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1 A FORMA E AS DIMENSOES DA TERRA No passado, a geodésia era dividida em ramos de conhecimento: 0 geométrico,o fisico €0 espacial Hoje, a separagdo entre as areas de conhecimento é ténue eh muita interago entre elas, tornando a divisdo deste conhecimento sem sentido. Assim, esta se tornando usual a divisdo do estudo em trés ‘objetos principais: + a forma e dimensies da Terra; © gs parametros de orientagdo da Terra no espago; * campo de gravidade ea definigao do geoide. Para as aplicacbes praticas, o que nos interessa mais €2 determinag3o da forma e dimensOes da Terra © como isso influencia nos levantamentos topograficos. 1.1 A forma da Terra — histérico Desde a Antiga Grécia, grandes pensadores ja se preocupavam com a forma da Terra, que era inferida por meio da observagdo das estrelas. Enquanto Tales de Mileto ¢ Homero defendiam que a Terra tinha a forma de um disco que flutuava sobre um aceano infinito, Pit4goras foi o fildsofo a introduzir 0 conceito da forma esférica Aristételes, baseado nos preceitos de Pitagoras, ravidade ¢ apresentou argumentos para reforgar a ‘roduziu os primeiros conceitos sobre a forca de ia de Terra esférica: © Sombra circular da Terra nos eclipses da Lua. «+ Variacdo do aspecto do céu estrelado conforme a variagéo da latitude. © Diferenga de hordrio ma observac3o de um mesmo eclipse para observadores situados em meridianos diferentes. Entretanto, para eles, o planeta girava em torno do Sol (teoria heliocentrista). Por volta de 200 aC, Eratdstenes era responsavel pela Biblioteca de Alexandria, localizada no Egito. Em consulta a antigos escritos, surpreendeu-se com o fato de que em Siena, uma cidade localizada nas proximidades do rio Nilo (ndo confundir com a célebre cidade italiana), em uma determinada data e hordrio, uma vareta vertical nao produzia sombra 20 meio-dia de cada dia 21 de junho. Ele pereebeu que (© mesmo fendmeno nao ocorria em Alexandria na mesma hora € data, Se essa diferenga de inclinagzo dos raios solares ocorria, é porque a Terra no deveria ser perfeitamente plana como se pensava aquela poca. Esta foi a sua motivagdo para que fosse determinado qual seria 0 raio de curvatura. Uma vez que a distancia entre Siena e Alexandria era estimada e sabendo a inclinagao da sombra que acontecia no solsticio de verdo em Alexandria, Eratéstenes calculou o raio da Terra par meio da geometria da cireunferéncia. Ele estimau que a sombra tivesse inclinagaa de 7*12', representando 7/50 de um circulo & que a distancia entre as duas cidades era de aproximadamente 800 km, Assim, 0 comprimento da circunferéncia inteira teria 50 x 800 = 40 mil km, Como 0 comprimento da cireunferéncia é igual a 2pR, ele chegou ao valor de raio aproximadamente igual a 6.210 km, com uma precisdo notdvel em relac2o ao valor calculado atualmente, com recursos muito mais sofisticados de matematica, Hoje, o valor estimado para o comprimento da circunferéncia é de, aproximadamente, 41.700 km, correspondendo a um raio em torna de 6.378 km. O erro, em torno de 5%, deve-se principalmente a dois fatores: A distancia real entre as duas cidades & maior do que a estimada, cerca de 830 km, «© Siena e Alexandria nao esto sobre o mesmo meridiano. Posteriormente, na Idade Média, 2 ciéncia teve um grande retrocesso. Nesta época, acreditava-se que a Terra era plana, sendo que a cartografia da época representava abismos e monstros marinhos nas extremidades. Com as grandes navegagties, voltou-se a crer na esfericidade terresre, principalmente por conta da observagdo do posicionamento das estrelas, que pareciam mover-se em relago a0 observador. Tais hipdteses foram corrigidas muito depois por Newton © Copémico. O primeiro corrigiu a questo da forma da Terra, indicando que havia um achatamento nos polos ¢, portanto, a forma da esfera nao era adequada. Foi entao proposto 0 elipsoide como a forma geométrica mais adequada para a representacao. 44 Copérnico corrigiu 2 segunda hipétese, indicando que, na verdade, a Terra gira em torno do seu exo. A formulacdo de Newton, realizada no stculo Xl, foi comprovada por meio de expedicdes realizadas na segunda metade do século XIX @ Finlandia (Lapdnia) e ao Reino do Peru (atual Equador). Durante a expedigao feita no século XIX ao Reino do Peru, o astrénomo francés Jean Richer realizou um experimento a fim de estabelecer a relacéo entre as diferentes gravidades observadas em Paris € no Equador, a partir da observacao do atraso na oscilago do péndulo de um relégio. Esta situacio levou 0 astronomo a inferir que a distancia entre a superficie ¢ 0 centro da Terra deveria ser distinta no Equador e nos polos, concluindo que a forma do planeta nao era uma esfera perfeita, mas achatada nas extremidades Assim, foi comprovada a hipdtese de Newton sabre o achatamento nos polos € surgiu a ideia do elipsoide coma meio de representacdo da forma da Terra Ainda no século XIX, Gauss caracterizou a superficie equipotencial do campo de gravidade com 0 nivel médio dos mares, posteriormente denominado geoide. 