Priest secuumen aac toli Vit © x CODIGO A ay O SEGREDO DO NOSSO PASSADO, A PROMESSA DO NOSSO FUTURO CultrixOrr ea ca Mca uss dee: A oh et nyse dC) Putt Lu) PMc ose ule be Gregg Braden um dos nossos gran- Cease Sayer Oy ENTS urge LOLS rts Pee nage ad na ea ina ao) "Gregg Braden 6 uma mistura rara PR Cote MR Te UCM Lhe eM LCM CL ums) nossa mente enquanto toca a sa- bedoria do nosso coracao.” Ber ae reer acd to Know God ‘0 Cédigo de Deus analisa uma pre- missa fascinante - a de que existe Pee ar nce se PMO uu Ee LL Creer ee a ee rea ck que ha uma inteligéncia mais ele- Seton eee aut Pan Ch eee Cnn icine Sune: ae Pe a eer uC) ee eee | mento do grande mistério da exis- late EBs Sem Ce LL gL tropélogo e autor de The Journey CO eT eg Ce do gia Spiritwalker (Spiritwalker, re a eTO CODIGO DE DEUSGregg Braden O CODIGO DE DEUS O Segredo do Nosso Passado, a Promessa do Nosso Futuro Tradugio CARLOS AUGUSTO LEUBA SALUM ANA LUCIA DA ROCHA FRANCO xp EDITORA CULTRIX Sao PauloTitlo original: The God Cade. Copyright © 2003 Gregg Braden | Copyright da edigdo brasileira © 2006 Editora Pensamento-Cultrix Ltda. (A edigo 2012. Edigdo original em ingles publicada em 2004 por Hay House, Inc., na California, USA Todos os direitos reservados. Nenhumna parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrénico ou mecdnico, inclusive fotocOpias, gravacdes ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem permissio por escrito, exceto nos casos detrechos curtos citados em resenhas crilicas ouartigos de revistas. A Editora Cultrix nfo se respontabiliza por eventuais mudangas ocortidas nos enderegos convencionais ou eletrdnicos citados neste livro. Foto da pagina 133 usada com a permiscio da Israel Antiquities Authority Dados Internacionais de Catalogacéo na Publicaco (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Braden, Gregg © Codigo de Deus : 0 segredo do nosto passado, a promessa do nosto futuro / Gregg Braden ; tradugtio Carlos Augusto Leuba Salum, Ana Lucia da Rocha Franco. — ‘Sto Paulo : Cultrix, 2006, ‘Tuulo original : The God code ISBN 97885316-09267 1, Criagio 2 Deus - Nome 3, DNA - Miscelinea 4, Evolugio 5. Hebraico - Mixcelinea 6.Religito eciéncia I. Titulo, IL. Titulo: O sergredo do nosso patsado, a promessado nosso futuro. 06-0640 cDD215 Indices para catilogo sistematico: |. Espiriuualidade e Nova Ciéncia : Religito 215 Direitos de tradugao para o Brasil adquiridos com exclusividade pela EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA. Rua Dr. Masio Vicente, 368 - 0270-000 - Sio Paulo, SP Fone: (11) 2066-9000 - Fax: (11) 2066-0008 Ermail: atendimento@editoracultrix.com.br http;/wrww.editoracultrix.com.br que se reserva a propriedade literdria desta tradugio. Foi feito 0 deposito legal.Este livro é dedicado a primeira geracio - da historia que conhecemos - com o poder de destruir, ou preservar, tudo 0 que amamtos € prezamos. Que o nosso legado seja de paz, para aqueles que nos chamarao de ancestrais,Nota do Autor.. Introducao.... PARTE I: Capitulo 1: Capitulo 2: Capitulo 3: PARTE II: Capitulo 4: Capitulo 5: Capitulo 6: PARTE III: Capitulo 7: Capitulo 8: Capitulo 9: Apendice A: Apéndice B: SUMARIO 11 13 Quem Somos Nés? Indicios Vindos do Proprio Mistério .... 25 Historia: A Historia das Nossas Diferencas .... 29 Ossos, Livros e Células: Quando Evidéncias Teorias Colidem. 45 Dos Livros Perdidos da Criagio: Os Poderes do Céu em Corpos da Terra...... 63 A Descoberta: Toda Vida Vem do Nome de Deus... 79 O Criador do Universo: Nas Palavras de Outro Tempo 83 A Descoberta: Quando Letras Se Tornam Elementos.... 101 O Codigo Dentro do Codigo: Em Cada Célula de Cada Vida, o Nome de Deus.... - 125 O Significado: A Aplicacao da Mensagem a Nossa Vida.. 149 Mensagem do Primeiro Dia: A Leitura da Linguagem de Deus. © que Aprendemos? Sobreviver a0 Nosso Futuro Com Base nas Licées do Passado... soma 175 © Codigo de Deus: Uma Razio para Acreditar . . 203 A Ordem Secreta do Alfabeto Arabe com Codigos Numéricos . « 231 A Tabela Periddica dosApéndice C: O Numero de Atomos de Hidrogénio, Nitrogénio, Oxigénio e Carbono em Cada Uma das Quatro Bases do DNA ee Apéndice D: Thustraca Expandida dos Atomos de Hidrogénio, Nitrogénio, Oxig¢nio ¢ Carbono em Cada Base do DNA, Mostrando Seus Equivalentes em Letra Hebraicas.... ins 28 . 253“Asim como os meus ancestrais plantaram para mim antes que eu nascesse, assim eu planto para os que virdo depois de mim.” ANTIGAESCRITURA HEBRAICARae to KyNOTA DO AUTOR A respeito do género de Deus: embora 0 principio de “Deus” impli- que fundamentalmente o masculino ¢ 0 feminino, sendo assim sem género, referéncias histéricas sugerem que € 0 principio masculino ative que se funde ao principio receptivo de “Mie Terra” para produzir a dualidade da vida, que se une no nosso corpo. Por isso, fica entendido que, neste livro, as referéncias a “Ele” so apenas referéncias ao principio masculino de Deus, noato da criagao. Convengdo para as datas: continua o debate, entre arquedlogos ¢ historiadores, a respeito da notagao que indica datas histéricas, como Antes da Era Comum (A.E.C.), datas anteriores ao ano “1”; ¢ Era Comum (E.C.), datas do ano“!” ao presente; ¢ o anteriormente usado Antes de Cristo(a.C.) ¢ Anno Domini (A.D.). Os termos agora convencionais e amplamente aceitos, A.E.C. 2E.C., so usados neste texto por questdes de coeréncia eclareza. O termo homem: em muitos dos textos antigos, tradugdes modernas e tradigdes mencionados neste livro, é dessa maneira que se faz referéncia 4 humanidade. Obviamente, esse termo é usado no contexto antigo, incluindo homens, mulheres e criangas e representando o todo da existéncia humana. Na tentativa de ser coerente com a linguagem desses textos, essa convengaio foirespeitada em O Cédigo de Deus. aR 1INTRODUGAO A § vezes, a solugao para os mais profundos mistérios da vida € encon- trada nos lugares mais improvaveis. Depois, feitas as descobertas e resolvidos os mistérios, nao raro descobrimos que as respostas mais elusivas estavam diante de nds o tempo intciro, sem serem reconhecidas. Nesses casos, 0 ébvio parece se esconder, como sugere 0 provérbio “a floresta esta oculta pelas rvares”. A busca de evidéncias do big-bang — a explosio césmica que supostamente pds o nosso universo em movimento — traz um exemplo desse tipo de descoberta. Em 1960, nos Bell Telephone Laboratories, em Holmdel, New Jersey, foi construida uma grande antena em forma de prato como parte de um projeto de comunicagées por satélite, chamado Echo. Em 1962, no entanto, novas tecnologias tornaram essa antena obsoleta e ela passou a ser usada em pesquisas, como radio telescopio. Dois funcionarios dos laboratérios, Arno Penzias e Robert Wilson, requisitaram 0 uso da antena para medir fracos sinais de rédio entre galaxias distantes. Porém, quando comecaram a usar a antena, cles descobriram que ela fazia