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José Paulo Narciso da Rocha Jiinior Arquitoto urbanista Universidade Gama Filho = Rio de Janeiro Eng, Estrutural - Especial. zagdo: Universidade de Fortaleza Professor da Universida- de de Fortaleza UNIFOR/CCT 66 REVISTA TECNOLOGIA FORTALEZA Neg P.66-77 DEZ. 1997 URBANISMO: FATORES DA DISTRIBUIGAO NA ESTRUTURA DA POPULAGAO URBANA. RESUMO Este artigo téenico se fundamenta em resultados de uma simples pesquisa bibliografica, na tentativa de sintetizar, claro e objetivamente, ‘conceitos no campo do urbanismo de fatores do movimento da popula- ¢do urbana dos Paises desenvolvidos, ligados diretamente ao “proces- so econdmicu”, unde tem se produzido lentamente, paralelamente as inovagdes tecnolégicas ou técnicas, estrutura urbana mais firme, éxodo rural menos intenso e transformagées de ordem qualitativa. Jé nos Paises subdesenvolvidos 0 proceso ficou diretamente relacionado ao crescimento demogréfico do que ao desenvolvimento econémico; 0 cres- cimento Urbano acelerado (superposi¢do de processos), Estrutura Lr bana mais fraca, crescimento demogrifico, organizagao espacial ¢ in- dhistrias técnicas concomitantes, éxodo rural intenso e transformagdes de ordem quantitativas. ABSTRACT This technical article, explain results of search simple bibliography and something attempts of synthesize, with comprehensibility and objectivity, thoughts on the urbanism area, facts of the population in movement urban on the developed of Countries , connecteds directly with “economical process”, where the production is slowly and collateral to the technologies or technics innovations, urban structure else stable rural exodus fewer vivid or intensive and transformations of qualities orders, Now, the underdevelopeds Countries , the process is directly connected to “demographic boom” on the contrary economical expansion or development; Urban Structure weak, “demographic increase”, spatial organizaton and industrialists techniques concomitants. profund rural exodus and transformations of quantities orders. PREAMBULO: ‘A populagao ativa de um pais ¢ 0 con- junto de peccoas que exercem regularmente uma atividade econémica, normalmente remu- nerada, enquanto que a populagdo inativa & formada pelos velhos, invalidos © mulheres que desempenham apenas fungées caseiras A porcentagem de populagao ativa varia ‘em fung&o do nivel de desenvolvimento, ¢, em particular, da proporeéo de adultos de cada pals. (Os paises desenvolvidos apresentam porcen- tagens de populagéo ativa ouperiorce bo doo paises pré-industriais, onde 0 encargo ‘econémico dos que trabalham é maior. ATIVIDADES SETOR Chama-se setor primério 0 conjunto de atividades econémicas ligadas diretamente & terra. O setor secundério € constituido pelas atividades industriais e o comércio e os diferen- tes servigos formam o setor terciario, Assim € possivel distinguir 3 tipos de paises quanto a estrutura setorial da populagao ativa’ Paises pré-industriais apresentam mais da metade da populagao ativa no setor prima rio; muito pouco no secundério; e, em geral, menos de 25% no tercirio. Uma alta porcenta- gem no comércio e servicos é anormal e deve indicar hipertrofia e parasitismo ( desenvolvi- mento excessivo e beneficio obtido a custa do esforgo de outrem - subemprego ). Paises em fase de industrializagao tem, em geral, uma dis- tribuigéio mais ou menos equilibrada entre os trés setores, mas apresenta 0 secundario em ex- Pansao. Ao mesmo tempo, a porcentagem de opulagao ativa, no campo, tende a diminuirra- pidamente pelo advento da mecanizagao. Es- to na fase de construir uma economia de pro- dugo de massa. Paises plenamente industria- lizados possuem a maior parte da populagao ativa no setor terciario; mais de 1/3 no secundario; e pequena porcentagem nas atividades primarias. Correspondem as socie- dades de produgao e de consumo de massa POPULAGAO RURAL E URBANA. Pode-ce chamar de populagdo urbana 0 conjunto de pessoas que residem e traba- Revista Tecnologia/Fortaleza/N 18/P. 66-77/Dez.1997 Iham nas cidades, am razie da que apresen- tam um estilo de vida caracteristico, receptivo de inovagées e marcado por intensas relagdes cociaie. ‘Ao contrario, a populago rural é mais conservadora, ndo raro, avesso as inovagées. Em maior ou menor escala, é tendéncia mundi alo aumento da populagdo urbana. A porcenta- gem da populagao urbana pode servir como in- dicador do grau de desenvolvitnenty de un pais, No caso brasileiro, é considerada urbana a po- pulagéo que reside nas cidades, na periferia ur- bana e nas sedes de disirltos Gonisideradas vie as. A pattir de 1950, acelerou-se o ritmo de cres- cimento da populagao urbana brasileira, devido (grande atiuxo de populagoes rurais atrataas, em especial, por algumas poucas e grandes cida- des; ja no final da década de 1960, a porcenta- gem populagao urbana superou a rural. Esta rapida e descontrolada urbanizacao tem trazido uma série de problemas urbanos, entre os quais, a formacao nos bairros periféricos de favelas. Na medida em que o atual crescimento industri- al do pais se voltar para o campo, a tendéncia sera a redugao do ritmo de expansao da popu- ago urbana, © nomadismo consiste numa forma primitiva de adaptagao ao meio e se caracteriza pelo deslocamento constante ou periddico de toda populagao, normalmente dedicada ao pastoreio. A transumancia se diferencia do nomadisme , principalmente perque nela 0 ro- banho é acompanhado apenas pelos “pastores’. AS MIGRAGOES. Migragées sao todos os deslocamen- tos de populagdes de um lugar para outro, devi- do a fatores de expulsao e fatores de atracdo. ‘As migragoes podem ser periddicas ou definiti- vas, internas ou externas e comportam a emi- gracao (saida) e a imigragao (entrada) As migracées externas se fazem de um pais para outro, como ocorreu com a maioria das nagdes européias que tém suas origens nas grandes miaragées barbaras iniciadas no sé- culo V. Nas migragdes internas, podem ser inter-regionais ou intra-regionais: campo - campo, campo - cidade cida- de - cidade. 