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ANTONIO MANUEL HESPANHA HISTORIA DAS INSTITUIGOES Epocas medieval e moderna 9. - BIBLIOTECA UNIVERSITARIA LEAL Tee9s0806 bos 2004 “alt mpg ean ech poi de Fo en ming te bir ses pn pcr ‘al a en er i 9 ni pt Ree 4 mem de mee ier Sv ci en he in Price PREFACIO Ete curso de histria das inttuigdesdecorre uma visdo pessoal, ndo sd do processo hstérico « dos seus reflexes Iistéra setorat do ‘ieto e das insiulces, mas também do sentido desta hitéra sectoral e, por Iso, do modo como deve ‘er expasta. Se 30 ndo soasse ata fala modesto ou se ndo Dudeste rir a ideia de que se antepunho uma interpreta Duramemte subjectiva da histéria ao rigor da descrigd de factos ‘bjectivos, este fv (qualquer lsro.) poder inttudar-se“Urna istérig dastnstiuiges™ ‘Quero._ no. entanto, explictar alguns tracos da. pré= ), colhida de Tonte anterior, de que um rei de Tartessosensinow a aricltura ao seu ovo, Me det fe poi o trabalho A nobrera eed o pov Em sete cidades (ou orden), ©) Colonzagdo entia (dominant de 1.100 aC. x0 séulo Vil 2, C3, gre (80 sé. VIE 4, C. 35a, eavaginese (a pati di até 4 deroua de Catago plot romans), oder estes Povos, sucsivamene, prosuravsmn na, Peninsula as fos dos fei, sobretudo a roid do estanho do N- da Europa: para as ontcolarem. Tundaramestabslecimentos consiros. a. parti usis“negocavam com “vs povos do ilerior. Apemgp 0s atagincses seguiram uma estatéaia de ocupagio teria, Procurande, dominar diectamente as. regi miners mals scesiveis (Huelva, Sierra Morena) e explorilas com 0 reeuso mio de_obra escrava. Todos estes povos trouxeraat para @ Peninsula e. modelo polticojuridico Gas metropols Wu, nos ‘sists limites do seu domino efetv, ag procuraram copa. 10)” Cotas le 10 a a Cy. Pennies do continent portadors da teenologla lo frr, estes poves pastares © - ti pine s suricutres nomads ieaiaram da Cataunhe © vale do Ebro prs todas ab epics da Prine, sabetolo para & meses, Ennraram em comact com on povor ihe a0 dome oma ves, fundindose com ek eats dao orig Se ‘arcades etnias ects quo: romano conecca¢ ge a8 sus fonts agrupam em pos cucu, irc ebtcos eae tat ge eta Alogi Siaonts a de Salsas Eset do Once t Neve Nis primis ahmae Sorbie + pe sen fo resp po oe, ‘Seana tu coneel © wan vans ne won sable Oe im « ae wl isa) ‘agate (pndesconederagde ia twas num aepode sem oma) A recat om Sh scion ‘oa putea fer surg nto ds pcr de tei eo ad pt “nos ee apoderado das mathors teak: os restates, dexprvils de melon mean © crop op pol ¢ Ae imeras Comendaey de grees rman a 4 Dieetos primitivos. A itloga iui imaginow 0 homem priv vsendo sum mundo. sem ee (entado de ature. na expresdo Aivulgada por vd. Rovsseat), As eiéncias “modernas que fstutam as chilzagbes prmitias {etologia ot anropologa fultura) Gomos. dele a isto oposiar se algo carateris a5 Socteddcs prmvas, iso €-4 sutode de “constant jure fade" (M, Mass). de tal modo que o dieito (consuetdinaio) Strange silo» minimon pormenors da vida Tamia. encon- Tamdose oindviduo emataniado numa ede continua de dreto ede, cscauen . Tso aconece porque, ao conetio do que hoje se passa, iio existe nenhumna separagto ene a esfera do Jiro, da moral, da Togo ey mom dagucls patcas que hoje chamamos de Sequels Odeo at fs). tcorteligiso (at fas) © & ‘tad (at os) faacn arte do mesmo mundo axiol6Beo: por ao, 0 dicto ¢ sagrado e revelado pela tradigio, os deveres Felons so jurgkamente exigives, a tradio € sanveads fe observance obrigatra. Pela mest TarRo,“legislador™ © divindode contundensse ©. mesmo seomecendo com “Ju2 © Sjacerdte™ Anda pla enna rao, acto de apa 0 ieto stl envollo em pris magica ou religiosts (sarifcos nits, {So de vente scerdotas) decor, multas Yes. cm ambit de sepredo™ TEnmbora povco se saiba sobre 0 ditéito dos povos, peninstares prsomanos. oe at conhece cortesponde & Frmgern antes aga, Referindose ao diteto de Tartesos, of escitores antigos (austnoe Esveanio)( lata gus ese povo tink lesser: fe Tes fev sido dadas por um ret lendrioe semiivino ha tas de 6.00 anos. E Plato, tcferindose «um povo que vera fo extreme ocidental do. Mediterraneo, os