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ysenta um grande passo 4 frente oad Pe eR een Boor kod Pe ere ero) ree re Per ec ceo ey Lote ue ee on sistemitica muitos dos elementos hasicos da cere ree ae ec Pore ee er) Bu gare nee oe reer Pen ere Seer Ae Pore en COs Cece are) Pare espostas de psicélogos Pa ee ose oe peer Tce cay eee Ih de Catalogagao as Publesgto (CAP) asta do Livro, SP, Baa) Wee, Rickard a De peste a peso picoterapia dal lradupt les Pisee 2. Gomes, Es Clog Sto Paulo * Sma, 198 ard Hyener ra Poel i Mi Bikes ISBN #5.33-01859 1, Genalt— Terapia 2. Pucoerapia 3. Psicterapaceteada bo ces. Tie | copaicssn [e906 NUMCWhd 2 pantie para stig sendin, 1. Pacoerapincenvada no cent "6t66914 2 Pacoterapia dnlepea* Medicina “ore sola Fe oii em igen ert Be ei n= ear Die Poche? Bee ky Rha H. Hye ona ye Centro esa Develo rade de ise Pn Obes, Fels Cais © es ole Son Ck Ion copa: er eee eta en see eos cameatieet do er Dios angen portant ahs pot Soktnus EOUTORIAL LTDA. ‘edeone (OL) 8725322 Pepe Nenat esos — CEP 01295970, [A mina ane meu Pa fue me deram tanto incivinda a vide A Dorothy, minha expose, tom quem compartilbo| f meu self mais inime. ABryee, (que veio 296s 0térino do liveo, sas send Sua verdadeirafinalzago. Sumario Prifécio: Mautice Friedman, 9 Agradecinentos, 15 PARTE I~ A PROFISSAO PARADOXAL, I. Tntodugio, 21 2, A profislo paradonal, 27 5. Porque uma psicoterapia dates: uma odes pessoa, 43 PARTE Il —"TEORIA 4. Bm diregdo a uma psicoterapia daligiea, 55 5. Pricoterapia dialégica:visho geal edefinigbes, 67 6. A dimensio espritual na psicoterapi, 81 7.0 printpiodialico em psicoterapia, 99 PARTE III — APLICAGAO 8, Bntando no mundo do cliente, 111 9. O problema & a resposta, 127 10. sabedora da resistdnca, 161 BIBLIOGRAFIA, 157 Prefécio 'A pubicagdo do to esperado lvro de Richard Hyenet, De ‘Pessoa Pessoa: Picoterapa Dialgica, marca um grande paso 8 Frente ho amadurecimente do movimento da psicoterapia dialog. Porcoterapia dialdpien 6, parans, umaterapiacetrada no encontro JB terapeuta com seu cliente, o0 a familia, ambos como o midolo so eats cur ea qual fra ands, o role playing” as ténicas {Grapeuttes e atvidades qo possam estar sendo wilizadas.£ mals wera spordagem quetuma linha prcoerapeutic,porquento perience Tenbuma escola, especifiea e cuos representantes © pioiets ‘contranse em muita das mafres escols de psicoteapia. ‘De Pestoa a Pessoa enfoca de manera vvidae sstmdtid nuitos dor clementosbasicosdapicoerapia calles 0 “ene mete aves do enconiro™, a problematica dt mutealida outrmago c a incluso, Aim disso, nos capitals final, cot pani belezatodoscstes elementos nas elag0eF BUTE) 1850 de Martin Baber, em seuensinamentohassidicode“evereniae ‘cotdiano";navontadeedeterminagdode Leslie Farber, «na nti apresenga, o age agora, ena expanriodoselféa Getaltterapin, do zen e da pricotoga transpessoal. No capitulo “Entrando’ ng ‘mundo do cliente”, Hycner enfoca a cura através do eaconto, da presenga da “suspensio” fenomenolégica; da Enfase de Buber na Singulariade, na alteridade e no “centr dinimico da pessoa” € Imais, no "didlogo de pedras de tue". Hyener também aplica os lementos da psicteraiadial6gien réticateraptatica e cham a tengo para a realidad sontica subjacent, tocando, pelo menos limplicitamente, na ida de Buber do inconscieateantepondete 3 laboragio em ptquico e fisico, Em auabrilante conelunda em "A Ssabedoria.daresist@ncia", Hycneraprofunda conceito de valoiza 0 da eritividade da eesistncia, da Gestl-terapia,levandoo a ‘macompreensiomaisconereta da rela desistencia ao “ence, omo menhum dos psieoteropetas que o antecederan jamais © Visto como um toto, De Pessoa a Pessoa € uma convincente ‘apresentagdo da psicoterapia dalégica, que maten A chegads 9 ‘aiordade deste movimento. um liv que certamente provocaré ‘espostas