A Criança e o Número - Capítulo 1 - Qdoc - Tips - Constance Kamii

You might also like

You are on page 1of 14
INTRODUCAO, Muitaserlangas de quatro anos podem enfileirar tantos pedocos de leopor quantos os que a provessora colocou mumatilers, Contuile,quandoseuicanjuntoesta fespathada como se vé na Fotografia 1. muitas delas facteditain que egors elas tém mata do quea professors. ‘Quando of edvseadores ouvem falar sobre este fenomenadenac-conservaeao, pensamt inevitavelinente sobre que snifiea ensinare numero em sala de aula ‘Aleuns conciuem que as eriangas que nao conservam ‘tevem ser ensinadas a conservar 6 numero. Lavatell {1973}, porexemplo, sugerta que aprofessora lembrasse ‘erlang correspondéneia uma umn fazend ums ponte Iver Quadeo 2) com tum limpador de cach(mbo liganelo da elementa de um conjunto ao clemento \respandente de autca conjuntn, Este Spa de ensino JIN eure Fotos re mtr © eorbontac ee ss non pasa qua quand onto speci das yan, Ee wsclnn tans que atx canoer dirigice da taro de cemservagaoéumaapitearse eranea da pesquisa de Pleyel, Por Issa, quando critica tals {entativan de aplicacio da pesquisa de Pagel a sala de aula, perguatans me: —"Entan, como e que voce propoe Sensiodan ner? — "Naoextstealaunjetadeapiear festa teoria na sla de ala E proposita deste livre responder a essas pergumiles, A penqulsaea Teoria dePiage! sto reulmente htetsparaaprofessorem saladeaula, e podem fazeruma grande diferenea na maneira de ensinar o namero ‘lementar. Enfoosrciamanetrs pela quate profescorpode lasara teoria de uma forma pratica diseutindo os quatro toptens seguntes: 1, Anatureza do nimero. 2. Objetivos para ‘ensinar* namero. 3, Prineiplos de ensino, 4, Siiuagoeseseolaresque oprofessor podeusar parétensinas* nimero. ‘Para op leteree que nao estiverem Fumitiartzados com # prova de conservaciio da nines clementar, goslaria de apresentar uma breve revisao (Inhelder, ‘Sinclats e Bevet, 1074, pp. 275-277). Métorie ‘Materials: 20 fichas vermelhae 20 fehas ante (2 ae mae de ab mmm ont lem erent Fnesigene Seat decnindastomntcrerte een este el clpestresbrenlsant ufone nrc st Kine. Etwonitaesswcossieanat (9 Kaeugsegensenoginastendepodepercor um to padentnda Sete Sct dn peek epee Se Pa 1 Tgunldade: ‘A pessoa que realia a experiencia dispées numa fleira aproximadamente 8 fichasazuls (pelo menos 7)" e pede crianca para colocar 0 mesmo néinero de suas Hchas vermelhaa dizendat “Coloque tantas fichas verme!nas como eu eoloquel as amu... exatamente o -mesmonsmero, tantasquanias, nem mals, em menos. Arresposta da erlanca ¢ registrada em seu protocalo, Se necessario, quem reallza a experséncla Colnea entao as fichas avis e vermelhas numa ‘correspondérieis um aumeperguntaderianga seascuass liloiras Um a mesma quantidade, \ Conservagae: Oexperamentadormodiicaa disposigse das ichas slunte dos ols atentos a ertanga, eepagando-as em via das fleeas, ou movendo ambas ae mesmo tempo {ve Quadro 2. S20 eas entao as seguintes perzuntas ‘Sxlotem (antas(o mesmo numero de) azulsquantas Sermethag, ou ha mate agut (azul) on mais aqui (corinethay? Come @ que wove sate?” 22000000, et Sas mn ore hale 8. Contra-argumentagéo: a. Sea crtanca dew uma resposta orreta quanto & ‘conservagio, oexperimentador dz: "Veja como este letra Grvals comprida Umaoutracrianga disseque hd mais (iehas nesta Meira porque ela é mals comprith. Queresia cerlovoct ouaoutracrianca?” b. Contudo se a resposta da erianga fot errada 0 experimentadar a lembrara da kgualdade inieial: Masvoc? nie selembradeanter? Noscolocamos ‘uma ficha vermin em frentede cada azul. Aastra terianga disse que havia a mesina quantidade de vermethas ¢ artis. Quem vooe acha que esti cert, ood ou @ outra crianea?” 