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LHC aU CCCnAT aA UTE ATT MRAM ATHCOTICCOK OM HTK CALCULO Fung6es de uma e varias variaveis Editora bE) PREFACIO E,cee tivro tz, em um 36 volume, os dois livros previamente publicados pelos autores: Caileulo: Fungdes de Uma Varidvel ¢ Célculo: Fungées de Vérias Varidveis. Nele foram reescritos varios t6picos de modo a tornar mais didatica a sua apresentagao. Na grande maioria dos assuntos tratados foram inseridos novos exercicios e dois novos \6picos foram introduzidos: nogdes de equagdes diferenciais e integrais duplas. O Site do Livro, disponivel na Internet (www.saraivauni.com.br), apresenta, para professores cadastrados, a resolugdo detalhada de todos os exercicios propostos | __ O livro esté dividido em quatro partes. A primeira abrange os Capitulos | e 0 2. O objetivo desta parte € fornecer uma breve recordagao de certos assuntos pertencentes ao Ensino Médio, e o professor poderé desenvolvé-los total ou parcialmente, de acordo com a necessidade de revisao. A segunda parte abrange os Capitulos 3 ao 7, que abordam as fungdes de uma varid- | vel, desde a introdugao até derivadas e integrais. Na terceira parte, que abrange os Capitulos 8 ao 12, é desenvolvido 0 estudo de | fungdes de duas ou mais varidveis. Por razdes didaticas, apresentamos primeiro o estudo | completo de fungées de duas varidveis e, em seguida, fazemos a extensao para trés ou mais varidveis. Na quarta parte, apresentamos, nos Capitulos 13 e 14, um complemento ao estudo | de Célculo, e que corresponde a uma introdugo a Algebra Linear: o estudo de matrizes, determinantes e sistemas lineares. Em todos 0s capitulos procuramos demonstrar — por meio de exemplos ¢ exercicios | —as diversas aplicagdes encontradas em Administragio, Economia e Finangas. O programa assim desenvolvido cobre de modo geral os programas de Matematica | dos cursos de Economia, Administracdo ¢ Ciéncias Contébeis e Atuariais. Caberé ao | professor a selegdo dos tépicos a serem abordados, em fungdo do programa e da carga hordria disponivel. Finalmente gostariamos de agradecer os comentarios ¢ sugestées recebidos dos colegas, os quais foram incorporados nesta edigdo. ‘Aos leitores que tiverem novas criticas ou sugestdes pedimos que as enviem pelo cor- reio normal ou ainda para o endereco eletronico dos autores: morettin@editorasaraiva.com.br, hazzan @editorasaraiva.com.br e bussab@ editorasaraiva.com.br. Os Autores SUMARIO Parte | — Preliminares Capitulo 1 — Conjuntos 1.1 Introducéo. 1.2 Subconjuntos : 1.3 Operacées Envolvendo Conjuntos 1.4 Conjunto das Partes de um Conjunto . 1.5 Produto Cartesiano Capitulo 2 — Conjuntos Numéricos 2.1 Nimeros Inteiros 2.2 Nimeros Racionais . 2.3 Numeros Reais 5 2.4 Equacées do Primeiro Grou 2.5 Inequagées do Primeiro Grau 2.6 Equagées do Segundo Grau 2.7 Intervalos 2.8 Médulo ov Valor Absoluto Parte Il — Fungdes de Uma Varidvel Capitulo 3 — Funsées 3.1 Introducéo 8.2 th Coneso de Furyfio 3.3 Funcées Reais de uma Varidvel Real : 3.4 Primeiras Normas Elementares para 0 Estudo de uma Fungéo 3.5 Principais Funcdes Elementares @ suos Aplicagées 3.5.1 Funcéo Constante 3.5.2 Fungdo do 1° Grav 3.5.3 Fungoes Custo, Receita e Lucro do 1¢ Grau 3.5.4 Fungées Demanda e Oferta do 1 Grou. 3.5.5 Depreciacdo Linear 3.5.6 Funcéio Consumo e Funcao Poupanga 3.5.7 Fungéo Quadrética : 3.5.8 Func6es Receita e Lucro Quadréticas 3.5.9 Fungo Polinomial 39 39 43 44 49 54 §5 = = 65 71 72 74 79 82 CALCULO — FUNGOES DE UMA E VARIAS VARIAVEIS 3.5.10 Funcdo Racional 3.5.11 Funcao Poténcia 3.5.12 Fungdo Exponencicl — Modelo de Crescimento Exponencial 3.5.13 Logaritmos 3.5.14 Juros Compostos 3.5.15 Funcées Trigonométricas Capitulo 4 — Limites 4.1 Sucessdes ou Seqiiéncias 4.2 Convergéncia de Sucessoes . 4.3 Limite de Funcées 4.4 Formas Indeterminadas 4.5 Limites Infinitos 4.6 Limites nos Extremos do Dominio 4.7 Confinuidade de ume Fungao 4.8 Assintotas Verticais e Horizontais 4.9 Limite Exponencial Fundamental Capitulo 5 — Derivadas . 5.1 Introdugdo 5.2 © Conceito de Derivada 5.2.1 Derivada de uma Funcéo num Ponto 5.2.2 Fungo Derivada 5.3. Derivada das Principais Funcées Elementares 5.3.1 Derivada da Funcéo Constante 5.3.2 Derivada da Funcéo Poténcia 5.3.3 Derivada da Fungéo Logaritmica 5.3.4 Fungo Seno e Funcéo Cosseno 5.4 Propriedades Operatérios 5.5. Fungéo Composta — Regra da Cadeia 5.6 Derivada da Fungéo Exponencial 5.7 Funcao Inversa wee 5.8 Interpretacéo Geométrica de Derivade 5.9 Diferencial de uma Funcéo 5.10 Fungées Marginais 5.11 Derivadas Sucessivas 5.12 Férmulas de Taylor e Maclaurin . Capitulo 6 — Aplicacées de Derivadas 6.1 Crescimento e Decrescimento de Fungées . - 6.2 Concavidade e Ponto de Inflexaio 6.3 Estudo Completo de uma Fungéo 6.4 Maximos e Minimos por Meio da Segunda Derivada . . 83 88 94 98 103 105 108 108 109 Wi 115 7 118 121 123 124 128 128 . 131 131 132 134 134 . 134 135 136 137 139 - 140 142 146 147 149 157 157 162 162 71 173 178 SUMARIO Xj Capitulo 7 — integrais 8 7 - 186 7.1 Integral Indefinida . .. bon : 186 7.2 Propriedades Operatérias : A 187 7.3 Integral Definida : . bona 190 7.4 A Integral como Limite de uma Soma : 197 7.5 O Excedente do Consumidor e do Produtor 200 7.6 Técnicas de Integracéo 203) 7.7 Nocées sobre Equacées Diferenciais . 209 Parte Ill — Fungdes de Varias Variaveis ‘Capitulo 8 — © Espaco n-Dimensional ve. 219 8.1. Inirodugéo 7 7 219 8.2 O Espaco Bidimensional i A wee 219 8.3 RelagsesemR? 0... : 220 8.4 Distancia entre Dois Pontos .. .. : +. 222 8.5 O Espaco Tridimensional : 225 8.6 Relagdesem R?..., Le : 225 8.7 Equagéo do Plano em R® B65 226 8.8 Distancia entre Dois Pontos em R? ... 227 8.9 © Conjunto R" Ce Guceoscte ona, 228 8.10 Bolo Aberta : : +. 228 8.11 Ponto Interior ‘ . 229 8.12 Conjunto Aberto : . 229 8.13 Pontos de Fronteira de um Conjunto 230 Capitulo 9 — Fungdes de Duas Varidveis __. vs. 232 9.1 Introdugéo . . : : : souos5 PXP) 9.2 Funcées de Duas Varidveis ... 288 9.3 Graficos de Fungées de Duas Varidveis : 237 9.4 Curvas de Nivel a 243 9.5 Limite e Continuidade bos +. 246 Capitulo 10 — Derivadas para Funsées de Duas Varidveis ... . 249 10.1 Derivadas Parciais......., 249 10.2 Funcéo Derivada Parcial we 251 0.3 Significado Geométrico das Derivadas Porciais 253 10.4 Diferencial de uma Funcéo. . : . 257 10.5 Funcéo Composta — Regra da Cadeia 261 10.6 Funcées Definidas Implicitamente . 263 10.7 Funcées Homogéneos — Teorema de Euler __. 267 10.8 Derivadas Parciais de Segunda Ordem ..... 271 10.9 Integrais Duplas : : : - 272 xi CALCULO — FUNCOES DE UMA E VARIAS VARIAVEIS Capitulo 11 — Maximos e Minimos para Fungdes de Duas 1 1 nN Variaveis 1 Introdugéo 2. Critérios para Identificacdo de Pontos de Maximo ou Minimo ee 3. Uma Aplicacéo: Ajuste de Retas pelo Método dos Minimos Quadrados -4 Andlise dos Pontos de Fronteira 11.5 Méximos e Minimos Condicionados Capitulo 12 — Fungées de Trés ou Mais Variaveis 12.1 Iniroducao 12.2 Limite e Continuidade 12.3 Derivadas Parciais 12.4 Func6es Diferencidveis — Diferencial de uma Fungo 12.5 Fungdo Composta — Regra da Cadeia 12.6 Funcées Definidas Implicitomente 12.7 Fungées Homogéneas — Teorema de Euler 12.8 Derivadas Parciais de Segunda Ordem 12.9 Maéximos e Minimos Parte IV — Matrizes Determinantes e Sistemas Lineares Capitulo 13 — Matrizes e Determinantes 13.1 Matrizes . pees 13.2 Operacées com Matrizes 13.3. Determinantes Capitulo 14 — Sistemas de Equacées Lineares 14.1 Definico e Resolucéo 14.2 Matriz Inversa Apéndice A Apéndice B Bibliografia Respostas 279 279 284 289 294 304 . 312 312 313 314 315 316 317 318 aly 320 325 325 329 335 341 . 341 354 « 362 . 367 373 375 Capitulo | wa Conjuntos Capitulo 2 mm Conjuntos Numéricos Capitulo 1 Conjuntos 1.1 Introducgdo A linguagem da teoria dos conjuntos tem sido bastante utilizada em Matemitica de forma a tornar mais precisos muitos de seus conceitos. Contribufram, de maneira relevante, para o desenvolvimento dessa teoria 0 matemético suigo Leonard Euler (1707-1783), 0 aleméo Georg Cantor (1845-1918) e o inglés John Venn (1834-1923). Conjunto é uma idéia primitiva, isto €, ndo se define. Podemos dizer que um conjunto (colegao, classe, familia) é constituido de elementos. Um conjunto est4 bem caracterizado quando podemos estabelecer com certeza se um elemento pertence ou nao ao conjunto. Surge assim uma relagdo também primitiva: relagdo de pertinéncia entre um elemento e um conjunto. Exemplo 1.1. Constituem conjuntos: a) 0s ntimeros inteiros entre 1 © 100, inclusive; b) os pontos de uma reta; ©) 08 ntimeros reais entre 0 e 1, exclusive. Designamos os conjuntos geralmente por letras maitisculas latinas: A, B, C... Os elementos so habitualmente representados por letras mintisculas latinas: a, b, Assim, se A for 0 conjunto dos mimeros inteiros positivos, a afirmagio x pertencer ao conjunto A significa que x é um mimero inteiro positivo qualquer, e escrevemos, simbolica- mente, x € A, usando o simbolo de pertinéncia € (1é-se “pertence”). Por outro lado, > nao pertence a A, 0 que representamos simbolicamente por 3 € A. O simbolo € (1é-se “no pertence”) é a negagao de €. E possivel usar figuras para representar conjuntos e, como em muitos casos nio interessa saber quais so seus elementos, podemos representé-las por uma regio do plano delimitada por uma curva fechada. Tais figuras, muito titeis no estudo dos conjuntos, sao chamadas de diagramas de Euler-Venn. Pelo motivo exposto, faremos algumas vezes abstraco dos elementos de um conjunto. Estes podem ser pessoas, livros, pontos de um plano, nimeros reais e outros. 4 PARTE 1 — PRELIMINARES a HA duas maneiras de designar simbolicamente os elementos € 0s conjuntos: 1 — Método da enumeragao ou método tabular Esse método é usado geralmente quando o ntimero de elementos do conjunto nao é muito grande. © método consiste em escrever os nomes dos elementos entre chaves. Por exemplo, 0 conjunto dos ntimeros pares positives e menores do que 12 pode ser assim representado: {2, 4, 6, 8, 10}. A mesma notagiio poderd ser usada se o mimero de elementos for grande, desde que, escrevendo-se os primeiros elementos, possamos inferir quais sio os elementos omitidos. Assim, 0 conjunto dos ntimeros pares positivos e menores que 50 pode ser representado por (2, 4, 6, .... 48}, em que separamos por reticéncias os primeiros ele- mentos ¢ 0 tltimo. Em particular, quando 0 conjunto ¢ infinito, mas com possibilidade de identificagio dos elementos que se sucedem, usamos também as reticéncias para indicar os elementos omitidos. Assim, 0 conjunto dos mimeros pares positivos pode ser representado por (2,4, 6,8, ...