alanis, relala Iminilosamene o itis de aplicagio do diet, de que fia parte serifcos animals, uma efegdo ritual © uso" de estes snuisisr ate enti es 25918 hsm, Eome giana phllppcorun |. ESTAR, ‘opin 3 Eb, wots cm A GancleGal, toon de formes ae Sites. hand TM p16 3 Pere pine e seerdotas, Refre ainda que as les, que Ines teriam sido dadas por Poseidon ¢ que cram rematadas por tesveie maligdes fontra quem ts siolase, estivam gravadas numa colvna “Também as decisbes dos essjuizes eram gravadas em laminas de coro, conssgradas religionamente ‘Sobre as pitas juieas dos povos do interior nada se sie pratcamente, © modelo geral nko deve, ao entanto, ser rule diferente, salvo, porventura, quanto a0 eardetereseito do dirt, 5. Bibliograia, pstmt os cnt ee ISR Wo hist ap le sai Mad 197 8 Boas °F. Hier Ppa mk of Poin ‘ior de fspona Agar, vo Ac Outs Mangoes ‘Auninas, Os thers, Lisboa 1904, TG. E. Powest. O¥ ees iin‘ 4a Baan Pubo sie Epos Ma 1 DMFaans os Savon a Pol sho 13 u PERIODO ROMANO nea acy 1. Introduct, |A guerra com Cartago foi o incdente partir do qual 05 romanos iniciaram, em 218 1.C, a congusta de Peninsla onguista que se prolongard até a6 a. 14.C. equ se manterd Sempre inacabada nas reides setentnonais(zonas cantabvce © asta). A ocupagio romana dura ale ao ini do século quando a seqlo combinada “das invasbes_germinicas «dat Fevolas camponesas reduzem a zero 0 poder de controle do Sinda existente Império Romano do. Oden 2.0 imperlaismo romano. torments ane of romans & Espn compeede ‘eiten a caplet lami dar prs apts do eto ‘Suing pty) alan pas Ea vs) ncn om {ie clcdn 0 eracnanto Smet 0 so ie Ineo Com conseacnte soprano) oy cis a ober ‘Boom Creosote ine erty ora fe ‘ponder cate age ere po de, ‘ods de ove tereps ong e por ovo, ‘pred pltom e combs it opr man fron» ma So emanente ete ee tnpeninars poten epee esis SER SSS oi et fs are rane prs vender em sd pr cons) Tso eae EPamend c opener da etprate apical gue ft borat cxplogio nc © sce ao € spain ms \2 ‘Sun my to tthe erway en, ote ane pun» grec pseu tpi (late eater) onde se reravam 0s fn. te ‘Sn inex psn temas poli nencona. exci into 3. A Integragio da Peninsula no sistema imperialists romano. TExploragio e organizagio econdmicas. ‘ferns compile corsets asin ies pul price en ppd brs as tas eo ‘et pala cn tio, Gn mn ‘rina omen igen dr © hk “to iodo explora Peni & conti pelos Oa sls co resto ao abo asad (meant © sagan ay ey Sl nari dn ne (Wimendanene per Qe cous romana votes so tbe ana) nondtnn swab dow solos, ozs oportxment exane © JimGtamene igusmds fecoecondus opera) “Pr Reenter it ao ago dobsta pois cil tar "roromate, pope hat tamen spouses “Mogens East ubtnan aces patieonoumy 1)" sobre o apr pub Ipor coma ofr alias ds colin «mip pada her popcade oman) pan ss ‘own na sinters pri ir pes once sna ee ‘fers fan remot) CCA RS, Dede pid romano, Papa, n'a ss cee Sa Sa ne fee lente de it cam ot psn, gue Fels vrs fsderatar¢ Shera ros pops pels eas Fran lo anion apn Pa {se proprio Estado. algun tam carter permancve (emo © gosto npr. annals Irndment,sistensuedavs ssa fn Eun Feecetr de ears face boar ex pie de {S"Seencr nds mates th lence © sono) 1 iene dl a Sexp xs Prime egtiio Soom Pens Snes roast honda mites on ‘aide, donne Ale Impéro'fss fe n8.C) pace da alsa pra mat ag hai oa ‘lm oneynte dear go someting ds a ‘Skt Se mi Gn oy at pes Sis cmc ma ie Sargasso anf scrone) sac de reli lene! pra open ora nts sper sapere a ees Eran, concent ds pope ic: whe tpn Eesnadh_po om pve” dengeliboe tment lots See a cs ue ico pl € pe Sen dot Sailr pbc No cmp om omg ad tes aM. Yc, Mtr de Eyam Aur 3 Madea son Hee Sia ‘those dev satan Go tmbibo cro ol ca rnin en or ae 3 ‘ur, ster bc eso «hen ae fetnnda ana stare 6 ms 00 menor angus cr fs pe tai ce Ie nd i ue se el sen ‘ontira, Aqsa unoce yeseo Eade de mame port itil a ine eben res anc! dor "caver commequemen a ees pot Se depen 4A integraglo poltco-adminiseativa da Peninsula to Estado romanc. ‘A csieutura do Estado romano republicano era a de um Estado “pessoal” em que o feconhedimento de direitos cvs © pallticos (idedania) dependia. nto apenas do facto de se resiir