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Ligagao, Crossing over e Mapeamento Cromossémico em Eucariotos PANORAMA > Ligacdo, recombinagao e crossing over > Mapeamento cromossémico > Mapeamento citogenético > Anélise de ligacdo em seres humanos > Recombinacao e evolucao Primeiro mapa cromoss6mico do mundo ‘A imagem modema da organizaclo dos cromossomos surgiu de uma combinagéo de estudos genéticos ¢ ctolégicos. T. H. Mor- gan estabeleceu os alicerces para esses estudos quando mostrou ue © gene para olhos brancos em Drosophila estava tocalizado no cromossomo X. Logo depois, os alunos de Morgan mostraram {que outros genes estavam ligados 20 X e, por fim, conseguiram localizar cada um desses genes em um mapa do cromossomo. Esse ‘mapa era ura linha reta, na qual cada gene estava situado em ddeterminado ponto, ou locus (Figura 7.1). Portanto, a estrutura do mapa indicava que um cromessemo era urn simples arranjo linear de genes (© método de mapeamento dos cromossomos foi inventado por Alfred H, Sturtevant, aluno de graduacdo que trabalhava no laboratério de Morgan. Uma noite, em 191, Sturtevant pos de lado 0 dever de algebra para avalia alguns dados experimentais ‘Antes que o sol nascesse no dia seguinte, ele havie construido 0 primeiro mapa cromoss6mico do mundo.Como Sturtevant conse- ‘guiu determinar as localizagbes de cada gene no mapa? Nenhum microscépio era suficientemente eficiente para ver os genes, nem havia aparelho preciso o bastante para medir as disténcias entre cles. Na verdade, Sturtevant no usou instrumentos sofisticados em seu trabalho, apenas empregou a andlise de dados de cruz2- 4 igacao entre genes fl descoberta pla primeira vez em expe- ‘mentos experimentais com Drosophila. Seu método era simples mentos com ervilhas-de-cheio, € refinado, ¢ ele explorou um fenémeno que ocorre com regu- laridade durante 2 meiase. Essa metodologia cou as condicées pare todas as tentativas subsequentes de estudar a organizacao de genes em cromossomos, 4 ail CCaptulo 7 | Liga, Crossing over Mapeamento Cromossémico om Eucarotes 135) Ligacao, recombinacdo e crossing over Os genes que esto no mesmo cromossomo seguem juntos na meiose; no entanto, os alelos de genes ligados podem ser recombinados por crossing over. Sturtevant baseou seu método ce mapeamento no princi- pio de que genes situadlos no mesmo cromossomo devem ser herdados juntos. Como esses genes estio fisicamente ligados a mesma estrutura, devem seguir unidos durante _yleorpo emareio) ox sc (cerdas em escud) 4s w(olhos brancos) 30- ‘N(asas entahadas) 55: ec (othos equinos) 7 1b (oltos nti) 137, cv (asas sem nenurastransversas) 200 tasas cortadas) 210 sn cordas chamuscadas) 218 tcorpo bronze) m7 lz(ahos losango) a4 ras (aos de tramboess) 330 ialhos vermelhod 36.1 1m (asas em ministre) 43.0 {corpo negro) 444 «g(ohos granada) 515 sd lases de bordas iveguares) 553 r(ases rudimentares) 567 flcerdasbiurcadas) 57.0 Blohos em barra) 625 carlhos camacso) 6n7 bb (cerdas curtas) Centrémero 1 FIGURA 7.1 Mapa de genes no cromossomo X de Drasophila me- lanogaster. a meiose. Esse fendmeno & denominado ligagae. Os pri- meiros geneticistas nao tinham certera sobre a natureza a ligacdo, mas alguns deles, inclusive Morgan e seus alu- nos, acreditavam que os genes estavam ligados uns aos ‘outros como as contas de um cordio. Assim, é légico que esses pesquisadores tinham em mente um modelo Tinear de organizacdo dos cromossomos. Os primeiros geneticistas também sabiam que a liga- ‘lo nao era absoluta. Os dacos experimentais mostravam {que genes no mesmno cromossomo poderiam ser separa- dos durante a meiose ¢ que novas combinacées de genes poderiam surgir. Contudo, era dificil explicar esse fend- meno, denominado recombinagio, pela teoria genética simples. Uma hipotese afirmava que, durante a meiose, quan- do havia pareamento dos cromossomos homélogos, uma ‘roca fisica de material separava e recombinava os genes. ssa ideia foi inspirada pela observacdo citolégica de que cera possfvel ver 0s cromossomos em configuracées de pa- reamento que sugeriam a permuta de fragmentos entre eles. Nos pontos de permuta, os dois homélogos cruz. vam-se como se cacla um deles tivesse sido quebrado e, depois, fixado ao outro. Um ponto de cruzamento (ors sing over point) foi denominado quiasma, palavra derivada do grego que significa “cruz”. Os geneticistas comecaram usar 0 termo crossing over para descrever 0 processo que criava os quiasmas — isto é, 0 processo real de troca entre cromossomos pareados. Eles concluiram que a recombi- nacio ~a separacio de genes ligados e a formacio de no- ‘vas combinacbes génicas - era consequéncia do proceso fisico de arvssing over. EVIDENCIAS INICIAIS DA LIGAGAO E RECOMBINACAO Algumas das primeiras evidéncias da ligacao vieram de experimentos realizados por W. Bateson ¢ RC. Punnett (Figura 7.2). Esses pesquisadores cruzaram variedades de ervilhasde-cheiro com duas caracteristicas diferentes, cor das flores € comprimento do pélen, Plantas de flores vermelhas € gréos de pélen longos foram cruzadas com plantas de flores brancas e grios de pélen curtos. Todas as plantas da F, tiveram flores vermelhas e gros de polen Iongos, indicando que os alelos para esses dois fendtipos ram dominantes. Quando as plantas da F, foram auto- fertilizadas, Bateson ¢ Punnett observaram uma distribui- «Go peculiar de fenétipos na prole. Em ver da proporcio 9:3:3:1 esperada para dois genes de distribuicéo inde- pendente, obtiveram uma proporcio de 24,3:1,1:1:7,1. Podemos ver o grau de discordancia entre os resultados observados e os resultados esperados na parte inferior da Figura 7.2. Entre as 803 plantas da F, examinadas, as clas- ses semelhantes aos pais originais (classes parentais) sio superrepresentadas € as duas outras classes (nao paren- tis) sfo sub-representadas. Em vista dessas discrepancias 136. Fundamentos de Genética Flores vermelhas lores brancas: Gros de pélen longos Gras de pélen curtos Flor da eniha- —= i & oie oy a “Socios de pen 10) PA Force vrmatas [AY hy Gidos de psien langos ZINN [= & Pe, ‘P. For vermelna Flores vermelhas Floes brancas Flores brancas: Grados de poten Grose pélen —Gréos de pdlen Gras de pblen ongos curtos tongos curtos (Perentals) (Nao parentals) (No parentais) _(Parentais) Observados 59g 28 28 170 Esperados 451.6 1508 1806 502 a picegceeny m2 + 03,1 + 1084+ 285.9 = 5936 1m FIGURA 7.2 Experimento de Bateson e Punnett com ervilhas-de-cheiro, Os resultados na F, indicam que no hi dstibuigdo independente ‘dos genes para cor das floes e comprimento do grdo de poten. “Sbvias, € quase desnecessirio calcular 0 qui-quadrado para testar a hipétese de distribuicao independente das duas caracteristicas, cor das flores ¢ comprimento do grio de pélen. Evidentemente, eles nao fizeram isso. To- davia, ineluimos 0 célculo do qui-quadrado na Figura 7.2 apenas para mostrar © quanto os resultados observados discordam dos resultados esperados. O valor do quiqua- drado é enorme ~ muito acima de 7,8, que € 0 valor criti- ‘co para uma distribuicao de quiquadrado com trés graus de liberdade (ver Tabela 3.2). Consequentemente, preci- samos rejeitar a hipétese de distribuigao independente dos genes que determinam a cor das flores 0 compri= mento do grio de péten. Bateson ¢ Punnett apresentaram uma explicacio com- plexa para seus resultados, mas que se mostrou errada. A explicacio correta para a auséncia de distribuicio inde- pendente nos dados é que os genes para cor das flores e comprimento do pélen estio localizados no mesmo cro- ‘mossomo, isto 6, estio ligados. Essa explicacdo € apresen- tada no diagrama da Figure 7.3. Os alelos dos genes da cor das flores sa0 R (vermelha) € r (branca), € 0s alelos do ‘gene do comprimento do pélen sao I. (longo) ¢ l(curto); os alelos Re Lsio dominantes. (Obscrve que, por moti- vos hist6ricos, os simbolos dos alclos so derivados dos Fendtipos dominantes, ¢ no dos recessivos.) Como os genes que determinam a cor das flores e 0 comprimen- to do pélen esto ligados, esperamos que as plantas da F, produzam dois tipos de gametas, RLe rl. No entanto, 4s vezes haverd um crossing over entre os dois genes ¢ seus alclos serio recombinados, produzindo dois outros tipos de gametas, R le rL. E claro que a frequencia desses dois tipos de gametas recombinantes depende da frequéncia de crossing aver entre os dois genes. Bateson e Punnett poderiam ter proposto essa explica- ‘cio se tivessem realizado um cruzamento-teste em vez de um intercruzamento na F,, Com um cruzamento-teste, a prole revelaria diretamente os tipos de gametas pro- duzidos por plantas da F, duplamente heterorigotas ‘A Figura 7.4 apresenta a anilise desse cruzamento-teste. Enilhasde-cheiro da F, duplamente heterozigotas foram eruzadas com plantas homozigotas para os alelos reces- sivos de ambos os genes. Entre os 1.000 organismos da prole, 920 assemelham-se a uma das linhagens parentais € 05 outros 80 sio recombinantes. Portanto, a frequéncia da prole recombinante produzida pelas plantas hetero- Zigotas da F, é de 80/1.000 = 0,08, Como ésse € um eru- zamentoteste, 0,08 também é a frequéncia de gametas recombinantes produzidos pelas plantas heterozigotas da F,, Podemos usar essa frequéncia, geralmente denomi- nada frequéncia de recombina¢do, para medir a intensida- Capitulo 7 | Liga, Crossing vere Mapeamento Cromossémico em Eucarotos 137 Ro ro Pp GEEES cP foe 2 BSS maa \/ Tere A R : a L Cont: GED GED GED GEEID 1 ‘romossomos Cramassomos rao reeorbnates recombinates I FIGURA 73 Hipétse de ligagSo entre os genes para cor das flores ‘© comprimento do pélen em ervilhas-de-cheiro. Nas plantas da F,, 0 dois alelos dominantes, RL, dos genes ext situados no mesmo cromossome; seus aelos recessive, (, sto stuados no cromas- some homélogo. Row ri A —_ a=» Pe ped =—_ a=D Flor vermeha, Flor branca, _, Pimniong’ pen cut Fe aoa | am | cam ceseis Bao ro ro exe | ao | co | ce Flor vermeha,| Flor brane, | Flor vermelha,| Flor branca, pélen longo '| pélen curto’ | pélen curto "| _polenlongo 450 470 2 8 920 parents. £80 recombinantes m FiGURA 7.4 Cruzamento-teste da ligacdo entre genes na ervi- ‘ha-de-cheiro. Como a prote recombinante na F, representa 8% do total, ha ligacdo estreita entre os genes que determinam a cor das flores © 0 comprimento do pélen. de de ligacao entre genes. Os genes com ligacio est raramente se recombinam, enquanto os genes com liga- Go frouxa recombinam-se com frequéncia. Aqui a fre- quéncia de recombinacio é bastante baixa. Isso significa que 0 crassing over entre os dois genes é muito raro. ‘A frequéncia de recombinagao de dois genes quai quer nunca € maior que 50%. Esse limite maximo é aleancado quando os genes estio em cromossomos di- ferentes; a recombinacao de 50% é, na verdade, o que ocorre quando dizemos que ha distribuicao indepen- dente dos genes. Por exemplo, suponhamos que 0s ge- nes Ae Bestejam em cromossomos diferentes € que um individuo AA BB seja crazado com um individuo aa bb, Depois, faz-se 0 cruzamentotteste da prole Aa Bb desse cruzamento com 0 genitor recessivo duplo. Em razio da distribuicio independente dos genes A e B, a F, sera composta de duas classes (Aa Bbc aa bt), cujos fendtipos so iguais aos dos pais no cruzamento original, e de duas classes (Aa bbe aa Bi), com fendtipo recombinante. Além. disso, cada classe da F, ocorrerd com uma frequéncia de 25% (ver Figura 5.7). Assim, a frequéncia total de prole recombinante de um cruzamento-teste de dois genes em ‘cromossomos diferentes sera de 50%. Uma frequencia de recombinacao inferior a 50% significa que os genes estio ligados no mesmo cromossomo. Os cruzamentos de genes ligados geralmente sio apre- sentados em diagrama para mostrar a fase de ligagio — a disposicao dos alelos em individuos heterorigotos (Figu- ra 7.5). No experimento de Bateson e Punnett com ervi- Ihasdecheiro, as plantas heterozigotas da F, receberamn dois alelos dominantes, Re L, de um genitor ¢ dois alelos recessivos, r¢ do outro. Assim, escrevemos © genétipo dessas plantas R L/r/, em que a barra (/) separa os alelos hherdados de cada genitor Outra maneira de interpretar essa simbolizacao € dizer que osalelosa esquerda e a direi- tada barra entraram no gen6tipo em diferentes cromosso- ‘mos homélogos, um de cada genitor. Sempre que todos os alelos dominantes esto de um lado da barra, como nesse exemplo, o genstipo tem a fase de ligacio de acoplamento. Quando 0s alelos dominantes ¢ recessivos estao divididos nos dois lados da barra, como em R i/r L, 0 genstipo tem a fase de ligacio de repulo. Esses termos possiblitam dis- tinguir os dois tipos de heterozigotos duplos. CROSSING OVER COMO BASE FISICA DA RECOMBINACAO Os gametas recombinantes sio produzidos em conse- quéncia do cvussing over entre cromossomos homélogos. Hotorozigoto Heterozigoto fom acoplamento em repulséo Rot Ro a=p aD rot rb => a= | FIGURA 7.5 Fases de ligacio de acoplamento e repulsao em hete- rorigotos duplos. 