de terapeuas ¢ orientadores de todo tipo. O liv de Richard Hyeneréum empreendimentanotvel que integra totalmente pensamento,osentimerio, ago, ateriaeapratica,oscademicimo, | profssloe a vids, O que faz De Pessoaa Pessoa un novo e importante passo no desenvolvimento da psicoerapiadialbgica & que o autor eonsteéh sobre a fundamentagto posta em meu lira The /fealing Dialogue In Pryehoterapy,e vai substancilimente mais adits. O aspecto male importante € que Hyene, em contaste com meu livo, apresentou as proprias sobre apsicoterapiadisligica,apartrdo crescimenta sietamente decorrente de seus anos de estudoe prdticaelfien, em ‘ezde,como.eu, trabahar com ot dilogos entre muitos peasadores ‘com of quais lide em meus estados. O Dr Hyenet também fer uso frutfero dos pensamentos de Martin Buber de Hans Tb, do meu proprio. de alguns outros tesricos. A preoeipacio esencial, entre lanto, 6 apresentar seu proprio pensamento Talvez possamos screscentar uma dimensto de profundidade d ‘nosin compreensio da importinca de De Pessoa a Pessoa, ¢ 0 olocanmosdentrodSéonexiodoxclmentosdpicoerapia lia O primeira dle ¢ 6 que Martin Buber chama de “ei” ‘econhesimento da smenatoonolégica no enone ete esau, cue “ine humane, que usuament nepigencags em hngan de tendéncna divide aoa existeci cm iternoe etean,ietg 0 objetivo. O segundo, € 0 rconhecimento vo dalipce choke viververdadeirosenconso”,com oslementoenertal Renee, ‘humana.no ql nosrelconames comos uresenusingeones ealteridadeo ao apenas como una gratification nontscapenteng Deste ponto de vista, 0 pscoligico 6 apenos 0 complements ts Aial6gieo e nf, coms muitos profstons daha (até mesmo da linha humanist) costmam veto, a ped de toque da ealidadc crs Si mesma. Como comentou Harty Guntp, a mesmo a idea de “relagdes objet” comesaa ear mera, pores psiologa no fem consegudo encontar em lugar algum a lermitologe pas expressr © que Martin Buber gus dizer com muuaigate tou omuicagto dicta, abeturae presenga da relagio “EU-TU", © {ereciro elemento &0reconhecimento qu sale ano eagle EU-TU,comoatelapioEU-1SS0.Eomovimenioduplododitanciee do entrar em relagdo, que Buber toma como base de toa snuopologiafilosica (The Knowledge of Mans As consideaptes acina condizem a0. quarto elemento: 0 sceonheciminto d= que 0 lemento isi da eb sue vce fetaurar 0 cet pessoal arofiado nla apens face un pda repwo —é 0 que Buber © Hane Talo chanam de “curs pelo ¢acontro". Toda terpi, em maior ou menor eau, apne nog ncontos ene terapeut ecliente A temp dalica encanta, fundamen de modo dteto a ca pelo encanto come pong central, em vex de omit como spect ecvnta B stse deve 10 quito elemento —o inconscene, considera po Buber eam 8 toalidade da pessoa antes de qvalgierdfrenciagtoe elaborgia em psique fio, interno eextemo. Iso alice tombe so sonhos qe, deste ponto devs, nunca sto pene um material ‘nconscinte em esado bre. Ao serem rlembradas, ental Aidogo entre terapeuin © cliente e enteo cine « os cutee. 0. 2 resultado dessa abordagem 6 a postibilidade de se esabaecey oo} slags como préptios ens, tno quasta com qulgver pes 2 ou objeto que possmos encontrar ee -Nerscenfoque, a eps, d forma anéloga, nto 6 visia como tance Intron ov apenas eure, mas como um evento do basen so sarpiodaJoenga cnte pena pestonc que pede sei quando ela excarecida, perseverando no excareimento rsa erdem perturba da existe, sav a dist eee rano implica caminhardodislogointerrompido etomada do Aitogo. 