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1835 — A INSURREICAO MALES DI E 1835 Napassagem para o século XIX. a historia da Bahia registra uma originalidade; os levantes urhanos de escravos NEgrOS: corridos em Salvator, entre 1807 © 1844. O mais importante desses levantes fol a ch o males (como eram Conhecidos os afficanos mugulmanos radicados na Bahia). de 1838.1) ada insure Ex-cupital durante a fase colonial, Salvador: ‘Século XLX, contando com uma popu ainda ostentava o titulo de princi lagdo préxima a 115 mil pessoas, Desse total, $2 predomindincia da produgao rural na Provincia, a cidade j hotadamente no que tange & prolifera lade do Brasil, na primeira metade d0 um negros 20% pardos. Apesar dt fio econdmicae id estampava, por essa fase, uma rel 0 de profissiies artesanais (ferreitos, sapateitos, das pelos chamados escravos de ganho ou aluguel. Isto &, por aqueles escravos que, em troca de uma ocupayo ow Servis Pagavam determinada quantia em dinheiro aos seus senhores,ficando com isso relalivamente alvstaden de sun vesikincia dire. Foi justamente entre esses artesfios que eclodiu, na noite de 24 para 25 de janeiro, a maior sehelido urbana de exeravos no Brasil Como salientou o historiador Décio Freitas, autor de um belo estudo sobre ‘uma forga integradora e dinamizadora inexistente no mundo rur rebelio eo grande impacto causado por ela junto da experiéncia acumulada nos levantes anteriore: aiates, padeiros), geralmente execu nos possuett insurreigio, “os eentros i 7 aulvindo dafa eapacidade de aglutinagio dos paticipantes 4s classes dominantes du gpoca. Ao que tudo indica, os rebeldes se vara demonstrando um alto grau de preparagio: & hem possivel que os primes plgeres do ue poera ser consierado como una organizago evolucioniia despontem ein 1840. ge wo ragasa um outro fevante em Salvador Os rebelados aprenderam algo desta eta em 1835, no haveria mas espago pra iniprovag, SOP batuta de uma diregéio central. contando com cerca de 1.500 homens arn ados (provavelmente 5% do total da massa eserava de Salvador) ¢ organizados em micleos espalhados pelos principais pontos de Salvador, os males arquitetavam pacientem plano para tomar a cidade. ‘Tecnicaments 0 projeto era perfeto: grapoy fortemente armados se apoderatiam de gu arta de Antesiparo deslanchar da rebelido. Assistiv-se, em seguida, a um verdadeira massacre: poston de sobreavis0 © vallendo-se de grande superioridade de armamento, as forgas policiaise militares ey DPoucas horas, a situagio, As baixas entre os males foram pesadas. ov doce centenas de deportados e exatas 281 prisdes. Barha enum dels revelow nada que comprometsse-o movimento a aon das fongas do poser Porém. a questo militar nio encerra todo 0 probl axpecto politica da rebelio: os insurretos no eonseguiram total dos eseravos de rnigdes militares em cine quanto dois dos tiveram muita dificuldade em contrat e nos da paca registrando mais de 500 moro» mente torturados, os insurretos tiveram um comportamento exemplal é aamente © ha que vai akém disso, Uma outra questo toca mais dretamente stelecer altangas com ov eseravosnascids no Brasil 0 de Salvador, segundo alguns levantamentos) ¢ muito menos com os mulatos e brancen pobre. devant assim de ampliar a sua base social formada apenas de negros mugulmanos. Pior que issocaté: o examme dew ours da devas rebel brancos, mulatos e negros ndo-islamizados da Bahia Apes © 4Ue> de Salvador ¢ rumariam para a Altica. Vale dizer os insurretos se debatiam conta na auténtica Tuta de classes, mas nt lutavan ‘inha um carter pré-po io da sociedade em seu conjunt. io revela que 0s malés buscavam eliminar todos 0% ‘atacariam as embareagdes baseadas no e: sua condigio de escravos, vivenciavam um (eB, nesse sentido, arehelio malé transforma net m conta sistema eseravsa, propria ico, jdique nao visava a tomada propriamente do poder ea event Docustero Fone: Pre Gtr: Rebelides da senzata, Sto Paulo, Edges Zumbi, 1959. pp, 225.226. 0 manuscrto original ocalizSe "© Arquivo Piblico do Estado da Bahia, ficando na inteligéncia de que nenhum delle goza de direito de cidadao, nem enced co extrangeto, © que a Policia exige rigorosamento quo por uma vez se coal qualsvor posebiidade C2 sntativa como a da noite passada. Vossa Senhoria chamara para turma cidadons no soo Districto que julgar necessarios {orando-es a obideencia se 0 patriotismo ou interesso da propria consorvagao os nae eomencal noe prestarom. AS noites de hoje em deante deverao haver inumeras patrulhas de cidadaos egrande vigilancia das autoridades Policiais a uals me dardo conta de tudo quanto ocorter atal respeito, exio a parte do que oconrec hontes neste districto. Deos guard® FugRSe Genhoria Bahia vinte © cinco, lusrssimo Senhor Juiz de Paz do Primelto Disticte de Viens Poenscon Gongalves Martins.