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Escola Superior de Estudos Universitários de Nampula

ESEUNA

UNIVERSIDADE APOLITECNICA

Engenharia Eléctrica 4° Semestre

3° Grupo

Tema: Circuitos Magnéticos

O presente trabalho, com o


Discentes: tema Circuitos Magneticos é
de carácter avaliativo, cuja
Mário Fernando AssamoMassache;
cadeira é leccionada pelo Eng.
Salomão Machoco Felinho Juliasse Chofinar.

Nampula, Novembro de 2019

1
Índice

Lista de Figuras .......................................................................................................................... 3


Introdução .................................................................................................................................. 4
Circuitos magnéticos .................................................................................................................. 5
Material ferromagnético ......................................................................................................... 6
Indutância Propria ................................................................................................................ 11
Alimentação em Corrente Continua e em Corrente Alternada (senoidal) ............................... 13
Alimentação em Corrente Alternada – Tensão Senoidal ..................................................... 14
Perdas no núcleo................................................................................................................... 16
Tensão Induzida ................................................................................................................... 17
Conclusão................................................................................................................................. 19
Bibliografia .............................................................................................................................. 20

2
Lista de Figuras

Figura 1………………………...…….….Limalhas de ferro em presença de campo magnético


Figura 2…………………………..…………………………………….……...Modelo de Bohr
Figura 3………………………………………………Domínios magnéticos numa chapa de Fe
Figura 4…………………………….. Influência do campo externo nos momentos magnéticos
Figura 5…………………………………………………………………Linhas de campo de B
Figura 6…………………………………………………….……………………...…….Indutor
Figura 7……………………………………………..………………….Núcleo ferromagnetico

3
Introdução

O estudo de circuitos magnéticos é uma das etapas mais importantes na concepção de um


equipamento eléctrico. Em conjunto com circuitos eléctricos, forma uma ferramenta poderosa
de modelagem. È através desse estudo que, por exemplo, é possível fazer telefone celular
com um peso reduzido ou instalar motores eléctricos em espaços exíguos, como no caso de
submarinos e espaçonaves.
Os exemplos são os mais variados, indo do simples interruptor de uma lâmpada, até a
um hidrogerador. Nessa gama, passamos por todos os motores eléctricos de uso industrial, e
domestico; pelos senoides, electroimãs, motores e sensores de uso em automação; pelos
diversos componentes de um computador: disco rígido, leitores de CD, o próprio teclado, o
cooler; pelos telefones moveis;
O que todos esses aparelhos tem em comum é o facto de funcionarem seguindo as leis
de um dos fenómenos mais extraordinários, que é o electromagnetismo.
Partiremos de aplicações sem movimento, como indutores e transformadores, e
chegamos as maquinas electricas, que são o auge da conversão electromecanica. São elas que
permitem transformar energia electrica em mecânica e vice-cersa. Se não fossem as maquinas
electricas, não teríamos o grau de conforto que temos hoje. Tente imaginar uma casa
iluminada por lampiões a gás ou liquidificador com motor a explosão.
Em principio, todos os equipamentos electromagnéticos devem ser projectados e
analisados pela aplicação das do electromagnetismo, as quais são expressas pelas equações de
Maxwell.

4
Circuitos magnéticos

Dá-se o nome de circuito magnético a um dispositivo na qual as linhas de força do campo


magnético atravessam o mesmo, formando um caminho fechado.

Circuitos Magnéticos são usados para concentrar o efeito magnético de uma


corrente em uma região particular do espaço. Em palavras mais simples, o circuito mais
simples, o circuito direcciona o fluxo magnético para onde ele é necessário. Um circuito
magnético pode ser construído a partir de uma variedade de secções com diferentes
cumprimentos, e diferentes propriedades magnéticas. Um problema típico seria a
determinação da corrente requerida em um enrolamento para produzir uma dada densidade de
fluxo no entreferro de um pequeno actuador, relê ou electromagneto.

Fluxo magnético, representado pela letra grega φ, é, considerada uma


representação por linha do campo magnético, uma grandeza directamente proporcional ao
numero de linhas que atravessam uma dada superfície com área A. Por definição o campo do
⃗ através de uma superfície orientada 𝐴 é calculado como a integral do
fluxo magnético 𝐵
⃗ pelo elemento diferencial de área ⃗⃗⃗⃗⃗
produto escalar do vector campo magnético 𝐵 𝑑𝐴 ao longo
de toda a superfície em consideração.