2 rapa também se apéia na relagfo EU-TU de sbertia, mutualidade, presengaecomunicagio dire, Ainda assim, cla nunca wre ser competenente mu Existe cm conto rte, ome poet ana init eum inferesse mituo em relagio aun problema aoe nde hd incluso" mtua. Oterapedta pode ceve estat etudodo cliente, em urarelaga0 bipolar, pode imaginar de forma aerneconcretsoque cliente ets pensando, sentindoe desejando, Prams n entretanto, ato pode espera ov exigir que o cliente Sst a esmainlusi em ce, Contedo haverd ateliade pena terapeuta se ele compartlnar aspectos pessosis com thane quando oso parece ser adequado. Poressa ratio, chamoese Slemento de probiematca da matualiade” sapelsno & 0 oliavo elemento da psioterapa dali. A cluster gusinnagina 9 real”, deve te dstinguirda.emptia, que 3° arenesora para outro ldo a elago.eabandona oppo lado, © error ds identficagio, que permanece no proprio lado © nto aaegue vtrasapertr pars ouo, Soment os dis juntos podem cortege o nono elemento — 2 confimsao do terepeuty qe rrrvoca a aubstitia desconfirmacao que o cliente experienciou ne come ga comunidade. A confimagio vem da compreensio G0 ‘rete «partir do su inferior, © sep, além disso, como sugerit ‘Tab partum segundo estgio, onde 2 demanda da comunidad Tasers ao cliente. A demand capaciti-aretomaro dilozo com fqueles de quem se sparov 'G dacine' dkimo elemento, 0 “ddlogo de pedras de toque”, inclotseaimente todos a8 outs e, em particular, a inclusBo € & arate: Ele pratieado po iodo bom erapeuts especialmente canals come Richard iycner. Quando aves deumaexperincia aareesom a inclusio e com a imaginagao do real o trapeuta Teta cliente a transcender o teriel ou/ou: ou permanceer umadas uasress- fam "derservigo™” ao cliente 'D terapeuta alée dss, confontase com problertas pa sentemente contradtsrics em roago a0 aspectos pessoal rofs- and sll do terapeula inrisecamente wma parte do process ovane psu terapentacnftizaseuselfpessoakemterepiteem ae pena se persona profisonal predominante? Onde comega o ison e cess o pesos A tengo maior, © 8 al pode-se “tease epulstaprinamesperdrcndees ‘capes oie: ‘suet mals faiimente, ¢enatizar a condutapoissonal de fr. ima 2 encobrir as insegurangas cm estado de ebuigdo: gue sony ‘cma um ila para pesos do erapeuth Sem duvide epee rofissionalé parte necesssria do processo psicoeraptution decor = inda assim 6 somente a “forma? através da gual a pecsoe ce terapevta emerge A dlisiplina da psivoterapia coloca grandes exigencias na ‘Person doterapeaa,Oterapeula€consantementeconfienradc con, fanilo que ndo quer encarat. Sempre digo a meus alenes eee uestdo que cles estiverem querendo eviur em ti menor Provavelmenteseétrazidapelo proximo cliente Emillimainctine ‘lo ¢ possvel a evitgio em tempi. A pesed do terapen cou fend Incessantementeforgada a liar com suas fragilidedes cnn seus pontescegos. luna profiss8o paradoxa} porque terapevta confront as uesides da vida de outras pessoas que telver niocateanrecehedee gm sua prépria vida. Nos dtimos anos, iso tem sido amploneons Siseuido soba rubriea de “o curador ferdo” Ou jase nem Inforesovidade suis répras ifcldades que senssifeno terpenes ara vulnerabilidade do outro sso Ie permite empaizar rc fon amente com as ditiuldades do eign. Ainds ssh, dare henry Aiscernimento: se una certevulnerablidade toma oeropewa rene aero, um excesso de "eridas" pode trarer tone na decane © foco pode vira sors cura do terapeutas nica éoeliente,oquenuneaé oobjetivoda rap. Eneanto,Seeronge ode corer acura do terapeuia como um subrodulo de ntoo, fentte”. © terapeta deve lvtarincessantemente pare tases ae ferdas para o expago da terapi, sem que acura de wu prdvio ait ‘it 0 foco. Na verdade, € esta luta que detenvolve 0 seit do ‘erapeata, ‘uma tata tio importante porque, basicamente, o self do lerapeuta ¢ 0 “insitumento” que sera ullzado: aa torpia © “nstrumento” precisa ser mantido “ainado”, para responder mee Simos constantemeate mutéves do enconro humano, No presen Scam, a orientago edrica do terapeuta nl aa eral wene’s Intiteza e dispoiblidade do self do terpeuta Sé ene eee 20 facitmente com ouiras pescons, taints om dos 0¢ outs dies satentados por vn smell ele precisa ctr cukdadosatene