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ANIMAIS SILVESTRES
Aline Conceição Almeida1
1. Zootecnista, MSc, Doutoranda pelo Departamento de Zootecnia da Universidade
Federal de Viçosa, MG. E-mail: alinecal@hotmail.com
1. Introdução
desaparecer.
protegidas por lei) quanto ex situ (isto é, fora do seu habitat natural).
produção dos animais, como o é nos criatórios comerciais, a manutenção destes deve ser
aptos a completar todas as fases de seu ciclo vital, sendo: nascer, crescer, reproduzir e
morrer. Para que estes objetivos sejam alcançados ainda existe a necessidade de muitos
estudos com animais silvestres em todas as áreas das ciências biológicas, como:
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2. A nutrição
cardápio, estas pesquisas têm se voltado para as espécies com interesse zootécnico. O
maior número de trabalhos com a alimentação de animais silvestres está nos hábitos
tendo que extrapolar dados de pesquisas em animais domésticos para usar em animais
conservação não visa promover máxima produtividade e nem se restringe aos animais
(1996). Os lábios, os dentes (ou a ausência deles) e a língua podem nos indicar a forma
de apreensão dos alimentos e como estes alimentos serão preparados para sofrer o
processo digestivo, além de informar se os animais são, ou não, mais atraídos por
sendo importante no processo de aceitação de dietas adaptadas. A boca ainda pode nos
indicar qual o tamanho, a forma e a consistência do alimento que poderá ser oferecido.
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O conhecimento da anatomia e da fisiologia gastrintestinal também deve ser
utilizado ao se sugerir uma dieta com algum equilíbrio para determinada espécie.
número de cavidades gástricas indica o tipo de processo digestivo que ocorre ao longo
informações vão indicar o tipo de alimento que o animal está adaptado a aproveitar seus
nutrientes.
digestiva dos animais, pode-se indicar dietas com maiores graus de refinamento. Isto,
que possam ser substitutos no cativeiro, sem prejuízo nutricional para o animal.
carnívoros que são os maiores grupos, ou ainda ter grupos menores de animais
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de especificidade da dieta na natureza. Um bom exemplo desta diversidade alimentar na
tanto entre espécies animais, como em gêneros de itens alimentares. Superar esta
e outros itens nas dietas dos animais e como estes alimentos serão oferecidos: picados,
inteiros, com casca ou sem, na forma de papa, etc. É comum encontrar fórmulas
alimentares com instruções para manejo alimentar, para algumas espécies de animais
silvestres, pois, são receitas que deram certos em determinados casos, como mostrado
na Tabela 2 apresentada por DEUTSCH & PUGLIA (1988). Contudo, podem ser
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muitas as influências sobre o estado nutricional do animal e, uma fórmula pode não
Folhas de
Tatu
Leite, pão, carne, embaúba, carne Uma vez ao
Edentata Tamanduá Tarde
frutas e folhas moída, frutas dia
Preguiça
picadas
Capim, milho,
Anta Legumes e Duas vezes Manhã e
Perissodactyla ração, verduras e
Zebra raízes picados ao dia tarde
raízes
Veado- Legumes e
Capim, ração,
campeiro frutas em Duas vezes Manhã e
Artiodactyla verduras, alfafa,
Veado- pedaços, raízes ao dia tarde
frutas e raízes
catingueiro picadas
da taxa metabólica basal (TMB). Para a maioria dos mamíferos placentários, não
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70 kcal = representa uma quantidade mínima de energia requerida por quilo de
pode variar de acordo com o grau de atividade desenvolvida pelo animal ou por
parte-se para determinar as quantidades dos itens alimentares que deverão ser oferecidos
por refeição. Estas devem conter, ainda, fontes do máximo possível de nutrientes,
forma, apesar, da dieta não ser balanceada, de acordo com as necessidades de cada
espécie silvestre, são menores as chances de se cometer erros na dieta que possam
ser feitas periodicamente, pois, a variedade de itens alimentares vai estar ligada também
disponibilidade e menor preço no mercado de cada produto das dietas, para se manter
programadas entregas ao longo do ano tentando manter dietas viáveis e com menor
custo.
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Estas estratégias de fornecimento de alimento, que constituem parte do chamado
natureza, treinando-os para buscar por conta própria o alimento disponível no habitat
aos psitacídeos em cativeiro. O aumento das atividades físicas dos animais no recinto, a
primatas, faz com que o animal despenda tempo entretido na obtenção de alimento e
uma forma de evitar o tédio do cativeiro, e de ocupá-lo com uma atividade que ele teria
LITERATURA CITADA
AURICCHIO, P. Primatas do Brasil. São Paulo: Ed. Terra Brasilis, 1995. 168p.
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ENCONTRO INTERNACIONAL DE ZOOLÓGICOS, 5. Belo Horizonte: Sociedade
de Zoológicos do Brasil. 2000. Anais... 44p.