4 Quottiades CO experimentador pede a crisnga para eontar as puis e, quando ela termina. ele esconce es vermelhas ‘epergunta:-“Quanlasvermelhas voce acha queeslstem? Voce pace acivinharsem centar? Came equevecesabe?" ies A Tabela | sintetiza @ ordem hisrarquica do desenvolimncnto, Novell. crianga ndo-censegue fazer tim conjunito com » mesmo tinnero. Por isso € enecessiria dizer que ela ainda nie pode conservar a }gualdadecios dois conjuntes. Algumas deseascriangas Aispoemtndasasichas vermethasaleatoriamiente como 10 Dose (pony minaret em resets ae que Inte. veers rao rem min ts neyo dest tn abe ee Hora a alg. te etseeaten poten tn ee eer Maher ee SiSpoumamieeseteene emerson ean ioe oe fee eines a sevéne Quadr09|a}-Blasé param de colocarsuasiicher porque nao tem mats nenhuima para colacer. O Quadro ‘b) mostra uma respasta mats avaneadia no Nivel LAS frlancas que fizem Isso nio dispoem exalamente 0 ‘mesmo ntimere, mas usam culdedasamente os lites espaciaisdastileirnecomoumeriterioparadacidiraobre avigualdade dasduzsquantidedes, (Quandoasenancas ida no constant o iieio da esinutura ental a ‘numero, que sevé ne Quauiro Sfb), eas usamo que Ihes parece ser omelhorontéro,ouseja, nestecaso, os limites ‘sspaciais dos earjuntos.) [No Nivel 1, que ge encontra entre quatra e cinco thos deidade,acrianeaconsegue fzer umeanjuntocom cnesmo niimero, mas nao consegue eonservar essa Inwaldade!. Quando a pergunta da eanservacao Ihe & Ira.eladiz, peresemplo:--Temmaisvernelhaspor stale esta todas espremidas”, goatdade | Conservagio * nice stg apmciadas, vaste de ae con tutta acca ERTENCE A BIBLIGTECAL eo0000000 amr 4 Dav i io ef VAs crlangas do Nivel IL San cuanervadenes, Bae respostas corretas a Lodas an jails, Wao ae confandicas por contra-argumentacors ds ant 98 mails dos Seguintes argumentos para explinir purge facham que as duas Mciras iém a mesint qusancilad A. “Bxistem tantas azule quaniae vermelhas posse fi eraassimmuttoantes,enosnaoretirarmostiid, clas soes(avamnespeemnidas.” (Argument da vientidne) “Nos podiamos colacar todas as vernelhas el jlte ‘que estavamn antes, per isso nfo ha main seis ow inais vermelhas.” (Argumenta da reversibilad & “Aqutasvermelhas esto nia fietra eomeprirt, mas hf cspaco entre as Achas azuis por isso ca na ‘meoma." (Argument da compensaciol ‘A conservacio nfo é atingida imediatamente e, oxtro of niveis Ile TI, ha um nivel intermedidrio. AS crianess do nivel intermeiidrio dfo resposta correla a ‘apents uma das perguntas quandose fax uma ‘letra fear ii nase mais comprica, ¢ em saguida a outea; ou elas hesitarn ‘efeuesiao seniyire mudardadle eva (.. “temmatsazais nao, verelbas... amnbas so ital. Mesmo quando essas ertangas das respostas certas, aZ0 porlem justifed-las adequndhamente ‘Aquesiéa da quotidademostraquearelacaoentre linguagem ¢ pensamento nao é simples. Algumas criangas do Nivel cana resposta correta "HE oltoneuls por isso ext arto que tambem is oito vermetas.”), mas pensam que ha mats numa Meira do que na utr Contudo, ao atingir © nivel intermediaeio, es erlangas Sempre do a resposta eerta @ persunia da quotidade, Quando 05 educadores descobrem os niveis citados,frequentemente pensam que thes cabs. tarela delevaraseriancasaoniveldeciesenvoluimento seguinte No peiximn segaisobte anatureza do ndmero,lentare! smosirarque cosa umaaplicapdo felsada teoriadePiaget. De seordo com ele, 6 ntimero @ sonatraice por cada cerlangaa partirde todesns tiposderelagoes que elacris centre as objetos. Espero que a discussta esclareea tambern porque declare anteriormente que o ensino dizeto da conservseane ima falsa aplieagae da teorla de Piaget. 1. A NATUREZA DO NUMERO Piaget eatabeloceu uma distioed Cuntaniental entre tres Lipos de eannecimento vonsileranda sie fontesbasiease seu modo le esinat inario=rntiecimemto Fisica, conhecimento gies male seen soclal esnveneional) Conhectnento fisto © lic main Paget coneebeu dots tins, on pwilos, de coshesimente — o conbieinteniy fie rnantextremoe ‘ologleo-matematieo no outr ‘Ocanbectmentofisiey éveanerinertidasubjetos darealidade externa, A cor e0 prse cle via plaquela sao exerplos de propriedades fists tives ia nes ayetos wna realidade externa. ¢ podem ser canheeldas pela observapae. O eonhecimento de sito a picts ears quando 8 detxarmos soll nn are taaniorn ur exemple de eonhestinente fie. Contuda, quando nos apresentans uma plaqueta pelhae raat), notamos adilerenca,esta dierenca um exemple de pensamento Ligico-matematico. As plaquetae sap realmente