138 Fundamentos de Genética A 8 awe 2 2 Quatro produtos da meiose CCromossomo haa = eo eaED nao veconbeante Cromossomo gy recombine Cromessoro ql recembias Cronossore | gece nao resort 1 FIGURA 7.5 Crossing over como base da recombinacio entre genes. A permuta entre cromossomos pareados durante a meiose produ cro rmossomos recombinantes no fim da meiose. Nese processo hi permuta fisica entre os cromossomos, ‘como mostra a Figura 7.6. A permuta ocorre durante a pro- fase da primeira divisio meistica, depois do pareamento dos cromossomos duplicados. Embora haja quatro croms- tides homélogas, formando uma tétrade, apenas duas par- ticipam do avssing cverem determinado ponto. Cada uma dessas cromitides 6 quebrada no local do crossing ove, € 08 fragmentos se fixam novamente, produzindo os recombi- nantes. As outras duas cromiitides nao so recombinantes nnesse local. Portanto, cada crassing oer produ duas croma- tides recombinantes de um total de quatro. [A Crossing over plo 1B Crossing over ‘tiple © Crossing over cuécrupio 3 D Crossing over entre a is = irs ——- Observe que apenas duas crométides participam da permuta em determinado ponto. Mas pode haver crssing ‘over das outras duas cromitides em outro ponto. Assim, existe a possibilidade de miltiplas permutas em uma té- trade de cromitides (Figure 7.7). Por exemplo, pode haver dduas, ts ou até quatro permutas separadas, habitualmen- te denominadas crossing overs duplo, triplo ou quédruplo. (Iremos comentar o significado genético dessas permutas adiante neste capitulo.) Observe, porém, que uma perme ta entre cromatidesirmas nao produz recombinantes ge- inéticos porque 2s cromatidesinmas sao idénticas. Produtos da meloso fi exam) 8 4 2 ecb B 4 » 4 oxi BN rare ec @ cue > 1 FIGURA 7.7 Consequéncias de miltiplas perrmutas entre cromossomos e da permuta entre cromatides-irmas durante 2 préfase | da metose. rT il Ceptulo 7 | Ugarse,Crossingovere Mopeamento Comossbmico em Euciotas 139 Qual é 0 responsivel pela quebra de cromatides du- ante 0 crossing over? As quebras sio causadas por enzimas ‘que atuam no DNA das cromatides. As enzimas também sao responsiveis pelo reparo dessas quebras, isto €, pela refixacao dos fragmentos a outra cromatide. Apresenta- remos os detalhes moleculares desse processo no Capi- tulo 13, EVIDENCIAS DE QUE © CROSSING OVER CAUSA RECOMBINAGAO Em 1931, Harriet Creighton e Barbara McClintock obti- veram evidéncias de que a recombinacio genética estava associada a troca de material entre cromossomos. Crei- sghton e McClintock estudaram cromossomos homélogos morfologicamente distinguiveis em milho. O objetivo era determinar se havia correlacio entre a permuta fisica en- tre esses homélogos ¢ a recombinacio entre alguns dos genes presentes neles. Havia duas formas de cromossomo 9 disponiveis para analise; uma era normal, ¢ a outra tinha aberracées cito- l6gicas em cada extremidade — um knob heterocromtico em uma extremidade € um trecho de um cromossomo diferente na outra (Figura 7.8). Essas duas formas de cro- ‘mossomo 9 também foram marcadas geneticamente para detectar a recombinacao. Um gene marcador controlava acor do gro (G, colorido: « incolor), 0 outro control vaa textura do grao (Wis amiléceo; zx, céreo). Creighton € McClintock realizaram o sequinte cruzamento-teste: c jc c ¢ x wm Wom we Depois, examinaram a prole recombinante para pes quisar indicios de permuta entre as duas formas diferentes de cromossomo 9. Os resultados mostraram que os recom- binantes C Wice cus tinham um cromossomo com apenas ‘um dos marcadores citol6gicos anormais; 0 outro marca- dor anormal havia sido evidentemente perdido por per muta com 0 cromossomo 9 normal na gera¢io anterior: Q ) c c c ¢ > we We We we Esses achados eram um forte indicio de que a causa da recombinacéo era uma permuta fisica entre cromos- somos pareados. Estrutura Estrutura ‘anormal ‘normal Knob heterccromético c © Marcadores enéticos we We Trecho de outro cromossomo 1 FIGURA 7.8 Duas formas de cromossome 8 no mitho usadas nos ‘experimentos de Creighton e McClintock. QUIASMAS E O MOMENTO DO CROSSING OVER As evidéncias citolégicas do crossing over sio observadas no final da profase da primeira divisio meiética, quando € possivel ver claramente os quiasmas. Nesse momento, ‘95 cromossomos pareados repelem-se ligeiramente, man- tendo contato préximo apenas no centromero e em cada quiasma (Figura 7.9). Essa separacao parcial torna possivel contar com preciso os quiasmas. Como seria de se espe- rar, 05 cromossomos grandes geralmente tém mais quias- mas que os cromossomos pequenos. Assim, o ntimero de quiasmas é aproximadamente proporcional 20 compri- mento do cromossomo. © surgimento de quiasmas no fim da primeira préfa- se meitica poderia significar que € nesse momento que ‘corre 0 crossing over. No entanto, dados de diferentes ‘experimentos sugerem que 0 crassing over ocorre antes. Alguns desses experimentos usaram choque térmico para alterar a frequéncia de recombinacao. Quando ox Q fF % 1 FIGURA 7.9 Dipléteno da meiose no macho do gafanhoto Chorthip~ bus paralelus. Ha oito autossomos bivalentes e uin comossomno X ‘unvalente, Cada um dos quatro bivalentes menores tem um quiasma. (Os demais bivalentes t8m dois a cinco qulasmas. Ye oe CCromossomno X nivaerte 140. Fundamentos de Genética choques térmicos foram administrados no fim da profa- se, 0 efeito foi minimo, mas quando administrados mais cedo, a frequéncia de recombinacao foi modificada. As- sim, 0 processo responsével pela recombinagao, o oressing cover, ocorre no inicio da profase meidtica. Outros dados provém de estudos moleculares sobre o momento da sin- tese de DNA. Embora quase todo o DNA seja sintetizado durante a intérfase que precede o inicio da meiose, uma pequena quantidade é produzida durante a primeira préfase meidtica. Essa sintese limitada de DNA foi inter pretada como parte de um processo de reparo das cro- matides fraturadas, que, como j& comentamos, parece es- tar associado 20 crossing over. Experimentos com controle rigoroso dos estagios mostraram que essa sintese de DNA ‘ocorre do inicio ao meio da profase, nunca depois disso. Portanto, os dados acumulados sugerem que o crossing ‘overocorre do inicio ao meio da préfase, muito antes que se possam ver os quiasmas. ‘0 que, entio, so os quiasmas ¢ 0 que significam? A maioria dos geneticistas acredita que os quiasmas so apenas vestigios do processo real de permuta. As cromti- des em que houve permuta provavelmente permanecem PONTOS ESSENCIAIS 2A. Mapeamento cromossémico E possfvel mapear genes ligados em um cromossomo pelo estudo da frequéncia de recombinacao de seus alelos. © crossing over durante a préfase da primeira divisio meidtica tem dois resultados observaveis: 1. Formacio de quiasmas no final da profase. 2, Recombinacio entre genes em lados opostos do ponto de crassing over. (0 segundo resultado, porém, s6 € visto na préxima ge- ragio, quando sao expressos 0s genes nos cromossomos recombinantes, (Os geneticistas constroem mapas cromossSmicos por contagem do niimero de crossing overs que ocorrem duran- te a meiose. No entanto, como é impossivel ver 0 mimero real de crossing overs, no & possivel contélos diretamente. Em ver disso, é preciso estimar o mimero de crossing overs pela contagem dos quiasmas ou dos cromossomos recom- ‘binantes. Os quiasmas so contados por andlise citolégica, ll enurelagadas durante a maior parte da préfase. Por fim, esses entrelacados se desfazem, as cromatides separam-se pelo fuso mitstico e vio para polos opostos da célula, Portanto, cada quiasma provavelmente representa um entrelacado criado por um processo de crossing over mais cedo na préfase. ‘Mas por que existem esses entrelacados? Muitos gene- ticistas acreditam que os entrelacados criados pelo cras- sing oversio uma maneira de manter unidos os membros de um bivalente durante a profase I. A profase I € prolon- ‘gada em alguns organismos. Nas mulheres, por exemplo, pode durar até 40 anos. Sem crossing overs, os homélogos pareados poderiam separarse acidentalmente durante esse longo perfodo, o que interferiria na disjuncao du- rante a andfase subsequente. Erros na disjungao dos cro- ‘mossomos durante a primeira divisio meidtica acabariam. por produzir gametas aneuploides. Portanto, 0 arssing over parece ser um mecanismo para manter unidos os ho- mélogos pareados de modo que, quando houver divisio, ‘os homélogos sejam distribuidos corretamente entre as célulasfilhas, Assim, a possibilidade de nio disjuncio é reduzida ao minimo ¢ evitase a aneuploidia nos gametas. [A ligagdo entre genes édetectada pelo desvio do experado de acondo com o principio de distribui- ‘iio independente de Mendel cia de recombinagdo mede a intensdade da ligacdo génica. Na auséncia de ligario, sa fequéncia é de 50%; na ligagio muito estreita,é de quase sero + A reaombinacio é causada por perautafisica entre cromossomos homélogos pareados no inicio da préfase da primeira divs meidtca, depos da duplicacdo dos cromossomes «Brum ponto qualguer ao longo de um cromossomo, s6 partcipam do proesso de permuia (crossing over) duas das quatro rométides de uma ttade mestia [No fim da prifase I, os exossing overs fornamsevisivis como quiasmas, enquanto os cromossomos recombinantes sio contados por andlise genética, Antes de prosseguirmos, é essencial definir 0 que é distancia em um mapa cromossomico. CROSSING OVER COMO MEDIDA DE DISTANCIA GENETICA A descoberta fundamental de Sturtevant foi estimar a dis- tincia entre pontos em um cromossomo pela contagem. do niimero de crossing overs entre eles. Deve hraver mais crossing overs entre pontos distantes que entre pontos préximos. E preciso, porém, compreender o significado cestatistico do ntimero de crossing overs. A chance de cros- sing over entre dois pontos em determinada célula pode ser baixa, mas em uma grande populacio de células, € provavel que esse crossing over ocorra varias vezes simples- ‘mente porque ha muitas oportunidades independentes, Assim, a quantidade que realmente precisamos medir € o mimero médio de crossing overs em determinada regio Captulo 7 | Ligagdo, Crossing over Mapeamento Cromossémico em Eucariotos 141 100 ovgtries 0000 -.0:.0000 Cromossomos folds da meiose em gametes Acc Rabe eg cea OSD COSMEED CCOREED eComED jemen'> cx-clammn’> exzcimmmniy o-aimmunls Auséacisde —Crossingower Crossing ower Crossing crossing ver simples. ipl over tplo 7 20 8 2 Nimero médio de crossing overs ente Ae B= on(B) + (8) + 2a) + Uh Gai Giclich 6 lage