}. ixcmplo 1.2. $40 ilustragdes do método da enumeragao: a) 0 conjunto A dos ntimeros primos positivos menores do que 10: A=(2,3, 5,7}; b) 0 conjunto B dos ntimeros pares positivos menores do que 6: B=(2,4}; c) o conjunto C dos némeros primos positivos pares: c= (2h d) © conjunto dos nimeros inteiros nado negativos, que denotaremos, daqui por diante, por N: N=(0,1, 2,3, 4, e) 0 conjunto dos ntimeros naturais, indicado por N*, e que € 0 préprio conjunto N sem o zero: N*=(1,2,3,4, 1 O conjunto B é chamado conjunto binario (formado por dois elementos), 0 conjunto C 6 chamado conjunto unitério (constituido por apenas um elemento). Os conjuntos N e N* so chamados conjuntos infinitos. Observemos que, ao indicar um determinado conjunto seguido de asterisco, estamos indicando 0 conjunto original com a eliminagao de nimero zero. a CAPITULO 1—CONJUNTOS — § 2 — Método da designagao de uma propriedade caracteristica dos elementos Nem sempre € possfvel representar um conjunto pelo método anterior. Assim, no podemos designar os nomes de todos elementos do conjunto formado pelos ntimeros reais entre Oe 1 Uma outra maneira de representar simbolicamente um conjunto € por meio de uma propriedade que é satisfeita por todos os elementos do conjunto e que nao é satisfeita por elementos que esto fora do conjunto. S40 exemplos 0 conjunto dos ntimeros fracionérios menores do que 5, do conjunto dos ntimeros que so primos, do conjunto dos pontos de uma feta entre dois pontos dados, do conjunto das cidades de determinado Estado. Seja P 0 conjunto dos ntimeros fracionérios entre 0 e 1. Cada elemento de P deve ser um mimero fraciondrio compreendido entre 0 e 1 (propriedade definidora do conjunto). Para representarmos um elemento qualquer do conjunto P, usamos um simbolo chamado varidvel, que pode ser indicado por uma letra do alfabeto, x por exemplo. Dizemos que a Variéivel é um simbolo que pode ser substituido por qualquer elemento de um conjunto, deno- minado dominio da varidvel. No caso do presente exemplo, o dominio da varidvel x é 0 conjunto dos mimeros fraciondrios compreendidos entre Oe 1. Portanto P: pode ser indicado por: P x tal que x é fraciondrio e 0 9}, ou entao E=(x€ Flix? >9). Nas consideragdes seguintes, é interessante observarmos a existéncia de um conjunto que nao contém elementos, o qual ser4 chamado conjunto vazio. Assim, 0 conjunto dos ntimeros primos divisiveis por 6 e 0 conjunto das raizes naturais da equago x? + 1 = 0 so exemplos de conjuntos vazios. Usaremos a notagéo { } ou para representar 0 conjunto vazio. Convém notar a di- ferenga entre 0 conjunto vazio e aquela cujo tnico elemento € 0 zero, isto é, 0 conjunto {0}, que nao é vazio. 1.2 Subconjuntos Dados 0s conjuntos A = {1, 2, 3} ¢ B= {1, 2, 3, 4}, notamos que todo elemento de A pertence a B. Dizemos que A € parte de B ou que A esta contido em B. De um modo geral, dizemos que um conjunto A esté contido no conjunto B, ou que A é subconjunto de B, se ¢ somente se todo elemento de A também pertence a B. Indicamos por A C B. Exemplo 1.4, Sao ilustragdes da defini a) {0,1} C {0,1}; b) (0,1) C (0, 1,3}; c) N*CN; d) {0,2,4,6,..} ON. Se A C B dizemos também que B contém A, e indicamos por BD A. E facil observar que 0 conjunto vazio est contido em qualquer conjunto. De fato, se 0 conjunto vazio nao estivesse contido em A, existiria pelo menos um elemento do conjunto vazio (() que nao estaria em A; mas isso é um absurdo, pois 0 conjunto vazio nao contém elementos. Notemos também a diferenga entre os simbolos € e C. O primeiro é usado para relacio- nar elemento e conjunto, enquanto o segundo relaciona dois conjuntos. Assim, dizemos que 1 {1,2} endo 1 C {1, 2}. Todavia {1} C {1, 2) pois {1} é um conjunto unitario. A negagao do simbolo C é indicada por ¢ (Ié-se: nao estd contido). Admitiremos a existéncia de um conjunto que contém todos os elementos com os quais estamos trabalhando. Tal conjunto é chamado conjunto universo e ser indicado pela letra E. Por exemplo, na geometria plana,o conjunto universo pode ser considerado como aquele que contém todos os pontos do plano. Nessas condigdes, sendo A e B conjuntos contidos no universo E, a relagdo A C B sera tepresentada pelo diagrama de Venn da Figura 1.1,em que o retangulo simboliza o conjunto E € 08 circulos, os conjuntos A e B. = CAPITULO.1 —~CONJUNTOS 7 Figura 1.1: Representagdo da relagdo A C B. @ j ‘Vimos que {0,1} C {0,1}. Logo, a afirmagao de que A C B no exclui a possibilidade de Bestar contido em A. Quando isso acontece, dizemos que os conjuntos A e B sao iguais ¢ indicamos por A = B. Formalmente, dizemos que os conjuntos A e B sao iguais se, e somente se, todo elemen- to de A pertence a Be todo elemento de B pertence aA . E | LL Exemplo 15 a) (0,1) = {1,0} b) fe E N[x?-3x42=0} = (1, 2} c) {4} = {x EN|x-4=0} 4) O= © E Flx241=0) Se nao for satisfeita a igualdade entre os conjuntos A e B, dizemos que A ¢ diferente de Beescrevemos A # B. No caso do item (a) do exemplo anterior é importante observarmos que a ordem com que aparecem os elementos no conjunto é irrelevante. MS _ |. Escreva em notacao simbélica: a) aé elemento de A d) A nao esté contido em B b) A subconjunto de B e) Ando contém B <) Acontém B f) ando é elemento de A 2. Enumere os elementos de cada um dos conjuntos a) conjunto dos némeros naturais entre 8 e 12 (inclusive) b) conjunto das vogais do alfabeto c) conjunto dos némeros pares entre 0 e 18 (exclusive) d) conjunto dos némeros primos pares positivos e) coniunto das fragées préprias positivas de denominador 7 f) {x|x?-1=0} g) {xx é letra da palavra ARARA} bh) (lx? =9ex-3 =-6) i) (ex € algarismo do numero 2.134} 8 PARTE 1 — PRELIMINARES a 3. Escreva os conjuntos abaixo usando o método da propriedade caracteristica: o) (1,3,5,7, 15} 6) {1,7} ) © conjunto dos ndmeros pares entre 5 ¢ 21 ) © conjunto dos némeros reais entre -1 e 10, incluindo -1 e excluindo o 10 4. Seja A o conjunto (3, 5,7, 9, 11, 12}. Enumere cada um dos conjuntos abaixo a} {x EA]? 49} b) {x Alx+9= 16} c) {x € Alxé primo} d) {x GA]x?—- 124 35=0) e) {rEAlx+1 EA} 5.Se A = {a,e, i}, diga se as proposicées abaixo sdo corretas ov néo: o) a€A b) aca o) {ala od) {ayCA 6. Construa todos os subconjuntos dos conjuntos a) {0, 1,2} b) {1,{2, 3}} c) {R,O,M, A} 7. Dados os conjuntos A = {x|x & par positivo e menor que 7} e B= {2, 4, 6} assinale V (verdadeiro) ou F (falso): o) ACB b) BCA cd) A=B 8. Diga se as proposicées abaixo séo corretas ou nao: o) (1,2,3} = (3,2, 1} Ad) Cc U,2,3) b) {1,2,1,2) ¢ (1,2, 3} e) {2,3} D (x]2-5x46=0) od (abe ({4)} f) {B,R,A,S,A} C {B,R, A, S} 9. Classifique os conjuntos abaixo como finitos ou infinitos: ) 0 conjunto dos niimeros inieiros multiplos de 5 b) 0 conjunto das fragdes compreendidas entre 1 e 2 ¢) © conjunto das raizes da equacdo x8 + x5 — x d) (R|xENex<5} e) (ly|xE Ney EN*} 1.3 Operacdes Envolvendo Conjuntos Passemos a estudar certas operagdes que podem ser efetuadas entre conjuntos, Aqui, de fundamental importéncia dois conectivos: owe e. Convém considerar a diferenga que existe, mesmo no vernéculo, entre esses dois conectivos e as duas verses sobre 0 conectivo ou. Podemos dizer: a) Apés os exames, passarei de ano ou ficarei reprovado. b) Vou encontrar Jodo ou Paulo. a CAPITULO 1 — CONJUNTOS Na primeira sentenga 0 ou é exclusivo, pois nao poderdo acontecer as duas coisas simul- taneamente: passar de ano e ficar reprovado. Na segunda o ou € inclusivo, pois poderei encontrar Jodo, Paulo ou ambos. Em geral e no que segue ou sera utilizado no sentido inclusivo, isto &, dizer p ou q significa p ou g ou ambos. conectivo ¢ é usado quando liga duas afirmagdes que devem valer simultaneamente Assim, dizer “Vou ao cinema e ao teatro” significa que irei ao cinema e também ao teatro. Sejam P © Q dois conjuntos de um mesmo conjunto universo E. Passemos a estudar algumas operacdes envolvendo P e Q. Interseccdo de Conjuntos Chama-se intersecgao de dois conjuntos Pe Q de um universo E ao conjunto de elemen- tos de £ que pertencem simultaneamente a P e Q. Indica-se a intersecgao por PN Q (Ié-se P inter Q). Em simbolos: PNQ={xEElx€ Pex EQ}. A regido destacada da Figura 1.2 representa a intersecgdo de Pe Q. Figura 1.2: Representacdo da relagdo PN @. Po | Exemplo 1.6 a) Sendo P= {1, 2,3, 5}e Q= {1, 3, 5,7), entio PM Q= (1,3, 5). b) Sendo A = {1, 3,5, 7,...}¢ B= {0, 2, 4, 6, ...) entioA N B=0. ©) Sendo M= {1, 2,3, 4, 5}e $= (1, 2,3}, entio MN $= Ou seja, quando $ C M entio MN S = S (Figura 1.3). Figura 1.3: llustragdo de MMS = S. 4) @ M.A =6 qualquer que seja 0 conjunto A. e) N*NN=N*, pois N* CN. — | 10 PARTE 1 —~ PRELIMINARES. a Toda vez que dois conjuntos P Q tém intersecgao vazia, so chamados de disjuntos (Figura 1.4). No exemplo dado (item b) os conjuntos A ¢ B so disjuntos. Figura 1.4: Os conjuntos P e Q sao disjuntos. iC) L CO) Consideremos 0s conjuntos Pe Q de um universo E. Chama-se unio (ou reunido) de P com Q 20 conjunto dos elementos de E que pertencem a P ou Q (ou inclusivo). Indica-se a de P com Q por P U @ (Ié-se P unitio Q).Simbolicamente temos: PUQ={xEE|x€ Poux€ Q}. Unidio de Conjuntos A regidio destacada da Figura 1.5 representa a unidio de P com Q. Figura 1.5: Representacdo da relagdo P U Q. E Exemplo 1.7 a) SeA = (1,2, 3}e B= (1, 3, 5), teremos A U B= (1, 2,3, 5}. b) Se P= {0, 2, 4,6, ...}eO= {1, 3,5, 7,...} teremos PU Q=N. ©) Se D= {1,3, 5}e F= {1, 3) entdo D U F= {1, 3,5} =D. Isto , se F C D, entéo D U F = D. (Figura 1.6) d) N*UNE=N. Figura 1.6: DU F =D. . CAPiruLo 1 conrentos “11 As definigdes dadas para dois conjuntos podem ser estendidas para trés ou mais conjun- tos, reduzindo-se sempre a uma operagdo com dois conjuntos. Complementar de um Conjunto Dado um conjunto P contido num universo E, chama-se complementar de P ao conjun- to de elementos de E que nao pertencem a P. Indica-se 0 complementar de P por P*. A operagao realizada chama-se complementagiio. A regidio destacada da Figura 1.7 re- presenta o complementar de P. Em simbolos: Pe = {x|x € Eex€ P}. Figura 1.7: Representagdo de P* Exemplo 18 a) SeE={1,3,5,9, 10}e P= {1,9}, entdo P’= (3, 5, 10}. b) SeE=N*e P= (2,4, 6,8, ...} entio P= {1, 3, 5,7, ..}- o) Se E=Ne P=N* entiio P° = {0}. Diferenca de Conjuntos Sejam P e Q dois conjuntos contidos num universo E. Chama-se diferenca P — Q 0 conjunto dos elementos do universo que pertencem a P, mas nao pertence a Q. Simbolica- mente, temos: P-Q={xGE|x€ Pex€Q). A regio destacada da Figura 1.8 representa a diferenca P - Q. Figura 1.8: Representacdo de P - 0. 12 PARTE 1 — PRELIMINARES a Exemplo 1.9 a) Se P= (1,3,5,7} € O= (5, 6, 9}, entio P - Q= (1,3, 7}. b) Se P= {1,2,3,4, 5}e Q= {1, 2,3}, entio P-Q= (4,5)eO-P=0. c) Se P= {0,2, 4,6, ...}e O= (1,3, 5,7, ...}, entio P-Q=P. Observemos que P?