aware d6 yor con seams ono erie le eoctents. las envalveoreconhcrieeies Tenetereto Sevolve, por exemplo,eatr aware das toestec ss reapers, considerando 0 pergo, sempre presen de cea’s ce ots Proeteseusselimentoscontaansereninen, sereeae 2 aE verdadero em relagioaoreconhecione ponte ata erp: E ums teta comple: deemias se goa Route dueestéacontecendo no ene Greist daclion ne terapetia, quraravelmente, dtrontimo-nos com 0 pradoxo de gue 9 {Eupatlarecaaesarconcienemenawaredoquecrs corde ‘eh ede oa pat poe foclinene ser poland und om ofa iio Poe ett excessrnmente onsets” fala emt imensi, odo sbjacete qs noscereae qc etn iar paar pte gus 0 terapeui ue vena deat 2 oe onc ee, poss conecar-se com ote naele niet oe ong onde hi a pesca ce aqucipos mst azo t eaconto de pessoas. se stor, ao necesios grande diciplia “SED” ar Sepia: sida asin, € rei 8 aware er one qe € ro ma um stent” 2 ea ern erapeutio do devenvavinent docs see do ar eis tendzacesopostas quand clas merge 0 ee gre “era sevigo de eta em ai Parecer ce eats difernten em ao 2 proceso erpeatin ee ed, antocom st,oproisionadeverceomest a agp pena J Tite Ge an ee um sypecogu fez pat da daes™ io act co or. sont do tipo uo emocion «ito ee incagorer oad racional gue esi cOM ee ee cacemvament rasioval, © eapeuta prcsia er ofadcmocions.Freqlensent,€ sl heer ior meek ol oteapetrerceri ego POM gat ao, Deft, fra par enclrecer esa igh reine foro nao vorete oeidb lense se deere, Pda sing ape. Ta ee yfroo paradoralccivadade perplex sera eicapeta dove ser cpa de desenvol¥er uma pofendt ora orem car no unin deleeporeekéoaperird2 je Aen in, o ergot & see deseo rer imenta dr sigicado exparnca do cle dentro ational a toa. HE wa necesidale qe 108 € oe ea ar aro dbo gin — dria formas den Iron mtvagao do teraputaé essen na condo dd tocar Petje da psscrepia, Ela impulsion a eroded ee erapets, Mas alana 0 *snimeno de Fee eet nee compsirsin” que dé forg so dose de terapent de em Fixite uma teno consante em picoteropia entre a tora ea prikca: Com frequncia parece que as duas esto em confita 0 Prradoxoé gue 3 trapeuta for tesrico demas, ce Bo consegviss pica ese conecimento. & necessrio um tipo de “mente” para sera foe conto tipo ptaasinilarapresengadoserumano!” ‘Tanase de uma hbildade mult especial — até mesmo um dom — aubelece contato no lar do relacionamento humsano, expandir Sropris sor para reseher a diva do outro, © eBcorsar, assim, © Surpento da vibragio do cliente. Por outro Indo, seo texapenta rcbcupa-ae demais com informagces concietas,seréprivado da Tala profundidade que a teoria pode proporeionar®, Este € um problema com sérias consequtnclas. Tem sérias implicagdes na halidadedo comatoe ni qualidade darelagfo que secsiabelece. Ha ‘foe ereconhecer que exstem profandas diferengas entre 0 conhe- nent toérieo sobre wm astutto a aplicagio dese conhecimen fo teoreo numa situagao concrete, bem como a necessdade de iegrar um e oat, Alga dis, terapeaa precisa st réticoealnda assim gost de Hlonoia Precisa manter a capacidae de responder ts situagbes oncretas¢, 0 meso tempo, sprecar 0 grande drama humano. nas questéessurgem deforma especial quando oterapeuta precisa isting ene 0 que &comportamento"patl6gico”¢ 0 que é ums onsequéneta dos “dados” existenciais. A osilagto da conscien seige ba fexibilidade temenda — urna conscignia“futuane Inver de uina conseigncia que se move de um ponto fix a outro, {so nfo ae aprende na universidade- Deve chegar como o resultado docmltoranosemquesefoi olpeado pelos mas variagaschamados” fdas necesidades dos clientes. ‘Ocorre otto problema de complexidade ainda maior: oterapeu- ta deve set versado na compreeasio do funcionamento humane taadavel, mas precisa também entender 0s ftos © as teorias ave fundatnentam psicopatologia”, Oterapeuta em desereapaz.de re ce 0 ae tcc pn ee enema