diferencas| | caracteristicas comuns na farnfla, Treino de noves: | | 55 | Culpacios |comportamentos. ICFG | 56 |Poder | Conscientizagao sobre ic | |o exercicio do poder, | | Conscientizagao sobre | SY _|Veoreregta. _—— |crenaas a precios basicoe el | ni | Consciéncia das vivencias P 58 [ees corpo corporais : i G 59 _| Meu corpo |Consciéneia da imagem corporal. || Conscientizagae sobre 60 | Moeda no sapato | aprenden, 1 a Mapsamento do padrao de BY [Pane eo esate [ewe ede funcionamento, |! & | Conversa com | i ™ [82 faceantos Fecho de situacdes inacabadas, || | | Facilitagao da aprendizagem PSs Sones ___|em situagoes simbsticas. ! | Ampliagao ‘da percepcao 64 Possibilidades de uma situago. Limpeza de determinada | 6% i Eqvelope:secreto | situagao e sentimentos, t | Flexibilzagao da | PO BE Se ES | ralacee ie pentonl sae 67 | Dramatizacdo com | Faciltagao de outra visao ; | ‘objetos pequenos._ | de uma mesma situagéo. ret Concretizagao de uma situacao | 68 |Poneretizrcom | cobra a quel se tem pouco lCFG fener jentendimento, eI | Levantamento de pontos | 69 |Nomese apelidos | jigados a identidade e Fo = a0 padrao de funcionamento, =| 70 ar por Possibilidade de conhecimento NICAS DEPSICOTERAPIA RELACIONAL SISTEWICA, | 23 N° |Nome Objetivo Indicagao Ti__|O-chamado [Avaliaga6 do funcionamento. (FG Avaliagdo do padréo de 72 ae funcionamento e definigéo FG de aprendizagens. | Busca de vivencias @ 73 |Girar a roda |sentimentos, abrindo-se G espacos para aprendizagem. Aprendizagem de jeitos diferentes 74 || Must rede de se fazer a mesma coisa. Eo i Visualizagao do padrao | ie 3a rome de funcionamento do grupo. ete [76 _|Confronto | Treino de novos comportamentos. | G Facilitagao da circulago | 77 [Toca deatetos | Goats FG 78 |Esgrma Treino de novos comportamentos. |F G Observacao do padrao | 79 Danga das cadeiras de fencisnaments, FG | Percepgao de ambivaléncias, 80 _[O-queeum casa? | concordancias e rigidez do casal, |° Explicitando Gonsciéncia de como se lida | 87 |diffcuidades nas difeuidades. Eee | Identificagdo de rtuais que | | 82. |Rituais famitares ee ordenne Icre | Reprocessamento de | 83. [Desenno simbéico re Ire | |Trabbaiho de questoes 84 _|[Staiicado do.nome | eentiaade 16 5 _|Padréo de \dentificagao errefioxdo sobre | comunicagao 9 padrao de comunicagao. ‘ Busca da consciéncia de questoes BG | Neuen da ate | que nao foram entendidas. ees | Trabatno de questées 87 Merete, ‘de tdenitidada: 1G 88 |Oqueevenxergo | Ampliagao da percepeaa. 1s | Pesquisa de 2 ae toe antepassados miticos. 1S Circuito de Observagao do padrao de | | 90 |mudancas funcionamento paramudancas, |! © FS ‘24 | SOLANGE MARIA ROS |Nome Objetivo Indicagao Dobradura com ‘Avaliacao de expectativas/valores guardanapos sobre 0 que é ser um casa. Verificacao de prontidéo para |realizar aprendizagens e mudlanca. Visao geral sobre a histéria do casal, Quem quer mudar Linha do casamento Fecho de situagbes passadas opacmngoe para se olhar o futuro. Auxilic a0 casal nas mudangas necessarias, | Treino de mudanca Mapeamento dos | Mapeamento dos espacos espagos: individuais ¢ conjugais na relacdo. Observacao do invastimento que (0 casal faz na relacdo. Dominador x Desenvolvimento de questées idominado [relacionadas a0 poder. Bolo de interesses | Levantamento de rotinas de um Rotinas |dia comum e de um dia especial na vida do casal, Singularidades, | literencas e | semelhangas Tomada de conscién: do funcionamente, | Verificagaio do funcionamento e do raspeito em relacdo as diferencas. \Verificagao do funcionamento e Melhor forma, criagao de possibilidades dentro do relacionamento. Reagao |Percepgao de direitos enue idedes! | Gevares na relacdo | [funcionamento do casal Percepgao do que 0 outro necesita. Prova de amor Capacidade de raciocinar diante do novo; padrao de funcionamento; treino de situagSes futuras. | O melhor e o pior Dramatizagao das caracteristicas do parceiro. Explicitagao melhor percepgao de seu funcionamento. 123 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELAGIONAL SISTEMICA | 25: Objetivo @ | Nome Indieagao Percepgao de valores; trabalho 107 | Brasdo da familia. | de crescimento para trazer ICFSG = dificuldades. | Tomada de consciéncia do [i108 | Primate ancontro. | oe posaivel como cacal ic Criatividade Lida com a criatividade | 108 | no verbal _ |e o inusitado. ose | Trabalho com vinculos; | 110 | Vineulos abertura de portas; treino iG | _|de relapdes pessoais. | z | Estratégias novas para | 111 [Mapa da familia | trabainar coisas l6gicas. eal tip |Voutalar disso... |Levantamento de temas ra | fea para nao falar daquilo conteudos que esto encobertos. |" sol | Explicitagdio do padio | 113 | Eugosteria Ses toate Beeson |Fe | Contato com o funcionamento 114 | Embolaridesembolar |i propa c | Integracdo do presente, lo ie ee eee passado e do futuro: resgate alee | aa |de emogées; trabalho mitico, | | = valores, espaco. i Identificagao de novos | 116 ares adios relacionados ao |lFG wi aealae Sint: cliente e a sua histéria, +7 lSouswes Explicitagao de polaridades i 5 | __ |e opostes. i | | Avaliagao do padréio de | 118 |Quem quem |funcionamento da fartia. IES | ‘Avaliacao do padrao de | NS access funcionamente do casal. c |Faclitagao do trabalho com | eee situagées de magoa e culpa, _|! Auxllo para se desprender bean! tere de stuagbes antigas. fe top| Padroes Visualzagao de seus padrées |) |_'F* |comunicacionals _| de comunicacéo atueis. jag |Desenho dos ‘Auxilio para enxergar os we adrées sexuais _ | padrOes de funcionamento. 26 | SOLANGE MARIA RO: DESCRIGAO DAS TECNICAS No quadro abaixo, esto relacionados os itens que compdem a des- crigao de cada uma das técnicas Titulo | Numero, Nome ou Definigao Técnica Objetivo | Para que se usa a técnica. Cédigo | = individual, © = casal, F = famflia, G = Grupo. Miser) || Melons au sermoncede/ dorama aesnice Consigna | Todos 08 Hear aa tecnica 5 Variegso | Mudanga ds acordo c | Mudanga de acordo com os objetivos. Observacao | Item importante a ser observado ou avaliado. Pergunta | Diivida mais comum que os aplicadores podem ter, Titulo @ PRIMEIRO REGISTRO. DE RELACIONAMENTOS Objetive Fazer circular a emocdo:dentro da familia para faclitar 0 trabalho de contronto, a troca de afetos e 0 compartiihar de experiéncias vivenciadas. | Cédigo F | Material ‘Uma folha de papel, dividida em tantos espagos quantos forem os membros da familia, e uma Caneta para cada um. | “Um aum, todos dever ficar no centro do grupo. Na sua vez, cada um deve relatar algum fato aleatério sobre sua vida. Os que estiverem em volta devern escre- | Consignas | | | ‘ver, num dos espagos de sua folha, 0 nome da pessoa ea | primeira lembranca que tem dela na sua vida.” “agora, voces devam compartilhar as lembrancas.” Variagdo Em vez da primeira lembranga de cada um dos membros | da familia, pode ser pedide que falem sobre a primeira mégoa, a primeira dificuldade ou outro assunto que seja pertinente com o que se estd trabalhando. Observacao | Ideal para familia de adultos. | Perguntas _| - Dar toda a consigna de uma s6 vez ou em partes? R. Melhor dar em duas partes. - Se der’ consigna em duas etapas, 0 fato das pessoas nao saberem antes que yao compartilhar as lembrangas pode causar problemas? | R. Nao, pois ficardo mais & vontade para escrever. Titulo | Objetive DESENHO SIMBOLICO | DAS MAGOAS Possibilitar que as magoas sejam retomacias é elabora- | das sem a necessidade de serem expiicitadas @ relatadas, | | Codigo "Material Consignas Variagaio Observagoes Pergunta [cre Uma folha de papel, dividida em tantos espagos quantas | forem as pessoas da familia, casal ou grupo, e iépis de cor. | Para grupo e familia: “Cada um deve ficar no centro do grupo. A pessoa que ficar no centro relata algum fato aleatorio sobre sua vida. Os que estiverem em volta fa- | Zem, num dos espagos da sua folha, um desenho sim- bélico das magoas que tem por aquela pessoa.” “Agora, vamos juntar todas as folhas @ queiméd-las aqui | na sessdo.” | Para Casal: “Cada um deve relatar algum fato aleaté- tio sobre sua vida. © que estiver escutando faz, na sua | folha, um desenho simbdlico das magoas que tem em | relacdo ao outro. Depois, invertem-se as posigées.” “Agora, vamos juntar as folhas e queima-las aqui na sesso." Se for familia ou casal, as pessoas podem levar as fo- | | Ihas fechadas para serem queimadas na presenga de todos, no intervalo entre as sessGes. Essa tecnica 6 indicada para quando as pessoas tam | magoas que impedem o andamento do trabalho; por | 88a razdo, antes da aplicagao da técnica, hd necessi- dade de se trabalhar 0 desejo dos envolvidos de abrir mao dos dlibis e das desculpas que as magoas antigas | | @ retidas dao, E importante, também, esclarecer que nao serdo traba- Ihados os contetidos das magoas, mas sim a intengao de “parar de chorar em cima do leite derramado” e re- | construir as relagoes, - Eles podem abrir as folhas com os desenhos? R. ideal é explicar que nao devem abrir, pois 0 objetivo nao 6 compartilhar, @ sim elaborar as questées. Titulo | @ APRESENTACAO COM OBJETOS Objetivo | Auxiliar as pessoas envolvidas a tomar consciéncia de | como elas se veer e como se mostram aos outros. | Auxillar © terapeuta a conhecer o padrao de funciona- mento dos participantes. Cédigo |FG | Material | Objetos variados, a eee Consignas _ | “Cada um ira escotner um objeto dessa sala que o re- presente.” “Agora, Cada um explica para o grupo porque escolheu © objeto € 0 que ele tem a ver consigo.” Variagao Os objetos podem ser escolhidas da bolsa dos partici- pantes ou de uma caixa de icones. Observagées | Além de ser uma técnica tit para apresentagao no inicio | de um grupo, pode ser usada para auxiliar o cliente a | falar de si, a tomar contato com expectativas € ansieda- des de situagoes novas. Pergunta - O que se trabalha apés as pessoas se epresentarem? | R. Se 0 objetivo for a apresentacao no inicio de um gru- | po, nao ha trabalho especifico para direcionar além do que for surgindo durante a técnica. No entanto, se existe um outro objetivo (por exernplo: flexibilizar as relacdes | familiares ou grupais), pode-se levantar questées liga das ao tema, tais como flexibilizar, lidar com as diferen- as, liberar-se para novas formas de funcionamento. ONAL SISTEMICA | 3 —= : Titulo @) APRESENTAGAO GRIATIVA Objetivo Permitir que todos possam se apresentar ao grupo (ou | familia) de formas diferentes da convencional, mostran- do outros angulos de sua personalidade e utilizando a ie _| sistividade, Codigo | FG Material Nenhum especifico. 