vai locntg oes een we pico eaters cromossémica. As distdncias no mapa genético so, na verdade, baseadas nessas médias. Essa ideia é importante bastante para justificar uma definicao formal: @ distan- ia entre dois pontos no mapa genético de um cromossomo é 0 niimero médio de crossing overs entre eles. Uma maneira de compreendermos essa definicio é considerar 100 ovog6nias em meiose (Figura 7.10). Em al- gumas células, nao haverd crossing overs entre os locais Ae B; em outras, haverd um, dois ou mais crossing overs entre esses loci, No fimn da meiose, haverd 100 gametas, cada um deles contendo um cromossomo com zero, um, dois ou mais crassing overs entre A ¢ B. Estimamos a distancia no mapa genético entre esses /oci calculando © mimero médio de crossing overs nessa amostra de cromossomos. O resultado desses dados na Figura 7.10 € 0,48. Na pritica, nao é possivel “ver” cada ponto de permu- ta nos cromassomos que saem da meiose. Em vez disso, deduzimos sua existéncia observando a recombinacio dos alelos ao seu lado. Um cromossomo no qual howe recombinacio de alelos surgiu obrigatoriamente por cros- sing over. Portanto, a contagem de cromossomos recombi- nantes € uma maneira de contar 0s pontos de crossing over MAPEAMENTO DE RECOMBINACAO COM 'UM CRUZAMENTO-TESTE DE DOIS PONTOS Para ilustrar a técnica de mapeamento, consideremos © cruzamentorteste de dois pontos na Figura 7.11. As fé- i x 7 o fuselnges | Arve Capecrea | “Capo prto es — /§ — — == oe "> Fy = g o sas lenges cas vestiis Carpe crea ‘Corpo pete wb ab a =] oo ca Fe Asaslonges Aces vestigsis Asa vestiges Asa ongos Corpo cinza Corpo preto Corpo cinza Corpo preto * fiers 2 os ies imei SS == So <> Ne “> wo 415 405 92 88 (esata asevaeet. ant (820 parentais 180 recombinantes 1m FicURA 7.11 Experimento com dis genes igas, vg (asa vest ais) eb (corpo preto), em Drosophila meas de Drosophila de tipo selvagem foram cruzadas com ‘machos homorigotos para duas mutacdes autossomicas westigial (vg), que produ asas curtas, € black (8), que produz corpo preto. Todas as moscas da F, tinham asas Tongas ¢ corpos cinza; assim, os alelos selvagens (vg* € b*) io dominantes. Em seguida, fez-se o cruzamento-teste das fémeas da F, com machos de corpo preto e asas cur tas, €a prole da F, foi classificada por fenstipo ¢ contada. Como mostram os dados, ha quatro classes fenotipicas, duas abundantes e duas raras. As classes abundantes ti- ham o mesmo fendtipo que os pais originais, ¢ as classes raras tinham fenétipo recombinante. Sabemos que os ge- 142 Fundamentos de Genética nes vestigial e black estio ligados porque 08 recombinan- tes so muito menos de 50% da prole total. Portanto, é obrigatorio que esses genes estejam no mesmo cromos- somo. Para determinar a distancia entre eles, € preciso ‘estimar o ntimero médio de crassing overs nos gametas das fémeas heterozigotas duplas da F,. Podemos fazer {sso calculando a frequéncia de moscas recombinantes na F, ¢ observando que cada mosca desse tipo herdow ‘um cromossomo em que houve um crossing over entre 7g ¢ b. Portanto, o miimero médio de crossing overs em toda a amostra da prole € recombinantes (1) X 0,18 = 0,18 nao recombinantes (© x 082 + Nessa expressio, 0 ntimero de rassing overs em cada clas- se de moscas esti entre parénteses; 0 outro ntimero € a frequéncia dessa classe. Obviamente, a prole nao recom- Dinante nio acrescenta cromossomos em crassing aver 20s ‘dados, mas n6s a incluimos no cdlculo para enfatizar que é preciso calcular o ntimero médio de crossing overs usan~ do todos os dados, néo s6 os dados dos recombinantes. Essa andlise simples indica que, em média, 18 de 100 cromossomos isolados da meiose tinham um crossing ver entre ug e 6. Assim, ug ¢ b estao separados por 18 ‘uunidades de mapa genético. As vezes, os geneticistas cha- mam a unidade de mapa de centiMergan, abreviado como ‘cM, em homenagem a T. H. Morgan; 100 centiMorgans correspondem a um Morgan (M), Portanto, podemos di- zer que uge b estio distantes 18 cM (ou 0,18 M). Note que a distancia no mapa é igual & frequéncia de recom- binagio, eserita na forma de porcentagem. Mais tarde, veremos que, quando se aproxima de 0,5, a frequéncia de recombinacao subestima a distancia no mapa. Teste sua compreensao dos principios do mapeamento de re- ‘combinacio acompanhando o exercicio do Boxe Resol- val: Mapeamento de dois genes com dados do cruzamen- toteste. MAPEAMENTO DE RECOMBINACAO COM UM CRUZAMENTO-TESTE DE TRES PONTOS ‘Também podemos usar o mapeamento de recombinacéo com dados dos cruzamentosteste com participacéo de mais de dois genes. A Figura 7.12 ilustra um experimento de G. B. Bridges ¢ T. M. Olbrycht, que cruzaram machos de Drosophila de tipo selvagem com fémeas homozigotas para trés mutagdes recessivas ligadas ao X ~ cerdas scute (em escudo [sc]), olhos echinus (equinos [¢c]) e asas cros- sveinless (sem nervuras transversais [cv]). Em seguida, in- tercruzaram a prole da F, para produzir moscas F,, que classificaram e contaram. Observamos que as femeas da F, nesse intercruzamento tinham as trés mutagdes reces- sivas em um de seus cromossomos X e 0s alelos selvagens deessas mutagbes no outro cromossomo X. Além disso, ‘0s machos da F, tinham as trés mutacdes recessivas no Gnico cromossomo X. Assim, esse intercruzamento foi equivalente a um cruzamento‘este no qual os trés genes Mapeamento de dois genes com dados do cruzamento-teste No mitho,o gene para cor da folha tem dois alelos,g recessivo para folhas verdes e G dominante para folhas roxas, 0 gene para altura do caule tem dois alelos,srecessivo para caule baivo 5 dominante para caule alto. Uma planta de flhas verdes e ‘aul baivo foi cruzada com outra de folhas roxas e caule alto, Todas as plantas da F, desse cruzamento apresentaram folhas roxas e caules altos. Quando retrocruzadas com plantas de fo- thas verdes e caus baixos, produziram uma F, na qual em um total de 200 plantas, observarem-se quatro classes fenotipicas: (1) folhas verdes, caules baixos, 75; (2) flhas roxas, caules al- tos, 79; (3) folhas verdes, caules ats, 24 e (4) folhas roxas, cavles baitos, 22. (a) Quel a evidéncia da ligacio entre os genes para cor das flhas e altura do caule? (b) Qual é a fase de ligacdo dos alelos dominante e recessive desses dois genes nas plantas daF,? () Entre as plantas daF,, qual é a frequéncia de recombinaclo? (d) Qual é a distancia em centiMorgans entre cos genes da cor das folhase altura do caule? > Leiaaresposta do problema no ite ‘http://gen-io.grupogen.com.br. nas fémeas da F, estavam presentes na configuragao em acoplamento. ‘As moscas da F, do intereruzamento eram de oito clas- ses fenotipicas, duas parentais e seis recombinantes. As ‘lasses parentais eram, sem duivida, as mais numerosas. ‘As classes recombinantes, menos numerosas, represen tavam diferentes tipos de cromossomos produzidos por cvossing over. Para identificar os crossing overs que produ ziram cada tipo de recombinante, precisamos primeiro determinar a ordem dos genes no cromossomo. Determinacao da ordem dos genes Existem trés ordens de genes possiveis: 1. seen 2 eso-eo 3, eccv-se Outras possibilidades, como cv-eo-se, so iguais a uma dessas porque nao ha distingao entre as extremidades esquerda e direita do cromossomo. Qual das ordens € a cerca? Para responder a essa pergunta, precisamos analisar ‘meticulosamente as seis classes recombinantes. Quatro delas foram produzidas obrigatoriamente por um crossing over simples em uma das duas regides delimitadas pelos genes, As outras duas foram produzidas obrigatotiamen- te por cressing over duplo — uma permuta em cada uma das duas regides. Como um crossing over duplo altera 0 gene do meio cm relacio aos marcadores genéticos de cada lado dele, temos, em principio, um método para determinar a ordem dos genes. Intuitivamente, também sabemos que um crossing overduplo deve ser muito menos CCoptulo 7 | Ligagde, Crossing ovr e Mapeamento Cromossémico em Eucariotos 143, ‘Cordas em escudo ‘Asas com nervuras traneversale Tie setvagom SC ec wv sct ect cy Bridges e Olbrycht_ ,_ GD einen errs ero aD mmm rec teree aise 0X ee \H Corda em escudo ” Olhos equinos: Aprole foi intercruzada — 2 fcoesomnorvuras—fustecano equates Tipo selvagem transversais a um cruzamentoteste — ew ect pceamrogeld ,/{ — Gm contncto ts tes 7 neterongnas Vals que °° am aaa Fe Gendtipo do cramossomo X ——_Nimero asso _Fenétpo eneraearatere _obserado Caras em ecite,ahos eos, fastonvovwetamerae” a 6 ef 18 2 Toast se ect ot LASS 3 Cerdas em escudo sc ect cyt 163 4 Cords em escdo, sts sem nerwwes Vases ew 10 5 Cerdas em escudo, olhos equinos sc ec cyt 192 5 Asssomneraractanswrstly, ect Mas 7 Cards em esc aso sm nerwras Danvers x ww 1 8 Ohoteaines oe 1 Tots: 3248 | FIGURA 7.12 Cruzamento de tras pontos de Bridges e Olbrycht com os genes ligados a0 X sc (cerdas em escudo), e¢ (olhos equinos)e cy (asas sem nervuras transversais) er Drosophila. Dados rtirados de Bridges. 8, Olbrycht, . M, 1926, Genetics 11:41 frequente que um crossing oversimples. Consequentemen- te, entre as seis classes recombinantes, as duas raras tém de representar os cromossomos com crossing over duplo.. Em nossos dados, as classes de crossing over duplo, raras, sio 7 (5¢ec*cu)€ 8 (5° ec cu"), cada uma delas com apenas ‘uma mosca (Figura 7.12). Comparando essas classes com as classes parentais 1 (sc ec cy) € 2 (sc* ec* co"), verificamos que 0 alelo echinus foi trocado em relacdo a scute ¢ crss- veinless. Consequentemente, 0 gene echinus tem de estar Crossing overs entre se 0 0¢ Classe Nimero bsenado sey sett a a cum scat set ee Pe ee eee aum=p ~ 0 a a Gump =: eo sera = eee Totat 295 Distancia de mapa = 295, = 0,091 Morgan = 9,1 centitorgans 2A localizado entre os outros dois. Assim, a ordem correta dos genes é (I) se-e-a Calculo das distancias entre genes Extabelecida a ordem dos genes, podemos determinar as distancias entre genes adjacentes. Mais uma vez, 0 méto- do € calcular 0 niimero médio de crossing overs em cada rregido cromoss6mica (Figura 7.18). Crossing overs entre ec © cv Classe Numero cbsenvado sce seat au |) au = ls? omens cum c148 a a sce wv sc ect au==p = 1 cine cum ‘sch ect cv scr ec ove Tota: 342 sca apa= 2% 0105 gan 105 care 1H FIGURA 7.13 Céleulo de distdncias de mapa genético a partir dos dados de Bridges e Olbrycht.A distancia entre cada par de genes € obtida or estimative do numero médio de crassing overs. eT aoe 144 Fundamentos de Genética Podemos obter 0 comprimento da regido entre sc ¢ @c identificando as classes recombinantes em que havia crossing over entre esses genes. Existem quatro dessas clas- ses: 3 (sc ect cu"), A (se! ecu), 7 (se ec* ci) €8 (sc* ecco"). [As classes 3 e 4 tiveram uum cvssing over simples entre sc € 1, € as classes 7 € B tiveram dois crossing overs, um entre sce ee outro entre ec € cz. Portanto, podemos usar as Srequéncias dessas quatro classes para estimar 0 mimero médio de cressing overs entre sc &c Classe 3 Classe 4 Classe 7 Classe 8 163 + 190 + 1 + 1 _ Total Assim, a cada 100 cromossomos originados da meiose nas femeas da F,, 9,1 tinham um onssing over entre s¢ € &. Portanto, a distincia entre esses genes € de 9,1 unidades de mapa (ou, se preferir, 9,1 cent Morgans) Da mesma maneira, podemos calcular a distancia en- tre ec ¢ cx. Quatyo classes recombinantes apresentavam ‘um crossing over nessa regio: 5 (sc ec cu*), 6 (se" ec* cv), 7e 8, Os recombinantes duplos também estio inclusdos aqui porque um dos dois crossing overs ocorren entre ee cu. A frequéncia total dessas quatro classes Classe § Classe 6 Classe 7 Chasse 8 192 + 148 + 1 + 1 Total 34a 3.248 = {2 - 0.105 Consequentemente, ee cy estio distantes 10,5 unidades de mapa. Combinando os dados acerca das duas regides, obte- ‘mos