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wee ‘Ménica Perera dos Santos # Marcos Moreira Paulino (Orgs) Valdemar Suissa Const tori de Eden ‘na Pata Siva» Akela de Bars Safer José Cerchi Fusari Banca tina Cordes dos Sats Fol «Cris Naif Aves Marcos Antonio Lorie * Dayse Sera «lio Mala. dos anos «Kia Reina Xavi da tha # Marcos Cera de Fras Lucndo Fria de Siva Filho Marcos Morea oun Mast Ande “Margret Maria Neves dos Sats de Oliveira» Ménica Pereira dos Santos # Pedro Goeegen Simeone da Siva Salgado Vera ici Alves ds, Coma “Terernha Azerédo Rios Vite Henrique Faro Incluséo em Educacao: Culturas, Politicas e Praticas ‘aos Interacionie de Cettonagto na Pubes (IP) Camara ras do io, SP, Bri) Treason edcagio caran, pits «patos / 2edigio ‘Mons Perel dae Sant, Maras Mover Pano longa) sek Se Paul Cone, 08 Ian sre 62m20 1, ungo-Brl2. dao Finldadeseobetves 3. eg pec Eda inca 8 iepct Ines para cntlogo sistenaice 1, ea Insole Pics pis SSions Bibliografia [BAKETIN, M Marsomo eles da inguage. So Paulo: Hues, 192 (CHAULM. Oe ees, Sto Pau: Bases 968. (COSTA, MV. Comins izations It Outros moos de pensar faze pes sem educagt, Rio de ancte: DP&A, 2002, FOUCAULT, M, Em dees da sce, So Paulo Martins Fontes, 200 SANTOS, MP. os. © papel do ensino superior na proposta de uma educa- so inclusive. Revise Movinewto, Faculdade de Educagio da UFE 0.7, p.7891,malo 2008, SAWAIA, B (Ong). Aetna da cacao: Andis psiossocia etic da de slgualdade social PeteépoisVozes, 2002, VYGOTSKY, LS. A format sacl da mente, SSo Pal: Martins Fontes, 2000. Pansat lnguagn- So Paulos Martins Foss, 196. Incluséo na educacac uma reflexao critica da pratica Bianca Fitima Cordio dos Santos Fogl* tucind Ferrera da Sta ho Margareth Mara Neves dos Santos ce Olvera Este capitulo pretende contribuir para a discusses a respeito da Inclusto na edueagao e o desafio a que esta prstica nos emtte, Este tra balho ruto das reflextes realizadas na pritica de pesquisa desenvolvi- ‘dana UFRY, soba coodenacio da profa dra. Méica Perera dos Santos respeito da tematic inclasio na educasto. |A pesquisa intitulada "Ressignificando a formagio de professomes para uma Educagio inclusiva” em uma de suas tapas buscou analisar 0 * Moto lu UER pst Ecco Bes /UFF MBA ce Gnt/ FV, tT ran drama enn naga: opie (hoMdeduindanm potenenepogunaends somata “ern am duane tc Secale a pec ptt uns ptm apr lesen rR slcpagga m,n sept sgt {pain connate gd ese pont oe ‘in pri 6 de SAN sto de Mico Donne do CedeyfCere, ema wg ye cam contoido clas ementas dos cursos oferecidos pela Faculdade de Educagio «da UFR] objetivando compreender como a diversidade ¢ percebida na pritica institucional. (© foco de observagio para andlise das ementas pautou-s em com- preender as concepgtes presents no “desenho” do curso propesto pela FE/UFR}, buscando observar se os cursas de formagio prfisional pos- sibilitam atuar adequadamente com a divesidade humana, propiciando uma edueagio inelusiva, Veriicamos que as mesmas tangenciam a busca a relagio entre a teorla ea pritca, dando énfase a aspectos conceituais e metodoligicos, Emrelagao aos conhecimentos mencionadosrelativos a questo da diver: ‘dade humana, apesar de no aparecerem especiicamente nas ementas, apontam inimeras abordagens sobre a referida temities,embors neces ‘item de atvalizaio frente Bs exigéncias da LDBEN 9994/96, Contextualizando a Educagio Inclusiva Adiscussio acerca incluso naeducagio tem sido proclamada em loss 08 niveis politicos, sceiis, eeondmicos et. Vivemos sob 0 signo Imoylemo davelocidadeedasinovacbestecnolégcasprincipalmentecom, 8 globalizagio, processo que modifica as nogbes de tempo eespago no mundo, Asylocidade enscente que envalve as comunicagtes, os mercades, ‘on luxor de capitase tecnologia as troeas dense imagens transi ‘odo final século XX eco dest ns impem a dssolugto de