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Física Atômica e Conhecimento Humano
Física Atômica e Conhecimento Humano
7 ct Am Juntamente com a formula (5), essa relagio, por sua vez, leva a AT: AE>b, de acordo com o principio de indeterminacao. Conseqiientemente, a utilizacdo do aparelho como meio de medit com preciso a ener- gia do foton nos impediria de controlar o instante de seu escape. Assim, essa discussao, tao ilustrativa do poder ¢ da coeréncia dos argumentos relativistas, enfatizou mais uma vez a necessida- de de se fazer uma distincao, no estudo dos fendmenos atdmicos, entre os instrumentos de medida apropriados, que servem para defini o sistema de referéncia, e as partes que devem ser encara- das como objetos sob investigacdo, ¢ na explicagao das quais nao se podem desconsiderar os efeitos quanticos. A despeito dessa confirmacao sumamente sugestiva da solidez e do grande alcance do estilo de descrigdo quantico, Einstein, numa conversa poste- rior comigo, expressou sua inquietacao a respeito da aparente falta de principios solidamente fundamentados para a explicagao da natureza, com o que todos pudemos concordar. De meu pon- to de vista, entretanto, sd pude responder que, ao lidar com a tarefa de introduzir ordem num campo inteiramente novo da ex- periéncia, dificilmente poderfamos confiar em quaisquer princi- pios costumeiros, por mais amplos que fossem, a nao ser pela exigéncia de evitar incoeréncias Idgicas. Nesse aspecto, 0 forma- lismo matematico da mecanica quantica deveria, com certeza, cumprir todos os requisitos. A reuniao do Solvay de 1930 foi a ultima ocasido em que, nas discussdes comuns com Einstein, pudemos nos beneficiar da in- fluéncia estimulante e mediadora de Ehrenfest, mas, pouco antes