1.2 Geoide ¢ elipzoide Cama vimos, 0 geoide é definido como a superficie que caincide com o nivel médio dos mares (NM) nao perturbado prolongado sob os continentes, ou seja, a NMM com auséncia de correntezas e ventos, sem varlagdo da densidade da Agua. A forma do geoide depende das forcas deatracdo (gravidade) ¢ centrifuga, provocada pela rotacdo da Terra. Como os materiais que compdem a superficie terrestre possuem diferentes densidatdes, a superficie depende da distribuicgo de massas no interior da Terra, fazendo com que a forca gravitacional no seja sempre a mesma em todos os pontos sobre a superficie da Terra, fazendo que a area seja levemente irregular. As Aguas do oceano buscam uma situacao de equilitrio, ajustando-se a0 campo gravitacional. A figura a seguir indica uma forma aproximada do geoide. Figura 1 Formas de epresentagbo da Tera ~geoide Em todos os pontas da superficie geoidal, o potencial de gravidade W, é constante. A materializacao desta superficie € observada por meio dos marégrafos, os quais fazem a leitura continua da variagao do nivel médio dos mares ge Para a determinago matemdtica do geoide, recorte-se a formulagdes complexas, sendo praticamente indeterminavel, Para solucdo deste problema, aproxima-se a geoide de uma figura matemtica conhecida: o elipsoide de revolugaa. Este, porsua vez, consiste em uma elipse rotacionada em tomo de seu eixo menor, formando um volume achatado nos polos, assim como a forma real da Terra. O problema passa, entdo, a Se determinar os parametros de um elipsoide cujo ajuste seja o melhor possivel em relaedo a0 geoide. Com a evalugao dos métadas matematicas, o valor do raio da Terra fai refinado, sendo possive! a determinagao dos sistemas geodésieos de referencia para a correlagdo do geoide, elipsoide e superficie topogréfica A figura a seguir ilustra a comparagao entre as superficies do geoide, do elipsoide e da superficie topogrifica (que é a real superficie da Terra). Superfcie terrestre Figura 2 ~ Formas de representago da Terra - gcoide, lpsnide e superficie topogratice 1.3 Sistemas geodésicos de referéncia Como vimos, 0 elipsaide é uma figura geométrica utiizada para aproximacao do geoide. Para a correlagao entre as duas figuras, s40 adotadas as seguintes hipdteses: * O centro do elipsoide coincide cam o centro de massa da Terra. * 0 plano equatorial do elipsoide coincide com o plano do equador terrestre ¢ ambos so perpendiculares linha dos polos. ‘© Na determinagao, deve-se procurar minimizar os desvios com relagdo 20 geoide. ara a iltima hipdtese, so realizadas medig6es sistematieas para determinacao da ligaco entre 0 yevide €o elipsvide. ‘Assim, em fungéo da qualidade ¢ quantidade de dados utilizados, a0 longo do tempo foram sendo determinados distintos elipsoides de referéncia, ou sistemas geodésicos de referéneia, cujo objetivo estabelecer uma relagao entre um panto determinado no terreno (superficie topogratical ea formulagao matematica que define a superficie terestre, Antes do aperfeicoamento das técnicas de posicionamenta por satélite, o datum geodésico era determinado por meio de observagdes astronbmicas das redes de triangulagS0 ou de poligonais @ partir ‘de um ponto de origem ¢ da adogdo de um elipsoide de referencia para fixagao € orientaco no espago. 0 ponto de origem tinha as suas coordenadas geodésicas ¢ altura geoidal atribuidas. 0 sistema geodésico de referencia € definido por meio da eseolha de um datum geodésico € materializado por meio de marcos de referéncia com coordenadas conhecidas. ‘Ao longo do tempo, com base em redes de monitoramento planimétrico, altimétrico e gravimétrico, foram sendo aprimoradas e refinadas as medidas consideradas para a defini atualmente, busca-se a unificacao dos elipsoides em tado o mundo, 1.3.1 Caracterizagao do elipsoide Os pardmetros para caracterizagao do elipsvide esto indicados na figura a sequir: Figura 3 - Parémetros do Elpsside Por meio da figura anterior sd0 definidos os seguintes parametros: a = semieixo maior; b= semieixo menor; = achatamento (também indicado por f= 14); e = 1 excentricidade; e' = ? excentricidade. Sao definidas as seguintes relagdes entre os parémetros: través de medigies sobre a superficie da Terra foram estabelecidos valores para os parametros, sendo que normalmente so apresentadas apenas dois deles para a caracterizacdo do elipsoide: 0 ‘semieixo maior (a) € o achatamento (f). 1.3.2 Sistemas utilizados no Brasil Até 1979, 0 datum geodésico era o Cérrego Alegre, que considerava este ponto coma a origem do sistema € 0 elipsoide de Hayford como referéncia. A partir desse ano, foi adotado o datum SAD-€9, bbaseado no vertice Chua (origem) emo elipsoide GRS 1967. Este datum foi definido como referéncia para 2 América do Sul (South American Datum). A partir de 2005, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica), que ¢ 0 Grgao responsavel por estabelecer o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), definiu o datum Sirgas-2000 como @ SGB, baseado no elipsoide GRS 80. ‘A principal diferenca entre 0 SAD-69 ¢ o Sirgas-2000 consiste na origem adotada. Enquanto o sistema utilizado anteriormente é topocéntrico (panto de arigem esté na superficie terrestre), o atual € geacéntrico (origem é 0 centro da Terra). 