we raver qo realmente onhesee preci a sade tanto quanto a“patolia a freq: ‘fe coiibinago contradtria das dua, que €o ser homano. E um io ‘nue sobre o qual se eaminha com inceteza df posiglods Aiscemir 0 que € saudivel © o que no & Por exempios quando ‘dependéncia do cliente € uma indieagéo da habildade sauddvel de confiar em alguém, 6 que ele nunea foi apex de fae8-10? Quand ‘essa dependéacia € uma regressfo © wna evilaggo de sua proseia responsabilidad individial? O teapeute nfo deve eat na ana dha de meramente diagnosticar as pessoas como “patogicas™, orga toda ver que faz s sso estar transformando 6 set harman fem objeto. Nao hi nada errado com a teoria da pslcopatologia, ontanto que el ej entendida como uma espécie de "acigrat Isto é, ela 6 um mero vetor, um indicador de como entender 4 *peritnciadiscrepante de uma pesca, Entetanto, dizer que uma estoa 66 isso, 6. un “des-servigo"; uma categovizaplo que nEa permite aabertura para novas possbiidades, abet tte oc @ base de toda cure, Ess sfo apenas alguns dos indmetos paradoxos confront: dos pelo trapevia. Novos paradonos surgem a cada paso ne te, ‘pia. Meu propssito agi no cetalogar todos ele, mes discuss alguns dos mais importantes. Como pode un ser human lidar com tudoisso? O proprio Freud ea pessimista quanto’ postildade da ‘um ser humano integrarde forma equilibrada as qusldades parado is exigdas de um terapouta, Tal integragho exigiia oun sey perfeita! “Obviamente no poems exigirqueo futuro alist ja un ser persito antes de assumir a pritica da andlise; erm outras Palavmas, que_somente aquelas pessoas com tio alta e rato padi de perteigso deveriam seguir esta profisto. ‘Mas onde e como Iré 0 pobre infliz obter as qualifcagbes ‘deaisindispensveis em sua profisto?” (1937/64, p. 248) Esta 6 uma questo inguietante, com a quel cada terapeuta e ‘da supervisor de terapeata vai se confront. A respusta de Freud ata esta questo € bem definda: “A sesposta estén anlise Jes esmo, coma qual preparagt paca ui tvidade oe dosing,» 2a no A trai ao terapeut criament eesti mes gor £8 €insticiente, De forma sgom cla greats o decree ssc «pesto a maturidde equa paseo ne uma proiso de equiv to prcina quanto sqec ieee cote. Al dis, so necensris ina tee, toe see oe Iu gue econece as quale posts xis do tore o-esoro prs interés itso, siden sempre seas aa do exiido ainda asin, setandose ox pps ene ea Shima nds, rape precinacioraambigdsde sonatas sere incabada dese trealho™ a puctommmaatioccehena es qu govern asa ricinivn human: prtcoarnene Batueea conto einaabads da exisncin humane, Oris Freed flow da trp como seo teminivel« Incrniage Ineo tp No inl hémals ergot que spots rs problemas que selues, sie pempleidade gue celery, mals neo e sundaes do ue nights profindos i denna eee defender vigrosamete a sa do homem So fama snp lites daconeinela mana. Fsperemos que alae todon A CRISE DO PSICOTERAPEUTA> © paratoxo que fo tratado com mis sensibitidade maestria or Mattin Buberé oque se refere ao nico da tensZocatrobjetive aubjeivo. Na“inrodueio"! a0 vo Healing rough Mecing de ‘Hans Trub, Buber rata dessa imponante questo. Ele dicate eena o psioterapeuta, pela natreza do seu regime deticinamentoc ele tea noe “ Bi a eps ow Pris Te Jal of ‘aig ongh Mec. Poni the Wa} caer A prmiedopen es ee a FE peicoteropin. Se Bs spr do seated, ode nen ron Bugs cence om req fara 8 PSAs aus fet com exatidto a natureza do pavadox0, © nara entz os confornos de sua pesenga © #8 2 comer aooeo terapeta torminse aware de ave Bem apevtien hum paradoxo. pueoterape orga iminent po centro do process te «sp profs em patslr agi em questo 6a mas paradox cee Centamente advogado, 0 professor, 0 padre — nao tes edi do corpo —cada um também see a medida a onasiencia gona inspite vocagto ogi siiicd cm ae avido com as ecesidades e ansedades do Homem