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Psicologia-USP, 8. Paulo, 2(1/2); 105-109, 1991 O PAPEL DO REGISTRO DE OBSERVAGAO DE COMPORTAMENTOS, EDA QUANTIFICAGAO NO DIAGNOSTICO CLINICO COMPORTAMENTAL* * Edwiges Ferreira de Mattos Silvares * SILVARES, F.F-M. O papel do registro de observaglo de comportamentos ¢ da quantificaglo no diagnéstico clinica ‘comportamental Psicologia-USP, Sio Paulo, 2 (2) 105-109, 1991 RESUMO: O propésito do presente texto ¢ analisar o papel do registro de observaciio de comportamentos € da quantificagdo no diagnéstico comportamental. Ao mesmo tempo que evidencia a necessidade de se conseguir uma quantificagio nesse recurso avaliativo, chama atengio para alguns de scus aspectos muitas vezes negligenciados, tais como sua importincia no esclarecimento da queixa do cliente. DESCRITORES: Terapia comportamental. Avaliagio comportamental, A solicitagao, feita pelo terapeuta comportamental ao cliente, para que efetue 0 registro de obser- vagdo de scus comportamentos problematicos em diferentes estigios do trabalho terapéutico, poder sur- preender os que nfo vejam no pedido uma tentativa de alcangar ¢ demonstrar efetividade no trabalho clinico psicolégico. E nosso objetivo, buscar mostrar de que forma esse recurso de avaliago diagnéstica pode cumprir esse papel. Dito de outra mancira, iremos discutir as razBes cmpiricas ¢ te6ricas do emprego do registro de observagio de comportamentos em clinica. Simultaneamente ¢ por motivos andlogos, iremos considerar também a necessidade de se dar ao mesmo um cariter quantitativo. ‘A importincia de nossas consideragdes niio reside na originalidade das mesmas mas no fato de ex- plicitar 0 que muitas vezes est4 implicito em trabalhos relativos 3 avaliagdo comportamental e cuja sistema- tizagdo ¢ reflexio, embora pertinentes, nem sempre ocorrem, Tremos daqui para frente, a fim de facilitar nosso trabalho, cm lugar de registro de observagio de comportamentos, dizer sinteticamente apenas registro. ‘Nao 6 demais, primeiramente, retomar 0 conceito de registro para depois considerar sua raziio de ser no diagnéstico comportamental, Registro, em geral, tem 0 sentido de notagdo por escrito, ou de outra forma qualquer que permita andlise posterior pelo terapeuta, acerca dos comporiamentos alvo da queixa, jé previamente identificados € especificados pelo clinico comportamental cam 0 auxilio do préprio cliente. (Silvares, 1990 a). Parece cabivel colocar aqui um parénteses explicativo sobre especificagzio ¢ identificago de compor- tamentos problematicos, antes de dar prosseguimento a outras consideragdes sobre o que se entende por registro. Tamo WOLPE (1981) como LAZARUS (1975) ~ dois proeminentes terapéutas comportamentais — reconheccram ser uma das fungdes primérias do clinico comportamental a identificagdio dos problemas ¢ das interagdes que levaram o cliente a entrar em contato com o teraptuta. No processo de identificagiio do que registrar ou na identificacdo dos comportamentos problemiticos do cliente, duas questdes parecem essenciais, segundo MARKS (1987): a) O que voct faz ¢ que nao gostaria de fazer? b) O que voc’ nao faz. que gostaria de fazer? * Professora de Graduagio © Pés-Gradua¢i0 no Departamento de Psicologia Clinica, Instituto de Psicologia da Universi- dade de Sio Paulo Pesquisadora da FAPESP/CNPa ¢ Bolsista do CNP4. ‘+ Este antigo bascia-se, em parte, no trabalho apresentado no II Simp6sio Nacional de Intercimbio Ciemtifico ¢ de Pesquisa promovide pela ANPEPP. Agradcoemos & Dra, Maria Amélia Matos ¢ Dra, Nilce Pinheiro Mejias por suas preciosa ‘Bestdes para elaboracio final do mesmo. 