67 Denominam-se migracies pendulares aquelas que se realizam diariamente entre a periferia e 0 nlicleo urbano das grandes cida- des. Sao principalmente migragdes de trabalho ‘As migragdes campo - cidade ocorrem no mun- do inteiro. Nos paises industrializados elas so lentas e provocadas pela mecanizagdo rural. JA nos paises pré-industriais, tomam a forma de éxodo rural, devido a pressdo demogréfica no campo e ao fascinio exercicin palas cidade A mobilidade da populagao brasileira tem aumentado nas tiltimas décadas, principal- mente devide a0 gurgimento de atrativos em varias areas combinados com a estagnagao de outras. MG - ES, CE -RN- PB-PE-ALe SE- BA, 80 dreae de maior volume @ porcentagem de populagao que emigra, e cujos déficit migra- t6rios aumentaram inclusive na titima década ‘Quanto aoe Estados Nordestinoe, 0 fato no traz surpresa e é atribuido & falta de maiores oportu- nidades na regio. Ja a grande saida de MG- ES, deve-se em boa parte a decadéncia da la- voura de café naquela area, dirigindo-se a mai- oria da populacao migrante para SP e RJ ‘A populagéo que emigra de SP, princi- palmente para o CENTRO-OESTE, néo o faz or causa de maiores dificuldades no Estado de origem, mas antes pela expectativa de me- thores oportunidades nas novas areas. Merece ser registrado, também, o aumento do ritmo ‘emigratério de gatichos e catarinenses, princi- palmente para o Parana. Por outro lado, SP, PR, RJ e 0 Centro- ‘Oeste constituem as reas de maior atragao, acolhendo em conjunto 87% dos migrantes do pais. RJ, no entanto, tem diminuido sua impor- Tancia nos uitimos tempos em peneficio de um crescimento de SP, PR e particularmente do CENTRO-OESTE como areas de imigragdo. INDUSTRIALIZAGAO E URBANIZAGAO. A combinagao dos diferentes fatores no decorrer da Histéria vai explicar a desigual re- particdo do fato industrial sobre a superficie da terra. Dessa maneira, a América do Norte ea Europa (incluindo a parte da extinta Unido Sovi- ética ) representam cerca de trés quartos da produgo industrial para menos de 25% da po- pulacdo mundial. Mas, mesmo nesses continen- tes industrializading, a cancantrag&n varia muita no espago, ao sabor de fatores regionais. 68 Ora, an falarmas da indiiistrias, pergun- taremos “o que é industria 2”; 6 um conjun- to de atividades que, aplicadas a produco da riqueza, transformam a matéria-prima ofe- recida ao homem pela natureza. A Industria Doméstica ou Manual produz bens de uso elementar para pequeno grupo. A Industria moderna surge a partir da Revolugao Industrial e se apdia na divisdo do raballig tery er vista produzir em larga esca~ la Em sentido restrito, quando se fala em Industria, a reterencia é feita a industria fabri! ou de transformagao, que pode ser classificada em leve ou pesada, conforme utilize, pequenas ou grandes quantidades de matérias-primas e de fontes de energi Base ou derivados. seaundo produza bens que servirao de matérias-primas para ou- tras industrias ou bens finais, isto é, prontos para © uso ou para o consumo. Para se entender melhor a classificacao mais importante das in- distrias seria dividitmos em Industrias de bens néo-duréveis ou de consumo tais como alimen- tos, cigarros, roupas, etc.; Industrias de bens duréveis ou de uso que produzem bens duré- veis: mobildrios, eletrodomésticos, veiculos etc. e industrias de bens de capital ou bens de pro- dug que fabricam bens necessarios & produ- 80 de outros bens, por isso chamadas de in- distrias de maquinas-ferramentas. Revelam 0 estagio mais avangado da evolugao industrial e so préprias de naises desenvolvidas que pro- duzem seus proprios equipamentos industriais. FATORES UA LOGALIZAGAU INDUSIRIAL. A localizago das industrias no plano ‘mundial deve ser explicada por tatores histon- cos, No ambito regional, a localizagao das in- distrias depende de fatores geograficos, princi- palmente das tontes de energia e de matérias- primas; dos sistemas de transportes; das dis- ponibilidades de mo-de-obra e de capital; eda existéncia de mercados consumidores. As in- distrias pesadas tém uma grande dependén- cia das fontes de energia e de matérias-primas, Dal se localizarem em suas proximidades, Os sistemas de transportes se consti- tuiem num fator de grande releva na lacalizacao das indistrias, Pela sua natureza, as induistrias Revista Tecnologia/Fortaleza!N® 18/P. 66-77/Dez.1997 pooadas buscam a proximidade Wu Wanspurte hidroviario ou ferroviario, enquanto as industrias leves podem mais facilmente recorrer ao trans- porte rodovidrio. As disponibilidades de mao-de- obra so avaliadas tanto em termos de custo como de qualificagao: as industrias tradicionais dependem mais do primciro aspecto, enquanto as indistrias modernas valorizam 0 segundo aspecto. Um outro fator as disponibilidades de capital o ac facilidadeo de venda dos seus pro dutos so outros fatores de suma importancia na localizagao das indistrias. A comibiniayay de diferentes fatores 20 longo da Historia serve para explicar a desigual repartigao das industrias no mundo. E assim que 34 da produgav industiial compete a America do Norte, Europa e da extinta URSS, de outra par- te, no mundo pré-industrial a industria é inexpressiva ou quase itiexistente, No Brasil, a atual fase de crescimento industrial se apoia na prioridade para as