um barulho de estatica, que tornava dificil detectar os sinais sutis que procuravam. Esse barulho ja tinha sido observado por outros pesquisadores, mas, como foi considerado um subproduto da prépria antena, acabou sendo ignorado. Penzias ¢ Wilson, ao contrario, fizeram uma cuidadosa inspegio e eliminaram 0 equipamento como fonte do barulho. Passaram entio a investigar metodicamente outras possibilidades, incluindo um teste nuclear de superficie realizado em 1962 ¢ até familias de pombos que viviam dentro da antena! Mas nao descobrirama fonte do barulho. Na Princeton University, ali perto, outro cientista, Robert Dicke, explorava a possibilidade de 0 universo ter comecado num passado dis- 13tante com uma explosio de proporgées inimaginaveis, como afirmam algumas teorias. Ele supunha que os ecos de uma tal liberacdo de energia — caso tivesse realmente ocorrido — seriam hoje uma radiacao de microondas —um constante barulho de fundo que continuaria a banhar o universo. Foi sé depois que conversaram sobre suas respectivas descobertas que os trés cientistas perceberam qual eraa fonte da estatica e o que tinham descoberto. Penzias e Wilson pretendiam aprender mais sobre 0 nosso universo estudando sinais entre as galaxias, mas a “estatica” que detectaram era na verdade 0 eco de uma antiga explosdo! Sem saber, tinham descoberto uma prova da teoria do big-bang, que sobrevivia desde os primeiros momentos do “principio”. Nos anos 1970, a teoria ja era tio amplamente accita que passou a ser chamada de modelo standard da criagio, John Bahcall, um eminente astrofisico da Princeton University, comentou 0 significado da descoberta dizendo: “A descoberta da radiagdo césmica de microondas mudou para sempre a natureza da cosmologia...”' Em 1978, Penzias e Wilson receberam © Prémio Nobel pelo seu trabalho. Umaironia marca a descoberta feita nos laboratérios Bell: a prova de um dos maiores mistérios da criagdo é téo abundante e apareceu de modo tao inesperado, que foi negligenciada por dois anos. Pode ser que a busca de evidéncias de nossas origens — de provas que corroborem um principio inédito que nos una — revele uma ironia semelhante. Serd que a resposta para os mais profundos mistérios da nossa existéncia foi negligenciada, de tio abundante que é? UMA DESCOBERTA NOTAVEL, que liga os alfabetos biblicos, hebraico e drabe, @ quimica moderna revela que um cédigo perdido, um alfabeto traduzivel que € a chave para os mistérios de nossas origens, vive conosco desde sempre. Com a aplicagio dessa descoberta a linguagem da vida, os elementos hidrogénio, nitrogénio, oxigénio e carbono, que formam o nosso DNA, podem agora ser substituidos por letras das antigas linguas. Com isso, o cédigo da vida se transforma nas palavras de uma mensagem cterna. Traduzida, a mensagem revela que as letras do antigo nome de Deus estado codificadas como informagao genéticaem cada célula, de cada vida. Amensagem diz: “Deus/Eterno dentro do corpo.” O significado: A humanidade é uma familia, unida por uma heranca comum, @0 resultado de um ato intencional de criagao! 14Preservada dentro de cada célula dos cerca de seis bilhdes de habitantes do nosso mundo, a mensagem é repetida, muitas e muitas vezes, para formar os elementos da nossa existéncia. Desde a nossa origem, essa antiga mensagem — a mesma mensagem — esta dentro de cada um de nds, independentemente de raga, religido, heranga, estilo de vida ou crenga. Como vamos ver no Capitulo 9, o codigo é tao universal que produzamesma mensagem quando traduzido para a lingua hebraica ou arabe! A descoberta do nome de Deus no interior da esséncia da vida demonstra que somos relacionados nao apenas uns com os outros, mas com a propria vida, da mancira mais intima que se pode imaginar. De uma folha de grama a vastidio das florestas tropicais inexploradas; de uma mosca que nos olha através das muitas facetas de scus olhos compostos ao olhar penctrante dos Nossos parentes primatas — qualquer Iégica sustentada pelas nossas diferencas se dissolve diante da evidéncia de que toda a vida é feita do equivalente quimico de um tinico nome. Essa prova palpavel de um vinculo comum nos dé uma raz4o para olhar além das questdes que nos separaram no passado ¢ um lugar para comegar quando nossas diferengas parecem intransponiveis. Na medida em que qualquer obra é um produto de sua época histérica, este livro é influenciado pelas circunstancias extraordindrias que se apresentam ao nosso mundo no comego do século XXI. A exclusividade do nosso tempo é bem explicada pelo Dr. Michio Kaku, co-fundador da revoluciondria String Field Theory e professor de fisica tedrica no City College de Nova York. Diz cle: “Durante a maior parte da historia humana, podiamos apenas observar, como espectadores, a bela danga da natureza.” No final do século XX, no entanto, a nossa relagfio com a natureza adquiriu outro significado. A respeito dessa mudanga, ele diz ainda: “Na ciéncia,a Era da Descoberta esta chegando ao fim, inaugurando a Era da Mestri: hoje, estamos no vértice de uma transic¢ao que assinala uma nova época: de observadores passivos da Natureza a coredgrafos ativos da Natureza.’” De fato: nos ultimos 100 anos conseguimos obter da criagio os segredos eternos da matéria, da concepgao, da vida e da morte. Nossas descobertas recentes nos dio uma capacidade rara, que no passado era desconhecida. Com as forgas da natureza sob 0 nosso comando, podemos replanejar nosso cédigo genético, adaptar os padrdes do nosso clima e criar novas formas de vida — poderes historicamente atribuidos a Deus 15e 4 Natureza. Ao mesmo tempo, o nosso futuro depende agore da nossa capacidade de usarcom sabedoria esses poderesrecém-descobertos. Hoje, novas descobertas em ciénciae tecnologia puseram ao aleance das nossas maos 0 poder de preservar ou destruir tudo 0 que amamos e prezamos. Pela primeira vez na historia que conhecemos, a sobrevivéncia da nossa espécie depende das escolhas de uma tinica geracéo. Talvez seja precisamente a presenga desse poder que nos obriga agora a reconhecer que somos parte de tudo o que vemos e a expressao de alguma coisa ainda maior. Diante dos desafios do nosso tempo, a chave para a paz no mundo — € talvez para a nossa sobrevivéncia — esta em cada um de nds, perfeitamente replicada em cada célula do nosso corpo. Talvez como prova do nosso sucesso como espécie, cada membro da nossa familia global trax. a mesma mensagem como lembrete silencioso dessa heranga, registrada no primeiro dia da nossa existéncia. Decodificada, a mensagem revela os seguintes fatos inegaveis: * Os elementos basicos do DNA — hidrogénio, nitrogénio, oxigénio e carbono — se traduzem diretamente em letras-chave dos alfabetos hebraico e arabico. « Nessas linguas, as letras do nosso cédigo genético formam o nome antigo de Deus. O mesmo nome vive em todos os seres humanos, independentemente de crengas, agdes, estilo de vida, religido ou heranga. + Essa relagao foi definida em textos sagrados, coma o Sepher Yetzirah, pelo menos f.000 anos antes de a ciéncia moderna verificar essas conexdes. + A probabilidade dessa relagao ter ocorrido por “acaso” é de aproximadamente uma ocorrénciaem 200.000. O Cédigo de Deus & 0 resultado de 12 anos de pesquisa e uma busca pessoal por um principio de unidade humana, tao profundo e palpavel que nao pode ser negado. Desde 1986, minha busca tem me levado a templos, vilarejos € mosteiros escondidos em alguns dos lugares mais remotos, isolados e primitivos que ainda restam na Terra. Nesses lugares, encontrei pessoas dedicadas que consideram uma honra € um dever preservar as lembrangas da nossa espécie e a histéria do nosso mundo. 