5 Consigna | -caca pessoa deverd sar da sala e, ao entrar, een | | tar-se de trés jeitos diferentes.” | Variagao | Pode-se definir a forma geral da apresentagéio; por | | xemplo: cantando, desenhando, interpretando, fazen- do uma escultura, com argila. | Observacéo | Esta 6 uma técnica para incluir as pessoas ou trabalhar aS questdes lUdicas, de criatividade, de espontaneidade. | Pergunta | ~ O que fazer se houver uma discussao sobre quem ini- cia, sem consenso? | R. Quando algo inviabiliza o uso da técnica pode-se trabalhar 0 impasse no funcionamento do grupo ou da familia. Por exemplo: levantar questdes sobre como eles | lidam com isso, que sentimentos afloram, - | | Titulo | Objetivos Cédigo Material Consignas Variagao Observagao Pergunta ©) ADIVINHE QUEM SOU EU Facilitar a apresentago entre as pessoas através de al- gurn objeto pessoal. Proporcionar aos participantes conscientizagao de seu funcionamento através das fantasias de outras pessoas a Seu respeito. G Um pano ou uma manta para esconder os objetos. “Cada um escolhe um objeto que esteja consigo (na bol- ‘8a, no bolso, na pasta), que Ihe represente, e coloca-o, | Sem que ninguém veja, embaixo do pano que esta es- tendido no centro do grupo.” | Depois que todos colocarem 0 objeto, tira-se o pano “Agora, cada um escolhe um objeto que ndo 6 0 seu 6 fala sobre quais fantasias tem a respeito de quem acha | | que 6 0 dono do objeto,” Numa caixa com varios objetos inusitados, cada parti- | cipante escolhe um para representa-lo. Segue igual ao explicado acima Ao final, cada participante 6 estimulado a comparar as | fantasias da pessoa que 0 definiu através do seu objeto © a sua propria motivacdo para escolhé-lo. - Como fazer para que os outros nao vejam o que cada | um esta colocando embaixo do pano? | R. Enrolar 0 objeto em um casaco e colocar embaixo do | pano; pedir que todos fechem os alhos quando cada Participante colocar seu objeto, entre outras formas. 29 TEGNICAS DE PSIGOTE | Titulo © OCORPO FALA Objetive Proporcionar um maior conhecimento entre pessoas de um grupo, utilizando-se outras formas além do verbal. Cédigo JFcG Material Espago adequado. Consignas | "Um de cada vez, cada participante deve falar de si, fa- zendo mimica a tespeito de trés situagdes: - a maior dificuldade que tem no momento; - como lida com situacGes estressantes; - 0 que tem vontade, mas nunca teve coragem de dizer.” | | Apés todos se apresentarem através da mimica, com- | | partithar, Variagoes | Pode:se utilizar 6 corpo pera fazer carctas ou uma es- | cultura, | Pode-se variar as trés situagdes, dependendo do que | seja pertinente para o grupo ou a familia. Observagées | Parao inicio de um grupo, é util incluir 0 corpo e a cria- | tividade no padrao que sera determinado. | Para familias, esta técnica possibilita que as pessoas conhecam e descubram novos angulos dos familiares, além de incluir flexibilizacao e criatividade nas sessOes e relagdes familiares. I -O que fazer se alguém tiver muita dificuldade para se soltar? | R. E importante que o terapeuta aceite, sem criticas, a produgéo de todos os elementos, mas deve também | estimular a participagao, propondo a tarefa de forma leve e ludica. Pergunta 934 | SOLANGE MARIA ROSSET Titulo | Objetivo @) APRESENTANDO 0 OUTRO Auxillar os participantes a tomar consciéncia de como percebem as pessoas ao seu redor e, 20 mesmo tempo, tomar consciéncia do impacto que causam nos outros. | Codigo Material | Consignas Variagao Observagao Perguntas 1 G Lugar adequado para que as pessoas possam sentar- se em circulo. “Cada um de vocés apresenta a pessoa que esta a sua | esquerda, a partir da caracteristica dela que mais Ihe chamou a atengao.” Apos todos apresentarem o vizinho: "Cada pessoa que | foi apresentada pelo seu vizinho diz se concorda ou dis- Corda da colocagao feita, contando como é na realidade 20 que sentiu sobre 0 que foi falado de si" Pode-se solicitar que cada um apresente @ pessoa da | esquerda a partir de um dado concreto, por exemplo: os sapatos que ela esta calcando. Se for um grupo terapéutico, essa apresentacao pode ser desmembrada em varios trabalhos grupais ou individu- ais, dependendo dos contetidos que forem aparecencio. - O que fazer se alguém disser que nao imagina nada | a respeito da pessoa ao seu lado, que nao sabe o que dizer? R. Pode-se pedir que ela fale a partir dela, por exemplo: 3€ 6U vestisse um sapato assim seria porque eu gosto de estar confortavel. ~ O que fazer se a pessoa disser que a observagao feita | no tem nada a ver consigo? | R, Pode-se explorar com 9 cliente sobre alguma hipéte- Se rélacionada a sua acdo que desencadeou essa per- | cepgao do seu vizinho, NAL SISTEMICA Titulo | GRADE DE FANTASIAS Objetivo | Cédigo Material Propiciar a apresentacao entre as pessoas no primeira encontro. Levantar os padrées de avaliacao do grupo, preconcei- | tos, auto e heteropercepgao. \G Quadro ou papel grande para montar a grade de forma que todos possam ver, | | Consignas Variagao “Gada um deve fomecer dados para preencher essa grade (mostrar), a partir das fantasias que tém a respeito de cada pessoa do grupo.” | “Um a um, vao se propondo a ser 0 foco, e cada um fala | sobre as fantasias que tem sobre a pessoa em foco, até | que todos tenham sua grade completa.” Em seguida, as fantasias de grupo so comprovadas ou no a partir do esclarecimento de cada pessoa. ‘A grade sugerida pode ser modificada de acordo com | as caracteristicas do trabalho. Observacoes Monta-se uma grade para cada pessoa, com varios da- dos significativos, por exemplo: nome, profissdo, objeti- vo de vida, razao de estar ali, o que gosta. £ uma técnica mais adequada para grupos terapéuticos. | | Pergunta Exemplo de grade Fantasiado | (de quem se fala) MARIA POS - O que fazer se aparecerem aspectos dificeis de algum participante? | R. Por ser mais adequada a grupos terapéuticos, hd a possibilidade de se trabalhar com as emogdes € com os padrdes dos participantes. ; ; Oque Fantasiador | nao gosta | (quem fala) | Objetivo, de vida Profissdo pus SET Titulo © LIVRAR-SE DAS DIFICULDADES } | Objetivo Permitir que o cliente amplie sua viséo sobre determi- nada dificuidade e, a partir da retlexdo, perceba novas | possibllidades. | Cédigo 1\CFG Material | Papel e caneta, Consigna “Liste todas as possibilidades de se livrar dessa difi- culdade com a qual estamos trabalhando, mesmo que sejam idelas que vocé considere fora de cogitacao ou impossiveis ¢ fantasiosas.” Variagaio E posstvel fazer a lista na sessdo ou em casa. | Observagées | Trazar corn tareia ou reazar com o terepeuta, depen- dendo das dificuldades do cliente de flexibllizar e am- | pliar a visao. A possibilidade de pensar sobre determinada dificulda- | de sem preconceitos, ou seja, considerando também possibilidades absurdas, abre para outras que sao mais | wiaveis, pois flexibiliza os Angulos de visao. T | Pergunta ~ O que fazer quando o cliente no enxerga nenhuma | possibilidade? R. Pode-se lancar desatios paradoxais, incentiva-lo a | usar a criatividade, dar modelos de coisas absurdas. | 129 TECNICAS DE PSC ELACIONAL SISTENICA | 37 | Titulo O QUE EU GANHO? Objetivos _| Propiciar conscientizagao de algumas das razbes que dificultam a realizagéo de mudancas. | Fiexibilizar a compreensdo linear de sintomas e dificul- | | dades. Cédigo IcFG | Material : el e caneta. Bee ee er | Consigna | sista todos os ganhos que vocé tem ai essa situagao.” | | Variagao | Pode-se pedir que 0 weanle traga como tarefa ou vsanee| | na sessdo, | Observagaéo | Essa técnica é uma possibilidade do cliente enxergar as formas que usa para manter o sintoma ou a dificuldade. A base para trabalhar desta forma é a crenga de que todas as situagdes tém Angulos opostos e complemen- | tares. Por exemplo: trazem ganhos e perdas, sao posi- | | tives @ negativos. | 1 | Pergunta =O que fazer quando a pessoa nao enxerga 0 seu ganho? | | R, E importante levantar hipéteses de possiveis ganhos no funcionamento do cliente; se ele ndo vé, cabe ao terapeuta auxiliar. BUUEREUEUUUU Titulo @) EMOG6ES NO DIA ADIA Objetivos Definir objetivos da terapia. Aumentar a consciéncia do cliente sobre como ele lida com as emogées. Codigo ICFG Material Consigna Variagao Papel e caneta. “No seu dia a dia, avalie e liste quais as emocdes que mais lhe atrapalham, com quais vocé sente mais dificul- dade em lidar e o que vocé faz quando elas aparecem.” E uma técnica que pode ser utilizada na sesso, mas & mais indicada como tarefa de casa; 6 mais produtivo fazer com um intervalo de tempo razoavel para que as emog6es aparegam. Observacao Caso 0 cliente apresente limitagdo/dificuldade para en- xergar suas emogées, trabalhar na sesso. | Pergunta - O que fazer se 0 cliente ja souber quais s4o as emo- gOes que o atrapalham? R. Pode-se trabalhar a mesma técnica, mas ja definindo a emogao que devera ser mapeada. 123 TEGNIGAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SISTEMICA | 39 Titulo | @) SEM RECEIO | a 1 4 Objetivos Flexibilizar a compreensao linear de sintomas ou dificul- dades. Avaliar outras possibilidades de ac¢ao e possiveis acon- tecimentos na presenga ou auséncia de uma determi- nada emogdo. Cédigo IGFG | Material Papel e caneta. | Consigna “Liste 0 que vocé imagina que faria ou que aconteceria se nao tivesse mais esse sentimento (descrevé-lo),” Variagao Pode ser utilizada para trabalhar varios sentimentos como: raiva, citime, inseguranga, culpa. Observacao Se 0 cliente estiver realmente envolvido no processo, faz a tarefa como uma possibilidade de abrir novos ca- minhos, Se 9 cliente ainda estiver esperando que 0 te- | rapeuta he dé a receita, pode nao fazer a tarefa com realismo. Pergunta - O que fazer se a pessoa nao conseguir imaginar? R. Cabe ao terapeuta aunxiliar o cliente a enxergar essas opgdes; deve fazer isso de acordo com o funcionamen- to do cliente, sendo provocativo, continente, racional ou estimulante, dependendo do que Seja mais util. 40 | SOLANGE MARIA ROSSET Dini nain Titulo @ Riscos Objetivos Possibilitar ao cliente avaliar concretamente, no meio externo, os riscos de uma mudanga. Prevenir riscos, evitando que a cliente se exponha, ex- cessivamente, nas mudangas que deseja. Cédigo jie Material Papel e caneta. | Gonsigna “Pergunte as pessoas envolvidas na situagao o que elas | fariam se voce mudasse seu comportamento, que ris- cos voc correria € que ganhos teria. Variagao No caso do cliente nao querer ou nao ter para quem perguntar, pode-se trabalhar so com as suas préprias hipéteses. | Observagéo | Trabalhar a técnica por escrito, em colunas, ou seja, uma linha para cada pessoa envolvida, explorando to- das as possibilidades e riscos. A partir dessa andlise, fazendo os ajustes necessérios, o cliente pode chegar a um outro caminho satisfat6rio. Pergunta - Quando o terapeuta nao deve utilizar essa técnica? R. Quando o fato do cliente fazer as perguntas em seu contexto puder coloca-lo em risco. Exemplo de colunas Pesquisada Nome da pessoa Que riscos ‘Que ganhos ue ela faria? se . O.que ela faria? | 2. correria? —_| eu teria? 