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ESEUNA
UNIVERSIDADE APOLITECNICA
3° Grupo
1
Índice
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Lista de Figuras
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Introdução
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Circuitos magnéticos
⃗ × ⃗⃗⃗⃗⃗
Φ=∫ 𝐵 𝑑𝐴
𝑠𝑢𝑝
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Desta forma, “linhas de campo” serão entendidas como a direcção que o campo
magnético H e a indução magnética B assumem num determinado espaço. É o equivalente à
conformação das limalhas de fero quando expostas a um campo magnético de um imã,
conforme mostrado na figura 1.
Muito embora o fluxo magnético Ф seja uma grandeza escalar, assumiremos como
“linhas de fluxo” a mesma direcção da indução magnética в, uma vez que elas estão
relacionadas pela expressão:
Ф=∫ Ḇ dṠ
Uma analogia apropriada é o uso que fazemos de “setas” quando queremos
representar a corrente eléctrica I num circuito eléctrico. Nesse caso, também temos uma
grandeza escalar I que segue o caminho de uma grandeza vectorial, a densidade de corrente ĵ.
Lembrando que:
Ф=∫ ĵ dṠ
Numa definição mais rigorosa para exemplos bidimensionais, “linhas de tempo” e
“linhas de fluxo” recebem o nome de linhas equipotenciais, as quais se referem ao potencial
vector magnético Ā, que é definido por:
Ḃ=𝛻𝑥Ā
Material ferromagnético
Para entendermos o comportamento de um material ferromagnético, vamos iniciar
com o que occore a nível atómico. Para tanto, vamos utilizar o modelo de Bohr para um
átomo simples composto do núcleo e de um electrão, conforme mostrado na Figura 2.
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Por esse modelo, o átomo produz um campo magnético gerado pela órbita do electrão
em torno do núcleo e pelo spin do electrão, de forma que, pela acção destes dois fenómenos,
o átomo possui um momento magnético, ou seja, ele é um dipolo magnético ou um
minúsculo imã.
Nos materiais ferromagnéticos, por conta de uma interacção quântica, esses dipolos se
agrupam e forma domínios e cada domínio possui um único momento magnético. A figura 3,
feita por microscópio electrónico numa amostra de chapa de Fe, mostra claramente as
divisões entre os domínios. As setas indicam os momentos magnéticos dos domínios.
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Figura 4: influencia do campo externo os momentos magnéticos
Os materiais ferromagneticos mais conhecidos são Fe e suas ligas, como o FeSi, FeNi,
etc. Esses materiais são muito utilizados em dispositivos electromecânicos (maquinas
eléctricas, actuadores, transformadores, etc) com o intuito de “canalizar” e aumentar o valor
de indução ⃗Β e do fluxo Φ.
Essa propriedade de facilitar a passagem das linhas de campo é quantificada pela
grandeza conhecida permeabilidade magnética a qual é representada pela letra grega 𝜇. Para
se ter uma ideia, a permeabilidade magnética do ar, conhecida po 𝜇0 vale 𝜇0 = 4𝜋. 10−7 [H/
m], enquanto que as dos materiais ferromagneticos são alguns milhares de vezes superior.
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Normalmente, a permeabilidade de um material é representada por seu valor relativo em
𝜇𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
relação a 𝜇0 , ou seja, 𝜇𝑟 = .
𝜇0
Figura 6. Indutor
Vamos adoptar um caminho médio ℓ𝑚 , conforme indicado na figura 4b, e aplicar a
equação de Maxwell que rege essa situação, qual seja, ∫ 𝐻. 𝑑ℓ = 𝑁𝐼. Considerando um
campo magnetico médio Hm sobre o caminho ℓ𝑚 , a integral toma a forma:
Hm . ℓ𝑚 = 𝑁𝐼
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Sabemos, da relação constitutiva, que ⃗Β = 𝜇. ⃗H
⃗ , assim:
1
B . ℓ = 𝑁𝐼
μ m 𝑚
Multiplicando e dividindo o termo a esquerda pela secção transversal S do núcleo, temos:
1
ℓ B S = 𝑁𝐼
μS 𝑚 m
A parcela BmS pode ser admitida como o fluxo magnetico Φ no núcleo (lembrar que
⃗ 𝑑𝑆 ). O termo 1 = 𝑣 é conhecido como relutividade magnética. Então:
Φ = ∫𝑠 𝐵 𝜇
ℓ𝑚
v Φ = 𝑁𝐼
S
ℓ𝑚 ℓ
Note que o termo v é similar a expressão de resistência eléctrica de um fio, 𝑅 = 𝜌 ℓ𝑐𝑜𝑛𝑑.