105 Silvares, E. F.M. Psicologia-USP, S, Paulo, 2 (1/2), 1991 Essas questdes, durante o processo de identificagiio dos comportamentos problematicos, certamente indo ajudar o terapéuta também no processo de especificagdio dos mesmos. Especificar um comportamento consistiria no trabalho de em conjunto com o cliente definir, do modo mais claro ¢ objetivo possivel, a queixa trazida por ele a fim de que o que Ihe est acarretando problemas ¢ © levou até 20 clinico apoie-se em referentes comportamentais ¢ possa passar por um processo de quantifi- cagio (SILVARES, 1990 b, p.4). Pelo exposto no parénteses anterior, parece ficar claro o fato de o registro ser precedido pela identifi cago ¢ especificagtio dos comportamentos alvo da queixa dos clientes, Passemos enti, a dar alguns exem- plos da aplicagdio do registro na pritica clinica, considerando algumas sutis diferengas entre registros relati- vos a adultos ¢ a criangas de modo a compreender melhor a funcilo desse recurso avaliativo na clinica, No caso de adultos, 0 registro exige um processo de auto-monitoria dos préprios comportamentos problemiticos uma vez que a notagio deles é geralmente feita pelo cliente mesmo. No caso de criangas, os pais ¢ que cm geral produzem o registro ¢ conseqilentemente sio também responsaveis pela monitorizagZo dos comportamentos inadequados da mesma. Assim, em lugar previamente combinado (agenda, checklist, folha especialmente preparada para 0 registro, ou outro instrumento qualquer como por exemplo num gra- vador cassete) o cliente ou qualquer um que auxilic o terapéuta, registra os comportamentos alvo da queixa, Se uma queixa de um cliente adulto parece ser problema de descontrole pode ser pedido a cle que se auto observe ¢ registre por um certo periodo, todas as vezes em que ocorrer sua falta de controle, ou poderd ser sugerido a cle que grave as situagdes nas quais perde o controle durante o perfodo. Supde-se que, uma vez feito 0 registro, soja por escrito, com fita gravada, ou de outra forma qualquer, 0 cliente o leve para 0 terapGuta examinar ¢ discutir seu conteiido com ele (HAYNES, 1978, HAYES, 1987). Da mesma forma, cm sc tratando de um clicnte infantil, cuja queixa principal 6, por exemplo, sua di- ficuldade em controlar os csfincteres, & medida cm que sc estuda scu caso, solicita-se a um ou ambos pais que anotem diariamente, ao acordar a crianga pela mand, se a cama dela est ou no molhada e que du- rate o dia registrem todas as vezes que ela urinar em local inapropriado, Quando se discute com 0 cliente o que cle deverd registrar, estabelecem-se também quais outros fa- tores, além dos comportamentos problematicos, deverdo ser incluidos no registro (HAYNES, 1978; NEL- SON & HAYES, 1986). Assim, por exemplo, cle poder anotar dados de magnitude do comportamento, soja sua duragilo ou intensidade ou ainda tempo entre uma dada situagio ¢ 0 aparecimento do comporta- mento. Podord, além disso, anotar também alguns dados relativos a eventos externas ¢ intemos, antece- dentes ¢ consequentes a0 comportamento em questo. (Isto porque se acredita que elementos do ambicnte onde os comportamentos ocorrem podem exercer controle sobre ele ¢ podem ser responsdiveis por sua ma- nutenglo (SKINNER, 1953). Da mesma forma ainda, caso 0 terapéuta julgue adequado, o cliente poderé incluir scus sentimentos tanto os associados aos seus comportamentos explicitos como os associados com as reagdes das pessoas de scu meio a cles, no registro. Quando se pede ao cliente que anote os scus comportamentos problematicos ¢ os eventos a cles relati- vos, julga-se que através do registro sc conseguird, de forma mais objetiva do que através do relato ver- bal, elementos decisivos para uma completa anélisc funcional (BARLOW, NELSON & HAYES, 1986). E 0 sucesso na identificaciio dos comportamentos alvo ¢ de suas variiveis controladoras - denomina- do andlise funcional ~ que possibilita o planejamento das ctapas do processo de intervengzio com objetivo de mudar 0 comportamento do clicnte, Tais ctapas, implicam na altcragdo dircta ou indircta das varidveis controladoras antes identificadas com auxilio do registro c/ou de outro recurso avaliativo julgado pertinente pelo terapeuta, Do exposto percebe-s¢ cniio que 0 registro além de depender da problemitica do cliente, ests em imima dependéncia com as hipéteses levantadas pelo terapeuta acerca das