⃗ × ⃗⃗⃗⃗⃗
Φ=∫ 𝐵 𝑑𝐴
𝑠𝑢𝑝

A força magnetomotriz provê um meio matemático para definir um campo


magnético em electromagnetismo clássico. É análogo ao potencial eléctrico o qual define o
campo eléctrico na electrostática. Como o potencial eléctrico, ele não é directamente
observável, somente o campo que ele descreve pode ser medido. Existem dois meios para
definir este potencial –como um escalar e como um vector potencial. O vector potencial
magnético é usado muito mais frenquentemente que o potencial magnético escalar.

Ao longo do texto, onde os exemplos adoptados são bidimensionais, ou seja, as


grandezas H e B estão no plano do papel, utilizaremos o ermo “ linhas de campo” ou “linhas
de fluxo”, dependendo do contexto. Acreditamos que, é preferível um entendimento do
fenómeno ao invés de nos laçarmos em manipulações matemáticas.

5
Desta forma, “linhas de campo” serão entendidas como a direcção que o campo
magnético H e a indução magnética B assumem num determinado espaço. É o equivalente à
conformação das limalhas de fero quando expostas a um campo magnético de um imã,
conforme mostrado na figura 1.

Muito embora o fluxo magnético Ф seja uma grandeza escalar, assumiremos como
“linhas de fluxo” a mesma direcção da indução magnética в, uma vez que elas estão
relacionadas pela expressão:
Ф=∫ Ḇ dṠ
Uma analogia apropriada é o uso que fazemos de “setas” quando queremos
representar a corrente eléctrica I num circuito eléctrico. Nesse caso, também temos uma
grandeza escalar I que segue o caminho de uma grandeza vectorial, a densidade de corrente ĵ.
Lembrando que:
Ф=∫ ĵ dṠ
Numa definição mais rigorosa para exemplos bidimensionais, “linhas de tempo” e
“linhas de fluxo” recebem o nome de linhas equipotenciais, as quais se referem ao potencial
vector magnético Ā, que é definido por:
Ḃ=𝛻𝑥Ā

Material ferromagnético
Para entendermos o comportamento de um material ferromagnético, vamos iniciar
com o que occore a nível atómico. Para tanto, vamos utilizar o modelo de Bohr para um
átomo simples composto do núcleo e de um electrão, conforme mostrado na Figura 2.

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Por esse modelo, o átomo produz um campo magnético gerado pela órbita do electrão
em torno do núcleo e pelo spin do electrão, de forma que, pela acção destes dois fenómenos,
o átomo possui um momento magnético, ou seja, ele é um dipolo magnético ou um
minúsculo imã.
Nos materiais ferromagnéticos, por conta de uma interacção quântica, esses dipolos se
agrupam e forma domínios e cada domínio possui um único momento magnético. A figura 3,
feita por microscópio electrónico numa amostra de chapa de Fe, mostra claramente as
divisões entre os domínios. As setas indicam os momentos magnéticos dos domínios.

Figura 3. Dominios numa chapa de Fe


Sem nenhuma excitação externa, os momentos magnéticos dos domínios estão
orientados aleatoriamente, o que faz com que, em termo microscopio, uma chapa de Fe, por
exemplo, não tenha um momento preferencial, uma vez que os momentos dos domínios se
cancela entre si.
Todavia, na presença de um campo magnetico externo, os momentos magnéticos dos
domínios de um material ferromagnetico tendem a se alinhar com esse campo e quanto maior
o campo, maior o numero de domínios com momentos alinhados.
Afigura 4 apresenta, esquematicamente, essa dinâmica de alinhamento dos momentos
magnéticos num material ferromagnetico.

7
Figura 4: influencia do campo externo os momentos magnéticos

Essa característica de alinhamneto dos momentos magnéticos na presença de um


campo externo faz com que as linhas de campo passem preferencialmente pelo material
ferromagnetico, aumentando o valor do fluxo Φ e da indução ⃗Β no seu interior.
Para ilustrar essa propriedade, a figura 5ª mostra uma distribuição das linhas de
campo de ⃗Β no ar (por exemplo, podemos imaginar que se trata do magnetismo da terra). A
presença de um material ferromagnetico altera essa distribuição, fazendo com que as linhas
de campo passem preferencialmente pelo material ferromagnetico, o que ~e ilustrado na
figura 5b.

