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[de artigos:203 } DL n.* 4/2015, de 07 de Janeiro (versio actualizada) CODIGO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO (NOVO) Contém as seguintes alteracses: Let n.° 72/2020, de 16 de Novembro SUMARIO No uso da autorizaséo legislativa concedida pela Lei n. novo Cédigo do Procedimento Admi 42/2014, de 11 de julho, aprova o Decreto-Lei n.* 4/2015, de 7 de janeiro 1 0 Cédigo do Procedimento Administrativo foi aprovado pelo Decreto-Lei n.° 442/91, de 15 de novembro, tendo sido revisto pelo Decreto-Lei n.* 6/96, de 31 de janeiro. Desde 1996, nunca mais fot objeto de revisao. No entanta, essa revisio foi-se tornando necesséria A medida que o tempo passava. Por um lado, alguns preceitos do Cédigo revelavam uma desconformidade com alteracdes entretanto trazidas a0 texto constitucional e ao direito ardinério. Por outro lado, novas exigéncias que neste intervalo de tempo foram colocadas & Administracao Publica e, mais do que isso, ao exercicio da fungao administrativa, e a alteracao do quadro em que esta dltima era exercida, por forca da lei e do direito {da Unio Europeia, impunham que essas exigéncias tivessem correspondéncia no texto do Cédigo. Além disso, a experiéncia acumulada ao longo de mais de 20 anos de aplicacao do Cédigo e a vasta doutrina e jurisprudéncia entretanto formadas em torno de matérias nele reguladas forneciam contributos para o enriquecimento do Cédigo que, na sua revisao, nao podiam ser ignorados, Por fim, o direito comparado sugeria algumas solucdes que nesta matéria podiam ser dteis a ordem Juridica portuguesa, Foi por todas estas razées que se procedeu a elaboracio do presente diploma, 2.- Para o efeito, foi constituida uma comissio de especialistas, que preparou um anteprojeto de revisio. Esse anteprojeto foi submetido a discussao pilblica, que se revelou extremamente rica, com ampla participacao de interessados dos mais diversos setores, desde a Administracao Publica as Uuniversidades, passando por advogados magistrados. A mesma comissao incorporou depois, no projeto final, muitas sugestées que resultaram desse debate. Contudo, 0 projeto final revelou uma profunda transformacao do Cédigo do Procedimento ‘Administrative em vigor. Assim, 0 Governo, constatando tal transformacio, e apesar de reconhecer que o projeto nao efetuou lum corte radical com 0 Cédigo do Procedimento Administrativo aprovado pelo Decreto-Lei n.* 442/91, de 15 de novembro, entendeu que as solugdes propostas para institutos tao importantes no direito administrativo, como sejam o regulamento e o ato administrativo, eram de tal forma inovatorias que se estava perante um novo Cédigo. A estas solucées inovatorias acrescem outras propastas que iro transformar profundamente o modo de funcionamento da Administracao Publica nas suas relacdes com os cidadios, como é 0 caso do novo regime das conferéncias procedimentais, pelo que, em face de tudo isto, se justifica que o projeto de revisio do anterior Cédigo do Pracedimento Administrativo seja agora assumido pelo Governo como constituindo um novo Cédigo. Por iss0, estando o Governo a transformar a relacao entre cidadios e Administracio num exercicio de responsabilidades, & semelhanca do sucedido com 0 Cédigo de Processo Civil, que incute uma matriz muito diferente da instalada até hoje, das quais se realcam o dever de boa gestao, a realizacao das conferéncias procedimentais e a responsabilidade pelo incumprimento de prazos, bem como os Cédigos de conduta, justifica-se plenamente que esta transformagao seja assumida através de um nove Cédigo do Procedimento Administrative. (© novo Cédigo do Procedimento Administrativo é 0 resultado de todos os contributes da discussa0 atris referida. Na sua elaboracio foram, entretanto, também levados em conta os contributos da doutrina e da jurisprudéncia portuguesas, assim como do direito comparado, designadamente, da ‘Alemanha, da Italia e da Espanha, e do direito da Uniao Europeia. 3 - Na parte | do novo Cédigo, sentiu-se a necessidade de introduzir alteracées, tanto no dominio das definicées, como no do Ambito de aplicacao do Cédigo. Nao compete a um texto legislativo dar definigoes, a nao ser com o objetivo de facilitar a interpretacao e a aplicagao das normas e dos ‘nstitutos que ele contém. Assim se procedeu, desde logo, no artigo 1. Este artigo, tal, alias, como nna redacio prevista no artigo 1.° do anterior Cédigo, reveste uma natureza vestibular, procurando esclarecer de que matérias se ocupa 0 Cédigo. Contribui, assim, também para a definicao do seu Ambito objetivo de aplicacio, que a leitura do subsequente articulado permitira compreender de ‘mode mais preciso, 4- Também relativamente ao anterior Cédigo, o artigo 2." sofreu modificacées. Tal como na redacao anterior, ele ocupa-se do Ambito de aplicacao do Cédigo, dando particular relevo aos destinatarios das suas normas, Nesta matéria, de formulacao dificil, procurou introduzir-se maior clareza e precisio, alterando a sequéncia dos preceitos e também o seu conteido. Assim, comega-se, no n.* 1, por deixar claro que as disposigdes do Cédigo respeitantes aos principios gerais, ao procedimento e & atividade administrativa nao s4o apenas aplicdveis & Administragao Publica, mas & conduta de quaisquer entidades, independentemente da sua natureza, que exercam a fungio administrativa. Clarifica-se, depois, no n.* 2, que, pelo contratio, 0 regime da parte Il é exclusivamente aplicdvel ao funcionamento dos érgaos da Administraco Pablica. E, no n.° 3, que a Administracao Piblica se eencontra submetida aos principios gerais da atividade administrativa e as disposicdes do presente Cédigo que concretizam preceitos constitucionais no Ambito das suas atuagées de carater meramente téenico ou de gestdo privada. Enunciam-se, em seguida, no n.° 4, as entidades que, para este efeito, integram a Administragio Pablica, acrescentando-se, na nova alinea c), 20 elenco que jé constava da redacao do anterior n.° 2 ddo mesmo artigo, as entidades administrativas independentes. Trata-se apenas de uma preciso, que desfaz eventuais dividas sobre a pertenca destas entidades & Administragao Publica, em sentido subjetivo, Por fim, no .* 5, estende-se o regime do Cédigo, supletivamente, aos procedimentos administrativos especiais, no que respeita as garantias reconhecidas no Cédigo aos particulares. Procurou-se uma redacao que torne mais flexivelo cotejo entre as garantias ja vigentes naqueles procedimentos e 0 regime garantistico resultante do Cédigo, de modo a permitir que a comparacdo seja feta quanto a0 resultado global a que se chega em cada procedimento. 5 No capitulo Il da parte | do novo Cédigo, dedicada aos «principios gerais da atividade administrativas,registam-se inovacdes significatvas relativamente ao disposto nesta matéria pelo anterior Cédigo. Comesou por Incluir-se no nove Cédigo 0 principio da boa administragio, indo ao encontro a0 que era sugerido pelo direito comparado, com essa ou outra designacao, e a sugestoes da doutrina, Integraram-se nesse principio os principias constitucionais da eficiéncia, da aproximagao dos servigas das populacdes e da desburacratizacao (artigo 5."). Também foram inciuidos no Cédigo os novos principos da responsabitiade (artigo 16."), da administragao aberta (artigo 17.*), da seguranca de dados (artigo 18.*), da cooperacao teal da ‘Administragdo Publica com a Unigo Europeia (artigo 19.*), bem como principios relatives & administragao eletrénica (artigo 14.*). Duas natas especiais: a inovacio respeltante & cooperacso entre a Administragao Pablica portuguesa e a Unido Europeia, & semelhanca do que dispoem as leis alems e espanhola, dé cobertura a crescente participacso da Administracao Publica portuguesa no processo de decisao da Uniao Europeia, bem como & participacao de instituigées e organismos da Unido Europeia em procedimentos administratives nacionais; por sua vez, o que ai se dispée sobre a administragao eletrénica, e que depois sera desenvolvido ao longo do Cédigo, sempre que isso se impuser, pretende ir ao encontro da importancia que os meios eletrénicos hoje assumem, tanto nas relagées interadministrativas, como nas relagdes da Administraco Piblica com os particulares. Concedeu-se maior densidade aos principos da igualdade (artigo 6."), da proporcionalidade (artigo 7.2), 6a imparcialidade (artigo 9.*), da boa-Té (artigo 10.) e da colaboracao com os particulares, {artigo 11.*). Merecem especial referéncia a express inclusdo, no principio da proporcionalidade, da proibicio de excesso, e a nova ligacio entre a justia e a razoabitidade (artigo 8.") {Quer com a inclusdo dos rferidos novos principios, quer com a reformutagao de principos que ja constavam do anterior Cédigo, houve a intencio de robustecer os valores fundamentais que deve reger toda a atividade administrativa num Estado de Direito demacratico. 6A parte I! do novo Codigo deixou ce intitular-se «Dos sujeitos-, para passara ter por epigrafe «Dos 6rga0s da Administracao Publica~. Na verdade, é s6 destes que ela trata ¢ fé-lo sob uma perspetiva ainda nao procedimental, mas tao-56 centrada na composicao dos 6rgdos, nas regras intemas do seu funcionamento, na origem e desconcentragio dos seus poderes e nos conflites sobre a respetiva reparticao. Em contrapartida, foi introduzido na parte Ill um capitulo dedicado a -Relacéo juridica procedimental-, no qual, a partir de uma visdo mais moderna do direito administrativo, se procede & ‘dentificacao dos sujeitos da relacao juridica procedimental, reconhecendo o paralelismo entre particulares e Administracao, como simultaneos titulares de situagdes juridicas subjetivas que disciotinam as situacoes da vida em que ambos intervém no ambito do procedimento administrativo 7- Sao muito signficativas as transformagées introduzidas na parte Il do novo Codigo, respeitante ao procedimento administrative. Para comesar, optou-se por disciplinar, em titulos separados, 0 regime comum do procedimento € os regimes especials aplicavets ao procedimento do regulamento e do ato No capitulo | do titulo Ida parte il, dedicado as =Disposicbes gerais~relativas ao regime geral do procedimento administrativo, merecem referéncia especial a prescrigao da lingua portuguesa como lingua do procedimento, a consagracao de um novo principio da adequacao procedimental, a previsio de acordos endoprocedimentais e a introducdo de preceitos de ambito genérico respeitantes & instrugdo por meios eletronicos, as comunicagSes por telefax ou meios eletrénicos e ao balcdo dnico eletranico, No artigo 55.°,inttulado «Responsével pela direcio do procedimento-, procura-se reequacionar a distribuicio das tarefas de direcao do procedimento (e ndo apenas da instrucao) e de decisio. A mera faculdade de detegacao da competéncia de direcao do procedimento, por parte do 6rgao competente para decidir, fal como se encontrava estabelecida no n.* 2 do artigo 86.* do anterior CCédigo, converte-se agora num dever de delegacao, embora rodeado de prudentes cléusulas de salvaguarda (n.* 2 do artigo 55). A separacio entre a responsabilidade de promover a tramitacdo do procedimento e a tarefa deciséria aproxima o sistema de uma solugio hoje perfilhada em largas partes do globo e apresenta-se como mais idénea para assegurar a imparcialidade do decisor. Merece realce a previsio da possibilidade da celebracio de acordos endoprocedimentais (artigo 57.") Através destes, 05 sujeitos da relacdo juridica procedimental podem corvencionar termos do procedimento que caibam no ambito da discricionariedade procedimental au o proprio contetido da deciséo a tomar a final, dentro dos limites em que esta possibilidade é legalmente admitida, No n.*2 do artigo 57.*, além de se deixar absolutamente claro 0 carater juridico dos vinculos resultantes da contratacao de acordos endoprocedimentais, configura-se uma possivel projeao participativa procedimental da contradicao de pretensoes de particulares nas relaces juridico- Administrativas multipolares ou poligonais. 8 - O novo capitulo Il do titulo | da parte Il tem por epigrafe -Da relacao juridica procedimental-. Divide-se em trés seccdes: secgaa |: «Dos sujeitos do procedimentos; secgao Il: «Dos interessados no procedimento»; secgao Ill: =Das garantias de imparciatidade». A matéria das Seccdes |e Il é tratada sob uma perspetiva procedimental, que coloca em paralelo a Administracao, os particulares e as pessoas de direito privado em defesa de interesses difusos, como simultdneds titulares de situacées juridicas subjetivas que disciplinam as situagdes da vida em que todos intervém e que sdo objeto das relagies juridicas procedimentais. Na secso I, procede-se, em primeiro lugar, & qualificacio dos sujeitos da relagio juridica procedimental. No tocante aos sujeitos piblicos, parte-se do elenco de drgaos constantes do artigo 2.° e apuramse, de entre esse panorama global, aqueles que sejam detentores de competéncia para a tomada de decisdes e ou para a pratica de atos preparatérios no ambito do procedimento administrative No n.* 2 do artigo 65.