Sar coverplesmmenteaquele que segue uma profissio *nlo~ rcteeua com a stisfagio de seus desejos mas este homem ajatarefaGeer0 protetoreocurador de tuuisopecoterapeni. aa erates, muites © maltas vezes confront © abismo ase do homem, a labilidade abismal do homens.” (Buber, 1957, pp, 93-94.) ‘Ao confrontar “o aismno desnudo do homen",neshum set pumens pode olharYongiment pa dentro desta “sure” sem 36 a galo. Metaforicamente, com certeza seus “Joelhos sea ui! comeyam a tomer. Conseqientemente, dscia fou cai nace para a separanga que os conkecimentos objtivOs ra ummente prometem. A tentagao em diregio as certszasé bem Seimprecnsvel. Mas isso & uma promessa fas. ’ gacoeraputa esti moma profissi0 “spiritual” as mm a8 ects encoste que poderiam dar sport emacfonal um xaniou car olgiono, A cle dada uma responsobilidade semethante 2a ews em © suporte que vem de um sistema de erengat 2 seve Sone falas fo as dum mer ser hamanofatando- Ibe rresragao que a erenyafligios pode dar a sexs esfogos Para an Alem devo, 0 peicolerapeutaenfrats a stato de forme coreg ade, fertaecio pelas divas sogradns da grasa ave ig tabalho santifiedo: enfrenta-a simplesmente come eet equgedo apenas com rag da sus cfneia tora da Boa excola (Buber, 19573, p94.) ‘Na fata da inspira dina ede cestents e conontado com ‘uma terrveltorefa que pace Iranscender as habiidades de Un aaa errveral 0 profisional pode far teblado a se refbgir ne saree opeto da seguranga 6 reiisa” a cicia em je: See patantecompreensvel que Tule para tornar objetivo o case pe se aproxina dele converts 0 avasslador“nads-ma sieges’ em algo que poss, lgum gr ser manusende aoe pee Tosa p94) Nés tornamos a ot wm sto” para lidar Co PeT com a ansedade que sentimos. O abismo no dmago da rer humana, especialmente presente nos assim chamados cae icoatlogiosameaga fergie oabismoprofundaments creroi pcoerapevin:ocltocertanentpetosanos de weiname aaa deigntdrig pia seguangadaorientacaotecrica escolida tor op aso apageo fatexstncal nasa propria ragiidade aoa incerteza edo modo de que aja um cxos Rabitando em aaa ok gue pode ape razido tone pla “fsgnda” da fore do Atego patolégio manifestado na pessoa diate de n6s reson ji ¢sufcientemente arpeagador quando visio no ‘ute €apavorantequandocomegonsuspeitag qv eu também tenho aa aes amnago da minha existéncia. necessiio © covreto aoe aerae jesse tor. Eventvalmene, 6 preciso confront carer peimentando-o aos poucos —— ov Tanto quanlo wm $25 rarer tse perseutar esse abisme e ainda assim, volta ims, Are im 0 paicaterapenta 6 tentado ase refogiar numa espéie de raconainag reducionnta des abismo existence Sree oe, ou"nademais-que-processo”"fncialments, rape sere sjaéncia de seu treinamento, tnta usar a nica erm STonamene dspnivl —a objtiveto que sxe mtedas eis rremae. © pedprieconesito de "picolgico” pode mito fecimente aoe cama defer redcionista coir as rafidaes da existncin serra apernci é ameagadora demas, podemos sempre dar Ihe se a utermetagao“psicol6gica”. Mas para terapeuta que valsiza rmtinmeateo cliente ea proprio como fesse, asim como 9 aaa enre, nem mesma essa fess consequ fatto cholo ‘Jeena realidade exstncial maior e mais fre +o abismontoatal aseguranga de agioem ple fncionament, if do médico, aquele- se tle cham por outro ablsmo: 0 se edo por baxo de estutoraserguids atraves do tino ® <9 pritica-e cercado pelo ca0s; ‘ese self epnvive com of ‘demdnios, mas € agraciado pelo poder humilde de Tote © tuperar de novo. B pelo entendimento desse chamado que emerge, na mals exposta das profissbesintelecuas, a cree de ‘20 paradoxo.” (Buber, 19572, p. 95) Entretanto,¢i6a0spoucosederelance,queele pode pressenti, vagamente, que Ihe € exigido algo bem maior que o conhecimento objetivo e distanciamentocientitico. Nenhuin método pode ensinat so erapeuta como ser uma pesson capaz