indiistrias pesadas e de base, indutoras de novas atividades. Com isso, @ participagdo da industria na renda nacional do Brasil vem aumentando. PROCESSO DE URBANIZACAO E SUAS INTERLIGAGGES COM A INDUSTRIA. A URBANIZACAO consiste num pro- cesso através do qual se verifica 0 crescimento das populagées urbanas. Isso coincide com a passagem de atividades primarias para atividades ecanAmicas secundarias @ tercidriac. De uma forma ou de outra, a urbanizagao se vincula a industrializacao. Mas é preciso distin- Quir as interligagaes Nas paleoe industriaie, a urbanizagao € decorrente da industrializagao (Revolugao Industrial), enquanto nos paises pré- industriais a industrializacn 4 uma necescida de da urbanizagéo andmala a) Nos paises industriais: Nestes, a in- dustrializagéo, de um lado, libera mao de-obra tural pela mecanizagao e, de outro, oferece con- digées de empregos urbanos. Isso provoca a migragéo campo-cidade, com © coneeqdente aumento da populagao urbana, o que, por sua vez, vem gerar novas industrias de consumo, comércin @ servicos diversos. Isso conduz a uma urbanizagao integrada, como se vé pelo qua- dro esquematico a seguir: Moo paioco pré-industriais, a piessau demografica rural e 0 fascinio exercido pelas Revista Tecnologia/Fortaleza/N® 18/P, 66-77/Dez.1997 MIGRAGAO CAMPO - CIDADE INDUSTRIALIZAGRO cidades provocam 0 éxodo rural. Esse aumen- to aceleraao da populacao urbana vem, em boa parte, "engrossar’o setor do subemprego. Sur- ge, entdo, a necessidade de oferta de empre- gos urbanos e de criagao de indiistrias de con- sumo. Para atender a oferta de empregos de- vem surgir indistrias que absorvam grandes efetivos humanos; e das indistrias de consu- mo decorre a necessidade de industrias de equi: pamentos. Essas, em conjunto, iréo provocar no- vas industrias e 0 desenvolvimento das atividades comerciais e de servicos. Verifica-se, assim, a integragao do processo de urbaniza- 40, que pode ser representado pelo esquema Presto Doogie sce Uno ‘esanan a Ponaaio Ure urge Freese Domes es de Com A evolugao do Brasil se enquadraria no segundo caso. Mas, a arrancada industrial dos tutmos tempos preterindo as industrias de infra- estrutura e de base, geradoras de miltiplas ou- 69 ras atividades, deu inicio av provessy de coreco das distorgées. Dai atendénciaa uma integrago urbano-industrial De uma forma ou de outra a urbaniza- 40 se vinoula a industrializagao e que 0 pro- cesso normal é 0 que se verificou em paises Industrializados, onde a industrializagao € aves ponsdvel pelo crescimento das cidades, face & liberagao de mao-de-obra rural pela meca- nizagao do campo. Nos Palses Pié-Indusitiais, 1a pressio demogréfica de um lado e o fascinio urbano de outro provocam um acelerado éxodo {ural, com 0 conseyuerte Uescinrente anormal das cidades. Faz-se necessario, ento, promo- ver a industrializagao, a fim de gerar empregos para absorver a crescente populagse urbana, como 0 que sera possivel integrar o binémio CAMPO.-CIDADE. Nessa situagao se enquadra © case brasileiro, ESPAGO URBANO -O SITIOEA ‘SITUAGAO DAS CIDADES - Fungées Urbanas. As cidades representam a mais evolui- da forma de ocupacao do espaco pelo homem Com efeito, de um lado, elas influem decisiva- mente na sua configuragao enquanto coman- dam 0 estabelecimento de uma rede de trans- porte e de inumeras outras atividades. Do outro lado, as cidades funcionam como ponto de con- vergéncia e de origem das modificagées no es ago porque, além de se constituirem nos pri cipais mercados de consumo, sao tambem 0 Teduto das inovagbes e conquistas técnicas ex- portadas para as zonas rurais. Por isso, costu- ma-se dizer que 0 estudo das ciaades permite conhecer 0 nivel de desenvolvimento de um Pais, considerando-se dois aspectos 0 sitio e a situagao. * SITIO pode ser definido como 0 marco to- pografico em que se assenta a cidade. Isso vai definire influir, portanto, na forma e no tragado - plano - do centro urbano. Assim as condigées topograficas favorecem diferentes formas de ci- dades: Alongadas, semicirculares, como Viena e Colénia; em anfiteatro como Barcelona; tentaculares como o Rio de Janeiro etc. etc.. Da mesma maneira, 0 tragado da cidade, isto 6, o plano, também pode ser condicionado pela topografia local, se bem que nesse aspecto as- suma importancia ao momento historicu que marcou sua construgdo. Hé cidades de plano 70 Uesurdenauy vu ainurfe, que remotam & Epo- ca Medieval, como acontece em algumas cida- des européias; de plano radioconcéntrico, como Moscou & de plano ortogonal ou tabu- leiro de xadrez, que € 0 caso das cidades mo- demas, hoje quase como regra geral. Washing- ton, por exemplo, possui um plan em quadi- cula, mas cortado por grandes artérias diagonais. Logo a morfologia de uma cidade de- pende do momento nistonico Ge sua construgao. Na fisionomia geral, as cidades dependem fun- damentalmente da época historica da sua cons- trugdo, de tal modo que, enquanto as ciaages européias alongam-se mais no sentido horizon- tal, as construgdes urbanas do novo mundo sao mais verticalizadas. * SITUAGAO 6 entendida como relacionada a arandes fatos, como caminhos naturais, contato de regides distintas, jazidas minerais etc., e que pode definir a sua origem, e certa- mente, vai condicionar 0 seu desenvolvimento. Uma cidade pode surgir, por exemplo, num ponto de encruzilhada de caminhos fluviais, como Paris, que esta situada numa posigao de confluéncia de varios rios; numa zona de contato de dominios naturais dis- tintos, como Viena, entre a montanha e a plani- cie e Campina Grande, entre o litoral e sertéo nordestino - cidade de boca do sertéo. Pode surgir de uma posicio defensiva estratégica, como 