16Preservadas em mitos, dangas tradicionais, linguagens secretas e registros ocultos, nossas mais estimadas tradigdes tem um tema que ¢ incrivelmente semelhante em todas as divisdes culturais, geograficas e religiosas. Por mais diferentes que parecam ser as tradigSes, esse tema subjacente nos lembra que, como familia humana, somos maiores do que quaisquer diferengas que ja nos dividiram. Nao pode ser por acidente que uma mensagem to poderosa de unidade seja revelada agora, nos primeiros anos do novo milénio. As estatisticas mostram que o século XX foi o mais sangrento da histéria: mais pessoas motreram em decorréncia de violéncia, limpeza étnica, guerra e genocidio do que devido a todos os desastres naturais ocorridos durante 0 mesmo periodo (ver Capitulo | , Figura 1,2). Nos primeiros anos do século XI, essa violéncia continua, com quase um tergo das nacdes do mundo envolvidas em conflitos armados.’ Além da disputa por recursos ¢ maiores lucros, muitos desses conflitos so causados por diferencas de religido, descendéncia e fronteiras. Hoje, cientistas, pesquisadores e Iideres religiosos sugerem que a humanidade ¢, sozinha, a maior ameaga ao nosso futuro. As realidades criadas pelo homem — as doengas resistentes a medicamentos ¢ 0 iminente colapso dos ecossistemas da Terra, que pode ocorrer na metade do século — constituem os maiores desafios da nossa época, Diante desses perigos globais, o actimulo de armas e forgas militares, que ¢ 0 maior desde a Segunda Guerra Mundial, ameaga engolfar a Terra num conflito de magnitude sem precedentes. E nesse cendrio que vivemos todos os dias, criamos nossos filhos e buscamos paz em nossa vida. Talvez nossa situagao seja semelhante 4 de uma familia cujos membros passam tanto tempo juntos que se esquecem da profundidade do elo que os une, E sé quando um deles morre inesperadamente que os outros se lembram de como € preciosa a familia e o tempo que passam juntos. Para os sobreviventes, a “perda” se torna um catalisador que os arranca de um modo de vera vida ¢ os joga numa nova perspectiva. Assim como a perda pode transformar uma familia, 0 sofrimento sem precedentes, a deterioragao do mundo ¢ as tentativas de eliminar culturas inteiras, podem se transformar no catalisador que nos faz ver, em grande escala, como € preciosa nossa familia global — e 0 tempo que passamos juntos. 17Ao contrario da familia do nosso exemplo, no entanto, a humanidade ndo precisa sofrer esses extremos € tra- gédias antes que o despertar ocorra. No entanto, criar um mundo em que familias ¢ nagdes celebrem a diversidade e vivam em paz, exige uma coisa que parece estar ausentc das nossas atuais sociedades — uma razio para respeitar a vida, para respeitar UNS aos outros ¢ para acreditar que somos parte de alguma coisa maior. Essas qualidades sdo compreendidas apenas por meio da experiéncia direta. Mas a evidéncia viva do nome de Deus no corpo de cada mulher, de cada crianga e de cada homem — passados e presentes — oferece precisamente essa experiéncia! O CODIGO DE DEUS E BASICAMENTE uma obra de paz. Atravessando as tradicionais fronteiras da ciéncia, da religidio ¢ da histdria, este livro funde © que sabemos a respeito do passado com o que acreditamos a respeito do presente, num tinico principio unificador. Muita gente ja suspeita que ha um poder superior que atua no nosso mundo, mas saber que o nome de Deus existe no nosso corpo gera uma compreensio que ¢ tao profunda, tao pessoal © a0 mesmo tempo to universal, que se forna a experiéncia de maior significado na nossa vida. Por meio dessa experiéncia, encontramos uma raziio para buscar a paz ¢ uma base comum, como nunca ouve, que nos permite comegar a resolver nossas diferengas. Sobre Este Livro Na primavera de 1990, deixei uma carreira bem-sucedida como designer de sistemas de computadores na industria acrospacial ¢ da defesa, para me dedicar em tempo integral ao desenvolvimento desses principios de unidade. Embora a pesquisa continue, as descobertas descritas nestas paginas constituem um corpo de informagdes completo e significativo. Dividi este livro em trés segdes claramente distintas, embora relacionadas: a Parte I apresenta a hist6ria e 0 contexto que esclarecem por que a mensagem que trazemos no corpo ¢ importante na nossa vida; a Parte II descreve a descoberta ¢ a tradugao do codigo; a Parte III mostra que a mensagem oferece uma oportunidade rara de curar as diferengas que dividem as nossas familias ¢ 0 nosso mundo, 18‘Um mesmo livro ¢ lido de maneira um pouco diferente por pessoa. Para algumas, ¢ importante conhecer a esséncia do livro em que pretendem investir tempo e energia: antes de ler o livro, querem saber a moral da histéria. Outras preferem que as idéias do autor se desenrolem como uma viagem, confiando que vao leva-los a alguma coisa Util no fim. As orientagbes a seguir vao ajudar o leitor anavegar por este livro conforme suas preferéncias individuais. Para todos os leitores, a Parte 1 prepara o cendrio ao descrever como a nossa vontade de saber quem somos moldou a historia do mundo. De perseguigdes e inquisigdes a guerras santas c genocidios, nds nos definimos a partir das diferengas. Por outro lado, a ciéucia mais avangada na histéria estendeu nossos olhos ¢ ouvidos coletivos aos confins do sistema solar € além dele, enquanto procuramos entender como nos encaixamos, juntos, 10 esquema da criagdo. A ironia da nossa época € que, mesmo com Os avan¢os miraculosos da tecnologia no tltimo século, ainda nos resta descobrir quem somos, © Capitulo 3 mostra que alguns dos registros mais velhos do passado tentaram responder 4 mais antiga questao da existéncia. Do misterioso livro “perdido” de Ado a biblioteca gndstica de Nag Hammadi, fica claro que os que escreveram esses manuscritos queriam dividir suas descobertas com as geragdes do seu futuro. No final do capitulo, ¢ introduzido 0 mais antigo ¢ misterioso livro das tradigées hebraicas: 0 Sepher Yetzirah, ou Livro da Criagao. Para os |eitores interessados em entender como a molécula do DNA pode ser lida como