S 𝑐𝑜𝑛𝑑
ℓ𝑚
Por analogia, podemos chamar R = v de relutância Magnetica do núcleo ferromagnetico e
S
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Indutância Própria
Para o indutor da figura 3, com uma bobina de N espiras, podemos determinar a sua
indutância própria a partir da definição de indutância própria, qual seja:
NΦ
L=
I
ℑmm NI
Da expressão acima obtemos Φ = ou Φ = e a expressão resulta:
ℛ ℛ
N2
L=
ℛ
Portanto apartir desta expressão, observamos que a indutância própria do indutor:
É directamente proporcional ao quadrado do numero de espiras N;
É inversamente proporcional a relutância, ou seja, quanto maior for a
permeabilidade magnética do núcleo, menor será a relutância e maior será a
indutância própria. Portanto, indutores com núcleo ferromagnetico tem
indutâncias próprias bem superiores aqueles com núcleo de ar.
Exemplos Numéricos
Para consolidar o que já foi visto, vamos realizar dois exemplos numéricos e observar
a importância do circuito magnético na indutância própria do indutor.
Sabe-se que:
- Número de espiras:100
- Resistencia Ohmica da bobina: 2,5Ω
- Permeabilidade relativa do material do núcleo: 𝜇𝑟 = 1000
Pede-se:
- A indutância própria do indutor
- O modelo por circuito eléctrico deste indutor
Resolução:
Pelas dimensões do núcleo ferromagnético, obtemos:
- Secção transversal: 𝑆 = (20 × 20). 10−6 𝑚2
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- ℓ𝑚 = (4 × 6). 10−3 + (2𝜋. 10). 10−3 = 0,303𝑚 (repare na Fig. 3ª que as linhas de campo
H são curvilíneas nos cantos do núcleo. Por isso o comprimento médio foi aproximado por
um quarto de circunferência em cada canto).
ℓ𝑚
A relutância magnética do núcleo, R = v , fica:
S
1 0,303
R= × = 6,03. 105 [𝐻 −1 ]
1000μ0 4. 10−4
N2 1002
E a indutância resulta: L = = 6,03.105 ≅ 16,58[𝑚𝐻]
ℛ
Resolução:
Da mesma forma que exemplo 1, vamos iniciar pela determinação do circuito magnético.
Repare que, com a introdução do entreferro, o circuito magnético passa a apresentar duas
relutâncias em série, ou seja, uma referente ao núcleo (Rferro) e outra referente ao entreferro
(Rar).
Esquematicamente:
1 0,302
Sendo: 𝑅𝑓𝑒𝑟𝑟𝑜 = 1000𝜇 × 4.10−4 = 6,01. 105 [𝐻 −1 ]
0
1 0,001
𝑅𝑎𝑟 = 𝜇 × 4.10−4 = 19,89. 105 [𝐻 −1 ]
0
Então, a relutância total do circuito fica: : 𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (6,01+. 10−5 = 25,90. 105 [𝐻 −1 ]
1002
E a indutância: : 𝐿 = 25,90.105 = 3,86[𝑚𝐻]
Note que a inclusão de um entreferro de 1mm apenas, ocasionou uma drástica redução na
indutância própria do indutor.
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Alimentação em Corrente Continua e em Corrente Alternada (senoidal)
Vamos admitir que o indutor do exemplo 1 anterior seja alimentado por uma fonte de
tensão contínua de 10 V e deseja-se saber a corrente I que percorre a bobina e o fluxo
magnético Φ que passa pelo núcleo ferromagnetico.
𝑑𝐼(𝑡)
𝑉(𝑡) = 𝑅𝐼(𝑡) + 𝐿
𝑑𝑡
Vamos admitir, agora, que o indutor do exemplo 1 é alimentado por fonte de tensão
senoidal de valor eficaz: 10 V e frequência de 60 Hz. Nesse caso, o circuito, eléctrico
correspondente fica:
𝑑I(𝑡)
E a equação 𝑉(𝑡) = 𝑅𝐼(𝑡) + 𝐿 , para alimentação senoidal, pode ser colocada na
𝑑𝑡
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Sendo: 𝑗 = √−1; 𝜔 = 2𝜋𝑓 e V e I grandezas complexas. O termo 𝜔𝐿 = 𝑋𝐿 é chamado de
Reactância Indutiva e sua unidade é [Ω].