0 Rio de Janeiro, onde a Esplanada do Castelo, marco original da cida- da, hoje ja arrasado, oferecia boas condicSes para guardar a entrada da antiga Baia da Guanabara. Um ponto de interrupgao de uma rata” pade também originar uma cidade, como nao deixou de ser 0 caso de Por- to Alegre, onde as populagdes que se dirigiam a viaméo tinham de substituir 0 cami- nho /agunar pela via terrestre, se bem que, também, favorecia pela confiuéncia dos rios que desaguam no Gualba. (Definigées extraidas Do livro “Curso de Planejamento Municipal Integra- do-Urbanismo” Celson Ferrari - para conhecimento complementar & mais profundo —adquira. e vide livro citado as anotagdes aqui encontradas s80 exclusivamente de cunho meramente educacional e didatico, um guia orientador para estudiosos da area). A grande importéncia das cidadec do corre das fungées, isto é, das atividades Revista Tecnologia/Fortaleza/N? 18/P. 66-77/Der.1997 coonémicas que desenvolvem ¢ irradiam para outras areas. Ha cidades que se especializam em certas fungdes, pelas quais passam a ser conhecidas, como por exemplo: CIDADES COMERCIAIS - como Cam- pina Grande, onde o desenvolvimento do comér- Clo criou condigoes para a atual fase de indus- trializagao, CIDADES INDUSTRIAIS - como é 0 caso de Pittsburg e Detroit, nos Estados Uni- dos e de Volta Redonda, no Brasil CIDADES ADMINISTRATIVAS - quiefo- ram construidas especialmente para serem ca- pitais, como Washington, Otawa, Camberra, Nova Delhi e Brasilia CIDADES UNIVERSITARIAS - cujas principais atividades giram em tomo de uma Universidade, como Oxford © Cambridge, na In= glaterra; Heidelberg na Alemanha; Coimbra em Portugal; e mesmo Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Nesta titima, as fungdes comerciais, fer rovidrias e militares foram quase superadas pelo desenvolvimento do ensino superior. CIDADES RELIGIOSAS - em que se enquadram Jerusalém, Nazareth, Meca e Aparecida CIDADES PORTUARIAS - como San- tos e Rio Grande, esta ultima, no Rio Grande do Sul CIDADES MILITARES - como Gibraltar, 0 SUL da Espanha CIDADES TURIBTICAS - cujos motives de atragdo podem ser por suas praias, como Ménaco, Nice e Guaruja; fontes de agua mine- ral, como Aroxé ¢ Pogos de Caldas; grande significado histérico, como Atenas e Ouro Pre- to; ou climas saudaveis, como Campos do Jordav © Petropolis Mas em geral, as cidades tendem a uma diversificagdo das suas fungdes, de_ modo que hem sempre se pode indicar a mais importante. REDE URRANA E HIERARQUIA URBANA. As cidades nao podem viver isoladamen- te, pois dependem de zonas rurais e uma das outras, em termos de intercdmbio de produtos € servigos. Assim, a REDE URBANA de uma rogido ou pai ndo é 08 a distribuigéo espacial das cidades, mas também as relagdes entre Revista Tecnologia/Fortaleza/N” 18/P, 66-77/Dez.1997 si, o que curWue & nuyau Ue HIERARQUIA UR- BANA - A REDE. Aidéia de hierarquia esta associada influencia ou dependéncia dos centros urbanos uns em relago a outros. Com efeito, as cida- des pequenas dependem de muitos produtos e servigos de cidades maiores as quais exercem, Portanto, influéncia sobre aquelas. Da mesma forma, estas dependem de outras maiores e assim sucessivamente, como se pode ver pelo esquema apresentado: HIERARQUIA URBANA Observa-se aue as cidades de nivel C possuem cada qual sua area de influéncia, mas todas independente de um centro maior, enquan- to.as cidades de nivel B atuiam sahra Aaa mai. ore ade nivel A domina todo 0 conjunto. Nesse caso, ou seja, quando uma cidade possui uma Area de infludneia muito grande, pode eer do signada pelo termo de metrépole, o que signi: fica que desenvolve multiplas e variadas fun- ges @ atua, por conseguinte, eobre muitas ci- dades, ocupando o pice da hierarquia urbana em uma vasta area. No Brasil, SP @ RJ funcionam como metré- poles nacionais, visto que tm influéncia sobre todo territério brasileiro, abaixo delas, outras cidades com caracteristicas metropoli- tanas tém influéncia sobre espagos me- nores, em geral maiores do que o Estado em que se luvalicain. Nesle caso, sao ae- signadas como metrépoles regionais. Desse Th modo, existem 00 metrépoles no Brasil; Em nivel nacional : SP (37) e RJ (14); Em nivel regional : (Oeste de Sudeste e Centro-Oeste)- Belo Horizonte (14M), Porto Alegre (37 ); (Nor- deste Meridional)-Salvador (08); (Nordeste Se- tentrional *1975) - Fortaleza (05), Curitiba (14); (Amazonia) - Belém (02). CRESCIMENTO URBANO - Populacdo da Cidade e Populagao da Area Metropolitana Uma cidade beneficiada por uma situa ‘¢40 favordvel , que hoje em dia se prende muito mais a fatos de ordem econémica, como uma ‘oranda radavia, im paetn.uim asnaga agraria de alta rentabilidade, etc., ao se desenvolver, tende ‘a se expandir fisicamente também, vindo a for- mar aque se chama da CONIIRRAGAFS, quan. do em torno de uma cidade principal se desen- volver cidades satélites que mantém no con- junto uma intagraco funcional com a cidade principal, considerada entéo sua metrépole, mas da qual se separam por espacos verdes. A re- ferida integrag&o 6 caracterizada por intensos fluxos didrios. Dizemos, entéo, que ha uma CONURBAGAO um somatério de metropole e cidades satélites. Quando 0 crescimento se da partir da metrépole, do nticleo, parte central, para periferia urbana, num processo que leva a ampliag&o continua do cinturfio suburbano sur- gem o que se denomina de AGLOMERAGOES, um somatério de metrépole e areas suburba- nas. Cam estes fandmenos, na procasen de de senvolvimento das grandes cidades, cada vez se toma mais dificil distinguir uma da outra, vis- te que normalmente elas se canjuugam, forman. do grandes espacos com caracteristicas