uma linguagem traduzivel, a parte IT detalha o pano de fundo, a histéria e as especificidades da descoberta. O Capitulo 4 aplica os indicios descobertos no Sepher Yetzirah para revelar o elo oculto entre os antigos elementos — Fogo, Are Agua — e seus equivalentes diretos na lin| guagem da quimica atual: uma correlagao com resultados surpreendentes! Enquanto 0 Capitulo 4 revela a relagdo oculta que faz a ponte entre crengas antigas ¢ modernas, o Capitulo 5, “A Descoberta”, aplica essa forte ligagao e continua a jornada pelo mistério de alfabetos e cddigos ocultos. A descoberta notavel, que reduz letras e elementos a um denominador numérico comum, nos permite comparar “mag&s com mapas” e correlacionar os mais antigos relatos do Génesis com a ciéncia de hoje. Ao fazer isso, 0 Capitulo 6 revela que 0 nome antigo e pessoal de Deus— 0 nome registrado 3.500 anos antes danossa era— forma o proprio fundamento donosso DNA! 19Para outros, que perguntam como uma simples mensagem pode fazer alguma diferenga no mundo de hoje, sugiro que va diretamente para a parte do livro que trata dessa questo: a Parte Ill. Seguindo-se a Parte HI, que discute a histéria, a ciéncia e a tradugdo da mensagem cm nossas células, os Capitulos 7, 8 ¢ 9 se concentram no significado da mensagem em nossa vida. Enquanto 0 Capitulo 7 nos ajuda a assimilar as implicagdes do nome de Deus no nosso corpo, os Capitulos 8 c 9 definem o papel que essa mensagem pode terna solugdo das diferencas que ameacam a nossa sobrevivencia. O Capitulo 9, por exemplo, expde um método indigena de resolugdo de conflitos baseado na visio compartilhada de um futuro comum. Nessas tradigGes, a visdo se torna uma base comum — um lugar para comegar ¢ para onde voltar quando as diferengas entre as pessoas parecem insuperaveis. Isso € possivel porque a visio compartilhada é uma experiéncia unificadora que n&o pode ser negada por quem dela participa. A seg%o sugere que a experiéncia de descobrir 0 nome de Deus no nosso corpo pode levar 4 solugao de conflitos em escala maior. Essa abordagem é especialmente titil no caso de conflitos bascados em diferengas rcligiosas ¢ étnicas. Um Livro Bem-Pesquisado ou um Ensaio Técnico: Por Que Essa Abordagem? Este livro toca deliberadamente em crengas muito pessoais e profundas. Tratar de todas as implicagdes do cédigo que existe nas nossas células esta além do seu objetivo imediato. Por isso, ele se concentra no poder da mensagem para resolver as diferengas em nossa vida ¢ trazer paz ao mundo. De quest&es complexas relativas ao terrorismo ¢ 4 guerra de 4.000 anos no Oriente Médio ao colapso previsto dos ecossistemas do mundo e 4 quantidade cada vez maior de armas de destruigdio em massa, as questdes que nos dividem como pessoas, familias, religides ¢ nagdes, atingiram propor¢des esmagadoras — ¢ as escolhas estdo mais dificeis do que nunca. Como sugere um velho ditado, quando as respostas ficam vagas ¢ as situagdes dificeis de resolver, é porque nao temos as informacdes necessarias — porque falta alguma coisa. Um corpo cada vez maior de evidéncias sugere que é justamente esse 0 caso dar questdes mais controversas de hoje em dia, Quando todas as informagées estio presentes, as escolhas ficam claras e os cursos de agdo aparentes. Podemos acabar 20descobrindo que as crises da atualidade sdo sintomas de um problema mais fundamental ¢ mais profundo. Cada uma delas faz exatamente a mesma pergunta: Qual é 0 padrao que usamos para medir 0 custo hu- mano das escolhas cientificas e politicas que fazemos enquanto construimos 0 mundo do futuro? oO palpavel, verificdvel e universal de uma mensagem na base da vida oferece evidéncias inegaveis de uma inteligéncia maior subjacente a nossa existéncia. O fato de a mensagem ser o “material” de que somos feitos nos diz que somos parte de um esquema muito maior. Nossa relagdo com essa inteligéncia é um fator que deve agora ser levado em conta nas diretrizes da ciéncia, da guerra e da paz — diretrizes que pavimentam o caminho para amanha, Por sua prépria natureza, 0 assunto deste livro transcende os limites convencionais da ciéncia e da espiritualidade. Dos mais antigos relatos da nossa origem ao mais avangado conhecimento cientifico, fica claro que, para resolver os desafios da nossa época, temos que ir além do pensamento que os definiu. Unindo a sabedoria do passado a ciéncia do futuro, criamos novas ferramentas para resolver as questdes da nossa época. Ao mesmo tempo, abrimos uma janela sem precedentes para o mistério da criagio. Como no caso de qualquer descoberta de natureza técnica, o desafio é transmitira informagao de maneira que faga sentido para o piblico em geral. Em 1990, quando comecei este projeto, fui aconselhado por alguns especialistas a apresentar o material de uma perspectiva académica. S6 que, para isso, teria que revelar as descobertas em incrementos que adiariam a publicaco final — e o impacto da mensagem — em meses ou até anos. (O estudo dos cédigos numéricos da Biblia Hebraica, por exemple, foi adiado por seis anos, enquanto era avaliado por autoridades no assunto.") Na mesma época, outras pessoas me encorajaram a adotar uma abordagem menos académica. Achavam que seria vantajoso trocar os mapas, graficos, notas de rodapé e referéncias pela oportunidade de compartilhar a mensagem rapidamente com um ptblico maior. Em consideragdo a recomendagGes tao honestas € sinceras, escolhi adotar o melhor das duas abordagens ¢ ofrecer um livro que ficano mcio-termo. 21Ao expor as muitas areas de estudo que formam este trabalho, sinto que beneficio o meu publico ao apresentar a descoberta em forma de uma narrativa fluente ¢ nio como um relato estruturado. Dentro do formato narrativo, inclui referéncias 4 pesquisa que tornou este livro possivel. Essa abordagem me permite compartilhar a descoberta de modo responsavel e a0 mesmo tempo conveniente. Fiz também o possivel para minimizar 0 jargio técnico ¢ as explicagdes demoradas para nao prejudicar o ritmo ea fluéncia que atracm um segmento maior do publico leitor. Espero ter criado, comisso, um livro significativo que seja também de leitura agradavel! Apesar de todas essas consideragées, ha partes deste livro que siio, sem duvida, mais prolixas e técnicas do que outras. Os capitulos 4 e 5, por exemplo, investigam detalhadamente a relago entre a quimica do nosso corpo e a antiga lingua hebraica. Para os leitores que preferirem passar por cima dessas segdes dadaa sua profundidade, hd um resumo dos pontos-chave no final de cada capitulo. O Poder do Cédigo de Deus Continuaremos a aprimorar a nossa compreensio da matéria e da vida por muitas geracdes, mas agora a quest&o ¢ 0 equilibrio entre sabedoria poder. Sera que temos sabedoria para equilibrar 0 conhecimento cientifico e as forcas da natureza antes que sejam irreparaveis as conseqiiéncias do mau uso desse poder? Seré que vamos sobreviver ao nosso processo de aprendizado? Em Hyperspace, um livro pioneiro, o Doutor Michio Kaku nos apresenta 0 nosso tempo na historia da perspectiva do fisico Heinz Pagels. No inicio do século XX, falando das descobertas da luz, da energia e da vida, Pagels disse que ¢ preciso encontrar uma “ordem politica e moral que acomode essas forgas, ou seremos destruidos. Isso vai p6r a prova os nossos recursos mais profundos derazao ecompaixao”.’ Parece que nao ha modelos claros que nos mostrem o caminho a medida que modificamos as forgas da natureza e de Deus. Embora tenhamos entrado em territério desconhecido no que se refere a aplicagdo desses poderes recém-descobertos, de uma coisa podemos estar certos: as ligdes que as guerras, as doengas, os desastres ambientais, 0 ddio e 0 sofrimento do ultimo século nos ensinaram, podem ser reduzidas a um unico tema, Todas elas nos fazem lembrar da natureza sagrada e interligada da vida — de toda a vida — em toda parte. Sendo leais com 0 22que aprendemos ¢ respeitando o principio da vida em cada escolha, nlo poderemos erar, As implicagdes de ver 0 nosso DNA como mensagem de um poder superior so enormes, controversas ¢, para alguns, esmagadoras. O fruto da nossa disposigao de fazé-lo revela nada menos do que uma chave para a paz duradoura € um convite para sermos nds a administrar o milagre da nossa propria existéncia. A luz das muitas possibilidades que este material pode sugerir, O Cédigo de Deus foi escrito com um propésito em mente: revelar com clareza e simplicidade um princfpio de unidade que transcende qualquer coisa que separe a familia humana com base em diferengas. Numa tnica frase, a visiondria e futurista arquiteta social Barbara Marx Hubbard resumiu a nossa situago; “Temos que decidir agora entre evolugdo consciente ou extingiio pelo mau uso de nossos poderes.”” Este livro é a histéria de uma razio para acreditar que temos escolha ¢ do poder de um nome, capaz.de unificar anossa familia global diante de diferengas que, as vezes, parecem intransponiveis. O Cédigo de Deus nio pretende ser a solugao diante dos maiores desafios da ciéncia, da tecnologia ¢ da paz na histéria da nossa espécie. Numa época em que as diferengas sio tio enfatizadas, ele pretendeser simplesmente um lugar para comesar. —Gregg Braden Taos, Novo México Dezembro de 2003 23Quem Somos Nés? Indicios Vindos do Proprio Mistério“Na maior parte das vezes, a miséria humana é causada nao tanto pela estupidez quanto pela ignoréncia, especialmente a ignorancia a ” respeito de nds mesmos. CARL SAGAN, autor de THE DEMON-HAUNTED WORD: SCIENCE AS A CANDLE INTHE DARKCapitulo Um a HISTORIA: A Histéria das Nossas Diferencas omos uma espécie misteriosa, de extremos e contradigses. Ja foi dito que somos capazes de sonhar os mais belos sonhos ¢ abrigar os mais negros pesadelos, tendo o poder de trazer 4 vida cada uma de nossas visdes. Em nenhum outro momento da histéria dividimos 0 mundo com tantos outros iguais a nés e talvez nunca tenhamos nos sentido tao isolados e sozinhos. Ao mesmo tempo, as possibilidades do nosso futuro nunca trouxeram tantas promessas e, no entanto, tanto medo. E nesse contexto de extremos que buscamos unidade no nosso mundo ¢ sentido mais profundo na vida. Qual seria a importéncia de descobrir evidéncias incontestaveis — provas verificdveis — de que a nossa espécie existe como um ato intencional de criaga0? Serd que a nossa vida e o nosso mundo seriam diferentes se soubéssemos que em cada célula de cada um de nds o nome de Deus estd eculto no cédigo quimico da prépria vida? No momento em que essa mensagem fosse compartilhada, o mundo que conhecemos nunca mais seria omesmo. Imagine descobrir que o Deus de nossas preces —o Ald do Isla, o Senhor das crengas judeu-cristas, o Deus Supremo das tradigdes hindus e o Grande Espirito dos nativos norte-americanos — € precisamente 0 mesmo Deus. Antigas feridas poderiam ser curadas se descobrissemos que as perseguigdes, limpezas étnicas, guerras religiosas e inquisigdes 29em nome de Deus, nos tiltimos 2.000 anos, vieram de um mal-entendido a respcito da mesma mensagem eterna! Com a revelagao dessa descoberta, as razdes que justificam os horrores do passado ficariam obsolctas. Desse momento cm diante, a ignordncia nao seria mais desculpa para as atrocidades baseadas nas nossas diferengas. Diante da prova inegavel da heranga comum da humanidade, o conflito em nome de Deus 86 poderia vir de uma opgio pelo conflito. Num tal momento, comegariamos de novo. A Procura das Respostas Certas nos Lugares Errados Serd que existe essa evidéncia poderosa? Seré possivel que um registro da mais sagrada fé da humanidade tenha sobrevivido ao tempo ¢ a devastagao da civilizagdo, 4 espera de ser descoberto desde a aurora do mundo? Hé mais de 4.000 anos, os estudiosos se fazem essas perguntas, 4 busca de indicios nos registros envelhecidos dos que vieram antes de nds: pergaminhos, entalhes e textos fragmentados da antigtiidade. Esquadrinhando, em bibliotecas de mosteiros remotos, manuscritos esfarelados que sao tediosamente transcritos, letra por letra, as descobertas feitas até agora, embora interessantes, ndo correspondem as expectativas dos pesquisadores. Mas ha indicios que apontam para a solugdo do nosso mistério, sugerindo que os registros do passado sdo incompletos ¢ revelam apenas uma parte de alguma coisa de alcance muito maior. De passagens misteriosas registradas no Sepher Yetzirah, o antigo Livro da Criagao da Cabala, 4 inscrido original acima da entrada do Templo de Apoio em Delfos, hd referéncias a uma chave universal — uma capsula do tempo — que pode nos revelar a identidade do Criador e a origem da nossa espécie. Essa chave nos di acesso aos meios para resolver quaisquer diferengas de crenga ou origem que possam nos dividir. O tema dessas passagens ¢ enganadoramente simples. Com a cloquéncia tipica de muitas tradigdes consagradas pelo tempo, a maxima “Conhece-te a ti mesmo” nos convidaa buscar dentro de nds as respostas para os mais profundos mistérios. Tradicionalmente, os estudiosos véem tais passagens como metaforas ou sugestdes de que é por meio da cxperiéncia da vida que obtemos a sabedoria das eras. Nao ha dividas de que as atribulagdes e os desafios da vida moderna sao grandes professores. Mas serd que 0 convite para “procurar dentro de nés” nao é alguma coisa a mais? Sera que, tomadas 30literalmente, essas passagens podem ser entendidas como instrugdes — instrucdes reais — que indicam onde encontrar indicios da nossa criag30? Uma nova interpretagdo desse antigo convite sugere que a chave do mistério pode ser encontrada naquilo que as mais respeitadas tradigdes consideram 0 coroamento da criagdo: a nossa biologia! Em vez de procurar em templos ¢ manuscritos deteriorados pelo tempo, a resposta para os mais profundos mistérios