= E- Pe P-Q=PNQ°. Considerando conjuntos quaisquer A, B, C e um universo E, sio validas as seguintes propriedades: (PI) ANA= AUA=A. (P2) ANB=BNA; AUB=BUA (P3) AN(BN OC)S(AN BNC; AU(BUC)=(AUB)UC. (P7) AN (AU B)=A; (Ps) ANBUC)=ANBUANC AUaQB-* AU(BNC)=(AUB)N(AUC). (P8) (4.9 BY = ASU BS (AU BY =A°N Be. (P5) Tais propriedades podem ser verificadas por meio do diagrama de Venn. Assim, por exemplo, a propriedade (P3) — associativa da intersecc’io — pode ser verificada por meio da Figura 1.9, em que a parte (a) destaca A M (BM C) ao passo que a parte (b) destaca (ANBNC. Figura 1.9: Verificagdo da propriedade P,, a oa (a) (b) Exemplo 1.10 Num experimento aleat6rio, chamamos de espago amostral (e indicamos por Z) a. um conjunto de todos os resultados possiveis. No experimento do langamento de um dado e observagao da face de cima, temos E = (1, 2,3, 4, 5, 6}. os CAPITULO | — CoNsuNTOS’ 19 Chamamos de evento a qualquer subconjunto de E. Assim: * o evento ocorténcia de um niimero par é dado pelo subconjunto A = {2, 4, 6}; * o evento ocorréncia de um ntimero maior que 4 é dado pelo subconjunto B = {5, 6}; * 0 evento ocorréncia de um nimero maior que 7 é dado pelo conjunto vazio; * o evento ocorréncia de um niimero menor que 7 € 0 proprio conjunto E. O evento dado pelo conjunto vazio é denominado evento impossivel, ao passo que 0 evento que coincide com E é denominado evento certo, MSY 10. Sendo E= {1,2,3, 4,5, 6,7, 8,9}, A= (1, 3,5, 7,9}, B= (2,4,6,8}¢C= (1,2, 3,4, 5}, calcule: a) AUC e) A-C i) aC m) (A-BY. b) BUC f) C-A j) ce n) (A~CF o) ANB g) A~B Kk) AUB 0) (A~B)NC d) ANC h) B-A 1) (ancy p) (A-C)U(B-C) 11. Sejam E= {0, 1, 2, 3, 4, 5,6, 7,8, 9, 10), A= {1, 3, 5, 7,9), B= (0,2, 4,6} © C= (9, 10}. Obtenha os conjuntos: o) ANB d) ANB g) ANB)NC b) AUB e) AUB)N(UC) h) ANC <) BNC f) AUO 12. Para os diagramas abaixo, assinole a regiéo correspondente: 6 O]l ¢ A-B ANB ACN BE AB 13. Para os diagramas abaixo, assinale a regido correspondente: ©! c ANB (AUOQNB (AUB)NC 14. Sabendo-se que E representa 0 conjunto universo, determine os conjuntos. 0) EUA d) UA g) E° j) ANA b) AUA e) ANA h) ENA kK) A-o oo f) ASUA i) E-A ) A-E 4 PARTE 1 — PRELIMINARES a 15. Verifique, por meio do diagrama de Venn, que: 0) (ANB)CA <) (A-B)CA b) AC(AUB) d) (A-B)CB 16. Verifique, usando 0 diagrama de Venn, que: a) SeAC BeBC CentaoACC ¢) AUB)NUUBI=A b) AN B)U(ANB)=A d) A-(B~C)=(A-B)U(AN BNO) 17. Verifique, por meio do diagrama de Venn, que se A C B, entéo: 0) ANB=A b) AUB=B 18. Usando as propriedades das operacées, simplifique: a) AN(ANB) o) AN(AUB) b) AUB) N AUB) d) (AN BY NAN B) 19. Se A € B so dois conjuntos finitos disiuntos, e se n(A), n(B) e n(A U B) indicam respec- tivamente o numero de elementos de A, Be A U B, enldo n(A U B) = n(A) + n(B). O que acontecerd se A e B ndo forem disjuntos? 1.4 Conjunto das Partes de um Conjunto Consideremos 0 conjunto A = (1, 2}. Os possiveis subconjuntos de A so: {1}, {2}, (1, 2}e 9. Esses conjuntos constituem um novo conjunto chamado conjunto das partes de A e indicado por P(A). Assim: P(A) = {{1}, {2}, {1, 2}, o}. De um modo geral, 0 conjunto formado pelos subconjuntos de um conjunto A é chama- do conjunto das partes de A e é indicado por P(A). inplo Lit a) Dado o conjunto A = (1, 2, 3}, 0 conjunto das partes de A é P(A) = {{1}, {2}, {3}, (1, 2},(1, 3).{2, 3},(1, 2, 3}, 0}. b) Dado o conjunto B = {a, b, c, d}, 0 conjunto das partes de Bé P(B) = {{a}, {b}, {c}, (d}, {a, b}, {a,c}, {a, d}, {b,c}, {b, d}, {c,d}, {a,b,c}, {a,b, d}, {a, c,d}, (b,c, d}, {a, b,c, d}, 6}. c) SeA = {1}, entdo P(A) = {{1}, 6}. d) Se A =6, entio P(A) = {9} que nio é vazio. Notemos que no exemplo (a) 0 ntimero de elementos de A é 3 ¢ 0 de P(A) é 2? = 8. a CAPITULO 1 — ConsuNTOS 15 A justificativa é que 0 ntimero de subconjuntos de A € 0 mimero de combinagées de 3 elementos tomados 0 a 0 (igual a 1, pois tal combinagao € 0 conjunto vazio) mais 0 nmero de combinagées de 3 elementos tomados um a um, mais o ntimero de combina- gGes de 3 elementos tomados 2 a 2, mais o ntimero de combinagées de 3 elementos toma- dos 3 a3. Assim, 0 ntimero de elementos de P(A) é: (3) + () + (3) + ( 3) em que () representa o ntimero de combinagdes de 3 elementos tomados i a i. Ora, a andlise combinat6ria nos ensina que essa soma vale 2°= 8. Com raciocinio anélogo, verificamos que: + no caso (b), 0 mimero de elementos de P(A) é 24 = 16; * no caso (c), 0 néimero de elementos de P(A) é 2! = 2; + no caso (d ), 0 niimero de elementos de P(A) é 2° = 1 De um modo geral, se um conjunto tem n elementos, entéo seu conjunto das partes terd 2" elementos. 1.5 Produto Cartesiano J4 vimos que os conjuntos {a, b} € {b, a} so iguais porque a ordem dos elementos nao importa. Todavia, as vezes essa ordem é essencial; assim, na geometria analitica, o par de nimeros (3, 4) define 0 ponto de abscissa 3 ¢ ordenada 4, ao passo que o par (4, 3) define 0 ponto de abscissa 4 e ordenada 3. Quando interessa a ordem dos elementos considerados, os elementos so indicados entre parénteses. Quando houver dois elementos (a, 6), 0 par é chamado de par ordenado; quando tivermos trés elementos (a, b, c), cuja ordem importa, teremos uma tripla ordenada e assim por diante. Exemplo 1.12. Sejam os conjuntos A = {1, 2} e B = (3, 4, 5}. Podemos formar um novo conjunto de pares ordenados, cujos primeiros elementos pertencem a A e cujos segundos elementos pertencem a B, isto é: {(1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 3), (2, 4), (2, 5)}. Esse conjunto é chamado produto cartesiano de A por B e & indicado por A x B. De um modo geral, dados dois conjuntos A e B, chama-se produto cartesiano de A por B © conjunto dos pares ordenados cujos primeiros elementos pertencem a A ¢ os segundos elementos pertencem a B, isto &: Ax B= {(x, y)lxeAey € B}. Notemos que em geral A x B é diferente de B x A. No Exemplo 1.12 temos: Bx A= {(3, 1), 3, 2), 4, 1), 4, 2), G, 1), GS, 2)}- Assim, nenhum elemento de A x B pertence a B x A (note que (1, 3) ¥ (3, 1)). 16 PARTE 1 — PRELIMINARES a Podemos representar graficamente o produto cartesiano. A Figura 1.10 mostra o grafico de A x B do Exemplo 1.12. Figura 1.10; Produto cartesiano A x B do Exemplo 1.12. Exempio 1.13. Uma maneira de obter todos os elementos de um produto cartesiano de dois conjuntos é por meio do diagrama de drvore. A Figura 1.11 ilustra os elementos de A x Bem que A = {1, 2, 3}e B= {a,b, c,d}. Figura 1.11: Diagrama de drvore do produto cartesiano Ax B do Exemplo 1.13. @ (1, @) Zab 0,6) <=. 4 d 0d) a (0) b——_— 2,6) 2 < (2,¢ d (2,d) a (3,0) 6 — (3,6) : < on) d (3,d) E fécil verificar que o mimero de elementos de um produto cartesiano A x B é igual ao produto do nimero de elementos de A pelo numero de elementos de B. Isto é: n(A x B) = n(A)- n(B), em que n(A x B), n(A) € n(B) representam o mimero de elementos de A x B, Ae B respecti- vamente. CAPITULO 1 —conjUNTOs = 17 Exemple (414, Usa moeda e um dado sio langados. Um espaco amostral desse experimento pode ser obtido pelo produto cartesiano A x B, em que A é 0 conjunto dos resultados do langamento de uma moeda e B o dos resultados do langamento de um dado, ou seja, A= {K, C) e B= (I, 2, 3, 4, 5, 6}, em que K representa cara e C representa coroa. Os elementos do produto cartesiano so os pares ordenados (K, 1) cD (K, 2) (C,2) (K, 3) (C,3) (K, 4) (c,4) (K, 5) (C,5) (K, 6) (C, 6). Sci a 20. Outra maneira de obter os elementos de um produto cartesiano de dois conjuntos 21 22. 23. 24. (além dos diagramas de Grvore) 6 por meio da consirugéo de tabelas de duplo entrada. Por exemplo, os elementos de A x B, em que A= (I, 2,3} e B= {a, b,c, d} so obtidos pelo tabela a seguir: a b ¢ d 1 (1, a) (1, 5) (Le (1,4) 2 (2a | (2) | Ged | a) 3 | Ba | BH» | Ba | Ba Use esse tipo de tabela para obter A x B nos casos: o) A= (0,1) eB (2,3) b) A= {a,b,c} e B= (x,y,z) ¢) A=(1,2,3}eB=A Uma pessoa vai viajar da cidade A para a cidade C, passando pela cidade B. Existem trés estradas ligando A e Be cinco estradas ligando B e C. De quantas maneiras poderd a pessoa fazer o seu percurso? Dado o conjunto A = {1, 2, 5,7, 8}, determine: a) © conjunto A? =A x A e sua representacéo grafica b) 0 subconjunto W = {(x, y) € A? |x < y} ¢} 0 subconjunto (x, y) € A? |y = 2x + 3} d) 0 subconjunto T= {(x, y) € A?|x—y=4} Use 0 conceito de produto cartesiano para representar © conjunto dos resultados pos- siveis no lancamento simulténeo de dois dados. Use © conceito de produto cartesiano para representar 0 conjunto dos resultados pos- siveis para © langamento de duas moedas. 18 PARTE 1 — PRELIMINARES a 25. Define-se como diferenga simétrica de dois conjuntos A e B, contidos num universo E, a0 conjunto dado por: AAB=(AUB)-(ANB) Por exemplo, se A = {1, 2,3} e B= {2, 3, 5, 7}, entéo: AMB={1,5,7} a) Verifique que (AAB)AC=AA(BAC) ¢) Obtenha A AAS b) Obtenha AAE d) Obtenha A Ao 26, Um conjunto de n elementos possui um total de 1.024 subconjuntos. Qual o valor de n? 27. Dizemos que os conjuntos Aj, Az, A3, ..., An, todos néo vazios, formam uma partigao do conjunto universo E se so dois a dois disjuntos e sua uniao é igual a E. Isto é i) A} ¥ 6 para todo i= 1, 2,3, ii) A; 0 Aj = @ para todo i # j iil) Ay UAQU cacssecscceee U Ag E O diagrama abaixo representa uma partigéo do conjunto E: E n A, Dé duas possiveis particdes de E = {1, 2,3, 4, 5, 6}. 28. Em uma pesquisa com 100 estudantes verificou-se que aqueles que gostam de uma s6 ciéncia séo: Matematica, 18; Fisica, 20; Quimica, 22. Gostam de duas ciéncias: Mate- mética e Quimica, 15; Quimica e Fisica, 17; Matematica e Fisica, 9. Gostam das trés ciéncias 6 alunos. @) Faca o diagrama de Venn para a situacao. b) Quantos estudantes gostam de pelo menos duas ciéncias? ¢) Determine n(Mf), n(F) e n(Q), em que n(M), n(F) e n(Q) indicam respectivamente o n&émero de alunos que gostam de Matemética, Fisica e Quimica d) Determine n(M®) e n(M U FU Q). 29. Faca um diagrama de érvore para {1, 2,5} x (a,b,c, d). 30. Na figura, escreva uma expresso para cada regiéo numerada. Por exemplo, 8 é (AUBUCY, Ee 31 32. 33. 34 CAPITULO 1—CONJUNTOS 19 Se A, B e C sGo conjuntos quaisquer, determine uma férmula para o numero de ele- mentos de A U BUC. Foi realizada uma pesquisa na industria X, tendo sido feitas a seus operdrios apenas duas perguntas. Dos operdrios, 92 responderam sim a primeira, 80 responderam sim & segunda, 35 responderam sim a ambas e 33 responderam néo a ambas as perguntas feitos. Qual 0 numero de operdrios da indistria? Em uma pesquisa foram encontrados os seguintes resultados: 60% das pessoas entre- vistadas fumam a marca A de cigarro; 50% fumam a marca B; 45% fumam a marca C; 20% fumam A e B; 30% fumam A e C; 15% fumam B e C, e 8% fumam as 3 marcas. a) Que porcentagem néo fuma nenhuma das 3 marcos? b) Que porcentagem fuma exatamente duas marcas? Num levantamento constatou-se que 80% dos entrevistados sGo casados, 44% sGo homens casados, 12% séo mulheres casadas sem filhos e 30% sGo mulheres casadas com filhos. Verifique se essas porcentagens so compativeis. Capitulo 2 Conjuntos Numéricos 2.1 Némeros Inteiros J4 conhecemos 0 conjunto dos ntimeros inteiros positives N* = {1,2,3,4,5,6,...} € 0 conjunto dos ntimeros naturais N= (0, 1,2,3,4,5,6, Da impossibilidade de efetuarmos a subtraco a ~ b para todos os valores ae b de N, introduzimos os nimeros inteiros negativos, colocando, por definigao: a—b=-(b-a),sea 0 representado pelo ponto P a direita de O, de modo que a medida do segmento OP seja igual a x; o ntmero negativo —x é representado pelo ponto P’, simétrico de P em relaco a0. O mimero 0 é representado por O. Figure: 2.2: Representactio geométrica dos némeros reais. e ° Pp pe pe x x E claro que, se x) > 2), entdo x € representado A direita de x). Excmplo 2.3. Represente geometricamente os niimeros 3. 