Admitindo que a fonte de tensão tenha fase zero, ou seja, 𝑉 = 10∟00 𝑉 , o circuito
pode ser resumido a:
A impedância 𝑍̇ é da forma 𝑍̇ = (𝑅 +
𝑗𝑋𝐿 ) ou, numericamente, 𝑍̇ = (2,5 + 𝑗6,25)Ω
10∟0 0
Na forma polar: 𝑍̇ = 6,73∟68, 200 e a corrente: 𝐼 = 𝑑𝑡 Tensão induzida e
Indutância
Dado um núcleo sujeito ao fluxo φ devido a corrente i em uma bobina com N espiras, assim como
mostra a figura a seguir:
Figura 10. Circuito Magnético excitado por CA e seu circuito eléctrico análogo
𝑑𝜙
𝑒=𝑁× = 𝑁𝜔𝜙𝑚 cos 𝜔𝑡
𝑑𝑡
Considerando ainda que Em= 𝑁𝜔𝜙𝑚 tem-se Ε𝑚 cos 𝜔𝑡 = Ε𝑚 sin(𝜔𝑡 − 90) sendo que o
valor eficaz é dado por:
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Ε𝑚 𝑁2𝜋𝑓𝜙𝑚
Ε𝑓 = = ou ainda:
√2 √2
Ε𝑒𝑓
Ε𝑒𝑓 = 4,44. 𝑁. 𝑓. 𝜙𝑚 ⇒ 𝜙𝑚 = 4,44.𝑁.𝑓
Para uma excitação em CA, o fluxo dependerá da frequência e da tensão aplicada. Se a queda
na resistência da bobina for desprezada, a corrente que flui será a requerida para estabelecer o
fluxo especificado acima.
𝑑𝑖
Pela definição de indutância, a tensão em seus terminais é dada por: 𝐿 = 𝑑𝑡 que combinado
𝑑𝑖 𝑑𝜙 𝑑𝜙
𝑒 = 𝐿 𝑑𝑡 = 𝑁 𝑑𝑡 resultando em: 𝐿 = 𝑁 𝑑𝑖
𝜙
𝐿=𝑁 𝐼
Perdas no núcleo
Quando um material ferromagnetico fica sujeito a uma força magnetomotriz variável, e esta
força é aumentada até um valor máximo (produzindo uma densidade máxima de campo
magnético Bm), quando esta fmm é reduzida, nem toda energia do campo magnético é
devolvida ao circuito. Parte dela é dissipada no núcleo.
A histerese pode ser avaliada pela fórmula empírica de Sreinmetz em watts. Quando uma
amostra é submetida a uma tensão alternada tem-se:
P𝑛 = 10−7 . 𝜇. B𝑚
𝑛
. 𝑓[𝑊]
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𝑓: frequência da rede (Hz)
𝛲𝑒 = 𝐾𝑒 . 𝑓 2 . 𝐵𝑚
2
𝑒2
𝛫𝑒 ≅ 𝛫
𝜌
Tensão Induzida
O fluxo magnético 𝜙[𝑊𝑏] concatenado com a bobina localizada no rotor varia com a sua
posição 𝜃. A figura representa duas posições particulares, ou instantes de tempo, nos quais o
fluxo magnético que atravessa a bobina varia, em modulo, de zero ao seu valor máximo, que
será, exactamente, todo o fluxo magnético que atravessa a bobina varia, em módulo, de zero
ao seu valor máximo, que será, exactamente, todo o fluxo magnético que emana de um pólo
(Norte) e é recebido no outro polo (sul). Por este motivo, é denominado “Fluxo por Polo” e
aparecerá explicitamente, como Φ , na expressão do valor médio da tensão induzida.
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O calculo bastante simples: em um quarto de volta temos uma variação do fluxo concatenado
que se iguala ao valor do fluxo por pólo. Portanto, se considerarmos uma bobina com N
espiras girando em um circuito magnético com 2 polos, teremos:
Δϕ 𝜙−0 1 2𝑁
𝐸=𝑁 =𝑁 = 4𝑁𝜙 = = 𝜙Ω
Δ𝑡 𝑇/4 2𝜋/Ω 𝜋
𝐸 = 𝑘𝜙Ω [V]
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Conclusão
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Bibliografia
http://es.m.wikipedia.org/wiki/Circuito_magnético
http://ebah.com.br/content/ABAAAA5ggAD/circuitos-magneticos
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