fro ruse barteiras protecionstas. A todo 0 momento se estabelecem tensos «ilogos entre local eo global, a homogeneidade ea divesidade,o real eo virtual [Nes panorama surgem varios movimentos em prol de um espago ‘sducacional menos discriminatério, com objetivo de garantr, democrai- ‘ar universalizaeodireito a educa, 'No campo educacional, a op pela escola incusiva 6 assumida na ‘hamada Declaeagio ce Salamanca, resultado da Conferéncia Mundial de Educagto Especial de 1994, documento elaborado por representantes de 82 governos ¢25organizagiesintemacionss, reunidosnacidade deSal ‘mane Espana, entre? e 10 e junho de 1994, Odocumentodefende que ‘oprincipionorteadoedaescoladeve ser ade propiciara mesma educagio ‘todas as criangas,adaptandose as necesidades das mesmas, om obje- tivo de reafirmaro direto de todas as pessoas elucago, como previsto na Declaragio Universal dos Direitos Humanos de 1948, ¢ xenovando o eapento da comianidade mundial na Confertneia Mundial de Educagio. para Todos, independente de suas diferengas particulares. (Odireito de toda cranga seducacio 0 principo fundamental desta “nha de ago", ou soja, a de ques escolas dever aceitar todas asian ‘as, independentemente de sas condiciesfisicas intelectual, socis, ‘emocionas, lingtisticaseoutras. rov@ ainda um novo conceto sobre ns pessoas com necessdadesespecaiseapresenta dretrizes de ago de um, plano nacional (politic eonganizacio, atoresescolars, contrat for- magio do pessoal docente,servgos externas de apoio, reas priritiias, partcipagio da comunidade e recursos necessrios) termina com dire- tries de asio para planos reionais einternacionas. Historicamente, a Educagdo Especial tem concentrado esforgos na ‘sentido de integrar pessoas com deficiéncias no sistema deensino, Comm 0 ‘movimento pela incluso, a educagio especial obrigatoriamente,encor- ‘ta-seem fase de redefinigao de seu papel, frente as exigencasdestenovo paradigma, Acreditamos que este & © momento de compreender que nao cabe :malsadicotomia “especial xregula”, visto que devemosencontrar o¢qui- libro, como aponta Savin (1981 com a teora da “curvatura da vara”. Diferenciar o processo de integragio do processo de incluso no € apenas uma questo conceltual, pls apesar de ambos almejarem a acei- lagi da diferenga, partem de premissas dstintas. Portanto, no cabe a polarizagioa favor ou conta, ainda to comum nas priicasescolares, De acordo com Velho (2008: 131), estranhamento é"o processo de ‘strana familia, tonando poasvel quando somos capazesde conor ‘arintlectualmente, mesmo emacionalmente, dierent verses ¢- texpretagdes existent a respeit de at” CConsiderando que para se pensar uma propostainclusvaé neces "io um “estranhamento” da ralidade, coma sinalizam os antropologos, pparafraseando Rubem Alves, utlizaremos 0 recurso de uma fab, por ‘esta nos instigar a refltie sobre questies complexas de forma simples © prazerosa, ‘Uma fabula CCrta vz os amas reslseram preparer seus fills par enfentar as dif ldades do mun ata , oro, organizaran uma escola, Adkerannucur- elo pico que const de cori, escelada,natagio ew, Para fciltar 0 ‘ensno fads os alunos deceriam aprender todas mati, CO puto, exo em natagomsthor mes que o professor) conse notas regilares noo, maseraalune face emcorvtaseezalada,Parncompensaresta aguez, mo eto escola todo, fzendoerertciosexies, De tanto fe ar corida ica coms ps ervivelment esfoladse ors, no conse mas dar como tes. Entretanto, coma sista de méiartstcn das las nos iano, ele conse ser alo sft e mg se precupou com ‘aso de pobre pro, (ovo nto meltor aluno do cusode cord mts sof trent alo com esgotamento nee, de ant entar nate Oesquil subi tremendamente,conseguindo bla nota no curse de sce. J, masfou frastrado no wo, puis professor oobriga a oar debe pars i le insistia em usar os seus mas, & em subir nas rere