passivels de ooservagao, mes adiferenga enire elas nao. A difereng ¢ uma retapao eriadamentalmente pelo individue querelacionasda's objetos.Adiferencandoestinememuma plaqueta nem em outra. Sea pessoa nao colocasce os objetos dentro desta relate, para ela nao existria 2 diferenea Outros exemplos dao relacees que a fadividue poJeeriur enireasduss plaquetasste: pareeidas, mesmo lla peso ¢ das. B tio eoereto dizer que plaquetas azuis © Vermelhas «49 parecidas, quanto clzer que elas $20 ciferentes. Arelagaona qual ume pessoacolocacsobjetos € uma decisio sua. De um ponto de vista as duas plaquctas sio diferentes ¢ de outro clas ado parecidas, Sea pessoa desja commparara peso dasduas plaquetas, e provaivel que diya que os objetos sio ua (et peso) Se, contudo, quiser analisar osubjetosnumericamente, dir que séo “dois”. As duas plaqustas atc sbacrvaveis, parem sua “nature dual” nao e, Ontimeraé arelaedoeriadamentaimenteparcada inaivicno” Aerianca progridena eonstrugiadoconhecimento logieo-matamaticapela ccartenaeandasrelaccessimmples ‘gue anterlormente ela eriou entre 0s oifetas. 0 conheoimente lagico-matemation canaiste na coordenagia de relagdes, Por exemple ae ceordenar as relagfesde igual ciferentze mais, aerionca setcrnaapta Adeduzir que ha mais contas no mundo que eantas vermeliasequchamaisanimatsdaquevacas Damesmia forma coortienandla a relagto entre "dais" € “dois que cla ded que 243A, e que 2x24. Tiger nite ae We ew iri en See ages cake te coms Pept rans ‘Mur prepacts craven Ou aha preps ‘ecuoned at gna ou cnn qs pean dg Fieopre srnusterunmarnte lignin. asi Fisaronpueraktoacespaanangunte «a Cone Soi ng erates on roe. {te Wes ahertaren Aleaarewmsenagorrens aerate thse okies evmwenuineoscestnars brberao aa ‘SS un tue seep tne yo se um fae gt nape ae igh ene od eg Fesaerarelran cesses sages itso fro rede Assim, Piaget reconkecia fentea jnternas ¢ extemas do conkesimento, A fonte da conheciment® fisieo (assim como do conhectmiento soctal) € parcialmente!” externa ao Individue. A fonte do conhecimenta logico-matematico, ao contrario, € interna. Esta afirmacte sera eselareetda pele Giscussa0 que se segue a respeito das dots Uipas de abstracio ‘través das quais a erianca eonstro! 6 conhecimenta fisiea eo logloo-matematica. ‘Aconstrupio do conhecimente fisicee de conhectmento logico- materndatco: abstracdo reftextva e empiriea A visan de Piaget sobre a natureza lgiea aoa do numero est em agudo contraste com ‘avisae dos professores de matematiea eneantrada na maloria dos textos. Um texto tipiea de matematica maderna (Dunean et cl. 1972) declara, por exemple, que oniimero *é uma propriedade des conjuntos, a mesmamaneira que ideiascomoear, tamanhoeforma sereferem a propriedades dus objetos” (pag. T30) ‘asim apresentam-se as ersangas confuntos de ‘qualto lapis, quatro flores, quatro baldes € cinco léai, poresemplo, parapedir thes queoncontremoscenyuntos {que fenham a mesma ‘propriedade de raimero". Este exercieio reflete a suposicao de que 2 exianca aprende conceitoe cobre orxienero ao absiralr a “propriedade de ‘numero’ a parts de varios conytutos, do mesma mado ‘queelasabstraemacareoutras proprelades Nstcas dos objetos. Nateoriade Piaget, aabstrapso ta cora partis dos ‘objetaa 6 considarada de natureza multo dlierente da bstragodontimern, Asdias x20, defato, aadiferentes Jp) Anan eal nscatioreeromisstenacmedoraqan fare Setting tees emi rele ars bel ie que até 00 diatinguem por termos diferentes. Para « ahetragao das propriedades a partir dos objetos, Piaget lusou @ ferio abstracdo empirica ou staples). Para a absiracio do ntimera, ele usou o termo abstragae rajlesioa, Na abstragSo empirica, tudo © que a ertanea faz fe focallzae uma certs propriedace do abjeto e ignorar as utras, Por exemplo, quando a ertanca absiral a cor de umobjeio, simplesmmenieignoraas culras proprisdades fais come o peso o material de quee chjeto € feito sto 6. plastico, madeira, metal, et.) Emcontrapartida, aabstracao efleniva envolver construcaoderolagies entreosobjetos. Asrelacoes, come disse antesiormente, nao tem existencia na vealldade