(1) {gBUCRS/BIBLIOTECA CENTRAL ~ COPIA NOS TERMOS DA LEI 9.610/1998 E LEI 10.695/2003. Not 1. A insurreigao de 18. chegou a ,erou muita apreensao no Rio de Janeiro, entdo a capital do Império. A assembgia provincial inquietar-se, oficialmente, com o fato de “uma insurreigio de everavos ameagar de ruina total niio somente esta bela barte do nero, mas tambm todas as ours provincas™, Assustados com oaleance da rebelido, alguns setores das classes antes defenderam abertamente, iqjuela altura, a aboligio do trtieo. Crcor DE REFERENCIA (A SEREM APROFUNDADAS PELOLEIVOR, APOS CONSULTS AS OBRAS CITADAS) Dania reit® © resquisidorbaano, Luis Vianna Filho € autor de um fiveo elissico sobre a presenga do negro nt eutura da hia, © analisou da seguinte forma a Rebelidio Males:“(..) ax revolucdes negras na Bahia nite devem servir de fadice para a estimativa na superioridade numérica dos sudaneses. Pelo consrério, 0 que se torna evidente é 0 seu carder de rebelives realizadas por minorias religiosas. onde se devam as mos a energia peculiar do istanismo ¢ 0 valor combative de hanssis € deh “nagdes as mais euerreiras da Costa de Leste”. (Passagem citada de Luiz Vianna Filho, O negro na Bahia Rio de Janeiro }osé Olympio Eaivora, 1946, pp. 140-144) Historiador edi nte politico do antigo PCB, Jacoh Gorender, nascido no Estado da Bahia, 4 principal obra de reflexiio teérica sobre o escravismo brasileiro. Salienta ele neste livro: (..) Constituia wm ponto de partida aglutinadon Mas a solidariedade ésnica, se podia ser um ponto forte (quanto aos nagds. por cause da presenca numérica em Salvador), também apresentave wn lado negativo, pois admitia certas aliangas € impedia outras. Dai a auséncia de escravos de origem banto de escravos crioulos”. (Extraido de Jacob Gorender, A escravidio feabilitada. S80 Paulo, Editora Atica, 1990, p.126) izou aquela que talver solidariedade émica ja Ivpicacoes BunuiocR dries, FREITAS, Décio — Insureigdes escravas Porto Alegre, Movimento, 1976 MEILLASSOUX, Claude (org.)- L'ssclavage in Afrique pré.coloniale - Paris, Masper, 1975 MONTEL, Vincent -L'lslam noir Pavis, Sui, 1971 REIS, Joao José - Rebeldia escrava no Brasil - So Paulo, Editora Brasiliense, 1986. Ovrnas Inprexcoes: —__Inslituiedes seis: Arquivo do Estado da Bahia (Salvadory: Arquivo Nacional (Rio de Janeiro}: Arquivo Nacional da ‘Torre do Tombo (Lisboa): Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro): Instituto Histérico e Geogriico Brasileiro (Rio de Janeiro). ublicacdes seis: A Sentinela da Liberdade (Salvador): Anais do Arquivo do Estado da Bahia (Salvador): Anais da Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro); O Democrata (Salvador): Revista do Instituto Geogrfico e Histérico da Bahia (Salvador); Revista do Instituto Histsrieo e Geogriiico Brasileiro (Rio de Janeiroy: Universidade Federal da Bahia Salvador), 9.1 A Blite baiana face aos movimentos sociais: Bahia ~ 1824-1840 - Texto de Joo Jone Paulo, 1976, n* 108, pp. 341-384 A miio-de-obra exerava em Salvador de 181] « 1860 ~ Dissertagao de mestrado de Maria José da Silva Andrade, UFBa, Salvalor, 1975 in Revista de Historia, Sto A Sentinela da Liberdade (Salvador) de 1gpy, tea revot in Bahia: 24-25 january, 1835 - Texto de Raymond Kent in Journal of Social History. vol. 3, n° 4, verdio 461979. pp, 334-356, Analyse de 25 documentos arabes des malés de Bahia (1835) ~ Texto de Vicent Monteil in Bulletin de "Institut tentale de [Afrique Noir, 1976, tomo 29. série Bn" 1-2. pp. 86-98: AS insurreigdes africanas na Baliia - Antigo de José Carlos Ferreira in ‘Wvador, 1903, vol. 10,n°39. pp. 103-108. Devassa ao levante de eseravas acorride em Salvador ¢ alvador, 1968, 38, _ Levantes de pretos na Bahia - artigo de Edmundo de alvador, 1903, n° 29, vol. 10, pp-69-94. Ao Angi ei tes sobre a vida tin, costes re vivo do Estado da Bahia, Salvador, 1943. n° 29, pp. 289-309. Fondam, Revista do Instituto Geogrifico e Historica da Bahia, Sa anv 1835 ~"Texto publicad in Anais do Arquivo do Estado da Baia, Sa Caldas Britto in Revista do Instituto Geogrfico e Histérico da Babi Jigiaes dos africans na Bahia - Antigo de J. da Silva Campos in Anais PUCRSI/BIBLIOTECA CENTRAL - OPIA NOS TERMOS DA LEI 9.610/1998 E LEI 10.696/2003. 193 Os documentos drabes do Arquivo do Estado da Bahia ~ Estudos Alro-Orientais, Salvador, 1970, Os matés-"Texto de Etienne Ignace Brazil in Revista do Instituto vol. 72, 9°2, pp. 69-126, Apresent Hist6rico e Geogritico Brasileiro, Rio de Pecas processuais do levante dos malés - Anais do Arquivo do Estado da Babia, Salvador, 1971.0" 40, pp. 7-170. Populacao ¢ rebelido: notas sobre a popula 1¢do escrava ng Bahia na primeira metade do séeulo XIX ‘Texto de 30a® José Reis in Revista das is Humanas, 1980, vol. 1.n° 1, pp. 143-154 ‘Slave rebellion in Bahia, 1807-1835 -"Tese de dowtorado de Howard M. Prince. Univer The conservative revolution of Independence: do, Oxford University, 1974, ity of Columbia, 1972. economy, society and politics in Bahia, 1790-1840 - Tese de dowtor 16)/CRSIBIBLIOTECA CENTRAL ~ COPIA NOS TERMOS DA LEI 9.610/1998 E LEI 10.695/2003. 