°, manteve-se, para a parte que se posiciona perante os sujeitos publicos da relacao juridica procedimental, a tradicional designacao de «interessados» (interessados na relacao juridica procedimental). Foi uma opcao consciente, Com efeito, nao basta para identificar os sujeitos de situagées juridicas procedimentais que o particular seja titular ou portador institucional de interesse envolvido na materia decidendi. Como a doutrina tem notado, a essa posicdo substantiva tera de se somar uma intervencao formal, por iniciativa prépria ou por convocagao da Administracao. Por outro lado, a demacratizacao do procedimento importa que os particulares e a Administragao rele aparecam face a face, enquanto titulares de situacdes subjetivas ativas e passivas reciprocas. Isso nao significa uma igualizagao, porque, ao passo que os particulares detém direitos, a ‘Administracao exerce um poder publico. Mas os particulares nao so reduzidos a objeto daquele poder, nem meramente afetados, positiva ou negativamente, pelo modo como sobre eles se refletem {as consequéncias da respetiva concretizacao. Pela contrario, a par de efeitos materia, existem efeitos juridicos, bem como pretensées de estofo juridico quanto ao modo do respetivo exercicio, Na alinea d) do n.° 1 do artigo 65.° e no n.* 4 do artigo 68.°, so, entretanto, reconhecidas como uma {das modalidades das relagées juridicas procedimentais as relagées procedimentais entre orgaos da ‘Administracao Publica, respetivamente, nos papéis de exercerem paderes pilblicos e de figurarem como titulares ou defensores de situacdes juridicas conformadas através do exercicio de tals poderes. Assim sendo, e nao sendo apropriado incluir estes érgaos no conceito de sujeitos privados, pareceu, apesar de tudo, preferivel enquadra-los no conceito de interessados na relacao juridica procedimental, 9 - O artigo 66.° é dedicado & figura do auxilio administrative. No seu n.* 1, estabelecem-se pressupostos que, embora sob uma formulacao simplificada, se inspiram no n.* 1 do artigo 5.° da lei alema do procedimento administrativo. 0 artigo 92.° do anterior Cédigo é elirminado porque, na realidade, ele respeita ao auxilio administrativo, mas apenas no Ambito demasiado restrito da realizacao de diligéncias de prova. No n.* 2 do mesmo artigo 66.*, estabelecem-se as garantias de sigilo, por remissio para o regime de acesso aos documentos administrativos. No n.* 3 ainda do mesmo artigo, prevé-se a situacao de recusa do auxitio administrativo solicitado ou de dilacao excessiva na sua prestacao. Sem uma solusao para 0 efeito, o auxitio administrativo nao paassaria de uma intengao piedosa, Mais uma vez, em (ugar de conceber um regime ex novo, remeteu: se para a competéncia decisoria que 0 Cédigo define no dominio dos conflites de jurisdicao e de ‘competéncia, Por seu turno, 0 artigo 53.* do anterior Cédigo surge agora como artigo 68.", com alteracées. No n.* 1, a referéncia as associacées é reelaborada. Por um lado, deixa-se cair a exigéncia de que nao possuam carater politico ou sindical, porque o Tribunal Constitucional se pronunciou no sentido da ‘inconstitucionalidade da recusa da legitimidade as associacdes sindicais para iniciarem procedimentos ou neles intervirem, tanto em defesa de interesses coletivas como em defesa coletiva de interesses individuais dos seus representados. Por outro lado, explicita-se agora a admissibitidade de as associacées procederem, tanto a defesa de interesses coletivas, como a defesa coletiva de interesses individuais, desde que no ambito do respetivo escopo institucional, Non. 2, harmoniza-se o ambito material dos interesses difusas com as qualificagdes levadas a cabo nna alinea a) do n.* 2 do artigo 53.° da Constituicao, e no n.* 2 do artigo 9.” do Cédigo de Processo nos Tribunais Administrativos. No n.* 3, define-se, também em termos mais precisos, a legitimidade para a participacao popular procedimental supletiva 10 - As ~Garantias de imparcialidade~ surgem agora integradas na nova ecco Il (artigos 69.” a 76.*) deste capitulo Il. Trata-se de uma recolocacio (e no refundicao) dos artigos 44." a 51.° do anterior Cédigo. A principal novidade reside no aditamento de um n. 4 ao artigo 76.° (anterior artigo 51.*), na materia tratada tradicionalmente como «suspeicao». A ideia subjacente aquele preceito é a de que, independentemente de se estar fora de casos de presuncao legal inilidivel de parcialidade, seré de todo o modo preciso, & luz das circunstancias de cada caso, assegurar a credibilidade da decisio administrativa. Cabe ao legislador, no apenas neutralizar e reprimir situacdes mais ou menos declaradas de parcialidade subjetiva, mas também assegurar um clima na preparacao e tomada das decisées que nao favoreca a diivida sobre a respetiva seriedade. Por isso, em vez de ~suspeicao~, passa a falar-se da «razoabilidade de divida séria sobre a imparcialidade da atuacao do érgao~. 0 juizo ndo respeita tanto as condicées subjetivas do agente, mas, mais, aos requisites objetivos de Confianga por parte da opiniao piblica. 11 - O capitulo Ill («Da conferéncia procedimental») do titulo | da mesma parte ill abrange os artigos ne 2.81." A expressio conferéncia procedimental afigura-se preferivel a de conferéncia de servicos, de inspiragao italiana, Na verdade, quem conferencia sao érgaos e ndo ~servicos- a maneira Italiana. Por outro lado, a conferéncia, quando tenha lugar, torna-se numa fase do pracedimento administrativo, que tem caracteristicas préprias e assume grande relevo. Caracterizam-se, desde logo, no n.° 1 do artigo 77.°, dois tipos distintos de conferéncias procedimentais: conferéncias para o exercicio de competéncias em comum e conferéncias para o exercicio conjugado de competéncias. Tal caracterizacao é completada no n.* 3 do mesmo artigo, 77.*: no caso das primeiras, uma conferéncia deliberativa assume-se como contexto para o exercicio conjunto, através de um s6 ato, das competéncias dos érgaos participantes; nas conferéncias de coordenacio, os diversas érgios exercem de per si as suas competéncias, embora 0 facam de modo cconjugado no contexto proporcionado pela conferéncia. Se se trata de conferéncia deliberativa, & produzido um Unico ato complexo, cujo contetide engloba os efeitos tipicos dos varios atos que substitui. Se, pelo contrério, estivermos perante uma conferéncia de coordenacao, cada um dos 6rgaos participantes emite formalmente no seu contexto 0 ato correspondente a sua competéncia Estabelece-se, no n.° 1 do artigo 78.°, que, sem prejuizo da realizacao de conferéncias de coordenacao por acordo entre os érgaos envolvidos, a possibitidade da realizacao de conferéncias, procedimentais no ambito de cada tipo de procedimento depende de previsio especifica em lei ou regulamento, ou em contrato interadministrativo a celebrar entre entidades publicas auténomas. Sem prejuizo da disciplina prépria constante do ato instituidor, os artigos 79.” a 81.° consagram um regime diretamente aplicavel as conferéncias procedimentais, estabelecendo regras sobre os poderes, deveres e énus dos érgios participantes e, no artigo 80.°, sobre a audiéncia dos interessados ea eventual realizacdo de audiéncia publica, Merece referéncia especial 0 facto de, no n.*? do artigo 79.*, se estabelecer que a convacagao daquela conferéncia, quando ela for requerida por um ‘ou mais interessados, constitui o érgao competente no dever de a convocar. 12 - Provém da parte Ill do anterior Cédigo, ainda que com algumas adaptacdes, os capitulo Illa Vil do titulo I desta parte Il, respeitantes, respetivamente, ao direito a informacao (artigos 82.° a BS. 0s prazos (artigos 86.° a 88.*, com um artigo praticamente novo sobre a contagem dos prazos), as ‘medidas provisorias (artigos 88." e 90.°, com diversas modificacdes), aos pareceres (artigos 91." € 92.) e & extingao do procedimento (artigos 93.° a 95.*). 13 - No titulo Il desta parte Ill contém-se a regulacao especifica do procedimento dos regulamentos.. E também nesta matéria se inova bastante. Merecem especial referéncia os novos requisites da publicitaco do procedimento do regulamento (artigo 98.°). E é totalmente inovador 0 artiga 99.°, ao impor que, da nota justificativa do projeto de regulamento, conste uma ponderacao dos custos e beneficios das medidas projetadas. 14 Quanto ao regime aplicavel ao procedimento dos atos administratives, e constante do titulo Il da mesma parte Il, ha que destacar as inovagées introduzidas no que respeita ao regime aplicdvel ao conteido, forma e perfeicéo da notificacao dos atas administrativos e a forma de apresentacao dos requerimentos; a simplificacao do regime da instrucao do procedimento; e as importantes alteracées 1no regime dos prazos para a decisio do procedimento e consequéncias da sua inobservancia, 15 - 0 regime substantivo dos regulamentos administrativos encontrava-se ausente do anterior Codigo. Pretendeu-se, por isso, preencher uma lacuna no nosso direito administrative, numa area téo importante para a atividade administrativa. Assim, 0 novo capitulo | da parte IV, dedicado ao regulamento administrativo, para além de consagrar disposicdes que merecem o consenso nas nossas doutrina e jurisprudéncia, como sejam o conceito de regulamento, a exigéncia de habilitagao legal para a emissao de regulamentos e a disciplina das relacées entre regulamentos, inava no tratamento da invalidade e do regime da invalidade do regulamento, consagrando, como regra geral, que a invalidade do regulamento, quando nao referida 3 forma ou ao procedimento, é invocavel a todo o tempo e por qualquer interessado (artigo 144.°), € também nas consequéncias atribuidas & omissdo de regulamento de cuja aprovacao esteja dependente a aplicacao de lei Um especial destaque merece ser, entretanto, dado & matéria da revogacdo dos regulamentos administrativos. Procurando dar resposta s questées colocadas pela doutrina em torno do regime da anterior versio do artigo 119.°, passa a prever-se expressamente que os regulamentos de execucéo nao podem ser objeto de revogagao sem que a matéria seja objeto de nova regulamentacao, dispondo-se, ainda, que a inobservancia desta regra implicara a vigéncia das normas regulamentares do diploma revogado das quais dependa a aplicabilidade da lei exequenda (artigo 146.*). 16 - No capitulo Il da parte IV, respeitante ao ato administrativo, o novo Cédigo visa adequar © conceito de ato administrative ao regime substantive e procedimental que the é aplicavel, introduzindo a referéncia a sua aptidao para produzir efeitos externas, pretende reconhecer 0 Ambito atual da figura, eliminando a referéncia ao elemento organico da respetiva autoria (artigo 148."), Em materia de clausulas acessérias, esclarecem-se as condicées de validade da sua aposi¢ao & reconhece-se uma nova clausula, a =reservar, tipica das decisdes de direito publico (artigo 14 Em matéria de eficacia do ato administrativo, o novo Cédigo limita-se & clarificacao normativa de situagées que suscitaram dividas, seja sobre a producao diferida ou condicionada dos efeitos (artigos 155." e 157.) seja sobre a diferenca entre publicidade e publicacao (artigo 158.*), seja, sobretudo, sobre a garantia da inoponibilidade aos respetivos destinatarios de atos constitutivos de deveres ou boutras situacées juridicas passivas sem prévia notificagao (artigo 160.*) 417 - No que respeita & invalidade do ato administrativo, introduzem-se modificagBes mais profundas. Por um lado, por razées de certeza e seguranca, determina-se que a nulidade pressupbe a respetiva ccominacao legal expressa, eliminando-se a categoria das -rulidades por natureza~, definidas através de conceitos indeterminados, que suscitariam duvidas de interpretacao. Em consequéncia, com base nna doutrina e na pratica jurisprudencial, alargam-se os casos de nulidade expressamente previstos até agora no anterior Cédigo, designadamente, aos atos praticados com desvio de poder para fins de interesse privado, aos atos cértificativos de factos inveridicos ou inexistentes e aos atos que criem obrigag6es pecuniarias sem base legal (artigo 161.*). Aprovelta-se ainda para clarficar e flexibilizar 0 regime da nulidade, acentuando-se a possibilidade de atribuicdo de efeitos putativos aos atos nules lem condigdes mais amplas do que na versio inicial do Cédigo, e admitindo-se a sua reforma e cconversdo (artigos 162." e 164.*). Por outro lado, pormenoriza-se o regime da anulabilidade, determinando-se as circunstancias e as condicées em que é admissivel o afastamento do efeito anulatério (artigo 163.*), regulando-se expressamente os efeitos da anulacdo (artigo 172.*), até agora constantes apenas do Cédigo de Processo nos Tribunais Administrativos, e esclarecendo-se os efeitos da ratificacao, reforma e conversdo (artigo 164.") 18 - Sobre a revisao dos atos administrativos, o novo Cédigo, passa agora a concretizar e aprofundar a distingio entre a revogacao propriamente dita e a revogacio anulatoria, passando a designar esta, na esteira da generalidade da doutrina dos paises europeus, como «anulacao administrativas (artigo 165."). No seguimento da distinao, estabelecem-se os condicionalismos aplicaveis a cada uma das figuras, em fungao da sua finalidade e razio de ser, regulando-se com algum pormenor varias situagdes e resolvendo-se alguns problemas que tém sido suscitados (artigos 167. e 168.), dando-se expresso as propostas de alteracao aos artigos 140.* e 141.° do anterior Cédigo, que, ao longo dos Lltimos 20 anos, tém sido formuladas na doutrina e que, no essencial, sao inspiradas pela (ei alema do procedimento. Houve, designadamente, a preocupacao de evitar solucées puramente logicistas, operando-se distingdes de regime em funcéo do conteddo dos atos (Favoravel ou desfavoravel), dos seus efeitos (instantaneos ou duradouros) e das posigdes juridicas dos destinatarios e de terceiros (direitos, interesses legalmente protegidos ou posicdes precarias), permitindo-se a ponderacao de interesses valores pela Administracao nos casos concretos (tendo em conta a boa ou ma-fé, a protec3o da confianca legitima e a relevancia dos interesses piblicos e privados envolvidos). Neste contexto, conferiusse especial importancia a garantia de um equilibrio entre a estabilidade do ato administrative e a sua adequagao as mudangas da realidade e & evolugao dos conhecimentos, no quadro da realizacio dinamica dos interesses publicas, com respeito pelos direitos e interesses Legalmente protegidos dos particulares - um equilibrio indispensavel na atual sociedade de risco e de incerteza (artigo 167."). Por outro lado, em sintonia com a parte final do n.