128 TECNICAS DE PS\COTERAPIA RELACIONAL SISTEMICA 1 41 Titulo PAINEL TEMATICO Objetivos Cddigo Treinar a familia para trabelhar em conjunto. Proporcionar um meio de trabalhar simbolicamente de- terminado tema, mais na forma do que no contetido. F Material Consignas Variagao Caixa contendo recortes variadas. “Cada membro da familia escolhe uma figura que sim- bolize o tema levantado na sessao," “Todos vocés levam essa figura para casa e, juntos, da maneira como acharem melhor, vao compor um painel, colocando-o em um lugar publico da casa.” E possivel solicitar que a familia faga um painel a partir de desenhos feitos na sessao sobre 0 tema trabalhado. | Observagao Na sessdo seguinte, explorar tudo que aconteceu: quem iniciou o movimento de montar o painel, quem ficou re- sistente, como foi a montagem do painel, o que foi facil, © que foi dificil, houve ou nado consenso, como lidaram com as situagdes que surgiram, onde colocaram o pai- nel, entre outros aspectos. Pergunta - A familia pode conversar em casa sobre como montar ‘© painel? E sobre 0 tema da sessao? | R, Depende do que se estd querendo trabalhar. Se a discussao sobre a sessao e sobre 0 conteudo do tema for uma aprendizagem importante, pode-se deixar que fagam como quiserem ou prescrever que conversem sobre 0 painel e também sobre o que aconteceu na ses- a0. Por outro lado, dependendo da aprendizagem que | a far necessita desenvolver, pode ser melhor que o trabalho seja somente simbdlico, sem expressao verbal durante a montagem do painel. O trabalho verbal pode ‘OU No ser retomado na sessao seguinte. 42 | SOLANGE MARIA ROSSET | Titulo @®_LIMPANDO SENTIMENTOS Objetivos Proporcionar ao cliente conscientizagao e elaborago de sentimentos presentes que dizem respeito a situa- des passadas. Possibilitar © desprendimento dessas emogdes para o movimento na diregao de mudanga. | Cédigo Material [FG Caixa contendo recortes variados. Consignas “Dentro da caixa, procure figuras que representem o sentimento que esta presente.” “Como tarefa, leve essas figuras para casa @ queime uma figura por dia até que elas acabem, sempre menta- lizando que, junto com a figura, est queimando 0 sen- timento que esta representado nela.” Variagao Observagao Perguntas sentiu, 0 que fez. Pode ser usada para qualquer sentimento: medo, ma- goa, raiva, entre outras. Na sessdo seguinte, explorar como foi 0 processo de queimar, em que coisas o cliente pensou, que coisas - O que fazer sea pessoa no acredita que isso vé ajudar? R. Depende do padréo de funcionamento do cliente. © terapeuta deve avaliar qual intervengao sera util. Por exemplo: "Se vocé nao acredita, eu acredito; pode fa- zer.’ Se 0 cliente nao aceitar fazer, o terapeuta deve pro- curar outra estratégia, - O que fazer se a pessoa ndo queimar as figuras? R. Avaliar com o cliente 0 porqué de néo ter queimado e, dependendo do caso, propor queimar na sessao ou criar outra forma de trabalhar com as figuras. ICOTERAPIA RELAGIONAL SISTENNCA | 43 Titulo | LEMBRETE | Objet vo. | Conscientizar/lembrar o cliente sobre a necessidade de se fazer um determinado aprendizado, “cédigo ; ICFG Material Caixa contendo recortes variados, ‘| ee “Escolha uma ou mais fainas como lembrete para tra- Zer & memoria a aprendizagem que vocé precisa fazer. Mantenha a(s) figura(s) num lugar que vocé veja sempre | @ cada vez que olhar para ela(s), avalie como esté o processo de aprendizado.” Variagéo Em vez de escolher figuras, o lembrete pode ser um desenho que o cliente tenha feito na sesso ou uma fita que 0 tetapeuta fornaga ao cliente e que ele possa amar- rar em Seu pulso ou em outro lugar que veja sampre, Observagdo | Na sessao Seguinte, avaliar como esta o processo de aprendizado, como o lembrete esta auxiliando, o que o | Cliente ja aprendeu, o que Ihe falta aprender, entre ou- tros itens. Pergunta ~ 0 que fazer com as figuras depois de realizar 0 apren- dizado? | R. Pode-se guardar, jogar fora ou trabalhar metatorica- mente. Por exemplo: enterrar em um local ande cres- gam plantas, para que seja possivel multiplicar essa | aprendizagem. 44 | SOLANGE MARIA ROSSET LIOTTA Ann AnAnnnnn @ caiKamécica Proporcionar 0 desenvolvimenta da consciéncia sobre questoes importantes da vida. Codigo ICGF | Material Caixa contendo recortes variados. Gonsignas “Feche os olhos ¢ retire da caixa uma figura que re- Presentaré 0 que vooé esta precisando aprender neste momento." “Agora, retire ouitra figura que simbolizara o que esta ihe. impedindo de fazer tal aprendizagem.” “Leve as figuras para casa ¢ queime-as da seguinte ma- Neira: primeiro a que representa o que esta lhe impe- dindo @ depois a que representa o que vooé precisa aprender.” Variagéo Pode-se preserever outros atos metafdricos para serem feitos com as figuras. Por exempla: que 0 cliente colo- que embaixo do travesseiro, que deixe em lugar visivel para estimular a reflexo sobre o assunto, que queime Ou rasque @ jogue em Agua corrente a figura que sim- bolize o que esta ihe impedindo e fixe em algum lugar visivel a figura que simbolze 0 que precisa aprender. Observagao E necessério ficar atento para que o cliente nao ache gue é uma magica, e sim deixar claro que é um tra- balha com aspectos inconscientes, que serve para dar dicas e facilitar enxergar 0 padréo de funcionamento e as aprendizagens necessarias. Pergunta - O que fazer se 0 cliente comecar a “interpretar” as figuras? R. Na maioria das vezes, o cliente faz isso porque o te- | rapeuta deu margem para esse tipo de elucubragao. O cuidado que o terapeuta deve ter é de deixar claro que 6 um trabalho simbélico, com quesiées inconscientes, € evitar interpretagdes inuteis. 123 TECNRCAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SISTEWWCA | 45 Titulo ° | Objetivo Codi BOM .X RUIM Levantar pontos negativos e positivas de uma determi- nada situacao. Ic Material Caixa contendo recortes variados. Consignas | Variagao “Escolha, na caixa, figuras que simbolizem coisas boas e ruins da situagao que estamos trabalhando.” “Leve-as para casa, cole-as numa folha em branco e escreva aS coisas boas € ruins simbolizadas por cada figura.” Pode-se prescrever que queime aquela que simboliza o negativo @ escreva ao lado da outra figura os aspectos | positives. Observacces Pergunta bom uso dela. Na sesso seguinte, avaliar os pros e contras da situa- a0. A avaliagao deve ser feita considerando o sistema Ge valores do cliente ¢ 0 que ¢ funcional para ele naque- le momento. Essa técnica pode ser usada para explorar determinada situagao ¢ facilitar uma escolha (pesar pros e contras 6 tomar a decisdo) ou para fazer a anélise de uma si- tuagdo que 6 fato, no ira mudar (perda do emprego, Por exempla), mas ¢ necessario o cliente aceitar e fazer - E seo cliente nao fizer a ligagao das figuras com as situagdes? R. A técnica é uma forma de fazer essa ligagao. O tera- peuta pode auxiliar levantando hipdteses. 46 | SOLANSE MARIA ROSSET DADA ADRAANANANAHANnAANnN nA ANnHAnND Titulo : i HISTORIA COM RECORTES Objetivos Proporcionar 20 cliente, de forma simbélica, uma visdo de sua historia de vida, para ampliar seus pontos de vista. Definir objetivos:da terapia e aprendizagens necessérias, Cédigo |GGF Material Caixa contendo recortes variados, cartolina e cola. Consigna Variagao “Escolha varios recortes e monte a sua histéria de vida." Pode-se pedir que 0 cliente arranje as figuras de forma a mostrar como gostaria que sua vida tivesse sido ou en- 180 0 que quer que seja diferente desse momento para | | frente. Observacao | Pergunta No trabalho verbal, pode-se explorar em cada situagdo: como ocorreu, como gostaria que tivesse sido, o que acha que paderia ter feito diferente na ocasiao, como desencadeou determinado fato, etc. - Como usar essa técnica nas diferentes situagdes? R, Com casais, pode-se utilizar a técnica de duas for- mas: cada membro do casal faz a histéria do casal e depois se compara e conversa sobre o que foi feito ou o Casal em conjunto faz uma hist6ria Unica, Com familia, & solicitado que todos juntos fagam uma historia Unica ou | cada um faz @ sua e compartilham, fazendo ou nao ada familia. Com grupos, solicita-se que cada participante faga a sua. 123 TECNICAS OE F ca | a7 Titulo CRIANDO HISTORIAS | Objetivos Auxiliar 0 terapeuta a enxergar 0 funcionamento do cliente. Abrir novas etapas de trabalho terapéutico. Cédigo | Material Recortes variados, papel, lapis de cor, cartolina e cola. Gonsigna | “Escolha diversos recortes, crie e escreva uma historia sobre eles.” | Variagao Pode-se pedir que o cliente faga um desenho e crie uma hist6ria a partir dele. Observacao | Euma técnica util para os momentos em que 0 proces- so da uma parada, € o terapeuta precisa de dados para continuar ou fazer intervalos maiores na terapia. Pergunta - Como trabalhar a partir do que 0 cliente fizer? R. Durante o trabalho verbal, apés explorar a hist pedir que o cliente refita sabre 0 que pode ser rélacio- nado com a sua histéria e com 0 momento presente, incluindo as aprendizagens necessérias. 48. | SOLANGE want SET Titulo | @) LEMBRANGAS DO PASSADO Objetivos Propiciar a circulagao de sentimentos dentro da familia. | Auxlliar o terapeuta a perceber a forma de comunicagae | e feedback dentro da familia/grupo e como ela trata as | diferentes situagdes. Cédigo FE Material Caixa contendo recortes variados. Consignas. “Cada um escolhe, dentro desta caixa, o numero de fi guras correspondente aos membros que formam sua familia. Em seguica, usando uma figura para cada mem- bro, relata um momento de felicidade que ocorreu entre vooSs ne passado,” “Cada um fala sobre as figuras @ os sentimentos.” Variagées Dependendo do que se esta trabalhando, pode ser pe- dido um momento de mdgoa, de intimidade, etc. Pedir que cada membro escolha uma figura que repre- | sente um momento de felicidade e uma figura que re- presente um momento de magoa. Observacao, No trabalho verbal, 0 terapeuta questiona cada membro | sobre 0 que percebeu sobre seu padrao de comunica- a0, sobre como cada um critica ou elogia o outro, 0 que considera situagdes faceis ou dificeis ¢ como lida com isso. Também € possivel explorar como cada um acredita que receberia mais tranquilamente 0 feedback do outro. Pergunta - Qual é 0 risco de virem a tona contlitos mais sérios das. | relagoes? | R. Todas as técnicas que trabalham com trocas podem facilitar que os conflitos sejam expressos; essa é uma das tarefas da terapia. Entretanto, se 0 terapeuta achar | que nao 6 hora para isso, deveré dar consignas mais delimitadas, que evitem os confrontos, ou nao usar as | técnicas. 