0,75. Temos: a S75 1. Diga se cada uma das sentencas é verdadeira ou folsa o) rEQ J Zez e) -3€Z g) mE i) 22EQ b) VSEN d) V-1ER f) V2E0 h) 043EQ jj) 2,44444..E7 a. CAPITULO 2— CONJUNTOS NUMERICOS 25 2. Escreva na forma decimal (exata ou dizima periédica) os seguintes nimeros racionais: o) 2 b) = gt d 8 gy 25 ) ® 5 3 3 50 99 90 3. Escreva os seguintes némeros na forma decimal, arredondando o resultado para duas casas decimais (se possivel use uma calculadora): 32 5 125 31 150 150 a b) ae et 2 4 °) 95 ) 18 9 200 ) 29 ) 99 S90 4. Escreva os seguintes nimeros racionais sob a forma de fragéo: @) 0.435 = 2h) 0.078 © ac) 4o0p sd 1 e079 2) arias 5. Escreva as seguintes dizimas periédicas sob a forma de fragao: a) 0,888... b) 0.2424... c) 2.555... d) 0,722... e) 0,655... f) 0,62555. 6. Quois 0s valores reais de xe y de modo que x? + y?= 7. Usando uma calculadora, obtenha as seguintes raizes, com aproximagéo de 4 cosas decimais a) VIZ b) ¥30 o) V8 d) 500 2.4 Equacées do Primeiro Grau Chamamos de equagio do primeiro grau na incégnita x, no universo real, toda equagio redutivel a forma a-x=b, em que a ¢ b sao mémeros reais quaisquer com a # 0. Para resolvermos esse tipo de equagao, basta dividirmos ambos os membros por a: valor encontrado 4 é chamado de raiz da equagao. Exemplo 2.4. Resolva a equagao: 4x -12 = 8 - 6x. Resolugan * Transpondo os termos com x para o 1° membro, e os ntimeros para 0 2° membro, obtemos 4x4 6x=84 12, + Agrupando os termos semelhantes, 10x = 20. % PARTE | — PRELIMINARES ng * Dividindo ambos os membros por 10, * Conjunto solugzo: $= {2} Exemplo 2.5. Resolva a equagdo Resolugio + Multiplicando todos os termos da equagao por 6 (em que 6 é 0 minimo miiltiplo comum dos denominadores): 6 2) 46. + Efetuando as operagdes indicadas: 2x 2) + 3(x-3) 2x-44+3x-9=1. + Transpondo os termos com x para o 1° membro, ¢ os mimeros para o 2° membro: 2xt 3x=14+44+9. + Agrupando os termos semelhantes: Sx=14, * Dividindo ambos os membros por 5: xe lt alt. * Conjunto solugdo: § = at MST 8. Resolva as equacdes do 1 grav: a) S(x-2) b) -4(4-) 2-1) g) h) 0,1 — 2) + 0,5: i) 04x + 3) 0.22 i) 03(y- 1) + 0,4(y- 2) =7 a CAPITULO 2— CONJUNTOS NUMERICOS 27. 9. Resolva as seguintes equacdes do 1” grau: I) M= 100 + 100i (incégnita i) Pa 3 2, M=5 Gncggnita m) (incégnita x) 10. O lucro mensal de uma empresa é dado por L.= 50x— 2.000, em que x o quantidade mensal vendida de seu produto. Qual a quantidade que deve ser vendida mensalmen- te para que o lucro mensal seja igual a $ 5.000,002 11, O custo mensal de producdo de x camisas de uma fabrica é C = 5.000 + 15x. Qual a quantidade mensal produzida sabendo-se que o custo mensal é $ 8.000,002 12, O saldo de uma aplicacéo financeira apés t meses de aplicagéo & dado por: $= 2.000 + +401. Apés quanto tempo da oplicacao 0 saldo dobra? 2.5 Inequacées do Primeiro Grau Inequacées do primeiro grau na ineégnita x so aquelas redutiveis a uma das formas: Oc OU a a ou oe em que @ eb so mimeros reais quaisquer com a ¥ 0. A resolugio € feita de modo andlogo ao das equacdes do 1° grau, porém lembrando que, quando multiplicamos ou dividimos ambos os membros da inequagao por um nimero ne- gativo, o sentido da desigualdade muda. No caso de multiplicarmos ou dividirmos os mem- bros por um mimero positivo, o sentido da desigualdade nao se altera. Exeniplo 2.6, Resolva a inequacdio 3(x — 4) > x + 2. Resolugaio Temos sucessivamente: 3(x-4) > x +2, 3x-12 > x42, 3x-x> 2+ 12, 2x > 14, x>7. (xER|x>7). Portanto, 0 conjunto solugao é $ 28 PARTE 1 — PRELIMINARES a Exemplo 2.7. Resolva a inequagdo 2(x— 1) < 5x + 3. Resolucao Como no exemplo anterior, 2@- 1) < 5x43, 2x-2< 5x43, 2x- 5x <3 +2, -3x< 5, 5 >-=. e223 Portanto, 0 conjunto solugdo é $= {x ER|x>- 13. Resolva em R as inequacées a) 2x >10 d) 3(v-4) = 2(x-6) b) 3x < 12 e) 4(2x- 3) > 2x-1) c) 2x41 Sx-5 a4 14. O lucro mensal de uma empresa é dado por L = 30x—4.000, em que x é a quantidade mensal vendida. Acima de qual quantidade mensal vendida o lucro é superior a $ 11.0002 15. O custo didrio de produgdo de um arfigo ¢ C= 200 + 10x. Sabendo-se que em determi- nado més © custo diério oscilou entre um méximo de $ 4.000 e um minimo de $ 2.000, em que intervalo variou a produgao didria nesse més? 2.6 Equacées do Segundo Grau Uma equacio do segundo grau, na incégnita x, € toda equagdo redutivel & forma ax? + bx +¢=0, em que a, be c so constantes reais quaisquer com a # 0. As raizes desse tipo de equacio podem ser obtidas por meio da seguinte férmula resolutiva: -b x VP — ac 2a , na qual o valor b? - 4ac, indicado usualmente por A (delta), é chamado de discriminante da equacao. E facil notar que: + Se A > 0, a equagio terd duas rafzes reais distintas + Se A =0, a equagdo tera uma tnica raiz real. + Se A <0, a equagio nao terd rafzes reais. a CAPITULO 2— CONJUNTOS NUMERICOS 29 A dedugo da férmula acima é feita da seguinte forma: ax’ + bx +¢=0; Peery Bie ie (adicionamos © a ambos os membros } 4a 4a? a 4@ (+ 2Y =4ac., 2a 4a 6 _, NP dae. +B 24 Ve 4ac "a 2a xa ba VP hac | 2a Exeniplo 2.8. Resolva a equagdo x? -— 4x +3 =0. Resolugiie Como a= 1, b=~4,c=3 entio: xo 4a VP FT 2-1 eee 2 aed ret’, Portanto, 0 conjunto solugdo é S = {1, 3}. Exemplo 2.9, Resolva as equagdes incompletas do segundo grau: a) 2—3x=0; Resolacio As equagdes do 2? grau com b = 0 ou c = 0 siio chamadas incompletas. Sua resolucao pode ser feita pela formula resolutiva, ou ainda como veremos a seguir: a) de x7 ~3x =0 temos x(x 3) =0. O produto sera 0 se um ou outro fator for 0. Assim: x=0 ou x-3=0 > x=3, Portanto, 0 conjunto solugao € S = {0, 3}; 0 PARTE 1 — PRELIMINARES a b) de x?-9 = 0 temos x2=9, Se x elevado ao quadrado dé 9, entio x = V9 = 3 ou x =-V9 Portanto, o conjunto solugao € S = (3, -3}. MSY 16. Resolva as seguintes equacdes o) x?-5x+4=0 e) xt-x43=0 b) x?-7x412=0 f) =x? 43x-2=0 co) P-6r4+8=0 g) -m2+5m=0 d) x?-4x44=0 h) y?-6y-3=0 17. Resolva as seguintes equacées: 9) 2-5x=0 o) x7-25=0 e) %?-8=0 b) -2x? + 6r=0 d) -m?+ 16=0 f) 3x2=0 18. Quanto vale a soma das raizes da equacéo (3x ~ 2)(x + 5) = (2+)? 19. Para que valores de k a equacdo na incégnita x, x? ~ 2kx = 1 — 3k, tem raizes iguais? 2+ 10x - 16, em que x é a quanti- dade vendida. Para que valores de x 0 lucro € nulo? 20. O lucro mensal de uma empresa ¢ dado por L = =x’ 21. Em relacéo ao exercicio anterior, para que valores de x 0 lucro ¢ igual o 92 22. A receita didria de um estacionamento para automéveis é R = 100p — Sp”, em que p & (© prego cobrado por dia de estacionamento por carro. Qual o prego que deve ser cobrado para dar uma receita didria de $ 375? 2.7 Intervalos Os intervalos so particulares ¢ importantes subconjuntos de R. Sejam os ntimeros reais ae btais que a a}. 32 PARTE 1 — PRELIMINARES. a A representacao geométrica é dada pela Figura 2.7. Figura 2.7: Representacdo do intervalo Ja, |. Gerretsen + Intervalo fechado de a até infinito Eo conjunto de valores reais maiores ou iguais a a, indicado por (a, ~f, isto é: [a, of = {x € Rl x = a}. A representagao geométrica é dada pela Figura 2.8, Figure 2.8: Representacdo do intervalo [a, --[. ——Smntmninimtnintennnienntitesintnintenmetnenemnininnnt + Intervalo aberto de menos infinito até b E 0 conjunto de valores reais menores de que b, indicado por Je, bl, isto é: J-ee, bl = {x © Rl x 0, =x, sex <0, 0,sex=0, Assim, por exemplo: I71=7, |-4|=-(-4) =4, Se P é a representagao geométrica do ntimero x, entio a distancia de P até a origem é dada pelo médulo de x (Figura 2.11). Figura 2.11: Representacdo geométrica de |.x|. uy PARTE | > PRELIMINARES a Propriedades do Médulo 1) Selxl=k, entdo.x = k ou x = —kem que k é um ntimero positivo. 2) Selx! k,entio x > k ou.x <—Kk em que k é uma constante positiva. Exemplo 2.11 a) Ix by Ixl<5 3-5 7=>x>7oux<-7. 3 => x=3 oux=-3: Exemplo 2.12 Resolva a inequagao |2x—31<7. Resolucae Temos sucessivamente lax-31 <7, -7<2x-3<7, -143<2x<743, -4<2x<10, 23) e) E={yERllyl =2) b) B={xERl4—-x<1} f) F=(reRiitl <2) c) C={xE RI? -6x+5=0) g) G=(tERilt!>1) d) D=(xERllxl =5) h) H={mERilm-21 <3} 26. Obtenha os valores dex que satisfazem cada uma das inequacées: a) Ixl<12 d) Ixl>8 b) lx-61<3 e) Ix-Tl>2 oc) W-2el<7 f) 12-3xl>5 os CAPITULO 2— CONJUNTOS NUMERICOS 35 27. Existe uma probabilidade igual a 95% de que a vida x de uma bateria (medida em meses) satisfaca a relagéo | A < 1,96 Qual o intervalo de variagéo de x? 28. Existe uma probabilidade igual a 90% de que as vendas x de uma empresa, no préximo 15 ano, satisfagam a relacdo Jk 1,65, em que as vendas séo dadas em milhares de unidades. Qual 0 intervalo de variagdo de x? Parte 2 FUNCOES DE UMA VARIAVEL Capitulo 3B Funcdes Capitulo 4 - Limites Capitulo 5 mm Derivadas Capitulo 6 a Aplicagdes de Derivadas Capitulo 7 Integrais Capitulo 3 Funcdes 3.1 Introdugao Na Matematica, como em outras ciéncias, muitas vezes queremos estabelecer uma rela- a0 ou correspondéncia entre dois conjuntos. Suponhamos, por exemplo, que temos dois conjuntos: um conjunto de mimeros, A= (1,2, 3,4}, € um conjunto de quatro pessoas, B = (Ari, Rui, Lina, Ester}. Uma relago de A em B pode ser aquela que ao ntimero | associa o nome Ari, ao 2 associa Ester, a0 3 associa Lina e ao 4, Rui. Esquematicamente, usamos a seguinte representagdo chamada de diagrama de flechas (Figura 3.1). Figura 3.1: Relacdo entre A e B. Ou seja, aos ntimeros em ordem crescente associamos os nomes em ordem alfabética. Outra maneira de representar seria utilizando a notagio de pares ordenados: (1, Ari), (2, Ester), (3, Lina), (4, Rui). Notemos que a correspondéncia estabelecida determina um conjunto de pares ordena- dos, que chamaremos: M = {(1, Ari), (2, Ester), (3, Lina), (4, Rui)). E claro que esta nao € a tnica relagao que pode ser estabelecida entre os conjuntos A e B. Vejamos outros exemplos. Fagamos corresponder ao ntimero 1 os individuos do sexo masculino e, ao ntimero 2, os individuos do sexo feminino. Temos o diagrama da Figura 3. constituindo 0 conjunt N= {(1, Rui), (1, Ari), (2, Ester), (2, Lina)}. 