pode estar escondidana expresso da propria vida. Conceitualmente, a idéia de procurar na criagdo os indicios do criador nao € muito diferente de uma pratica muito comum hoje em dia. Da construgdo de complexos produtos eletrénicos a simplicidade da tela de um artista, o desejo de fazer com que os outros conhegam nossas realizagoes faz parte da natureza humana. Nos automéveis, nos utensilios domésticos, na musica que move nossa alma e€ na escultura que nos inspira sem fazer som algum, basta olhar para a obra para descobrir a assinatura do criador. Se uma “assinatura” do nosso Criador sobreviveu aos elementos do tempo e da natureza, € provavel que esteja preservada no nosso corpo. A revelacado dessa assinatura exige de nés, antes de mais nada, o reconhecimento dos principios universais que nos unem ao mundo e, o que € mais importante, que nos une uns aos outros. Ao fazer isso, descobrimos que nossa busca do passado tem sido 0 catalisador, levando-nos pacientemente & mais antiga fonte de conhecimento que existe, a biblioteca da vida. Ja foi dito que a chave do futuro estd no passado. O antropélogo Louis Leakey, aclamado por ter descoberto hominideos em Olduvai, na Africa, observou uma vez: “Sem uma compreens%o de quem somos e de onde viemos, no acho que seja possivel avangar.” Anos depois, 0 antropdlogo Richard Leakey, filho de Louis Leakey, reiterou os sentimentos do pai ao dizer, “Para dar significado a onde estamos hoje, temos que olhar para 0 ponto de onde viemos” AHistoria¢éa historia de nossa jornada. Nas paginas do tempo, gravamos um registro vivo de nossa busca de identidade, da busca para saber quem somos € como nos encaixamos no esquema da criagdo. Nosso legado esta preservado nas nagées, familias, guerras e conquistas dos que vieram antes de nds — os elementos formadores do nosso passado. Coletivamente, nao deixamos pedra sobre pedra ao testar os limites dos nossos sentidos e das nossas crengas na tentativa de nos definir. 31Grande parte da historia espelha nossa tentativa de merecer a graga de um poder superior. Os enormes templos nos desertos do Egito, os observatérios ocultos nas florestas de Iucatd, os relicirios pousados nas montanhas do Peru eas grandes catedrais da Europa falam dos esforgos que fizemos ao longo da histéria para agradar e chegar mais perto da nossa sempre mutavel idéia de Deus. A historia também nos fala das conseqiiéncias que pesaram sobre pessoas € populagdes inteiras que nao accitaram as crengas de sua época. Uma Espécie Definida pelas Diferengas Neste mundo de diversidade, é mais facil priorizar as diferengas que nos dividem do que os principios que nos unem. A histéria da nossa espécie ¢ definida pela religido, pela cor da pele, pela riqueza das sociedades e pelo avango da tecnologia. Segundo estimativas dos cientistas, nosso mundo tem cerca de 4,5 bilhdes de anos, mas nossos primeiros ancestrais surgiram ha cerca de 250.000 anos. Nessc periodo relativamente breve, localizamos nossas diferencas e construimos com elas as fronteiras invisiveis que alimentam nosso senso de separacdo. Com base nessas fronteiras, incontaveis membros de nossa familia global sofreram de maneiras impensdveis, inimaginaveis até, para a mente de pessoas racionais. Juntos, compartilhamos as trevas de uma historia pontuada de perseguigdes, inquisigSes, escravidio e tentativas de eliminar ragas inteiras da face da terra. Hoje, estamos maravilhados com a tecnologia aparentemente miraculosa que nos permite combater a doenga e prolongar cada vez mais a vida. Ao mesmo tempo, vivernos num mundo em que a vida que tantas pessoas lutam para preservar ¢ rotineiramente extinta por meio da atrocidade e da violéncia do que tem sido chamado de “inumanidade do homem para com o homem”. No século passado, o desenvolvimento de armas de alta tecnologia permitiu a destruigao de nimeros ineriveis de vidas num Unico dia, mas a historia mostra que alguma coisa muito mais profunda gerou aquilo que o historiador Eric Hobsbawn chamou de “o século mais mortifero da histéria conhecida”.” Aoavaliar 0 tributo cobrado pela “mortandade politicamente motivada”, Zbiginew Brzezinski, antigo consultor de seguranca nacional da administragao Carter, estima que, do comego do século até 1993, a violéncia gerada por nossas diferengas custou de 167 a 175 milhdes de 32vidas — 0 equivalente a soma das populagdes da Gra-Bretanha, Franca ¢ Italia!’ Além das batalhas para resolver disputas relacionadas 4 posse da terra ea posse de recursos, 0 tiltimo século conheceu horrores de um outro tipo: a determinagao implacavel de “limpar” a sociedade com base em principios que ultrapassam a posse de terras e de recursos naturais. Em 1948, a Assembléia Geral das Nagdes Unidas escolhcu o termo genocidio para se referir a esse tipo de violéncia, definindo-a como “negagio do direito 4 existénciaa grupos humanos inteiros”, OArtigo II da Convengao das Nagdes Unidas sobre Genocidio definiu cinco categorias de genocidio: 1. Matar membros do grupo. 2. Causar sérios danos mentais ou corporais a membros do grupo. 3. Infligir deliberadamente ao grupo condigées de vida capazes de gerar destruigao fisica, total ou parcial. 4. Impor medidas com a intengZio de impedir nascimentos dentro do grupo. 5, Transferir & forgacriangas do grupo para outro grupo. Mortes Atribuidas a Atos Especificos de Genocidio Evento Mortes estimadas Cruzadas (1095-1291) 1.5milhio’ Trfico de escravos no Atlantico (1700-1850) 18 milhdes’ Dizimacio de indios norte-americanos (séculos XV1-XIX) 20 milhdes’ Holocausto judeu (11 Guerra Mundial) 5.8milhdes” Holocausto polonés (I Guerra Mundial) $5.0 milhdes® Genocidio tibetano (1959-2000) 1.2 milhao” Genocidio balednico (II Guerra Mundial até 1997) 15 milhio” Pés-guerra— Vietna, Camboja e Laos (1974-1986) 2.2 milhio" Figura 1.1: Estimativa de nimero de mortes devidas a inquisigdes ¢ episédios de genocidio. Embora as Cruzadas tenham ocorrido antes do periodo discutido no texto, elas sido incluidas para comparacdo. A estatistica referente aos balcanicos ¢ modesta devido a mortes nao relatadas, podendo chegar a4.8 milhdes.” As estimativas correspondem a médias de tegistros histéricas. 