1835 a — A CABANAGEM A ocupagio portuguesa do atual terrtério do Pard se verificou com base no extrativismo ¥ gota, cuja longa duragao no que se convencionou denominar de enclave colonial tomando-a extremamente vulnerivel as oscila- 60es do mercado internacional. Ora, os artigos do Par estavam submetidos a rigido controle de um grupo mercanti de origem Tusa baseaclo em Belém e vineulado aos centros importadores de matérias-primas tropicais. Assim, a extraondins . de poder econdmico em miios de uns poucos privilegiados geraria uma situago de descontentamento popular que ests na raz «da Cabanagem, o maior movirnento de massas da primeira metate do séeulo XIX brasileiro Uransformaria a Em linhas gerais, a rebelidio dos cabanos (assim chamados porque habitavam em chogas humildes do imerior da emt indjgena com os {indi © no trabalho Provincia) refletia a frustragdio das eamadas médias urbanas nascentes ¢ dos eamponeses sem-terra de o fumos tomados pela Independencia, que deixa intacta a estrutura social da Coldnia, alicergada no la escravo, A isso vinha-se somar uma conjuntura econdmica marcada sobretudo pela rise dos prineipais produtos da pauta de exportacdes, a saber, agiear, aloo ¢ cour. bon then ise dseronta a piriacassedominante paraense,cujos stores tradionalment igads a Prt bons olhos a politica oficial de abertura do comeércio exterior em diregao 3 Gri-Bretanha e Estados Unidos, sobretudo, Adem. de todas as regives do pais, talvez fosse 0 Pard aquela que mantivesse, desde os primsrdios da colonizagio, os vinculos mais solids com a Metrépole, até mesmo por urna questao de proximidade geoerifica, Nesse quadro, a divisio no interior do bloco dlomvinante torna-se ineviviv 4 via para a intervengdo das massas populares no processo politic. A rebelio tem in cem 7 de janeiro de 1835, deflagrada pela als. mais radical da classe dominante local, disposta a combater © predominio portugués (e, nesse sentido, a Cabanagem se insereve no processo de Independencia e ‘curso no Para, valendo-se ainda da fragilidade do Poder Central. apdsa partida de D. Pedro), Prontamente, as massas campon sas dos arredores do rio Acard aderem ao movimento, que dé posse a Félix Clemente Malcher, um abastado fazendeiro, no 2ovemno da Provincia, Ocorre que. no desenrolar do processo. os setores dominantes que conduziram as massas a0 Tevante no viam com 0 que abr joem Bel Passam doravante a temer a decisiva partieipacdo popular, costurando uma composigio com as velhas elites derrotadas. Dat a Fepressfio desencadeada pelo governo de Malcher contra as forgas de extragao popular. Mas estas reagem, impondo o afasta mento do Governador, substituido por Francisco Vinagre, lavrador de porte médio do rio Hapecuru € membro de uma Famntlia ‘utrora poderosa na reyido amazéniea. Sé que Vinagre, por seu turno, também sv afasta dos ideas eabanos, jurando fidelidade ‘40 Imperador. De fato, cedendo as presses das tropas enviadas pelo governo vizinho do Maranhao, Vinagre passa 9 poder ao Marechal Rodrigues, nomeado peka Regéncia. Dois meses depois, as wopas cabanas, que se haviam retirado de Belém. sob o omando de Amt6nio Vinagre (iro de Francisco) ¢ Eduardo Angelim (1). retomam a capital, onde permanecem nove longos ‘meses, Esse novo govero chefiado por Angelim tem um carter mais “popular” ~o que se dao prego de uma ruptura quase total ‘Com as eamadas urbanas, que tinham apoiado inicialmente 0 movimento. Ao configurar-se o isolamento cabano, outro no Poderia sero destecho: cercados ¢ em meio um forte surto de peste, Angclim e seus comandados abandonam novamente Belém, ‘desta ver de forma defintiva, A huta armada prossesue, no entanto, até 1840, no interior da Provincia, Os indios destibalizados omeceriam, dai em diante, o grosso do contingente da Cabana Arrepressio que se seguiu a derrota dos cabanos esteve em proporgio direta com ¢ classes e das propostas revolucionsrias do movimento, sobretudo no que toca & supressio das relagOes escravistas de produ- Gio. As estaiticasfalam em mais de 12.500 fuzilados, o que, porsis6, prfaz cerca de 10% da populago adulta do Paria gps © herofsmo dos revolucionsrios eontribui, contudo, para consolidar a Independencia da regide amazdniea, Ideologicamente {sorienados, os eabanos no souberam, como fantos outros movimento nalivists ave PPO pst afr, m meat lo século XLX, apresentar um projeto que permitisse ultrapassar 0 estigio de rebelido ¢ atingir aquele da revolugio, através da luaram 1w de aprofundamento da tuta de inte, do questionamel hegaram a empalmar o Governo, © historiador Caio Prado Jinior, introdutor do metodo materialisia nos Estudos s Cabanagem foi “um dos mais se nao 0 mais nokivel movimento popular do Brasil ociais brasileiros, parece estar com a Docusesro Fome: Guia do’Terceiro Mundo Rio de Janeiro, Editora Terceiro Mundo, 1989. ACABANAGEM: UMA PROCLAMAGAO “Corajosos Paraenses, ei cee da Patria e da Liberdade! Depois de nove dias de fogo montero com Sutras tantas noites, est ete pnosa Belém, capital da provincial Os dois estrangeiros Manuel Jorge Rodigues © Jodo Taylor lé se vio de fugida 2 duma maneia vergonhosa: o primeio a frente de eeus agueridos ¢ briosos batalhoes a por re undo rent ce mtava um quad rsonto © encantador. Giava o comérco,furconavam todas 5 reparigdoe pubees novia concer, paz e ordem, Hoje o que vemos née? Com dor 0 digo, esta Bo bela cidade, to chela PUCRS/BIBLIOTECA CENTRAL ~ COPIA NOS TERMOS DA LEI 9.610/1998 E LEI 10.6 6/2003. 