urba- nas, chamados ento de dreas metropolitanas. AREAS METROPOLITANAS e40, pai, grandes espacos urbanizados, integrados fisica e funci- ‘onalmente numa metrépole e onde a adminis- tragdo eo planejamento exigem uma acao con- junta, em termos, por exemplo, de abastecimen- to, circulago, educago, localizagao industrial, ete. Assim quando se fala na Grande Rio, na Grande So Paulo, na Grande Porto Alegre, esta se falando ou referindo-se as respectivas areas metropolitanas. grande crescimento das cidades, es- pecialmente das metrépoles, tem provocado Uma série de problemas a2 populagéce citadi nas, assim Fortaleza, com agravantes na ra- 72 240 dirota da rapidez © anomalia do proceseo, como acontece em geral nos paises pré-indus- triais, comega pelos problemas de habitacéo, visto que, na medida em que aumentam as mi- grades campo-cidade, elevam-se os pregos dos iméveis de moradia, proporcionando, nao raro, a to nociva especulagéio imobiliéria. Di ante disso, as populagdes tém que residir cada ‘vez mais longe do centro da cidade, quando nao do local de trabslho. 1a30 acarreta uma intensi- dade crescente das migracées didrias e oria, por conseguinte, o problema de transportes. Dai 2 importancia dos sistemas de vias expressas das metropoles para as suas respectivas areas periféricas. Ao mesmo tempo, o niimero cres- Gente de veivulus aulumulures tere a wunges~ tionar a circulagao urbana, particularmente do niicleo de cidades construidas em épocas an- terlores av advento du aulumiovel, ¢ tiuilas ve~ zes em sitios desfavoraveis. A exemplo de ruas ‘secundarias onde hoje terlamos a circulagao de 110 maximo dois veiculos por lote habitavel pas- samos a ter, com esta mesma circulagdo, 0 fluxo de um numero maior que 30 veiculos por lote habltével, quando neste se constroem ha- bitagdes multifamiliares, ressalta-se que estamos exemplificando em um tinico lote de uma rua secundaria com dimenses inaltera- veis para uma anterior habitacao unifamiliar. Esse fato impde a necessidade de judiciosos planos e vultuosas construgdes viarias, como tuneis, vias elevadas etc. Da mesma maneira, © setor de abastecimento deve merecer aten- a0 cada vez maiores, principaimente com re- lado a produtos pereciveis. Dai, ser prioritaria, ‘no Brasil, por exemplo, a construgao de cen- trais de abastecimento nas areas metropoita- nas. Mas, talvez mais grave seja o problema da poluigéio ambiental, em especial das aguas do ar, provocada principalmente pelas indis- trias que buscam a proximidade dos grandes centros e das edificagées que estao desfavorecidas pela rede de saneamento urba- no. Diante disso, urge que se discipline, através do planejamento urbano, localizagao industrial, bem como se fiscalize a emissao de substanci- as poluentes. Dentre muitos outros, nao se podem omi- tir 0s problemas sécio-culturais da vida urbana medema, cujo ritmo inteneo tonde a alterar va- lores até entdo consagrados, como nas relacdes Revista Tecnologia/Fortaleza/N° 18/P. 66-77/Dez.1997 familiares, nas relagées de vizinhanga, na edu- cago, na religiéo, na seguranga urbana etc. Apesar de todos esses problemas, o homem no tem sabido enfrenta-los e, como os criou, tera que conseguir supera-los na proporgao do seu instrumental tecnolégico © PLANEJAMENTO INTEGRADO - Definigées Basicas. Conceito de Planejamento : Em um sen- tido amplo, planejamento, € um método de apli- ‘cago continuo e permanente, destinado a re- solver, racionaimente, os problemas que afetam uma sociedade situada em determinado espa- 0, em determinada época, através de uma pre- viséo ordenada capaz de antecipar suas ulteri- ores conseqiéncias, Para resolvé-los. 1 =Conhecer 0s dados do problema atra- ves de pesquisa 2- Compreendé-los através de analise 3 - Sintese. (E um meio para se atingir um fim) Ex.: Um foguete no espaco esta livre, ‘mas mesmo assim sua rota pode ser corrigida na tetra mesmo que dela se desvie. Assim 0 planejamento uma vez implantado nao ter- a nunca, O Planejamento corrige mudan- gas ulleragdes de ordem quaiitativa e quantita- tiva que ocorrem nos padroes culturais de uma sociedade. Nas ciéncias exatas as solugbes sd nicas, nas socials as variavels sao granaes e nem sempre identificéveis. Uma solugao se diz racional quando: Exequivel- tem condigées de ser implan- tada ( econémica e tecnicamente), isto é, se en- tre seus estagios inicial e final existir uma ‘seqiéncia ininterrupta de estagios intermediari- ‘08, de maneira que a passagem de um estagio para outro nao exija recursos econémicos e tecnolégicos inexistente no caso em tela Antigos Planos Diretores Municipais, (essencialmente fisico-territoriais) nao cont nham soluges exequiveis, sendo mero exerci- cios de organizaco espacial Adequada a seu préprio fim - tem condi- ges de cumprira funcdo para que € destinada ‘Ao se tragar uma via expressa, onde se protende que of veiculoe decenvelvam altac Velocidades, no entanto, de 100 em 100 metros Revista Tocnologia/Fortaleza/N 18/P. 66-77/Dez. 1997 projetam-ee acoeees latoraic a ola. Concluimoe que de modo algum, a via permitira um elevado nivel de servigo e sua solugao nao é adequada a 60u fim. Nao @ solugao adequada a seu pré prio fim executar-se um parque para recreacao contemplativa perto de uma via movimentada e ruidosa: Eficaz - permite aumentar os bons re- sultados e minimizar os custos (minimizar os Custos socials dos empreenaimentos para uma realidade em constante muta¢ao). Nao se trata de otimizar solugbes para um periodo relativamente curto como ocorre numa obra de engenharia (one-shot), no planejamento os crtérios de otimizacao tm um carater social e mudam com o tempo em fun- ‘G40 das mudangas sociais e da interferéncia dos