o mapa se-9,1-e0-10,5-c0 [As distancias de mapa calculadas dessas formas sio adi- tivas. Assim, & possivel estimar a distancia entre se € co somando os comprimentos dos dois intervalos entre eles no mapa: 9,1 eM + 10,5 eM =19,6eM ‘Também podemos fazer essa estimativa caleulando dt retamente o mimero médio de crossing overs entre esses genes: Classes com Classes com Classes sem orassing over crossing over crossing over simples duplo leg 3,4,5e6 7e8 (0) 0,805 + (1) 0,195 + (2) x 0,0006 = 0,196 Aqui o mimero de crassing overs € apresentado entre pa- rénteses, e seu multiplicador € a frequéncia combinada as classes com esse miimero de crossing overs. Em outras palavras, cada classe recombinante contribui para a dis tincia de mapa de acordo com o produto de sua fre- quéncia e 0 mlimero de crossing overs que representa. Bridges ¢ Olbrycht estudaram sete genes ligados a0 X. ‘em seu experimento de recombinacao: 36 ecu, ct (asas cortadas [euf]), v (olhos vermelhdo [vermition]), ¢ (olhos granada [garnet]) ¢ f (cerdlas bifurcadas [forked]). Calcu- Jando as frequéncias de recombinacao entre cada par de {genes adjacentes, cles construéram um mapa de um gran- de segmento do cromossomo X (Figura 7.14); scestava em ‘uma extremidade, ¢ fna outra. Todos os scte genes que Bridges e Olbrycht estudaram eram, na verdade, marca- dores de sitios especificos no cromossomo X. Somando todos os intervalos de mapa entre esses marcadores, cles estimaram que o comprimento total do segmento mape- ado era 66,8 cM. Assim, 0 mimero médio de crossing overs esse segmento era 0,668, Interferéncia e coeficiente de coincidéncia © cruzamento de tés pontos tem uma importante van- tagem em relagao ao cruzamento de dois pontos: torna possfvel detectar crossing overs duplos ¢ determinar se as ‘permutas cm regides adjacentes sao independentes. Por ‘exemplo, um crossing cverna regiao entre sce e (regiao T no mapa do cromossomo X) € independente de um cras- sing overna regio entre ece co (regiao 1)? Ou um crossing overinibe a ocorréncia de outro préximo dele? Para responder essas perguntas, € preciso calcular a frequéncia esperada de crossing overs duplos, com base no conceito de independéncia. Podemos fazer isso multipli- cando as frequencias de crossing over para duuas regiGes ‘cromossOmicas adjacentes. Por excmplo, na regio I do mapa de Bridges e Olbrycht, a frequéncia de cressing over foi (163 + 180 +1 + 1)/3.248 =0,001, na regido II foi (192 + 148 + 1 + 1)/3.248 = 0,105, Na hipotese da inde- pendéncia, a frequéncia esperada de crossing overs duplos no intervalo entre sce cu seria, portanto, 0,091 X 0,105 = 0,0095. Agora podemos comparar essa frequéncia & fre- quéncia observada, que foi de 2/3.248 = 0,0006. Grossing overs duplos entre sce cv eram muito menos frequentes que 0 esperado. Esse resultado sugere que um crossing ‘overinibia a ocorréncia de outro préximo, um fenémeno denominado interferéncia, O grau de interferéncia € medi- do habitualmente pelo eoeficente de coincidéncia, ¢ que € a razio entre a frequéncia observada e a frequéncia espe- rada de orossing overs duplos: frequéncia observada de crossing overs duplos ing overs duplos & °e # oe ae &é & & & ee & ite ander shart tate parece pep sete ta| Fain ees 1 FIGURA 7.14 Mapa de Bridges e Olbrycht de sete genes ligados 20 x em Drosophila. As dstancias 0 apresentadas em centiMorgans. @ CCoptulo 7 | Ligne, Crossing overe Mapeamento Cromossbmico em Eucariotos 145 O nivel de interferéncia, cujo simbolo € J, é calculado por [= 1 ~ c= 0,937. Como nesse exemplo 0 coeficiente de coincidéncia é préximo de zero, o valor minimo possivel, a interferéncia era muito forte (Festi proximo de 1). No outro extremo, ‘um coeficiente de coincidéncia igual a um implicaria au. séncia de interferencia; isto 6, significaria que os crossing avers foram independentes. “Muitos estudos mostraram que a interferéncia é forte quando as distincias no mapa so menores que 20 ) Ts Fs rermetna eff Ko Castnta sie Hi Vere i — = -—— Verna > tena resposta do problema nite ‘tp: //gen-io.grupogen.com.br. deira; no entanto, algumas regides de um cromossomo ‘s4o mais propensas 20 crussing over que outtas. Assim, a8 distdncias no mapa genético no correspondem exata- mente as distincias fisicas no mapa citolégico do cro- mossomo (Figura 7.21). E menos provavel que 0 crossing ‘over ocorra perto das extremidades de um cromossomo ¢ também proximo do centrémero; por isso, essas re- 1m FicuRA 7.21 xtromidade ‘esquerda do cromossomo X paliténico de Drosophila e 2 prcio correspondente do ‘mapa genético mostrando (0 genes para corpo ama- relo (y),olhos brancos (7) aos equinos (ec), asas cortadas (ct) ¢ cerdas cha- rmuscadas (0). cll dl all 6 lal G i 150. Fundamentos de Genética gides esto condensadas no mapa genético. Outras re- gides, nas quais os crossing overs sio mais frequents, ¢s- tao expandidas. Embora nfo haja relacio uniforme entre distincia sica © genética, os mapas genéticos e citol6gicos de um PONTOS ESSENCIAIS. cromossomo sio colineares; sto € locais especificos tém ‘mesma ordem. Portanto, o mapeamento de recombina- fo revela a verdadeira ordem dos genes 20 longo de um cromossomo. No entanto, nao mostra as distancias fisicas reais entre eles. EmDrosophila, as genes podem ser localizados em mapas dos cromossomos politicos por combinaco de mutagées recssivas com deleces e duplicaries ctologicamente definidas + Una deecéo revelao fendtipo de urna mutacio recessiva localizada entre seus limites, ao paso que wma duplicardo oculta 0 fenstipo mutante + Os mapas genéticos¢ citligicos so colineares; entrant, as distncias genétcas nao sao froporcionais ds distancias ctolgicas. Andlise de ligagao em seres humanos A anélise do heredograma toma possivel localizar genes nos cromossomos humanos, Para detectar ¢ analisar a ligacdo génica em seres hum: nos, os geneticistas precisam colher dados de heredogra mas. Muitas vezes esses dados so limitados ou incom- pletos, ou oferecem informacdes ambiguas. Portanto, a tarefa de elaborar mapas de ligacio humana cria muitos desafios para os pesquisadores. Estudos classicos de liga- ‘cdo em seres humanos concentraram-se em heredogra- ‘mas nos quais era possfvel acompanhar simultaneamente a heranea de dois genes ou mais. Hoje, gracas aos mé- todos moleculares modernos, os pesquisadores podem analisar a heranca de dezenas de marcadores diferentes, ‘no mesmo conjunto de heredogramas. Essa andlise mul- tilocus aumentou muito a capacidade de detectar a liga- Gao € de elaborar mapas cromossGmicos detalhados. As relagdes de ligacao génica mais faceis de estudar em se- res humanos sao aquelas entre genes no cromossomo X. Esses genes seguem um padrio de heranca prontamen- te identificado, Se dois genes tiverem esse padrao, eles esto ligados. E muito mais dificil identificar a ligacio entre genes autossomicos. © genoma humano tem 22 au- tossomos diferentes, e um gene nao ligado ao X poderia estar em qualquer um deles. Em que autossomo est 0 gene? Que outros genes estao ligados a ele? Quais s20 as posicdes desses genes no mapa? Fssas sio questées que desafiam o pesquisador em genética humana. Para saber como a ligacdo genica ¢ detectada em here- dogramas humanos, examinemos parte do trabalho de J. H. Renwick e S. D. Lawler. Em 1955 esses pesquisadores relataram evidéncias de ligagdo entre 0 gene controla- dor do grupo sanguineo do sistema ABO (Capitulo 4) € ‘uma mutagio dominante responsével por um distirbio autossomico raro denominado sindrome unba-patela. As ‘pessoas com essa sindrome tém anormalidade das unhas e das patelas. A Figura 7.22A mostra parte de um dos he- redogramas estudados por Renwick ¢ Lawler. Todos os individuos nesse heredograma foram caracterizados quanto a presenca ou auséncia da mutacio da sindrome unha-patela, designada NPST; além disso, determinou-se © tipo sanguineo ABO da maioria dos individuos. ‘A mulher da geracio Il representa uma nova ocor. réncia da mutagao NPSI. Nenhum de seus pais nem de seus 1] irmios tinha o fendtipo da sindrome unha-pa- tela. Entre os cinco individuos que tinham a sindrome unhapatela nese heredograma, todos cles, exceto um (10L5), tinham sangue tipo B. Essa observacio sugere que ‘a mutacao NPSI esta ligada geneticamente ao alelo B do locus do grupo sanguineo ABO, Se presumirmos que essa inferéncia esta correta, a mulher na geracao II tem o ge- nétipo NPSI B/+O; isto é, ela é umn heterozigoto em re- pulsio. Sem chivida, o genétipo de seu marido é + 0/+0. A Figura 7.228 ilustra os fentémenos genéticos desse he- redograma € sugere uma estratégia para estimar, ainda que grosso modo, a distancia entre os loci NPSI e ABO, O casamento indicado na Figura 7.228 € praticamente umm ‘cruzamentoseste. A mulher Il pode produzir quatro tipos diferentes de gametas, dois com cromossomos re- combinantes ¢ dois com cromossomos nao recombinan- tes. A combinacio desses gametas com o tipo simples de gameta (+0) produzido pelo homem IF2 produz quatro genstipos diferentes. Como mostra o heredograma na Figura 7.22A, TI e IF2 tiveram todos os quatro tipos de filhos. No entanto, apenas 3 (113, II, ITF-12, indicados por asteriscos na Figura 7.22A) de seus 10 filhos eram recombinantes; 0s outros 7 eram nao recombinantes. AS sim, podlemos estimar a frequéncia de recombinacio en- tre 0s loci NPS1 € ABO como 3/10 = 30%. No entanto, essa estimativa no usa todas as informacées do heredogra- ma, Para aprimoréla, podemos incorporar as informa- ies dos trés netos das casais, dos quais apenas um (IV-1) era recombinante, Ao todo, entio, 3 + 1 = 4 dos 10 + 3 = 13 individuos da prole no heredograma cram recombi- nantes. Assim, concluimos que a frequéncia de recombi- nacio entre 0s loci NPST ¢ ABO é de 4/18 = 31%. Em ter ‘mos de um mapa de ligacdo, estimamos que a distancia entre esses genes é de aproximadamente 81 cM. Renwick capitulo? | tiga, Crossing over Mapeamento Cromosstmico em Eucariotos 151 80 | 00 12 a9 ™ a oe 4 80|G0 80" BO| AdouAO 00 00 GO BO 00 00 BO 1]2 3 4/8 67 8 8 0 H 1 Ti Stone ume @ O Ly assincia se sincrome BO 40 4 3 a Gonétipo do et Nest 8 => ID * 0 Gamotas ‘No ecombinantes Recombinantes| asp a == == pert wees +O m0 +B patito were | +o |wsi_o | + 8 chek, meme | oop | ee | com ” Gametas am / > | cm | cm | ee | oe 7 0’ mmm) + of] + oO] + O| + 0 Sindrome Auséncia_——‘Sindrome—Ausncia inka-patola —dessindrome —unha-patela_—_ de sindrome Tipo Too Too Tipo B sanguinea B sanguineo © sanguineo 0 sanguineo B 1 FIGURA 7.22 Andlise da ligacdo génica em heredograrna humano, A. Parte de um heredogrema mostrando a ligago entre os loci do sisterna ‘ABO e da sindrome unhe-patela Os individuos afetados pela sindrome unha-patela so indicados por simbolos vermelhos. Quando conhecido, 10 genstipo do lacus ABO & apresentado abaixo de cada simbolo, Os asteriscosindicam os recombinantes. B. Quadrado de Punnett mostrando (0s genotipos produzidos pelo casal na geracéo Il ¢ Lawler analisaram a ligacao entre os genes NPSJ ¢ ABO ‘em outros heredogramas. Combinando todos os dados, cles estimaram que a frequéncia de recombinagio é de aproximadamente 10%. Assim, a distancia entre os genes NPSI¢ ABO € de aproximadamente 10 cM. © estudo de Renwick € Lawler dos loci NPSI © ABO estabelecen que esses dois genes estio ligados, mas nao identificou 0 autossomo expecifico cm que esto locali- zados, A primeira localizagio de um gene em um autos somo humano especifico ocorreu em 1968, quando R. P. Donahue e colaboradores mostraram que 0 locus do grupo sanguineo Dufly, designado FY, esti no cromos- somo 1. Essa demonstracao baseouse na descoberta de ‘uma variante do cromossomo I que era mais longa que normal, A andlise do heredograma mostrou que, em de- terminada familia, esse cromossomo longo era segregado com alelos FY especificos. Assim, o locus FY foi localizado no cromossomo 1. A pesquisa subsequente localizou esse locus na regiio 1p31 desse cromossomo. Usando técnicas diferentes, os loci NPST © ABO foram situados perto da extremidade do braco longo do cromossomo 9. 