cexterna,lA diferenca entre uma ficha ¢ outra ndo existe femuma licha ov cutra, nem em nenluma outra parte {da realidace externa. & relagao entre os objetos existe somentenas mentesdaguelesquepademerti-lalOterme aabstracdo construtiva poseria scr mais facil de entender do que abstracae reflexiva, para indicar que esta abstraggo € uma construct fetia pela mente, ag ives derepresentarapenaso enfoque sobre algo exisicnte nos objetos. Tendo feito distinedo entieaabstracaoreflexiva enempirica, Piaget pressegulu afimmandeque, nodmbito «a realicacte psiealogica da erianca, nae @ possivel que umdostipasecabstracae ratsiasem apresenieaclo outro, Por exemplo, a erianca néo poderia construir a relacio dijorente se nae pudecse abservar propriedades de fiferenca entreosabjetos. Da mesma forma, arelaca dos seria inpossivel de ser construida se as eriancas ‘pensassemqucoscbietos reagem como gotasddgua [que Se combinam e se trarsformam numa gota) [Par outro Jado, a enianca nao paderia cansiruir o conkecimento fisico ce la nao thesseum sistema de referéncialigice ‘matematica que The possibalitasce relacionar novas fbservagdes coi um conhecimento ja existente. Para perceber que um certo pelxe evermalo, par exerplo, a frianga necessita possuir um esquema classifieatiela para distingulre permetho de fades as outras cores. Ela também precisa de um ecquema classifieatério para distinguic petxede todos os utrasodjetosquejacannece, Portanto um sistema de referencia logteo- ‘matematiea (construido pela abstracao reflexiva) & necessirio para a abstracao empirica, porque nenbura ‘ato podeviaser“lide’apartirdarealidedeexternaeecoda. fato fosse um pedaco isolado de conhecimenta, sem rneninima relagao eom 0 conectmente fa construde ‘numa forma onganizada, Assim, duranteos estagios sens6rlo-molor=pré- operacional a abstracao reflexiva no pode aconteeer independentemente da empirica, mais tarde, eniretanta, ela paderd acorrer sem depender desia ‘illima, Por exemple, 2 a erianca jé consiriiy 0 aimers (por abeiragéo reflexiva), ela sera capaz de operar sobre os numeros ¢ fazer 545 e 5x2 (por abstraeae refiexival, Ofatodeque aatstracao rellexiva ro pate ocorrer independentemente das primeiras construgdes de relagoes feltas pelas artancas tem mplieagoes importantes pars 0 ensina da nomero. Este priceipio implica que a crianca deve colocar todos 03 lipos de eonieiido fobjet0s, eventoae acdes} deniro {de todos 08 tipos de relagoes para chegar a consirulr ‘ondmero. Este principio sera elaboraso breveimente, logo abaixo, ¢ no Capitulo @ (sobre os principios de ensino), Adistineie entre os dois tipos de absstracito pode pareear poueo importante enquanto « crisnga esta aprendendo os pequenos nimeros, digamos até 10. Contudo, quands ela prossegue em direcao a nGmeros rmatores talscomo899¢ 1000, ficaelarequeé impossivel aprendercadansimere atGoinGnite através da abeteacao tempitics a partirde conjuntos ce objetos ou figaras! OS nammeros sto aprendidos pela abstragao refiextva, & medida que & erianea constidi relacoes, Como essas relagies s20 criadais pela merite. & possivel entender niineros cama 1,000,002 maesine que ‘nunea (onkiaraes visto oueontado 1.000.0020bjetoseum, conjunte, Aconsinieto dondmero:esintese da oriemedatictusao hierenquien Onimiro, dencordo corn Piaget éumasintese de bis tps derebacoesqueacriangaelaboraenireasabjetos (por abstragse rellextva), Una € a ordem ex outa ea lnclusa lerdrcuic, Gostarta de inictar s ciscussi através do que Paget entenia por ordem. Todds as professorcs de rlancaspequenss podem observar a tendénecia, comum entre eas, deeontarobjeios altandoajguns,owdecomtar mesmo objeto mats de nma vez, Fer exerplo. quando sediositochjetasaumacriancacapaadeveeiar Um, dots, es, quatro.” eorcetamente ate dea, pode ser que ela termine de contargarentinds quehadezobjetes, 20c0n losdamanela que apareceno Quadra 42). sta tendncia niostra que a crianea nde gente a necessidade loge de tolocarce oj eteemmumadeterminaca arderaparaseseg\rit= Sedequersnsalianentim nemeontaomesmoabyetodas vezes. 