Figura 5. Linhas de campo magnetico

Os materiais ferromagneticos mais conhecidos são Fe e suas ligas, como o FeSi, FeNi,
etc. Esses materiais são muito utilizados em dispositivos electromecânicos (maquinas
eléctricas, actuadores, transformadores, etc) com o intuito de “canalizar” e aumentar o valor
de indução ⃗Β e do fluxo Φ.
Essa propriedade de facilitar a passagem das linhas de campo é quantificada pela
grandeza conhecida permeabilidade magnética a qual é representada pela letra grega 𝜇. Para
se ter uma ideia, a permeabilidade magnética do ar, conhecida po 𝜇0 vale 𝜇0 = 4𝜋. 10−7 [H/
m], enquanto que as dos materiais ferromagneticos são alguns milhares de vezes superior.

8
Normalmente, a permeabilidade de um material é representada por seu valor relativo em
𝜇𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
relação a 𝜇0 , ou seja, 𝜇𝑟 = .
𝜇0

Para este iniciar, os materiais serãosupostos lineares, isso significa que a


permeabilidade magnética 𝜇 será considerada constante, de forma que a relação constitutiva
⃗ = 𝜇. H
Β ⃗⃗ seja linear. Na prática, essa relação é não linear devido a duas características dos
materiais ferromagneticos conhecidas por saturação magnética e histerese.

 Circuito Magnético-Equação Básica


Para entendermos o desenvolvimento matemático, vamos admitir um indutor composto
de um núcleo ferromagnetico e uma bobina de N espiras, conforme mostrado na figura 3.

A figura 4ª mostra a representação bidimensional desse indutor, fazendo uma corrente


I circular pela bobina, no sentido indicado na figura 4ª, sabemos, pela “regra da mão direita”,
que surge um campo magnético ⃗H
⃗ no interior do núcleo ferromagnetico no sentido horário.

Figura 6. Indutor
Vamos adoptar um caminho médio ℓ𝑚 , conforme indicado na figura 4b, e aplicar a
equação de Maxwell que rege essa situação, qual seja, ∫ 𝐻. 𝑑ℓ = 𝑁𝐼. Considerando um
campo magnetico médio Hm sobre o caminho ℓ𝑚 , a integral toma a forma:
Hm . ℓ𝑚 = 𝑁𝐼

9
Sabemos, da relação constitutiva, que ⃗Β = 𝜇. ⃗H
⃗ , assim:
1
B . ℓ = 𝑁𝐼
μ m 𝑚
Multiplicando e dividindo o termo a esquerda pela secção transversal S do núcleo, temos:
1
ℓ B S = 𝑁𝐼
μS 𝑚 m
A parcela BmS pode ser admitida como o fluxo magnetico Φ no núcleo (lembrar que
⃗ 𝑑𝑆 ). O termo 1 = 𝑣 é conhecido como relutividade magnética. Então:
Φ = ∫𝑠 𝐵 𝜇

ℓ𝑚
v Φ = 𝑁𝐼
S
ℓ𝑚 ℓ
Note que o termo v é similar a expressão de resistência eléctrica de um fio, 𝑅 = 𝜌 ℓ𝑐𝑜𝑛𝑑.
S 𝑐𝑜𝑛𝑑

ℓ𝑚
Por analogia, podemos chamar R = v de relutância Magnetica do núcleo ferromagnetico e
S

a expressão final fica na forma:


ℑmm = ℛΦ
Na qual ℑmm = NI é conhecida como Força Magnetomotriz. Repare que a expressão acima
é composta apenas de grandezas escalares.

 Circuito Magnetico – Analogia com o circuito


Observando a equação da fmm, é imediata a sua associação com a lei de Ohm. De
facto, se fizermos uma analogia entre ambas, podemos construir a Tabela I apresentada a
seguir:

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Indutância Própria
Para o indutor da figura 3, com uma bobina de N espiras, podemos determinar a sua
indutância própria a partir da definição de indutância própria, qual seja:

L=
I
ℑmm NI
Da expressão acima obtemos Φ = ou Φ = e a expressão resulta:
ℛ ℛ

N2
L=

Portanto apartir desta expressão, observamos que a indutância própria do indutor:
 É directamente proporcional ao quadrado do numero de espiras N;
 É inversamente proporcional a relutância, ou seja, quanto maior for a
permeabilidade magnética do núcleo, menor será a relutância e maior será a
indutância própria. Portanto, indutores com núcleo ferromagnetico tem
indutâncias próprias bem superiores aqueles com núcleo de ar.