'Até 0 inicio da década de 1980, 0 avanco no mape- amento génico hnmano foi lentissimo porque era difi- «il encontrar heredogramas com segregacao de marca- dores ligados, como duas doencas genéticas diferentes. Na década de 1980, porém, tornouse possivel identifi- car variantes genéticas no proprio DNA. Essas variantes, resultam de diferencas na sequéncia de DNA em partes, TTT TTT Aer eeneeenn 152. Fundamentos de Genética dos cromossomos. Por exemplo, em um individuo, de- terminada sequéncia poderia ser GAATTC em um dos filamentos de DNA, e, em outro individuo, a sequéncia de DNA correspondente poderia ser GATTTC, uma di- ferenca de apenas um nucleotidio. Embora precisemos adiar para 05 capftulos posteriores a discussio das téc- nicas usadas para revelar essas diferencas moleculares, aqui podemos analisar como elas ajudaram a mapear os ‘genes humanos, muitos deles implicados em doencas he- reditarias graves. Se, além da anilise fenotipica habitual, ‘0s membros de um heredograma so analisados quanto presenca ou auséncia de marcadores moleculares no DNA, um pesquisador pode procurar a ligacio entre cada marcador ¢ 0 gene em estudo. Ent, com técnicas ‘statisticas apropriadas, pode estimar as distancias entre © gene ¢ 0s marcadores ligados a ele. ‘Esse método permitin que os geneticistas mapeassem uum grande niimero de genes implicados em doencas hu- manas. Um dos exemplos mais expressivos & a pesquisa que localizou no cromossomo 4 0 gene da doenca de Huntington (HD), um distirbio neurolégico debilitan- te ¢, por fim, fatal. Nessa pesquisa, analisouse a ligacio ‘entre o gene HD € um conjunto de marcadores mole- cculares em grandes heredogramas. A custa de trabalho PONTOS ESSENCIAIS meticuloso, 0 gene HD foi mapeado a 4 eM de um desses marcadores. Essa localizacao precisa estabelecet os all- cerces para o isolamento e a caracterizacéo molecular do proprio gene HD. Os marcadores moleculares também tornaram pos- sivel criar mapas de cromossomos humanos a partir de andlises totalmente independentes. Caso se tenha de- monstrado que 0 gene A esté ligado ao marcador x em ‘um conjunto de heredogramas e que o gene Besta liga- do ao marcador x em outro conjunto de heredogramas, entio é Gbvio que existe uma ligacio entre o gene Ae o gene B. Assim, a anilise desses marcadores faculta aos geneticistas humanos determinar as relagdes de ligagao entre genes que no so segregados nos mesmos here- dogramas. A analise de dados de recombinacao dos heredogra- ‘mas possibilita que os geneticistas elaborem mapas de li- gacio génica dos cromossomos. Contudo, exceto no caso de ligacio ao X, essa andlise no nos diz que cromossomo esté sendo mapeado, ou onde est determinado gene na imagem fisica desse cromossomo. Esses desafios foram enfrentados pelo desenvolvimento de técnicas citolégi- ‘cas como bandeamento cromossomico e pintura cromos- sémica (Capitulo 6). + A ligacdo entre genes humanas pode ser detecada por anélise das heredogramas A anilise do hevedograma também possibitaestimar as frequéncias de ecombinacdo para ‘mapear genes nos eromessomas humanes. Recombinagao e evolucao A recombinago — ou sua auséncia ~ tern um papel es- sencial na evolucéo. A recombinacdo é uma caracteristica essencial da repro- ducao sexuada. Durante a meiose, por ocasiio da aproxi- magdo dos cromossomos € do crassing over, hd uma opor- tunidade de criar novas combinacées de alelos. Algumas delas podem beneficiar 0 organismo por aumento da so- brevivéncia ou da capacidade reprodutiva. Com o tempo, ‘© esperado € que essas combinacdes benéficas se dissemi- nem na populacao € se torem caracteristicas usuais da cdo genética da espécie. Portanto, a recombina- dca € uma maneira de embaralhar a variacio genética para potencializar as mudancas evolutivas. SIGNIFICADO EVOLUTIVO DA RECOMBINACAO X possivel avaliar a vantagem evolutiva da recombinacio mediante comparacao de duas espécies, uma capaz de se reproduzir de maneira sexuada e outra, no. Suponha- mos que tenha surgido uma mutacéo benéfica em cada espécie. Ao longo do tempo, o esperado seria a dissemi- nagio dessas mutacées. Suponhamos também que, en- quanto elas estio se disseminando, ocorra outra mutacao benéfica em um individuo nao mutante de cada espécie. No organismo assexuado, nao hé possibilidade de que ‘essa segunda mutacao seja recombinada com a primeira, ‘mas, no organismo sexuado, as duas mutagoes podem ser recombinadas com a produco de uma linhagem melhor que qualquer um dos mutantes isolados. Essa linhagem recombinante sera capaz de se disseminar por toda a po- pulacio da espécie. Em termos evolutivos, a recombina- ‘Gio pode permitir a reunitio de alelos favoraveis de dife- Tentes genes no mesmo organismo. SUPRESSAO DA RECOMBINACAO POR INVERSOES © efeito de embaralhamento de genes na recombina- ‘io pode ser impedido por rearranjos do cromossomo. © crossing over geralmente € inibido perto dos pontos de quebra de um rearranjo em condicio heterozigota, provavelmente porque o rearranjo desorgamiza 0 pare- Capitulo 7 | Ligacdo, Crossing over e Mepeamento Cromessémico em Eucarctes 153 amento dos cromassomos. Portanto, muitos rearranjos estio associados & redugo na frequéncia de recombina- cho. Esse efeito € mais acentuado em heterozigotos por inversio porque a inibicio do aussing over que ocorre perto dos pontos de quebra da inversio € complicada pela perda seletiva de cromossomos que tiveram. crossing ‘overna regio invertida. Para analisar esse efeito de supressio da recombi- nacio, consideremos uma inversio no braco longo de ‘um cromossomo (Figura 7.23). O crossing over entre cr0- mitides invertidas e nao invertidas na tétrade produz duas crométides recombinantes, mas provavelmente as, duas cromatides serdo perdidas durante a meiose ou depois dela. Uma das cromatides nao tem centrémero = € um fragmento acénirico~ e, portanto, € incapaz de se deslocar até a devida posicdo durante a anifase da primeira divisio meistica. A outra cromitide tem dois centrémeros e, portanto, seré puxada em direSes opos- tas, formando uma fronte de cromdtide dicéntrica, Por fim, essa ponte se quebra c divide a cromatide em pedacos. Ainda que as cromatides acéntrica e dicéntrica produzi- das por crossing over na inversio sobrevivam 4 meiose, € improvavel que 0s zigotos sejam vidveis. As duas croma- tides sto aneuploides - com duplicacao de alguns genes € deficiéncia de outros ~ ¢ a aneuploidia geralmente letal, Portanto, essas cromatides serao eliminadas por selecdo natural na préxima geracio. O efeito final des- sa perda de cromatides € a supressio da recombinacio entre cromossomos invertidos e nao invertidos em he- terozigotos. (Os geneticistas exploraram as propriedades de st pressio da recombinacio pelas inversées para manter alelos de diferentes genes juntos no mesmo cromosso- mo. Suponhamos, por exemplo, que um cromossomo cuja estrutura é normal tenha 0s alelos recessivos a, b, 6 de & Se howver pareamento desse cromossomo com outro de estrutura normal que tenha os alelos sclvagens correspondentes a*, 6, c*, d° ¢ ¢, osalelos recessivos e Profase | Centrémeras Crossing over simples 1 selvagens serao misturados por recombinacio. Para evi tar essa mistura, 0 cromossomo com 0s alelos recessivos pode ser pareado com 0 cromossomo de tipo selvagem que tem uma inversio. A menos que haja crassing overs duplos na regido invertida, essa heterozigosidade estra- tural suprimira a recombinacio, O cromossomo mutante multiplicado entao pode ser transmitido para a prole na forma de uma unidade genética intacta. Muitas vezes, essa técnica de supressio da recombina- ‘ao foi usada em experimentos com Drosophila, na qual © cromossomo invertido geralmente tem uma mutacao dominante que permite seu acompanhamento duran- te uma série de cruzamentos sem exames citoldgicos. Esse cromossomo marcado por inversdo € denominado balanceador, pois permite manter um cromossomo de in- teresse em condicao heterozigota sem quebra e recom- binagao. ‘A supressio da recombinacio por inversio parece ter tido um papel importante na evolucio dos cromosso- ‘mos sexuais em mamiferos. Os dados provém das andli- ses de Bruce Lahn ¢ David Page, que estudaram 19 ge- nes presentes nos cromossomos X ¢ Y humano. Esses genes em comum ocupain posicdes diferentes nos cro- mossomos X e Y, indicando que foram rearranjados por inversbes durante a evolucao. Além disso, as sequéncias de DNA das c6pias ligadas ao X ¢ ao Y desses genes em ‘comum divergiram em diferentes graus. Pela anzlise da variacdo no grau de divergéncia, Lahn Page distingui- ram quatro “niveis evolutivos” nos cromossomos sexuais humanos ~ regides nas quais a recombinacao foi supri ‘mida por diferentes periodos durante a evolugao. Lahn Page presumem que os cromossomos X ¢ Y se originta- xam de um par de autossomos algum tempo depois que linha evolutiva dos mamiferos divergiu da linha de an- tigos répteis que levou ao surgimento dos dinossauros, crocodilos e aves. Entre 240 e 320 mithdes de anos atrés, uma inversio no que deveria se tomar 0 cromossomo Y causou a supressdo regional da recombinagao entre ' FIGURA 7.23 Supressio da recombinacéo em heterozigoto para inveséo, Os cromossomas dicéntricos (1 23 1) e acéntrcos (43 2 4) forma- os a partir das cromatides que tiveram crossing over sao aneuploides: ‘ causam inviabllidade da geracao subsequente. Consequentemente, os produtas do crossing aver entre os cromassomas invertids e no invertidos ndo sio restabelecidos. 2 ll 154. Fundamentos de Genética Xe ¥. Na linhagem que originou os seres humanos, houve no minimo trés outras invers6es, duas delas em algum momento entre 80 ¢ 130 milhGes de anos atras € ‘uma delas entre 80 e 50 milhdes de anos atrés. O efeito final dessas inversdes foi suprimir a recombinacéo en- tre a maioria das regides nos cromossomos X ¢ Y. Ror forca da selecio natural, genes ativos foram preserva- dos no cromossomo X, mas no cromossomo Y houve degenera¢o da maioria dos genes pelo aciimulo de mutacdes aleat6rias. Assim, hoje 0 cromossomo Y tem muito menos genes ativos que 0 cromossomo X, ¢ os genes remanescentes estao arranjados em outra ordem (Figura 7.24). CONTROLE GENETICO DA RECOMBINACAO Nao surpreende que um processo tdo importante quan- to a recombinacdo esteja sob controle genético. Estudos com varios organismos, entre eles leveduras ¢ Drasophila, mostraram que produtos de muitos genes participam da recombinacio. Alguns desses produtos génicos partici- pam do pareamento dos cromossomos, outros catalisara © processo de permuta, ¢ ainda outros ajuda a reunir ‘0s scgmentos das cromatides quebradas. Abordaremos algumas dessas atividades com mais detalhes no Capitu- 1013. Um fendmeno curioso, ainda inexplicado, € a no ‘ocorréncia de crossing overem machos de Drosophila. Nes- se aspecto, a Drosophila é diferente da maioria das espé- FLAX TK rpsay—| sox pls suey} FAY eM —| PSX. Y RBI x 1m FIGURA 7.24 Ordem de genes comparihados fora das regiées pseudoautoss®micas nos cromassomos X e¥ hurmanos. cies, inclusive da nossa, nas quais 0 crossing over ocorre em ambos os sexos. Além disso, sabemos que o grau de recombinagio varia entre as espécies. Talver. os proprios eventos que causam recombinacéo estejam sujeitos a mu- dancas evolutivas. PONTOS ESSENCIAIS + 4 recombinacio pode reunir mutacies favordveis Exercicios 0s rearranjos cromossémicos,sobretudo as inverses, podem suprimir a recombinario A recambinagi esti sujeita @ controle genético. 