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Li veo" A Difereuce Somes NO pp. 6e- 6% A EXCLUSAO SOCIAL E A INCLUSAO SOCIAL COMO UM UNICO CONCEITO. Pode defender-se que falar de exclusio social € falar simultaneamente de inclusio social, Num artigo recente, Popkewitz e Lindblad (2000) referem duas formas de questio- nar a ligagio entre «a governacio da educagio» e a inclusio e exclusio social. Estes con- ceitos so enquadrados no Ambito «da problemética da equidade» e da «problematica do conhecimento» e actuam como um mapa para compreender como € que as politicas sio postas em pratica. 0 primeiro conceito coloca a mudanca social na acgio racional do actor social, A inclusdo social e a exclusio social so conceptualizadas como duas entidades dife- rentes nas quais o objectivo € produzir inclusao social ¢ eliminar a exclusao social «de detérminados grupos de actores sociais, tais como aqueles definidos por classe, sexo, raga ou etnian (ibidem: 6). O estado como poder soberano é responsével por elaborar e admi- nistrar a politica. De forma muito diferente, a problemética do conhecimento, fortemente influenciada pelos trabalhos de Michel Foucault, coloca a énfase nos sistemas racionais que estdo incor- porados na politica e nas reformas. A incluso social e a exclusao social sio concebidas ‘como um tinico conceito, insepardveis um do outro: «a exclusio (...) € permanentemente comparada com um cenério de algo que esta inclufdo» (ibidem). 0 objectivo é o de estu- dar «as distingdes, diferenciagdes e divisdes que disciplinam e produzem os princfpios que qualificam e desqualificam individuos (e grupos) para a accao e participacao» (ibidem). Aqui, o que esta em jogo é a fabricagdo de identidades e a forma como os sistemas racio- nais produzem subjectividades. O estado é concebido como conjuntos de relagées, ao invés de uma entidade soberana que produz estratégias disciplinadoras de forma a promover 0 cidadio auto-responsével e automotivado. O conceito de exclusdo social integra a dureza e o drama das formas estruturais de des- qualificagao societal, como se constata tanto no que diz respeito ao fordismo e & margina- lizacao social de certos grupos, como no pés-fordismo, na medida em que gera formas novas de desigualdade e diferenciacao. Contudo, existe, como Bowring (2000: 319) afirma, ‘um problema com a interpretacao dominante da exclusio social como um normalizador do que ele designa pobreza e desigualdade «vulgares». Citando Levitas, Bowring concorda que esta interpretacdo «retira importancia» ao cardcter essencialmente classista e permite «uma visao da sociedade como basicamente benigna para coexistir com a realidade visfvel da pobreza» (Levitas, 1998: 188, citado em Bowring, ibidem). Contudo, Paugam (s/d) res- ponde a esta posicao argumentando que embora a pobreza em Franca nao tenha aumen- tado nos tiltimos 10 anos, a exclusio social aumentou, 0 que significa que a desqualificaca social resultante do emprego precario é agora prevalecente na sociedade francesa. Em j Peon a earat i

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