de incorpovar as qulidades relacionaisnecessrias para que ocorrauma coraexstenial genuina Em conseqiéncia oterapeuta est freqientemente"eondenado” por seu trenamento atten e lta contra iso, na obscuidade em que vive como pessoa. Sente necessidade de delta ir seu self ainda ssimsente-einseguro defazt-lode forma profisional. Esse estado ‘confuso forga-o @ uma reflexto profunds do seguntsdilema: ““O Homem que segue uma ‘profissd intelectual deve parar de {tempos em tepos no curso de sua atividade,& medida que se fora conscente do paradoxo que estépereeguindo..Com o envolvimento de sua vida e 0 sorimento pesos, ele deve seguir em frente no sentido de esclarecer eada vez mais esse paradono, Assim, um destino espiritual, com a fertiidade que Ihe é prpria, comesaa exisireacreseor — hesitate tatcante Enquanto tala no escur, lta. Vagsrosament,conguist, Na, conquista, sucumbe; sucumbindo,ilumina-se.” (Buber, 19570, p93) ‘A luta com o paradoxo 6 inicialmente confusa— ainda assim st uta constante que mais tarde poder supi-o com algun fgaz ‘yminagao ‘Acrisedesse paradoxoprofissional aconeze porque os métodos sicoligios do terapeutapodem ev4-Josomenteat6umcertoponto, E crigido dee algo mais. O terapeuta tents lidar com seus casos da smaneicavsuel "Ate que, diane de certs casos, oterapesta apavors-se com 0 ve est fazendo, porque ele comesa a auspelar de que, pelo tnosnesses casos, lalvezem iodo es otros algo totalmente Aferete & exigido dle [Essa a enigEncia fia ele: rtirir caro em questo da ‘bjetivagio metodologicacoretacsairdo papel superioridade profssonal, conquistado egarantido pelo longo treinamentoe Tonga petica; wapsformar isso na stuagdo elementar entre ‘aque que chamaeaguele que échamado,” (Buber, 19578, pp. 94.95, grifos do autor) E 0 enire que precisa ser reconhecido, A objetivagio nto pemite este reconhecimento.Talvea reisa-s 8 propria natutera slementar da situagdo. De alguma forma, parece simples deme “reduzit” a situagdo psicoterapeutica extrutura to elementars ‘aqueloque chara” “aquele que é chamiado”, Prém, sso € apenas vm ceo que parece reperctr,primordialmente, através do universo de que uma "chamado” e uma resposta ‘Talvezseja essa elementariedade, esse “primitivismo”, ou até ‘iesnio sua pureza orginal, que nos atemorizaeconseqentemente Soe resisénca, A elementatiedadeiretrita do enconirohummano ‘exige que oterapeuta sea, primeir, uma pessoa disponivel pars ‘outro serhurano e, segundo, um profisional sinedo nos métodos propriados da prtia psicoterapéatica. Mas eses métodos nunca {dover impedir terapeuta de confront o abst que pata ames. ‘oramente no Timiar do encontro genuinameatehumano, ‘Muito freqlentemente recusmos em face dessa smeaga CConstantemente agimos como se 0 encontro verdadero no fosse © “objetivo”, ou que ele pudesseexigir muito mais do que temos para at. Eorisco da profissie. Quando somos folieitados demas, deta forma que nto podemos responder totalmente? *O psicoterapeuta, justamente quando e porque 6 um médico, ‘etoonaré da crise para sea método habiteal; mas como ume pessoa modificada e em uma sitagio também modifcada Retoma como algufmn a quem foi reveldo, no abismo da ‘xisténcia humana, a necessidade do encontro pessoal genut- no, entre que que precisa de ajuda eo que ajuda. Ele retor- na a uma metodologiamodificad, spo nas experigneias obtdas nesses enconiros. © inesperado — que contiadi ‘ota pesdomioantse exige seusempre-renovado movimento ‘Coenen encota seu ipa” Bubet, 19578, 9-95, ites do autor) ‘Mesmoapés ser confrontada pelo paradoxoinerented profi a terapenta retornard,ceramente, a seus métodos « concituagbes operon, Seja como for, ele estaré mudado, abrandado pelos ventas” da crise ‘eustind agora wma awareness da necessidade do encontro amano genuing no centro do processo de cur Essa abertura para