Exemplos Numéricos
Para consolidar o que já foi visto, vamos realizar dois exemplos numéricos e observar
a importância do circuito magnético na indutância própria do indutor.

Exemplo 1-Núcleo fechado


Vamos considerar o indutor ao lado.

Sabe-se que:
- Número de espiras:100
- Resistencia Ohmica da bobina: 2,5Ω
- Permeabilidade relativa do material do núcleo: 𝜇𝑟 = 1000
Pede-se:
- A indutância própria do indutor
- O modelo por circuito eléctrico deste indutor

Resolução:
Pelas dimensões do núcleo ferromagnético, obtemos:
- Secção transversal: 𝑆 = (20 × 20). 10−6 𝑚2

11
- ℓ𝑚 = (4 × 6). 10−3 + (2𝜋. 10). 10−3 = 0,303𝑚 (repare na Fig. 3ª que as linhas de campo
H são curvilíneas nos cantos do núcleo. Por isso o comprimento médio foi aproximado por
um quarto de circunferência em cada canto).
ℓ𝑚
A relutância magnética do núcleo, R = v , fica:
S
1 0,303
R= × = 6,03. 105 [𝐻 −1 ]
1000μ0 4. 10−4
N2 1002
E a indutância resulta: L = = 6,03.105 ≅ 16,58[𝑚𝐻]

Exemplo 2 – Núcleo com entreferro


Vamos considerar que o mesmo indutor do
exemplo 1 possui, agora, um entreferro de 1mm,
conforme mostrado na figura ao lado.
Pede-se a indutância própria deste indutor.

Resolução:
Da mesma forma que exemplo 1, vamos iniciar pela determinação do circuito magnético.
Repare que, com a introdução do entreferro, o circuito magnético passa a apresentar duas
relutâncias em série, ou seja, uma referente ao núcleo (Rferro) e outra referente ao entreferro
(Rar).
Esquematicamente:

1 0,302
Sendo: 𝑅𝑓𝑒𝑟𝑟𝑜 = 1000𝜇 × 4.10−4 = 6,01. 105 [𝐻 −1 ]
0

1 0,001
𝑅𝑎𝑟 = 𝜇 × 4.10−4 = 19,89. 105 [𝐻 −1 ]
0

Então, a relutância total do circuito fica: : 𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (6,01+. 10−5 = 25,90. 105 [𝐻 −1 ]
1002
E a indutância: : 𝐿 = 25,90.105 = 3,86[𝑚𝐻]

Note que a inclusão de um entreferro de 1mm apenas, ocasionou uma drástica redução na
indutância própria do indutor.

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Alimentação em Corrente Continua e em Corrente Alternada (senoidal)

O intuito deste item é mostrar o procedimento de analise do indutor quando


alimentado por uma fonte de tensão contínua ou alternada (senoidal). Para este caso será
desenvolvida a expressão da força contra-electromotriz que aparece devido a variação
temporal do fluxo magnético.

 Alimentação em Corrente Continua

Vamos admitir que o indutor do exemplo 1 anterior seja alimentado por uma fonte de
tensão contínua de 10 V e deseja-se saber a corrente I que percorre a bobina e o fluxo
magnético Φ que passa pelo núcleo ferromagnetico.

O melhor método para abordar o problema é utilizando o modelo por circuito


eléctrico, o que nos dá a seguinte configuração:

A determinação da corrente I é feita pela análise desse circuito eléctrico, o que


fornece a expressão:

𝑑𝐼(𝑡)
𝑉(𝑡) = 𝑅𝐼(𝑡) + 𝐿
𝑑𝑡

Por estarmos com alimentação em corrente continua e admitindo a situação em


𝑑𝐼 10
regime (não em transitório), o tempo 𝐿 𝑑𝑡 = 0 e ficamos com o resultado 𝐼 = 2,5 = 4𝐴, ou

seja, a corrente é apenas limitada pela resistência óhmica da bobina.


O fluxo magnético é obtido pela expressão:
NI 100.4
ℑmm = ℛΦ ⇒ Φ = = = 66,33. 10−5 Wb
R 6,03. 105

Com excitação CC, a corrente em regime permanente é determinada pela tensão


aplicada e a resistência do circuito, com a indutância só entrando no processo transitório.
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A maquina de corrente continua é representada por um gerador de força electromotriz
𝐸𝑎 , com impedância interna resistiva (𝑅𝑎 ). A indutância do enrolamento, em geral, não é
representada, pois não produz efeito, dado que a corrente é continua, quando a máquina está
em regime permanente. Note que em estudos de fenómenos transitórios, como o processo de
partida e aceleração do motor, deve se levar em conta a indutância do enrolamento de
armadura, além da inércia e elasticidade, dentre outros elementos de armazenamento de
energia.