195 de encantos, esta reduzida a um montdo de ruinas! Para todas as imagem da dor e da tristeza! TI © Pard? “Amados patricios! Seremos nés os responsaveis perante Deus por tantos males que hoje pesam sobre Par? Certamente que nao. Os do's monstros @ fugitives estrangeiros Jorge e Taylor serao os Unicos responsavets diante Supremo e perante a historia, pelas grandes des 'sgracas que hoje pesam sobre a inocente familia paraense! ame protegao para milhares de familias inocentes, quo neste momento estio sob nossa quardal Seja cada um de vos Um Um poe necenei dra! Procadendo assim bem tremos meres da pata © das geraries MAS. Mets amado patric! Eu vos ance que o nfame © opresorjgo estangoio hava do car por tora © ie Seriamos os vencedores. Realizaram-se os meus bons desejos © gratas esperancas. Vés sois dignos do nome rae Ug fies otdads de therade, esti cobeto do alia ple vossopatnousmo, valor consinaal Os nosso: imio= G20_c primers a conlessaro vosso var aris! Nos combales desesperados que ustnlamas, eu 0 que MNdS fiz: porém sempre me achei ao vosso lado ¢ onde havia perigo. Era um dever de honra a cumpri. A nossa obra sina nfo es arene ana seg zer Antes de ude, pagovas que moder 0 vos ado quero, e amano SEPBS tree ae acama um presente quo meraGa a noséa estime, conflangae rpeto.Dignos chetes do todas as clus, v6s todos sois merecedores dos maiores louvores e elogios pelo vosso valor, firmeza de carter e lealdade. Vivam descendentes dos Ajuricabas © Anagalbas! Vivam os paraenses livres! Viva o Pardl"(1) 6 vemos @ partes, onde lancamos as nossas vistas, s6 ver Nor P leirado !.O autor desta proclamagio, Eduardo Angeli, era naesséneia, um nacionalista Tanto que nunca desfraldou abana dy separatismo, como chegow a acorrer em outrasrebelides da époea. Tambeém ele temia os uransbordamentos revolucionéios 2% e apoiav® clos cabanos, posicionando-se contra a supressio da eseravdiio. Podemos saber. através de uma carta por ele rigid, que ao Tesolutamente a repressio aos escravos sublevados nas fazendas do Pari distritos, ordenei a meu imo Geraldo Francisco Nogueira”, afirma Angelim, 4.ordem. Em atos de resistencia foram mortos alguns, e outros sutras e entregues a seus venhyres™ Em dezembro de 1838 eclodia no Maranhio uma rebelid armada (que posteriormente se estenderia ao Pia i come {eristieassemehantes a Cabanagem. O anincio da reli defgrada no interior do Maranho oi feito por esse laconic OF ae ~.-attreze deste més apareceu na Manga um cafuz por nome Raimundo Gomes, ‘acompanhado de nove homens, e, sem respei™ enviadas aurridades.arombou a cadre sltow os presos’. A Balada seria derrotada em 15 de janeiro de 141 pelas ropa en" do Rio de Janeiro, fe n° outros “Insurzindo-se os eseravos do Acari € out ‘para que os fizesse conter até entrarem em obec Crracors pe ERENCTA (A SEREM APROFUNDADAS PELOLL FOR, APOS CONSULTA AS OM eAS bas) O historiador paraense Antonio Domingos Ri lca, examinou com objetividade a rebelido di éria regional » da histéria region aiol, autor de obras importantes para o conhecime! ma dos ee jhanaem — © sto, apesar deter sido © prdprio pai uma wt Teveiuonétios, Nesta pasagem, Raiolalude ao papel de um “eélbne comandante” na roproseto deseneadela CO partiviparies du Cabanagem: "| Mitos dos entroncados nas viagens por canoas tango ele non ros, € out70S fee imandow espingardear nos calabougos a pretexto de quererem arronibar as prises! Nose de prior humor facia depend em cordas press ao eto dacasa de sua moradia, os que Ue inspiravam menor simpenia ai violéncia de encontro as paredes, de mos e pésatados, sem nenhum meio de Fraturavam os ossos™. (Trecho citado de Domingos Antnio Raiol Basilio de Magalhies, historiador mineiro, recone f ni uma dura ctia.ao movimento: “fo aprincpio uma formiddvelexplosdo de narivimo ideotogiasexplcde taluaiicdvels pelo nobre anscio da nossa independéncia e pelas bandeivas que os parton nactoneis, educate 0 Inpério e través a quadra tempestuosa da Regé pment eis Heram drapeia por todos ox dngulos do Brasit: mas, desgractdarne dlegenerow na mais inomincvel chacina, tevada a cabo pl Basilio de Magalhdes, Estudos de Histérig do Bras 1eago oxque renesstel compracia-se emarremessa-l0s 0°" oderem eles evitar as terriveis ehodues el ‘Motins Politicos. Belém, UFP, 1970, vol. IIL p-999) sont cu algum mérito nos panicipiantes da Cabanagem. sem. Com deixar de los “descendentes dos Ajuricubas e Anagaibas” (..) (Trecho cia ‘Sao Paulo. Companhia Editora Nacional, 1940, pp. 241-242). FS BinioGRsricas, AZEVEDO, Jodo Licio de Estulos de Histiria paraense - Belém, Typ BAENA, A. L. Monteiro - Compéndio das eras da provi BARATA, Manuel - Format iphia de Tavares Cardoso, 1893. lado Pard - Belém, UFP, 1969, inc histSrica do Pari - Belém, UEP, 1973, BOFTEUX, Lucas ~ Marina Imperial versus Cabanagem ~ Rio de Janeiro, 194% CHIAVENETTO, Jo José- Cahanagem/O pov no poder - CRUZ, Emesto - Histéria do Pard- Belém, sled, 1963, 2 vols, HURLEY, Jorge -A Cabanagem - Be MIRANDA, Bertino ‘io Paulo, Brasiliense, 1984. ‘Nos hastidores da Cabanagem - Belém, 1942 'm, Ed. Livraria Clissica, 1936, ws - sua Histériae PUCRS/BIBLIOTECA CENTRAL ~ COPIA NOS TERMOS Di 196 MOREIRA NETO, Carlos de Aragjo- Indios da AmazOnia, de maioria.a minoria, (1750-1850) - Petropolis, Vozes, 1988, OLIVEIRA, Agostinho M.G. de -Cronicade Igarapé-Mirim - Belém, 1904, PAOLO, Pasquale di - Cabanagem: a revoluedo popular da Amazdnia- Belé RAIOL, Domingos Antonio - Motins politicos ou Histéria dos principals acontecimentos politicos da provincia do Pari dose 1821 até 1835 - Belém, UFP. 1970, 3 vols. (obra ckissiea sobre o assunto, publicada pela primeira vez.em 1865). Ferreira - Histéria do Amazonas - Manaus, 1931 REIS, Artur César - Sintese da Historia do Pars - Belém, 1942. ROCQUE, Carlos -Cabanagem: epopéia de um povo- Belém, Imp. Oficial. 