0 niimero 2000 diz respeito & realizacao do datum, ou seja, quando foram coletadas as informagées utilizadas para a sua definicdo matematica oo 0 mapeamento do estado de S40 Paulo e de diversas areas do Brasil continua referido 20 datum Cérrego Alegre ou a0 datum SAD-69, mas os Grgdos de mapeamento, como o IBGE, esto procedendo a atualizagao das cartas topograficas para o Sirgas-2000. 0 usuario devera se atentar a informacao para ndo cometer erros de posicionamento. A tabela a seguir indica os parametros destes trés data(plural de datum) de referencia e também do datum WGS-84, a Tabela 1 - Sistemas de Referéncia O vértice Chud, origem do sistema SAD-69, possui as seguintes coordenadas: + Latitude = 19°45°41,6527" S. * Longitude 3. -06'04,0639" W Gr. + Altitude N =0,0m, O sistema WGS-84 ¢ bascado no mesmo elipsoide do datum Sirgas-2000. Assim, na tabela anterior, ‘voc® deve ter observado que-os dois sistemas tém praticamente osmiesmos pardmettos, havendo apenas pequena diferenea no achatamento. Diversos estudas esta sendo conduzidos a fim de unificar os sistemas. £ importante saber que o referencial WGS-84 € o sistema utilizado pelo GPS na determinacao das coordenadas. a... ‘Quando voce estiver utilizando um aparelho GPS de navegagao, € muito importante checar qual o datum geodésico de referencia. Por padréo, as coordenadas so determinadas em WGS-84, mas alguns equipamentos permitem selecionar tanto 0 SAD-69 quanto © Sirgas-2000, 4 ‘Saiba mais Para saber mais sobre outros elipsoides de referencia, leia 0 livro Topografia Geral, cujos autores so Joao Casaca, Joao Matos e Miguel Baio. O capitulo 1 traz uma série de elipsoides com as respectivas caracteristicas € dimensdes. CASACA, J.; MATOS, J.; BAIO, M. Topografia geral. 4. ed. reimpressdo. S80, Paulo: LTC, 2017. ge 1.4 Superticies de referéncia Sao trés as superficies de referéncia, conforme indica figura a seguir. A superficie geoidal, limitante do geoide; 2 elipsoidal, limitante do elipsoide de referencia; e a superficie da Terra (ou topogratica), limitante do relevo topografico. ‘edeswo angular entre @ ‘normale 2 vertical. (chamado “desvio da vesticar™) Figura 4~ Supetices de referéncia A vertical, ou normal ao geoide, ¢ uma reta que passa por um ponto do espaco perpendicular 4 superficie geoidal. A normal, ou normal ao elipsoide € uma reta que passa por um ponto do espaco perpendicular 4 superficie elipsoidal. Ao éngulo entre a vertical ¢ a normal dé-se o name de desvio da vertical. Aseparacdo entre as superficies¢ caracterizada por outros trésparimetros definidas na figura a sequ Normat Suparticio Figura 5 - Alturas geometica, artométriea ¢ altura geaidal Altitude ortometrica (H): distancia entre a superficie geoidal ea superficie fisica medida ao lorgo da vertical Oo Altura geoidal (N): distancia entre a superficie elipsoidal e a superficie geoidal medida 20 longo da normal. + Altitude geodesica ou altitude geomettiea (h):disténcia entre a superficie elipsoidal ea superficie fisica, medida ao longo da normal. 1.5 Sistema geodésice brasileiro 05GB - Sistema Geodésico Brasileira - é composto de redes de altimetria, gravimetria e planimetvia Para a determinacdo da planimetria ¢ utilizado 0 datum Sirgas-2000, baseado na elipsoide GRS 80. 0 referencial altimétrieo esta vinculado 20 geoide. Considera-se como altitude igual a zero aquela indicada pelo marégrafo de Imbituba, localizado no sul de Santa Catarina. O referencial gravimétrico ‘estd relacionado as milhares de estagdes posicionadas em todo o territério brasileiro que recolhem dados da aceleracao de gravidade. 2 NOCOES DE POSICIONAMENTO Como existem diversos modelos de representagdo da Terra, pode-se posicionar um ente sobre a ‘superficie terrestre de diversas formas, de acordo com 0 modelo adotado ou com a dimensdo desejada (planimétrica ou planialtimetrica). Durante a sua trajetoria escolar, voce deve ter aprendido em geografia os canceitos de latitude € longitude. Varios retonté-los agora, associanda aos conceltos de geodésia vistos anteriormente. O conceito de coordenadas curvilineas (latitude x longitude) foi introduzide por Hiparco, no século Xt a, utilizando conceitos de matematica ¢ a partir da observagao de astros celestes. latitude ¢ longitude so &ngulos adotados com referéncia ao plano do equador ¢ a0 meridiano de referencia, respectivamente. Conforme a direcSo adotada para a leitura do Angulo, pela vertical ou pela normal, tem-se a determinacdo das coordenadas astrondmicas ou geodésicas de um panto qualquer. ‘A representacdo da latitude € por meio da letra grega "fi", cujo simbolo pode ser 4 ou @ para letras, uisculas, ou & ou & para letras maidsculas Para representar a longitude usa-se a letra grega lambda, ccujo simbolo é 7. (mindscula) ou AA (maidscula. 