8é podcmos tis assegurar que nao dobramos de contar nentaum cbjeio, ou de que nao repetimos nena, seocolocarmnos emorden. Contudo, nao énecessare que st crlanea coloque os objeios Iteralmente nucta ordem espacial para arranjé-los numa relagao organizada, 0 ii Importante @ que possa ordené-fosmentalmente como seb no Quadro (3). BBall 97 Se | RM ls enn Gar Seaordenagho fosse a uniea cperacao mental da erianga sobre as objetas, estes nao poderiam ser ‘quantificados, uma vez que a erianga os consideraria ‘spens um de cada vez, em vez deur grupo de muitos ‘30 mesmo tempo. Por exemplo, depois de contar olto objets arranjedos numa rian orienaca com seveno Quadro Bia) criangageralmentedizque hi oto, Selhepedirines cenlio que nes mostre ov oite, ae vozes ela aponta para. ‘ultimo (aoitave abjeto), esse comportamente indica qe, para essa crsanea, a8 palavras um, das, 72s, ele. Si0 ‘ames para clanentos Individuals de uma sétte, como oso, Marla, Suzariha.... Pedro, Portanto, quando the perguntiamos quantos sao, crtanga responide 0 que hea até Periro. O nome Pedro serve para o ailtimo individuo da série ¢ nao para 0 grupo todo. Para ‘quaaiifiear og objetos como um grupo, a erianga tem ‘qhecolces-1os numa relagao de ielusto hierarquica. Esta relacdo, vista no Quadro 5(b), significa que a ‘rianga inelut mentalmente um em dois, dots em tres, tes era quatro, etc. Quando Ihe apresentam os aflo objetos, ola e6 consegue quantificar © eonjunto ‘mummericamente se pulder coloed-tos coca numa antes relocan que slatetiz® order ¢ neluste hierargulca. A reagao das crlangas pequenas a larela de incluso de classes!” ajudda-nos a entender quse difie econstruiraestruturahierarquica.Natareftdeinclusto declasses. por exempio. a erlanca recebe setseacliorrDs em minlatura dois gatos do mesmo tamanho. Era 0) Umit At inn ac de dene ub erases menace ndenat a beta ar ensure deg ohne tesa riveree rtm eee ‘tigen senate Smt ae arama, Stoners otros se eames (aU lant tears ee eiearabetdadecen ‘srg dese Aneaadodeelssecenafecorquahdafentas ‘ome by sutanne eet, une aan od il il " seguida fa2-se0 pergunta:—"O queeque voce ve?” para queo exammador possa prossegulrcomalgama palavea ue venha da yocabuldrio da crianga Entaa, ped='s0 a erianga que mostre “todos as antnais”, “todos os ‘eachorres”, « “torlos os gatos” com as palavras que & rlanga tiver usado (p. ex: cachorrinho). Somente depois de assogurar-se sobre a ‘compreensabdaerianeaarespeitodessas palavraséque © aculto faz a seyuinte pergunta em relagae & Inclusio de clases: "Existe mais eachorros ou mais animals?” Arespostatipicadascriangasde-4anos¢:—"Mais ceachorros” quando entanoadulte pergunta:—"Maisd> gue o que?" A resposta da erianea de 4 anos & — "Do ‘ue gatos”. Apergunta queoexaininadar faz, emoutras palavras, é: “Existem mais cachorros eu mals fnimaie?", mas oqueas enlancas pequenas “ouvem’ é ““Gxislemmats cachorros ou a isisitos?” As eviangas pequeniis cuvern uma pergunta diferente daquela que DS adulto fez porque, uma vex que elas seceionaram mentaimente 0 toda (animals) em duiae partes (gatos e cachoros), a tinica cols sobre as quais poder penser sao as duas partes. Para elas, naquele momento, 0 fodo nao exiete mate. las eonseguern pensar sobre fod, mas ngo quando est2o pensando sobre es partes, Para comparar o todo com uma parte, ‘@ crianga tem que realizar duns aperapses mentais aa ‘mesma ternpo -eortaro tado ern dias partes execoioear as partes juntas foninando un tide Jsto, ie acorda cont Piaget, ¢ precisamente o que as ccancas de quatro anos no eenseguen: fazer {Tak ei ce ainda ‘Sierouamee euincenis detec fa cu qeecicsonanns at Eeratincetdnernn donne redone Enie sete olto anos de lade; & mator parte do pensamenta das eriancan seternatlexivel obastante part Ser reversive Ateversibilidadese refered habliicade derealiear meniaimenteagtes opostasstentkaneamente—nesteesso, ccortaro todo enluas partesercunires partes num aa, Naago isica, material, ndo &possivel fazes duas coisas opostas simulianeamente. Costuddo,em noseaacaboras, Isso & possivel quando opensaments setornou bastante ‘moval para ser reversivel. Somente quando as partes uderem ser