1984.2. vols RODRIGUES, Dike d - Conselho Estadual de Cultura, 1985. vida s larle Angelim (A Cabanagem) - Rio de Janeiro, Irmiios Pongetti 1936. Ovrnas Innieacors Instituigdes gteis: Arquivo Nacional (Rio de Janeiro): Arquivo Pablico do Pari (Belém); Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro}: Instituto Histérieo e Geogrifico Brasileiro Ri de Haneito). Publicaedes Uteis: Anais da Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro}: Revista do Instituto Hist6rico e Geogritico Brasileiro {Rio de Janeiro}: Revista do Instituto Historico e Geogratico do Pari (Belém): Revista Temas (Rio de Janeiro). o in Os grandes eni Attivos, ensaios, opiisculos, teses e mater 4 Cabanagem ~ ‘Texto de Mauricio A dle Janeiro, Otto Pierre Bditores, 1982. As populacdes indigenas e mesticas na Ama ico Brasileiro, Rio de Janeiro, 1887.1. 50. 1 parte nas da nossa histor (Coord, Editorial: Nilson Lage), Rio izinia - Estado de José Verissimo in Revista do Instituto Hist6rico e Geog p. 295-390. Cabanagem - Uma epopéia de sangue no século XIX - Ensaio de Renato Guimaraes in Jornal do Pais, Rio de Janeiro, 24.11.1985, 6pags, Cenas da Cabanagenr no Amazonas (Provincia do Grdo-Pard) - Texto de Bento Arana in Revista do Instituto Histé- tico, Geogrtico e Emnoligico do Pari, Belém, vol .n° 1. 1900. Cenas da Cabanagem io Tocantins Texto de Domingos Soares Ferrera Pena in Revista Amazénica, Belém, 1883, Tomo LPP. 113-1666 157-166. Centendrio da Cabanagem ~ Para, Belém, ol. X. 1936. a-se de um nimero comemorativo da Revista do Instituto Histérico € Geogrifico do PUCRS/BIBLIOTECA CENTRAL ~ COPIA NOS TERMOS DA LEI 9.610/1998 E LEI 10.696/2003. 197 1835 b — A GUERRA DOs FARRAPOS (1) “Nao me canso de admirar a calma com que essa gente faz evolu Hilaire se referiv ao povo do Rio Grande do Sul, no inicio do sé revolugbes, conflitose experigncias sociais de todo tipo, Basta me longo do periodo colonial, os aldeamentos indigenas dos Sete Po Saint por sim o naturalist viajante frances August lo XIX. Ele ina rao: ahistri da epi tem sido marca nconar as lukas que opuseram as Coroas portuguesa ¢ espanol os da Misses ou, ainda, a Guerra dos Parrapos a Revolugiio F Verdadeira guerra civil deflagrada em 1835, civiros, comtouco™ ‘arroupilha, se bem que dirigida por estancie Prati, oficialmen A partcipasdo dos stores populares sobretudo de base rural. Em 1836, os farrapos criavam a Republica de Piraini. cee Proctamada por Antonio de Sousa Neto (1801-1866), Se o movimento Farroupilha reflete ax contradighes ox politica de centalizagio do Império eas neessidades econdmicas reais da Provincia sulista,€ prociva const ar tamb ue mesma contra se configura como uma lua travada no interior da classe dominante, Qcore que um setor da classe dom posta no ine! como forma de superar a crise, prejudicando aqueles setores ~ como 0 dos fazendeiS 'chos mio ligzados&atividade exportadora. Dai o conflito, que atingevirias Provingiag do Impétio. sam destacou o historiador Nelson Werneck Sodré, o prépriofato deo povo do Rio C dliamte da intervengdo do poder central, notadamente a partir ance do Sul ter-se divide 0 K 1843, demonstra que o conflito nto pode ser redid 8 8 {ipleschogue entre o cent e sua periteria, Convém observar também quo Propalado separatismo dos Farrapos no pS de um fen6neno cieunstancial, prevalecendo, na realidade, um sentiments divuen ac autonomia econdmica para a revi cert forma, a rebel » dos farrapos, devide ao seu contedido liberal e republicano, iriam abalar 0 Impsério meio século depois, sovciais av aantecipou-se as transformagies Documenro Fonte: Walter Spalding. A revolucao farroupitha, Sao Paulo, Companhia Editor Nacional, 1939, pp. 139-151 os Compatriotas! vossos votos justas exigéncias jd esto satisfeitas. Caducou aquela autoridade cujo manto cobna atentados de homens perverso: Yo Spake. est rena do universo, culo poder é resistive unfaston, rocior ss livres! © com vossa decid, @ voss0 IH dhe infamarna, Ge Gue sols dignos dos benaticns da Werdade:patentoce or goer vee Senseo nacional ‘we inl vossos pelos: comprovastes, emi, que vossa torte ens aero pesado jugo da abirariodeee, Eiges motivos, © estes sentimentos, que convosco pariham todos os coragies verdadeiramente brasil Gauke vossa concula aos olhos dos mais rigidos censores dos mowmerne Populares, Apressuremo-nos, pois, a mani removes, Contots > Bras, 8s mais provinces da unigo brasieia, os tundorerers queixas @ © 908 To: que no ores anal aue,0 ca 20 do setombro de 1835 loa consequonis Ise a et © que nao tivomos outro objeto, © nao nee ‘os um '. que