fos lites peogrtieos do Estado (us sol"), mas do facto de se ter uma ligaeko gentilia ou einiea com 0 “povo romano” Gus sang) Come ot “rept 04 “hei Em contraparta, a poste da cidadania (satus citar) saranda a partiipacio, na Nida politica (res publica através de Seats “democraicos” ong, comiia, vonsiha, senais)(). ‘Assim, a patiipagda no. governo «nas insitugdes juridcas romans estava feservada 4 exlgua minora de pessoas gu, por forigem ou por concesso individual, ivessem o tuto de eves.Os festantes (salvo os alianos que gozassem do esatut intermedio Ae avn, que Tes garania ests diets cvs politicos) eam tstrangutos (eregrinn, desprovdos de direitos cvs e polis, Embora a sua situagho pudesse estar protegida ov por teatador (Goedus) ou pelo dito internacional Gus rena) ‘Quanto ao estatuto do terttorio, os fomanos marcavam também a diferensa entre o seu territrio orginal (ager aliens) © ‘on teriérios adguiidos por conguista (ager publicus popu oman) entre a cvtas romana, titular da Soberama, eas Drovinias (de pro. vincre, “para, subj”, designagio. das Stibugbes do magistrado colocado a frente os. terttrios ongustados), objecto de saberania, com um esate police. fdministrativ definido caso. por caso Ulex province). ‘A integragSo da Peninsula no Estado fomano realizouse segundo exter canones. ‘A Hispania subdividivse em provincias romanas(“}eujo rnimero e limites vararam — dependents inirecamente. do Iimperador (salvo o caso da Bétia, que dependia do. Senado) auras de sovernadares(egat, propraciores) provetientes da flasse senatria e dotados de’ argos poderesadminisrati> os. jugietrios, Tiscas'c miliares. Mais tarde (293 dC) 12 Ache do, sd, ominous Seishin str eins Shaner Se ero Meee Tanna Roan ih ia hn un Se 1 Met, k,n tina, romnot ngs reanbcra anne ¢ eae de Pen Sno Band {pe » open aque una era unde admit andy at ‘itn grovicar (nto cnc, mam un pcr fan) sk engohadat Mins ene alts se soba Speyer te Glia quando a insabildade politica do Império. desaconseihow 2 concentragio de grandes poderes nas, mios dos magi fines repionis, os poderes dos governadores slo limtador fay peouncts. agora subdiidias,sdo ttepradas em circuns- trigdes mals vastas (dioceses estas, em perfeerrae),adgultinds ‘© Império uma estrtura polities "em pirimie” que Caracteritiea dos estados fendas, No interior das provincan, © teritrio estava divide em convent, crcunserigges de cardelerjudiial, devendo 0 gover- hadoradminisar rotatvamente a justiga na capital de cada Convent (um pouso somo ins tarde 0 Yard o eorregedor na fede das comareas da sua coreigio) Mas a unidade poltico-administativa fundamental era a cidade. Teanspondo para a Peninsula os seus proprios esquemas poliicosdministrativos, of comanos consieraram os habitants {is Espana como agropados em eilade (citares, 0 que, mus Neves, representava, oma completa elo j2 que, num bom himero de csson, por detris desta designagto se encontavar Comunidades inigcnas sem qualquer expresso urbana; "idade” Sssigna, enlfo, uma comuaidade geotiiea @ que os romanos ‘econhecem idcotidade ‘0 estatuto das cidades era desgual”). Havia, desde logo, tai “idades” ow comunidades indgenas, cujos devo, deveres brganieaco interna dependiam das peripecas da sua submissto pelos romanos, oslando s sua situa entre «de edades ves fu federada, com una siuasao guranida por acto unilateral de Roms ou por tratado,« ade eiads etipenddras, submetidas to arbtio do governador da provincia, que podia Feconhecer «| Imanter (ow nfo) a¥ sos formas de mutosgaverna: 4 maior pare dels pertencia, no entanto, a exia skim categoria (na Bera Segundo Pino. 12) em 175: na Tarraconense, 428 em 472, ena isin, 37 em 45, segundo a mesma fonte) Havia, por outro lado, as" cldades de po. romano, consiuidas. por cidadlos romans (ou, pelo menes, por latinos) organizadas segundo um ‘modelo adminsrativo bastante homogéneo, embora dependente fos seus partcuares, dos estatton que lies eram coneedidos quando di sua Tundacto (ex: fex ursonensis, de Ostna ou es 1) GM. GaLsERER Unerange sm roc Sedna ‘malactana, de Malaga). Os dois tipos fundamentais de cidades Fomanas