40 PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL a Figura 3.2; Relacdo entre A e B. Uma terceira relagdo que podemos considerar é aquela que associa aos ntimeros {mpa- Tes o nome Ari € aos ntimeros pares o nome Lina. Teremos o diagrama da Figura 3.3, cons- tituindo 0 conjunto: P= {(1, Ari), (2, Lina), (3, Ari), (4, Lina)}. Figura 3.3: Relagdo entre A e B. A Notemos que os conjuntos M, N e P sao formados por pares ordenados cujos primeiros elementos pertencem a A e cujos segundos elementos pertencem a B. Ou seja, todos sao subconjuntos do produto cartesiano de A por B. Isto é: MCAxB, NCAxB e€ PCAxB. E possivel determinar outras relagdes de A em B, mas todas sero subconjuntos de A x B. Como A x B tem 16 elementos, € o mémero de subconjuntos de A x B & 2'6, podemos estabelecer, ao todo, 2'6 relagdes de A em B. Assim, temos a seguinte definigdo formal: S€ uma relagao de A em B se S for um subconjunto de A x B, Exemplo 3.1, Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3) e B= (2, 3, 4, 5) ¢ seja a relagdo dada por: S={(%y) EAxBly xt. Teremos, entao, S= {CL 2), (2, 3), , 4)}. Na Figura 3.4 temos a representaciio da relago por meio do diagrama de flechas. Figura 3.4: Representacdo da relagdo xe i CAPITULO 3 — FUNCOES 41 Quando 0s conjuntos A e B sio numéricos, as relagdes sfio formadas por pares ordena- dos de nimeros. Um par ordenado de ntimeros reais pode ser representado geometricamen- tepormeio de dois eixos perpendiculares, sendo o horizontal chamado de eixo das abscissas, ou eixo x; € 0 vertical, de eixo das ordenadas ou eixo y. Um par ordenado (a, b) pode ser representado colocando-se a no eixo x, € b no eixo y,€ tragando-se uma vertical por a e uma horizontal por b. O ponto P de intersecgio dessas duas retas é a representacio do par (a, b), conforme a Figura 3.5. Figura 3.5: Representagdio geométrica do par orde- nado (a, b). Dessa forma, podemos representar geometricamente a relagio S, conforme a Figura 3.6: Figura 3.6: Representacdo da relagdo y =x + 1 Exemplo 3.2. Considerando os conjuntos A e B do exemplo anterior, consideremos a relagio T= (x, y) CAxBly > x}. Teremos: T= {(1, 2), (1, 3), (1, 4)s (1, 5)s (2, 3), (2, 4), (2,5), 3, 4), B, 5)}- O grafico e o diagrama de flechas da relagdo estao ilustrados na Figura 3.7. cy “PARTE.2 == FUNCOES DE UMA VARIAVEL a Figura 3.7: Grafico e diagrama de flechas da relacéo y > x. Exemplo 3.3. Considerando os mesmos conjuntos A e B do Exemplo 3.1, consideremos a relagao U= (x, y) © Ax Bly = 2x}. Teremos: U={(1, 2), (2, 4)}. O gréfico e o diagrama de flechas encontram-se representados na Figura 3.8. Figura 3.8: Grafico e diagrama de flechas da relagéio y = 2x. Definida uma relacdo S de A em B, podemos considerar dois novos conjuntos: 0 domi- nio da relagdo D(S) e 0 conjunto imagem da relagio Jm(S). O dominio de S é 0 conjunto dos elementos x E A para os quais existe um y € B tal que (x y) ES. O conjunto imagem de S é 0 conjunto dos y B para os quais existe um.x € A tal que (x, y) € S. Em outras palavras, o dominio é 0 conjunto dos elementos de A que possuem um correspondente em B dados pela relagao. x CAPITULO 3 —FUNGOES 43 E claro que D(S) é um subconjunto de A, ¢ Im(S) é um subconjunto de B. Quando nao houver possibilidade de confusao, 0 dominio e 0 conjunto imagem sao indicados simples- mente por D e Im, respectivamente. Exemplo 3.4. Os dominios ¢ 0 conjunto imagem das relacdes dos exemplos anteriores so, respectivamente: + Exemplo 3.1: D(S) = {1, 2, 3} ¢ Im(S) = (2,3, 4}. + Exemplo 3.2: D(S) = {1, 2, 3} e Im(S) + Exemplo 3.3: D(S) = {1, 2} e Im(S) 1. Sendo A= {1,3, 5,7} ¢ B= (3, 5, 8,9}, escrever sob a forma de conjuntos as relacées de AemB,comx € Aey € B, dadas por: a) x 2} = [2, “L, pois para x <2 0 radicando € negativo e nao existe a raiz quadrada; c) D=R, pois nesse exemplo x pode ser qualquer valor real Observemos que em fungdes envolvendo situacées praticas, o dominio é constituido de todos os valores reais de x para 0s quais tenha significado 0 célculo da imagem. Assim, por exemplo, caso tenhamos uma funcdo custo C(x) = 400 + 3x, os valores de x ndio podem ser negativos (no podemos ter quantidades negativas). Além disso, caso 0 produto seja indivisivel (por exemplo, quando x é a quantidade de carros), 0 dominio constitufdo apenas de nime- Tos inteiros nao negativos. Interceptos ‘Sao 0s pontos de intersecgaio do grafico de uma fungdo com os eixos. Os pontos de intersecgdo com o eixo x tém coordenadas do tipo (x, 0) € sio chamados x—interceptos Os pontos de interseccio com 0 eixo y tém coordenadas do tipo (0, y) e so chamados de y-interceptos. Exemplo 3.10. Vamos obier os pontos de intersecgao do grafico da fungao y = (x2— 1)(x—2) com 0s eixos xe y. Temos: * Intersecgdio com 0 eixo y. Como o ponto procurado é da forma (0, y), devemos fazer na funcao x = 0. Assim: y= (010-2) =2. Portanto o ponto procurado é (0, 2). * Intersecgdo com 0 eixo x. Como o ponto procurado é da forma (x, 0), devemos fazer na fungao y = 0. Assim: 0=(2-D@-2) x= Loux=-loux=2. . CAPITULO 3 — FUNGOES 5} Portanto os pontos procurados so: (1, 0) , (1, 0) e (2, 0). O esbogo do grafico dessa fungdo encontra-se na Figura 3.15. 'sbo¢o do grafico da funcio =(2-D@-2). Figura 3.1 FungGes Crescentes e Decrescentes Dizemos que uma fungao fé crescente num intervalo (a, b] se A medida que aumenta 0 valor de x, dentro do intervalo, as imagens correspondentes também aumentam. Em outras palavras, f € crescente num intervalo [4, b] se para quaisquer valores x; e x; do intervalo, com x < x9, tivermos f(x) < fy). Analogamente, dizemos que uma fungio f é decrescente num intervalo [a, b] se A medi- da que aumenta 0 valor de x, dentro do intervalo, as imagens correspondentes vio dimi- nuindo, Em outras palavras, f€ decrescente num intervalo [a, b] se para quaisquer valores x, € x) do intervalo, com x, < xp, tivermos f(x)) > f(x). A Figura 3.16 ilustra essas duas situagdes. Figura 3.16: Fungdes crescente © decrescente. crescente Caso a fungao tenha a mesma imagem em todos os pontos de um intervalo [a, b]. dize- mos que a fungo é constante naquele intervalo. Uma funcao que seja crescente ou constante num intervalo é chamada nao decrescente naquele intervalo; se uma fungdo for constante ou decrescente num intervalo ela é chamada nao crescente naquele intervalo, A Figura 3.17 ilustra fungdes nao decrescentes e nio crescentes. 52 PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL a Figura 3.17: Fungées ndo decrescente e ndo crescente. y 3 ae Ye 2 o—— " Nr do crescente no decrescente Pontos de Maximo e de Minimo Seja f uma fungdo definida num dominio D. Dizemos que x € um ponto de maximo relativo (ou simplesmente ponto de maximo ) se existir um intervalo aberto A, com centro em Xo tal que: i Ff) Sfl%) = Vx EAND. Em outras palavras, xp é um ponto de maximo relativo se as imagens de todos os valores de x pertencentes ao dominio, situados num intervalo centrado em xo, forem menores ou | iguais A imagem de x9, A imagem f(x) é chamada de valor maximo de f. Analogamente dizemos que xo é umponto de minimo relativo (ou simplesmenteponto de minimo) se existir um intervalo aberto A, com centro em xo, tal que: FO) >fO) VeEAND. Em outras palavras, xo € um ponto de minimo relativo se as imagens de todos os valores de x pertencentes a0 dominio situados num intervalo centrado em x9 forem maiores ou iguais & imagem de xp. A imagem f(x) € chamada de valor minimo de f. Assim, por exemplo, na fungio definida no intervalo [a, b] e representada no grafico da Figura 3.18, teremos: Pontos de maximo: a, x2, x4. Pontos de minimo: x1, x3, b. wre 3.1 llustragéo de pontos de maximo e de minimo. yd _——__— x CAPITULO 3— FUNGOES 53 Por outro lado, dizemos que xy € um ponto de méximo absoluto se £0) < fx) Vx E D, €. um ponto de minimo absoluto se F(x) = f(x) Vx € D. Portanto, a diferenga entre um ponto de méximo relativo e maximo absoluto é que 0 primeiro é um conceito vinculado as vizinhangas do ponto considerado, ao passo que o segundo é ligado a todo 0 dominio da fungao. A mesma diferenga ocorre entre ponto de minimo relativo e minimo absoluto. Na fungao representada na Figura 3.18, x 6 ponto de maximo absoluto, e x, 6 ponto de minimo absoluto. Estudo do Sinal de uma Funcéo Estudar o sinal de uma fungao significa obter os valores de x para os quais y > 0 ouy <0 ouy=0. Desse modo, por exemplo, na fun¢o definida no intervalo [2, 10] e representada na Figura 3.19, teremos: ty >Opara2y=2-041=1 assim temos o ponto (0, 1); x= 1 = y=2-1 +41 =3 assim temos 0 ponto (1, 3). Dessa forma, a reta procurada passa pelos pontos (0, 1) ¢ (1, 3) € seu grafico é 0 da Figura 3.22. Figura 3.22: Grafico da funcio y = 2x +1 Exemplo 3.12. Obtenhamos a fungdo cujo grafico é dado na Figura 3.23. Figure 3.23: Fungao do 1° grav. (0,2) (4,0) 56 PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL a Seja y = m-x + na fungdo procurada. Entao: 0 ponto (0, 2) pertence ao grifico, logo: 2=m-0+n=n=2; © ponto (4,0) pertence ao grafico, logo: 0= m-4+n => 4m + tendo em conta que n = 2, obtemos: 4m + 2 = 0 = m=—1/2; ' desta forma, a fungo procurada é y =~ s x42. Observacdes 1) A constante n & chamada de coeficiente linear € representa, no grafico, a ordenada do ponto de intersecgdo da reta com o eixo y (Figura 3.24). A justificativa para essa afirmacdo é feita lembrando que, no ponto de intersecgao do grafico da fungio com 0 eixo y, a abscissa x vale zero; assim, o ponto de intersecgao é da forma (0, y), €, como ele pertence também ao grafico da fungao, podemos substituir x por 0 na fungao y = m+ x +n. Teremos entao: n. ysm-O+n=y Portanto o ponto de intersecgao do grafico com 0 eixo y tem ordenada n. 2) A constante m é chamada de coeficiente angular € representa a variagdo de y correspon- dente a um aumento do valor de x igual a 1, aumento esse considerado a partir de qual- quer ponto da reta; quando m > 0, 0 grafico corresponde a uma fungio crescente, e, | quando m <0, o grafico corresponde a uma fungao decrescente (Figura 3.24). Figura 3.24: Coeficiente linear e angular de uma reta. m>0 m<0 Coeficiente linear Coeficiente angular ‘A demonstragao desta propriedade é a seguinte. Seja x, a abscissa de um ponto qualquer da reta e seja x =x, + 1. Sejam y, e yp as ordenadas dos pontos da reta correspondentes aquelas abscissas. Teremos ypam-xytn GB.) yy =m xy en. (3.2) - Subtraindo membro a membro as relagdes (3.2) € (3.1), € tendo em conta que x)= x; + 1, obteremos CAPITULO 3— FUNCOES 57 J2-Y1 = MO x) => y2-yy =m. Assim, m corresponde a variagio de y correspondente a uma variagao de x igual a 1. Notemos ainda que, se m > 0, teremos y > y, e conseqiientemente a fungiio sera crescente. Por outro lado, se m <0 ento y2 < y; e conseqiientemente a fungao ser decrescente. E fécil verificar no triangulo ABC da Figura 3.24 que m = tga, em que ot é 0 angulo de inclinagao da reta em relagdo ao eixo x. 3) Conhecendo-se dois pontos de uma reta A(x, yi) € BC, y2), 0 Coeficiente angular m é dado por (3.3) Ademonstragao de (3.3) é feita considerando-se o triangulo ABC da Figura 3.25. Figura 3.25: Interpretaséio do coeficiente angular. Temos: Xy—Xy Como 0 = @, entio tgor = tga, € m = tga, segue que m = : 2-2 A demonstracdo € andloga se na Figura 3.25 considerarmos uma reta de uma fungao decrescente. 4) Conhecendo um ponto P(x, yo) de uma reta e seu coeficiente angular m, a fungdo corres- pondente é dada por = Yo = m(x xo). (34) De fato, seja Q(x, y) um ponto genérico da reta, distinto de P (Figura 3.26). 58 PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL 2. Figura 3.26: Determinacao da reta por um ponto e pelo coeficiente angular. y Teremos Yo = ¥~Yo= M(x Xo) Xo e obtemos (3.4). MSY 26. Esboce os gréficos das funcées: d) y=-142 g) y=6-10x =2x, sex 20 =- A) a o) ya ’ Yomserco - ye2rtlsex=1 c) y=3x42 f) y=Sx+6 i) posers} 27. Estude o sinal das seguintes fungées: 9) y=2x-6 o) y=-2e48 e) y= 5x42 b) y=3x412 d) ys-3e 28. Obtenha o coeficiente angular da reta que passa por A e B nos seguintes casos: 9) A(1, 2) e BQ, 7) ) ACI. 4) e BG, 5) b) A, 3) e BQ, 5) d) A(-2, 1)e BGS, -2) 29. Obtenha a equagao de reta que passa por P e tem coeficiente angular m nos seguintes casos a) P(1,3)em=2 c) P(-1,4)em=-1 e) P(0,-4)em b) P@,0)e d) P(-1,-2)em f) P(-2,0)em 30. Obtenha « equacdo de reta que passa pelos pontos A e B nos seguintes casos: 9) A(1,2)e BQ, 3) b) ACI, 0) e B(4, 2) od) AQ, eBO,4) 31. Obtenha as fungées, dados seus graficos, nos seguintes casos a) b) ¢) 1,4) (0,3) ad) (1.4) us) (0,2) (41) I JL CAPITULO 3—FUNCOES 59. 