33O genocidio baseado em diferengas de raga, religido e origem, responsivel pela magnitude de mortes relatadas por Brzezinski e outros, é chamado de limpeza étnica. Embora a histéria dessas perseguicdes tenha comecado antes da era moderna, foi o esforco de 300 anos para tirar os nativos norte-americanos de sua terra ¢ eliminar seu modo de vida que iniciou a tendéncia e a magnitude das formas atuais de genocidio (ver Figura 1.1). Com 0 tréfico de escravos africanos € 0 holocausto de nativos norte-americanos nos séculos XVII, XVIII e XIX, quase 40 milhées de seres humanos ja tinham morrido quando comegaram os horrores do século passado. Somando as atrocidades que assolaram a Europa no século XX — o holocausto judeu ¢ o holocaust polonés de crist@os durante a Segunda Guerra Mundial e as limpezas étnicas que ocorreram na regido dos Balcas, Viena, Camboja, Laos, Africa e Tibete — esse mimero passa de 53 milhées. Compara¢ao entre 0 Nitmero de Mortes Atribuidas a Genocidio e a AIDS e Desastres Naturais Causa das Mortes: Numero Estimado: Genocidio (todas as ocorréncias conhecidas) 80.0 milhdes” AIDS 11.7 milhdes" Desastres Naturais 3.5 milhdes” Total 15.2 milhdes Figura 1.2: Estimativa de nimero de mortes devidas a diferengas de religido e crengas, AlDSedesastres naturais no século XX. Os desastres naturais excluem acontecimentos como secas ¢ epidemias de fome, Esses mimeros inacreditaveis revelam que os conflitos étnicos, religiosos ¢ filoséficos do século XX, notavel por suas guerras sangrentas, tiraram cinco vezes mais vidas — 80 milhdes de homens, mulheres ¢ criangas — do que tados os desastres naturais somados 4 epidemia da AIDS no mesmo periodo (ver Figura 1.2). Embora os historiadores em geral concordem a respeito desses nuimeros, eles sio menos significativos doquea magnitude da historia que contam. Talvez seja por isso que o ultimo século a 16 seja conhecido também como oséculo que “assassinoua paz”. 34Paz: Mais do Que Auséncia de Guerra As geragdes futuras vio estudar o século XX como o século mais violento da historia. Nos primeiros anos do século XXI, parece que persiste 0 modo de pensar responsivel por esse cpiteto sombrio. Neste novo milénio, com a escalada dos programas de armas nucleares em paises como india, Paquistdo, [ri e Coréia do Norte, 0 palco estd pronto para corridas armamentistas semelhantes 4 da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a Uniiio Soviética, no século pasado. A ameaga do terrorismo, da guerra civil e das diferengas religiosas nao deixa dividas de que a violéncia ¢ 0 sofrimento que prejudicaram o século passado serdo 0 legado dos primeiros anos do novo milénio. Embora as tentativas politicas para remediar esses conflitos sejam sempre proveitosas, quando falham, a solugdo tem sido predominantemente militar: vencer as forgas da tirania com uma forga ainda maior, empenhada em impedir o aumento da tirania. Sao essas forgas que se evidenciaram em paises como Bésnia-Herzegévina, Serra Leoac Timor Leste. Pais do. Inicio Paisdo Inicio Contflito da Missio Conflito da Missao Oriente Médio 1948 Gedrgia 1993 india e Paquistio 1949 Bésnia-Herzegévina 1995 Chipre 1964 Prevlaka 1996 Colinas de Golan 1974 Kosovo. 1999 Libano 1978 Serra Leoa 1999 Traque-Kuwait 1991 Repiblica do Congo 1999 Saara Ocidental 1991 EBtidpia e Eritréia 2000 Figura 1.3: Missdes de Paz das Nagdes Unidas até 2002.” No segundo ano do século XXI, as NacGes Unidas realizaram 15 missdes de paz, perfazendo um total de 54 missdes desde que a comissio foi criada, entre 1945 ¢ 1954 (ver Figura 1.3). Hoje, a maioria das missées de paz das Nagées Unidas estio concentradas na Europa Oriental, na Africa e no Oriente Médio. Embora o objetivo das forcas das Nagdes Unidas seja promover a paze a estabilidade numa determinada regio geogrdfica, essa paz pode ser apenas uma paz imposta, nos casos em que o conflito recua diante 35de uma demonstragiio de forcas. Além disso, a natureza internacional das forgas das Nacdes Unidas deixa claro que, “oficialmente”, a maioria apoia os guardides da paz, com a promessa de uma presenga militar ainda maior, caso seja preciso. Mas a histéria mostrou que, a longo prazo, a paz imposta ¢ geralmente ineficaz. Obviamente, o mimero e a duraydo dessas missOes nos ensinam uma grande ligdo. Quando enfiamos 0 dedo num baldo cheio d'égua, o baldo se dilata em outro lugar. Como nessa imagem, reprimir numa parte do mundo a violéncia causada pela mgoa ¢ pela raiva néo faz com que 0 conflito desaparega. Tropas e sangées sio eficazes para inibir a violéncia num determinado lugar, mas a tensao que hd na raiz dessa violéncia continua a existir, Nao é surpresa quea tensao de regiGes inteiras aumente ainda mais logo depois que a forga € usada para debelar erupgdes localizadas de violéncia. Dessa perspectiva, a intervengao militar € como um Band-Aid, uma solugdo rapida para uma crise mais profunda. No context das presentes condigdes mundiais, essas solugées servem para salvar vidas a curto prazo. Por exemplo, foi s6 com a intervencao das forcas de paz durante a crise em Kosovo, em 1999, que se conseguiu deter o exterminio de vilas e comunidades inteiras na antiga Iugoslavia. O conflito entre israclitas ¢ palestinos, no entanto, atingiu novas propor¢es nos primeiros anos do novo milénio. Essa onda renovada de violéncia continuou mesmo com a presenga militar no local, mostrando quea forga nao traz uma paz duradoura. Quer se trate de um jantar em familia ou do mundo inteiro, a verdadeira paz ¢ mais do que a simples auséncia de conflito. A paz duradoura acontece no coracdo e na mente das pessoas antes que ocorra entre governos ¢ naydes. No mundo inteiro, os esforgos de paz so essenciais para a prevencZo da violéncia a curto prazo, significando um passo decisive na solugao pacifica de qualquer conflito. Mas, no fundo, s6 conseguem ganhar um pouco de tempo. A questao € se teremos sabedoria para aproveitar esse tempo ganho descobrindo outra maneira de resolver as quest6es que nos dividem. Aresposta a essa pergunta ¢ 0 futuro que vai revelar, mas de uma coisa podemos ter certeza: € possivel aprender com o passado, Cada conflito, cada guerra e cada tentativa de limpeza étnica é um espelho da nossarelacao como Criador, com os outros c coma criagdo. Quando valorizamos a vida e nos vemos como membros de uma familia global e como 36administradores da Terra, nossas ages refletem essas crengas. A historia mostrou que é ao escolher desonrar uns aos outros ¢ o principio da vida que entramos na espiral descendente de agressividade e competitividade violenta. Da queda de Roma ao colapso da antiga Unido Soviética, 0 esquecimento dessa verdade simples destruiu algumas das mais poderosas nagoes da histéria, Como nés nos vemos noalvorecer de um novo s¢culo? A intensidade das guerras, limpezas étnicas ¢ lutas pelo poder do século passado oferecem um forte indicio. Assim como nossa resposta global a essas crises. Hoje, a busca pelo conhecimento de nés mesmos continua. Nossa maneira de viver cada dia reflete a busca de um significado maior em nossa vida, Como uma tribo que vaga hd tanto tempo que esqueceu 0 propésito de sua jomada, passamos pelos acontecimentos da vida em busca de um sinal, de algo que dé significado ao que criamos ¢ Aquilo em que nos tornamos. Em Busca do Nosso Lugar na Criagio Em 28 de abril de 2001, um marco na busca para entender nosso lugar no cosmos, veio € se foi com pouco alarde. Com a excegiio de uma breve mengao no noticidrio noturno, o que aconteceu naquele dia passou quase