restaurar o império da lei, afastando de" administrador inept © factioso, sustentando 0 trono do nosso jovem naa "Ca © a integrdade do impéro. ip mais due neste momento tem seus olhos fos em nés, esta marifestagao ta fas ua tt fatalidade quis 0 cont» © a Versatlidade de caracter do S. Braga favOrerer ncor contra os lives; © no poder anexo & PrESKE og 6508 da nae do 24. de outro do ano passa, © partido anti ace parinS.se wstanIge!"O>: BYCRSIBIBLIOTECA CENTRAL ~ COPIA NOS TERRE CERN? repre me 198 miltarmente o Trem de Guerra da capital, ¢ ameacou com aparatos bélicos os cidaddos paciicos que festejavam em aquela noite com cénticos pattotcos as salutares reformas do nosso pacto social: 0 costume autorizava o festejo, a ordem presidia 0s passos de um povo quo so entroga ao prazer, © marchavam na sua frente 08 juizes de paz dos distitos que percorta; Porém, apesar disso pouio faltou para que o estrondo do canhao, ¢ o grito da morte nao sucedesse aos sons festivos, e & ‘expansao da nacionalidade satisteita Aquelas amoagas, aquele armamento desusado, néo fo! quigé © primeir insuito cometido contra a nossa naciona- lidade? Nao merecia um pronto © exomplar castigo? Nao poderia executé-lo 0 braco poderoso de um povo initado? Podia sim, mas no 0 quiseram os patritas, amigos da ordem; colocaram em seus peitos os justos ressentimentos; esperaram Providéncia e justiga de sua primeira autoridade. Vs esperangas! Enquanto 0 vulodo das paixées ameagava abrazar a Capital, que fazia 0 Sr. Braga? Embriagava-se, com magua o dizemos, embriagava-se de prazer na cidade do Rio Grande entre festins © banquetes, deixando naquelas espinhosas cicunstancias o timao do Estado entregue ao capricho de seu itmaa 0 Sr. Pedro Rodrigues Fomandes Chaves, jovem turbulento © faccioso, ¢ 0 mesmo que dlrgia @ dava impulso ao Partido que naquele momento aterrorizava a capital. As noticias sempre mais aterradoras, que deste ponto recebia, parece- am desperté-o por um instante do seu letargo: chamou-me entio, © em nome da pétia conjurou-me a que usando de todo © meu influxo fosse mantor 0 sossego pbc: voal, calmai, concla, © fazei deter 0 furor do povo; evita toda a efuso de Sangue; assequrai-he que pronto regressarei, ¢ ele aplaudiré minha justca meus go omPatots! © nome da pita nunca soou em vao acs meus ouvidos,e sempre me prestl volurtio a resarshe Imeus Sergos;aredtoi nas palavras enganadoras dos. Braga, e voei ao vosso lado; dace ouites mins paavras de paz, stes 0 braco ja pronto dosearregr 0 golpe mortal sobre vossos agressores, © por mim confastes novamente em voss0 bresident, Mas quem o acreditaria! 0 pétido have-me uddo, © meu parioismo tao somente he servu de instrument para também iudi-vos © desarmarvos. Como poder justiicar-se semelnante conduta em a primera autordade, que nao deve Ci outa voz que a da justiga, nem ter outras vistas que as do bem do povo que rege! Se 0 excpresidonte houvesse dessjado T-estare tranquidado da provincia, nao toria desamparado 0 lugar que a lei Ihe conf teria acudido prontamente ao Ponto que ameacava a conflagragao, 0 castigo dos faccios0s tora satisteto a justica de um povo ulead _. Nao por certo, nao tinha em vista bem da patria quando levou desde o Rio Grande a confuséo @ a discdrdia a todos 98 ngules da provincia; quando em seu regresso 4 capital aprovou quanto de mais desatinado e erminoso havia cometido ‘seu lugar-tenente Rodrigues Fomandes Chaves; quando afastou de si seus antigos amigos, os sustentadores das institui- {926 lives; quando, ingrato a meu zelo pelo restabelecimento da tranquilidade publica, ousou chamar-me caucliho de fascinorosos, e revolucionatio.Ingensato! Se eu tivesse querido levantar o estandarte da rebeliéo, que melhor oportunidad {ue a exaltagao em que se achavam os espiitos? Que motivo mais plausivel que 0 insuto feito & nacionalidade? Que meios mals poderosos que as cartas que seu passado temor, © mais que tudo @ certeza de que eu ndo abusaria delas, me havia Confiade? Mas ja era surdo a austora linguagem da verdade, e prestava tao somente ouvidos as baixas lisonjas, @ aos Bérfdos conselhos de um partido que quona vé-1o envolvido em seus interesses, e clmplce em seus cimes para assegu- "ar-se da impunidade e do triunfo dos prinepios retrogrados. Deixouo sr. Braga de ser administrador de um povo lve, desde ue ao império da lei substitu © esplito de faceao, e o povo desde aquele instante deixou de respeitéio. Sem forea moral, ‘em opiniéo, um governo nao subsiste senao pela desmoralzagao, pela inriga @ pela agressAo, e este foi caminho cheio Ge precipicios em que se langou o sr. Braga. Vés 0 vistes, Rio-grandenses, apoiar na corle com sua autoridade as mais Vergonhas intrigas do marechal Barreto, para perder aqueles cujas luzes e patrotismo transtoriavam seus planos ambici 808 © despéticas; em quanto com seu poder nesta cidade autorizava as desejadas vingangas. O primoiro golpe dado Contra a liberdade conduz insensivelmente, e de um modo inevtével a todos os outros: ¢ uma porta aberta & arbitrariedade, © uma vez que ela se introduz ningudm pode prever em que ponto para Compatrotas! Vés testemunhastes esta verdade, e os