so as coldmas, fundadas de” novo. por cidadfor Tomanos, normalmente amigos soldados (ex. Sealals, Santa. rim, antes Proesdium Tulianuon,acampamento militar perma nente)€ 08 municipios ex: Felicias Tula Olispo, Lisboa, amigo asto pueromano), resultado da trnslormagao de cidades Pt “Riisteates a cujos habitants fora consedide 8 cadena Ov 4 Imtnidede. “A. partic da segunda metade do. see. 1-0, a8 somunidadesindigena assinlanrapidemente fooma mnie pal de orgaizagio(, ‘A orginizagio administativa das eidades de tipo romano era um deealgaesimplilendo ds acminisragao de Roms, como: Sais magistados ¢ oy seve conslhos. 0 conselho municipal (euria) ea constuldo ‘pelos membros da olgarqin, lol (decuriones)- Os magistrado,eetos anualmente pea bri, eram quatro. (quariorin), uns cncatregadon das tarelasplco= Administativas © finenceicas (duovie), outros da ordem ¢ abastecimento piblios fedies)..O municipio consis, assim, lum pequena repiblica gerida democraticamente, embora sta “democracia™, Como mais tarde & dos concelhor medievas foxse faseada pela predomindncia (progressivamente ransformada em rmonopétlo) da oligargua lal nos rgios muniipas de resto, Felaiva facade com que certas comunidades. indigenas fdoptaram a forma municipal deveuse precisamente ae Sirota oligaquiea, que permita que 1 arstocrcia indigena Pespetuase, sob formas agora romans, o seu poder, istalando- Senos calgos munca ‘A crise do Balxo Império, anes brevemente dessita, veia lransformar sta situagle. Os citgos.municiais, a enifo Aisputados, pastram a repeesentar um pesado fardo econémico, pols obrigavam os seus oeupantes, nfo so a custear de seu also fmuitas das despesas dos agora insolventes muniipios, como 8 Fesponder peramte 0 fisco pelos imposios que 4 clade devera gar, perante tentative de escuse dests cargos, 0 governo ental Tormoues, no sée. 1y (80 dC, Ch, 12, I, 122), 6 Pi as tsi heteditrios. © que rematou 0 processo de arsuinamenta da sligarguia cuit ‘Um outro aspecto—de resto conexo com 6 anterior ~ da imtegracto da’ Penineia no Estado romano € 0 da situagio juridiea dos seus habitantes, ou sja, doe direitos que thes ram atribuides pela constiuigho romana; direitos, tanto politicos (ig. cleger © ser eleto, ocupar cargos publics roman) como civis (vg govar da lberdade pessoal, conttr fais legitima, Ser proprietiro de bens e dspor dele). A questio do estatuto jurdico das pessoas nfo. se resmia, porttnto, & uma mers ‘tasiiagto formal ou honorific, mas era'© mode pela qual © Alieitofegulamentavao lugar’ dat. pessoas na sociedade, fhomeadamente em telagio a0. poder poltien ¢ 20s mecios de Drodugdo. Assim, st peregrius, por exempl, significa, muita Eoneretamente, estar impedido de aeeder a0 poder pollico na Sociedade romana (.é estar condenado a desempenhar nel umn papel de sdbuio} e, mais do que ito sighiicava certs cestrigbes {paserionmente bastante atennada. pelo direto.pretoro) V8 Possibilidade de adguitir ede dspor jurdicamente de ben, Ifo relerir as limitagdes concernenen 4 consttaiezo da. familia regina ‘A primeira situaydo dos peninsulates « ese respite foi, cvidentemente, muito’ desfayoravel os que ado tinham sido Fedurdos 4 sravidio, entrnvam na categoria de peregrin, 0 {qu, pelo menos alé a0 inicio do age, ta. implicava,além da ‘enegagdo de direitos polticos, nto reconhecimento de direitos Patrimoniais, ou sea, 8 expropsiagde dos seus hens, pelo menos Perante 0 dreito romano este. As proprias neceaidades Jo $Ssema écondmico romano exgiam, no enanto, um mais aberto reconhecimento da eapacidade evil cobretid, patimonal) dos peregrnt asso Fespondeu a protecgio que thes passou a ser ada pelo dreito pretério. pela que, nos Tins da Repablien, at ‘iscriminagtes que os afecavam dlziam respito sobretudo tos Aietos politicos 6 que, nis provincias, nha sobcetudo que ver com a possibiidae ve partepar na vide polico-admiisrtiva fds cidades romanas (Colonia, municipios) exercer o8 cargor ‘munieipis, aceder & propriedade romano do solo. municipal sas [Até 74 4.C.. 56 através de concesses individu ou espciain dda Gdadania ow da Tatnidade, To} possvel aoe