2.1 Coordenadas astronémicas ‘As coordenadas astronémicas (ou naturais) séo determinadas em relacdo a vertical do lugar. Os planos de referéncia sdo 0 meridiano astrondmica ¢ o equador astrondmico. 0 meridiano astronémico é o plano formado 2 partir da vertical do lugar de um ponto e é paralelo 20 eixo de rotagao instantineo da Terra. 0 plano ¢ delimitado pela superficie terrestre. 0 equador astronémico € 0 plano perpendicular a0 eixo de rotagio instantneo que contém o centro de gravidade terrestre. 0 plano equatorial também é limitado pela superficie terrestre. Os Angulas que a direcdo de um ponto P qualquer forma com o equador € com 0 meridiano astrondmico sao, respectivamente, a latitude astron6mica e a longitude astrondmica A latitude astrondmica (#) € 0 ngulo que a vertical forma com sua projecao sobre o plano do equador. A longitude astrondmica (/\} € o Angulo diedro formado pelo plano do meridiano astronémico de Greenwich e pelo plana do meridiano astrondmice local. ‘As coordenadas astronémicas se completam ra altimetria com a altitude ortométrica, que € a distancia entre a superficie topografica e 0 geoide, medido na vertical, 2.2 Coordenadas geedésicas ‘As coordenadas geodésicas, ou elipsoidais, so determinadas em relago 4 normal do lugar. O meridiano geodsico € 0 plano formado pela normal do lugar € pelo eixo de rotacao da Terra. Este plano € delimitado pelo elipsoide de revolucdo. 0 equador geodésico é o plano perpendicular a0 exo de rotagdo instantaneo que contém o centro de gravidade terrestre, ste plano também é limitado pelo elipsoide de revolugao. Alatitude geodésica (6,) € 0 Angulo que normal forma com sua projega sobre o plano do equador. Por convencao, a origem da latitude geodésica € 0 equadar e ela varia de O° a 90%, sendo positiva no hemisfério Norte e negativa no hemisfério Sul AA longitude geodésica (,.) € 0 angulo diedro formado pelo plano do meridiano geodésico de referéncia ¢ pelo plano do meridiano geodésico local. A origem € o meridiano de origem, variando de O° a 180°, Por convenedo, a longitude é positiva a leste (E} do meridiano de origem e negativa a ceste (W} Na altimetria, as coordenadas geodésicas se completam com a altitude geodésica, que consiste na distancia da superficie terrestre ao elipsoide, medida na diregdo da normal, oo ‘A representagdo usual das coordenadas geodésicas é da forma (6, 7), ou seja, primeiro a latitude € depois a longitude. Nao se pode prescindir da indieagdo do hemisfério (NIS ou +/-) € a posigdo em relagdo ao meridiano (EW ou +/+} ‘A figura a seguir indica as coordenadas geodésieas (elipsoidais) eas altitudes N (altura geoidal) ¢ h (altitude geodésica) de um ponto P qualquer, referenciado na superficie da Terra e de Sua projecao P, localizada no elipsoide ao longo da normal OO Figura 6 Coordenadas geadtsicas 2.3 Coordenadas cartesianas € comum assoriar as coordenadas geodésicas as coordenadas cartesianas Um sistema cartesian de refeténcia terrestre tem como origem centro de massa da Terra. Q eixo X é orientado na direcSa do meridiano de seferéncia, enquanto 0 eixo Z ¢ orientado na direcao do polo de referencia. O eixoY esta 290° de X, formando um sistema dextrogio. A figura a seguir mostra a correlagao entre as coordenadas geodésicas e as coordenadas cartesianas € também as componentes altimétricas (H,N eh). Figura 7 ~ Coonfenadas geodtsicas x coordenadas cartesanss 2 2.4 Transtermagdo de coordenadaz 2.4.1 Astrondmicas em geodésicas ‘Atransformagaa de coordenadas astrondmicas em geodésicas associadas a um determinado datum (clipsoide de referéncia) exige o conhecimento de trés componentes: + & = desvio da vertical. € 0 Angulo formado pela projegdo da vertical que contém 0 meridiano geodésico em P e pela normal ao elipsoide. #1) = desvio da normal. 0 angulo formado peta projecdo da normal principal em P com a normal a0 elipsoide. ‘© N = altura geoidal (ou ondulagao geoidal). Ea distancia entre o geoide eo elipsoide. Uma vez conhecidas estas componentes, a transformacao ¢ dada pelas seguintes relagdes: © Latitude: § = +4 © Longitude: 2 = A+ 9 © Altitude: h=H +N 2.4.2 Geodésicas em cartesianas ‘Atransformacdo de coordenadas geodésicasem cartesianas€ realizada por equacdes que considera ‘0s semieixos ¢ 0 achatamento do elipsoide de referencia, conforme indicado a seguir. X= (N+h).cos@. cosh Y=(N +h). cos. sin A Z=IN.