Alimentação em Corrente Alternada – Tensão Senoidal

Os circuitos magnéticos dos transformadores, de máquinas CA e de muitos outros


dispositivos electromagnéticos são excitados por fontes CA e não CC (“de corrente
contínua”). Com excitação CC, a corrente em regime permanente é determinada pela tensão
aplicada e a resistência do circuito, com a indutância só entrando no processo transitório. O
fluxo do circuito magnético se ajusta então de acordo com este valor de corrente de modo a
que a relação imposta pela curva de magnetização seja satisfeita. Com excitação CA,
entretanto, a indutância influi no comportamento do regime permanente. Para análises
exactas não se pode considerar a indutância constante, pois a operação normal no circuito
magnético está além da porção linear de curva de magnetização. Logo, o fluxo não é
directamente proporcional à corrente. Em muitas situações práticas entretanto, a linearidade
pode ser admitida com erro desprezível.

Vamos admitir, agora, que o indutor do exemplo 1 é alimentado por fonte de tensão
senoidal de valor eficaz: 10 V e frequência de 60 Hz. Nesse caso, o circuito, eléctrico
correspondente fica:

𝑑I(𝑡)
E a equação 𝑉(𝑡) = 𝑅𝐼(𝑡) + 𝐿 , para alimentação senoidal, pode ser colocada na
𝑑𝑡

representação por números complexos, ou seja:


𝑉 = 𝑅𝐼 + 𝑗𝜔𝐿𝑖

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Sendo: 𝑗 = √−1; 𝜔 = 2𝜋𝑓 e V e I grandezas complexas. O termo 𝜔𝐿 = 𝑋𝐿 é chamado de
Reactância Indutiva e sua unidade é [Ω].
Admitindo que a fonte de tensão tenha fase zero, ou seja, 𝑉 = 10∟00 𝑉 , o circuito
pode ser resumido a:

A impedância 𝑍̇ é da forma 𝑍̇ = (𝑅 +
𝑗𝑋𝐿 ) ou, numericamente, 𝑍̇ = (2,5 + 𝑗6,25)Ω
10∟0 0
Na forma polar: 𝑍̇ = 6,73∟68, 200 e a corrente: 𝐼 = 𝑑𝑡 Tensão induzida e

Indutância
Dado um núcleo sujeito ao fluxo φ devido a corrente i em uma bobina com N espiras, assim como
mostra a figura a seguir:

Figura 10. Circuito Magnético excitado por CA e seu circuito eléctrico análogo

Considerando o fluxo na referencia, ou seja, 𝜙= 𝜙 𝑚sin 𝜔𝑡, a tensão induzida com N


espiras é dada pela seguinte equação:

𝑑𝜙
𝑒=𝑁× = 𝑁𝜔𝜙𝑚 cos 𝜔𝑡
𝑑𝑡

Considerando ainda que Em= 𝑁𝜔𝜙𝑚 tem-se Ε𝑚 cos 𝜔𝑡 = Ε𝑚 sin(𝜔𝑡 − 90) sendo que o
valor eficaz é dado por:

15
Ε𝑚 𝑁2𝜋𝑓𝜙𝑚
Ε𝑓 = = ou ainda:
√2 √2
Ε𝑒𝑓
Ε𝑒𝑓 = 4,44. 𝑁. 𝑓. 𝜙𝑚 ⇒ 𝜙𝑚 = 4,44.𝑁.𝑓

Para uma excitação em CA, o fluxo dependerá da frequência e da tensão aplicada. Se a queda
na resistência da bobina for desprezada, a corrente que flui será a requerida para estabelecer o
fluxo especificado acima.
𝑑𝑖
Pela definição de indutância, a tensão em seus terminais é dada por: 𝐿 = 𝑑𝑡 que combinado

com a Lei de Faraday tem-se:

𝑑𝑖 𝑑𝜙 𝑑𝜙
𝑒 = 𝐿 𝑑𝑡 = 𝑁 𝑑𝑡 resultando em: 𝐿 = 𝑁 𝑑𝑖

Para um circuito magnético linear, 𝜙 é proporcional a i, obtendo-se:

𝜙
𝐿=𝑁 𝐼

Perdas no núcleo

Em equipamentos electromagnéticos excitados por corrente alternada temos presente a perda


por histerese e por correntes parasitas.