possiveis varisiveis controladoras de sua problematica. (HAYES, 1987, HAYNES, 1984, KEEFE, KOPEL & GORDON, 1980, MORGAN- STERN, 1988, NELSON & HAYES, 1981, OLLENDICK & MEADOR, 1984). Nessa medida entilo, 0 di- reto vinculo cntre uma anilise funcional objetiva e uma terapia efetiva em abordagem comportamental faz. com que o terapeuta solicite 0 registro dos comportamentos problemiticos. Trés pontos adicionais podem ser lembrados no sentido da relagdio entre anilise funcional, terapia ¢ a busca de obtengaio do registro em clinica, os quais sero discutidos imediatamente abaixo. Quando se solicita, o registro ao cliente, supde-se que a prépria auto-monitoria por cle exigida ird au- mentar as chances de uma andilise funcional bem claborada ¢ conseqtientemente de um trabalho terapeutico eficiente, pelo fato do processo de registrar também auxiliar 0 clicnte na percepgiio de scus comportamen- tos problematicos (HAYNES, 1978). Pelo raciocinio precedente entdlo, quando 0 cliente relata suas dificuldades ao terapeuta, poder fazé- 106 Silvares, E, FM. Psicologia-USP, S. Paulo, 2 (1/2), 1991 lo de forma inadequada mas nio intencionalmente ¢ sim por ter percepgoes alteradas acerca de seus com- portamentos. Dessa maneira, por nio discriminar acuradamente 0 processo comportamental em questo, 0 cliente julga ser seu problema de uma natureza divergente daquela que o registro, feito por ele mesmo, po- derd fazt-lo vir a perceber. ‘Acredita-se, portanto, ser o registro importante para esclarccimento da queixa, esclarecimento este es- sencial para o encaminhamento futuro do caso (MORGANSTERN, 1988). Hustra bem a inadequagio de se tomar a queixa tal como se apresenta & primeira vista em clinica como 0 que deve ser alvo da atengo em terapia, o caso de fobia de ponte relatado por LAZARUS (1975). Nele, chegou-se A conclusio de ser 0 temor por atravessar pontes, experimentado por um cliente, se- cundario a seu sentimento de inseguranga pessoal, cuja origem estava nas acusagdes continuas feitas a cle pela sua propria mae sobre sua incapacidade geral. & conveniente lembrar, ter sido a experiéncia clinica de Lazarus ¢ no o registro feito pelo cliente que levou ao esclarecimento da queixa. Julga-se entrctanto possivel obter efeito semelhante com o registro. segundo dos trés pontos complementares mencionados acima que favorecem a solicitagao do regis- to pelo terapeuta ao cliente, serd imediatamente abaixo analisado. Muitas vezes, 0 distirbio comportamental ~ motivo da busca da terapia — pode ser fungao da per- cepgdo inadequada dos eventos ambientais pelo cliente. Segundo HAYNES (1978), 0 auto registro além de auxiliar 0 cliente na percepgio de seus comportamentos probleméticos também o ajuda na discriminagiio dos elementos ambientais controladores desses comportamentos. Dessa forma, ¢, pela mesma Iogica acima, © registro solicitado poderd levar a solugo dos problemas. Hi, inclusive dados cmpiricos favorecendo os dois pontos sinalizados por HAYNES (1978) como justificativa do registro, num caso de insatisfagiio conjugal (ROBINSON & PRICE, 1976). Nesse caso 0 marido foi solicitado a fazcr o registro dos argumentos verbais negativos da esposa © dos poucos contatos fisicos positivos dela em relagdo a cle. Embora a queixa do marido fosse inicialmente ser preterido pela ‘companheira ¢ estar agindo sempre muito mais positivamente a esposa do que vice-versa, 0 ato de registrar alicrou a visio de seus problemas familiares, Com o registro o marido pode perceber que sua companheira ‘em geral estava, a0 fazer seus comentirios negativos sobre ele, reagindo as suas proprias colocagbes agres- sivas em relagdo a ela, colocagdes estas as quais também acarretavam 0 comportamento de esquiva da espo- sa a suas aproximagies fisicas. Uma vez esclarecidos os dois pontos adicionais a favor do registro em clinica, passemos & anise do terceiro ¢ titimo ponto nessa mesma diregZo. Este decorre também do fato da auto-monitoria exigida pelo registro implicar na melhoria da habilidade