3.5.3 Funcdes Custo, Receita e Lucro do Grau Seja.x a quantidade produzida de um produto. O custo total de produgao (ou simples- mente custo) depende de x, ¢ a relagdo entre eles chamamos de fungio custo total (ou sim- plesmente fungao custo), ¢ a indicamos por C. Existem custos que néio dependem da quantidade produzida, tais como aluguel, seguros | eoutros. A soma desses custos que nao dependem da quantidade produzida chamamos de custo fixo € indicamos por Cr. A parcela do custo que depende de x chamamos de custo | variével, e indicamos por Cy. Assim, podemos escrever: C=Cr+Cy. Verificamos também que, para x variando dentro de certos limites (normalmente nao muito grandes), o custo varidvel é geralmente igual a uma constante multiplicada pela quan- tidade x . Essa constante é chamada de custo variével por unidade. Seja.x a quantidade vendida de um produto. Chamamos de fun xpelo prego de venda e a indicamos por R. A fungao lucro € definida como a diferenga entre a funcao receita R e a fungao custo C. Assim, indicando a fungao lucro por L, teremos receita ao produto de L(x) = R(x) - C(x). Exemplo 3.13. O custo fixo mensal de fabricagdo de um produto € $ 5.000,00, ¢ 0 custo varidvel por unidade € $ 10,00. Entdo a funcao custo total é dada por C=5.000 + 10x. Se 0 produto em questio for indivisivel (por exemplo, ntimero de rddios), os valores de x serdio 0, 1, 2, 3, .... € © grafico sera um conjunto de pontos alinhados (Figura 3.27). Caso 0 produto seja divisivel (como toneladas de aco produzidas), os valores de x serio reais positivos, e 0 grafico sera a semi-reta da Figura 3.28, pois trata-se de uma fungao do 1° grau Figure 3.27: Fungo custo com dominio discreto. Figura 3.28: Fungo custo com dominio continuo. Ciba) 5000 Quando nada for dito a respeito das caracteristicas do produto, admitiremos que 0 mes- mo seja divisivel, sendo o grafico entdo uma curva continua. 0 PARTE 2 — FUNGOES DE UMA VARIAVEL a mplo 3.14. Um produto € vendido a $ 15,00 a unidade (prego constante). A fungio receita sera: R(x) = 15x. O grafico dessa fungao sera uma semi-reta passando pela origem (pois trata-se de uma fungao do 12 grau com coeficiente linear igual a zero). Assim, o grafico dessa fungdo encon- | tra-se na Figura 3.29: | Figure 3.29: Gréfico da fungdo receita R(x) = 15x. | i Se colocarmos 0 grifico da fungio receita desse exemplo e o da fungao custo do exem- plo anterior num mesmo sistema de eixos teremos a Figura 3.30. Nessa figura, podemos observar que os grdficos interceptam-se num ponto N; nesse ponto a receita e 0 custo sio iguais e conseqiientemente o lucro é zero. A abscissa desse ponto € chamada de ponto de nivelamento ou ponto critico e indicada por x*. Figure 3.30: Ponto critico ou de nivelamento. Observemos que: Se x > x*, entdo R(x) > C(x) ¢ portanto L(x) > 0 (lucro positivo). Se x 1.000, o lucro serd positivo e, se x < 1.000, o lucro sera negativo (prejuizo) A fungdo lucro é dada por L(x) = Rx) - Cla), L(x) x — (5.000 + 10x), L(x) = Sx~ 5.000. Adiferenga entre 0 prego de venda e 0 custo varidvel por unidade é chamada de margem de contribui¢io por unidade. Portanto, no nosso exemplo, a margem de contribuigo por unidade vale $ 5,00 (15 — 10). Exemplo 3.16 a) Um produto é vendido com uma margem de contribuigao unitéria igual a 40% do prego de venda. Qual o valor dessa margem como porcentagem do custo varidvel por unidade? b) Um produto é vendido com uma margem de contribuigdo unitéria igual a 50% do custo varidvel por unidade. Qual o valor dessa margem como porcentagem do prego de venda? Resolucao a) Admitamos um prego de venda igual a $ 100,00. Dessa forma, a margem de contribui- gio € igual a (0,40) - 100 = 40, e, portanto, o custo varidvel é igual a $ 60,00. Logo, a 0,6667 = 66,67%. 4) Admitamos um custo varidvel por unidade igual a $ 100,00. Dessa forma, a margem de contribuigdo € igual a (0,50) - 100 = 50, e, portanto, o preco de venda é igual a $ 150,00. Logo, a margem de contribuigdo como porcentagem do prego de venda é zz = 0,3333 = = 33.33%. margem de contribuigdo como porcentagem do custo varidvel € a Observacées 1) Em geral, para grandes intervalos de variagdo de x, 0 grifico da fungdo custo tem o aspecto da Figura 3.31. Até 0 ponto A os custos crescem lentamente, e depois de A passam a crescer de forma mais répida (isso corresponde ao fato de que um grande aumento na produgao implica em novos investimentos). Podemos também perceber, pelo griifico, que até o ponto B o grafico da fungao custo é aproximadamente uma reta, ¢ essa suposi¢ao foi a que utilizamos neste item. OS =... ==]; 62 PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL a Figura 3.31: Fungdio custo genérica 2) Na fungio receita, admitimos que prego era constante e conseqiientemente a fungio receita era do 1° grau. Veremos nos préximos itens como abordar o fato de o prego nio ser constante. 3) Chamamos de custo médio de produgao (ou ainda custo unitario) e indicamos por Cmeo custo total dividido pela quantidade produzida, isto é: Cime(x) = ea. a a eee 32, Determine © ponto de nivelamento (ou ponto critico}, e esboce os gréficos da funcéo receita e custo em cada caso: a) R)=4x e Clix) =504 2x b) R(x) =200x e C(x) = 10.000 + 150x od RG)=3x © CU)=24 4x 33. Obtenha as funcées lucro em cada caso do exercicio anterior, esboce seu grifico e | faca 0 estudo do sinal. 34, Uma editora vende certo livro por $ 60,00 a unidade. Seu custo fixo 6 $ 10.000,00 por més, e 0 custo varidvel por unidade é $ 40,00. Qual 0 ponto de nivelamento? 35. Em relagao ao exercicio anterior, quantas unidades a editora deverd vender por més para ter um lucro mensal de $ 8.000,002 36. O custo fixo de fabricagéo de um produto é $ 1.000,00 por més, e o custo variével por unidade € $ 5,00. Se cada unidade for vendide por $ 7,00: 4) Qual o ponto de nivelamento? b) Se 0 produtor conseguir reduzir 0 custo varidvel por unidade em 20%, & custa do aumento do custo fixo na mesma porcentagem, qual o novo ponto de nivelamento? <) Qual o aumento no custo fixo necessério para manter inalterado o ponto de nivelamento (em relagéo co item o} quando o custo variével por unidade é reduzido em 30%? Ee CAPITULO 3 — FUNCOES 63 37. O custo fixo mensal de uma empresa é $ 30,000,00, 0 prego unitério de venda & $8,00 e 0 custo varidvel por unidade é $ 6,00. 9) Obtenha a fungéo lucro mensal 6) Obtenha « fungéo lucro liquide mensal, sabendo-se que o imposto de renda & 30% do lucro 38. O custo fixo mensal de uma empresa é $ 5.000,00, 0 custo varidvel por unidade produ- zida € $ 30,00, e 0 prego de venda é $ 40,00. Qual a quantidade que deve ser vendida por més para dar um lucro liquide de $ 2.000,00 por més, sabendo-se que o imposto de renda é igual a 35% do lucro? 39, Sabendo que a margem de contribuigdo por unidade & $ 10,00 € 0 custo fixo é $ 150,00 por dia, obtenha: a) A funcao receita. b) A funcao custo total didrio. <) O ponto de nivelamento. d) A fungao lucro diério. €) Aquantidade que deverd ser vendida para que haja um lucro de $ 180,00 por dia 3,00, © prego de venda é 40. O preco de venda de um produto $ 25,00. O custo varidvel por unidade & dado por: a) Matéria-prima: $ 6,00 por unidade. b) Méo-de-obra direta: $ 8,00 por unidade. Sabendo-se que o custo fixo mensal é de $ 2.500,00: 2) Qual o ponte critico (ponto de nivelamento}? 5) Qual a margem de contribuigéo por unidade? ) Qual o lucro se a empresa produzir e vender 1.000 unidades por més? i d) De quanto aumenta percentualmente o lucro, se a producéo aumentar de 1.000 : para 1.500 unidades por més? 41, Pora uma producéo de 100 unidades, o custo médio € $ 4,00, € 0 custo fixo, $ 150,00 por dia. Sabendo-se que 0 preco de venda é $ 6,00 por unidade, obtenha a) O lucro para 100 unidades vendidas. b) © ponto critico (nivelamento) 42. Uma editora pretende langar um livro e estima que a quantidade vendida seré 20.000 unidades por ano. Se 0 custo fixo de fabricacéo for $ 150.000,00 por ano, e 0 varidvel por unidade $ 20,00, qual o preco minimo que deverd cobrar pelo livro para néo ter prejuizo? 43, Uma empresa fobrica um produto a um custo fixo de $ 1.200,00 por més e um custo varidvel por unidade igual a $ 2,00; 0 preco de venda é $ 5,00 por unidade. Atualmente o nivel de vendas é de 1.000 unidades por més. A empresa pretende reduzir em 20% 0 preco de venda, visando com isso aumentar suas vendas. Qual deverd ser o aumento na quantidade vendida mensalmente para manter o lucro mensal? 44, 45, 46. 47. 48. 49. 50. 52. 53. 54 dd PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL = Umo malharia opera a um custo fixo de $ 20.000,00 por més. © custo varidvel por malha produzida é $ 60,00, e 0 prego unitario de venda é $ 100,00. Nessas condigdes seu nivel mensal de vendas é de 2.000 unidades. A diretoria estima que, reduzindo em 10% © prego unitério de venda, haveré um aumento de 20% na quantidade vendida Vocé acho vantajosa essa alteragéo? Justifique. Um encanador A cobra por servico feito um valor fixo de $ 100,00 mais $ 50,00 por hora de trabalho. Um outro encanador B cobra pelo mesmo servico um valor fixe de $ 80,00 mais $ 60,00 por hora trabalhada. A partir de quantas horas de um servico o encanador A é preferivel co B? A transportadora X cobra por seus servicos $ 3.000,00 fixo mais $ 20,00 por quilémetro rodado.