proprios planos. Uma solucao “A" mais eficaz do que “B"; ou seja para os mesmos custos os beneficios sao maiores para “A do que para "B” Coerente - quando nao colide com nenhum dos ‘outros objetivos do plano ou dos planos dos es- cal6es superiores e nao destréi a unidade do plano. tornando-o ilégico. No projeto de uma ci- dade de desenvolvimento segundo uma trama linear, a presenca de anel ou anéis de contorno, @ uma incoeréncia (no Desenho Urbano) Po- liticamente Aceitavel - atende a justos anseios do povo. Prevé determinando a ordem futura das coisas ( ruas, pragas, in asetc. ) EPILUGO Cada coisa deve cumprir sua funcéo contorme o lugar que ocupa dentro do sistema Qual seria a idéia de prazo onde preten- de-se antecipar 0 futuro ? Variam de 15 a 20 anos ? Seria 0 prazo dentro do qual todo equi- pamento de servico publico ja esta amortizado? Acima de 20 anos dificilmente faz-se uma pre- viso com probabilidade de éxito. Deciséo no planejamento, diretrizes etc. podem ter as seguintes caracteristicas: Agregada, quando se pode decompor em outras decisdes simples ou agregadas de or- ‘dem inferior, construindo um viaduto, decdobran do-se construindo fundagées, estrutura, aterrar ‘as cabeceiras de viaduto, compactar aterros, pavimontage ote. Simplee, quando néo é ous. cetivel de se desdobrar em outras. Usar uma 73 via do 8 faixac carrogaveie om vez de 2. (carrogaveis - apropriadas ao trafego) Diretrizes : Objetivo - significa padrao de sucesso de um sistema; Propésito ou finalide- de, resultado funcional desse sistema, Na cons- trugdo de uma ponte, 0 objetivo é construi-lana mais favordvel posi¢ao do rio, ao menor custo, maximo beneficio, com toda seguranga, conforto e beleza, enquanto seu propésito ou finalidade € peimiiti a Wavessia do tio, simplesmente, Veja que o planejamento integrado visa resolver os problemas de uma sociedade (SER) localizaca em aeterminada area ou espago (FORMA) numa determinada época (TEMPO). SER e FORMA se transformam continuamente No IEMPU e nao observam entre si um sincronismo rigido. Logo 0 SER se transforma ‘mais rapidamente que a forma. O género de vida das populacoes urbanas muda mals depressa que as estruturas urbanas. A motorizagao da populagdo Urbana no foi acompanhada, de um modo geral, de uma correspondente ampliaga0 organizagdo do sistema vidrio, originando-se desse assincronismo sérios problemas urba- nos, Esse assincronismo gera problemas psiquicos e sociais. Os congestionamentos de transito constantes geram neuroses. O cresci- mento demografico gera a falta de habitagao e ‘oaparecimento de favelas. Dal, surge a neces- sidade do planejamento fisico terntorial, orde- nagao dos espagos em que o homem exerce ‘suas atividades visando atenuar as distorcoes entre SER e a FORMA. Torna-se igualmente necessario um planejamento Econémico. O que devera realizar um planejamento? Corrigir os desequilibrios entre oferta e procura ( educacao, transportes e energia) ¢ de desenvolvimento reaional. Em nivel local a cidade, lugar econémico privilegiado, como um verdadeiro agente econémico, com seu patriménio, suas funcdes € finalidades econémicas, poder de decisao e uma légica prépria de aco. E um mercado de bens, de servicos ou de produtos, que interage com outros agentes econémicos. Logo, um planejamento fisico-territorial, econémicos social(is) devem-se constituir em planos justa- postos e entrelagados, carter pluriprofissional dos grupos de trabalho. O planejamentonao pode eer da competéncia de um técnice $4, ou de varios técnicos da mesma categoria profissio- 74 nal. No setor fisico torritorial: 0 arquiteta, ange. nheiros civil, agrénomo, geégrato, hidrologo etc. No setor social: 0 socidlogo, assistente social, ‘educador, sanitarista ete. No setar ecanmica economista, estatisticos etc. GLOSSARIO. Sitio Urbano - € omarco topografico em que a cidade esta assentada e influ! prncipal- mente na sua morfologia (forma e tragado). Situagao Urbana - é a posicao da cida- de em relagéo a grandes fatos, 0 que influi na sua origem e no seu desenvolvimento. Funcées Urbanas - sao atividades econémicas desenvolvidas pelas cidades e ir- radiadas para outras areas. Reda Lirhana -4 a distribiiicAin espacial eas relagdes entre as cidades, o que conduz a uma hierarquia urbana. Hiorarquia Urbana - eGo a¢ relages de influéncia e de dependéncia entre as cida- des de uma determinada area Metropole - a cidade devera possuir uma area de influéncia muito grande. Conurbacées - estimulada por uma si- tuagao favoravel, uma cidade pode rescer fun- cional e fisicamente e desenvolver cidades sa- téltes em toro desta, mantendo uma integracao funcional ‘Aglomeracées - quando 0 crescimento se faz do nucleo para periferia, numa amplia- 0 da zona urbana, Urbano e Rural - é urbanoo glomerado humano cuio numero de componentes iquale ou exceda determinado numero. A ONU considera urbano 0 agrupamento humano de populagao igual ou superior a 2000 habitantes. No Brasil considera-se urbano a populagao recenseada nas cidades e vilas. S40 consideradas cidades as sedes municipais e vilas as sedes dos dis- tritos. Cidade - é 0 espago continuo ocupado por um agiamerado humano considerado den- 80 € permanente, cuja evolugao e estrutura fisi- a, social e econémica sao determinadas pelo meio fisico, pelo desenvolvimento tecnolégico pelo modo de produgo do periodo historico con- siderado e cujos habitantes tém “status” urba~ ne. A definig’o dada leva am canta eritérins g@- ograficos, demogréficos, de densidade e de per- Revista Tecnologia/Fortaleza!N° 18/P. 66-77/Dez. 1997 manéneia, vinculade a ectrutura urbana (olemen tos formais) e sua evolugdo ao meio fisico, ao desenvolvimento