(1-€) +h].sin@ Ospardmetros\N e €? que aparecem nas férmulas's4o, respectivamente, a grande normal ea primeira excentricidade do elipsoide. a | (Ie seta av ea , Sendo que ae b sao os semieixos maior € menor do elipsoide. Pode-se calcular o semieixo menor a partir do achatamento (fl. Eassim: 2 Lembrete Nao se esqueca de conferir os dados do elipsoide em uso. As dimensdes do semieixo maior € do achatamento s40 muito parecidas © uma casa decimal incorreta pode levar a erras da ordem da centena de metros. @=f(2-f Exemplo Transformar as coordenadas geodésicas em cartesianas Considerar que as dados esto no sistema de referencia geodésico Sirgas-2000. Latitude: p = 19°55'48,0344" S Longitude: 4. = 43°58'38,3221 W ‘Altura geométrica: h = 888,055 m Solucio: No sistema geodésico Sirgas-2000 tem-se: Semicino maior a = 6.378.137,000 ‘Achatamento f = 1/298,257222101 Calcula-se entas Semieixo menor b = 6.356.752,314 1? excentricidade e* = 0,006694380 Grande normal N = 6.380.619,049 ? A partir destes, determinam-se as coordenadas cartesianas: X = 4,317.197,307 m Y= - 4.165.766445 m Z=-2.160.716,947 m 2.4.3 Cartesianas em geodésicas Na transformaco de coordenadas cartesianas em geodésicas, a latitude deve ser determinada por um pracesso iterative. Primeiro calcula-se a longitude: y tan. =— x Depois, determina-se uma primeira aproximagao da latitude, considerando 2 altitude geodesica igual a zero Sendo: Pax? +¥? A partir da latitude calculada, determina-se um novo N {pela mesma equacéo apresentada no item 2.4.2) e entdo um novo h pela equacdo a seguir: p h=—_-N cosh Com este novolh, determina-seuma nova latitude fe assim sucessivamente, até 0 resultado convergix Duas ou trés iteragdes devem ser suficientes. Ha ainda uma formulagdo alternativa, que permite evitar a iteragdo para o célculo da latitude. Por esta calcula-se um Angulo auxiliar u€ a segunda excentricidade do elipsoide. A formulagao dada @ seguir: tb.serru a.cos‘u Z+e tang= Sendo: Za tanu=— pb tanu fh +(tanu)? sinu= Exemplo Transformar as coordenadas cartesianas em geodésicas. Considerar que os dados estao no sistema de referéncia SAD-69, X = 4.010.467,109 m Y =~ 4.259.212,821 m ‘2 =-2.534.266,804m Solugao: No sistema geodésico SAD-69, tern-se: Semicino maior a = 6.378. 160,000 Achatamento f = 1/298,25 Considerandos utlizacao do processodireto (formulacéo com a utilizacao da segunda excentricidade do elipsoide e do Angulo auxiliar u), determinam-se: Parametros diretos: Semieixo menor b = 6.356.774,719 ‘1 excentricidade e? = 0,006694542 +e 7 excentrividade e? = 0,006739661 Pardmetros indiretos: p= 5.850.191,475 ‘sen u = -0,398624722 cos u = 0,817114132 A partir de (a) e (b, determinam-se as coordenadas geodésicas: Q = 23°33°45,5197" 2 = 46°43'22,4191" h = 752,831 m 2.4.4 Transformago de coordenadas cartesianas entre sistemas geodésicos de referéncia No Brasil, conforme afirmado anteriormente, parte do mapeamento sistematico ainda esta apresentado nos sistemas geadésicos de referéncia antigos, como 0 SAD-69 e 0 Cérrego Alegre, isso apesar de o uso do sistema Sirgas-2000 ser obrigatdrio a partir de 2015 (e opcional a partir de 2005, quando foi publicada a resolugdo n* 1/2008 do IBGE). Outra situagao é a abtencdo de dados a partir dos sistemas de posicionamento por satelite (GPS), cujos dados sao, por padrao, obtidos no sisterna WGS-84, Entdo, faz-se necesséria uma formulagao para transformagao das eoordenadas entre os sistemas. A transformagao entre os Sistemas Geodésieos de Referéncia (SGR) é simples, executada por meio da translacao da origer. Os parémetros de translagao so: x x) AX) Y = ay | | ZMsspdcsiaio \ Sercsponiel AZ) OO + De WGS-84 para SAD~69 (atualizagao de 2008): AX) (-+66,35m AY |=) -388m | AZ) \+38,22m + De Cérrego Alegre para SAD-69: AX) (-138,70m) AY | =| +164, 40m | AZ) \ +34,40m / + De SAD-€9 para Sirgas-2000: AX) (-67,35m +3.68m az} \-38,22m. Como voce pode ver, a partir das transformagdes entre SAD-G9 e WGS-84 € entre SAD-69 € ‘Sirgas-2000, a mudanca entre WGS-84 e Sirgas-2000 € idéntica. Exemplo Sao dadas as coordenadas cartesianas de um determinado vértice no sistema WGS-84, obtidas a partir de um levantamento por GPS. Para posicionamento na carta topografica ‘existente, deseja-se conhecer as coordenadas no sistema geodésico SAD-69, no qual a carta foi confeccionada Pede-se converter as coordenadas entre os sistemas. Dados: X= 4.133.699,146 m Y = -4.374.306,698 m ‘Zs -2.107.482,444 m Bn As coordenadas no sistema SAD-69 sao: X= 4.133.765,496 m Y = -4.374:310,578 m Z=-2.107.444,224 m 3 SISTEMAS ALTIMETRICOS Os sistemas altimétricos consistem na determinacdo de altitudes © cotas do terreno, em um processo conhecido como nivelamento. Este processo consiste na determinagao do desnivel, ou seja, das diferencas de cotas, entre um conjunto de pontos. Caso a cota de um ponto seja conhecida (ou arbitradal, € possivel determinar a cota dos demais pontos nivelados, Por altitude entende-se a cota com referéncia no nivel do mar (também chamada de cota absoluta). A cota, simplesmente, pode ter origem em um plano arbitrario, Existem redes de pontos cotados cuja altitude € conhecida, sendo determinados como referencia de nivel (RN). Conhecidos os dados da RN mais préxima da area que se quer nivelar, pode-se fazer 0 transporte das cotas. ‘ARN deve ser um ponto facilmente reconhecivel ¢ sempre instalado prdximo a0 solo, Pode ser identificado por um marco de conereto, um prego ou outro objeto cravado em um ponto que nao se ppossa mexer. Em So Paulo, € comum a utilizagéo do Pilar 1 da USP, localizado na raia olimpica da Cidade Universitaria, como referencia de nivel para os levantamentos realizados na regido metropolitana. Nos prdximos itens iremos discutir conceitos basicos para o entendimento dos sistemas altimétricos, apresentar os métodos de nivelamento € 0 célculo para determinacao das cotas. 