Ano XII
Boletim Operário
Correio da Manhã
Rio de Janeiro
13 de maio de 1915.
Edição nº 5.922 Ano
Protestos contra a Guerra
Realizou-se ontem novo “meeting” na praça pública
Realizou-se ontem, à tarde, o novo meeting
convocado pela comissão popular de agitação
contra a guerra. As 5 horas da tarde, perante
pequena concorrência, subiu as escadas da Escola
Politécnica o primeiro orador, que começou
explicando que aquele meeting era mais de
protesto contra o assassinato do operário brasileiro
João Castanheiro, delegado ao Congresso
Internacional Socialista, que se devia realizar em
Ferrol, na Espanha, e que deixou de realizar-se
pela intervenção do governo espanhol, que mandou
espingardear os congressistas, ocasionando
mortes e ferimentos. Os demais oradores, que se
seguiram na tribuna popular, manifestaram-se no
mesmo sentido, em termos veementes, não só
contra a atual conflagração europeia como pelo
assassínio do referido operário. Entre os operários
que usaram da palavra, destacaram-se os
Senhores João Gonçalves da Silva, José Elias da
Silva, Orlando Corrêa Lopes e Juana Buela, viúva
do operário assassinado em Espanha e por fim Leal
Junior, que encerrou a sessão, submetendo à
deliberação do auditório a seguinte moção, que foi
aprovada com aplausos:
Em face da existência de estudos abalizados sobre o comparecimento da
delegação brasileira ao Congresso da Paz de Ferrol – Espanha – em
1915, sugerimos em caso de dúvida ou conflito de informações com o
presente texto de época a realização de leituras atualizadas nas
retromencionadas pesquisas.
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Nº 648
Caxias do Sul, 24/abr/2021
“Considerando que o direito de reunião e livre
manifestação do pensamento é um direito
primordial conquistado, adquirido e reconhecido
em todo o mundo civilizado e considerando que o
Congresso Internacional Pró-Paz, convocados
pelos elementos proletários e revolucionários de
Ferrol, Espanha, e tendo por fim combinar uma
ação conjunta dos proletários da Europa e da
América no sentido de uma afirmação positiva e
concreta contra à guerra e favorável ao
estabelecimento de uma paz real, baseada na
solidariedade efetiva desses proletários, colimava
um escopo altamente humanitário e de verdadeira
defesa da civilização; a massa popular reunida em
comício organizado pela comissão popular de
agitação contra a guerra e realizado no Largo de
São Francisco de Paula, às 5 horas da tarde de
hoje, deixa firmadas nesta moção as expressões
do sei indignado protesto contra o ato do governo
espanhol, proibindo aquele Congresso,
perseguindo e deportando os delegados ao
mesmo idos de outros países, a assassinando,
pelo instrumento da sua polícia, um dos delegados
enviados por associações proletárias e libertarias
do Brasil, o operário João Castanheira, como
consta dos telegramas publicados pela imprensa
dessa cidade.
Terminado o comício a massa de povo, cantando
a “Internacional”, seguiu pela Rua do Ouvidor,
Avenida Rio Branco, Rua General Câmara, até à
sede da Federação Operária do Rio de Janeiro, à
Rua dos Andradas.
Durante o comício e o percurso feito pela multidão
foram levantados os gritos de:
- Abaixo a guerra!
- Abaixo as fronteiras!
- Abaixo a inquisição moderna!
- E ainda outras expressões contra o governo de
Espanha e contra Dato e Affonso XIII.
A multidão dispersou depois em boa ordem.
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2 / Boletim Operário Nº 648

Correio da Manhã
Rio de Janeiro Correio da Manhã
10 de fevereiro de 1909. Rio de Janeiro
Edição nº 2.766 Ano VIII 17 de fevereiro de 1909.
Página 2 Edição nº 2.801 Ano VIII
São Paulo, 9 – Dizem de Limeira que chegou ali, Página 5
após viagem de 25 dias a pé, o trabalhador da Companhia Confiança Industrial
Noroeste, Getúlio Silva, natural da Aparecida, Fomos ontem procurados por uma comissão de
confirmando os horrores sofridos pelos operários, operários desta fábrica, que veio nos comunicar
conforme denunciou a imprensa. o seguinte:
“Há ali um mestre da secção de teares, de nome
Felippe de Moraes, que vive a maltratar e perseguir
todos os operários, especialmente as senhoras. A
nada atende o tal mestre; não há conselhos que o
façam mudar de conduta. Como isso não pode
continuar pela forma por que está, vem a essa
comissão ao nosso escritório, a fim de cientificar a
diretoria da Confiança Industrial que o único meio de
evitar qualquer desforço ou mesmo a greve geral, é
tomar uma severa providência quanto ao mestre
Correio da Manhã Moraes. A mesma comunicação foi feita às
Rio de Janeiro autoridades policiais, no sentido de prevenir
13 de fevereiro de 1909. qualquer futuro conflito motivado pelos maus tratos
Edição nº 2.769 Ano VIII e a grosseria do referido mestre.”
Página 3
São Paulo,12 – O Engenheiro Machado Mello,
empreiteiro geral da Estrada de Ferro Noroeste,
constituiu advogados para chamarem a
responsabilidade os jornais que tem insultado os
empreiteiros daquela via férrea, a propósito da
narrativa de operários, de maus tratos sofridos no
canal do Inferno. Amanhã esses advogados
requererão exibição de autógrafos dos escritos da
“Tribuna Italiana”, devendo talvez a ela seguir-se o
“Commercio de São Paulo”

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