~A transportadora ¥ cobra $ 2.000,00 fixo mais $ 30,00 por quilémetro rodado. A partir de quantos quilémeiros rodados é preferivel usar a transportadora X? Uma empresa que trabalha com um produto de preciséo estima um custo didrio de $ 2.000,00 quando nenhuma peca é produzida, e um custo de $ 8.000,00 quando 250 unidades sdo produzidas 49) Obtenha a funcéo custo, admitinde que ela seja uma fungéo do 12 grau da quan- tidade produzide x. b) Qual o custo didrio para se produzirem 300 unidades? Quando 10 unidades de um produto séo fabricadas por dia, o custo é igual a $ 6.600,00. Quando so produzidas 20 unidades por dia 0 custo é $ 7.200,00, Obtenha «a funcdo custo supondo que ela seja uma funcdo do 1° grav. Uma empresa opera com um custo fixo diério de $ 500,00. © ponto de nivelamento ocorre quando sao produzidas e vendidas 20 unidades dioriamente. Qual a margem de contribuigéo por unidade? Uma loja compra um produto e o revende com uma margem de contribuigdo unitéria igual a 20% do preco de venda. a) Expresse 0 preco de venda (p) em funcdo do custo variével por unidade (c). b) Qual a margem de contribuicdo unitéria como porcentagem de c? Se a margem de contribuicéo unitéria é igual a 30% do prego de venda, qual é esso margem como porcentagem do custo varidvel por unidade? Se a margem de contribvigéo unitéria é igual a 25% do custo variével por unidade, qual o valor dessa margem como porcentagem do prego de venda? Seja m, a margem de contribuicéo como porcentagem do custo varidvel e m, a margem . my de contribuigéo como porcentagem do prego de venda. Mostre que m, e Em relagao ao exercicio anterior, expresse m, como fungdo de m,. CAPITULO 3—FUNGOES 65 3.5.4 Funcdes Demanda e Oferta do 12 Grau A demanda de um determinado bem € a quantidade desse bem que os consumidores pretendem adquirir num certo intervalo de tempo (dia, més, ano ¢ outros). A demanda de um bem é fungo de varias varidveis: prego por unidade do produto, renda do consumidor, pregos de bens substitutos, gostos e outros. Supondo-se que todas as varidveis mantenham-se constantes, exceto o prego unitério do prdprio produto (p), verifi- ca-Se que 0 prego p relaciona-se com a quantidade demandada (x). Chama-se fungao de demanda a relacio entre p e x, indicada por p = f(x). Existe a fungdo de demanda para um consumidor individual e para um grupo de consu- midores (nesse caso, x representa a quantidade total demandada pelo grupo, a um nivel de prego p). Em geral, quando nos referirmos a fungdo de demanda, estaremos nos referindo a um grupo de consumidores e chamaremos de fun¢do de demanda de mercado, Normalmente, o grifico de p em fungao de x (que chamaremos de curva de demanda) é ode uma fungio decrescente, pois quanto maior 0 preco, menor a quantidade demandada. Cada fungio de demanda depende dos valores em que ficaram fixadas as outras varidve (renda, prego de bens substitutos e outros). Assim, se for alterada a configuracao de: outras varidveis, teremos nova fungdo de demanda. O tipo e os parmetros da fungao de demanda so geralmente determinados por méto- dos estatisticos. Consideraremos neste item fungdes de demanda do 1° grau. Exemplo 3.17. O ntimero de sorvetes (x) demandados por semana numa sorveteria relacio- ma-se com 0 preco unitétio (p) de acordo com a fungao de demanda p = 10 - 0,002x. Assim, se 0 prego por unidade for $ 4,00, a quantidade x demandada por semana seré dada por 4= 10-0,002x, 0,002x = 6, x= 3,000. O grafico de p em fungao de x € 0 segmento de reta da Figura 3.32, pois tanto p como x no podem ser negativos. Figura 3.32: Grafico da fungi de demanda p= 10-0,002x. Pp 10 66 PARTE 2 —.FUNCOES DE UMA VARIAVEL a Analogamente, podemos explicar 0 conceito de fungio de oferta. Chamamos de oferta de um bem, num certo intervalo de tempo, A quantidade do bem que os vendedores desejam. oferecer no mercado. A oferta é dependente de varias varidveis: prego do bem, precos dos insumos utilizados na produgdo, tecnologia utilizada e outros . Mantidas constantes todas as varidveis exceto 0 preco do proprio bem, chamamos de funcao de oferta relagdo entre 0 preco do bem (p) e a quantidade ofertada (x) e a indicamos por p = g(x). ‘Normalmente, o grifico de p em fungdo de x é 0 de uma fungao crescente, pois quanto maior 0 prego, maior a quantidade ofertada. Tal gréfico é chamado de curva de oferta, Obser- vemos que teremos uma curva de oferta para cada configurago das outras varidveis que afetam a oferta, Veremos neste item fungdes de oferta do 1° grau Exemplo 3.18, Admitamos que, para quantidades que no excedam sua capacidade de pro- dugo, a fungo de oferta da sorveteria do Exemplo 3.17, seja do 1° grau. Suponhamos que, se 0 prego por sorvete for $ 2,10, a quantidade ofertada seré 350 por semana, e, se 0 prego for $ 2.40, a quantidade ofertada ser 1.400. Vamos obter a fungio de oferta: Observando a Figura 3.33, teremos: + O coeficiente angular da reta € Ay 2,4—2,1 0,3 1 Ax 1400-350 1.050 ~ 3.500" + A equagdo da reta de oferta é: 1 -2,1= —— (x-350), 3.500 - » ou seja, 1 42 3.500 ° Figura 3.33: Fungao de oferta do Exemplo 3.18. Finalmente, passemos a explicar 0 conceito de ponto de equilibrio de mercado. Chama- mos de ponto de equilibrio de mercado ao ponto de intersecco entre as curvas de demanda e oferta, Assim, temos um prego e uma quantidade de equilibrio. : CAPITULO 3 — FUNGOES 67 Exemplo 3.19. Consideremos a fungao de demanda por sorvetes p = 10-0,002xe a fungao de oferta de sorvetes p = 3 Temos a situacdio esquemati \da na Figura 3.34, Figura 3.34: Ponto de equilibrio de mercado. No ponto de equilibrio, © prego € 0 mesmo na curva de demanda e de oferta. Logo: l x+2=10-0,002x, 3.500 x + 7.000 = 35.000 — 7x, 8x = 28.000, x= 3.500. Substituindo o valor de x encontrado numa das duas curvas, por exemplo, na da oferta, teremos: 1 i so ae 2=3. 3.500 00+ 3 Portanto, no ponto de equilibrio, o prego do sorvete sera $ 3,00, ¢ a quantidade semanal vendida sera 3.500 unidades. O nome ponto de equilibrio decorre do seguinte fato: se 0 prego cobrado for maior que $3,00, a quantidade ofertada sera maior que a demandada. Os produtores para se livrarem do excedente tenderdo a diminuir o prego forcando-o em diregao ao prego de equilibrio. Por outro lado, se 0 prego for inferior a $ 3,00, a demanda sera maior que a oferta e esse excesso de demanda tende a fazer com que o prego suba em diregao ao prego de equilibrio. Exemplo 3.20, As fungdes de demanda ¢ oferta de um produto sao dadas por: Demanda: p = 100 ~0,5x Oferta: p = 10 + 0,5x a) Qual 0 ponto de equilibrio de mercado? b) Se governo cobrar, junto ao produtor, um imposto de $ 3,00 por unidade vendida, qual © novo ponto de equilfbrio? 68 PARTE 2 — FUNGOES DE UMA VARIAVEL = Resolucaio a) 100-0,5x = 10 + 0,5x, | -x=-90 = x= 90. Conseqiientemente, p = 100 — 0,5 « (90) = 55. b) Nesse caso, o custo de producao aumentaré $ 3,00 por unidade. Como conseqiténcia, para um dado valor de x na curva de oferta, o prego correspondente ser 3 unidades superior ao prego da curva anterior. Portanto, a nova curva de oferta ser uma reta para- lela & curva de oferta anterior, situada 3 unidades acima, como mostra a Figura 3.35: Figura 3.35; Curva de oferta do Exemplo 3.20. pH13+0,5x pH10+05x A nova curva de oferta teré como equagio, entdo, p = 10 + 0,5x + 3, ou seja, p=13+0,5x. A curva de demanda ndo se desloca, pois a cobranga do imposto ndo vai afetar as prefe- réncias do consumidor; 0 que efetivamente vai se alterar é 0 ponto de equilfbrio, que nesse caso é dado por: 100 — 0,5x = 13 + 0,5x, x =-87 > x = 87. E 0 novo prego de equilibrio passa a ser p = 100 - 0,5 - (87) = 56,50. Assim, o mercado se equilibra num prego mais alto e com uma quantidade transacionada menor (Figura 3.36). Figura 3.36: Prego de equilibrio para o Exemplo 3.20. oferta depois do imposto oferta antes do imposto, a CAPITULO 3— FUNGOES — 69 Se 55, Num estacionamento para automéveis, o preco por dia de estacionamento é $ 20,00. A esse preco estacionam 50 automéveis por dia. Se o preco cobrado for $ 15,00, esta- cionarao 75 automéveis. Admitindo que a funcéo de demanda seja do 1? grau, obte- nha essa funcéo. 56, Uma empresa vende 200 unidades de um produto por més, se © prego unitério € $5,00. A empresa acredita que, reduzindo o preco em 20%, o numero de unidades vendidas seré 50% maior. Obtenha a fungao de demanda admitindo-a como fungéo do 12 grav. 57. O prego unitério do pao francés € $ 0,20 qualquer que seja a demanda em uma padaria. Qual o grafico dessa funcéo? 58. Quando o preco unitério de um produto é $ 10,00, cinco mil unidades de um produto 360 ofertadas por més no mercado; se o preco for $ 12,00, cinco mil e quinhentas unidades estaréo disponiveis. Admitindo que a funcéo oferta seja do 1° grau, obtenha sua equacéo. 59. Um fabricante de fogdes produz 400 unidades por més quando o prego de venda é $ 500,00 por unidade, @ séo produzidas 300 unidades por més quando o prego é $ 450,00. Admitindo que a funcéo oferta seja do 1% grau, qual sua equacao? 60. Das equagées abaixo, quais podem representar funcées de demanda e quais podem representar fungées de oferta? 0) p= 60-2x d) 3x + 4p—1.000=0 b) p=104x e) 2x-4p-90=0 ) p-3x+10=0 61. Determine 0 preco de equilibrio de mercado nas seguintes situacées: a) oferta: p= 10 +x b) oferta: p = 3x + 20 demanda: p = 20—x demanda: p = 50-x 62, Em certa localidade, a funcéo de oferta anual de um produto agricola é p = 0,0Lx—3, em que p é 0 preco por quilograma e x é a oferta em toneladas. a} Que preco induz uma produgéo de 500 toneladas? b} Se o preco por quilograma for $ 3,00, qual a produgéo anual? ) Qual o ponto de equilibrio de mercado se a funcéo de demanda anual for p=10-0.01x? 63. Uma doceria produz um tipo de bolo de tol forma que sua funcéo de oferta diéria 6 p=10+0,2x. a) Qual o prego para que a oferta seja de 20 bolos didrios? b) Se 0 preco unitério for $ 15,00, qual a oferta diéria? ¢) Se a funcdo de demanda diéria por esses bolos for p = 30 — 1,8x, qual o preco de equilibrio? 70 64 65. 66. 67. 68. 69. 70. n PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL a Num certo mercado, os equacées de oferta e demanda de um produto sao dadas por: oferta: x = 60 + Sp demanda: x = 500 - 13p Qual a quantidade transacionada quando o mercado estiver em equilibrio? Em certo mercado as funges de oferta e demanda sao dados por: oferta: p = 0,3x + 6 demanda: p = 15 -0.2x Se Governo tabelar o prego de venda em $9.00 por unidade, em quantas unidades a demanda excederé a oferta? © prece unitario p de um produto relaciona-se com @ quantidade mensal demandada x e com a renda mensal R das pessoas de uma cidade, por meio da expressdo p=50-2x4R. a) Qual a equacéo de demanda se R = 10, R = 20 e R = 302 Faca os gréficos. b)_O que acontece com o gréfico da fungdo de demanda medida que R aumenta? A funcdo de oferta de determinado produto é p = 40 + 0,5x, em que p 60 preco unitario ex 6a oferta mensal. 9) Qual a nova funcéo de oferta se houver um imposto de $ 1,00 por unidade vendi- da, cobrado junto ao produtor? b) Resolva o item anterior supondo que haja um subsidio de $ 1,00 por unidade vendida. As funcées de oferta e demanda de um produto sdo, respectivamente, p = 40 +.xe p= 100-x. a) Qual o prego de equilibrio? b) Seo governo insfituir um imposto igual a $ 6,00 por unidode vendida, cobrado junto a0 produtor, qucl 0 novo preco de equilibrio? <) Nas condicées do item b, qual a receita arrecadada pelo govern? No exercicio anterior, qual serio a receita arrecadada pelo governo, se o imposto fosse de $ 2,00 por unidade? As funcées de oferta e demanda de um produto séio dadas por: 20 + 0,5x demanda: p = 160— 3x a} Qual © preco de equilibrio de mercado? b) Se © governo inslituir um imposto adiabem igual a 10% do preco de vende, cobra: do junto ao produtor, qual 0 novo prego de equilibrio? oferta: Resolva o exercicio anterior, considerando um imposto igual a 20% do preco de venda fe CaPiTULO3 — FUNGOES 71 72. Dado © grético abaixo da funcdo de oferta de um produto: P % O que ocorre com esse gréfico se houver cada uma das alteracées: a} Aumento da produtividade do trabalho, mantides as demais condicées do enunciado b) Reducdo de impostos, mantidas as demais condigdes do enunciado. 3.5.5 DepreciagGo Linear Devido ao desgaste, obsolescéncia ¢ outros fatores, o valor de um bem diminui com o tempo. Essa perda de valor ao longo do tempo chama-se depreciacao. im, © grafico do valor em fungo do tempo é uma curva decrescente. Nesse item, vamos admitir que a curva de valor seja retilinea. Evemplo 3.21. O valor de uma méquina hoje € $ 10.000,00, e estima-se que daqui a 6 anos sja $ 1,000.00. 