da técnica e ao modo de pro- dugao (sistema econémico). A cidade, como centro de produc&o e de decisdo, é, ao mesmo tempo, palco e agente da produgao. Nesse sen- tido cla atrai para si as atividades industriais: a industrializagao € dependente da urbanizacdo. ‘A urbanizagao passa a ser feita em fungao da industrializagae, sendo cla dependent. Zona Urbana - é a area considerada ur- bana por lei, delimitada administrativamente. O espago municipal divide-se, legalinente em ur- ano e rural. Zona Urbanizada - é toda area caracte- nzada por uma ocupagao urbana, formando ou no um continnum com a zona urbana anterior- ‘mente definida. Pode ser maior, igual ou menor que a zona urbana Aglomerado Urbano - 6 0 nome que se da também a zona urbanizada de um aqlo- ‘merado humano. Alguns autores definem o aglo- merado urbano como sendo um conjunto de reas urbanizadas polarizadas por uma metré- pole. Confundir-se-ia com a definigo de area metropolitana, Urbanizagao - a) Concentragao de po- ulagéo em cidades e a consequente mudanca s6cio-cultural dessas populagées, ou ainda, aumento da populacdo urbana em detrimento da rural. E nesse sentido que se diz Sao Paulo esté se urbanizando em ritmo acelerado. A urbenizagao assim conceituada pode ser quantificada segundo uma taxa de urbani- ago anual ou taxa de crescimento urbano anu- at b) Aplicagao dos conhecimentos e téc- nicas de planejamento urbano a uma determi- nada area. Por exemplo, as margens do RIO Cearé vao ser urbanizadas C) Migrago de idéias e géneros de vida da cidade - status urbano - para 0 campo. Através dos meios de comunicagao de massa, radio e televisdo, os campos vo se urbanizando, isto é, vao adauirindo modo de vida urbana. E 0 modo de vida da cidade, chamado urbanismo pelos americanos, se transferindo para o campo. Conurbagao - é a fusdo de duas ou mais Areas tirhanizadas ant aglameradas urba- nos. Revista Tecnologia/Fortaleza/N® 18/P. 66-77/Dez.1997 Exemploc: S. Paulo 0 a dreac urbanizadas do ABC; Santos e Sao Vicente; Na costa Leste dos Estados Unidos hé a maior conurba¢ao mundial : a de Nova York. Pode-se defini-la também como sendo uma area urbanizada que contenha duas ou mais areas, urbana. Unidades Urbanas - Sao partes da ci- dade, definidas e delimitadas segundo critérios Ue humuyeneidade. Cada unidade urbana tem um atributo uniforme. Exemplo: uma mesma densidade Poputacional, uma igual renaa per capita, igual densidade demografica, idéntico nivel de vida, 0 mesmo numero de veiculos por habitante e as- sim por diante. A cidade seria um somatonio de unidades urbanas, claramente delimitadas. No planejamento Urbano, o grupo de planejamento deve trabainar de uma torma integrada, para que se tenha da realidade, uma nogao de conjunto, a mais precisa possivel. A necessidade de se estudar 0s dados de forma integrada € bem ilus~ trada pela lenda oriental dos cegos e do elefan- te “Um grupo de cegos pediu ao dono de um elefante que os deixasse tocar 0 animal, a fim de formar uma idéia de como era ele. O primeiro tocou-lhe a cauda e afirmou que o ele- fante era semelhante a uma corda, O que apal- ou a tromba defendia a idéia de que era um tubo flexivel. Aquele que apalpou as orelhas fa- lava que 0 animal se assemethava a uma ventaralela, O ultimo deles apalpou os lados e dizia que o elefante era como uma parede rugo- sa’, llustra_a lenda as distorgdes a que pode chegar cada técnico, se analisar o problema iso- ladamente. Na andlise da questo, é mister que a equipe toda passe a estudar as dividas ja le- vantadas, integralmente, Sé assim, evitam-se distorgées da realidade Quando cada tipo de profissional preten- de, sozinho, achar a solucao de um problema de planejamento, esta agindo como os cegos da lenda, confundindo sua parcial verdade com toda verdade. ( De Célson Ferrari "Curso de Planejamento Municipal integrado"- Livraria P- oneira Editora ) Assim, 0 planejamento urbano tem por objetivo facilitar as condigdes de existéncia, re- alizar a satide moral e fisica dos habitantes, fa- vorecer a porpotuagse da ecpécio oforecondo 0s equipamentos necessarios a uma perfeita 75 ‘educagéo, proporcionar a alegria de viver © fa zer aparecerem e se desenvolverem ser tos sociais capazes de levar ao civismo. ASPECTOS. Sofrem a ameaga de estiolamento : sol, espago, vegetagdo etc. ; © Urbanismo é *pro- longamento da morada” faz parte de sua vida cotidiana estando ao seu alcance. Quando ele se torna desmedido, desgastado ou inoperante, no mais realiza seu trabalho, é boa para ser posta de lado. Cidade e Campo (centros rurais), Unidades de lazer, Unidades de circulacdo, Uni- dades de paisaaem. O planejamento Urbano mal orientado traz consequiéncias de mas condices presentes na vida industrial: Tumulto e desor- dem: Falta completa de condicées de natureza Afastamento desencorajador das zonas de ha- bitagdo; Mercado abundante de mao-de-obra e sua conseqiiéncia - instabilidade e nomadismo das populagdes operarias; Desergdo dos cam- pos. Boas condigées que devem orientar a vida industrial: Ordem e limpeza: Restauragao das condicdes da natureza; Proximidade dos locais de habitagao e supressaio dos longos transportes diarios de pessoas; Supresséo do nomadismo pela instalago dos dispositivos pontuaie do centro industrial linear, Tomada de contato real e harmonioso com a vida campesina, Cunuiyoes naturais encuntradas. A gran de reserva de terras; O centro linear industrial; centro radioconcéntrico de trocas. ‘Urganizacao Urbana: AS vias de passa- gem das mercadorias; Os estabelecimentos industriais; Auto-Estradas; O alojamento e seus prolongamentos; A zona Verde; U setor de ser- vigos comuns. Determinagao das novas condigées