° 3 do artigo 18.° da Constituigao, e, agora, com a alinea d) do n.* 2 do artigo 161.° do novo Cédigo, a afetacao, pela revogacio, do contetido essencial de um direito concede ao titular desse direito, se estiver de boa- {, direito a indemnizacao nos termos da indemnnizacao por sacrificio. E de salientar a diferenciacao entre a anulacao administrativa e a anulacao judicial dos atos administratives, fixando-se prazos que padem nao colncidir para ambos os efeitos e permitindo-se, fem certas circunstancias e condigdes, a anulagao administrativa de atos tornados contenciosamente inimpugnaveis, com efeitos retroatives ou apenas para o futuro, no pressuposta de que o mero decurso do prazo de impugnacao judicial nao torna valido o ato anulavel, Merece destaque, aind harmonizacao, nesta matéria, entre o direito interno e outros ordenamentos juridicos, em especial quando a atuagao administrativa envolva a aplicacao do direito da Unido Europeia (artigo 168, 19- No que respeita ao regime da execucao dos atos administrativos, a grande novidade é a consagracao do principio de que a execucao coerciva dos atos administrativos s6 pode ser realizada pela Administracao nos casos expressamente previstos na lei ou em situagdes de urgente necessidade ppablica, devidamente fundamentada (artigo 176.) Trata-se de opgao sustentada ao longo dos Liltimos 30 anos por uma parte muito significativa da doutrina. No essencial, o regime do n.* 2 do artigo 176." procura refletir, entretanto, o regime tradicionalmente vigente no direito francés sobre a materia, embora com salvaguarda do regime aplicavel a execucao coerciva de obrigacaes pecuniarias. Desta opcao resulta a desnecessidade de se prever no Cédigo os mefos de execucdo. 0 contetido do regime dos artigos 155.° a 157.° do anterior Cédigo é, no entanto, quase integralmente aproveitado no novo articulado, No artigo 177.*, propée-se a explicitacao do que presentemente apenas resulta implicito: que os procedimentos de execucao tém inicio com a emissao de uma decisao auténoma de proceder & lexecucao; a exigéncia que a esta decisio é associada de determinar 0 conteiido e os termos da execucio; a clarificagao da fungao de interpelacio ao cumprimento, que é associada & notificacio da decisao de proceder & execusao, a qual pode ser feita conjuntamente com a notificagao do ato. exequendo. No artigo 182.*, procura-se aperfeicoar e densificar o regime das garantias dos executados perante atos administrativos e operacées materiais de execucao ilegais Por ditimo, com a novo artigo 183." pretende-se preencher uma lacuna desde ha muito identificada no nosso ordenamento juridico no que respeita a determinacao do modo de execucao dos atos administrativas por via jurisdicional, quando nao seja admitida a execucio coerciva pela via administrativa. 20 - Também na seccio VI do capitulo II da parte IV, que regula a reclamaco e os recursos administrativos, foram introduzidas diversas alteracées importantes. Para comecar, estabelece-se que, em regra, as reclamacées e os recursos tém carater facuttativo (n.* 2.do artigo 185.*). Depois, elimina-se, neste dominio, a figura do indeferimento tacito, em sintonia ‘com 0 que fica disposto no artigo 130.°, para o procedimento declarativo de primeiro grau. Além disso, introduz-se, no Ambito das impugnacdes administrativas, a regulacio, até agora omissa, relativa ao incumprimento do dever de decidir, fixando-se o prazo para reagir contra a omisséo ilegal de atos administrativos e prevendo-se, além do mais, a possibilidade de suprir a omissio, quer por parte da autoridade recorrida, quer por parte da autoridade para a qual se recorre (n.° 5 do artigo 195." en." 4 do artigo 197."). Também se modificam as formalidades do recurso hierarquico, simplificando-se a respetiva tramitacao (artigo 195.*). E, por outro lado, determina-se que 0 érgao competente para conhecer do recurso nao fica obrigado a proposta de proniincia do autor do ato ou da omissao, e deve respeitar, a nna fundamentagio da decisio que venha a tomar, quando nao opte por aquela proposta, os requisites gerais da fundamentacao do ato administrativo (n.* 2 do artigo 197.°). Por fim, os recursos anteriormente designados como «recursos hierérquicos impréprios» e o recurso tutelar passam a estar englobados na categoria dos «recursos administrativos especiais» (artigo 199."). 21 Entendeu-se, entretanto, dever reunir num dltimo capitulo, 0 capitulo Ill da parte IV, um equeno conjunte de preceits sobre os contratos da Administracao Publica. Atendendo & existéncia do Cédigo dos Contratos Publicos, que estabelece, com pormenor, regime dos pracedimentos. administrativos de formacao das principais espécies de contratos piblicos eo regime substantivo comum dos contratos administrativos, optou-se par apenas se sintetizar, mediante remissio, 0 sistema das fontes disciptinadoras dos aspetos estruturais dos regimes que so aplicaveis, tanto no plano procedimental, como no plano substantivo, aos contratos celebrados pela Administracao Pablica. Tendo em atencao que o regime de contratacao pilblica do Cédigo dos Contratos Pablicos se nao aplica a formacao de todos os contratos administrativos, estatuiu-se que, na auséncia de lei prépria, se aplica a formacao destes o regime geral do procedimento administrativo (n.* 3 do artigo 201 Deixa-se clara a aplicabilidade da regra do n.° 3 do artigo 2.°, prevendo-se a incidéncia, sobre os 6rgaos da Administracao Publica, no Ambito dos contratos sujeitos a um regime de direito privado, das disposicdes do Cédigo do Procedimento Administrativo que concretizem preceitos constitucionais € dos principios gerais da atividade administrativa. 22 - Com a publicacao do nova Cédigo do Procedimento Administrativo, 0 Governo esta consciente de {que dota a Administraco Pablica de um diploma fundamental para que ela possa responder de modo eficiente aos desafios que hoje the sao colocados. Foram ouvides os érgios de gaverno proprio das Regides Auténomas, a Comissio Nacional de Protecio de Dados, a Associagao Nacional de Municipios Portugueses, o Conselho Superior da Magistratura, 0 Consetho Superior do Ministério PUblico, o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, a Ordem dos Advogados e a Associacao Sindical dos Juizes Portugueses, Foi promovida a audicdo da Associa¢ao Nacional de Freguesias, do Consetho Distrtal do Porto da Ordem dos Advogados, do Consetho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados, do Consetho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, do Conselho Distrital de Evora da Ordem dos Advogados, do Conselho Distrital de Faro da Ordem dos Advogados, do Conselho Distrital dos Acares da Ordem dos Advogados, do Consetho Distrital da Madeira da Ordem dos Advogados, da Camara dos Solicitadores, do Consetho dos Oficiais de Justica, do Sindicato dos Magistrados do Ministério PUblico, do Sindicato dos Funcionarios Judiciais, do Sindicato dos Oficiais de Justica, da Associacao dos Oficiais de Justica e do Movimento Justica e Demacracia. Assim: No uso da autorizacao legislativa concedida pela Lei n.* 42/2014, de 11 de jutho, e nos termos das alineas a) e b) dorn.* 1 do artigo 198.° da Constituigao, o Governo decreta 6 seguinte: Artigo 1." Objeto 0 presente decreto-lei aprova o novo Cédigo do Pracedimento Administrativ. artigo 2." Aprovacao E aprovado, em anexo ao presente decreto-lei, que dele faz parte integrante, o novo Cédigo do Procedimento Administrativo, doravante designada por Cédigo. artigo 3." Impugnagées administrativas necessarias 1 As impugnacdes administrativas existentes a data da entrada em vigor do presente decreto-lei s6 sto necessarias quando previstas em lei que utilize uma das seguintes expressoes 2) A impugnacao administrativa em causa é «necessaria~; b) Do ato em causa existe sempre reclamagao au recurso; ) A utilizacéo de impugnacao administrativa «suspende- ou «tem efeito suspensivo- dos efeitos do ato impugnado. 2.- 0 prazo minimo para a utilizacao de impugnacées administrativas necessarias é de 10 dias, passando a ser esse o prazo a observar quando seja previsto prazo inferior na legislacao existente & data da entrada em vigor do presente decreto-lei. 3 - As impugnacSes administrativas necessarias previstas na legislacio existente a data da entrada em vigor do presente decreto-lei tém sempre efeitos suspensivos da eficacia do ato impugnado. 4 Sdo revogadas as disposicdes incompativeis com o disposto nos n.os 2 e 3 artigo 4.° Conferéncias procedimentais 1 Sem prejuizo do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 78.* do Cédigo, o regime das conferéncias procedimentais constante dos seus n.os 1, 2 @ 5 do artigo 77.°, dos n.os 3 a 8 do artigo 79.", do artigo 80.° e dos n.os 1a4e 7a 8 do artigo 81.°, é imediatamente aplicavel, nos termos dos numeros seguintes, ao procedimento previsto no Sistema de Indistria Responsavel, aprovado em anexo 20 Decreto-Lei n,* 169/2012, de 1 de agosto, doravante designado por SIR. 2.- No Ambito do SIR, compete a entidade coordenadora, nos termos, prazos e condicdes previstos no artigo 22.° desse regime, promover a convocagao das entidades piblicas que devam pronunciar-se sobre o pedido de autorizacao prévia para a instalacao de estabelecimento industrial para a conferéncia mencionada ne n.* 5 do artigo 77.° do Cédigo: 2) Por sua iniciativa; b) A pedido do interessado, desde que tal seja formulado aquando do inicio do procedimento de autorizacao prévia, nos termos do disposto no n." 1 do artigo 21.° do SIR. 3 - Convocada a conferéncia procedimental, & mesma é aplicdvel o regime referido no n.* 1, com exclusao das dispasicdes do procedimento ai mencionado que disciplinem a tramitacao da obtencéo, por parte de entidades publicas, de aprovagdes e autorizacées de localizacao ou de instalacao. 4 - Decorrido 0 prazo mencionado no n.° 2 sem que tenha sido convocada a conferéncia, a faculdade dda sua convocagao deixa de poder ser exercida, salvo se o interessado pravar que requereu a convocacao da mesma no respetivo procedimento. 5 - Verificada a situacio prevista na parte inicial do numero anterior, o procedimento administrative referido no n.* 1 segue 05 termos previstos no respetivo regime. Artigo 5." Boas praticas administrativas 1 No prazo de um ano, a contar da data da entrada em vigor do presente decreto-lei, 0 Governo aprova, por Resolucao do Consetho de Ministros, um «Guia de boas praticas administrativas». 2 + O guia referido no numero anterior tem carater orientador e enuncia padrées de conduta a assumir pela Administracao Pablica, Artigo 6." Norma transitéria On." 2 do artigo 149.° do Decreto-Lein.° 442/91, de 15 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.* 6196, de 31 de janeiro, mantém-se em vigor até & data da entrada em vigor do diploma referido no 1. 2'do artigo &.° artigo 7." Norma revogatéria E revagado 0 Decreto-Lein.° 442/91, de 15 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.* 6/96, de 31 de janeiro. Artigo 8." Aplicagao no tempo e producao de efeitos 1-0 disposto nas partes | ¢ Il, no capitulo Ill do titulo | da parte Ill e na parte IV do Cédigo aplica-se ‘0s procedimentos administrativos em curso & data da sua entrada em vigor, sendo as restantes, disposicées do Cédigo aplicaveis apenas aos procedimentos administrativas que se iniciem apés a entrada em vigor do presente decreto-lei. 2 O1n.°1 do artigo 176.° do Cédigo aptica-se a partir da data da entrada em vigor do diploma que define os casos, as formas e os termos em que os atos administrativos podem ser impostos coercivamente pela Administracao, a aprovar no prazo de 60 dias a contar da data da entrada em vigor do presente decreto-tei. Artigo 9." Entrada em vigor 0 presente decreto-lei entra em vigor 90 dias apés a sua publicacao. Visto © aprovado em Consetho de Ministros de 9 de outubro de 2014. - Pedro Passos Coetho - Maria Luis Casanova Morgado Dias de Albuquerque - Paula Maria von Hafe Teixeira da Cruz - Pedro Alexandre Vicente de Araijo Lomba - Antonio de Magalhaes Pires de Lima - Jorge Manuel Lopes Moreira da Silva, Promulgado em 2 de janeiro de 2015. Publique-se. 0 Presidente da Repiblica, Anibal Cavaco Silva. Referendado em 6 de janeiro de 2015, 0 Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coeiho. ANEXO. (a que se refere o artigo 2.°) ‘CODIGO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARTE | Disposicdes gerais, caPiTuLo | Disposicdes pretiminares Artigo 1.° Definisses 1 = Entende-se por procedimento administrativo a sucessao ordenada de atos e formalidades relativos 8 formacao, manifestacio e execucio da vontade dos érgios da Administracio Publica, 2-- Entende-se por processo administrativo 0 conjunto de documentos devidamente ordenados em que se traduzem os atos e formalidades que integram o procedimento administrativo. Artigo 2." Ambito de aplicagto 1 - As disposigdes do presente Cédigo respeitantes aos principios gerais, ao procedimento © & atividade administrativa sio aplicaveis & conduta de quaisquer entidades, independentemente da sua natureza, adotada no exercicio de poderes piblicos ou regulada de modo especifico por disposicoes de direito administrative. 