do cliente em observar e relatar acuradamente os eventos am- bientais e organismicos controladores dos scus comportamentos. Ainda de acordo com HAYNES (1978), a habilidade discriminativa acima 6 necessiria para o cliente poder ser bem sucedido no processo de agir in- dependentemente da ajuda de scu terapeuta quando fora da terapia, Nessa medida, o registro poderd, além de auxiliar terapeuta e cliente na escolha do caminho terapCutico, favorecer este diltimo no processo de ob- tengo de alta. Com base nas consideragdes precedentes, concluimos entdio ser a multiplicidade de fungdes do re- gistro que 0 torna um importante veiculo avaliativo e justifica sua solicitacao pelo terapeuta. Uma vez esclarecido o que se entende por registro ¢ sua razaio de ser, podemos passar & discussiio do papel da quantificagzio no diagnéstico comportamental, Este aspecto do diagndstico nem sempre é muito bem compreendido na clinica, mas quando o 6, tem Ievado os terapoutas a se cmpenharem na obteng’o do registro quantitative (com eventos ¢ comportamentos quantificiveis). Consideramos ser grande a im- portincia desse aspecto o qual esperamos poder ser melhor apreciado pela reflexdo que faremos a seguir. O aceite da quantificagio no diagndstico implica no reconhecimento da importincia de se estabclecer uma relagiio inequivoca entre o trabalho de intervengdo realizado ¢ os ganhos terapeuticos coneretamente evidenciados. Em outras palavras, quando 0 clinico comportamental procura obter registros quantitativos ‘ou quantificar comportamentos ¢ eventos na avaliagdo é porque pretende ter meios concretos de fazer de- claragdes incontestaveis, positivas ou negativas, sobre dois fatos relativos a scu trabalho: 1.a ocorréncia da mudanga comportamental desejada; 2.0 associagiio valida entre a mudanga ¢ o trabalho terapéutico empreendido, O iiltimo desses dois pontos parece corresponder ao pensamento de Haynes sobre a mesma questo quando afirma ser "a quantificagzio necessiria para uma avaliagio valida ¢ sensivel dos efeitos de um pro- grama de intervencdo" HAYNES (1978 p.16). Podemos ainda, no mesmo sentido, lembrar que LAZARUS (1975), ao proceder & avaliagiio multimodal de scus clientes, julga importante quantificar, sempre que Possivel, o que avalia independente da modalidade comportamental investigada, 107 Silvares, E. P.M. Psicologia. USP, S. Paulo, 2 (1/2), 1991 Sio também esses dois fatos acima considerados que parecem nortear o pensamento de GROSS (1988), pois 0 autor estranha o fato dos psicélogos agirem diferentemente dos médicos ¢ nzio manterem a tradigdo desses profissionais na Psicologia. Na Medicina, como se sabe, antes de se passar 2 utilizagtio de um remédio, providencialmente, o submetem a testes de eficdcia, Nessa medida, Gross v¢ com bons olhos as mudangas em andamento na Psicologia Clinica, mudangas estas que culminam por possibilitar 20 tera- peuta a avaliagio da eficiicia de sua agiio. Subjacemte 3s consideragdes precedentes esti 0 pressuposto de que a demonstragaio da mudanga de comportamento do cliente ¢ da relagdo entre esta ¢ a intervengio levada a efcito, sera mais contundente se for objetiva — quantitativa, ponto esse de cardter evidentemente behaviorista, Esse mesmo pressuposto alids, parece estar implicito nas consideragdes de KAZDIN (1982) 0 qual preocupado com a necessidade de inferéncias vilidas a partir dos estudos de caso em clinica, fomece aos erapeutas alguns pontos de orientagdo. A fim de poder fazer tais infertncias ¢ nfo ferir a validade interna com as conclusdes sobre seus trabalhos clinicos, segundo KAZDIN (1982), os psicdlogos deveriam preocu- par-se, entre outras coisas, com a quantificagaio dos problemas abordados ¢ com a obtengao de intensa mu- danga comportamental apés intervengiio, grau este de mudanga concretamente avaliada por intermédio da quantificagao prévia, Podemos, para finalizar esta segiio relativa & importincia da quantificagzio no diagnéstico comporta- mental, comentar, brevemente, duas outras