3.1 Conceites fundamentaiz Superficie de nivel ou equipotencial ¢ a superficie ao longo da qual a forca de gravidade realiza trabalho nulo. As superficies equipotenciais da Terra so, em todos 0s seus pontos, normais vertical do lugar. Por essa razdo, tais superficies nao tem forma geométrica definida, OO Devido a0 pequeno achatamento do elipsoide terrestre, podemos admitir as superficies de nivel como esferas concéntricas que, para pequenas regides limitadas 2o campo da topografia, podem ser reduzidas a planos horizontais paralelos. A superficie equipatencial de nivel zero (W.), considerada como referencia, €a superficie equipotencial ddo nivel médio dos mares prolongada através dos continentes. Ou seja, a superficie W, € a propria superficie geoidal, que limita os contomos do geoide. Chama-se altitude ou cota absoluta de um ponto a distancia vertical entre esse ponto é a superficie equipotencial de nivel zero. ‘Superfcie ‘geodal Figura 8 Altitude de um ponto Denamina-se diferenga de nivel entre dois pontos a distancia vertical entre as superficies equipotenciais que contém, respectivamente, cada um desses pontos. ‘Assim, na figura anterior, tem-se: A,B €C,: pontos de altitude zera sobre a superficie WO, |, = Wi," altitude do ponto B. +H, =We altitude do panto C. ‘Assim, na operacao de nivelamento geométrico, nto so determinadas as altitudes, mas sim a diferenca entre as superficies equipotenciais de gravidade, Ao fazer nivelamento geométrico, coloca-se as miras sobre os pontos rée vante, tendo o cuidado de ddeind-las oriemtadas pela vertical. 0 nivel é estacinada segundo a vertical. Fazendo-se as leituras de ré f vante, 0 que se determina, na pritica, € o desnivel entre as leituras er: Como visto na figura anterior, este desnivel é, na verdad, a separagdo entre as duas superficies equipatenciais que passam pela base das duas miras; para pequenas distancias, pode ser considerada constante. Entretanto, como as superficies nda so paralelas, essa separacdo medida nao sera constante. essa forma, a operacao de nivelamento ira depender do caminhamento realizado entre os pontos de inicio ¢ fim de levantamento. 3.2 Referéncias de nivel Os servigos de topografia devem adotar um sistema de referéncia para a determinacao das eoordenadas e cotas, 0 chamado datum. No Brasil, por exemplo, € obrigatério 0 uso do SGB - Sistema Geodésico Brasileiro. 0 SGB estabelece as caracteristicas do elipsoide e a origem altimetrica que deve ser utlizada para a determinacéo de coordenadas € cotas nos levantamentos. Atualmente,2 abtengao de dados tem sido possivet de forma répida e precisa por meio dos sistemas globais de navegacao por satelite ~ GNSS (em inglés, Global Navigation Satellite Systems), popularmente conhecidos por sua componente americana, 0 GPS (Global Positioning System). Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados na utilizacdo dos dados, em especial com relacSo as altitudes. ‘0 numero fornecido como altitude no GNSS (GPS) é chamado de altura geométrica. Esta se relaciona a0 datum considerado no sistema. Entretanto, deseja-se conhecer a altitude acima do nivel do mar, conhecida como altura ortométrica, cuja eferéncia 0 geoide. A diferenca entre 0 geoide e o elipsoide é chamada de ondulacSo geoidal. A figura a sequir indica a descrigao das alturas geometrica, ortomeétrica e da ondulagao geoidal. Figura 9 Altus gromtrica,ortométricae onduletso geoidal Pela figura, 2 altura geométrica (olstida a partir do GPS/GNSS) é identificada pela letra H. A altura ortométrica (ou altitude, simplesmente) é identificada pela letra h e@ ondulagdo geoidal, N. Em termos escalares, pode-se dizer que H=h-N Pelo site do IBGE € possivel consultar @ ondulagdo geoidal considerando as coandenadas geograficas do ponto em qué fol obtida a medida pelo GNSS, por meio do sistema Mapgeo. ae mais Para saber mais sobre a coleta de dadas em sistemas GNSS e sobre © mapeamento das ondulagdes geoidais, consulte 0 site do IBGE, na area de Geociéncias. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Modelo de condulacdo geoidel - MAPGEO2015, [sd]. Disponivel em: . Acesso em: 22 maio 2018. As andulagées geoidais sia medidas a partir dos dados coletados nas estagées gravimétricas espalhadas por toda oterritério nacional. As figuras a seguir indicam a posico das estacdes consideradas no estabelecimento do sistema Mapgeo nas suas verses de 2010 ¢ 2015, € 0 modelo de ondulagao cgevidal estabelecido pelo Mapgeo2015. Figure 10 - DistribuigSo ds estes gravimétricesterestres uilizedas na célcwlo do Mapgeo201S Figura 1 ~ Alturas ocoidsis prevists no modelo do Mapgca7015 Como pode-se ver na figura anterior, em uma grande faixa diagonal no sentido oeste, locas dos estados do Parana, Sao Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Amazonas sao coincidentes com o geoide, ou seja, a altura geoidal € proxima de zero. Também pode-se depreender que toda a regiao nordeste est abaixo do geoide, com alturas geoidais negativas, sto é particularmente importante na condugdo de abras que envolvam armazenamento cu escoamento de agua. 0 escoamento da agua segue o campo de gravidade, ou seja, a gcometria do geoide. Por vezes, 0 ‘modelo elipsoidal pode ocultar estas variagoes, e af a agua pode nao seguir o caminho desejado. Assim, em operagdes de nivelamento € levantamento topografico para determinacao das cotas, reas e volumes de reservatdrios, por exemplo, deve-se considerar a altitude ortométrica, referida a0 geoide, que é determinada conforme o campo gravitacional 4 EFEITOS DA CURVATURA DA TERRA. ‘Neste momento serdo vistas as influéncias da curvatura da Terra nas medidas de angulos, distancias ena altimetria, os 4.1 Efcite naz medidas angulares No que se refere 20s angulos, a influéncia é muito pequena. E possivel, ent3o, admitir que os Angulos medidos na superficie da Terra podem ser transportados, sem ajustes, para o plano de projecdo topogratica, 4.2 Efeito nas medidas de distancia Quanto as distancias, devemos estudar a redugo desta distancia para a superficie geoidal ¢,a segui, a redugo da distancia sobre a superficie geoidal para o plano de projecdo topogratica. ‘A reducdo da medida da distancia para a superficie geoidal € dada pela expressao a seguir. SR oR SH RH Em que: #5, €a distincia reduzida & superficie geoidal. Séa distancia entre os pontos A e B medida no terreno. # R€0 raio da Terra, admitida como uma esfera [R = 6.370 km). © H éa altitude média da distancia medida. Para maior preciso, pode-se adotar R como o semicixo maior do elipsoide de referencia AA diferenga absoluta entre a distancia medida e a distancia geoidal pode ser calculada a partir da expressao anterior. R S—Sp=S-S.— Se Row Assim, tem-se: R s—s,=5/1- S-5(-a) Admitindo-se S = 1 km, H = 700 m (altitude média do Brasil) e R = 6370 km, obtém-se: S-S,= Mem rr: Ou seja, em media, para uma distancia medida de 1 km, a correcao a ser aplicada para o transporte para a superficie geoidal € de apenas 11 em, ou seja, da ordem de 0.01% de erro. Dessa forma, €s53 corregao quase sempre é desconsiderada nos levantamentos topograficos [Na sequéncia, devemos transportar a distancia sobre a superficie geoidal para o plano de projecdo topografica. A reduedo ¢ dada pela expressdo a seguir. : 5 =55+ 385 A diferenga absoluta e a diferenca relativa entre a medida no plano de projecdo e na superficie geoidal podem ser calculadas a partir da expressao anterior. Diferenga absoluta: 5, - 500 dp So aR Diferenga relativa: oS _ Sat So aR Considerando S, = 1 km,a diferenga absoluta é: re do-So=—— oe 3. 6a7P d,—S,=8x10 ?kn=0,008 mm A diferenca absoluta, da ordem de 0,008 mm, é desprezivel nos levantamentos topograficos. Considerando que pela ABNT 13.133 0 plano de projecdo topografica pode representar levantamentos com até 30 km de extensdo, pode-se estimar a diferenca absolutaentre d, eS, dentro do.campo topografico. 30° 9050" Fark dy —Sg=2 2x10 “km =22em Oo Ou seja, a diferenca absoluta ¢ da ordem de 22 cm para 30 km de levantamento. ‘Assim, pode-se concluir que podemos transportar o levantamento topografico para o plano de projeg3o topografica sem necessidade de corregao. ‘Atabela‘a seguir indica alguns valores numéricas referentes aos erros encontradas na corregdo das distncias. Tabela 3 - Efeito da curvatura na distancia 82mm 1200000 | Skm gm 090 Da tabela, pode-se concluir @ necessidade de limitagéo do plano de projecdo topogréfica. Para distancia medida de 50 km, 0 erro absoluto ja € da ordem do metro, 0 que pode ser significativo para o tratamento dos dados do levantamento. 4.3 Efeito naz medidas de altimetria Observe a figura a seguir: Figura 12 ~Efeito da curvatura na altimetria Considerando que 0 ponto B indica a altitude de B na Terra esférica e que 0 ponto B'é a altitude ddesse mesmo ponto, sendo desprezada a curvatura da Terra, tem-se que: (R4 Any = R48? : Sendo Roraio da Terra. © Ah ofeito da curvatura na altimetra. * 3’ adistincia no plano topogratico. Para utilizar a mesma notacdo anterior, s' = d, (R+ AP =RP+d2 Resolvendo a equacao anterior € consideranda que d, € igual a 5, (medida no levantamento topagrafico - igual a sno desenho), tem-se que: Sot Ah = 20. ZR Para sensibilidade dos valores, apresenta-se uma tabela com walores tipicos de S,. Tabela 4 - Efeito da curvatura na altimetria Estes valores indicam que o efeito da curvatura da Terra na altimetria é muito mais acentuado que na planimetria, tornando.o problema critico dependendo da extensdo do levantamento. O valor limite situa-se entre 50 € 500 m por causa da aplicagdo. Este € um dos motivos que justifica a extenséo das visadas em nivelamento geométrico, da ardem de 100 m (50 m para vante € 50 m para rél, a fim de anular este efcito. 