2 Aparte Il do presente Cédigo é aplicavel ao funcionamento dos érgios da Administragao Pablica. 3 - Os principios gerais da atividade administrativa e as disposicdes do presente Cédigo que ‘concretizam preceitos constitucionais sao aplicaveis a toda e qualquer atuagao da Administracao Publica, ainda que meramente técnica ou de gestao privada. 4-- Para efeitos do disposto no presente Cédigo, integram a Administragao Publica: a) Os érgaos do Estado e das regides auténomas que exercem funcdes administrativas a titulo principal; b) As autarquias locais e suas associagdes e federagses de direito pablico; ) As entidades administrativas independentes; 4d) 05 institutos pablicos e as associagdes publicas. 5 - As disposicdes do presente Cédigo, designadamente as garantias nele reconhecidas aos particulares, aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos administrativos especiais caPITULO II Principios gerais da atividade administrativa Artigo 3." Principio da legalidade 1 - 0s érgios da Administracao Publica devem atuar em obediéncia & lei e ao direito, dentro dos limites dos poderes que thes forem conferidos e em conformidade com os respetivos fins. 2.- 0s atos administrativos praticados em estado de necessidade, com pretericao das regras estabelecidas no presente Cédigo, sao vilidos, desde que os seus resultados nao pudessem ter sido alcancados de outro modo, mas os lesados tém o direito de ser indemnizados nos termos gerais da responsabilidade da Administragio. Artigo 4.° Principio da prossecucdo do interesse publico e da protecéo dos direitos e interesses dos cidadios Compete aos érgios da Administra¢io Publica prosseguir o interesse publico, no respeito pelos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadaos. Artigo 5." Principio da boa administracao 1 - AAdministracZo Publica deve pautar-se por critérios de eficiéncia, economicidade e celeridade. 2.- Para efeitos do disposto no nismero anterior, a Administracao Publica deve ser organizada de modo a aproximar os servicos das populagies e de forma nao burocratizada.. Attigo 6. Principio da igualdade Nas suas relagdes com os particulares, a Administracao Piblica deve reger-se pelo principio da ‘igualdade, nao podendo privilegiar, beneficiar, prejudicar, privar de qualquer direito ou isentar de {qualquer dever ninguém em razo de ascendéncia, sexo, raca, lingua, territéria de origem, religiao, conviccées politicas ou ideolSgicas, instrucao, situacao econdmica, condicao social ou orientacao sexual. Artigo 7.° Principio da proporcionalidade 1 - Na prossecugao do interesse publico, a Administracao Piblica deve adotar os comportamentos adequados aos fins prosseguides. 2.- AS decisées da Administragao que colidam com direitos subjetivos ou interesses legalmente protegidos dos particulares sé podem afetar essas posicdes na medida do necessario e em termos proporcionais aos objetivos a realizar, Artigo 8." Principios da justica e da razoabilidade {A Administrac3o Piblica deve tratar de forma justa todos aqueles que com ela entrem em relacao, & rejeitar as solugdes manifestamente desrazoavels ou incompativeis com a ideia de Direito, nomeadamente em matéria de interpretagao das normas juridicas e das valoracées préprias do exercicio da fungao administrativa. Artigo 9. Principio da imparcialidade {A Administragao Piblica deve tratar de forma imparcial aqueles que com ela entrem em relacio, designadamente, considerando com objetividade todos e apenas os interesses relevantes no contexto decisério e adotando as solucées organizatérias e procedimentais indispensaveis & preservagao da ‘sencao administrativa e & confianca nessa isencao. Artigo 10." Principio da boa-fé 1 - No exercicio da atividade administrativa e em todas as suas formas e fases, a Administracéo Poblica e os particulares devem agir e relacionar-se segundo as regras da boa-fé. 2- No cumprimento do disposto no namero anterior, devem ponderar-se os valores fundamentais do Direito relevantes em face das situacdes consideradas, e, em especial, a confianca suscitada na contraparte pela atuacao em causa € 0 objetivo a alcangar com a atuacao empreendida, Artigo 11.° Principio da colaboracio com os particulares 1 + Os érgios da Administracdo Publica devem atuar em estreita colaborago com os particulates, ccummprindo-thes, designadamente, prestar aos particulares as informacoes e os esclarecimentos de que carecam, apoiar e estimular as suas iniciativas e receber as suas sugestdes e informacées. 2.- A Administragao PUblica é responsavel pelas informacoes prestadas por escrito aos particulares, ainda que nao obrigatérias. Artigo 12.° Principio da participasio 0s érgdos da Administracao Publica devem assegurar a participacao dos particulares, bem como das associagées que tenham por objeto a defesa dos seus interesses, na formacao das decisoes que thes, digam respeito, designadamente através da respetiva audiéncia nos termas do presente Cédigo. Artigo 13." Principio da deciséo 1 - 0s érgaos da Administracao Publica tém o dever de se pronunciar sobre todos os assuntos da sua competéncia que thes sejam apresentados e, nomeadamente, sobre os assuntos que aos interessados digam diretamente respeito, bem como sobre quaisquer peticées, representagoes, reclamagoes ou queixas formuladas em defesa da Constituicio, das eis ou do interesse pUblico. 2.- Nao existe o dever de decisto quando, hé menos de dois anos, contados da data da apresentacao ddo requerimento, o érgao competente tenha praticado um ato administrative sobre o mesmo pedido, formulado pelo mesmo particular com os mesmos fundamentos. 3 - 0s drgaos da Administracao Publica podem decidir sobre coisa diferente ou mais ampla do que a pedida, quando o interesse piblico assim o exija. Artigo 14." Principios aplicaveis & administragio eletrénica 1 0s drgaos e servicos da Administracao Piblica devem utilizar meios eletrénicos no desempenho da sua atividade, de mado a promover a eficiéncia e a transparéncia administrativas e a proximidade com os interessados, 2.- Os meias eletrénicos utilizados devem garantir a disponibilidade, 0 acesso, a integridade, a autenticidade, a confidencialidade, a conservacao e a seguranga da informacao. 3 - Autilizacio de meios eletrénicos, dentro dos limites estabelecidos na Constituicio e na lei, esta sujeita as garantias previstas no presente Cédigo e aos principios gerais da atividade administrativa. 4+ 0s servicos administrativos devem disponibilizar meios eletrénicos de relacionamento com a Administracao Publica e divulga-los de forma adequada, de modo a que os interessados os possam utilizar no exercicio dos seus direitos e interesses legalmente protegidos, designadamente para formular as suas pretensées, obter e prestar informacées, realizar consultas, apresentar alegacées, cefetuar pagamentos e impugnar atos administrativos 5 - Os interessados tém direito a igualdade no acesso aos servicos da Administragdo, no padendo, fem caso algum, 0 uso de metos eletrénicos implicar restricées ou discriminagdes nao previstas para 108 que se relacionem com a Administragao por meios nao eletrénicos. 6 - O disposto no nimero anterior nao prejudica a adocao de medidas de diferenciagao positiva para a utilizacao, pelos interessados, de meios eletrénicos no relacionamento com a Administrac30 Publica. Artigo 15.* Principio da gratuitidade 1+ 0 procedimento administrativo é tendencialmente gratuito, na medida em que leis especiais no fmponham o pagamento de taxas por despesas, encargos ou outros custos suportados pela Administracéo. 2 - Em caso de insuficiéncia econémica, a Administracao isenta, total ou parcialmente, o interessado do pagamento das taxas ou das despesas referidas no nimero anterior. 3 - A insuficiéncia econémica deve ser provada nos termos da lel sobre apoio judiciério, com as devidas adaptacoes. Artigo 16.° Principio da responsabilidade {A Administracao Pablica responde, nos termos da lel, pelos danos causados no exercicio da sua atividade. Artigo 17.° Principio da administracao aberta 1 - Todas as pessoas tém 0 direito de acesso aos arquivos € registos administrativos, mesmo quando rnenhum procedimento que thes diga diretamente respeito esteja em curso, sem prejuizo do disposto fa lei em matérias relativas & seguranga interna e externa, a investigacio criminal, ao sigilo fiscal e 8 privacidade das pessoas. 2+ 0 acesso aos arquivos e registos administrativos & regulado por tei Artigo 18.° Principio da protesio dos dados pessoais 0s particulares tém direito & protecdo dos seus dados pessoais e a seguranca e integridade dos suportes, sistemas e aplicacées utilizados para 0 efeito, nos termos da lei. Artigo 19. Principio da cooperasio leal com a UniSo Europela, 1 Sempre que o direito da Unio Europeia imponha & Administracao Publica a obrigagéo de prestar informacoes, apresentar propostas ou de, por alguma outra forma, colaborar com a Administracao Pablica de outros Estados-membros, essa obrigagao deve ser cumprida no prazo para tal estabelecido. 2 - Na auséncia de prazo especifico, a obrigagao referida no nimero anterior & cumprida no quadro dda cooperagao leal que deve existir entre a Administracao Publica e a Unido Europeia. PARTE I os Srgaos da Administragao Publica CAPITULO | Natureza e regime dos érgios Artigo 20.* Orgaos 1 - Sio érgios da Administracio Piblica os centros institucionalizados titulares de poderes e deveres para efeitos da prética de atos juridicos imputaveis & pessoa coletiva. 2-- Os drgios so, nos termos das normas que os instituem ou preveem a sua instituicdo, singulares ou colegiais e permanentes ou temporarios. 3 - 0s drgaos colegiais podem adotar o seu regimento no quadro das normas legais e estatut: aplicéveis. caPiTULO I Dos érgaos colegiais, Artigo 21." Presidente e secretario 1 Sempre que a lei nao disponha de forma diferente, cada érgao colegial da Administracao Publica tem um presidente e um secretario, a eleger pelos membros que o compéem. 2-- Cabe ao presidente do érgao colegial, além de outras fun¢des que the sejam atribuidas, abrir e tencerrar as reuniées, dirigir os trabalhas e assegurar o cumprimento das leis e a regularidade das. deliberacdes. 3 - 0 presidente pode, ainda, suspender ou encerrar antecipadamente as reunies, quando Circunstancias excecionais o justifiquem, mediante decisao fundamentada, a incluir na ata da reuniao, podendo a decisao ser revogada em recurso imediatamente interposto e votado favoravelmente, de forma no tumultuosa, por maioria de dois tergos dos membros com direito a voto. 4-0 presidente, ou quem o substtuir, pode reagir judicialmente contra deliberacdes tomadas pelo 6rgao a que preside quando as considere ilegais, impugnando atos administrativos ou normas regulamentares ou pedindo a declaragao de ilegalidade por omisséo de normas, bem como requerer as providéncias cautelares adequadas. Artigo 22.* Supléncia do presidente e do secretario 1 - Salvo disposicao legal, estatutaria ou regimental em contrario, intervém como suplentes do presidente e do secretario de qualquer érgao colegial, quando ocorra a sua auséncia ou impedimento, respetivamente, o vogal mais antigo e 0 vogal mais moderna. 2.- No caso de os vogais possuirem a mesma antiguidade reportada ao momento da assuncio do Cargo, intervém como suplentes, respetivamente, o vogal de mais idade e o Vogal mais jover. 3 - Em caso de conflito entre o presidente e o érgéo quanto aos pressupostos de intervenco de um seu suplente, prevalece a vontade colegial quando nao caiba a outro érgao a competéncia para 0 dirimir, Artigo 23.° Reuniées ordinarias 1 = Na falta de determinacao legal, estatutéria ou regimental, ou de detiberacao do érgéo, cabe 20 presidente a fixagao do local, dos dias e horas das reuniées ordinarias e, quando aplicavel, a Indicacao dos meios telematicos disponibitizados para participacao dos membros. 2 - Quaisquer alteracées ao dia e hora fixados para as reunides devem ser comunicadas a todos os membros do érgio, de forma a garantir o seu conhecimento seguro e opartuno, Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versoes anteriores deste artigo: diplomas: 1* versio: DL n.* 4/2015, de 07 de Let n.* 72/2020, de 16 de Novembro Janeiro Artigo 24.* Reunises extraordinarias 1 - As reunides extraordinarias tém lugar mediante convocacio do presidente, salvo disposi¢ao especial, 2-- 0 presidente é obrigado a proceder & convocacao sempre que pelo menos um terco dos vogais tho solicitem por escrito, indicando 0 assunto que desejam ver tratado. 3 - A convocatéria da reuniao deve ser feita para um dos 15 dias seguintes & apresentacao do pedido, mas sempre com uma antecedéncia minima de 48 horas sobre a data da reuniao extraordinaria.. 4 Da convocatéria dever constar, de forma expressa e especificada, os assuntos a tratar na reuniso, o local, o dia e hora da reunigo e, quando aplicavel, a indicaco dos meios telematicos disponibilizados para participagao dos membros, 5 - Se o presidente nao proceder & convocacio requerida nos termos do n.* 2, podem os requerentes fefetuacla diretamente, com invocagao dessa circunstancia, expedindo a convocatéria para os enderesos eletrénicos de todas os membros do drgao, quando aqueles se encontrem registados nos termos estatutarios ou regimentais, ou publicitando-a mediante publicagao num jomal de circulagao nacional ou lacal e nos locais de estilo usados para a notificacao edital. 6 - A convocatéria efetuada de acordo com o disposto ne nimero anterior deve ser felta com a antecedéncia minima de 48 horas. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versses anteriores deste artigo: diplomas +1 versio: DL n.