128 TECHICAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SSTEMIGA | 40) Titulo @2_DEBITO E CREDITO Objetivos | Estimular 0 cliente a perceber que todos tém qualidades e defeitos. ‘Treinar a troca entre as pessoas, como forma saudavel de crescimento, Cédigo CFG Material Consignas Caixa contendo recortes variados. “Escolha duas figuras que simbolizem caracteristicas suas; uma qualidade ¢ um defeito.” "Agora, cada um, na ordem que vocés escolherem, dis tribui suas figuras da seguinte maneira: da sua qualida- de a alguém que pode fazer bom uso dela; dé seu de- feito @ quem quer pedir ajuda pera resolver a questo,” “Compartilhem os sentimentos apos as trocas.” Variagao Pade-se trabalhar s6 com a qualidade ou s6 com o de- feito, dependendo do foco do trabalho no momento. Observagao Pergunta Explorar no trabalho verbal a nocao de sistema e de que | as relagdes so circulares, ¢ nao lineares. - O que fazer com as figuras? R. Rode-se trabalhar simbolicamente com elas, por exemplo: queimando, enterrando, guardando num lugar especial. 50 | SOLANGE MARIA ROSSET Titulo Objetive Cédigo Material Consignas Variagao Observacao Pergunta @3) CONTANDO HISTORIAS | Auxiliar 0 terapeuta a avaliar 0 padrao de funcionamento | da familia/do grupo. FG Recortes de revistas, cartolina, tesoura ¢ cola. “Escolham recortes desses e fagam uma colagem.” | Quando terminarem, solicitar: “Agora, vocés devem con- | tar uma histéria sobre sua colagem; um de vocés come- ga, @ cada um continua contribuindo com um pedago da histéria. Cada um pode falar quantas vezes quiser.” | Pedir que contem uma historia que misture fatos reais, que | aconteceram com a famntlia/o grupo, e fatos imagindrios. Além de avaliar 0 padrao de funcionamento do cliente, | essa técnica pode fornecer outras dados sobre a inte- ragaio das pessoas: forma de comunicagao, hierarquia, lideranga, poder, ete. - O cliente pode conversar enquanto estiver fazendo a | montagem? | R. Sim, pode funcionar como preteri [ Titulo RISCAR SENTIMENTOS Objetivo Possibilitar ao cliente uma melhor compreensao de um sentimento, sua expressao ¢ sua elaboracao. Cédigo Material Papel grande (A3) ¢ giz de cera. Consignas “Escolha trés cores de giz de cera que simbolizem a dificuldade que estamos trabalhando. Com uma cor de cada vez, risque 0 papel com forga, com rapidez e de forma a ocupar o maior espago do papel. Risque até sentir que suficiente, que drenou todo o sentimento para o papel.” Quando o cliente terminar de riscar, solicitar: “Diga um numero de 1a 10 @, em seguida, corte o papel em pe- dagos conforme o ntimero escolhido.” Prescrever como tarefa de casa: “Vocé deve queimar um pedaco do papel par dia, mentalizando que sua cifi- | culdade esta sendo consumida.” Na sesso sequinte, explorer com o cliente como foi a tarefa e como esta a dificuldade. Variagdes Observagao 52 | SOLANGE MARIA RO: Pedir que o cliente leve 0 papel para casa e queime de acordo com um prazo estabelecido. Per exemplo: quei- mar um pedaco por dia, um a cada oito horas, um @ cada hora. Também pode trazer um pedago de cada ‘vez para queimar nas sessGes seguintes. Pedir para escrever uma palavra que simbolize a dificul- dade e riscar em cima. Dar continuidade como descrito acima. Nao aplicar em comego de processo, pois como ndo se conhece o padrao do cliente no se pode prever sua reacao. Perguntas - Como definir se deve queimar todos os pedagos de uma vez ou aos poucos? R. Se 0 cliente estiver trabalhando uma situagao que impega o desenrolar do proceso (citimes, medos, ape- go ao passado), € possivel solicitar que ele congele o papel riscado. Estando congelado, o cliente pode expe- rimentar como é viver sem aquele sentimento, além de experimentar novos sentiments permitidos. Apés um tempo, fazer a pergunta-chave: “Vocé quer se ver livre disso?" Em caso afirmativo, se estiver bem consciente | do sentimento, descongelar e queimar tudo de uma vez. | Se isso nao ocorrer, queima-se aos poucos. - Gomo lidar com o numero de cores que pode ser R, Quando a dificuldade ou o sentimento tiver nome, pede-se que o cliente escolha uma cor. Quando é uma sensacao, sem estar bem definida, pede-se que esco- | tha de duas a trés cores. 128 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SSTEMICA | 53 _- | Titulo @) SEMPRE, AS VEZES, NUNCA Objetivos Cédigo Material | Consigna | Auxiliar 0 terapeuta a avaliar crengas e valores do cliente. Proporcionar ao cliente tomada de consciéncia do seu padrao de comportamento, a fim de perceber possivel influéncia ou impedimento nas situagées atuais. (CF Papel e caneta. "A tespeito da situacéio que estamos trabalhando, faga uma lista com: ~ 0 que vocé faz sempre; ~ 0 que vocé sé faz As vezes; ~ 0 que vor nunca faz.” Variagoes: Solicitar que 0 cliente liste coisas que gostaria de fazer | na situagao. Solicitar que 0 cliente liste 0 que outras pessoas que ele conhece fazem nessa situagao, Observagao Pergunta | Essa técnica permite uma vasta exploragao, que pode Tesultar em um aumento de repertério para novas agdes do cliente. | - Como aplicar essa técnica com casais e familia? R. Com casais, pedir que listem 0 que acontece em de- terminada situagao do convivio, por exemplo: em rela- 90 a educa¢ao dos fihos. Com familias, pedir a tarefa | com uma situagao que envolva todos os membros que a compem. Podem fazer na sessdo ou levar como ta- refa para casa. 54 | SOLANGE MARIA Rosser ic tuote Titulo 7 @6) BOLADE FOLHAS Objetivo | Possibilitar que o cliente lide de forma menos racional com sentimentos, sintomas e impedimentos. | Cédigo | Material | Revistas, Consignas O terapeuta arranca uma folna do meio da revista een- trega ao cliente, dizendo: “Faga uma pequena bola bem | apertada, Esta bola representa 0 assunto que estamos trabalhando, Vou Ihe dar folhas de revista ¢ vocé acres- | centa cada folha, apertando fortemente, formando uma | bola de papel, enrolando uma folha de cada vez em vol- | ta da bola, fazendo camadas, passando para o trabalho todas as energias e emogdes que esti ligadas ao tema. Quando sentir que esta suficiente, que passou toda a energia da situacao para o papel, vocé pode parar.” O terapeuta vai titando folhas e passando ao cliente até gue ele pega para parar, “Leve a bola para casa e, a partir de amanha, retire da | bola e queime uma folha por dia; jogue as cinzas na pia © abra a torneira para que a agua corrente as leve, de | forma que a questao va sendo consumida.” | | Variagao Dependendo da questdo que esta sendo trabalhada, ode-se pedir que o cliente queime uma folha a cada dois dias, a cada semana ou na frequéncia que ele quiser, Observagées | Pergunta A técnica s6 deve ser aplicada apés um trabalho ver- bal sobre 0 tema e apds 0 terapeuta ter verificado se © cliente realmente quer fechar a situaco, eliminar a emogo presente. E importante que o cliente salva que nao é brincadeira ou magica, mas um trabalho simbélico do que ele esta precisando fazer ou aprender. - O que fazer se 0 cliente parar de queimar as folhas? R. De vez em quando, o terapeuta deveré perguntar so- | bre o andamento da tarefa. Se o cliente parar, perder a bola, ou acontecer outro fato que interfira na tarefa, © terapeuta deve rever a intenc&o da técnica, o que se esta trabalhando e redefinir a situagao. 123 TECNICAS DE PSIOOTERAPIA RELACONAL SSTEMICA | 55 Titulo @ _VARIAGOES DO JOGO DE MEMORIA { | Objetivos Auxiliar 0 terapeuta a levantar 0 padrao de funciona- mento do cliente, enfocando civersos aspectos: limites, regras, competigao, colaboragao, concentracao, etc. Facllitar uma maior compreensao do cliente em relacao asimesmo. Treinar novos comportamentos. Cédigo |CFG Material Jogo de memoria. Consigna “Voces vao jogar o jogo da meméria, Cada vez que al- guém acertar um par, tem o direito de fazer uma per- gunta que nunca fez para um membro da familia (do grupo ou para seu par).” Variagoes Mudanga na consigna: "Cada vez que alguém acertar 0 ar, deve falar alguma coisa que nunca foi dita para todos" Em fungao das necessidades do sistema, pode-se usar © jogo pera trabalhar com regras © limites, criando-se Novas regras em conjunto, um dos participantes defi nindo nova regra, flexibilizando ou enrijecendo as rearas existentes Pode-se usar outro jogo ou baralho em vez do jogo de meméria. Observagao Apés 0 jogo, 0 terapeuta deve fazer circular e trabalhar as situagdes ocorridas durante 0 jogo; tais como: pos- tura fisica, participagao, respeita ou nao as regras, for- Mma como acontecem as perguntas e respostas, etc. A forma como o cliente joga, seja familia, grupo ou casal, mostra 0 seu padrao de funcionamento. Pergunta - Como agir se a pessoa que fechar o par ndo quiser fazer perguntas? R, Dependendo do objetivo e do funcionamento do sis- tema, pode-se passar adiante e discutir-se 0 fato no trabalho verbal, apds 0 jogo. © importante é que esse funcionamento fique registrado, e possa ser trabalhado nao 0 porqué do comportamento, mas os encadeamen- tos anteriores ¢ posteriores a ele. 56 | SOLANGE MARIA ROSSET | Titulo QUEDA DE BRAGO Objetivo Possibilitar a vivéncia e a percepgao do funcionamento em temas como: poténcia e impoténcia, competicao, menos valia, ganhar e perder, aproximagao, competi¢ao dentro das regras. Cédigo CFG Material Espago adequado. | Consigna “Sentem-se de frente um para o outro e coloquem-se | em posigdo para jogar queda de brago." Variagao Queda de braco jogada dedo a dedo ou corpo a corpo. Observagao | Esse jogo, como todos os jogos sociais, pode ser adap- tado a varios focos e abjetivos dentro da terapia. Pergunta —_| - Como utilizar 0 jogo. com grupos e familias? R, Pode-se fazer escolhas de duplas aleatérias e montar campeonatos, estipulando que 0 perdedor