cidados mais decididos pela causa do povo foram o alvo de uma sistematica perseguigao; prodigalizaram-so empregos aos homens mais impopulares, a aqueles que eram mais indigitados para protessarem principios mais retrogrados e antinacionais; © direto de petig&o garantido por nossa Const {ulgdo foi desatendigo, © os poticiondrios tratades como sediciosos; encheram-se 0s cérceres de patritas, © toda a Provincia foi envolvida em processos e querelas, introduziu-se a desmoralizardo nia guarda-nacional de infantaria, para Alspersé-a, © se suspendeu abitariamente. do seu comando a0 tenente-coronel Siivano José Montero do Araijo e Paula, ujo crime era seu inabalével patiotismor criou-se uma guarda protoriana debalxo do nome de guarda-nacional de cavalaria Data cued» sana ee etter: te ate dota do ero pubic ao valerie batahao do cases 1 8 para as longinquaslronteitas de Missoos,rermoveu-se da via do Jaguarao pare Bagé a companhia de cacadoves Que me or ordem da Regéncia, duplicando sem necessidade nem motivo pause a cesreas, te eS i fansPorte de viveres, munigdes e bagagem, a pontos tao distantes. Siva Tavares, Caplan inh, ron ra, erin er te atl, Shana ah assim & nulidade, © malvader deste homem perverso, um semrnumero de chefes valentes.e agueris; retousse, 60 Garand toto ae fo Pain verre dos nosaoe gurls, Bio Nanwo ipo lstetle pap GtErt-orone da mesma oxinta sogundo ha, José Antonio Marins, cj Grico tuo € a pariauay teneads Wu rte 2 tenors Bento Manuel Ribeiro, e pertencer a facgao do marechal Barreto: vimos erin ria do lompio de Temis convarido en tova das mais irjustas perseguigoes vimos cided armados conta oadsos; vinos vimos violada por duas vezes a sagrada garantia do habeas corpus na pessoa do Nonrae BELA ses eee Mattos; e vimos finalmente. Impunes a escandalosa introdugao de afncanos, © : 2 pads, que por brevidade omito, se satistizeram as malfadada provincia, Com estes e muitos outros a yore dae orc essai eer Marechal Barreto, de Pedro Chaves, e da facgao retrégradla: Wheat ae Se ta riaiar Cheat dade publica, era forgoso legalizar alos perpetrads conta a opinido da granes Tears oo Tret haks instalagéo da’ nossa Assembiéia provincial, © @ fala do presidente a in m: jm dia, ¢ a provincia tremeu por sua a i ida no seu seio com attivez e ousadia, © 32.8 faseira: a calinia mas £02 11 pre e eyelarIne uma conspragao, Cujo fm era desmembré exigencias do Manto dat 8 6poca da Pole hip ranguiids ‘tlidade © existéncia, ouvindo a vor de sua primeira auton PUCRS/BIBLIOTECA CENTRAL - COPIA NOS TERMOS DA LEI 9.610/1998 E LE! 10.6 6/2003. 199 1.38 grande famfla brasil, © acusar como autores de to nelando projeto aos mais conspicuos defensores das thera ee ans gausles ao em odoe os ompos vleosamonteexpusera suas vida o voraram sou sangue em dete do intoaridade do imperi, Projet nsenseto! © golpe moral que o expresidonte promesstou dar na honra e bom rerecia opie Fos neers overerouse cont si! Gracas eejam dadas & enegia dos gonerosospatoas deputados da oposeal Eles advogaram a causa da inooéneia contra o aparato do poder, e contra a liga des facciosos que se sentavam nos bancos atimas Mia ee yon ae tube © austra tnguagom aterou a clin, persoguu ao calunador om suas utimas a revelada conspiees: Unk cone eal abet eralaczo,e de trangia a provincia manfestando-he que nao esta a revelada conspiragao: um clamor geral de indignagao sucedau ao do temo: quo se havia querido incu, © 0558 indignagao acabou de fazer desprezivel a autoridade do sr. Braga Depois desta derrota, quem teria ousado vistas iniquas dos srs. Chaves e Felizardo, cido nos debates parlamentares) que representava a maioria ‘apenas passou por dois votes, e esta corte fo ris anuais, de facto fol feita e or apesar, dizemos, daqi 40, 2 Assembléia, equivalia a uma votagao antes da discus Hezas teriam absorvido a enorme soma de duzentos Contes %, desta arte assumiu os dois poderes. Tantas arbtrarieda¢ © a justiga que armou vosso brago para depor uma ai as, eu acrescentarei & gloria de haver sido em outros ter Nduzido contra vossos inimigos externos, a gloria ainda PUCRS/BIBLIOTECA CENTRAL ~ COPIA NOS TERMOS DA LEI 9.610/1998 E LE! 10.695/2003. 200 nobre e perdurével de haver conconido a liberté-la dos seus inimigos intemos, e salva-la dos malos da anarquia. O governo de facgao desapareceu de nossa cena poltica, a ordem se acha restabelecida. Com esse trunto dos principios liberais minha ambig2o esta satisteta, e no descanso da vida privada a que t4o somente aspiro, gozarei o prazer de ver-vos destrutar os beneficios de um governo lustrado, liberal e conforme com 08 votos da maioria da provincia. Respeitando o juramento que Prestamos ao nosso Cédigo sagrado, ao trono Constitucional, e & conservagao da integridade do Império, comprovareis aos inimigos de nosso sossego ¢ feicdade, que sabeis proferir 0 jugo da lei ao dos seus infratores, e que ao mesmo tempo nunca ‘esqueceis que sois os administradotes do melhor patriménio das geragdes que vos devem suceder, que este patriménio ¢ liberdade, e que estais na obrigagao de defendé-la a custa de vosso sangue e de vossa existéncia. A execracao de nossos fos cairé sobre