hconros genofnossigaifcasempre uma disponiblidad deneontrar STpeaperato,o mister existence entre pessoas, deixando de lado ceguranga des prdprioe métodos eda teoria \Unatabordagem desse tipo muda acompreensio do terapeuts sobre corn” Ummacura"téeniea” no émaisaccitivel. Umaterapis he termina com o elite obtendo um grande insight pscol6gi, ee Incapardeaplic-Tonomndo rea das pessoas, ¢ uma rapa Tue fractaou, “Curou”, masndorestaurou a pessoa como um too. ‘Roenasaimentou o narcisism psicoi6gco. -Parao pricoterapeuta que uleapastow a crise do pradoxo d= ua neato, fiea excluido este tipo de cur. Na hora decisiva, ‘rato como paientequele foi confiadoequenelecontiou ele sprrndonva o quarto fechado do tatamento psica¥igico no qual ‘ amlista domina através de sua superioridade sistematica & ‘tedoldgica, Avangou com o cliente para céu aberto onde 0 Bipeud exposto ao self. LA, no quarto feehado, 0 terepeuta sev siou. & watou a psique isolada, conforme o descjo do faclenteauto-encaslado,conduzido para os mais profundos Diveis de seu interior, Enguanto isso, em seu préprio mundo, iui fora, na proximidade de um ser humano 20 fado de outro, SiMhcmelamento deve e pode ser transposto, Uma relaylo transformed e propiciadors de cua deve e pode s abrir para {atifow que est ente em se relaconamento com os otzos Pm o mundo do outro, equal lo pode dear penetrar etn Foam, Umea alma nunca etd doentesozinka, mas sempre no « ‘entre’, uma situagio entre ela ¢ outro ser existente, 0. prloterapeata que ulirapassou a cise pode agors ous otar isso." Buber 19570, pp- 96-97, gifs do autor.) ‘© encasulament & a experigciaendémiea de nossa paca, S6 pode ser tmtado pelo terapeuta pe tambérn quebrou sev proprio Eneasulamento ereconhece a prisava do “entre”, Devemos sempre Scconbecernossarelagioe eas responsabilidad paracom os 000s ‘Oinsigte€ apenas o prelidio da terapia. Os “resultados” da trapia manifestan-se quando fetornamos 3 ordem humana — quando a eto toma olagar do pensament, quando odislogo toma olga da fala ‘Apés uma erise dessa, hd win desmudammento do eneoniro humane, que no € apenas permitdo, as Eatéprocurado —“onde (self ext exposto a0 self O psicoterapeuta nfo fia mais "dentro" Ge'si mesmo, mos de preferénca, plo menos em momentos dé “raga”, cle fica no “entre”, na esfera além do eneasulamento bine eh separanga do Conhevimento express, mas aceeza ‘do-encontro que permancee ilo revelado™ (Buber, 19652, p. 184). ‘ta a vereda estreta por onde oteapeuta deve caminhar. Em cada Jad, etd 0 abiamo, A frente, esto enconteo” ‘As palavias de Buber sobre Hans Tr e se Tivo péstumo (inacabado) Healing through Meeting? podem mito Dem se Jevantes para todos os ferapeutas, mas oso deforma especial pa fa um terepeuta de orientagao diakigca “Ese caminho de dvidaapavorane, de reflexto sem medo, de cevovimento pessoa, de eel da seguranga, deena sem fevervas na agi, de romper com o psicologismo, fo esse 0 ‘amfnbo da agua poreepglo ede isco que Hans Trdbithow. ‘Ross tepetias tes paraenpressarconceits poucoconhecidos, oserguvemsvas descoberts sempre com maisanadureiment sempre mas adequadamente, até atingir a expresso mais ‘nadurae apropriada em seu trabalho, que no pide termina. ‘Seu enminhar nfo pode ms i aiante, mas o éaminho esta aberto, Certamente nfo vio falar outos Homens como ce \esperis e auazes, riseandaa parte pti da Voos sepoupando enlose impedindo ariscande: ‘enconiario seu camino olevario 3 A pecgunta que persate €: “Seed que 3/ Por que uma Psicoterapia Dialégica: uma Odisséia Pessoal “Acsfera em que o Homem enconta @ Homi ‘em sido jgnorada porque nde poss uma contnuidade uniforme” (Maurie Friedman)? Durant a air parte da minha atreira como pscoterapeuta © também como professor e treinador de psicoterspeutes: tents

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