1. Uma linhagem endogimica de bocadeleio de flores roxas ¢ folhas foscas foi cruzada com outra linhagem endogimica de flores brancas ¢ folhas brilhantes. As plantas da F,, todas as quais tinham flores roxas ¢ folhas foscas, foram retrocruzadas com a linhagem de flores brancas ¢ folhas bri- Ihantes, ¢ obtiveram-se as seguintes plantas da Fy: 50 com flores roxas ¢ folhas foscas; 46 com flores rancas e folhas brilhantes; 12 com flores roxas € folhas brilhantes ¢ 10 com flores brancas ¢ folhas foscas. (a) Quais das quatro classes da F, so recom binantes? (b) Qual é a evidéncia da ligacio entre (os genes para cor das flores e textura das folhas? (©) Faca o diagrama dos cruzamentos desse expe- rimento. (d) Qual é a frequéncia de recombinacéo entre os genes que determinam a cor das flores € a textura das folhas? (e) Qual é a distincia de mapa genético entre esses genes? Resposta: (a) As duas iiltimas classes ~ flores roxas com folhas brilhantes ¢ flores brancas com folhas fos- cas ~ na F, sio recombinantes. Nenhuma dessas combinagdes de fenstipos estava presente nas linhagens usadas no crazamento inicial. (b) Os recombinantes séo 18,6% das plantas da F, ~ mui- to menos que 0s 50% que seriam esperados se os genes da cor das flores ¢ da textura das folhas 2 Resposta: E provavel que 0 crassing over ocorra do ini ‘Capitulo 7 | gece, Crossing over @ Mapeamento Cromossémico em Eucaritos 155, nao estivessem ligados. Portanto, esses genes es- ‘tio ligados no mesmo cromossomo no genoma da boca-deledo, (c) Para representar os cruza- mentos, primeiro € preciso atribuir simbolos aos alelos dos genes da cor das flores ¢ da textura das folhas: W= roxa, w = branca; 5 = fosca, s = brilhante; a letra maitiscula indica que o alelo & dominante. O primeiro cruzamento € WS/WS x w s/w s, produzindo plantas da F, com o genstipo WS/w s. O retrocruzamento & WS/u s X w s/w 5, produzindo quatro classes de prole: (1) WS/w s, (2) w s/w s, (3) Ws/w se (4) w S/w s. As classes Le 2 so tipos parentais, € as classes 8 e 4 s20 recombinantes, (d) A frequéncia de recombina- cao € 18,6%. (e) A distancia de mapa genético é estimada pela frequéncia de recombinacio como 18,6 centiMorgans. Qual & a indicago citolégica de que houve cssing ove? Quando ¢ onde vocé procuraria por ele? cio a0 meio da préfase da meiose I. Nao é ficil, porém, analisar 0s cromossomos nesses estagios, € € dificil, se ndo impossivel, identificar as permu- tas por métodos citolégicos. A melhor evidéncia citolégica de que houve orassing over é obtida das células perto do fim da préfase da meiose I. Nes- se estigio, os homélogos pareados repelem-se le- vemente, e as permutas entre eles so observadas como quiasmas. ‘Um geneticista estimou o mimero de permutas ocor- ridas durante a meiose em cada uma das 100 cromé- tides distinguidas em gametas. Os dados sao: Niimero de permutas Frequéncia 0 18 1 20 2 40 3 16 4 Qual é o comprimento genético, em centiMorgans, do cromossomo analisado nesse estudo? Resposta: O comprimento genético de um cromossomo 4 € 0 mimero médio de permutas em uma crométi- de no fim da meiose. Para os dados apresentados, a média é 0 x (18/100) + 1 x (20/100) + 2x (40/100) + 3 x (16/100) + 4 x (6/100) = 1,72 Morgans ou 172 centiMorgans. Fémeas de Drosophila heterozigotas para trés mar- cadores recessivos ligados 20 X, y (corpo amarelo), ct (asas cortadas) € m (asas em miniatura), € seus alelos selvagens foram cruzadas com machos y ct m. Obtevese a seguinte prole: ea esenenenn Classe fenotipica Niimero 1. corpo amarelo, asas cortadas € em 30 miniatura 2. tipo selvagem 33 3. corpo amarelo 10 4, asas cortadas ¢ em miniatura 12 5, asas em miniatura 8 6. corpo amarelo, asas cortadas 5 7. corpo amarelo, asas em miniatura 1 8, asas cortadas sot, Total: 100 (a) Que classes sao tipos parentais? (b) Que classes representam crossing overs duplos? (c) Que gene esta no meio dos outros dois? (d) Qual era 0 gendtipo das fémeas heterorigotas usadas no cruzamento? (In- dique a fase de ligacao correta, bem como a ordem correta dos marcadores 20 longo do cromossomo.) Resposta: (a) As classes parentais so as mais numerosas; portanto, nesses dados, as classes 1 ¢ 2 sio tipos pa- rentais. (b) As classes com crossing over duplo so as menos numerosas; portanto, nesses dados, as clas- ses 7 € 8 so as classes com crossing over duplo.. (c) As classes parentais mostram que os trés alelos mu- tantes entraram nas fémeas heterozigotas no mes- mo cromossomo X; 0 outro cromossomo X nessas fémeas tinha, obrigatoriamente, os trés alelos se vagens. As classes de crossing over duplo informam qual dos trés genes esti no meio porque o marca- dor intermediario é separado dos marcadores flan- queadores pelo processo de permuta dupla. Nesses dados, o alelo ct estd separado de y € m nas classes de orassing over duplo; portanto, o gene cttem de es- tar entre os genes ye m. (d) O genstipo das fémeas, heterozigotas usadas no cruzamento era, obrigato- riamente, y ct m/+ + +. 5. Um geneticista de Drosophila fez. experimentos para localizar o gene das cerdas chamuscadas (singed [sn}) no mapa citol6gico do cromossomo X. Ma- chos hemizigotos para uma mutaco sn recessi- va foram cruzados com fémeas que tinham varias deficiéncias (indicadas por Df) no cromossomo X balanceadas em relacdo a um cromossomo X com miltiplas inverses marcado pela mutacao sernido- minante para olhos em barra (Bar [8]). Assim, 0 esquema de cruzamento era machos sn/¥ X femeas Dj/B. Os resultados dos cruzamentos com quatro deficiéncias diferentes si0: Pontosde — Fen6tipo das filhas sem Deficiéncia__quebra__olhos em barra I 2 3G tipo sehagem 2 4D;5C ——_tiposelvagem 3 6F; 7E cerdas chamuscadas 4 7C:8C____cerdas chamuscadas 156 _Fundamentos de Genética © mapa citolégico do cromossomo X € dividido em 90 secdes numeradas, cada uma delas subdividida ‘em subsecoes Aa F. Onde esta o gene singed (cerdas chamuscadas) neste mapa citol6gico? Resposta As fllas sem olhos em barra examinadas a pro- ‘cura do fenétipo cerdas chamuscadas tinham gené- tipo Dffsn. A rmutacio singed foi “revelada” por d deficiéncias, 3 ¢ 4; portanto, tem de estar na regiio deletada no cromossomo X comum a ambas, isto é, na regiao 7C-7E. 6. O heredograma a seguir mostra quatro geraces de uma familia descrita em 1928 por M. Madle- ner. O bisav6, H, tem discromatopsia € hemofilia. Considerando que c representa 0 alelo para discro- matopsia ¢ h, © alelo para hemofilia, quais sio os genétipos dos cinco netos desse homem? Algum jindividuo no heredograma apresenta evidéncias de recombinagio entre os genes para discromatopsia ¢ hemofilia? 7 vo 7 agenda do onda O Wiorat [Bl Discomatopsia e hemefia| Autoavaliagéo 1. RK Sakai, K. Akhtar eG. J. Dubash (1985, J. Hered. 76:140-141) apresentaram dados de um grupo de cruzamentosteste com 0 mosquito Anopheles culici- facies, win vetor da maliria no sul da Asia, Os dav ‘dos apontavam trés mutagdes: bu (olhos castanhos {brown]), c (olhos incolores [colores]) € BUk (corpo preto [black]). Em cada cruzamento, heterozigo- tos para repulsio foram cruzados com mosquitos homozigotos para os alelos recessivos dos genes, a prole foi classificada em genétipo parental ou recombinante. Hé alguma ligagao entre esses trés genes estudados nos erazamentos? Em caso afirma- tivo, elabore um mapa das relacoes de ligacio. Resposta: Os genes para discromatopsia ¢ hemofilia sio ligados a0 X. Como F1 tem discromatopsia e hemo- filia, seu gendtipo tem de ser ch. A filha, T-1, tem fentipo normal e, portanto, tem, obrigatoriamen- te, osalelos no mutantes, Ce H, desses dois genes ligados ao X. Além disso, como II-1 herdou ce h:do pai 0s dois alelos ndo mutantes existentes no seu ‘gendtipo tém de estar no cromossomo X herdado da mie. Portanto, o gendtipo de U-l € CH/cb, isto é, cla é um heterozigoto em acoplamento para os dois loci 11-2, a primeira neta de H1, também é um heterozigoto em acoplamento. Inferimos que ela tem esse genstipo porque seu filo tem discroma- topsia e hemofilia (¢#) e sew pai tem fendtipo nor mal (CH). Eevidente que 11-2 herdou o cromosso- ‘mo chda mae. Entre os netos de sexo masculino de 1A, dois (IILS ¢ I-5) tém tanto hemofilia quanto discromatopsia; assim, esses netos tém gendtipo ch. ‘O outro neto de sexo masculino (11L6) nao tem dis- cromatopsia nem hemofilia; portanto, seu gendtipo € CH. O genotipo da neta remanescente (II4) é incerto. Ela herdou um cromossomo CH do pai, mas o cromossomo herdado da mae pode ser CH, ch, Ch, ou cH. Nao € possivel determinar pelo he- redograma qual desses cromossomos cla recebeu. © maximo que podemos dizer sobre 0 genstipo de TIL-4 é que ha ur cromossomo com os alelos Ce H. Nenhum dos quatro netos aos quais podemos atribuir gendtipos apresenta evidéncias de recom- binacio entre os genes para discromatopsia € he- mofilia, assim como nenhum dos dois bisnetos da geracio IV. Um desses bisnetos tem gendtipo C He ‘outro, ch. Assim, no heredograma como um todo no existem evidéncias de recombinacio entre os genes CoH. Heterozi- Prole Cruze goto para ‘Recombi- Porcentagem de mento isto Parental ante __recombinagio 1 bwt/=e 850 508; 37.2 2 bot /+ Bk 750 237 240 3 ch/+ Bik 629 188 225 So ee Resposta: Fm cada cruzamento, a frequéncia de recombi- nacdo ¢ inferior a 50%, portanto os trés loci esto le ¢gados. Para representtlos em um mapa de ligacao, estimamos as distncias entre cada par de genes a partir das frequéncias de recombinacio observadas: Capitulo 7 | Ligado, Crossing overe Mapeamento Cromossémico em Eucarctos 157 bv —24,0— Blk 29,5 —c EE 372 Observe que a frequéncia de recombinacdo en- tre bw ¢ c (37,2%, do cruzamento 1) & bem menor que a distincia real entre esses genes (46,5). 1850 mostra que, no caso de genes muito separados, a frequéncia de recombinacao subestima a verdadei- ra distincia de mapa. 2 Cerdas chamuscadas (sn), asas sem nervuras trans- versais (cv), ¢ cor vermelhao dos olhos (v) so cau- sadas por alelos mutantes recessivos de trés genes, ligados ao X em Drosophila melanogaster. No cruza- mento-teste de uma fémea heterozigota para todos esses trés genes com um macho de cerdas chamus- ccadas, asas sem nervuras transversais € olhos verme- Iho, obteve-se a seguinte prole: Classe Fenétipo ‘Niimero 1 cerdas chamuscadas, asas sem 3 nervuras transversais, olhos vermelhao 2 asas sem nervuras transversais, 392 olhos vermethio 3 olhosvermelhao 34 4 asas sem nervuras transversais 61 5 cerdas chamuscadas, asas sem 32 nervuras transversais 6 cerdas chamuscadas, olhos 65 vermelhio 7 cerdas chamuscadas 10 8 tipo selvagem Hes ‘Total: 1.000 ‘Qual é a ordem correta desses trés genes no cro- mossomo X? Quais sio as distancias de mapa gené- tico entre sme cu, sne v, € ove v? Qual € 0 coeficien- te de coincidéncia? Resposta: Antes de tentar analisar esses dados, é preciso determinar 0 genétipo da fémea heterozigota que roduziu as oito classes de prole. Para fazer isso, identificamos as duas classes parentais (2 ¢ 7), que so as mais numerosas. Essas classes informam que a fémea heterozigota tinha as mutagdes cv e vem um dos cromossomos X ea mutacao sano outro. Portan- to, 0 gendtipo era (cv + v)/(+ sn +), escritos entre parénteses para indicar incerteza acerca da ordem, dos genes. Para determinar a ordem dos genes, € preciso identificar as classes com crossing over duplo entre os seis tipos de prole recombinante. Essas sio as classes 1 €8, as menos numerosas. Flas mostram que o gene singed esta entre 0s genes crassueiless¢ vermilion. Po- demos verificar isso investigando o efeito de um cras- sing over duplo em uma fémea que tem o gendtipo. wt + int Duas permutas nesse genstipo produzem gametas cv sn vou + + +, que correspondem as classes 1 € 8, os crossing overs duplos observados. Assim, a or dem proposta dos genes— cu sn v—estd correta. Estabelecida a ordem dos genes, agora € possivel identificar quais classes recombinantes represen- tam crossing overs entre cv € sm, € quais representam crossing overs entre sme w Crossing overs entre cue sn: Classe: 3.5 1 8 Nimero. 