reunidas em atin mente e que a crianca podera "ver" que ha mais animais que eachorros, por isco que Piaget explica a abtencie da estrutura hierarquioa da inelusée de classes pela mobilidade crescentedopensamentodaenanea, Paressa, rizda 6 to Imgcrlante que aa crianeas pessam colocar {todos 08 tipos de contecdos [objetos, eventos ¢ acbes) ‘dentro de Liles a8 Upos de relapses, Durando as erianeas colocam todos a8 tipas de contevdos em celapaes, ses pensementa eetorna mais. ni6vel, € um dos resultados desta mobilidade # a estrutura logieo-matematiea de numero vista no Quadro 510), Oconhecimento igkco-matemditinne soctal(eonnenctona)) Ateoria do nawero de Piaget também ¢ centracia 0 pressuposto comuntde que os eomeettos numericos poder ser ensinadles pela tensmafssdo social, como 0 “onhecimento social (conyenctonall, especialmente acto de ensinar as criangas a contar. Exemplos de ‘coneciments soctal eorvenctonal)s40es tes referem a faios como de que Natal sempre ocerra em 25 de dezembro, que uma arvore @ ehamade de drvare, que alysinias pessoas cumprimentam-se em certas ircunstieiae, apertance as maes, e ques mesas nde foram feitas para que se Nque de pé sobre elas “Acrigem fundamental do eanthecimenito soclalsa0 as convengtes construidas pelas pessoas. A ‘curacteristicaprineipal do conhectmente socialeadeque ‘post uma noture2a amplaments arbitraria. O falode (foe alguns paves celebraan oN enquanto outresngo ‘ofyvei,€ulexemplodaasbitrariedadedaconbeeimento soclal, Nao existe renhuma raziofistea ou logica para que odin 25 dle devembrosejadeakgummodoconsiderado fijerente de qualquer outrodiadoano.Da mesma forma 0 fato de uma arvore ser chamada de dreore € completamente arbitricio. (Omesmobjetoporie ter diversoe nomesemvarias lingusis distintas, uma vex que nao exista nent relagto fisiea iu Logica entre urn objeto © 0 seu nome. Portanto, para que a crianga adquira 0 conheciimente scialé indlapensiivel a intererencia deoutras pessoas. A afirmacdo anterior nao implica que a interferéneia de ottras pessoas baste paraqueactianea adquira © conhecimento social. Assim come o conhecinente fistco, 0 conhecimento social € um tonhecimento de conteude e requer uma estratura logieo-matemaiea para sus assinllayao e organiza. Assiin como acrlanga necessite de ume estrsturaligleo- rnatemética para reconhesor urs peise vermello como fal (eonhecimenta fisteo), ela necesita da mesa pstrutira logiee-matemiaiiea para reconhecer urma palavra obscena como ial (conhecimento social). Para ‘econhecer umapalitrs obseena aesiancanecessita fazer ‘dleotamis entre “palayras nbscenas"e“palavrasquent ‘Stochscenas’, centre*palavras'e tudo mais". Amesma ‘slrutura l6gieo-matemética € usada pela erianea para ‘constnir tanto ¢ conhecurento Ssico quanto a social As pessoas que acreditam que os conceitos ‘numéricos devemcer enalnadoo atravée da trancmiscdo social falham porno fazerem a distingae Iidamental centze0 conherimento soctal ¢ légieo-matematico. No cconhecimento logieo-malciitico, a base fardaunental lo conheciments & prapria crianea, ¢ absolutamente nada é arbitrinio neste dominio, Per exemplo.213.4@ @ Inesmoresuitadoem das aseulturas, Neverdads toca cultura que construlr algum sistema de matemética terminara conotruinde exatamente e mesma matematica, porque este é um sistema de relagdes 10 ‘qual absolutamen:e nada ¢ arhwtrarto. Para eltar unt utroexemplodanalureva universalenae-arbiirarla de ‘conheeimentoldsice-matemtico, pademosdizer que ha ‘mais animais de que vaeas em todas oe culturas, Aspalavras um, dove, tres, quatre eae exempioa de conbectinenta socal, Caca idioma tem un: conjunto de palavras diferente que serve para 0 ato de contar. Contudo, a {deta ewbjacente de nixaero partenes ae combecimento logico-mazematico, 0 qual & universal Portanto, a visas de Piaget contrasta com 2 renga de que existe um “mundo dos ndmeros” em directo ao qual tode crianca deve ser socializada. Pode-se afirmar que ha consenso a reapesto da soma, de 243, mas nem 9 niimero, nem a acigno estao "la fora", nomundosoctal, paraserem transtnitdos pelas pensons, Pode-sc