var de jumochio, Ee teoequesesfore tant cm nag que acl por pasar om ‘ain on escald, zind-meticrnenteom crite Agi fo! wna riage problema, seoeramente castigad desde o principio locurso porgueuseeu etadasexclsivsdela fesse partateessar iw subir ms droores, Noi dao, uma gia avo que in adios, conse ‘melhor maine dos cursos foia radar da rm (Os tose ses deena no entrnram ma escaa pore ndinistagio se recusou aint das matévas que eles jue impariants, como esc ar tocaseseaeresconderis, Actbaram porabrirumescola particular junto ‘amas marmotae,dsdeo principio, conseguiran grande sucesso, (Autoria sem identiicagio) Uma perspectva critica da pritica escolar na escola inclusiva Diferenciando inclusio de integracio A fabutaretrata dl forma idedigna carieaturada o modelo de edu ‘agaoutilizado em nossa culturaescolarenosconvidaa refers, defato, ‘esa forma de agircontempla nossos propésitos. (Observames, come na fibula, que a escola vem se organizando em tomo da homogeneidade dos sueitos eda universaizasdo de saber, desconsiderandla as diferengas de classe, emia, género e cultura estando lespreparada para reeeber adequadamente os alinos reais, ‘Quem de nés,em algum momento de nossa tajetéria escolar nose {entifcos com os personagens da histria? A fragmentagio docurrcaloem disciplinasespecializaoconheximen- toe faz do conteido um fim em si mesmo, A flula nos clarifcaa compreensio dos diferentes procedimentos| ‘as perspectivas integracionistae inclusvisa e nes desafios aque estas préticas nos remetem. Apesar de ambas as concepcSes primarem pela aceitaco da ciferena,partem de premissas distintas. Na perspectiva da integracio, papel do alunoése adequar dest turavigente,acetando as normas exposts pelo sistema, endo coaside- doobjetodocuriculo. Oalunotemqueseadaptaraoseu ambiente, como sele “Fosse culpado” desuas dificuldades,eapenas acl coubesseares- ponsabiidade dese adaptar escola. Para Mantoan (1997: 235; ‘A egrag tae consigo a dia de que a pesos com defctnca deve modifica sogundoos pads vigentes na sociedad, para que passa fazer part ira prvttivae,consequenterente se eet, Ji incluso tz concitode que éprecisohaver odifcagesna sie: dade para que esta sje capaz de reeber todos 0s segmentos que dela foram excluidos, entrar assim em wim processo de constant dinams so plc scl Naperspectivada incluso, aescola precisa estar preparada para ra: bathar com as necessidades individuais dos alunos, sendo este 0 mesmo suijitodocurriculo, entendido na sentido abrangente de tudo oqueacon- fece na escola e que afta, direta ou indiretamente,o processo de trans missio, apropriagio.e ampliagSo do saber acumulado pela humaniade, |Afabula aponta a preacupagio em preparar os alunos para enfren- taras dificuldades co mundo atval, adotando um currculo que pensa- ram ser pritico, A escola avaia que o currculoofereido prticoefun- ‘Gna entetanto,na visio da inclusto, curriculo 6 éadequado se aten- td efetivamente aos anseios e necessidades de cada aluno. Tomando porbase o caso des ratos ces de cava, como iustradona {abla que nao entraram na escola porque a administragio se recusou a inclu duas matéros que eles julgavam importante, dat verificamos a ppssivelabordagem: Noaspectegal vo faltariam esque" garantssem” ‘ventral dos ratose das ees de caga na escola, CCabe lembrar que a Lei Federal n'7 853 (24/10/89), egulamentada pelo Decteto 238 20/12/99), origina Poltca Nacional de Integra ‘plo da Pesson Portadora de Deficincia prevé que: ‘Cons crine punivel com rckSo de (um a (quat) anos e mts: recs suspender,prcrastncancelr ou aver cess St usta caus, ‘hinwrg de akan em estabsecimento de ensino de qualquer curso ou [ga publico ou privade, por motives desvados da deficgna que porta, (Esclasin Zero) 'Noentanto, sabemos que o proces de aceitao da diferenca nio se sli exclasivamente por leise