saia do jogo. A familia/o grupo pode também estipular regras e fazer | escolhas. UUUUUUUUUEEUUUEU eeu 123 TECNICAS DE PSIGOTERAPIA RELACIONAL SSTENCA | 57 Titulo CABO DE GUERRA Objetivo Cédigo Levantar 0 padrao de funcionamento do cliente em te- mas como: poténcia e impoténcia, competicao, sen- sag&o de menos valia, ganhar e perder, aproximacao, competigo dentro das regras, limites. CFG | Material Corda. Consigna Variagées Observagao “Dividam-se em dois grupos. Cada qual segura em um que © outro venha para seu lado, ultrapassando a linha estabelecida no chao, ganha.” Quando a técnica for utilizada com casais, pode-se uti- lizar um lengo amarrado no pulso de cada um ou pode ser realizada com uma toalha Também pode ser utilizado com barbante amarrado nos dedos. Quando for em grupo ou familia, pode-se colocar varias pessoas de cada lado, determinar times, colocar pesso- as para ajudar. Esse jogo, como todos os jogos sociais, pode ser adap- tado a varios focos ¢ objetivos dentro da terapia. lado da corda e puxa para si. O grupo que conseguir | Pergunta | - O que trabalhar depois de jogarem? R. E um jogo que traz a tona a forma como os parti- outros aspectos. A partir do jogo e dos comentarios que trouxerem, vai-se mapeando a forma como eles fun- cionam © que precisam flexibllizar e aprender nessas situagdes. cipantes lidam com competicao, disputa, forga, entre | 5B | SOLANGE MARIA ROSSET Titulo CABRA-CEGA GRUPAL Objetivos Proporcionar, para a familia ou © grupo, contato fisico, exposigéio @ expressao de afetos de forma lidica. Levar os clientes a experimentar novas possibilidades. Cédigo FG Material Espaco adequado e varias vendas para os olhos. Consigna “Vou vendar todos vocés, colocé-los distribuidos: na sala, e voc&s devem seguir as ordens que forem dadas.” O terapeuta da as consignas de acordo com os temas que est querendo trabalhar. Por exemnplo: tocar-se mu- tuamente e descobrir quem sao, pisar nos pés, bater em determinadas partes do corpo, acariciar o resto, ba- ter nas maos, etc. Variagao | © terapeuta vencia todos os participantes e, durante a brincadeira, tira a venda de um deles e segue a brin- cadeira; em seguida, venda essa pessoa novamente e | desvenda outra, seguindo 0 mesmo processo. | Observagao Nos comentérios, o terapeuta deve ficar atento ‘para que aS pessoas percebam sua forma de funcionar nas va- rias situagGes € possam relacionar isso com o funciona- mento nas relagdes, sintomas e dificuldades que esto vivendo. Pergunta - O que fazer se aparecer muita agressividade? R, O terapeuta deve ficar atento para que a agressivida- de fique no terreno do Itidico, sem machucar alguém. Se houver 0 risco de isso acontecer, suspende-se 0 jogo 6 propde-se uma conversa sobre o assunto. Como é um | trabalho que mostra todas as nuangas do funcionamen- | to, 0 terapeuta deve anotar todos os comportamentos | para discutirem e relacionarem com a vida real. uULUEUUU 13 TEONICAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SISTEMGA | 59 [ Titulo 0 tempo todo? R. Pode-se falar no meio da técnica e perguntar a pes- soa sobre © que esta acontecendo e qual sua dificulda- de para fechar os olhos, verificando 0 que pode ser feito Para que possa fecha-los. Também é possivel deixar a técnica correr, pontuando somente no final, durante o trabalho verbal, @) cEGOEGUIA Objetivo Levantar 0 padrao de relagao de confianga/entrega en- tre 0 casal sem utilizar a linguagem verbal | Cédigo lo Material | Espago adequado. Consigna “Um de vocés fecha os olhos e deixa-se conduzir pelo | parceiro que vai Ihe guiar por este espa¢go.” No momen- to seguinte, inverter os papéis. 7 Variagao Sugerir a quem estiver conduzindo que realize movi- mentos que simbolizem as dificuldades do dia a dia, Observagao | Nos comentarios, explorar o que cada um ssntiu @ pen- | sou em cada papel, se ficou com os olhos fechados, se | Confiou, se ficou com medo, etc. Relacionar com o dia a dia, com sintomas € dificuldades que eles tem. Pergunta > O que fazer se um participante ficar abrindo os othos (60 | SOLANGE Mania ROSSET Titulo @2) MONTAGEM DE UMA CASA Objetivo Avaliar e identificar 0 padrao de funcionamento da fami- lia e definir as aprendizagens que necessitam ser feitas. Céddigo F Caixa com pedacos de madeira, de diversos tamanhos Material @ formatos, mobilias em miniatura, bonecos. em varios tamanhos ¢ formas, utensilios domésticos. Censigna “Com esse material, peco que montem uma casa.” | Variagao | Pedir que montem uma casa com icones ou com gra- ures Observagaéo | E uma técnica excelente para primeira sessao de familia. © terapeuta deve ficar atento e observar como aconte- em as relagdes, a comunicacao, como eles lidar com a hierarquia, com as opinides diferentes, com o poder. a | Pergunta - O que fazer se perguntarem que tipo de casa, qual | acharem melhor.” E importante que sintam liberdade casa ou como fazer a casa? R. Responder: “Como vocés quiserem, como vocés para realizar a tarefa, sem se incomodar com a quali- dade da consirugao, pois seu funcionamento € que vai ser abservado, 23 TECNICAS (OTERAPIA RELAGIONAL SISTEMICA | 61 Titulo Objetivos @3) ZOOLOGICO Possibilitar ao terapeuta avaliar e identificar 0 padrao de funcionamento da familia e definir as aprendizagens que necessitam ser feitas. Proporcionar & familia a auto @ heteropercepgao entre seus membros. Codigo. F Material Lapis preto, papel e quadro ou papel grande para que se possa fazer a grade de levantamento. Consigna “Cada um vai desenhar animais que representem a si mesmo e cada membro da familia." Apos desenharem, cada um mostra seus desenhos e compartilha a vivéncia. | Variagdes pds 0 desenho e o compartilhamento, pode-se pedir que dramatizem os animais. Pedir que cada um desenhe a si mesmo ea cada mem- bro da familia como um instrumento musical ou como um objeto. Observagdes | Pergunta E uma técnica indicada para primeira sesso de familia. Indicada para familias com criangas ou pré-adolescentes. Durante 0 trabalho verbal, é importante fazer circular: a razao pela qual cada um escolheu e desenhou esses animais; as caracteristicas de cada animal, usado para Ihe representar, com as quais cada um se identifica; as caracteristicas que identifica no outro. Avaliar na for- ma (0 jeito de desenhar os animais — pequeno, grande, amontoado) € no contetido (as conotagdes que cada animal tem, os sentimentos presentes quando estavam desenhando e quando estavam ouvindo). - O que fazer se alguém se negar a desenhar? R. A postura do terapeuta numa situagdo dessas vai de- pender do que ele j4 peraebeu do padro de funciona- mento da familia, Por exemplo: se for uma familia que vem por causa da desobediéncia de um filho, e ele se nega a desenhar, o terapeuta pode suspender a tarefa e lidar direto com o confronto; se nao houver indicagGes an- teriores, pode continuar com a técnica, deixando a pes- soa de lado, e comecar os comentarios finais com 0 fato. 62 | SOLANGE MARIA ROSSET Titulo DESENHO CONJUNTO Objetivo Avaliar 0 padrao de funcionamento da familia ¢ definir as aprendizagens necessarias, Cédigo FE | Material Gartolina ou papel em rolo e lapis. Consigna “Fagam todos um desenho conjunto, sobre o que qui- ‘serem.” VariagGes: Em vez do desenho, pode ser uma escultura com argila ou colagem. Pode-se definir que seja s6 um desenho ou que cada um faga uma parte eo outro dé seguimento, dependen- do do qué e de qual tema-o terapeuta esta querendo avaliar ou desencadear. Observagoes Pode ser utilizada na primeira sesso de familia ou como instrumento para deixar vir & tona algum tema que esta permeando as relagdes. Apés o desenho, pedir que to- dos compartilhem o que sentiram, 0 que pensaram eo que perceberam. O terapeuta deve ficar atento a maneira como a tarefa @ realizada, ou seja, quais sao as interagdes, os movi- mentos, 0s comentarios que acompanham o desenho. Pergunta ~ O que fazer se elés perguntarem se é um desenho s6? R. As técnicas que t&m como foce avaliar 0 padrao de funcionamento devem ter as consignas bem abertas; a partir das perguntas dos clientes, pode-se incentiva-los a definirem o que fazer, dizendo que nao existe um s6 jeito certo, o que eles decidirem sera bom. 129 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELAGIONAL SISTEMIOA | 63, Titulo @§) EXPECTATIVAS Objetivos Levantar as expectativas da familia em relacdo ao pro- cesso psicoterapéutico. Revisar e clarear com a familia quais $40 os objetivos e as possibilidades reais de trabalho. Cédigo fe Material Cartolina ou papel em rolo e lapis. Consigna “Juntos fagam um desenho do que esperam da ‘terapia.” | Variagao Pade ser feito com figuras e recortes, caixa de icones ‘OU outro material artistico, Observagées ApGs 0 término do desenho, explorar as expectativas de cada um, ver quais pessoas tém a mesma expecta- tiva, quais tém expectativas opostas, trazer as expecta- tivas para a realidade, ligando com a disponibilidade de aprendizagem @ mudanca da familia. Outras questées podem ser observadas durante a aplicagao da técnica: 9 padrao de comunicacao e a padrao de interagao da familia. E uma técnica para ser utilzada em primeira sessdo de familia. Pergunta ~ Eles devem fazer um s6 desenho ou cada um faz o seu? R, Come € uma técnica que serve para facilitar os co- | Mentérios sobre as expectativas, o terapeuta deve dei- Xar que eles escolham, sem interferir, A escalha jd mos- tra aspectos do funcionamento da familia. 64 | SOLANGE MARIA ROSSET UUUUUUUUUUUUUUuu Titulo DIFICULDADES DA FAMILIA Objetivos Auxiliar 0 terapeuta a levantar as dificuldades da familia naquele momento, Propiciar que a familia reflita @ tome consciéncia das suas dificuldades. Cédigo F t > | Material Cartolina ou papel em rolo é lépis. Consigna “Individualmente, fagam um desenho que mostre as difi- culdades da familia nesse momento.” VariagSes _| Pedir que escolham figuras que mostrem as difculdades da familia. Pedir que fagam um desenho, individualmente, que mos- | tre 0 que gostariam que fosse diferente na familia. Observagao | Pode ser utilizada em primeira sessao de familia ou em outro momento para avaliar processo. Pergunta - O que fazer se 0 desenho nao mostrar as dificuldades? R. O desenho 6, acima de tudo, um elemento intermeci- | ario para facilitar a conversa é a reflexao sobre as dificul- dades. Mesmo que o tema nao aparega explicitamente, os desenhos servern como pistas do funcionamenio. 