enainar as crlaneas a darem a Fesposta correta para 243, mas née sez8 possivel ‘ensinar-Ihes dizetamente as relagoes que suibjazem esta adigap, Da mesa forta. até as eriangas de dots, anos podem ver @ diferenca entre uma pilha de trés blocos ¢ uma de dez, Mas isto nao impliea que 0 ‘numero esteja “Ia fora”, no mundo fisieo, para ser aprendisa atraves a abstragao empiica. Ainglicepindatarejacde conservagce pera os edticaderes sipocea eetonbetnanle ny opto & Soictite Boast doentortain ‘eeniat i Sguldananen ounce be SEE St te ected oars pararopond eas pene pret, Com ei fan frowd one atoms Sant ngune come $i Sse 6 is dc ques cuore 2 Soneceacoueomtncteounseeinare eerie ‘Scout ic nbace de cine nee sem xpos ceereerinan vs ne das eps Settle coleterss cage saa ttle ing pine com 8 Esa Sehdeeap gee enemas ote tlc angen Sreeaniore ‘sunenndodunsguetgolscsadastames oi needs ee sae ‘ging tw on ova, ag ae cases torino ge eet ‘ataepcentn etme oul stared eate Seeing Re cncctep Saul. hamen tipewencrs sapiens 8 em 6 eesti Soe volvimento eumazizada na Tab. 1. Nenivel Ta erianga ‘haa pade nem fazer um oem inte que tenn © meso tinero. No nivel 1, torna-se apia para Cazer 1610 porque comecou a construir a estrutura légleo- ‘matematico (rental) de mimere que se ve no Quacro Sf). Contudo, esia estrutirra emergente atnda nao & sullclentemente forte para permaltirIhewconservacao de igualdade numerica dos dots conjsantos. No nivel UU. ela construty uma estrotura numéries que se lornou bastante forte para habilité-laa ver 0s objetos ‘numericamente, em ¥ez de espacialmiente. Observe que quando a ertanga ainda nao tem a estrutura (mentall de nrimern dos niveis Te I, ela baseia seu julgamento ne espace, ou na pervepde de sronteteas. No nivel |, como se ve no Quadro 3(6), ela usa, oslimitessilelens para fier tan conjunte quetenia *‘amesma quantidade”, Nanivelll, quando vina filet uultrapasca os limites daoutra, como st vene Quadre 2, a orianga conchut que esta fileira tem “mais”. A crlanga que nao tem a esirutura de mimero usa a melhor coisa que Ihe ocorre para fazer julgamentes quantitativor, Lato e, utiliza a nogaa de espago. Contudo, quando ela ja ver construtdo a estratura de ndmero, 0 expaco oeupado pelos objetos se torna frrelevante, pols a erianca faz {ulgamentos quantiatives imponde Wena estrucira numeriea aoe Embora a tarefa de conservagao tenha sido oneebida para responder a persuntas epstecnellogicas, latambém podeser usada para responderapenguntas paleologieas relerentes ao panto em que se encontra cada erianga na seqnéncia do desenvalvimento. Contudo. seria uin absurdo que os educadores ‘treinassem as crlangas no sentido de queelesdessem respastes de nivel mais elevado a esta tarefa. Arai Geata minha posigaa # que desempenho na tareta Suma ones eo desenvolvimento das Infra-estruturas ‘mentals, (lustradas no Quadro S(b), € outra coisa totalmente diferente. Os educadores devem favorecer oilesenvolvimenta cesta estructura, em vez de tentar ensinar as criancas a darem respostas corretas © superficiats na tarela de conservacdo. Resultados enteontrados em notta prova poder eselarener adiferenca entre 0 desempentio na mesma ca ra-cetrutura mental ai presente. Pasco agora a dligculir brevemenieos aspectos mais signieativos de ‘uma prova eha mada conextdavie, que foi conduzida por Mort (1962) em colaboraeae com Plnget. Veremos que ccotbora aestritura mental denimers esteja bastante ‘bem formaca em toro dos cineo para os sets emos, posathliianda a maloria des erlangas a conservacas ‘0 nimero elementar. ela nio esta suficientemente ceteuturada antes dos sete anos e melo de idade para permitir que erianga entenda que tacos os nomeros ‘consecutivos estao conectados pela operacse de "11". Natarefa de conexidede, Morf aprosentou 9 cubes (de 2em'de tamantie) auuma orlanca, camo ee vend Lado ‘A do Quadro 6(a). Calocon oviros 30 blocos, “aproxiimadamente sobre uaa cégua, em fila, edeixon, ‘cait um de cada vex para comepar 0 arranjo linear mareado come 8. Depois de assegurar-se da compreensandacrianga aceica le Fatn de-que B podia ser aumentado pela