decrets,embora estes astramertos ium de extreme elec \eritcamos que essa tentativa, nos terms da Ie no a conta de realidad, Infelizmente, temioa veificade que asso ma, a cst supe sign edesmalintaaaver mas Osten, setae sesigmas concent indo 0 acesso desses alunos ao meio dito normal. " precio trem mente que uma proposta de incluso implica uanfoagio de lgbrscssedimetae que noe pode fe _eruna eq bigs pstns govtar uma das uta opt suns derenas Igri um proses sponte subj, qucenvlve dee taepessimerteranamento ete ses human (at, 11) Se molevamos em cnt aspect paoscal comes onic deers reduc Cao on td ga ose inseridsna excl como se scram endo gu fz nis csr sem sigs edo queer Como pete esp ow juarama ener x polamat domundostall’ Catron conecpo, obj do cele abe ao profesor cosinar at mate corsa evant, endo camo be os ra “Apia deencaminhralios com problemas de aprenzagem comprtament pas Fluo Espa eum pane equivoco Pee Imo evar us Educa ape reper a igen da Educ Geral emnadncolaborando nosed dentener selene individu ‘Andreetindoscte atau persataierodot tse docs decau neal desta oma apenas comey pl ste tna de avalgh gue erence mln tin A sed les inna rau ete contre, porqucesevr oes caer ‘den iam ost son ncn ean ‘fe como. Enbors aamos gus ad age fom ru exe mules de nd cam or ots fomades nivale mepenenmere por eamconagic arabes erengn qe que coma ‘veteran but aeration ‘As modalidades de atendimento da Educagdo Especial tradicional ‘mente serviriam como suporte instrumental para apoiaro aluno no pro ‘cestode integragio. Assim os ratos eos cles de caga também poderiam Freqientar a sala de recursos objtivanda dar suporte ao trabalho de adaptasto. Revisitandoa fabulana perspectva da inclusio, os ratos eos es de ‘aga também poderiam fazer parte da escola, No entanto, estes alunos, nesta visio, nfo devem exclusivamente se adaplar is necessidades da ‘cola, e sim o conti, ‘Ao falarmos em incluso, metaforicamente, nos vem &idéia de um srandeselfserice, onde podemes nos servr de acordo com 0 nosso ape tite des, enfim de acordo com as nossas possbilidades. (curriculo persadonestaéicada dversidadendonecesitadeadap- tagoes, pois ele srs pensado ce acordo com 0 mado de aprender do alu ‘no prevendoanecessidadede tedasas pessoas. Osalnossd0vistos coma seit constatores do curio, eno como objetos do mesmo. Cat ‘concigdes de permanénca nesta perspectiva implica refletir de formacti- tiea sobre o papel da educagio, do projeto da escola do sistema de ava sloete A metifora “slf-serice” significa reconhecer que nem todos, por ‘evemplo,gostam de fejoada. Assim sendo,o processo de incluso é um ‘enorme desafio para a situagSo que ests posta. Portanto, é de fandamen- lal importancia © envolvimento de todos os segmentos da escola no re peito ao ritmo individual no process de aprendizagemn, em que todos os ligados a educagioestejam envolvides com a incluso, ou sj, deve ha- vero envolvimento dos educadores, dos pais © rspansiveis, dos alunos, «em busca de promover parceras, como estratégias de apoio mituo. Tas ‘estratéyas visam, entre outros aspectos, | solago de problemas ce aces sibiidade, rompendo-se assim barreira atitudinas, anquitetnieas e de lnformagio, sta nova forma de pensar a elucagso por vezes é confandida com ‘os mocismos to presentes om nossa pritica profissional. Param ‘educadores, a incluso significa mais una cess maniestagbes reusing w Aimplantagio denoves modelos pode signiicara regio da conhe- ‘imento do professor. Kramer e Nunes (1993) snalizam qu esas dirt 2e8 vém cartegadas de modismos 0s quais, como ahistiria mostra, tam dav ascriangasindependentemente de suascondiges sca, ntelectas, savas, emocionals,lingutstiens culturas Inclusdo na educacao profissional ‘Tal quala fabula, a preocupacao em preparar os ovens de nossa so-

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