423 TEGNICAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SISTEMICA | 65 Titulo @) © QUE EU PRECISO MELHORAR Objetivos " Auyiliar o terapeuta a identificar as dificuldades individu- | peta mudanga. ais, dos subsistemas (fraternal, casal, pais) e da familia | como um todo. | Proporcionar a familia reflexao sobre suas dificuldades e estimular cada membro a assumir responsabilidade Cédigo E Material Consignas Papel e lapis. | “Por escrito, relate as dificuldades que vocé acredita que cada membro da familia tem como mae, como pai, | como filho, como irmao.” | “Agora, relate quais sao as suas dificuldades nos seus papéis dentro da familia.” | Vari jagdes Solicitar que cada membro da familia pergunte para o parceiro (para os pais @ irmaos) sobre 0 que acha que deveria mudar em si préprio. Pedir que cada membro da familia liste as suas princi- | pais caracteristicas positivas e negativas. Observacgées Essa técnica pode ser utilizada como tarefa de casa ou pode ser realizada na sessao. Antes de fazer circular as dificuldades, ¢ util o terapeuta esclarecer que o feedback é importante e que 0 objetivo 6 crescimento, pois todos tém pontos em que podem | melhorar, Quando todos estiverem com as listas pron- tas, compartilhar as diversas opinides, comparar e iden- tificar as dificuldades que mais se repetem, as que sdo contraditérias, as que nao sao aceitas. Pergunta - O que fazer se alguém se negar a fazer a tarefa? R, Essa tarefa deve ser utilizada quando a familia tem in- tengo de crescimento e.desejo real de mudanga. Caso contrario, as pessoas podem utiliza-la para ataques mutuos, com aval do terapeuta e sem utilidade para a tomada de consciéncia e a mudanga. Se alguem nao fizer a tarefa proposta, estara trazendo a tena 0 funcio- namento da familia, seus conflitas e confrontos. Entao, pade-se comegar por al. | 66 | SOLANGE MARIA ROSSET Titulo MAPA DA MINA Objetivos Proporcionar a famflia a oportunidade de refletir e cons- cientizar-se sobre suas dificuldades, sobre 0 que a man- tém @ 0 que 6 necessario aprender para ocorrer mudan¢a. Auxiliar 0 terapeuta a levantar as dificuldades a serem trabalhadas ¢ a identificar 0 padrao de funcionamento da familia, verificando como tais dificuldades estao in- terrelacionadas sistemicamente. F Variagao Papel e lapis. “Cada um de vocés deve fazer uma lista, em quatro co- lunas, contendo: 1 - as dificuldades que tenho na familia; 2 - as desvantagens que elas me trazem; 3 - as vantagens que tenho com elas; 4 - 0 que preciso aprender para fazer mudanca.” Pode-se trabalhar pedindo os quatro itens juntos ou em trés ctapas: primelro o item 1; depois os itens 2 @ 3; em outro momento, o item 4. Observagées Perguntas ‘Apés todos terminarem de preencher as colunas, pe- dir que compartilhem as informagGes; os membros da familia podem dizer se concordam ou nao, como veem a dificuldade que esta sendo colocada, como essa di- ficuldade atrapalha ou ajuda cada um da familia, qual a colaboracao de cada um para que a pessoa que esta se colocando tenha e mantenha aquela dificuldade. A parte escrita pode ser usada como tarefa de casa, para ser compartilhada na sessdo, ou a técnica pode | ser aplicada de forma completa na sessdo, - O que fazer se algum membro diz que nao tem dit culdade? R. Nesses casos, pode-se lidar com a pertinéncia a te- rapia e com as dificuldades reais de confronto. SICOTERAPIARELACIONAL SISTEMICA | 67 | | Titulo ARVORE GENEALOGICA Objetivo Auxiliar © terapeuta a avaliar a forma da construcao fa- | miliar e os contetidos relacionals © emocionais na familia do cliente. Cédigo Ga. Material Papel de rolo, lapis, cola, tesoura, lapis de cor e cartolina. | Consigna | “Faga a sua arvore genealogica.” Variagoes As marcas especificas da familia podem ser diferencia- das por palavras, frases, cores, fotos, desenhos. Pode-se solicitar que © cliente monte a arvore genealé- gica de sua familia com recortes de revistas. ‘A arvore genealdgica pode ser estruturada com a utiliza- Ao de um tema especifico que esteja senda trabalhado naquele momento, Por exemplo: quem se separou na que mandavam nos homens, ete. No caso de atendimento de familias, os seus membros podem fazer juntos uma s6 arvore genealdgica ou cada um fazer a sua 6 depois checarem e juntarem os dados, | familia, as mulheres que trabalhavam fora, as mulheres | j Observagdes | Quanto mals ampla for a consigna, ha mais possibili- dades de aparecer 0 padrao especifico da familia de origem. esta pesquisando as questdes familiares relacionais ou miticas. Pode ser feita na sessao ou como tarefa de casa, Arvore Genealégica é diferente de Genetograma, pois a primeira leva em conta a forma de realizado escolhida Genetograma traz. 68 | SOLANGE MARIA ROSSET Pode ser utilizada em inicio de processo ou quando se | pelo cliente, @ ndo sé o conhecimento dos dados que o | = TNAANDAAEAAAANAANAAARAARAARARAADG | Perguntas - O que dizer se o cliente perguntar como é para fazer | a rvore? R. Responder que ele pode fazer como quiser. Entre- | tanto, se a forma utilizaca impossibilitar a compreensao, Pode-se auxilid-lo a construir novamente, mostrando a | ‘organizagéio de uma forma mais conveniente. - © que perguntar na exploracao da arvore? R. Pode-se pesquisar muitos aspectos: quem casou, | quem tem profisséo, quem ganha seu prdprio dinheiro, quem sustenta, quem mora junto, quem mora separado, | quem é feliz, para quem os pais ligam quando tém pro- blemas, quem deixa seus compromissos para atender 08 outros da familia, quem adoece, quais sao as doen- gas na familia, etc. A escolha val depender do objetivo; se for conhecer a estrutura familiar ou pesquisar algum | dado especifico. | 123 TECNICAS OE PSICOTERAPIA RELADIONAL SISTEMICA | 69. Titulo LINHA DA VIDA Objetivos Proporcionar ao cliente, e ao terapeuta, uma visdo geral | sobre como foi a sua vida até aquele momento, de for- ma organizada, Identificar padrées estabslecidos e aprendizagens ne- cessarias. | Cédigo icra Material Papel ¢ lapis. Consigna “Numa folha de papel do tamanho que vocé quiser, de- senhe uma linha. Nela, 0 comego sera o dia do seu nas- | cimento ¢ 0 final ser o dia de hoje. Assinale nessa linha todos os acontecimentos, positivos e negatives, que fo- | ram marcantes para voce.” Variagdes Alinha da vida também pode ser feita com figuras, fotos | ou recortes. Pode-se solicitar linha da vida com questdes especifi- cas, tais como: ciclos de energia, relacionamentos, as- | pectos profissionais, etc. Observagées | Pode ser usada na sessdo ou como tarefa de casa. 70. |, SOLANGE MARIA A linha da vida é uma radiogratia do padrao de funcio- namento. A forma como é feita, 0 tamanho do papel es- colhido, as cores usadas e outros aspectos saa indicios de como 0 cliente funciona. A linha da vida pode ser utilizada no inicio do proceso, para se conhecer a vida do cliente, assim como organi- Zar 0 acontecimentos. Pode set utilizada quando o cliente est4 confuso ou mesmo para ver o andamento do processo e as fases mais significativas. £ importante observar: se ha quebras na linha, se ha grandes espacos ou intervalos vazios, se foi feita com cores ou canetas diferentes, se existem repetigces, quais fatos provocam emogées fortes, de que forma o cliente reage ou reagiu a cada fato citado. AIL IIE = Pergunta | Como utilizar essa t&cnica com familias ¢ grupos? R. Depende do objetivo. Com grupos, pode-se usar individualmente para cada cliente dentro do grupo ou pedir a linha da vida do grupo. Para famtlias, pedir que erganizem a linha da vida da familia (0 inicio da linha sera quando © casal se tornou familia) ou cada um faz @ sua individual e depois juntam os dados e compart ham. Para casais, pode-se trabalhar linhas individuais ou LINHA DO GASAMENTO (p. 125). | 123 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SISTEMICA | 71 Titulo. PROJETO DE VIDA PARA DAQUI A 20 ANOS Objetivos Propiciar ao cliente uma reflexéo sobre como quer que seja sua vida no futuro e oportunizar a conscientizacao de que é necessario preparar esse futuro agora. Possibilitar ao cliente a percepgdo do seu padrao de funcionamento e estimular que ele assuma a respon- sabilidade sobre as aprendizagens que precisam ser feitas. Cédigo Material Consigna “Traga por escrito, na proxima sesso, seu projeto de Papel 6 lapis. vida nos mais diversos aspectos e em todos os seus papéis para daqui a 20 anos.” Variagao Projeto de vida da familia, projeto de vida do casal, Projeto de vida do grupo, projeto de vida pessoal, pro- jeto da vida profissional, dependendo do que se esta trabalhando. Observagées Usar como tarefa e trabalhar na sesso. Sempre identifi- car aonde o cliente quer chegar € o que ele precisa fazer agora para que isso aconteca. E importante ter clareza de que um projeto de casal sé 6 funcional se for trabalhado antes 0 projeto pessoal | individual. | Pergunta - Como usar essa técnica com casais ¢ familias? R. Com casais, pode-se pedir que cada um faga o seu projeto para daqui a 20 anos, e depois comparem os dois na sessdo, ou pode-se pedir que os dois fagam um projeto do casal. Com familias, pede-se que cada um faga individualmente e depois comparem na sessao e/ ‘ou pede-se que todos facam juntos um projeto para a familia. 72 | SOLANGE MARIA ROSSET | Titulo ESCULTURA DA SITUACAO Objetivos Avaliar. 9 momento atual do cliente, Resgatar os sentimentos presentes em uma situacdo. Cédigo F Material Caixa contendo icones. Consigna “Usando este material, mostrem, em forma de esoultura, a situagao que estamos trabalhando.” Variagao Pode-se usar caixa contendo nozes, tampas ou ainda ‘outro material como argila e massa de modelar. | Observagao | Essa técnica pode ser utilizada em inicio de processo, | Para levantar o momento do cliente, ou em outra etapa, Para avaliar situagdes especificas e sentimentos. Apos fazer a escultura, relatar as emogdes € os pensamentos | daquele momento. Pergunta - Cada um faz a sua ou a familia toda faz uma esoultura conjunta? R. Podem escalher como fazer. 