34 + 324 3 + 3 = 72 Grossing overs entre sn ev. Classe: 4. 6 1 8 Nimer 6+ 6 + 3 + 3 = 182 ‘Determinamos as distancias entre esses pares de ge- nes calculando © niimero médio de crossing: overs. Entre cve sn, a distincia é 72/1.000 = 7,2 cM, e en- tre sne vé 132/1.000 = 13,2 cM. Podemos estimar a distincia entre cv ¢ v.como a soma desses valores: 7.2 + 13,2 = 20,4 cM. Portanto, o mapa de ligacio esses trés genes é: eX 2-913, Para calcular 0 coeficiente de coincidéncia, usa- ‘mos as frequéncias observada e esperada de crassing ves duples: frequéncia observada de crossing overs duplos _ frequéncia esperadade ~ "0,072 x 0,182 crassing overs duplos que indicam apenas interferéncia moderada. Uma geneticista de Drosophila esti pesquisando ‘uma mutacio letal recessiva, [(1)r13, localizada no ‘cromossomo X. Essa mutagio € mantida em esto- que com um cromossomo X balanceador marcado com uma mutacio semidominante para olhos em barra (B). Em condicao homozigota ¢ hemizigota, a mutacao B reduz os olhos a barras estreitas. Na condicio heterozigota, causa olhos reniformes. As moscas homozigotas ou hemizigotas para o alelo selvagem de B tém olhos grandes ¢ esféricos. Para ‘manter a mutacio I(I)r13 em estoque, a cada gera- fo a geneticista craza machos B com fémeas ((1) 113/Be scleciona as filhas de olhos reniformes para ‘cruzamento com seus irmaos de olhos em barra. O “objetivo da geneticista € determinar a localizacao citolégica de (1)r13, Para isso, ela cruza fémeas I(1) 113/B com varios machos que tém duplicacdes de segmentos curtos do cromossomo X em seus geno- mas. Todas as duplicagdes esto vinculadas ao cro- mossomo ¥. Assim, 0 genstipo dos machos usados nesses cruzamentos pode ser representado como X/¥Dp. A geneticista examina a prole de cada er. 158 Fundamentos de Genética zamento A procura de machos sem olbos em barra, [A partir dos resultados apresentados na tabela a se- quit, determine a localizacio citol6gica de I(1)r13. Presenca de machos sem olhos Nome Dp Segmento Dp* em barra 1 2D3D Sim 2 3A-3E, Sim 3 SD-4A Nao 4 4A4D Nao 5 4B4E Nao 5 ABE _Nao_ "0 brago longo do cromomome X didido em 20 seqBes snumeradas, comecando com 2 secio I na extremidade € ter Ininando com a secio 20 perto do centrOmero. Cada secio & Subdividida em seis subegoes, ordenadas alfabeticamente de IAvE Asubsecio A esté no lado de cada seco numerada mais perto da extremidade. Resposta: O cruzamento para manter a mutacao letal em. ‘estoque € machos B/Y X femeas I(1)r13/B —> ma- chos B/Y (olhos em barra), machos [(1)713/Y (mor- rem), fémeas If1}r13/B (olhos reniformes) ¢ femeas B/B (olhos em barra). A cada geracio, os machos B/Yeas fémeas I(1)r13/Bsio sclecionados para cru- zamentos a fin de perpetuar a mutacio etal. Um. ‘cruzamento para determinar a localizacio citolégi- ca da mutacio letal pode ser representado como fémeas I(1)r13/B X machos X/¥Dp—> machos ((1) ¥13/YDp (se viéveis, sem olhos em barra), machos B/EDp (olhos em barra), fémeas I(1)r13/X (sem olhos em barra) e fémeas B/X (olhos reniformes) A primeira classe de moscas ~ machos sem olhos ‘em barra ~ informa se urna duplicagio espectfica “cobre” ou nao 2 mutacio letal, Se isso acontecer, esses machos aparecerao na prole da criagao. Caso contrario, eles nao aparecerao, A partir desses da- dos, verificamos que duas duplicacdes, Dp Ie Dp Avaliacdo adicional 2, cobrem a mutacio letal. Assim, a mutacdo tem de estar dentro dos limites dessas duplicacdes — isto @, entre 2D e 3E. Podemos refinar a localizacéo da mutacio letal observando que ha superposicdo das duas duplicacdes desde a subsecao 3A até a subse~ cio 3D. Portanto, a mutacio esté obrigatoriamente na regiio 34-8D do cromossomo X. ‘Uma mulher tem duas caracteristicas dominantes, cada uma delas causada por uma mutacéo em um gene diferente: catarata (uma anormalidade of tilmica), por heranca paterna, ¢ polidactilia (um dedo extranumeririo), por heranga materna. O ‘marido nao tem nenhuma dessas caracteristicas. Se (0s genes dessas duas caracteristicas estiverem 15M distantes no mesmo cromossomo, qual é a chance de que o primeiro filho desse casal tena catarata e polidactilia? Resposta: Para calcular a chance de que a crianca tenha as duas caracteristicas, primeiro é preciso determi- nara fase de ligacio dos alclos mutantes no gensti- po da mulher. Como ela herdou a mutacdo para ca- {arata do pai e a mutacio para polidactilia da mic, 1 alelos mutantes tém de estar em cromossomos ‘opostos, isto é, na fase de ligaco de repulsa c+ +F Para que uma crianca herde os dois alelos mu- tantes, a mulher tera que produzir um ovécito com um cromossomo recombinante, CP. E pos- sivel estimar a probabilidade desse evento a partir ‘da distancia entre os dois genes, 15 eM, que, tendo cem vista a interferéncia, deve ser equivalente a re- combinacio de 15%. No entanto, apenas metade dos recombinantes seré C P. Assim, a chance de que a crianca herde 0s dois alelos mutantes é de {15/2)% = 7,5%. 7.1 Mendel desconhecia a existéncia de cromossomos, Caso conhecesse, que modificacao poderia ter feito no principio da distribuicdo independente? 7.2 O cruzamento entre individuos com os gendtipos GeDd Be X ce dd ee produzi uma prole de 1.000 or ganismos. A classe C-D-eetinha 351 individuos. Os genes G de ¢ esto no mesmo cromossomo ou em diferentes cromossomos? Explique. 73. Se aesti ligado a b,¢ bac,¢ ca d,um experimento de recombinacio detectaria ligacéo génica entre @ ¢ & Explique. 7A Os camundongos tém 19 autossomos no genoma, todos com quase o mesmo tamanho. Qual 6a chan- 18 76 1 ce de que dois genes autossOmicos escolhidos alea- toriamente estejam no mesmo cromossomo? Genes em cromossomos diferentes recombinam-se com uma frequéncia de 50%. E possivel que dois {genes no mesmo cromossomo se recombine com essa frequéncia? Se dois loc estiverem distantes 10 cM, que proporcio das células na profase da primeira divisio meidtica contera um crossing oversimples na regido entre eles? Os genes ae bestio distantes 20 cM. Um individuo af b°/a" Bt foi cruzado com outro ab/ab. (@) Represente o cruzamento em um diagrama e mos te os gametas produzidos por cada genitor ¢ © ge- nétipo da F, 78 79 710 7a Taz 713 Copituo 7 | Ligaco, Crossing over e Mapeamento Cromosséeico em Eucarotos 159) (b) Que gametas os individuos da F, podem produzir? Em que proporgbes? (©) Qual seria a prote esperada do eruzamento da F, com individuos @2/a t? Em que proporcoes? (@) Esse é um exemplo da fase de igacio de acoplamen- to ou repulsio? (6) Qual seria a pro eperada do intercruzamento da ¥,? Em que proporgdes? Responda as perguntas (a) a (e) do problema ante- rior supondo que o cruzamento original tenha sido a Ua? bX ab (ab. Se a frequéncia de recombinacdo nos dois proble- mas anteriores fosse de 40% em vez de 20%, que alteracio ocorreria na proporcao de gametas ¢ da prole do cruzamento-teste? Uma variedade homozigota de milho de folhas ver- melhas ¢ sementes normais foi cruzada com outra variedade homozigota de folhas verdes ¢ sementes no pendio. Em seguida, os hibridos foram retro- ‘cruzados com a variedade de folhas verdes e semen- tes no pendao, e obteve-se a seguinte prole: 124 de folhas vermelhas e sementes normais; 126 de folhas vermelhas € sementes no pendio; 125 de folhas verdes e sementes normais; 128 de folhas verdes sementes no pendo, Ha ligacao entre os genes que determinam a cor da planta ¢ o tipo de semente? Explique. Uma fémea de tipo selvagem da mosca-das-frutas heterozigota para genes que controlam a cor do corpo e 0 comprimento das asas foi cruzada com uum macho mutante homozigoto de corpo preto {alelo #) e asas vestigiais (alelo vg). O cruzamento produziu a seguinte prole: 196 de corpo cinza e asas normais; 24 de corpo cinza e asas vestigiais; 26 de corpo preto ¢ asas normais; 124 de corpo preto € asas vestigiais. Esses dados indicam ligacdo entre ‘0s genes para cor do corpo e comprimento da asa? Qual é a frequéncia de recombinacao? Represente © cruzamento, mostrando 0 arranjo dos marcado- res genéticos nos cromossomos. Outra femea de moscadasfrutas com fendtipo selvagem heterozigota para os dois genes mencio- nados no problema anterior foi cruzada com um macho homozigoto de corpo preto e asas vestigiais, O cruzamento produziu a seguinte prole: 23 de cor- po cinza e asas normais; 127 de corpo cinza e asas vestigiais; 124 de corpo preto ¢ asas normais; 26 de corpo preto e asas vestigiais. Esses dados indicam ligaco? Qual é a frequéncia de recombinacio? Re- presente 0 cruzamento, mostrando o arranjo dos marcadores genéticos nos cromossomos. Em coelhos, oalelo dominante Cé necessério para pelagem coloridas o alelo recessive ¢ produz pela- gem incolor (albino). Na presenca de no minimo um alelo 6, outro gene determina se a pelagem & preta (B, dominante) ou castanha (8, recessivo). 714 715 716 qT ‘Uma linhagem homorigota de coelhos com pela- ‘gem castanha foi cruzada com uma linhagem ho- mozigota de albinos. Em seguida, a F, foi cruzada com coelhos homozigotos duplos recessivos, produ- zindo os seguintes resultados: 34 de pelagem preta; 66 de pelagem castanha; 100 de pelagem albina. Ha ligacio entre os genes be @ Qual €2 frequéncia de recombinacao? Represente o cruzamento, mostran- do o arranjo dos marcadores genéticos nos cromos- somos. Em tomateiros, a planta alta (D) € dominante em relacio a planta ana (d) € 0 fruto esférico (P) é dominante em relacio ao fruto piriforme (f). Os genes para altura da planta ¢ formato do fruto sao ligados com recombinacao de 20% entre eles. Uma planta alta (I) com fruto esférico foi cruzada com ‘uma planta ana de fruto piriforme. O resultado foi: 81 plantas altas com fruto esférico; 79 plantas ands com fruto piriforme; 2 plantas altas com fruto pi- riforme; 17 plantas anas com frnto esférico. Outra planta alta de fruto esférico (II) foi cruzada com a planta ana de fruto piriforme, com o seguinte resul- tado: 21 plantas altas com fruto piriforme; 18 plan- tasanas com fruto esférico; 5 plantas altas com fruto esférico; 4 plantas anas com fruto piriforme. Repre~ sente esses dois cruzamentos mostrando os mar cadores genéticos nos cromossomos. Que classes fenotipicas vocé esperaria do crazamento das duas plantas altas com frutos esféricos, isto é,1 x I? Em. que proporcdes? Em Drosophila, os genes sr (t6rax listrado [stripe]) € ¢ (corpo ébano [-bony]) estio localizados a 62 ¢ 70 cM, respectivamente, da extremidade esquerda do cromossomo 8. Uma femea listrada homorigora para e* foi cruzada com um macho de corpo ébano homozigoto para s7*. Toda a prole apresentou fend- tipo selvagem (corpo cinza e sem listras) (2). Que tipos de gametas serio produzidos pelas fémeas dda F,? Em que proporcoes? (b) Que’ tipos de gametas sero produzides pelos ma chos da F,? Em que proporedes? (©) Qual é a prole esperada do cruzamento de fémeas da F, com machos de corpo ébano e listrado? Em que proporvies? (a) Qual seria « prole esperada do intereruzamento de machos e fémeas da F,? Em que proporcies? Em Drosophila, os genes ae bestio nas posicdes 22,0 © 42,0 no cromossomo 2, € os genes ce d estio nas posigdes 10,0 ¢ 25,0 no cromossomo 3, Uma mosca homozigota para os alelos selvagens desses quatro genes foi cruzada com uma mosca homozigota para 108 alelos recessivos, ¢ as fémeas da F, foram retro- cruzadas com os pais recessivos quidruplos. Qual seria a prole esperada desse retrocruzamento? Em que proporcies? Os genes de Drosophila vg (ases vestigiais) cn (olhos cinabre) estio localizados em 67,0 ¢ 57, 1 HTT RRS aehenenNNnticneee 160. Fundamentos de Genética respectivamente, no cromossomo 2, Uma fémea de ‘uma linhagem homozigota de moscas com asas ves- tigiais foi cruzada com um macho de uma linhagem ‘homorigota de moscas com olhos cinabre. Os hibri- dos da FI tinham fenétipo selvagem (asas longas ¢ olhos vermelho-escuros). (a) Quantos tipos diferentes de gametas poderiam pro- dduzit as femeas da F,? Em que proporcées? (b) Que tipo de prole seria esperado do cruzamento dessas meas com machos de olhos cinabre casas vestgiis? Em que proporcbes? Em Drosophila, os genes st (olhos escariate [scarlel}), 45 (auséncia de cerdas [spinelss]) e ¢ (corpo ébano [ebony] estio localizados no cromossomo 3, ¢ as 718 posicdes de mapa sio: tise a8 7 Todas essas mutagdes so recessivas em relacio a0 alelo sclagem (st*, olhos vermelho-escuros; ss”, ccerdas lisas; ¢, corpo cinza). Fémeas de fendtipo selvagem com genstipo st ss e'/st ss* e foram cru: zadas com machos recessivos triplos. Preveja os fe- nétipos da prole ¢ as frequéncias com que ocorem supondo que (a) nao haja interferéncia e (b) haja interferéncia completa, 7.19 No milo, os genes PI para fothas roxas (purple) (dominante em relacio a pl, para folhas verdes), sm para estiloestigma salmao (salmon) (recessivo em rclucio a Sm, para estilo-estigma amarelo) e py para vegetal pigmeu (pigmy) (recessivo em relagio a Py, para vegetal de tamanho normal) estio no cromos- somo 6, com as seguintes posigdes de mapa: pl_sm eae Hibridos do cruzamento Pl sm fy/pl sm py X pl Sm By/pl Sm Py foram submetidos a cruzamentoteste com plantas pl sm py/pl sm py. Preveja os fendtipos da prole ¢ as frequéncias com que ocorrem supon- do que (a) nao haja interferéncia e (b) haja inter- feréncia completa, 7.20 No milho, os genes Tu, j2e gl3 estio localizados no cromossomo 4 nas posicées de mapa 101, 106 ¢ 112, respectivamente. Se plantas homozigotas para os alelos recessives desses genes forem cruzadas com plantas homorigotas para os alelos dominantes, € for realizado cruzamento-teste das plantas da F, com plantas recessivas triplas, que genStipos voce espera encontrar? Em que proporgdes? Considere que a in- terfcréncia é completa nese intervalo de mapa. 7.21 Um geneticista de Drosophila fez um cruzamento entre fémeas homozigotas para as trés mutages re- cessivas ligadas a0 X (, corpo amarela, e, formato de othos equino; w, cor dos olhos branca) ¢ machos de tipo selvagem. Em seguida, cruzou as fémeas da F, com machos mutantes triplos e obteve os seguin= tes resultados: 7.92 1.23 Fémeas Machos +tthew tee yecu/y ecw yecw yt thew yet + ecwhy ecw ecw 7 yt whew y+w 18 teothew tect 3 ++ w/yecw ++u 0 pect hyecw ect 0 Determine a ordem dos trés loci, eve we estime as distncias entre eles no mapa de ligagao do cro- mossomo X. ‘Um geneticista de Drosophila fer um cruzamento en- tre fémeas homorigotas para as trés mutagées ligax das a0 X (9, corpo amare; B, formato de olhos em barra; v, cor vermelhao dos olhos) e machos de tipo selvagem. As fémeas da F,, que tinham corpo cinza e olhos em barra com pigmento vermelho-escuro, foram cruzadas com machos y B’ v, com 0 seguinte resultado: Fenotipo Némero corpo amarelo, olhos em barra, 546 vermelhio | tipo selvagem corpo amarelo 244 Gis am bart terneti | corpo amarel,olhosvermetio } 160 thos em barra 50 corpo aanarelo olhos em barra} olhos vermelhio Determine a ordem desses trés loci no cromosso- mo X e estime as distincias entre eles. O cruzamento-teste de fémeas de Drosophila hetero- Zigotas para tres mutagbes recessivas ¢ (corpo ébax no), st (olhos escarlate) e ss (auséncia de cerdas) obteve a seguinte prole: Fenstipo Naimero ‘ipo selvagem 7 corpo ébano 8 corpo ébano, olhos escarlate 68 corpo ébano, anséncia de cerdas, 37 corpo ébano, olhos escarlate, auséncia 78 de cerdas olhos escarlate 368 olhos escarlate, auséncia de cerdas 10 auséncia de cerdas 54 (a) O que indica que 0s genes estio ligados? (b) Qual era o genétipo das femeas heterozigotas origi- sais? (6) Qual éa ordem dos genes? (a) Qual éa distancia de mapa entre ee s@ (e) Entre ee 52 4 724 7.25 7.26 I caesar Capitulo 7 | Liga, Crossing over e Mapeamento Cromossémico em Eucariotas 161 (© Qual é 0 coeficiente de coincidéncia? (g) Faca o diagrama dos cruzamentos desse experi- Gonsidere uma fémea de Drosophila com o seguinte gendtipo do cromossomo X: w_dor* dar Os alelos recessivos we dor causam cores dos olhos mutantes (branca ¢ laranja-escuro, respectivamen- te). No entanto, wé epistatico em relacao a dor isto &, 05 gendtipos w dor/Y € w dor/w produzem olhos brancos. Se houver recombinacao de 40% entre w «dor, que proporcao dos filhos machos dessa fémea heterozigota tera fendtipo mutante? Que propor- fo terd olhos vermelhos ou laranjaescuro? Em Drosophila, as mutacdes recessivas ligadas a0 X prune (pn) © gamet (g) recombinamse com fre- quéncia de 0,4. Essas duas mutacdes tormam os olhos castanhos em vez de vermelho-escuros. F&- ‘meas homozigotas para a mutag&o pn foram cruza- das com machos hemizigotos para a mutacio g € as filhas da F,, todas com olhos vermelho-escuros, foram cruzadas com os irmaos de olhos castanhos. Preveja a frequéncia de filhos machos que terio olhos vermelho-escuros nesse tiltimo cruzamento. Suponha que haja em Drosophila trés genes ligados ao X, x ye% € que cada alelo mutante é recessivo em relacio 20 alelo selvagem. O cruzamento entre fémeas heterorigotas para esses trés loci e machos dc tipo selvagem produziu a seguinte prole: Fémeas ++ 1.010 Machos ttt 39 tte 430 tye 32 ate ayt eye Usando esses dados, construa um mapa de liga- ao génica dos trés genes e calcule o coeficiente de coincidéncia. No nematédeo Caenorhabditis elegans, os genes liga- dos dpy (corpo troncudo [dumpy]) ¢ unc (compor- tamento descoordenado [wncoordinated]) recombi- nam-se com uma frequéncia P. Se um heterozigoto para repulsio com mutacées recessivas nesses genes for autofertilizado, que fracio da prole tera corpo troncudo € movimentos descoordenados simulta- neamente? No cruzamentorteste a seguir, os genes ae bestio distantes 20 cM, ¢ os genes b ¢ ¢ estio distantes 10 cM: a + ¢/+ 0+ X ab c/a b 6, Se 0 coeficiente de coincidéncia € 0,5 nesse intervalo no mapa de 729 ligacdo, quantos individuos homozigotos recessivos ttiplos séo esperados na prole de 1.000 individuos? Fémeas de Drosophila heterorigotas para trés muta- ‘Ges recessivas, a, be « foram cruzadas com machos homozigotos para as trés mutacGes. O resultado do cruzamento foi: Fendtipo Namero +++ 6 tte 348 tbe 96 att 110 abt 306 abe © Faca um mapa de ligacio mostrando a ordem correta desses trés genes ¢ estime as distincias en- tre eles, 7.30 Um segundo cromossomo de Drosophila que tinha CCruzamento 731 uma mutacao letal recessiva, 1(2)g14, foi mantido em estoque com um cromossomo balanceador marcado por uma muta¢io dominante para asas recurvadas (curly). Essa tiltima mutacio, designa- da Cp, também est associada a um efeito letal re- cessivo, mas esse efeito é diferente do efeito de 1(2) gl, Assim, as moscas i(2)g/4/Cy sobrevivem ¢ tem asas recurvadas, Moscas sem a mutacao Cy tém asas retas. Um pesquisador cruzou fémeas ((2)g14/C) com machos que tinham os segundos cromosso- ‘mos com diferentes delecdes (todos homozigotos letais) balanceados em relacao a0 cromossomo Cy (genstipo Dj/G). Cada cruzamento foi classifica: do quanto a presenca ou auséncia de prole com sas retas. Prole sem sas recuvadas Local da delecdo 1 lagage7 a 90n -—————+|_ nwo et rio -#—~ sm —-+ sim -#——+|_ mo Em que banda esta localizada a mutacio letal 1(2) glf ‘© heredograma a seguir, apresentado em 1937 por .L, Birch, mostra a heranca de discromatopsia € hemofilia ligadas a0 X em uma familia. Qual é 0 gendtipo de 11-2? Algum de seus filhos apresenta evidéncias de recombinagio entre os genes para discromatopsia e hemofilia? nee 162. Fundamantos 6e Genética Teena doe erin! [1 O nora BH oronstcria FB remota 7.32 O heredograma a seguir, apresentado em 1938 por B, Rath, mostra a heranca de discromatopsia c he- mofilia ligadas a0 X em uma familia, Quais so os possiveis gendtipos de III? Para cada genstipo pos- sivel, avalie se 0s filhos de IL-1 tém evidencias de recombinagio entre os genes para discromatopsia enemoflia ' [Lagonda do dtp rales © norma 7 [Bh oromtopsa i Bl Hero Diseromatopsao hemo “ioe 2 res F iso as cores inca 7.38 Uma mulher normal, cujo pai tinba discromatop- sia, casou'se com um homem normal, € seu pri- meiro filho, um menino, é hemofilico. Tanto a dis- cromatopsia quanto a hemofilia so causadas por mutagées recessivas ligadas ao X, € 0s genes em ques- tio sio separados por 10 eM. Esse casal pretende ter outro filho. Qual €a probabilidade de que ele tenha hemofilia? Discromatopsia? Hemofilia e discroma- topsia? Nem hemofilia nem discromatopsia? 7.34 Duas linhagens de milho, M1 e M2, sio homozi- gotas para quatro mutagdes recessivas, a ¢¢ fem um dos grandes cromossomios no genoma. A li- nhagem WI € homozigota para os alelos dominan- tes dessas mutagbes. Os hibridos produzidos pelo ‘cruamento de MI e WI apresentam muitas classes diferentes de recombinantes, enquanto os hibridos, produzidos pelo cruzamento de M2 ¢ WI nao tem recombinantes. Qual é a diferenca entre M1 ¢ M2? 7.85 Um geneticist estudioso de Drosophila identificou ‘uma linhagem de moscas com uma grande inversio no braco esquerdo do cromossomo 3. Essa inversio inclui duuas mutacdes, ¢ (corpo ébano {ebony]) © ad (olhos vermelho-vivo [cardinal]), ¢ é ladeada por duas outras mutacées, sr (t6rax listrado [stripel) & dircita ¢ ro (olhos rugosos [rough] a esquerda. O ggeneticista quer substituir as mutacies ¢ € ed den tro da inversdo por seus alelos selvagens e pretende fazer isso recombinando 0 cromossomo invertido, ‘mutante miiliplo, com um cromossomo sem inver- so, de tipo selvagem, Com que ocorréncia 0 ge- neticista esti contando para alcancar seu objetivo? Explique. Genémica na Web em http://www.ncbi.nim.nih.gov (Os mapas cromossémicos foram desenvolvidos por T. H. Morgan e seus alunos, que usaram Drosophila como orge- nismo experimental. 1. Encontre no mapa genético as posicdes dos genes w (olhos brancos), m (asas em miniatura) e f (cerdas bi- farcadas) no cromossomo X (também designado cro- mossomo 1) de Drosophila melanogaster. 2. Encontre as posicdes desses trés genes no mapa citoge- nético do cromossomo X de D. melanogaster. Dica: No site, clique em Genomes and Maps, depois em Genome Project, por fim, em Genomic Biology. Entio, em Genoma resources, clique em Insects. Abra a pagina sobre Drosophila melanogaster e, em Sequencing Centers, na barra lateral, clique em FlyBase, que é o banco de dados de in- formacées gendmicas sobre Drosophila. Na pagina princi- pal de FlyBase, procure por um dos trés genes para encon- trar as localizacées genéticas e citolégicas 3. Use a funcio Map Viewer no site para localizar w, me f no ideograma do cromossomo X. 4, Genes homdlogos sio genes derivados de um ances- tral comum. O gene SRY responsivel pela determi- nacio do sexo em seres humanos esté localizado no cromossomo Y. Um homlogo desse gene, denomina- do SOX3, est localizado no cromossomo X. Encontre esses dois genes nos ideogramas dos cromossomos se- xuais humanos. Em que bandas estio localizados? . RBMX e RBMY sio outro par de genes homélogos nos ‘cromossomos X ¢ Y humanos. Localize esses dois ge- nes em relacio a SOX3 ¢ SRY. A luz da histéria evolu- tiva dos cromossomos X e Y, qual poderia ser o res ponsivel pelas posicdes desses dois pares de genes nos cromossomos sexuais? Dica: Pesquise usando a funcio “Find in This View” na p& gina Map Viewer do site.

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