2) Qual o valor da maquina daqui a x anos 4) Qual sua depreciagao total daqui ax anos? 4) Considerando que o valor decresga linearmente com o tempo, o grifico do valor € dado pela Figura 3.37. Figura 3.37: Grafico do valor em fungéo do tempo. A equagio dessa reta é dada por V = mx + n, em que n = 10.000 (coeficiente linear). Ocoeficiente angular m € dado por: 10.000 - 1.000 __} 599, x o- Portanto a equagao da reta procurada é V = -1.500x + 10.000. ry PARTE 2.~ FUNCOES DE UMA VARIAVEL b) A depreciagao total até a data x vale: D=10.000-V, D = 10.000 —(-1.500x + 10.000), D=1.500x. Mmmm 73. O valor de um equipamento hoje é $ 2.000,00 e daqui a 9 anos seré $ 200,00. Admitindo depreciagéo linear: a} Qual o valor do equipamentodaqui a 3 anos? b) Qual o total de sua depreciagao daqui a 3 anos? <) Daqui a quanto tempo 0 valor da méquina seré nulo? 74. Daqui o 2 anos o valor de um computador seré $ 5.000,00 ¢ daqui a 4 anos seré $ 4,000,00. Admitindo depreciacao linear: a} Qual seu valor hoje? b) Qual seu volor daqui a 5 onos? 75. Daqui a 3 anos, a depreciagéo total de um automével seré $ 5.000,00, e seu valor daqui o 5 anos seré $ 10,000,00. Qual seu valor hoje? 76. Um equipamento de informética 6 comprado por $ 10.000,00 e apés 6 anos seu valor estimado é de $ 2.000,00. Admitindo depreciagéo linear: 4a) Qual a equacéo do valor daqui a x anos? b) Qual a depreciacao total daqui a 4 anos? 77. Com relacao a0 exercicio anterior, daqui e quantos anos o valor do-equipamento seré nulo? 3.5.6 Funcao Consumo e Fungao Poupanca Suponhamos que uma familia tenha uma renda disponivel (renda menos os impostos) varidvel més a més, e uma despesa fixa de $ 1.200,00 por més. Suponhamos ainda que essa familia gaste em consumo de bens e servigos 70% de sua renda disponivel, além do valor fixo de $ 1.200,00. Assim, chamando de C 0 consumo e ¥ a renda disponivel, teremos: C=1.200+0,7Y. Observamos entiio que o consumo € fungdo da renda disponivel e tal fungdo € chamada fungao consumo, A diferenca entre a renda disponivel e o consumo é chamada de poupange € é indicada por S. Assim: S=Y-C, S=Y-(1.200+0,7Y), S=0,3¥ - 1.200. Portanto, a poupanga também é fungao da renda disponivel. | I - CAPITULO 3-— FUNGOES 73 O gasto fixo de $ 1.200,00 é chamado de consumo auténomo (existente mesmo que a renda disponivel seja nula, & custa de endividamento ou de uso do estoque de poupanca). O grafico das fungdes consumo e poupanga esto na Figura 3.38 Figura: 3.38: Fungdes consumo e poupanga. c s 1200 Notemos que na fungdo poupanga, se Y = 4.000, entdo S = 0, ou seja, $ 4.000,00 6 a renda minima para nao haver endividamento (ou uso do estoque de poupanga). De fato: Se ¥ = 4.000, entdo C= 1.200 + 0,7(4.000) = 4.000. De modo geral, podemos escrever as fungdes consumo e poupanga da seguinte forma: C=Cj+mY S=Y-C=-Cy+(1- my. A constante Cy é chamada de consumo auténomo; o coeficiente angular m da fungio consumo é chamado de propensio marginal a consumir, ¢ o coeficiente angular da fungao poupanga (I~ m) é chamado de propensdo marginal a poupar, Observacdes 1) Verifica-se que a propensao marginal a consumir é sempre um ntimero entre Oe 1. 2) Admitimos, neste item, que a fungao consumo é do 1? grau da renda disponfvel. Contu- do, dependendo das hipoteses feitas, ela pode ser de outra natureza, 3) Noexemplo feito, vimos a fungao consumo e a fungao poupanca para uma nica familia, mas a idéia pode ser estendida para um conjunto de familias, Nesse caso, teremos as funges consumo e poupanca agregadas. SSS 78. Uma familia tem um consumo auténomo de $ 800,00 e uma propensdo marginal 0 consumir igual o 0,8. Obtenha: @) A funcéo consumo. b) A fungéo poupanca 79. Dada a fungéo consumo de uma familia C = 500 + 0,6¥, pede-se- 2) A funcée poupanga. b) Arenda minima para que a poupanca seja néo negativa. Ds PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL 80. Dada a funcéo poupanga de uma familia $= a) A fungao consumo. b) Arenda que induza um consumo de $ 1.450,00. 800 + 0,35Y, pede-se: 81. Suponha que tudo que é produzido numa ilha seja consumido nela proprio. Néo hé gastos com investimentos (visando aumento futuro da capacidade produtiva), nem go- verno. A fungao consumo anual é C= 100 + 0,8Y. Qual a renda de equilibrio (aquele para a qual o que é produzido é consumido)? 82. Com relacéo ao exercicio anterior, suponhe que os habitantes decidam investir $ 50,00 por ano, visando com esses gastos um aumento da capacidade produtiva. Qual seria arendo anual de equilibrio (aquela para a qual o que é produzido é gasto com consu- mo mais investimentos)? 83, Com relagdo ao exercicio anterior, qual seria o valor do investimento anual J necessé- fio para que, no equilibrio, a renda fosse igual & renda de pleno emprego, suposta igual o $ 800,002 (Renda de pleno emprego é aquela em que sdo usados totalmente os recursos produtivos.) 84, Numa economia fechada e sem governo, suponha que a fungéo consumo do pais seja C= 40 +0,75Y, ea renda de pleno emprego igual a $ 500,00. Qual o nivel de investi- mento I necessério para que a economia esteja em equilibrio a pleno emprego? 85. Num pais, quando a renda é $ 6.000,00, o consumo é $ 5.600,00, e, quando a renda é $ 7.000,00, o consumo €é $ 6.200,00. Obtenha a fungéo consumo, admitindo-a como: funcéo de I? grav 86. Com relagao ao exercicio anterior, obtenha a fungéo poupanga. 3.5.7 FungGo Quadratica E toda fungao do tipo ysar+bxtc, em que a, be c so constantes reais com a # 0. O grifico desse tipo de fungao é uma curva chamada parabola. A concavidade é voltada para cima se a > 0, e voltada para baixo se a <0 (Figura 3.39). Figura 3.39: Grafico da fungéo quadratica. a v v a>0 a 0, a abscissa do vértice € um ponto de minimo; se a < 0, a abscissa de vértice é um ponto de maximo. Os eventuais pontos de intersecco da parabola com 0 eixo x so obtidos fazendo y = 0. Teremos a equacdo ax? + bx + c= 0. Se a equacdo tiver duas rafzes reais distintas (A > 0), a parébola interceptaré o eixo.xem dois pontos distintos; se a equagdo tiver uma tinica raiz real (A = 0), a parabola interceptaré ocixo x num Gnico ponto; finalmente, se a equagao nao tiver rafzes reais (A <0), a parabola nio interceptard o eixo x (Figura 3.40). Figura 3.40: Fungdes quadraticas. f 7 \/ [MY a>0 a>0 a>0 a>o A=0 a<0 a<0 a<0 a<0 A intersecgao com 0 eixo y é obtida fazendo-se x = 0. Portanto: xs0Syaa-C+b-0+cSy=e, ou seja, 0 ponto de intersecgao da parabola com 0 eixo y € (0, c). Com relagio ao vértice da parabola, indicando por xe y, a abscissa e a ordenada do vértice, respectivamente, teremos: -b -A mest, e y= fox, ; 2a aa Para demonstrarmos essas relagdes, vamos proceder da seguinte forma; seja y=ax?+ bx +c, logo yeales fxs ate 2 Dentro do parénteses, em que hd reticéncias, vamos adicionar vamos subtrair de ¢ 0 valor 2 (Note que o termo adicionado dentro dos parénteses est mul- 4a tiplicado por a). Dessa forma teremos: (er bxr B)ec-Z. > &, para compensar, ye 16 PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL ag > 2 Ouseja,y=a{x+ 2) +e- = . pois o termo entre parénteses € um trinémio quadra- do perfeito. Como o termo entre parénteses € um quadrado, sera sempre maior ou igual a zero. Assim: + Se a> 0, a concavidade serd para cima, e 0 ponto de minimo ser aquele para o qual expressio entre parénteses da zero, ou seja x= 3 cesta é a abscissa do vértice. a + Se a <0, a concavidade seré para baixo, e ponto de maximo ser4 aquele para o quala -b expressdo entre parénteses dé zero, ou seja x = , € esta € a abscissa do vértice. 2a Assim, em qualquer caso, a abscissa do vértice sera x, = 3 _ A justificativa de que a yy =f(x,) € imediata, pois a ordenada do vértice é a imagem da abscissa do vértice. Exempt 3.22. Vamos esbogar o grifico da fungao y = x? — 4x + 3. Temos: a) a= 1. Portanto a concavidade é voltada para cima. b) Intersecgdo com 0 eixo x: y=0 = x2 4x +3 =0, cujas rafzes sio: x= | oux = 3. Portanto, os pontos de intersecgio com 0 eixo x so: (1, 0) € (3, 0). c) Intersecgdo com 0 eixo y: x= 0S y=@-4-04+3 5y=3. Portanto, 0 ponto de intersecgao com 0 eixo y €é (0, 3). d) Vértice W=fQ)=2—4-(2)43=-1. Portanto, 0 vértice € 0 ponto (2,—1). Observemos que.x= 2 € um ponto de minimo da fungao. De posse das informagdes obtidas, podemos esbogar o grafico da fungao (Figura 3.41} Figura 3.41: Grafico da fungdo y = x? — 4x +3, CAPITULO 3—FUNGOES 77 Exemplo 3.23, Vamos estudar o sinal da fungdo y = =x? + 9. Resoluciio Nesse caso, 86 precisamos encontrar os pontos de intersecco do grafico com 0 eixo x, jd que a concavidade é voltada para baixo (a = —1). Assim: y=0 3-249 =0 = x2 =9, cujas raizes x=30ux=-3, Para o estudo do sinal ndo necessitamos conhecer a intersecgao com 0 eixo y, nem o vértice. O esbogo é dado a seguir: Portanto: y > 0 para-3 3, y = Oparax=3oux=~3 Exemplo 3.24. Estudemos o sinal da fungao y = ates Temos 1) Sinal de x2 — 4x + 3 (A) 2) Sinal de x — 2 (B) © @ 2 3) Quadro quociente 1 3 3 Sinal de A + - - + Sinal de B - - + + Sinal de @ ° ® 78 PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL. Portanto, y > Oparal3, y 0 Fazendo y = x? — 7x + 6 ¢ estudando o sinal de y teremos: Para que y = 0, devemos ter: x = 1 ou x > 6. Portanto o dominio da fungao é D={xER|x = 1 oux= 6}. PSS ee 87. Esboce os graficos dos seguintes funcées: a) yox2-3x42 b) ysit-Sx44 co) ys + Tx-12 d) y=3x-2 e) y=4—2 fy 2x+1 88. Estude © sinal das fungées do exercicio anterior, ache os pontos de méximo ou de minimo e ainda © conjunto imagem: CAPITULO 3—FUNGOES 79 89. Estude o sinal das seguintes funcdes: B-6r45 2-1 0) fla) = SS 0 f= 35, _ Bax _ Pa 6r48 ») fad= ¢) fa)= 5 90. Dé o dominio das seguintes funcées: 0) fx) = VP =e @) foy= JF % b) foy= V2 e) fx) = aa 1 ¢) f= Teoa 971. Obienha os pontos de méximo e de minimo das seguintes funcées, nos dominios indicados: 0) y=4x-2;D= [2,4] od y=*;D=E-1, 1] b) y=4x—27; D=[0, 2] d) y=10x-2?, D=[5, 8} 3.5.8 Funcdes Receita e Lucro Quadraticas Anteriormente vimos como obter a fungao receita quando o prego era constante, Veja- mos, neste item, como obter a fungao receita quando 0 preco pode ser modificado (com conseqiiente alteragaio da demanda, de acordo com a fungao de demanda). Exemplo 3.27. A fungio de demanda de um produto é p = 10 — x, ea fungio custo é C= 20+ x. Vamos obter: 2) A fungao receita e 0 prego que a maximiza. b) A fungao lucro e o prego que a maximiza. 4) Por definigao de receita, Assim, a receita € uma fungo quadratica de x, e seu grifico € dado pela Figura 3.42: Figura 3.42: Funcdo receita R(x) Ri lox — 2 80 PARTE 2 — FUNCOES DE UMA VARIAVEL a . 4 2 eg -l Portanto, o valor de x que maximiza R é a abscissa do vértice x = aa = 5. Como conseqiiéncia, o correspondente prego é dado pela fungdo de demanda p = 10-5 =5. b) A fungao lucro é dada por L = R ~ C, ou seja: L=10x-?- (20+) =x? + 9x20. O lucro também é uma fungdo quadritica dex e seu grafico é dado pela Figura 3.43: Figure 3,43: Funcdo lucro L(x) = -1? + 9x — 20, O valor de x que maximiza o lucro € a abscissa do vértice x = = = 4,5. O corresponden- te prego € dado pela fungao de demanda p = 10 - 4,5 = pelo grafico que 0 lucro s6 € positivo para 4

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