2 4.4 Efeito da altitude nas medidas de distancia Para efeito de calculo ¢ representacao em planta, todas as disténcias de um levantamento devem «estar relacionadas.a uma mesma superficie de nivel.A distancia deve ser reduzida a uma cota h qualquer ‘0u a0 nivel do mar (geoide). ‘A figura a seguir ilustra a situagdo em analise Figura 13 - Efeito da altitude nas distancias Em que: * 8, = distancia medida ao nivel do mar (geoidal). 5 = distdncia medida na altitude h. # 5'= distancia medida na altitude h + Ah. Da semelhanca de triangulos, tem-se: SoS s R Rah R+hs ah ‘Assim, para transportar uma distancia S' para uma altitude h: S'Ah R+h+Ah SOF AS =$'-S = Para transportar uma distncia em uma altitude h para o nivel do mar (geoide), utiliza-se metodologia semethante: Exemplo Seja uma distancia medida em campo igual 2 9.000 m, em uma regido de altitude média igual a 1.800 m. Pede=se para reduzir esta distncia para uma regido de cota 800 me para o geoide. Solugio: A diferenga de cota entre o real e 0 desejado ¢ igual a 1.800 ~ 800 = 1.000 m. Reduzindo a distancia para a cota 800, tem-se: . Sah a TEs) ag-—900 1 sam 6370-1408 Observe que apenas a distancia esta em metros. Por causa do grande Ah, optou-se por manter todas as outras medidas em km. Assim, anovo S, referido& altitude de 800m, ¢ igual a S = 9000 - 1,41 = 8.998,59 m. Fazendo a redugdo para o geoide, tem-se: 9000. 18 =$-Sy- ASo=$~So 6370+18 =2,54 m ‘Assim, 0 novo S, referido ao geoide, é igual a S, = 9000 - 2,54 = 8.997,46 m. 4 oN resume ‘AGeodésia é a ciéneia que estuda a forma, as dimensdes, a campo de gravidade da Terra e suas variages temporais. Pudemos aprender sobre a forma e a caracterizagio da superficie terrestre, aprendendo conceitos sobre o geoide e sistemas geudésicos de referencia, Oe (0 geoide € 0 sOlido que melhor define a forma da Terra, que nao € perfeitamente redonda, como imaginvamos anteriormente. A figura _geometrica que melhor representa 0 geoide €0 elipsoide de revolugao, que cconsiste ern uma elipse rotacionada em tomo de seu semieixo menor. Na sequéncia, abordamos a questo do posicionamento, definindo ‘que um ponto pode ser representado por suas coordenadas astrondmicas, geadésicas ou cartesianas € aprendemos também como transformar as ccoordenadas entre sistemas. Tratamos ento dos sistemas altimétricos € ‘vimas as tépicos relativos’ gravimetria. Por fim, concluindo a unidade, conhecemos o efeito da curvatura da ‘Terra nas medidas planimétricas e altimetricas. @....... Questo 1. Deseja-se transformar as coordenadas geodésieas em cartesianas. Considerar que 0s dados esto no sistema de referéncia geodésico SAD-69. * Latitude: @ = 20°45'45" 5 * Longitude: 2. = 40°20'30" W ‘Altura geométrica: h = 500 m Assinale a altemativa que apresenta corretamente a coordenada em X. A) 4.543.319,110 m B) - 3.864.343,802 m ©) 2.253.481,601 m D) - 4543319,110 m £) 3.864.343,802 m Resposta correta: alternativa A. rs Andlise das alternativas. A) Alternativa correta. Justificativa: no sistema geodésiea SAD-69, tem-se: | Achatamento fF 1188825 O semieixo menor (b) fica a 1 6.378,160,000—b 298,25 6378.160,000 |378.160,000 298,25 b= 6.356.798,355 m b=6378.160,000 A excentricidade (e!) fica: © = 0,006694541 ‘A grande normal ¢ a primeira excentricidade do elipsoide. N a (He? sen’) 6378.160,000 (1-0,006694541 sen? (—20°4' 5")) N = 6.380.860,084 m OO ‘As coordenadas cartesianas ficam: X= (N+h}.cos@.cos h Y=(N+h}.cos@.sin% Z=(N.(1-e) +h]. sing X= (6.380.860,084 + 500) . cos (-20°45'45") . cos 40°20'30" Y = (6:380.860,084 + 500) .cos @ (-20°45'45'). sin (-40°20'30") 2 = [6.380.860,084 - (1 - 0,006694541) + 500] .sin (-20°45'45") K = 4543:319,110 m Y = ~3.864:343,802 m Z = ~2.253.481,601 m B) Alternativa incorreta. Justificativa: o numeral apresentado ma solucdo é a coordenada em ¥. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o numeral apresentado na solugdo é a coordenada em Z, com sinal trocado, D) Alternativa incorreta. Justificativa: 0 numeral apresentado na solucdo € a eoordenada em X, com sinal trocado. £) Alternativa incorreta. Justificativa: o numeral apresentado na solugdo € a coordenada em ¥, com sinal trocado, Questo 2. Deseja-se transformar as coordenadas cartesianas em geodésicas. Considerar que os dados esto no sistema de referencia SAD-69, X = 4.543.319,110m ‘Y =-3.864.343.802m Z=~2.253.481601 m ge Assinale a alternativa que apresenta corretamente a latitude, A) 1204'4a" B)=-21°144" Cj - 40"22's9" D) - 500m £} 500 m Resolugdo desta questdo na plataforma.

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