* 4/2015, de 07 de Lei n.* 72/2020, de 16 de Novembro Janeiro Artigo 24,°-8 Realizasao por meios telematicos 1 = Sempre que as condigSes técnicas o permitam, as reuniées podem ser realizadas por meios telematicos. 2.- Autilizagao de meios telematicos nas reunides deve constar de forma expressa na respetiva ata. Aditado pelo seguinte diploma: Lei n.° 72/2020, de 16 de Novembro Artigo 25.° Ordem do dia 1 = Aordem do dia de cada reunlao é estabelecida pelo presidente, e, salvo disposicao especial em contrario, deve incluir os assuntos que para esse fim the forem indicados por qualquer vogal, desde ue sejam da competéncia do érgio e 0 pedido seja apresentado por escrito com uma antecedéncia ‘minima de cinco dias sobre a data da reuniao. 2- Kordem do dia deve ser entregue a todos os membros com a antecedéncia de, pelo menos, 48 horas sobre a data da reuniao. 3 - No caso previsto no n.* 5 do artigo 24.*, a competéncia conferida no n.° 1 a0 presidente & devolvida aos vogais que convoquem a reunigo, Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versses anteriores deste artigo: diplomas: 1 versio: DL n.* 4/2015, de 07 de Let n.* 72/2020, de 16 de Novembro Janeiro Artigo 26.° Objeto das deliberagses 1 - $6 podem ser tomadas deliberacdes cujo objeto se inclua na ordem do dia da reuniao. 2.- Excetuam-se do disposto no numero anterior os casos em que, numa reunigo ordinaria, pelo ‘menos dois tersos dos membros do érgio reconhecam a urgéncia de deliberagao imediata sobre assunto nao incluido na ordem do dia. Artigo 27.* Reunides publicas 1 As reunides dos érgios da Administracio Publica néo so pablicas, salvo disposicéo legal em contrario, 2.- Quando as reunides hajam de ser piblicas, deve ser dada publicidade aos dias, horas e locais da sua realizacao, de forma a garantir o conhecimento dos interessados com uma antecedéncia de, pelo menos, 48 horas sobre a data da reuniac 3 - Quando a lef o determinar ou o érgao tiver detiberado nesse sentido, podem os assistentes as reunides publicas intervir para comunicar ou pedir informagdes, ou expressar opinides, sobre assuntes relevantes da competéncia daquele, Artigo 28." Inobservan: das disposigSes sobre convocagio de reunides A ilegalidade resultante da inobservancia das disposicdes contidas nos artigos 23. e 24.° e dos prazos testabelecides no artigo 25." s6 se considera sanada quando todos os membros do érgio comparecam 8 reuniao e nenhum suscite logo de inicio oposicao & sua realizacao. Artigo 29.° Quérum 1 0s érgios colegiais s6 podem, em regra, deliberar quando a maioria do numero legal dos seus membros com direito a voto esteja fisicamente presente ou a participar através de meios telematicos. 2.- Quando se nao verifique na primeira convocagao o quérum previsto no numero anterior, deve ser Cconvocada nova reunio com um intervalo minimo de 24 horas. 3» Sempre que se no disponha de forma diferente, os érgios colegiais reunidos em segunda onvocatéria podem deliberar desde que esteja presente um terco dos seus membros com direito a voto. 4 - Nos drgaos colegiais compostos por trés membros, é de dois a quérum necessério para deliberar, ‘mesmo em segunda convocatéria. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: 1° versio: DL n.* 4/2015, de 07 de Lei n.* 72/2020, de 16 de Novembro Janeiro Artigo 30.* Proibigio da abstengio No siléncio da lei, 6 proibida a abstencao aos membros dos drgaos consultivos e aos dos érgaos deliberativos, quando no exercicio de funcdes consultivas Artigo 31.° Formas de votasao 1+ As deliberacées sio antecedidas de discussio das respetivas propostas sempre que qualquer membro do 6rgao colegial nisso mostre interesse e, salvo disposicao legal em contrario, sao tomadas por votacio nominal, devendo votar primeiramente os vogais e, por fim, o presidente. 2.- As deliberacées que envolvam um juizo de valor sobre comportamentos ou qualidades de pessoas so tomadas por escrutinio secreto, devendo o presidente, em caso de davida fundada, determinar que seja essa a forma para a votacio. 3 - Quando exigida, a fundamentacao das deliberacdes tomadas por escrutinio secreto é feita pelo presidente do érgio colegial apés a votacio, tendo presente a discussio que a tiver precedido. 4- Nao podem estar presentes no momento da discussao nem da votacao os membros do érgao que se encontrem ou se considerem impedides. Artigo 32.° Maioria exigivel nas deliberacées 1 - As deliberagées sao tomadas por maioria absoluta de vatos dos membros presentes & reunigo, salvo nos casos em que, por disposicao legal ou estatutaria, se exija maioria qualificada ou seja suficiente maioria relativa. 2.- Quando seja exigivel maioria absoluta e esta nao se forme, nem se verifique empate, procede-se imediatamente a nova votagao e, se aquela situaco se mantiver, adia-se a deliberagao para a reuniao seguinte, na qual a maioria relativa é suficiente. Artigo 33.° Empate na votacio 1 Em caso de empate na votacio, 0 presidente tem voto de qualidade, ou, sendo caso disso, de desempate, salvo se a votacao se tiver efetuado por escrutinio secreto. 2.- Havendo empate em votacio por escrutinio secreto, procede-se imediatamente a nava votacio e, se 0 empate se mantiver, adia-se a deliberacao para a reuniao seguinte. 3 Se, na primeira vota¢io da reunigo seguinte, se mantiver o empate, procede-se a vatacio nominal, na qual a maioria relativa é suficiente. Artigo 34." Ata da reuniao 1 - De cada reunio é lavrada ata, que contém um resumo de tudo 0 que nela tenha acorrido e seja relevante para o conhecimento e a apreciacao da legalidade das deliberacées tomadas, designadamente a data e o local da reuniao, a ordem do dia, os membros presentes, os assuntos apreciados, as deliberagdes tomadas, a forma e o resultado das respetivas votacbes e as decisées do presidente. 2.- As atas sio lavradas pelo secretario e submetidas & aprovacao dos membros no final da respetiva reuniao ou no inicio da reuniao seguinte, sendo assinadas, apos a aprovacao, pelo presidente e pelo secretario. 3 - Nao participam na aprovacao da ata os membros que nao tenham estado presentes na reuniéo a {que ela respeita, 4- Nos casos em que o érgao assim o delibere, a ata é aprovada, logo na reunio a que diga respelto, fem minuta sintética, devendo ser depots transcrita com maior concretizagao e novamente submetida a aprovacio. 5 - 0 conjunto das atas é autuado paginado de modo a facilitar a sucessiva incluso das novas atas ea impedir o seu extravio, 6 - As deliberacées dos Srgaos colegiais s6 se tornam eficazes depois de aprovadas as respetivas atas ‘ou depois de assinadas as minutas e a eficacia das deliberacdes constantes da minuta cessa se a ata dda mesma reuniao nao as reproduzir. Artigo 35." Registo na ata do voto de vencido 1 - Os membros do érgéo colegial podem fazer constar da ata o seu voto de vencido, enunciando as razBes que o justifiquem, 2.- Aqueles que ficarem vencidos na deliberacao tomada e fizerem registo da respetiva declaragao de voto na ata ficam isentos da responsabilidade que daquela eventualmente result. 3 - Quando se trate de pareceres a dar a outros érgaos administrativos, as deliberacdes séo sempre acompanhadas das declaracdes de voto apresentadas. caPiTULo It a competéncia Attigo 36.° Irrenunclabilidade e inalienabilidade 1 - A.competéncia é definida por lei ou por regulamento e é irrenunciavel e inalienavel, sem prejuizo do disposto quanto a delegacao de poderes, a supléncia e & substituicao. 2.- Enulo todo 0 ato ou contrato que tenha por objeto a rendncia a titularidade ou ao exercicio da competéncia conferida aos érgios administrativos, sem prejuizo da delegacao de poderes e figuras. afins legalmente previstas. Artigo 37." Fixagdo da competéncia 1 - A.competéncia fixa-se no momento em que se inicia 0 procedimento, sendo irrelevantes as. modificagdes de facto que ocorram posteriormente. 2 - Sao igualmente irrelevantes as modificacées de direito, exceto se 0 orgie a que o procedimento estava afeto for extinto ou deixar de ser competente ou s¢ the for atribuida a competéncia de que inicialmente carecesse. 3 - Quando o érgao competente passar a ser outro, deve o processo ser-the remetido oficiosamente. Artigo 38.° Questées prejudiciais 1 - Se a decisdo final depender da decisao de uma questo que tenha de constituir objeto de procedimento préprio ou especifico ou que seja da competéncia de outro érgao administrativo ou dos tribunais, deve o orgio competente para a decisio final suspender 0 pracedimento administrativo, ‘com explicitagao dos fundamentos, até que tenha havido pronéincia sobre a questao prejudicial, salvo se da néo resolucio imediata do assunto resultarem graves prejuizos para interesses pUblicas ou privados. 2-- A suspensio cessa: 2) Quando a decisao da questéo prejudicial depender da apresentagao de pedido pelo interessado e este nio o apresentar perante o érgio administrativo ou o tribunal competente nas 30 dias seguintes 8 notificacao da suspensao; ) Quando o pracedimento ou processo instaurado para conhecimento da questo prejudicial estiver parado, por culpa do interessado, por mais de 30 dias; ©) Quando, por circunstancias supervenientes, a falta de resolucao imediata do assunto causar graves prejuizes para interesses piblicos ou privados. 3 - Se nao for declarada a suspensao ou esta cesar, 0 érgéo administrative conhece das questées prejudiciais, mas a respetiva decisio nao produz quaisquer efeitos fora do pracedimento em que for proferida. Artigo 39." Conflitos de competéncia territorial Em caso de dividas sérias de entendimento ou de apticacéo das normas de competéncia territorial, deve ser utilizado, como critério interpretativo, o da localizacao mais adequada do érgao decisor para a eficiente resolucao do assunto. Artigo 40.° Controlo da competéncia 1 - Antes de qualquer decisio, 0 érgao da Administracao Publica deve certificar-se de que competente para conhecer da questio. 2.- Aincompeténcia deve ser suscitada oficiosamente pelo érgio e pode ser arguida pelos interessados. Artigo 41.° Apresentaso de requerimento a érgio incompetente 1 - Quando seja apresentado requerimento, peticao, reclamagdo ou recurso a érgao incompetente, © documento recebido é enviado oficiosamente ao érgio titular da competéncia, disso se notificando 0 particular. 2 - Nos casos previstos nos nameros anteriores, vale a data da apresentacao inicial do requerimento para efeitos da sua tempestividade. Artigo 42.° Supléncia 1 - Nos casos de auséncia, falta ou impedimento do titular do érgéo ou do agente, cabe ao suplente designado na lei, nos estatutos ou no regimento, agir no exercicio da competéncia desse rgio ou agente. 2 Na falta de designacéo, a supléncia cabe ao inferior hierarquico imediato e, em caso de igualdade de posigoes, ao mais antigo, 3 - O exercicio de funcées em supléncia abrange os poderes delegados ou subdelegados no érgio ou no agente, Artigo 43." Substituigao de érgios Nos casos em que a lei habilita um érgao a suceder, temporéria ou pontualmente, no exercicio da competéncia que normalmente pertence a outro érgio, o Srgio substitute exerce como competéncia propria e exclusiva os poderes do érgao substituido, suspendendo-se a aplicacao da norma atributiva dda competéncia deste iltimo. caiTuLo Vv Da delegacao de poderes Artigo 44.° Delegasao de poderes 1 = 0s drgaos administrativos normalmente competentes para decidir em determinada matéria podem, sempre que para tal estejam habilitados por lei, permitir, através de um ato de delegacio de oderes, que outro érgao ou agente da mesma pessoa coletiva ou outro érgao de diferente pessoa coletiva pratique atos administrativos sobre a mesma matéria, 2-- Para efeitos do disposto no niimero anterior, considera-se agente aquele que, a qualquer titulo, lexerga fungdes piblicas ao servico da pessoa coletiva, em regime de subordinacao juridica, 3+ Mediante um ato de delegacao de paderes, os érgaos competentes para decidir em determinada rmatéria podem sempre permitir que o seu imediato inferior hierarquico, adjunto ou substituto pratiquem atos de administracio ordinaria nessa matéria, 4-0 disposto no nimero anterior vale igualmente para a delegacao de poderes dos érgéos colegiais nos respetivos presidentes, salvo havendo lei de habilitacao especifica que estabeleca uma particular reparticao de competéncias entre os diversos érgaos.. 5 - Os atos praticados ao abrigo de delegacao ou subdelegacao de poderes valem como se tivessem sido praticados pelo delegante ou subdelegante. Artigo 45." Poderes indelegavels Nao podem ser objeto de delegacio, designadamente: a) Aglobalidade dos poderes do delegante; ) 0s poderes suscetiveis de serem exercidos sobre o préprio delegado; } Poderes a exercer pelo delegado fora do Ambito da respetiva competéncia territorial, Artigo 46.° Subdelegasao de poderes 1 - Salvo disposicao legal em contrério, o delegante pode autorizar o delegado a subdelegar. 2.- 0 subdelegado pode subdelegar as competéncias que the tenham sido subdelegadas, salvo disposigao legal em contrario ou reserva expressa do delegante ou subdelegante. Artigo 47.° Requisitos do ato de delegacao 1 - No ato de delegacao ou subdelegacio, deve o érgio delegante ou subdelegante especificar os. poderes que sio delegados ou subdelegados ou os atos que o delegado ou subdelegado pode praticar, bem como mencionar a norma atributiva do poder delegado e aquela que habilita o drgio a delegar. 2.- Os atos de delegacao ou subdelegacio de paderes esto sujeitos a publicacao, nos termas do artigo 159." Artigo 48.