peregrin! Peninsulares abandonar a sua condigho, Nesle ano, porem Vespasiano, visando” dar forma romana as. comunidades indlgenas ¢ permitr 0 acesso 4 cidadania romana das suas ligurquas, concede todos os peninsulares oestatuto de latinos ‘ave, na modalidade de concestio utlzada, garantia também 0 acess cidadania aos que tvessem ocupado cargos no governo dds cdades ¢ as suas famine Com into, toda 9 obgargua Indigna aseendeu rapidamente 4 cidadania romana, adguiindo © estatuto juridio, socal e econdmico correspondents. Finale seme, em 212 dC, Caracala remata 4 unifieagho do esatuto jrdico dos homens lives, eoncedendo a cidadania a todos os hhaitance do'Império. A pari dagui (eAparte 0 grupo socal dos eseraves, jem diminucdo, em como outros estatutos Socials residuais(")a Mevargulzagdo social dos individuos, Io deixa de ter certosreflexosjuriicos(* (ao contri do que hoje acontece, em ue” & desigualdade social. dos individuos corresponde a iguadade formal dos cidados perante ali ir ter obretudo ouiro ipo de reflexos, aque nos flerremos de Segui, "He vimos, a0. deserever_brevemente a sinago sécio- sconémiea da Peninsula no sc, I yu eattva longe de ext por esst altura, urn igualdade entre todos os agora eidadtos Fomanos. Se, nas cidades, adistingdo entre dccuidescpebeus se sbatera,estando quase todos iemanados na mesma pobreza, ja 4 distingdes entre as. economicamente decadentes populagdes Uurbanas ou os pequenos proprietirios curs, por um Tao, € os Fos laifunidrios por outro, eram patente. So estas difereneas Gronémiconocais re necesidade ds proteeeso dos mais cos honestiores)sentida pelos mais pobres (humors) ~ que tem reavivar ‘elhas instigdes de" submiss8o_ pessoal (eomela, ddevrio, hosplium), dando-hes, embora, um novo contetdo Surge, endo, a insliugio do. parrondio. (ou parrocinium, ©) Reem & iting emo smaien egies (arin, Centar mations, nop de ceion cargos através da qual o patrone garantia ao cliente proteegio © meso eras isengbes em face do Estado, conta a promcssa de Submissio pessoal (reveremia, de enegs dan proprits terrasse as tem (continuando a cultv-las por coasensimento do patron), de pagamento de uma renda ou de presto de serviges pessoas, nomeadamente de carter militar Com a generalicacto Ao patronato,reintrodunse a desiguatdade de estates jiicoy Dessous s6 que. agora, so vincuos de cariterorginaiamenic privado. (quise-contatual) que se substtvem as clascagdes legais (de direitopiblico) anteriores(") ‘Um outro. fendmeno de descriminago dos. estautos jusiaicos pessoais proprio do. Baixo. Imperio peninsular & 4 Iimposifo™ de estatutorprofssionais transmitidos hereditary mente. J4o encontramos no caso dos curls: mas eta tne nca para adsreverlegalmente as pessoas a cetas prides ov cargot onhece uma maior extensio —atinge os funcionioe (C. Th 3.223), os atais (C-Th, 13, 5,39) 05 saldados, os ttestos(C Tid, 7, Dye 06 colonos (CT. 8.17. 1) ee Se'o primsirofendmeno prentncinclaramente aa celagtes de cncomendagde feudal, 0 segundo antiipa regulamentagto do Trabalho e-da_producdo das corporagies medievais. Qualguer eles na ‘verdage, 0 snal de tnt novo sistema de relagbes Socais0 sistema feudal 5. Dieito © pritien juries © sistema juriico romano concedia amplos poderes de eriagdo do dicta aos magistrados encertgador a aplicr a justia (em) Roma, os pretores), As lei (legen plebiscite, senatusconsulta: mais lar, consfticiones prncipum) apenas forneciam ina meldura muito gral para a dels; 20: pretr competiaanuneie. no inisio do seu mandato ama, 0 set programa (dictum) quanto & forma de iatzpretaee splica e. esa © «sot along insta do paren ef Buaeaute ‘nou NO CM. Gracia atc Mama aha eke ce oe mol toad 1Na eaidade, era este “programs” (iu practorium)€ nfo 0 texto as leis (lus elie) 0 Werdadei dire. vgente Tso, que se. passava em Roma, pasavese também nas provincs, onde o'magistrado encarregado de aplicar a justiga (governado:) dispuoha de_poderes ainda “mais vastos para enduro process (copnti.exia orden, © que the peritia faptar 0 diet romano” os. diveitos costumes. locas, Sobretudo. quande estes tiahom atingido estadis avangados de