de habitagao: Densidade obrigatoria por hectare; Relagées entre a area construida e as areas li- vres; Novas formas do volume construido. Realizada a revolugdo arquiteténica, com efeito das descobertas cientificas fundamental- mente revolucionarios para a arquitetura, se ex- pressa através de alguns acontecimentos cons- trutivos: A ccparagio entre as fungées portantes © as partes portadas; A fachada, que nao tem 76 mais qualquer fungao portante obrigatéria, pode ser considerada uma simples membrana que ‘separa 0 interior do exterior. Nao recebe mais a ‘carga dos pisos e portanto a fachada pode ser envidragada até 100% de sua superficie, O que antigamente nao acontecia; A ossatura indepen- dente do imével, que tem contato com o solo, para nele se apoiar, somente por meio de al- ‘guns pontos ( pilares ), permite a supressao de todos 03 embasamentos, deixands, ent&o, fu- gar livre sob o imével. Este espago disponivel poderd ser reservado para fins precisos, em solucionar certos problemas de circulagdo; As aguas dos telhados, feitas com estrutura de madeira, so substituidas por ter- tayus Ue vonciety anmady, vuja superficie, ho- rizontal poder ser utiizada para arranjos muito liteis; No interior das construgdes, agora ocu- pauy sumenite pur ratus pilares, a planta & ramente livre, as separagées verticais (divisbes) ‘nao esto mais superpostas a cada andar, como a prélica das paredes portantes exigia até ago- ra. A revolugdo arquiteténica realizada oferece seus recursos a urbanizagdo das cidades con- temporaneas. As és causas esserciais desta grande transformagdo foram: A instauragao dos célculos de resistén- cia; Uma evolugao da consciéncia; A renova- 40 estética realizada nas artes plasticas no decorrer do primeiro ciclo da civilizagao da ma- quina Exemplos: A Torre Eiffel; A conquista in- dustrial com 0 uso de novas técnicas ( maqui- nas ); Fendmeno de ordem visual - a plastica - pintura e escultura. O Impressionismo, 0 Fauvismo e 0 Cubismo. Caracteristicas do estilo contemporaneo: Aleveza dada pelo aco e concreto; Luz limpidez através do emprega do nano de vidra: Os no- vos calculos estruturais valorizam a economia; As Novas Plantas; Conciséo e exatidao (funcionalidade): O Angulo reto domi- na; Os hébitos visuais s8o renovados; O teto- terraco éa cobertura normal: Nova distribuigao dos materiais tradicionais. A Arquitetura Contemporanea caracteri- za-se pela estrutura metélica; A revolugao In- dustrial; A ago dos pintores 6 a Nova Higiene. Le Corbusier sua doutrina pode ser resumida em trés principios basicos: Constru- ‘go sobre oolunas ou pilotio 0 que pormito a livre circulagdo ou utilizacao dos terrenos por Revista Tecnologia/Fortaleza!N° 18/P. 66-77/Dez.1997 menores que eles sejam; Independéncia total entre a estrutura e a parede -o que origina plan- tas e fachadas livres e finalmente a construgao de terragos ajarainados - o que implica na uti Zagao e aproveitamento de uma area de cons- truco antes perdida. E ainda no urbanismo - tenomeno hoje admitido e integrado como um problema de arquitetura - que Le Corbusier dou- trina a separago completa do pedestre e do Velculo, a disposigao inteira do solo da cidade para o pedestre - 0 que decorre do seu postula- do arquiteténico, que prega a construgao sobre colunas - a concepeao da cidade como um par- que imenso, uma cidade verde, a colocagao dos campos de esporte ao lado das residéncias e sobretudo 0 que compreende a cidade, e um formalismo mais rigoroso; que se alie aos es- plendores da arquitetura pelo arranjo da com- Posigdo e dos volumes, © Brasil na vanguarda do conereto ar- mado da nova arquitetura - Liicio Costa e Os- car Niemeyer - O edificio do MEC no RJ elabo- rado segundo risco de Le Corbusier. Quando os urbanistas imaginaram cida- des polinucleares (cidade segundo escaldes de grandeza e complexidade crescentes) utiizaram para seus projetos uma escala humana. Oc escalées urbanos foram projetados para que 0 homem, seja qual for sua idade, viva neles de acordo com sua capacidade intelectual c fisica Exemplo: no escalio conhecido por unidade de vizinhanga a escola primaria é colocada, apro- ximadamento, no contro da érea de modo que as distancias dos pontos mais afastados nao devam exceder 800 a 1000 metros, mais ou mene (para ac oriangas, representa 15 minu- tos de caminhada a pé ); Alem disso, a unidade Revista Tecnologia/FortalezaMN® 18/P, 66-77/Dez.1997 de vizinhanga nao deve ser atravessada por nenhuma via de transito de passagem, para evi- tar que as criangas, ao se dirigirem a escola, corram perigo ao atravessa-la. O urbanismo esta, ent&o, protegendo a crianca dentro de suas possibilidades fisicas e mentais restritas. O es- caldo seguinte ao das criangas, seria 0 dos jo- vens, depois o do homem na idade adulta, Ser- vindo 0 homem em todas as suas idades. planejamento esta adotando uma escala huma- nae valorizando, REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. FERRARI, CELSON. Curso de Planejamento Municipal Integrado - URBANISMO. Livratia Piuneira Euitura - $a0 Paulo, REIS FILHO, NESTOR GOULART. Evolugao Urbana no Brasil. Livraria Pioneira Editora - Séo Paulo SINGER, PAUL. Economia Politica da Urbanizacao. Editora Livraria Braciliense = Sao Paulo. Vario Autores. CIDADES - A Urbanizagao da Humanidade. ZAHAR - Editores S40 Paulo, CORRUSIER, Le. Planejamento Urbano. Colegao Debates. Editora PERS- PECTIVAS Sao Paulo. ROCHA JR., Jose Paulo Narciso aa. Aspectos Gerais do Fenémeno Urbano. Revista TECNOLOGIA - FORTALEZA - No 17 P.02-08 DEZ, 1¥¥b Edt. Gratica UNIFOR. - UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - CE. 77

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