* Mengio da qualidade de delegado ou subdelegado 1-0 érgio delegado ou subdelegado deve mencionar essa qualidade no uso da delegacio ou subdelegacio. 2.- Afalta de mencao da delegagao ou subdelegacao no ato praticado ao seu abrigo, ou a mencao incorreta da sua existéncia e do seu conteiido, nao afeta a validade do ato, mas os interessados no podem ser prejudicados no exercicio dos seus direitos pelo desconhecimento da existéncia da delegacao ou subdelegacio. Artigo 49.° Poderes do delegante ou subdelegante 1 - 0 érgao delegante ou subdelegante pode emitir diretivas ou instrucées vinculativas para 0 delegado ou subdelegado sobre 0 modo como devem ser exercidos os poderes delegados ou subdelegados. 2 - 0 drgao delegante ou subdelegante tem o poder de avocar, bem como o de anular, revogar ou substituir 0 ato praticado pelo delegado ou subdelegado ao abrigo da delegacio ou subdelegacio. Artigo 50." Extincio da delegagio ou subdelegacao ‘A delegacao e a subdelegacio de poderes extinguer-se: 2a) Por anulagao ou revogacao do ato de delegacao ou subdelegacao; b) Por caducidade, resultante de se terem esgotado os seus efeitos ou da mudanga dos titulares dos Grgios delegante ou delegado, subdelegante au subdelegado. capiTuLo v os conflitos de atribuigdes e de competéncia Artigo 51." Competéncia para a resolusao de conflitos 1 0s conflitos de atribuicées sao resolvidos: a) Pelos tribunais administrativos, mediante pracesso de conflito entre érgios administrativas, quando envolvam érgaos de pessoas coletivas diferentes ou no caso de contlites entre autoridades administrativas independentes; b) Pelo Primeiro-Ministro, quando envolvam érgaos de ministérios diferentes; } Pelo ministro, quando envalvam pessoas coletivas dotadas de autonomia, sujeitas ao seu poder de superintendéncia; d) Pelo Presidente do Governo Regional, quando envolvam érgaos de secretarias regionais diferentes; ) Pelo secretario regional, quando envolvam pessoas coletivas dotadas de autonomia sujeltas, ao seu poder de superintendéncia, 2 - Os conflites de competéncia sio resolvides pelo érgio de menor categoria hierarquica que exerca poderes de supervisao sobre os érgaos envolvidos. Artigo 52.° Resolucao administrativa dos conflitos 1 - Arresolucio dos conflitos de atribuicdes entre ministérios au entre secretarias regionais diferentes, bem como dos conflitos de competéncia, pode ser solicitada por qualquer interessado, mediante requerimento fundamentado dirigido a entidade competente para a decisio do procedimento, e deve ser oficiosamente suscitada pelos érgios em confito logo que dele tenhiam conhecimento, 2.- 0 drgao competente para a resolucdo deve ouvir os érgaos em conflito, se estes ainda se nao tiverem pronunciado, e proferir a deciséo no prazo de 30 dias. PARTE II Do procedimento administrativo tiruwo 1 Regime comum caPiTULO | Disposicoes gerais artigo 53." Iniciativa 0 procedimento administrativo inicia-se oficiosamente ou a solicitago dos interessados. Artigo 54.* Lingua do procedimento ‘A\ingua do procedimento é a lingua portuguesa. Artigo 55.° Responsavel pela direso do procedimento 1 A direcao do procedimento cabe ao érgio competente para a decisdo final, sem prejuizo do disposto nas nimeros seguintes. 2 - 0 drgio competente para a decisio final delega em inferior hierrquico seu, 0 pader de direcio do procedimento, salvo disposicao legal, regulamentar ou estatutaria em contrério ou quando a isso obviarem as condicdes de servico ou outras razées ponderosas, invocadas fundamentadamente no procedimento concreto ou em diretiva interna respeitante a certos procedimentos, 3 - 0 responsavel pela direcao do procedimento pode encarregar inferior hierarquico seu da realizagao de diligéncias instrutérias especificas. 4 No érgao colegial, a delegacao prevista no n.° 2 é conferida a membro do érgao ou a agente dele dependente. 5 - A identidade do responsével pela direcao do procedimento é notificada aos participantes e Comunicada a quaisquer autras pessoas que, demonstrando interesse legitima, requeiram essa informacao, Artigo 56." Principio da adequagdo procedimental Na auséncia de normas juridicas injuntivas, o responsével pela direcao do procedimento goza de discricionariedade na respetiva estruturacao, que, no respeito pelos principios gerais da atividade administrativa, deve ser orientada pelos interesses piblicos da participacio, da eficiéncia, da ‘econamicidade e da celeridade na preparacao da decisao. Artigo 57." Acordos endoprocedimentais 1 = No ambito da discricionariedade procedimental, o érgao competente para a decisio final e os. interessados podem, por escrito, acordar termos do procedimento, 2.- 0s acordos referidos no numero anterior tém efeito vinculativo e o seu objeto pode, designadamente, consistir na organizacio de audiéncias orais para exercicio do contraditério entre 0s interessados que pretendam uma certa decisdo e aqueles que se the oponham. 3 - Durante o pracedimento, o érgio competente para a decisio final e os interessados também podem celebrar contrato para determinar, no todo ou em parte, o conteuido discricionatio do ato administrativo a praticar no termo do procedimento. Artigo 58.° Principio do inquisitario 0 responsével pela direcao do procedimento e os outros érgaos que participem na instrucao podem, ‘mesmo que 0 procedimento seja instaurado por iniciativa dos interessados, praceder a quaisquer diligéncias que se revelem adequadas e necessarias & preparacao de uma decisao legal e justa, ainda ue respeitantes a matérias nao mencionadas nos requerimentos ou nas respostas dos interessados. Artigo 59.* Dever de celeridade 0 responsivel pela direcdo do procedimento e os outros érgaos intervenientes na respetiva tramitagao devem providenciar por um andamento rapido e eficaz, quer recusando e evitando tudo 0 que for impertinente e dilatério, quer ordenando e promovendo tudo o que seja necessario a um seguimento diligente e a tomada de uma deciséo dentro de prazo razoavel. Artigo 60.° Cooperacao e boa-fé procedimental 1 Na sua participacio no procedimento, os érgios da Administragio Piblica e os interessados devem cooperar entre si, com vista a fixacao rigorosa dos pressupostos de decisao e a obtengao de decisées legais e justas. 2.- 0s interessados devem concorrer para a economia de melos na realizacao de diligéncias ‘nstrutorias e para a tomada da decisdo num prazo razoavel, abstendo-se de requerer diligéncias, initeis e de recorrer a expedientes dilatarias Artigo 61." Utilizagdo de meios eletrénicos 1 - Salvo disposicéo legal em contrério, na instrugao dos procedimentos devem ser preferencialmente utilizados meios eletranicos, tendo em vista a) Facilitar 0 exercicio de direitos e o cumprimento de deveres através de sistemas que, de forma segura, facil, célere e compreensivel, sejam acessiveis a todos os interessados; b) Tornar mais simples e rapido 0 acesso dos interessados ao procedimenta e a informacdo; ) Simplificar e reduzir a duracao dos pracedimentes, promovendo a rapidez das decisées, com as devidas garantias legais. 2.- Quando na instrucéo do procedimento se utilizem melos eletrénicos, as aplicagdes e sistemas informéticos utilizades devem indicar o responsavel pela direcdo do procedimento e 0 érga0 competente para a decisao, assim como garantir 0 controlo dos prazos, a tramitacao ordenada ea simplificagao e a publicidade do procedimento. 3 - Para efeitos do disposto do nimero anterior, os interessados tém direito: a) Acconhecer por meios eletronicos o estado da tramitacao dos pracedimentos que thes digam diretamente respeito; ) A obter os instrumentos necessarios a comunicacio por via eletrénica com os servicos da Administracao, designadamente nome de utilizador e palavra-passe para acesso a plataformas eletrénicas simples e, quando legalmente previsto, conta de correio eletrénico e assinatura digital certificada, Artigo 62." Balcdo Unico eletrénico 1 Sempre que um procedimento administrative se possa iniciar e desenvolver através de um balcao eletranico, este deve designadamente proporcionar: a) Informacao clara ¢ acessivel a qualquer interessado sobre os documentos necessérios para a apresentacio e instruco dos correspondentes pedidas e condicées para a obtencio dos efeitos juridicos pretendidos com o pedido; b) Meios de consulta eletrénica do estado dos pedidos; ) Meios de pagamento por via eletrénica das taxas devidas, quando seja caso disso; d) Informacao completa sobre a disciplina juridica dos procedimentos administrativas que se podem realizar através do balcdo eletrénico em causa; €) Endereco e contacto da entidade administrativa com competéncia para a direcao do procedimento administrative em causa; £) Informagao sobre os meios de reagao judiciais e extrajudiciais de resolucao de eventuais litigios.. 2.- Os balcées eletrénicos devem poder intermediar nos pracedimentos a serem desenvolvidos entre 10s interessados e as autoridades administrativas competentes, recebendo os atos de uns e outros, mediante a entrega do correspondente recibo, e transmitindo-o imediatamente. 3- 0 tempo que medeia entre a recegao pelo balcdo eletrénico dos documentos apresentados @ a sua entrega ao destinatario & descontado nos prazos pracedimentais em caso de justo impedimento, designadamente quando ocorra, de modo comprovado, uma interrupcae técnica do funcionamento dos meios eletrénicos indispensaveis & transmissao, que nao seja imputavel ao érgao competente. 4 - Salvo © disposto em lei especial, os balcdes eletrénicos asseguram a emissao automatizada de atos meramente certificativos e a notificagao de decisdes que incidam sobre os requerimentos formulades através daquele suporte eletrénico. 5 - Sem prejuizo do exercicio imediato dos direitos ou interesses legalmente protegidos do interessado no procedimento, néo sao devidas taxas quando, sempre que tal esteja legalmente previsto, os respetivos valores ou férmulas de cAlculo nao sejam introduzidos nas plataformas eletrénicas no ambito das quais correm os procedimentos a que dizem respeito. 6 - As taxas referidas no nimero anterior s30, porém, devidas sempre que: a) A falta de introducao dos respetivos valores ou formulas de calculo nas plataformas a que se refere o nlmero anterior nao seja imputavel & entidade destinataria das taxas; e b) No prazo de cinco dias contados do inicio do procedimento, sejam inseridos os respetivos valores fu farmulas de calculo nas plataformas e natificado o interessado para proceder ao seu pagamento. Artigo 63." Comunicagées por telefax, telefone ou meios eletrénicos 1 - Salvo disposicao legal em contrério, as comunicacées da Administracao com os interessados a0 longo do pracedimento s4 podem processar-se através de telefax, telefone ou correio eletrénico mediante seu prévio consentimento, prestado por escrito, devendo o interessado, na sua primeira intervengao no pracedimento ou posteriormente, indicat, para o efeito, o seu numero de telefax, telefone ou a identificacao da caixa postal eletrénica de que é titular, nos termos previstos no servigo piblico de caixa postal eletronica. 2.- Presume-se que o interessado consentiu na utilizacao de telefax, de telefone ou de meios eletronicos de comunicacéo quando, apesar de nao ter procedido a indicacao constante do nimero anterior, tenha estabelecido contacto regular através daqueles metos. 3 - As comunicacoes da Administragao com pessoas coletivas podem processar-se através de telefax, de telefone ou de meios eletrénicos, sem necessidade de consentimento, quando sejam efetuadas para plataformas informaticas com acesso restrito ou para os enderegos de correio eletronico ou nimero de telefax ou de telefone indicados em qualquer documento por elas apresentado no procedimento administrative, Artigo 64.° Documentacdo das diligéncias e integridade do processo administrative 1 - Das diligéncias realizadas oralmente sio lavrados autos e termos, que devem conter a mencéo dos elementos essenciais e da data e lugar da realizacao da diligéncia a que respeitam. 2.- 0 processo administrativo é preferencialmente desmaterializado, através de ferramentas que permitam a inclusdo dos documentos que nele sao incorporados e impecam a sua violacao e extravio. 3 - As ferramentas eletrénicas devem assegurar a autenticacao dos intervenientes no procedimento fe, Nas casos em que tal no seja possivel, o drgio responsavel pela direcao do procedimento deve assinar digitalmente o processo, de forma a garantir a integridade e a inviolabilidade do mesmo, 4 Nos casos em que, excecionalmente, 0 processa administrativo seja suportade em papel, & autuado e paginado de mode a facilitar a inclusao dos documentos que nele sao sucessivamente incorporados e a impedir 0 seu extravio, devendo o érgio responsavel pela direcao do procedimento rubricar todas as suas folhas e podendo os interessados e seus mandatérios rubricar quaisquer folhas do mesmo. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versses anteriores deste artigo: diplomas: * verso: DL n.* 4/2015, de 07 de Lei n.° 72/2020, de 16 de Novembro Janeiro capiTULo II Da relagao juridica procedimental SECCAO | os sujeitos do procedimento Artigo 65." Sujeitos da relacdo juridica procedimental 1 - Séo sujeitos da relacao juridica procedimental: 2) Os érgias das entidades referidas no n. 1 do artigo 2.°, decisées ou para a pratica de atos preparatérios; b) 0s particulares legitimados nos termos do n.° 1 do artigo 68.*; ) Pessoas singulares e coletivas de direito privado, em defesa de interesses difusos, segundo 0 disposto nas n.os 2 e 3 do artigo 68. d) Os érgaos que exercam fungdes administrativas, nas condicdes previstas no n.* 4 do artigo 68.