queda continua de bloces da régua, cle fain a suguinte pergunta: “Se eu eontinust Geixanido o8 bloces ealresn um a um, teret a mesmo nnuumero aqui (), € aqul (AI? Aos sete anos e mielo de idade, as crlangas pensavam que @ resposta eza tho Sbvia que a pergunta era estiipida. Contudo, antes , esta (dade alas nao estavam tao seguras. i ” Lal |_| ‘Quando o adulte continuava deixando cair um bloso de eada ver e perguntava, depote de adieionar mats um deles, se 08 dois grupos agora tnham ¢ mesmo nimero, rauitee eriancas persiatiara dizendo Nao" ale qua, subitamente, destaravam que B tinha demals. Quando se Ihes perguntava se havia um momento em que as quantidadeseram exatamente as nesmas,2scrlangas respondiam: “No, durante ito tempo B no inka bastante, mas de repente na Te ih leanne peeecen ua mee oenthest Tae ae {qeoevbiomenteD tnhamaindaqueA Ancseacan jue enostsuras ee ora ae oars anaes seers Para ezeao erlangas era possivel passa dirstamente de “nao bastante” pata “dewals", sem essarpor exatarcenteomesmondrere’. Qutras an ‘gae erairapossive)compararas duasquantiades porque ‘Nera oma pilha e Bums linha. Outras ainda falavain Sobre n neeessidade de contar es blocs. Bsta resposia cra ura tanto doflsticada, mas disfarcava a ausencia de ‘certeze Ingion. Anperguntay aerlangasecontareraatinica postibilidade de conseguir a mesma namero, Mort descobriu que freqiientemente menciongvam este Dprocedimesto prétice porque nao peciiam elaborar uma actigdaLagioa. Paraageriancas que haviameonstruida Aaestrurara iogieo-maternatieadenrimero,atespostaera tao otwia que contar cca supérilua. A tarefa tornou-se ligetramente mais dificil quando se passou a usar um grande numero de continhas de vidro ded mm de diametro. Mort lapresentou 6 erlanca um fraseo eontendo de 50.8 70 contas, Eniao, de dentro de um pedaco de papel ddobrado camo se vé no Quadro 6{b], ole deixava cate ‘uma centa de éada ver.em outro ftasco. Soa partir dos. Sete angs e melo 2 oiCo aos se (orna obvio para as friancas quedeve haver um momento em queas dua yuantidades £49 cxatamente igus. Acrianga setornacapazdededuyiranecoasitads loigiea de pasar pelo “mesmo numero’, natarefe acim, quando ela eanstrot a estrulura fogico-matematica de ‘noimero que The permite realizar esta dedugio. Sc ela construir a catrutura logico-matemétiea de maneira séllda, tornar-se-a eapaz de raciocinar logicamente ‘uma ampla vartedade le tarefas mais dificets do que a da conservaean. Contudo, se ela for ensinada a dar ‘merarnents respostae correuas a tarefa ce conservacao, ‘panse poceesperarqne prossigzemdireciog racocinios ‘materaacieos de nivel mais alto Finalmente, a constmigao de nitmere acontece :fadualment por partes". ao ves le taco de uma ver. A primeira parte val até aproximadamente 7, asegunda ‘ule 15, eatereelraate 15-30 (Page: oSecminska 1041, Prefteio& 3* edigao). No entanto, mesmo estando apta, conservarcom Bebjelos, ssonaosigniicaqueacriancs posse niceessarlamente conservar quando s¢ usain 20. © principio de ensino que pode ser concebido na base desta estrunuragao progressiva € 0 de que, para a construgaodosgrandesnismeros, €mportante facilitar ‘odesenvolvimento dosmesmos processoscogaitivosque resultam na enstragao dos pequenos nomeros. Se as ccrlaneas eonstroemn os pequenos rmimerus elementares so colocarei todas os tipos de coisas em todos os tipos de relagces, laa devem pereistir ativamente na meama ceopécie de pensamnento para completar a estrucuragao co resto da serie an conelusno, a estrutura fogice-matemation de Dimerunde pode ser ensinada direlamente, umavezque 1 crianga tem que eonstruila por si mesma. Conludo. nav sugire a implicacao pedagégica de que a tinica coisa que 0 professor pede fazer ¢ sentar © esperar. “Haoertas calsas queum professor pode fazer para ‘encorajara eriangaa pensarativamente(acoieear coisas fem celaedes), estimplando, desta forma.o desen- volvimente desta estrutura mental Elas serdo diseutidas nos dats présimos capitulos como objetivos ¢ principias de ensino da teoria de Piaget. a ERTENCE A BISTIOTE A] "ROE CLAS GERARDUS PASSER

You might also like