desenvolvimento {como acontece no lnpetio Oriental, as nio ‘no Ocidenaly onde iso aconteceEgipto,Grévia pode falar ‘ae de um verdadero “dete. provincia” mesmo, na paca slisica do direito romano (130 &C. a 230 6), ‘Ao contrrio do que aconeceu com diet de Roma, que foi objec de um tratamento dogmitico esplendoroso” por geragdes de jursias,o ditto provincial —pelo menos naguilo fm que se alastava do diteito metropolitan —-merecew pouch Bstengdo ‘por parte dos jurists, talver porgue eles Ao Abundavam fora do ambiente romano, Dsl gue ae suas insttuigbes sejam eenicamente menos elaboradas(vulgarizagio, Tulgorreci, menos conceptualizadas ¢ formalstas ¢ mais proxinas, pelo. contro, dos objectivos prices que 36 Dreiendiain ober. O diretoprovinialé, neste smi, um Gieto tals "transparenie", em gue as lenses socials regular $80 tmenos obscureidas plas ‘ensGes Higieo-conceituais do sistema dogmitico do dircito. No que respeita concretamente & Peninsula, dada a inexisténei de importantes fontes de direito que Ihe sejam spetfieas("), 2 ‘pariculaidade do seu dre apents_podia Aecorter du vialidade dos direitos indigenas da atraceso que fstes pudessem ter tio sobre o ondenamento juridico roman, Isto. no acomteceu, porém. Do ponto de vista jurdico, @ romanizagio parece ter sido bastante elective, como 0 prove @ Utlizaco™ de ormas:juridicas romanas. pelos prOprios ere prin) 1) Sobre as pvtinsto do disko romano, A. CO, Droho ao “Pei algunas leis manicpas as, pars nis ces, Lees 6. Biblograa. Infrae gis ane x clog romans pode set see ie Si 9a se eee ick ia fips fe ‘vel, AH OUNeita Manguts, 3, Vensowa SEtnAO) ¢ do Sone Atancha Porte! romans tshg ase Mee sien, pao prse lai ORS. Derek pale ‘non, Fant 173 We Rint emcees ia ens oR Ven el se ts oman habe Wes. Chie Date Roma, Cara 0 ) 2.0 slstema feudal. estutura sociale econémica que vest a fstabeleer na peninsula -e que” acabamos, brevemente, de feserever corresponde Aquilo que, na Teoria das sistemas soca, ‘ostuma ser designado por "sistema feudal. Como s rata de umn Sop paar ec Ha [neat anpesson Let pamper, ne owe Peri en tipo de organizagio sovil e econémica que, substincialmente, fos vai fornecer a) moldura geval da historia. das insides durante, pelo menos. der séelos,couvém que Ihe dediquemos agora alguma atengio, tendente’s senticar os seus tapos ‘stratus bisios e define a efideia que estes teem natureza © Tungdo social do dreto e das snstiuigbes juridias, ‘Ao contririo do que acontece com a designagio de outros sintemas_econémicosocais (Tesclavagisme”, “capitalsmo"). Gesignagdo.“Teudslsma™ remete para caracteriias, gue se Situam, fo ao nivel das esiruturas econdmica Ov socal, mas £0 nivel das estruturas juridics ou politica (agos de vasalagem politica, deveresjuridicos do vassalo em relago an senhor). Iso fax com que o leudalsmo tenda esr earscterizado, predominan- femente, como um regime jurdicopollico (enZo tanto como um Sistema econdmico-soctal) c que, a chasicagho. de. certs formagdessocais hstorieas Como *feudait” (04 nfo) tenda a ser feta, dum poato de vista formal partir da presenga (ou no) de eros ts juridios «politicos ‘consderados earacterstios 2.1, 0 feudalisme enquanto sistema jurideo-polileo. Embora a perspectiva da istria tradicional — que earacte= sizao feudalism a partir dos lagos juries poios que unem © senlior a0 vassalo no nos parega se fundamental para 3 Expleagio histerice (ou sea," para a descobera da Tégiea imanente so todo do sistema feudal’ que explica as suss insttuigbespoiicas. juridicas © socials concretas), convem tsbogar os seus trapost"), ©) niteigaijrcopli sled gu deve ofandametal ‘one ie ah” pi e's Sc Semcon ane ener Bt . Siisaenh erdeachon Fea, 198) 6 8. Hist sen nd Yorn tenga tee ena) fo pifnfamene meclcada spor Mane “ Hiri ot tg Do ponto de vista jriicopolico, feudallsmo caactriaa- se pela combinapo de dois tipos de rlagdes inter-pesoais: por Un lade, © pacto de submissde pelo qual o vassalo promete Fidetidade « serigos pessoas (ama de todos 0 servgo militar) tao seu senhor(" por outro, a concesio de teras pelo senhor. fm retibugio de servgos press ow a prestae (bencilunn Iipendum), concessio. acompantada de ampla delegacho de poderes, Este concessto era incalmente uma tenéncia, preci fia precartum, tomure (Go lat tnere, deter) (°), a progresiva inispensabldade dos servgos do vasialo (nomeadamentc, dos seus servigos militares) fora translormando em definitiva © heteditiria, ao mesmo tempo que se consoidavam rela multiplos poderes. de" natureza “publica” (adminstagio da justia, Fobranga de impostos, ergunieagio. milla). Assim, para oncepgto tradicional, febdalismo exists em propre, onde Se Seriicatem concessbes tentorias pelo senhor, acompantadas da Uelegagdo de poderes soberanos, em iraco de wna promessa por pare do vassao, de fieldade ede presage de servvoe pessoas hbres. Brush tan wa Mocha Wan 199 (6 ms Prana Gs ae fen en SE Ue orcs et Bovtso de 0. Hretuhmena prs ons Jo" eal de ite i moda om 8 einen ‘ol ia econ ego He cade elrase alo de F Umuor Out oft, Uses 113 isi gi on ppc ons a ad ran Ty Ns Unpage da oe, rite, cairn atch dpe, fa ees eo ‘St ae my de “emis fora nem protests jure poh reve Ha sone Ch MUREA Soe pana “aoa e "ans Dis Ep 198 5 Perak fed! ss ‘Ao lado destas fGrmulas juries, a alta dade média sonheceu também a figura da simples “imuidade", tal era & Susgio de um domo isento outdo") da jursdiglo real ~¢ fm que, portano, cabia ao seu senor (dombus evra, Landsherr, “senhor” da tera”) o desempenho das fungSes de Soberano sem que, no.entanto. esa imunidade acarrelase brigades de presiaydo de qualgucr servigo ao soberano. Se a Sombinagio de “patronato” e “beneficio™ dew orgem 20 "Teudo™ a0 regime feudal (do ponto de vista juridco-poico) tpicn, 0 fevenvalvimento da imonidade” dew origem 40. "senhorio" fegime. mais mitigado, nomeadamente enguanto: (a) nele 10 ste uma dlegngso expresa dos Gteitos dori (regalia, dietos feais ou "dominicais) nos vassals, mas apenas uma “absenio™ do seu exercllo em cerasdreasteritoriat e () 0 vasalos 20 fstio obrigadon ao servigo do seahor (nomeadamente, 2 se1vigo fmiltar que, porteato, quando prestado, thes deve ser especa- ‘mente pago(") “Feudalismo" ¢ “senhorio™sio, no entanto, duas entidades Aitcimente distingives na realidade social politea da iade- “ivédia els ikem lado a lao. combinamse uns com ‘tra Sobretado, ets contibuem ambas pars dar forma 4 uh ‘mesmo sistema econémicosocal(') No entanto, els surpiam ¢ limpureramse na historiografia medievisiea a partir da neces dade ‘de se_distinguir~—no. plano da histriaexclsivamente jurdico-poltiea —os regimes Teudaistipicos— i, agueles em (fas ins ceutical foal, ates eninguec. 0 pote sos sahara, so pm nal igen ce alongs ot ‘Scar si ev ern em ug erg mtr, oc sei lata pen ec eae Cats maine seer anon or aie Seve esi var ot ars poe tn FS ti rie ce ‘pref flare "complenumFeudae” (MERLIN OE DOU. % Maki des eine reanizagdo poli & dominada pelo ago vassilic pel fos grandes senhores de exensos poderes mags Tose 05 regines em que, tendo-se verficado tambem uma extensa vigineia de lagos de subordinagio politieo;uriica dos Individuos. aguela pulverizasso, no topo, do poder politico nfo se venificou em 120 alto BrauCWC. ete temo en so on. tn an ema Rec soe gt ietaton bies wes oa tt" ‘ei penn funda meade ost, Pot de intr te hn era ae ‘Gea 3) one eetgnen Cpanel tata sige dct, Ep eros ext ue Monica ar eben Rca 1 hone ‘onda ay fora. Optveles. VU Be exiénee om de att in ett Cns'e Reet Ope lag a avec ding cn lao” com esa ‘Sets trcional de rears yotheu aie we rhe ‘eh iS en so dein “nba ou ‘im 2 er eam cm stem ondmancal hn. 1 ‘Sore adit {boli se este demande eho sean ds ENS roe te a Ps hh PAC Pat ments ire Pong Ed, Baro, v1 ae 2 pS ay ie i hl ime cot "Co, Rs fpostsotmparnn creme on que de aber we a ats ds sumo Domus atures Wal fcc as Wette Sani 6 anny eps tes i 8, (Cy "Sobrey caso ied pts (ends) em Portal a st go stew pam once XA Stn, Suri lode porate {ow aban em Etbeien-y ck $25 nds pn em" A, SUN a ‘wel azo vine ao Pera aoe isos 1893, Peri ek! 5 ‘ure L162), Pata ses ular ¢ repent gue Ce nt hc fe Sevigo tac oobye heedtnedade dos few. complet ‘bso dos" agy de sslagem “prt pos ge Se ‘SSaigen “arta” com omega stare dor