° 2 - Para efeitos do disposto no presente Cédigo, consideram-se interessados no procedimento os sujeites da relagao Juridica procedimental referides nas alineas b), c) e d) do numero anterior que como tal nele se constituam, ao abrigo de um dos titulos de legitimagao previstos no artigo 68.* quando competentes para a tomada de Artigo 66.° Auxitio administrative 1 - Para além dos casos em que a lei imponha a intervencio de outros érgios no pracedimento, 0 ‘6rgao competente para a decisao final deve, por iniciativa propria, por proposta do responsavel pela direcao do procedimento ou a requerimento de um sujeita privade da relacio juridica procedimental, solicitar o auxilio de quaisquer outros érgaos da Administracao Publica, indicando um prazo util, quando: ’2) 0 melhor conhecimento da matéria relevante exija uma investigagio para a qual o drgio a quem é dirigida a solicitacao disponha de competéncia exclusiva ou de conhecimentos aprofundados aos dquais o drgio solicitante néo tenha acesso; b) S60 érgao a quem é dirigida a solicitagao tenha em seu poder documentos ou dados cujo conhecimento seja necessario a preparacao da decisio; ©) A instrugao requeira a intervengao de pessoal ou 0 emprego de metos técnicos de que 0 orgao competente para a decisio final nao disponha, 2 A comunicagao de documentos ou dados solicitados nos termos do nimero anterior aplicam-se as restriges fixadasna legislacao sobre o acesso aos dacumentos administratves. 3- Em caso de recusa de auto administrative requeride nos termos do n." 1, ou de ditagéo na sua Drestacao, a questao ¢ resolvda, consoante o caso, pela autoridade competente para a resolucao de Conflitos de atribuigdes ou de competéncia entre os orgios sliitante e solictado ou, nao a havendo, por érgio que exerga poderes de diregio, superintendéncia ou tutela sobre 0 gio solicitado. SECCAO I os interessados no procedimento Axtigo 67.° Capacidade procedimental dos particulares 1 - Os particulares tém o direito de intervir pessoalmente no procedimento administrative ou de nele se fazer representar ou assstr através de mancatério. 2- A capacidade de intervenc3o no procedimento, salvo disposicSo especial, tem por base e por medida a capacidade de exercicio de direitos segundo a lei civil, a qual é também aplicdvel a0 suprimento éa incapacidade. Legitimidade procedimental 1 - Tém legitimidade para iniciar o procedimento ou para nele se constituirem como interessados os titulares de direitos, interesses legalmente protegides, deveres, encargos, énus au sujeicdes no mbito das decisées que nele forem ou possam ser tomadas, bem como as associacoes, para defender interesses coletivos ou proceder & defesa coletiva de interesses individuais dos seus associados que caibam no ambito dos respetivos fins. 2.- Tém, também, legitimidade para a protecao de interesses difusos perante acdes ou omissoes da ‘Administracdo passivels de causar prejuizos relevantes nao individualizados em bens fundamentals. como a saide piblica, a habitacao, a educacao, o ambiente, o ordenamento do territério, 0 Urbanismo, a qualidade de vida, o consumo de bens e servicos o patriménio cultural: 2a) 0s cidadaos no gozo dos seus direitos civis e politicos e os demais eleitores recenseados no territério portugués; b) As associacdes e fundacées representativas de tais interesses; ©) As autarquias locais, em relagao & protecao de tais interesses nas areas das respetivas circunscrigdes. 3- Tém, ainda, legitimidade para assegurar a defesa de bens do Estado, das regiées auténomas e de autarquias locals afetados por aco ou omissio da Administragao, os residentes na circunscricéo em que se localize ou tenha localizado o bem defendido. 4 Tam igualmente legitimidade os érgios que exercam funcdes administrativas quando as pessoas coletivas nas quais eles se integram sejam titulares de direitos ou interesses legalmente protegidos, poderes, deveres ou sujeicdes que possam ser conformados pelas decisées que nesse ambito forem ‘ou possam ser tomadas, ou quando thes caiba defender interesses difusos que possam ser beneficiados ou afetados por tais decisées. sec¢Ao im Das garantias de imparcialidade Artigo 69.° Casos de impedimento 4 - Salvo 0 disposto no n.* 2, 05 titulares de érgaos da Administracao Pablica e os respetivos agentes, bem como quaisquer outras entidades que, independentemente da sua natureza, se encontrem no exercicio de poderes piblicos, nao podem intervir em procedimento administrative ou em ato ou contrato de direito publico ou privado da Administragao Pablica, nos seguintes casos: ‘8) Quando nele tenham interesse, por si, como representantes ou como gestores de negécios de outra pessoa; ) Quando, por si ou como representantes ou gestores de negécios de outra pessoa, nele tenham {nteresse o seu cénjuge ou pessoa com quem viva em condigdes analogas as dos cOnjuges, algum parente ou afim em linha reta ou até ao segundo grau da linha colateral, bem como qualquer pessoa ‘corn quem vivam em economia comum ou com a qual tenham uma relacao de adogao, tutela ou apadrinhamento civil; ©) Quando, por si ou come representantes ou gestores de negécios de outra pessoa, tenham interesse fem questo semelhante que deva ser decidida, ou quando tal situagao se verifique em relacao a pessoa abrangida pela alinea anterior; ) Quanto tenham intervindo no procedimento como perito ou mandatério ou hajam dado parecer sobre questio a resolver; €) Quando tenha intervindo no procedimento como perito ou mandatario o seu cénjuge ou pessoa ‘com quem viva em condicdes andlogas as dos cnjuges, parente ou afim em linha reta ou até 20 segundo grau da linha colateral, em como qualquer pessoa com quem vivam em economia comum ‘ou'com a qual tenham uma rela¢ao de adosdo, tutela ou apadrinhamento civil; #) Quando se trate de recurso de decisio proferida por si, ou com a sua intervencao, ou proferida por qualquer das pessoas referidas na alinea b) ou com intervencao destas. 2-- Excluem-se do disposto no numero anterior a) AS intervengdes que se traduzam em atos de mero expediente, designadamente atos certificativos; b) A-emissio de parecer, na qualidade de membro do érgio colegial competente para a decisio final, quando tal formalidade seja requerida pelas normas aplicaveis; ) Apronincia do autor do ato recorrido, nos termas do n,° 2 do artigo 195." 3 - Sob pena das sancdes cominadas pelos n.os 1 e 3 do artigo 76.*, nao pode haver lugar, no ambito do procedimento administrativo, a prestacao de servicos de consultoria, ou outros, a favor do responsavel pela respetiva direcao ou de quaisquer sujeitos piblicos da relagao juridica procedimental, por parte de entidades relativamente as quais se verifique qualquer das situacbes previstas no n.° 1, ou que hajam prestado servicos, ha menos de trés anos, a qualquer dos sujeitos privados participantes na relacao juridica procedimental. 4 As entidades prestadoras de servicos no Ambito de um pracedimento devem juntar uma declaracao de que se nao encontram abrangidas pela previséo do numero anterior. 5 - Sempre que a situacao de incompatibilidade prevista no n.° 3 ocorrer ja apés 0 inicio do procedimento, deve a entidade prestadora de servicos comunicar desde logo 0 facto ao responsivel pela direcao do procedimento e cessar toda a sua atividade relacionada com 0 mesmo. Artigo 70. Arguigo e declaracio do impedimento 1 - Quando se verifique causa de impedimento em relacdo a qualquer titular de érgdo ou agente da ‘Administracao Publica, deve o mesmo comunicar desde logo o facto ao respetivo superior hierarquico ‘u ao presidente do érgio colegial, consoante os casos. 2.- Quando a causa de impedimento incidir sobre outras entidades que, sem a natureza daquelas a {quem se refere o n.° 1, se encontrem no exercicio de poderes publices, devem as mesmas comunicar desde logo 0 facto a quem tenha o poder de proceder a respetiva substituicao. 3 Até ser proferida a decisio definitiva ou praticado 0 ato, qualquer interessado pode requerer a declaragao do impedimento, especificando as circunstancias de facto que constituam a sua causa. 4+ Compete ao superior hierarquico ou ao presidente do érgao colegial conhecer da existéncia co impedimento e declara-lo, auvindo, se considerar necessério, o titular do érgao ou agente. 5 - Tratando-se do impedimento do presidente do érgao colegial, a decisao do incidente compete ao préprio érgio, sem intervencio do presidente. 6 - 0 disposto nos n.os 3.a 5 aplica-se, com as necessarias adaptacdes, as situacdes referidas no n.* 2 Artigo 71.° Efeitos da arguisio do impedimento 1 - 0 titular do érgao ou agente ou outra qualquer entidade no exercicio de poderes piblicos deve suspender a sua atividade no procedimento, logo que facam a comunicacao a que se refere on.” 1 do artigo anterior ou tenham conhecimento do requerimento a que se refere o n.° 3 do mesmo preceito, até a decisio do incidente, salvo determinacao em contrério de quem tenha 0 poder de proceder & respetiva substituicao. 2.- 0s impedidos nos termos do artigo 69.* deve tomar todas as medidas que forem inadiaveis em ‘caso de urgéncia ou de perigo, as quais carecem, todavia, de ratificagao pela entidade que os substituir, Artigo 72.° Efeitos da declaracao do impedimento 1 = Declarado 0 impedimento, é o impedido imediatamente substituido ne procedimento pelo respetivo suplente, salvo se houver avocacao pelo érgao competente para o efeito, 2-- Tratando-se de érgio colegial, se no houver ou nao puder ser designado suplente, o érgio funciona sem 0 membro impedido, Artigo 73." Fundamento da escusa e suspeigéo 1 - Os titulares de érgios da Administracao Publica e respetivos agentes, bem como quaisquer outras entidades que, independentemente da sua natureza, se encontrem no exercicio de paderes pablicos devem pedir dispensa de intervir no procedimento ou em ato ou contrato de direito piblico ou privado da Administragao Pablica quando ocorra circunstancia pela qual se possa com razoabilidade duvidar seriamente da imparcialidade da sua conduta ou decisao e, designadamente: ‘a) Quando, por si ou como representante ou gestor de negécios de outra pessoa, nele tenha interesse parente ou afim em linha reta ou até ao terceiro grau da linha colateral, ou tutelado ou curatelado dele, do seu cénjuge au de pessoa com quem viva em condigdes analogas as dos cénjuges; b) Quando o titular do érgao ou agente, o seu cénjuge ou pessoa com quem viva em condicées andlogas &s dos cOnjuges, ou algum parente ou afim na linha reta, for credor ou devedor de pessoa singular ou coletiva com interesse direto no procedimento, ato ou contrato; ©) Quando tenha havido lugar ao recebimento de dadivas, antes ou depois de instaurado 0 procedimento, pelo titular do érgao ou agente, seu cénjuge ou pessoa com quem viva em condicoes andlogas &s dos cénjuges, parente ou afim na linha reta;, d) Se houver inimizade grave ou grande intimidade entre o titular do érgo ou agente, ou 0 seu cénjuge ou pessoa com quem viva em condicdes andlogas as dos cénjuges, e a pessoa com interesse diteto no procedimento, ato ou contrato; ) Quando penda em juizo ago em que sejam parte o titular do drgio ou agente, o seu canjuge ou pessoa com quem viva em condigdes analogas as dos cnjuges, parente em linha reta ou pessoa com {quem viva em economia comum, de um lado, e, do outro, o interessado, o seu cénjuge ou pessoa com quem viva em condicdes andlogas as dos cénjuges, parente em linha reta ou pessoa com quem 2.- Com fundamento semethante, pode qualquer interessado na relagao juridica procedimental deduzir suspeicao quanto a titulares de orgaos da Administracao Publica, respetivos agentes ou tras entidades no exercicio de poderes publicos que intervenham no procedimento, ato ou contrato, Artigo 74.* Formulacao do pedido 1 = Nos casos previstos no artigo anterior, 0 pedido deve ser dirigido entidade competente para dele conhecer, indicando com precisao of factos que o justifiquem. 2.- 0 pedido do titular do érgao ou agente $6 é formulado por escrito quando assim for determinado pela entidade a quem for dirigido. 3 - Quando o pedido seja formulado por interessado na relacao juridica procedimental, & sempre ‘ouvido o titular do érgao ou o agente visado. 4 - 0s pedidos devem ser formulados logo que haja conhecimento da circunstancia que determina a escusa ou a suspeicao, Artigo 75.° Decisio sobre a escusa ou suspeicso 1 - A.competéncia para decidir da escusa ou suspeigio é deferida nos termos referidos nos n.os 4 a 6 do artigo 70.° 2.- A decisio deve ser proferida no prazo de oito dias. 3 - Sendo reconhecida procedéncia ao pedido, é observado 0 disposto nos artigos 71.* © 72.* Artigo 76.* Sangdes 1 - Sao anulaveis nos termos gerais os atos ou contratos em que tenham intervindo titulares de 6rgios ou agentes impedidos ou em cuja preparacao tenha ocorrido prestacao de servicos & ‘Administracéo Publica em violagao do disposto nas n.os 3 a 5 do artigo 69." 2.- Aomissao do dever de comunicagao a que alude o n.® 1 do artigo 70.° constitui falta grave para efeitos disciplinares, 3 - A prestagao de servigos em violacao do disposto nos n.os 3 a 5 do artigo 69.° constitui o prestador no dever de indemnizar a Administracao Publica e terceiros de boa-fé pelos danas resultantes da anulagao do ato ou contrato. 4 Afalta ou decisao negativa sobre a deducao da suspeicao nao prejudica a invocacao da anulabilidade dos atos praticados ou dos contratos celebrados, quando do conjunto das circunstncias do caso concreto resulte a razoabilidade de divida séria sobre a imparcialidade da atuacio do érgio, revelada na direcio do procedimento, na pratica de atos preparatérios relevantes para o sentido da decisao ou na prépria tomada da decisio. caPiTULo It Da conferéncia procedimental Artigo 7.