 Perda por Histerese

Quando um material ferromagnetico fica sujeito a uma força magnetomotriz variável, e esta
força é aumentada até um valor máximo (produzindo uma densidade máxima de campo
magnético Bm), quando esta fmm é reduzida, nem toda energia do campo magnético é
devolvida ao circuito. Parte dela é dissipada no núcleo.

A histerese pode ser avaliada pela fórmula empírica de Sreinmetz em watts. Quando uma
amostra é submetida a uma tensão alternada tem-se:

P𝑛 = 10−7 . 𝜇. B𝑚
𝑛
. 𝑓[𝑊]

Onde: 𝜇 é o coeficiente de Steinmetz;

𝜇 = 0,003 para núcleo de ferro com pouco silício;

𝜇 = 0,001 para núcleo de chapas de aço silício;

Bm: valor máximo de indução de Gauss

N: 1,6 para Bm < 107 Gauss e 2 para Bm > 104 Gauss;

16
𝑓: frequência da rede (Hz)

 Perdas por Corrente parasitas

Se considerarmos um núcleo ferromagnetico maciço atravessado por um fluxo magnetico


variável teremos tensões induzidas “V” que provocam correntes parasitas “i” localizadas,
sendo que a potencia 𝑃 = 𝑉 2 /𝑅 aparece como calor.

A perda de potencia pode ser reduzida diminuindo v ou aumentando R. se em vez do núcleo


sólido, for utilizado um núcleo laminado, a tensão induzida efectiva é diminuída e a
resistência da trajectória e efectiva é aumentada. Desta forma, um núcleo formado pela
agregação na perda por corrente parasita. Esta perda é dada por:

𝛲𝑒 = 𝐾𝑒 . 𝑓 2 . 𝐵𝑚
2

Onde Ke depende da resistividade do material do núcleo e da espessura das laminações, sendo


que:

𝑒2
𝛫𝑒 ≅ 𝛫
𝜌

e é espessura das laminas e 𝜌 resistividade do material.

Tensão Induzida

O fluxo magnético 𝜙[𝑊𝑏] concatenado com a bobina localizada no rotor varia com a sua
posição 𝜃. A figura representa duas posições particulares, ou instantes de tempo, nos quais o
fluxo magnético que atravessa a bobina varia, em modulo, de zero ao seu valor máximo, que
será, exactamente, todo o fluxo magnético que atravessa a bobina varia, em módulo, de zero
ao seu valor máximo, que será, exactamente, todo o fluxo magnético que emana de um pólo
(Norte) e é recebido no outro polo (sul). Por este motivo, é denominado “Fluxo por Polo” e
aparecerá explicitamente, como Φ , na expressão do valor médio da tensão induzida.

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O calculo bastante simples: em um quarto de volta temos uma variação do fluxo concatenado
que se iguala ao valor do fluxo por pólo. Portanto, se considerarmos uma bobina com N
espiras girando em um circuito magnético com 2 polos, teremos:

Δϕ 𝜙−0 1 2𝑁
𝐸=𝑁 =𝑁 = 4𝑁𝜙 = = 𝜙Ω
Δ𝑡 𝑇/4 2𝜋/Ω 𝜋

𝐸 = 𝑘𝜙Ω [V]

O valor médio da tensão induzida na bobina é proporcional a velocidade angular e ao valor


do fluxo por pólo da máquina. A constante k é uma constante de natureza construtiva, ou
seja, definida como valor de projeto.

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Conclusão

O estudo dos circuitos magnéticos é de grande importância no electromagnetismo, pois estes


fazem parte de a maioria de dispositivos electrónicos e electrodomésticos como aparelhos de
som, computadores, rádio, televisor e muitos outros. Verifica-se também uma grande
semelhança ou analogia entre os circuitos magnéticos e eléctricos, observando-se somente
alguma diferença nos nomes de seus elementos e algumas fórmulas úteis. De vido a esta
grande semelhança, na resolução de problemas deste tipo de circuitos, aplica-se uma
transformação do mesmo para um circuito eléctrico análogo, de forma a facilitar os cálculos.

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Bibliografia

http://es.m.wikipedia.org/wiki/Circuito_magnético
http://ebah.com.br/content/ABAAAA5ggAD/circuitos-magneticos

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