Sos Iaguidicn re pe Hohetorcin) poe snk fea si em oc, SOF a ts ‘912, masenda soitora/ mena perspeciva de fond. € isda Tebow tm forage Le Pol ean 3 fe Fie inn tho ce ‘in por Asano Cantu, eon comin se Poe hou, a We on economic Pr on 8 Tai sine cen wot A'o met de er quia of Itarigtafia anin)® por AH. Ouivema MAnQUES xt 1 Pal bbe 720 iat og sai cat eon rms {otpsigho fot por “Wax Weber "eneeutame © orate biped oni tacoma reo bed na ago hase conara enroute Pei ado pans) code SS ace eae ttt do mitts ‘care ie pine dgingun 2a sures MO Steen, gre" prepara. sdmisitens) "60a (00 eipenlace sipeat, Scat &rae, inant x inna BENG Mer ston eu pana hn 7) 29 8 Rinse Cash Maar conden at Poel 1 Sine Manezino Gaetan a 1 22,0 leadelame como stems cconmicosoi (© que acaba de ser dito aponta para a necessidade de cncontrar im nivel diferente de anise que permita descobrie a funidade daguilo que a visdo, muitas vezes espontinea, dos historadores tem desghado por “eudalismo™, nomeadament, as realidades sociais eutopelas desde a alia dade média at is irandes revolugSes burguesas do Irdnsito do sé, XVII para 6 SAIN) De alguma forma, foi este 0 objective da historiogeaia (sobretudo, francesa) medieval e moderna, ao introduzr 2 lado de “feudalismo". 0 conceto de “regime senheria” ou *eudali- dade” (cl. supra, 2-1), eoncito que ~ coma vimes pretends Stbranger is venludades ‘my yu, apesar ds atipicdade ou falta de hides das formas juriice-poliveas Teudais, se verificow una forganizagdo ccondmics-scil caracteriada_ pela existenca. de Tagos de dependéncia econdmiea, politica e socal bascados na posse da tetra”) ig. em que a posse da tera atrbuia ao seu Tuite poder jeriico-politeos, em_que 0. propritsri.ert lambérm enor" & 0 culivador directo ert, para alem disso, “Sfervo" ov, pelo menos, “sbdito™ —, lags que embeberars toda a esirutura Social (e-ndo apenas 0 ume das flagoes judi polis ~ ou sej, a5 selagdes entre soberano e os grandes ‘assalos 'N historiografia marvista —na qual esta temtativa de agua forma se funda —encara esta questéo do. ponto de vista da “Teoria dos motos de producdo™. sintetizada por K. Marx no Precio da Contibuigdo 2 ria do economia poitea (859) (ft noua pena pemte sinds aban comics cupric Se SSR ee ses ins" Ua a Pea fd 8 “As minhas invstigaebes chesaram & conclusio de que a8 relagesjuridicas ~ bem como as formas de Fstado — no podem Ser ealendias por si mesmas nem pei pretensa evalucSo eral 4o espinto humano, mas que, pelo contaro, els redicam mas ‘ondgses de exstencia material eo eonjunto Hegel, sepuindo ‘exemple dos ingleses ¢ dos franceses do ste. XU compreende sob'a designacdo de “ociedade civil"—e que # anatomin da Sociedade esl deve ser procurada, por sua ter, na esonomia polls. Eu tina comegado.o estudo desta em Parise contnvei- ‘oem froxelas para onde tinha emigrado na segutncia de um tmandsto de expulsfo de Guizot_O resultado geal que chegue que, uma ver aur, me seviv de fio condutor dos meus fsludos pode ser ansim sinerizador na produdo soca! a ua feulténcla, os bomens eteam em relagdes_determinadas, hecessris, independents da sua vontade,relagdes de produsSo, {que corespondem a um prau determinado do desenvolvimento ‘ds suas forgas produtivas materi. O conjunto desasrelagbes ‘de produgso consti a esrutura econémica da sociedade a base ‘oncreta sobre a qual se eleva una superetrunura furidica © police equal torreypondem formas de consciénia social Aeterminadas."O modo de produczo da vida material vondiciona © processo de vida socal, polliea e intelectual em geral™("). “ee cattitdn soon, Som gue esa ng ae nl) bevel elatvameme peace cabo jn yr shade fase & ws pr do pis hn (coe pods de una on dev slur” deminer). edu te contr mass, {ate de confer iectnieloges exe naar fo, srottilpeament forename aaa epee {a anne gab 0 pnts proteoierde tenn fe eds Sinton oo produ «a us de roegfo mara et cam ea Sime pee women rg wa moo Sine dent de a ein ret 1 ue fala Mars oe encontra no plano dorama no plan das ors ilu can apres) #aproninaie deta ssa cont aco nm bu ota dts Yeoman pce Sega produc

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