nossas cinzas, Se por nossa desmoralizago ¢ incira thes transmitimmos este sagrado depdsito desfalcado © corrompido: e suas béngéos se nos acompanharao ao sepulcro se Ihes deixarmos o de virlude e patriotism Porto alegre, 25 de setembro de 1835 Bento Goncalves da Silva’ (2) Noms _ |= A rebelido eclodiu pouco antes da posse do Padre Antonio Feijé como Regente, tendo & frente o coronel Bento mealves da Silva, cujas tropas se apoderaram de Porto Alegre. Alijados em seguida da capital, os revoluciondrios obtém, no {entanto. expressiva vitéria com a conquista da Laguna, em Santa Catarina, Ali, sob o comando de Giuseppe Garibaldi (1807-1882) © David Canabarro, ¢ fundada a chamada Repaiblica Juliana (1839). A receptividade encontrada pelos combat a Laguna we explica poo fat de aburguesia comercial Hocaladgurieradcionalnentegado aos zach. Dividios internamen- © aps a concesso da anista por parte do Poder Imperial. os frroupilhas so Finalmente derrotados em 1845. Anistindos, os ‘evoluciontios si incomporados ao Exército of ntes farroupithas 2- Bento Gongalves da Silva, lider do Partido Farroupitha, nasceu em Camaqua, no Rio Grande de Sul, em 1788, vindo Falecer na Estancia Cristal, de sua propriedade. localizada junto & mesma Camaguai em 1847. Estancieiro, militar, Bento Gongalves chegara, inclusive, a participar da milicia uruguaia. servindo com José Gervésio Artigas, o articulador da independéncia do Uruguai. No inicio da rebelio, Bento Goncalves ocupava 0 posto de Comandante Supremo da Guarda Nacional da Provincia Durante a suerra, ele liderara um © i f¢ controlaram a campanha gaticha a0 longo de todo 0 confit, ército de cerea de cinco mil homens. que praticamer Outro documento que merece ser mencionado 60 Manifesto de 29 de agosto de 1838, em que Bento Gongalves, 0 lider da Revolugio Farroupitha, expie as razdes da sua luta politica justificando, inclusive, o desligamento da provineia do Rio Grande ‘lo Sul do resto do Império, Abaixo, a conclusio do Manifesto: ‘Um 86 recurso nos restava, um tinico meio se oferecia a nossa salvagao; ¢ este recurso © este meio tinico era a Nossa Independéncia Politica e o Sistema Republicano, s6 assim podiamos adquirir a forga, a compatibilidade @ energia ecessarias para debelar nossos algozes em to lamentavel catéstrofe. Cedemos a voz santa da natureza, cumprimos as Glemas © imutaveis Leis do Criador, langando mao desse recurso, desse meio (nico de salvagao. Perdidas pois as esperangas de concluirem com o Governo de S. M. Imperial uma conciiagao fundada nos principios e Justiga Universal, os rio-grandenses, reunidas as suas Municipalidades, solenemente proclamaram ¢ juraram a sua independéncia Politica, debaixo dos auspicios do Sistema Republicano, dispostos todavia a federarem-se, quando nisso Se acordem as Provincias irmas que venham a adotar o mesmo sistema. - Bem penetrados da justia da sua causa, confiando, primeiro que tudo, no favor do Juiz Supremo das Nagdes, cles uma i340 Por esse mesmo Supremo Juiz, por sua honra, por tudo que thes é mais caro nao acettar do Governo do Brasil '2 Paz ighominiosa que possa desmentir a sua Soberania e Independencia. 8m jur Crnscons be nereRenets (a ‘ uerToR, POS CONSULTA AS OBKAS CTTADAS) [REI APROFUNDADAS P zo final dos anos 70, um dos melhores estudos sobre a epopia ‘nto de vista econdmico nem legalistas nem Farrapos sairam emas. A guerra nio conseguiu alterar 0 fenroupg) nstotiaor norte-americano Spencer Letman produziv, sire aPitha, Bis o que ele diz a certa altura de seu ensaio: “Do po fae “AZriosos. Logo apds a guerra os estancieiros tiveram de enfrentar ind série de prot ® c continuo ra ae is decisdes referemtes a faxas € impostes."(Trecho ce CItot a impor sua politica ao Rio Grande do Sul emt todas as principals de ‘od Spencer Lignan = drapes, Riode Janeiro, Edighes Graal, 1979, p.169) Para o pesquisador Aldo Fanot > ds Farag etn no momento as ave da vid aon ig. 0 proto im “(110 grande temor pelo rompimento da nidaae do Brasil ang 0 seu grau mdsine, Fol ela intanins asa tis longa com também a meta sri ce radas as sedis que connecen o Inpro brasileiro. Seriedade que se evidenciou,particulay= ‘mente, nauele que acreitam rer ado o momento ertco da historia nacional, 01 sei, o peviodo dd Regéncia “(Mencionado do ‘ttgo A revolia arapa ea qua da Resncia de Aldo Joti Estado de S80 Paulo, 14.1979, pp. 204-205), pacaguedadaResénca. de Ald egencial Inpreacons Biniocreiricas Rio de Janeiro, F Briguiet, 1929, Nl SREU, Fernandes de —s farapos..(Discursos partaent PUCRS/BIBLIOTECA CENTRAL ~ COPIA NOS TERMOS DA LEI 9.610/1998 E LEI 10.6 6/2003. 201 0 RESS'S=S =~ rae ARARIPE, Tristdo de Alencar- Gi Jucrra civil no Rin Grande do Sul - Rio de BRASIL. Gétvon - Garibaldi e Anita -Riode Janeiro, Sousa, 1953, CALLANGE, Femando ~ Episios histricos da Revolta dos Farrapos — Rio de Janciro, Record, 193. CAMARA, Antonio Manoe! Come da - Enstis estatiicos da Provineig langle do Sul - Porto Alegt s, 1992 Trauzido do italian? CANDIDO Salvatore - Giuseppe Gata: eorsioro randens (1837-1838) - Pro Alene EDIPUERS, 1992. Trad por Teresa Bassangl CASAES. 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