justificativas nossa mesma diregzio, também apontadas por HAYNES (1978). Assim, para esse autor, a busca de quantificagao no diagndstico comportamental id: 1. ajudar na sclegdo do enfoque ou do tipo de programa de intervencao; 2. servir como instrumento de intervengdo em fung:io de suas propriedades emuladoras da mudanga de comportamento, (HAYNES, 1978 p.16). Quanto ao primeiro ponto, a andilise de uma situagiio comumente vivida em clinicas psicol6gicas ir ajudar esclarecer. Quando 0 terapeuta, no inicio do atendimento discute com o cliente seus problemas ten- tando "identificd-los e especificd-los", verilica, em geral, existirem varios ¢ ndo apenas um tinico comporta- mento alvo de queixa, Diante dessa situagiio ¢ na busca do melhor direcionamento futuro de intervengio, pode solicitar ao cliente a quantificagdo de varios comportamentos, Pela andilise dos registros quantitativos Obtidos ird, entio, decidir, junto com o cliente, a questio de prioridades na agai. Assim, poder apés regis- tros quantitativos decidir, por exemplo, ser a melhor solugio, enfocar primeiramente 0 comportamento problematico mais freqiicnte para depois considcrar os outros também considerados inadequados. ‘Quanto ao segundo ponto acima, pensamos ser a melhor forma de esclarecer, lembrar, imediatamente a seguir, alguns estudos empiricos nos quais a existéncia do registro quantitativo parece ter sido o fator de- cisivo para diminui¢Zo da freqliéncia dos comportamentos alvo da mudanga terapéutica. Assim, GLYNN (1970), RUTNER & BUGLE (1969), THOMAS, ABRAMS & JOHNSON (1971), puderam verificar que 0 processo de observacaio de comportamentos problematicos, tais como alucinag6es, tics e mau desempenho académico, resultou em mudangas no registro de frequiéncia desses comportamentos. HAYNES ¢ colabora- dores (1975) perceberam também que a auto-observagiio de padrdes de sono por pessoas com queixa de insOnia acarretou relatos de decréscimo nessa dificuldade. Apés essas tiltimas consideragdes, as quais pretenderam justificar a raziio do terapeuta ao solicitar 0 rogistro de seu cliente o fazer de forma a poder ter dados quantitativos, podemos encerrar este trabalho. Es- eramos que o Icitor possa, diante das razdes aqui expostas, se nao passar a usar esse recurso avaliativo, pelo menos compreender os que o fazem ¢ insistem na obtengio desse recurso em clinica, independente- mente dos obstculos que encontram pelo caminho. SILVARES, E.F.M.The role of the behaviour and quantification observation log in the behaviorial clinical diagnosis. Psicologia-USP, Sao Paulo, 2 (1/2): 105-109, 1991. ABSTRACT: The purpose of this essay is to analyse the r6le of (i) ways of recording, and (ii) quantifica- tion, in behavioral diagnosis. Emphasis is placed on quantification. Some other usually neglected as- pects of behavioral diagnosis are discussed, e. g., avaliation of client's complains. INDEX TERMS: Behavioral therapy. Behavioral assessment. 108 Silvares, E. FM. Psicologia-USP, 8. Paulo,2 (1/2), 1991 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BARLOW, D., NELSON, R. & HAYES, S. The Scientific practicioner: research and accountability in clinical and ed- ucacional settings. New York, Pergamon Press, 1986. GLYNN, E.I Classroom application of self determined reinforcement. Journal of Applied Behavior Analysis, 3: 123- 132, 1976. GROSS, A. Behavioral assessment of children, In: Hersen, M. & Bellack, A.S. (Orgs.) Behavioral assessment ~ a prac- tical handbook, 3. ed. New York. Pergamon Press, 1988. HAYES, S. Delineamento e avaliagdo em situagées de educagdo e psicologia. Texto apostilado e impresso com tira- ‘gem reduzida para 0 curso do mesmo nome, proferido pelo autor na Universidade Federal de S40 Carlos, 1987. HAYNES, S. N.; GRIFFIN, P., THIMONEY, D. & MCGOWAN, W.T. Insonmia: sleep patterns and relaxation instruc- tion in the treatment of muscle contraction headaches. Behavior Therapy, 3:134-145, 1975. HAYNES, S. N. 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