129 TECNIGAS DE PSICOTERAPIA RELAGIONAL SISTEMICA | 73 Titulo | ESCULTURA DO MOMENTO ATUAL Objetivos Auxiliar 0 terapeuta a identificar © padréo de funciona: | mento do cliente ¢ levantar pontos que necessitam ser trabalhados. Propiciar a circulagao de contetidos que ndo estado sen- do verbalizados. Gédigo CFG Material Espago adequado. | Consignas “Gostaria que vocés se levantassem e se movimentas- sem. Usando 0 proprio corpo, montem uma eseultura do momento atual de vocés.” “Entrem em contato com o que vocés esto sentindo, com ‘seu Corpo @ com a posi¢ao que ocupam na escultura.” | “Agora, eu vou ocupar o lugar de cada um de vocés | na escultura, ¢ a pessoa que esta sendo substituida vai olhar a escultura de fora em todos os seus lados e an- gulos e depois retornar a sua posigao.” “Agora, um de cada vez, falem uma palavra que represen- te 0 que esta acontecendo com voogs nesse momento,” “Cada um perceba seu corpo e verifique se hé alguma mudanga que gostaria de fazer.” “Padem desfazer a escultura e vamos comentar a expe- riéncia vivida* 74 | SOLANGE MARIA ROSSET ee Variagoes | A partir da proposta basica, pode-se dar consignas va- | riadas e especificas de acordo com o funcionamento do sistema e com o que 0 terapeuta vé como importan- te para ser vivenciado. Por exemplo: trabalhar de olhos fechados, nao usar o verbal, fazer movimentos sincro- nizados, fazer um solil6quio, cada um remodelar a es- cultura, etc, Apés a escultura, pode-se pedir que cada um diga uma Palavra sobre o que viu, uma palavra sobre o que sentiu, quais foram os sentimentos que aquela posigao desen- Gadeou, 0 que pode ver na sua posi¢ao, como percebeu Os contatos e as relagdes. Apés.o trabalho corporal, ex- ploram-se os sentimentos presentes naquele momento. ObservagGes Pergunta Pode ser usada em inicio de processo ou quando existe algo acontecendo ¢ que nao é falado. O terapeuta deve complementar com o que viu e marcar | sua percepcao. - O que fazer se eles tiverern muita dificuldade em usar 0 corpo € tocar-se? R. Se esta dificuldade for extrema, deve-se evitar esta técnica. No entanto, se for uma dificuldade mais ligada @ falta de habito, o terapeuta deve estimuld-los a ousar experimentar uma forma nova de relagao. UUUUUURERPUUDUUUUuUuUuUuuUuUuUuUuUYD ECNICAS DE PSIDOTERAPIA RELACIONAL SSTENNDA | 75 Titulo CRIAGAO EM GONJUNTO Objetivos Avaliar 0 padr&o de funcionamento do cliente. Propiciar ao cliente 0 treino de um comportamento. Conscientizar os participantes de alguma aprendizagem necessaria. ‘Codigo CFG Material Folhas em branco ¢ canetas coloridas. Consigna “Cada um escolha uma cor que o represente. Usando seu lapis, fagam um desenho corjunte da seguinte for- ma: um comega, fazendo um trago, o proximo da segui- mento e assim por diante, até que todos achem que é suficiente.” Variagdes | cionals ou relacionais, pode pedir para que todos con- O desenho conjunto pade ser feito em partes, passan- | do-se 0 papel dé um para 0 outro, ou todos desenham ao mesmo tempo. Oferecer um papel grande, vendar as pessoas € perce- | ber as relagdes durante o desenho. ‘Oferecer um papel grande e duas canetas de cor dife- rente para cada um. As canetas devem ser usadas uma | em cada mao. Quando o terapeuta quiser trabalhar conteidos emo- tem uma histéria a partir do desenho. Observagées | que for sende trazido pelo cliente. Essa técnica é utilizada em inicio de processo. Quando terminam © desenho, pode-se perguntar qual é a sensacdo que as pessoas tém ac olhar 0 desenho, do que lembram. No trabalho verbal, pergunta-se como foi fazer a desenho e pontuam-se as questées a partir do} Pode-se relacionar a forma de fazer o desenho com a forma da familia lidar com as questoes na vida. Pergunta - 0 terapeuta pode falar sobre o que viu no funciona mento do cliente? R. E mais util deixar que as pessoas falem primeiro so- bre o que perceberam em relagao ao jeito como fizeram a tarefa. A partir dos comentarios, o terapeuta val acres- centando o que viu. 76 | SOLANGE MARIA ROSSET Titulo SONHO CONJUNTO Incentivar a flexibilizagao e a organizagao familiar. ‘Cédigo CFG Material Espago adequado. Consigna “Respirem profundamente... Agora, com todos relaxa- dos, quero que vocés contem uma histéria na primeira pessoa, como se fosse um sonho em conjunto. Um co- mega, outro continua; cada um conta um pedago, Cada um pode entrar no sonho quantas vezes quiser, para contar mais uma parte. Podem comegar.” | Variagao Pode-se pedir que cada um feche os olhos 6 vé entran- do no sonho a medida em que se sentir confortavel, sem uma preocupagao pré-determinada com a ordem. Observagao Essa técnica pode ser utilizada no inicio do processo psicoterapéutico, para avaliar o padrao de funcionamen- to, @em qualquer momento do processo, para desenvol- ver algum objetivo especifico. Pergunta UUUUNUeaa = Como organizar a aplicacdo da técnica? R. A escolha de quem comega pode ser decidida pelo terapeuta ou pelo grupo. Pode-se determinar ou néo o tempo de cada um. Pode ficar definido que sé participa quem quiser, dependendo sempre do objetivo € dos te- mas que estao sendo trabalhados. 723 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SSTEMICA | 77 Titulo TECNICA DO RABISCO Cédigo Objetivos Auxiliar 0 terapeuta a avaliar o padrao de funcionamento do cliente. Levantar contetidos a serem trabalhados ¢ que nao es- {80 explicitos. Material Consignas Variagao Observagao |icFG | Papel grande (A3 ou maior) ¢ lapis de cera coloridos. “Cada um de vocés vai pegar um giz de cera; sem pen- sar, comecem a rabiscar 0 papel, deixando o movimento fluir.” “Agora, tentem identificar figuras no meio dos rabiscos.” Pode-se iniciar 0 trabalho definindo um tema pertinente | ao momento ou situagdo: o que espera do processo, ‘com qual objetivo veio para terapia, 0 que imagina que esta precisando aprender. Essa técnica é indicada para inicio de pracesso ou para momentos em que aparecem impasses, Pergunta - 0 terapeuta deve apontar as figuras que ele enxerga? | R. O terapeuta vai avaliar a utilidade da sua interpreta- a0. Se for auxilid-los a relacionar com seus contetidos € dificuldades, sim; caso contrario, nao. 78 | SOLANGENARIA ROSSET Titulo | TRABALHANDO COM BALOES Objetivo Possibilitar ao terapeuta trabalhar a expressao da agres- sividade e outras emogGes do cliente dé forma Iddica e | metaforica. Cédigo | Material I1CFG Baloes, Consignas Variagdes. | Observagao Pergunta “Cada um vai encher seu balao e fecha-lo. Vao experi- mentar joga-los de forma leve, mantendo-os no ar, sem deixar que foquem 0 chao.” “Usando 0 balao, vao expressando sua agressividade, aos Poucos, socando, batendo no chao, nas outras pessoas.” “Agora, vamos compartilhar a experiéncia, integrando-a com as questées ¢ situaces relacionais e pessoais do | dia a dia.” Pode-se usar os baldes para variados exercicios, entre eles: | - mapeamento ¢ trabalho com a respiragao (encher o | baldo 0 quanto puder com um sopro sd; encher até estourar); - competigao (encher o maior balao; encher antes dos outros até estourar; estourar o baldo dos ou- tros, cuidando do seu); - expressao da agressividade (estourar 0 balao dos outros; forrar a sala com baldes e estoura-los com socos, chutes e pulos); ~ treino de equilibrio € leveza (manter os baldes no ar); cooperacao (trabalhar juntos para manter os baldes no ar). Apos 0 exercicia, fazer circular os sentimentos, a per- cepcao da sua respiracdo, as semelhancas e diferencas entre os participants, 0 padrao de funcionamento no jogo e na vida. - O que fazer se eles ficarem na brincadeira, sem levar asério? R. Eles vao mostrar a forma como funcionam. Nao ha forma certa. O que acontecer na brincadeira sera inte- grado, nos comentarios, com as queixas, dificuldades 12a TEONI :ADIONAL SISTEMICA. 178. Titulo METAFORAS | Objetivo Proporcionar ao cliente a tomada de conseiéncia sobre aspectos do seu funcionamento. Cédigo Jee Material Consignas Nenhum,. “Ouga esta metafora.” (O terapeuta deve ler ou citar a | metafora.) © que vocé percebe do seu funcionamento que pode ter relagdo com ela? Que alteragbes poderiam ser feitas na metafora para mudar 0 encadeamento? Qual o para- lelo com sua vida?” Variagdes Pode-se usar qualquer metafora, desde que ela seja a ‘explicitagae do comportamento e do padrao do cliente. Eis algumas metaforas Uteis: metamorfose da borboleta, trem que sai dos trilhos, rolo compressor, viver 6m cima do muro, correr atras do rabo, empurrar com a barriga,, plantar pimenteira verde. Observagao Qualquer metafora pode ser transformada em técnica. Perguntas - O que é uma metafora nesse contexto? R. Algo ou algum acantecimento que tem funcionamento igual ao do cliente e fundamenta-se numa relacao de semelhanga entre 0 sentido proprio (do objeto ou agao real) € 0 figurado (do funcionamento do cliente). - Como trabalhar essa técnica? R. Fazendo a analogia do funcionamento do cliente com a metafora. 80 | SOLANGE MARIA ROSSET = = = = = = S = = Ss = = = 5 = Titulo DESENHO DOS QUATRO QUARTOS | Objetivos Cédigo Proporcionar ao terapeuta € ao cliente a exploracdo de uma situacdo em todos seus aspectos. Possibilitar @ organizagao dos diferentes campos da ex- periéncia do cliente. Material Papel ¢ lapis de cor, Consigna “Divida a folha em quatro partes. Desenhe em cada quarto um Angulo da situagéo que estamos trabalhando, Num deles, desenhe seus sentimentos sobre ela; em ou- tro, © que vocé pensa sobre a situagao; em outro, qual a sua sensagao corporal ligada ao assunto; no iltimo, quais sao suas agGes na situagao.” Variagao Em vez de desenhar, pedir para listar os itens. | Observagiio Essa é uma técnica util nos momentos em que o tera- | peuta ndo tem clareza do que est acontecendo com o | cliente e precisa de novos aspectos para trabalhar, Pergunta - Como utilizar essa técnica com casal, familia e grupos? R. Pode ser feito individualmente e depois fazer circular @ teflexao de cada pessoa. 123 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELAGIONAL SISTEMICA |. 81 | Titulo NIVEIS DE CONSCIENCIA Objetives Avaliar os niveis de consciéncia que o cliente tém e como estado integrados entre si. Identificar as aprendizagens necessarias. Codigo IG Material Nenhum. Gonsignas Variagao “Procure uma posigao confortavel, na qual vocé possa ficar um certo tempo.” “Sem se mexer, tente observar o que esta no seu campo visual; perceba, ao seu redor, tudo o que vem de fora de yoos (algo que vé, que ouve, do qual sente o cheiro...).” “Agora, feche os olhos, sinta 0 seu corpo, perceba tudo 0 que est acontecendo com ele, todas as mensagens que | vém de dentro de voce (tensées, barulhos, respiragao...)” “Perceba 0 que estd passando pela sua cabega, (no que esté pensando, quals sao suas fantasias, o que imagina...).” No final: “Vamos compartilhar a vivéncia e processar 0 funcionamento.” Pode-se pedir que, logo apés o exercicio, o cliente faca | um desenho das trés areas de percepeao (externa, cor poral, racianal) Observagoes Pergunta Durante o trabalho verbal, explora-se sobre a area em | que a percepcao ficou mais facil e/ou mais dificil: 0 que velo de fora, o que velo do corpo ou o que veio do ra- clonal; sobre a possivel invasao de uma area na outra. A partir da experiéncia, mapeia-se o que se pode fazer para integrar e tornar independente cada uma das areas. - O que fazer se o cliente nao conseguir separar 0 que acontece nas trés areas? RR. Esse fato indica a forma como ele funciona; a partir dela, organizam-se os sintomas @ queixas e definem-se outras formas de ajuda-lo a aprender a separar ¢ inte- | grar as trés areas. 