desapercebido. As 10:27 da manha, horirio do Pacifico, cientistas que operavam um sensivel radiotelescépio em Madri, Espanha, receberam um sinal do primeiro objeto feito pelo homem a deixar o sistema solar. Sem receber nenhuma comunicagao do artefato desde agosto de 2000, cientistas da National Aeronautics and Space Administration (NASA) tinham transmitido um sinal para a vastidio do espago no dia anterior, numa tentativa de iniciar contato com o objeto a partir da Terra. Viajando 4 velocidade da luz, esse sinal foi retornado e captado pelo telescépio em Madri. Com o sinal veio uma fé renovada no legado do Pioneer 10, uma sonda espacial langada da Terra quase trés décadas antes. No dia 2 de margo de 1972, 0 Pioneer 10 comecou uma viagem sem precedentes, que o levaria aos confins do sistema solar e além dele. A tarefa do Pioneer cra enviar informagées 4 Terra durante sua jornada, dando aos cientistas uma nova percepgdo dos campos magnéticos, da gravidade e dos padrdes climaticos de nossos distantes vizinhos planet4rios —indicios que nos ajudariam em nossa busca para saber quem 37mos. Para 0 caso de encontrar vida inteligente em algum ponto de sua 37viagem de mio tinica, 0 Pioneer foi equipado com nosso primeiro “cartao de visitas” interestelar. Projetada pelo Doutor Carl Sagan e pelo Doutor Frank Drake, uma placa de ouro de 15 por 22 centimetros foi fixada no pequeno artefato, com informagées sobre seus criadores € sua origem. Gravado na superficie da placa, um diagrama mostrava que 0 Pioneer tinha saido do terceiro planeta a partir do Sol, indicando sua relagao com o centro da galaxia. Além disso, havia um desenho de um homem e de uma mulher, uma silhueta do Pioneer e simbolos quimicos demonstrando conhecimento da constituigao do hidrogénio, o elemento mais abundante do universo (ver Figura 1.4). Osinal devolvido a Terra naquele dia de 2001 foi o mesmo que tinhamos: transmitido 22 horas antes (como 0 Pioneer 10 estava a quase 11 anos luz de disténcia, levou 11 horas para enviar o sinal ¢ outras 11 para cle voltar). Depois de 29 anos no espago, em meio ao lixo espacial, as tempestades radiativas e As temperaturas abaixo de zero, o Pioneer ainda estava “vivo” e seus instrumentos ainda funcionavam. Embora a missao da sonda possa durar centenas de anos, a disténcia vai acabar tornando a comunicagdo impraticavel. Figura 1.4: Ilustrgio esquematica da placa de ouro levada pela sonda espacial Pionner 10. 38Em algum ponto de sua viagem, o Pioneer pode muito bem encontrar formas de vida inteligente que, como nés, buscam indicios de suas origens. Nesse dia, tendo viajado para tio longe de casa com evidéncias de nossa existéncia, a sonda de 250 quilos, que deixou a Terra na primavera de 1972, vai se tornar nosso primeiro embaixador espacial. Mesmo que os simbolos nao sejam entendidos, a existéncia do Pioneer fala por si sd. O fato de sua missdo solitéria ser de simples exploragéo deve indicar, para seus descobridores, que valorizamos a vida a ponto de aplicar nossa tecnologia — ¢ penctrar nos dominios inexplorados do sistema solar ¢ além dele — para saberse “temalguém |”, Somos os Unicos? Depois de pousar na Lua em 1969, Neil Armstrong, 0 primeira ser humano da histéria que conhecemos a pisar em outro mundo, admitiu que & grande a probabilidade de haver inteligéncia em outro lugar. “Se extrapolarmos, com base nas melhores informagdes disponiveis, chegamos 4 conclusio de que ... provavelmente existe vida lé fora — talvez em muitos lugares.” O sentimento de Armstrong encontra eco em outros cientistas e pesquisadores respeitados em suas dreas. “Sabemos que ha planetas girando em torno de outras estrelas ¢ sabemos que € provavel que alguns desses planetas tenham condi¢ées adequadas para a vida. Entao, seria bizarro se fOssemos os tinicos. E muito mais provavel que o universo seja fervilhante de vida”, sugere Dan Werthimer, fisico da University of Califémia, em Berkeley.” Em 1961, 0 astrénomo Frank Drake propés uma equagao capaz de estimar 0 nimero de civilizagGes inteligentes que podem existir em outros lugares do universo. Conhecida como equagiio de Drake, a formula ¢ baseada em 7 fatores que os cientistas consideram necessarios para a vida inteligente. Usando suposi¢ées baseadas cm certos fatos, como o {indice anual de formagao de estrelas ¢ a fragfo delas que produzem planetas compativeis com a vida, a equagdo de Drake sugere que pode haver 10.000 civilizagdes inteligentes no universo como o conhecemos (ver Figura !.5).” 39(0 indice anual de formagao deestrelas) x (quantas dessas estrelas tém planetas) x (quantos desses planetas sto adequados a vida) x (em quantos desses planetas a vida se desenvolve de fato) x (em quantos desses planctas surge vida inteligente) x (quantas civilizagdes inteligentes desenvolyem comunicag0es avangadas) x (ontimero deanos que uma civilizagao inteligente pode sobreviver sem se destruirou sucumbira causas naturais) = (mimero de civilizacées inteligen- tes possiveis no universo) Figura 1.5: Equagio do radioastrénomo Frank Drake para estimar 0 nimero de civilizagdes inteligentes que podem existir em nosso universo. Nota: nessa ilustragao, a letra x é 0 simbola damultiplicagao. Porém, até o momento, parecemos ser os tinicos na vastiddo do cosmos. Deacordo com o que os cientistas acreditam agora, 0 universo que habitamos tem cerca de 17 bilhdes de anos-luz (1 ano luz = os 17,52 trilhdes de quilémetros que a luz percorre em um ano) de um lado a outro, enquanto a Via Lactea tem 100.000 anos-luz de um lado a outro. No universo inteiro, deve haver cerca de 200 bilhdes de galaxias, sendo que cada uma congrega de 200 a 500 bilhGes de estrelas, como € 0 caso da nossa. Diante desses nimeros espantosos, é mais provavel que exista inteligéncia em algum lugar. Alguns pesquisadores suspeitam até que jé fizemos algum tipo de contato. Na auséncia de provas, muitas pessoas tém simplesmente um profundo sentimento intuitivo de que nao estamos sozinhos — e 0 sentimento de que existe uma presenga universal maior, associada a Deus. Mesmo que essa presenga nao seja “o” Deus, a descoberta de outra vida pode nos aproximar da solugao do mistério de nossas préprias origens. Comentando o valor dessa busca, Carl Sagan observou: “No sentido mais profundo, a busca de uma inteligéncia extraterrestre é a busca de nds mesmos.” Talvez, o sentimento de Sagan venha da possibilidade da busca de nossas origens nos levar finalmente 4 evidéncia mais abundante do mistério da vida: o mistério da humanidade. Embora seja provavel que haja inteligéncia em algum outro lugar do universo, por ora a familia dos seres humanos parece ser wnica na criagio. Mesmo que essa inteligéncia seja descoberta e abertamente reconhecida, & provavel que nao seja idéntica 4 nossa. Assim, com toda a probabilidade, vamos continuar sendo exclusives como forma de vida. 40