82 | SOLANGE MARIA ROSSET imo nnn aan AnAnAnanAenannnnrnnnnn | | Titulo Objetivos | tes, e explicitagao dos mesmos. 6) BILHETINHOS E BANDEIRAS Proporcionar a sinalizagao de situagées, de forma nao verbal, Propiciar aprendizado sobre como lidar com desejo, limi- Ajudar o casal a desenvolver a consciéncia e 0 controle das compulsdes relacionais. Cédigo Cc Material Consigna Variagdes Observagao Cart6es colorides. “Cada um de vocés escolhe um destes cartées, Toda vez que um parceiro tentar abordar o assunto que estd sendo trabalhado na sessao, 0 outro mostra 0 cartao ‘como forma de sinalizar que nao devem falar sobre ele fora da sessao.” Pode ser usada para sinalizar algum comportarnento que nao deve ser realizado, para sinalizar que 0 outro acabou de realiza-lo ou para evitar determinado compor- tamento que nao é util. No trabalho com familias, pode-se adaptar para as si- tuagGes conjuntas ou para compulsées relacionais de diades dentro da familia. Em vez de cartées coloridos, pode-se usar outro peque- no objeto, sinais corporais ou palavras simbdlicas. Essa técnica pode ser utilizada em qualquer momento do processo de casal, quando estiverem dispostos a ajudar-se mutuamente, para sinalizer, mapear, pontuar, lembrar, tomar consciéncia, responsabilizar-se. Pergunta - Tem algum risco do casal fazer mau uso desta tarefa? R. O terapeuta deve ter o cuidado de nao utilizar essa técnica, quando 0 casal esta buscando somente criticar Um a0 outro ou apontar suas falhas. FERAPUA RELACIONAL SISTEMICA, | 83 Titulo @) PONTOS DE CONFRONTO Objetivos ‘Auxliar o cliente a tomar consciéncia do que precisa aprender individualmente. Possibilitar a0 terapeuta identificar aspectos, de cada membro do casal, que podem estar dificultando o rela- | cionamento e a disposicao para contribuir com 0 pro- | cesso terapéutico. Facilitar ao casal trazer & tona os conflitos.€ canfrontos existentes em sua relagao. Cédigo C Material Papel e lapis. Consigna “Gada um de vocés faz uma lista dos itens abaixo, em or- | dem de prioridade, e traz por escrito na proxima sessao: - 0 que quer que o autro mude; | - 9 que ndo quer que o outro mude; - oO que sé propoe a mudar; - 0 que nao vai mudar.” Variagao Pode-se pedir que enviem com antecedéncia para 0 Pergunta Observagdes | Prescrever como tarefa para que possam fazer com consultorio. tempo para reflexao & enfatizar que devem trazer por escrito. Durante 0 trabalho de comparagao das listas, 6 impor tante observar quais 4s solicitagdes que combinam € quais sao contraditérias, & firm de trazer & tona os confi- tos, impasses ¢ confrontos. O terapeuta precisa saber que, apds essa técnica, nao ha “saida honrosa’, pois as dificuldades ficarao complete- mente expostas 6 deverao ser trabalhadas explicitamente. - Gomo trabalhar com 0 antagonismo das listas? R. Vale a pena averiguar 0 qué motiva as determina- ces, se sao por disputa de poder, teimosia, birra ou outro motivo, Quando esses questoes so abertas, o cliente pode tomar ‘consciéncia de suas motivagdes. A partir dessa consciéneia, parte-se para uma nova nego- ciagdo & flexibilizagao do casal. B4 | SOLANGE MARIA ROSSET Titulo 3) DESENCADEANTES Objetivos Propiciar a0 cliente a ampliagéo da consciéncia e da responsabllidade sobre seu padrao de funcionamento. Levar o cliente a refletit sobre como seu padrao desen- cadeia comportamentos em seu parceiro | Cédigo Cc Material Papel e lépis. Consignas “Liste os comportamentos que voo8 ndo gosta em seu parceiro e traga na proxima sesso, a qual sera individual.” Na sessdo individual, apés a exploracao da lista, per- gunta-se: “O que vocé acredita que faz que pode estar contribuindo para desencadear esse comportamento | no seu parceiro?” | A partir disso, trabalha-se o controle do que fazer, para néo desencadear o comportamento do parceiro. Variagao Pede-se que liste 0s motives pelos quais o parceiro briga e depois refita sobre qual é sua participacdo no proceso, Observagées Pergunta Essa técnica é para ser utilizada com casais; a consigna deve ser dada na sesso de casal e a exploracdo da lista em sessdes individuais. Isso 6 necessario para que 0 casal nao utilize essas informagdes como armas de guerra. Na medida em que fica explicito quais sao as agdes de um, que desencadeiam o comportamento in- desejado do outro, este pode usar tal informagao como Alibi para nao modificar seu comportamento. | Pode ser usada em processos individuais para que o nte possa realmente trabalhar a si mesmo, em vez de ficar facado nas dificuldades do parceiro. = O que fazer se um dos parceiros nao consegue en- | xergar como desencadeia 0 compartamento do outro? R. Como a tarefa sera trabalhada numa sessao individu- al, 0 terapeuta pode ser mais direto, explicitande o que percebe ou levantando hipdteses vidveis. Perceber essa questo é uma das condi¢des para que um casal faca um processo terapéutico realmente reorganizador. 128 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELACIONAL SISTEMICA | 85 | Titulo @ SEMELHANGAS E DIFERENGAS | <4 re Objetivo Proporcionar, através da reflexdio e comparacao com as pessoas da familia, uma maior consciénela do padrao de | funcionamento do cliente e de sue identidade. Cédigo 1FG Material Grade e lapis. Consigna _| “Usando a grade, liste as suas caracteristicas, que sao semelhantes e diferentes das de seu pai, sua mae, seu cénjuge, seu avd/sua avd.” Variagdes _| Pedira lista das caracteristicas de cada um que gostaria de ter. | Pedir a lista das habllidades que poderia aprender com cada um. Observagao_ | Pedir na lista 0 avd/a avé miticos pressupde 2 compre- ensao dos mitos familiares." Pergunta - O que fazer se 0 terapeuta nao conhecer a teoria dos mites familiares? | R. Pode-se usar esta tarefa com os dados dos pais, GBnjuge e todos os avés sem relaciona-la com a teoria especifica, | : T : : MAE | PAI CONJUGE AVO/AVO, Spee Sa ae reall ae - ~—l— 8 ROSSET, S, M, Compreensaio relacional sistémica dos mitos familiares. Curtiba, 1993 8G | SOLANGE MARIA ROSSET | Titulo @8) CULPADOS Objetivo | Cédigo Proporcionar 0 aprendizado dé lidar com diferentes for- mas de penser, preconceitos, julgamentos e condiciona- mento social. ICFG Material Consignas Textos (Anexo 1) e canetas em quantidade suficiente para os participantes. “Leiam a historia que estou entregando para vocés. Ao final, marquem no papel a nome dos envolvidas por or- dem de culpa.” | Apés a tarefa, o terapeuta deve introduzir o conceito de que nao existe uma s6 verdade, uma definicao correta, estimular as pessoas a discutirem suas listas e seus | motives, Relacionar com os sintomas e dificuldades dos clientes. Variagao | Pode-se usar outras historias que possibilitem o mesmo trabalho. Observagdo Pergunta terapeuta deve ficar atento e manter os cuidados ne- cessarios para néo polarizer, no tomar partido e nao fugir dos principios sistémicos. ~ Quais sao 0s principios sistémicos? R. Nao existe verdade absoluta; no existe certo e erra- do; tudo 6 relativo e relacional. 123 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELADIONAL SISTEMICA 1 87 Titulo G6) PODER Objetivo Possibilitar ao cliente conscientizagaio de como exercita © poder. Codigo 1G Material Papel e lapis. [ | Gonsignas _| “Liste trés coisas que ihe dao poder.” | "Agora, liste tr8s coisas que fazem vocé perder o poder.” Variagdes —_| Pedir para listar as coisas que dao poder ao cliente 6 | determinar a “idade" de cada uma. Coneretizar, simbolicamente, com desenho ou massa de modelar. | z Observagées | O terapeuta deve fazer circular os mitos que o cliente tem em relagdo ao poder, tals como: todo poder cor- rompe, querer 6 pader, ninguém tem poder, eto. | Fazer circular as formas de uso do poder. Pergunta - Quando usar essa técnica? R. Quando o cliente precisar ter clareza do seu funcio- namento nessa area e trabalhar para flexibilizar ou alte- rar suas premissas. (88 | SOLANGE MARIA ROSSET THHHNAREAARHANRAARANARANKARAAAHANKA Titulo G2) VALOR E REGRA j Objetivo Possibilitar ao cliente a conscientizagao de suas crencas e | dos preceitos basicos que determinam seu funcianamento. Cédigo 1G Material Papel e lapis. Consignas _| “Liste seus trés valores basicos.” | “Agora, liste a ‘idade’ de cada um.” Variagées Coneretizar, simbolicamente, com desenho ou massa de modelar. | Pode-se adaptar para trabalhar com familia e casal, caso | estejam trabalhando com o tema nas sessdes. | Observagao | Esse exercicio 6 util, no momento em que estao sendo trabalhadas as regras de funcionamento e suas correla- des com familia de origem, com sintoras e com difi- ‘culdades. Pergunta ~ O que sao valores? | R. Sao atitudes ou crencas basicas e importantes para um sistema. Sao preceites que determinam as regras de funcionamento do sistema. 129 TECNICAS DE PSICOTERAPIA RELAGIONAL SISTEMICA | 89 Titulo MAPEAR O CORPO Objetivo | Cédigo Possibilitar ao cliente consciéneia e percepgao de suas vivéncias corporais. 1G Material Lapis preto, de cor e papel sulfite. Consignas dificuldades. “Faga um desenho do seu prépric corpo nesta folha.” “Agora, acrescente ao desenho: 4reas mais conheci- das, éreas doloridas, éreas com traumas, fraturas, ci- rurgias, areas de que gosta, de que nao gosta, areas que acha mais bonitas, areas nas quais segura as emogées @ tensdes.” Relacionar com as vivéncias didrias, os sintomas @ as VariagGes Pode-se pedir para o oliente colorir o desenho e fazer uma legenda, relacionando cada uma das 4reas com as cores escolhidas. Pode ser feito numa folha pequena ou numa folha gran- de, que possibilite o desenho no tamanho natural. Observagao terapeuta deve ficar atento a cores, formas, tamanhos, etc. e trabalhar com as dificuldades do cliente em rek Gao ao seu corpo, a sexualidade, ete. Pergunta - O desenho deve ser de frente? R. Deixa-se que 0 cliente escolha como fazer; depois, pode-se pedir que faca 0 outro lado. 90 | SOLANBEMARIA ROSSET

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