* Conceito e modalidades 1 + As conferéncias procedimentais destinamvse ao exercicio em comum ou conjugado das competéncias de diversos érgios da Administra¢ao Publica, no sentido de promover a eficiéncia, a economicidade e a celeridade da atividade administrativa 2-- As conferéncias procedimentais podem dizer respeito a um Unico procedimento ou a varios procedimentos conexos, e dirigir-se & tomada de uma dinica decisao ou de varias decisoes, conjugadas, 3 - As conferéncias procedimentais relativas a varios procedimentos conexos ou a um inico procedimento complexo, em que ha lugar a tomada de diferentes decisdes por diferentes érgios, podem assumir uma das seguintes modalidades: a) Conferéncia deliberativa, destinada ao exercicio conjunto das competéncias decisérias dos rgaos participantes através de um iinico ato de conteudo complexo, que substitui a pratica, por cada um deles, de atos administrativos auténomos; b) Conferéncia de coordenacio, destinada ao exercicio individualizade, mas simultaneo, das competéncias dos érgaos participantes, através da pratica, por cada um deles, de atos administratives auténomes, 4 - Quando néo exista incompatibilidade entre a forma contratual e a matéria a conformar, as conferéncias deliberativa e de coordenacao podem terminar pela celebracao de um contrato entre (05 drgaos participantes e o interessado, em substituicao do ato ou dos atos cuja preparacao se 5 - As conferéncias procedimentais relativas a um Unico procedimento podem enwvolver apenas © 6rgo competente para a decisao final ou para uma decisao intercalar e drgaos titulares de competéncias consultivas, sendo, nesse caso, aplicavel 0 disposto no n.° 7 do artigo 79.° Artigo 78.* Instituigo das conferéncias procedimentais 1 - Sem prejuizo da realizacao de conferéncias de coordenacao por acordo entre os érgaos envolvidos, a possibilidade da realizacao de conferéncias procedimentais no ambito de cada tipo de procedimento depende de previsao especifica em lei ou regulamento, ou em contrato interadministrativo a celebrar entre entidades piblicas auténomas. 2.- No Ambito da administracao direta e indireta do Estado, a institulgao da possibilidade da realizacao de conferéncias procedimentais pode ser feita por portaria dos ministros competentes para a direcio e tutela dos organismos envolvides ou para a resolucao dos conflites de atribuigées ou Competéncias entre os érgaos em causa, 3- O ato que institui a possibilidade da realizacio de conferéncias procedimentais no ambito de cada tipo de procedimento: a) Determina o érgio competente para convocar e presidir as conferéncias; b) Vincula os demais érgaos participantes a observancia dos deveres que thes séo impostos no presente capitulo; ©) Habilita os érgdos participantes a delegar em membros seus, no caso de érgios colegiais, ou em agentes deles dependentes os poderes necessérios ao funcionamento das conferéncias procedimentais, segundo o disposto no presente capitulo; 4) Confere aos érgaos participantes em conferéncia deliberativa a competéncia conjunta para deliberarem através de um iinico ato de contetdo complexo, a que corresponderia a pratica isolada de atos administrativos por cada um deles. Artigo 79.* Realizacio da conferéncia procedimental 1 = Cada conferéncia procecimental é convocada relativamente a uma situacio concreta, por iniciativa prépria do Srgao competente nos termos do ato instituidor previsto no artigo anterior, ou quando requerida por um ou mais interessados. 2 - 0 requerimento dos interessados constitui 0 érgao competente no dever de convocar a conferéncia no prazo de 15 dias. 3 - A convocatéria da primeira reunigo da conferéncia deve ser feta com a antecedéncia minima de Cinco dias em relacao data da reuni&o, podendo os érgios participantes, em caso de impossibilidade fundamentada, propor um adiamento nao superior a 10 dias. 4 - Sem prejuizo do disposto nos numeros seguintes, as reuniges da conferéncia podem ter lugar presencialmente ou por videoconferéncia, 5 - Cada um dos érgaos convocados tem o dever de participar na conferéncia, delegando, para o efeito, num dos seus membros, no caso de érgaos colegiais, ou em agentes dele dependentes os poderes necessérios para nela assumir, de modo definitivo, a posi¢ao do Srgao sobre a matéria da deliberacao a adotar, ou para tomar ele préprio a decisao correspondente & competéncia do érgao, no Ambito das conferéncias de coordenacio. 6- Aauséncia de um érgao regularmente convocado nao obsta ao funcionamento da conferéncia, considerando-se que os orgios que tenham faltado a conferéncia procedimental deliberativa nada tém a opor ao deferimento do pedido, salvo se invacarem justo impedimento no prazo de oito dias. 7 - Quando na conferéncia procedimental participem érgaos titulares de competéncia consultiva, estes exprimem a sentido da sua decisio de forma oral, juntande o parecer escrito no prazo de oito dias, para ser anexado a ata 8 - 0 interessado pode ser convocado para estar presente nas reunides, sem direlto de voto, quando tal se revele necessério a uma boa decisao. Artigo 80.° Audiéncia dos interessados e audiéncia publica 1 - Na conferéncia pracedimental, o direito de audiéncia dos interessados é exercido oralmente, em sessao na qual estejam presentes todos 0s drgios participantes, e, no caso da conferéncia de coordenagao, em simulténeo quanto as varias decisbes a adotar, podendo os interessados apresentar alegacdes escritas, as quais devem constar como anexo da ata da sessio. 2.- Para o efeito do disposto do nimero anterior, os interessados sao convacados nos termos do disposto no artigo 122.° 3 - Nos procedimentos em que seja obrigatéria a audiéncia pablica, a realizagao desta na pendéncia dda conferéncia procedimental suspende 0 prazo para a concluséo da mesma. Artigo 81.° Conclusio da conferéncia procedimental 1-0 prazo para a realizacao da conferéncia procedimental é de 60 dias, prorrogével por mais 30 dias, e, no seu decurso, suspendem-se os prazos para a conclusao dos procedimentos nos quais deveriam ser praticados os varios atos envolvides. 2- A conferéncia procedimental finda: ') Com a pratica do ato ou dos atos que visa preparar; b) No termo do prazo, sem que o ato ou 0s atos que visa preparar tenham sido praticados. 3 - No termo da conferéncia procedimental, o érgao que a ela presidiu elabora uma ata, na qual sio registados 0s sucessivos passos da conferéncia e, quando for 0 caso, 0 ato ou atos decisorios nela praticados, com a respetiva fundamentacao, e os restantes atos nela autonomamente praticadas por cada orgao participante. 4 Em caso de falta de acordo, os érgaos participantes emitem uma declaracao para constar da ata, nna qual especificam as razées da sua discordancia e, sempre que possivel, as alteracdes que consideram necessérias & viabilizacao do projeto, atividade, regulacao de um bem ou situacdo que Constitua o objeto da conferéncia, 5 - Aprontincia desfavoravel de qualquer dos participantes na conferéncia deliberativa determina 0 indeferimento das pretensdes apreciadas na conferéncia, salvo se os érgios acordarem nas alteragdes necessérias ao respetivo deferimento e na possibilidade da repeticao da conferéncia, caso essas alteracdes sejam concretizadas pelo interessado. 6 - 0 disposto no numero anterior nao impede os drgaos participantes na conferéncia, que nao tenham apresentado objecdes quanto a materia da sua competéncia, de praticarem individualmente ‘© ato administrativo que thes compete, no prazo de oite dias, a contar do termo da conferéncia, 7 - Sem prejuizo do disposto na segunda parte do n.* 5, a conferéncia finda nos termos da alinea b) do n.* 2 pode ser repetida em casos excecionais, devidamente justificados, quando todos os érgéos envolvidos nisso, previamente, acordem. 8 - Em caso de repeticdo da conferéncia, sio aproveitados os atos praticados no decurso da primeira cuja atualidade se mantenha. capiTuLo iv Do direito & informacéo Artigo 82." Direito dos interessados informac3o 1 - 0s interessados tém o direito de ser informados pelo responsivel pela direcio do procedimento, sempre que o requeiram, sobre o andamento dos procedimentos que thes digam diretamente respeito, bem como o direito de conhecer as resolucdes definitivas que sobre eles forem tomadas. 2.- As informacées a prestar abrangem a indica¢ao do servico onde o procedimento se encontra, 0s atos e diligéncias praticados, as deficiéncias a suprir pelos interessados, as decisdes adotadas quaisquer outros elementos solicitados. 3 - As informacoes solicitadas ao abrigo do presente artigo sao fornecidas no prazo maximo de 10, dias. 4 Nos procedimentos eletrénicos, a Administragao deve colocar a disposicao dos interessados, na Internet, um servico de acesso restrita, no qual aqueles possam, mediante prévia identificacao, obter por via eletrénica a informagao sobre o estado de tramitagao do procedimento. 5 - Salvo disposicao legal em contrério, a informagao eletrénica sobre o andamento dos procedimentos abrange os elementos mencionados no n.° 2. Artigo 83." Consulta do processo e passagem de certidées 1 - 0s interessados tém o direito de consultar o processo que néo contenha documentos classificados ‘ou que revelem segredo comercial ou industrial ou segredo relativo & propriedade literaria, artistica ou cientifica. 2 + 0 direito referido no nimero anterior abrange os documentos relatives a terceires, sem prejuizo dda protecao dos dados pessoais nos termos da lei. 3 - 0s interessados tm 0 direito, mediante o pagamento das importancias que forem devidas, de obter certidao, reprodugao ou declaracao autenticada dos documentos que constem dos processos a que tenham acesso. Artigo 84.° Certidoes independentes de despacho 1 Os servigas competentes sio obrigados a passar aos interessados, independentemente de despacho e no prazo maximo de 10 dias, a contar da apresentacao do requerimento, certidéo, reproduce ou declaracio autenticada de documentos de que constem, consoante o pedido, todos ou alguns dos seguintes elementos: a) Data de apresentacao de requerimentos, peticées, reclamacées, recursos ou documentos semethantes; b) Contetido dos documentos referidos na alinea anterior ou pretensao nestes formulada; c) Andamento que tiveram ou situacdo em que se encontram os documentos a que se refere a n.* 1; d) Resolucao tomada ou falta de resolucto. 2.+ 0 dever estabelecido no niimero anterior nao abrange os documentos classificados ou que revelem segredo comercial ou industrial ou segredo relativo a propriedade literaria, artistica ou cientifica, 3 - Quando os elementos constem de procedimentos informatizados, as certiddes, reproducées ou declaragées previstas no n.* 1 sao passadas, com a devida autenticacio, no prazo maximo de trés dias, por via eletrénica au mediante impressio nos servicos da Administracio. Artigo 85." Extensio do direito a informasio 1 = 0s direitos reconhecidos nos artigos 82. a 84." sao extensivos a quaisquer pessoas que prover ter interesse legitimo no conhecimento des elementes que pretendam. 2.- O exercicio dos direitos previstos no nlmero anterior depende de despacho do dirigente do servigo, exarado em requerimento escrito, instruido com os documentos probatérios do interesse legitimo invocado. capiTuLov os prazos Artigo 86.* Prazo geral 1 - Exceto quanto ao prazo de decisdo do procedimenta e na falta de disposicdo especial ou de fixagao pela Administracao, o prazo para os atos a praticar pelos érgéos administrativos ¢ de 10 dias. 2.- E igualmente de 10 dias o prazo para os interessados requererem ou praticarem quaisquer atos, romoverem diligéncias, responderem sobre os assuntos acerca dos quais se devam pronunciar ou lexercerem outros poderes no procedimento. Artigo 87.° Contagem dos prazos A contagem dos prazos sao aplicaveis as seguintes regras: 2) 0 prazo comeca a correr independentemente de quaisquer formalidades; ) Nao se inclu na contagem o dia em que ocorra 0 evento a partir do qual o prazo comeca a correr; ©) 0 prazo fixado suspende-se nos sabados, domingos e feriados; d) Na contagem dos prazos legalmente fixades em mais de seis meses, incluem-se os sdbados, domingos e feriados; ) E havido como prazo de um ou dois dias o designado, respetivamente, por 24 ou 48 horas; £0 termo do prazo que coincida com dia em que o servico perante o qual deva ser praticado 0 ato ‘io esteja aberto ao pilblico, ou néo funcione durante o periodo normal, transfere-se para 0 primeiro dia dtl seguinte; 2) Considera-se que 0 servico nao esta aberto ao publico quando for concedida tolerancia de ponto, total ou parcial. Artigo 88." Dilagdo 1 - Quando os interessados residam ou se encontrem fora do continente e neste se localize o servico por onde o procedimento corra, os prazos fixados na lel, se nao atenderem ja a essa circunstancia, 56 se iniciam depois de decorridos: 8) Cinco dias, se os interessados residirem ou se encontrarem no territério das regiées auténomas; b) 15 dias, se os interessados residirem ou se encontrarem em pais estrangeiro europeu; ) 30 dias, se a natificacdo tiver sido efetuada por edital ou se os interessadas residirem em pais estrangeiro fora da Europa. 2.- Ailacio prevista na alinea a) do numero anterior é igualmente aplicavel se o procedimento correr em servigo localizado numa Regio Auténoma e os interessados residirem ou se encontrarem noutra itha da mesma Regido Auténoma, na outra Regiao Auténoma ou no continente. 3 - As dilacGes previstas nas alineas b) e c) do n.° 1 sao também aplicaveis aos procedimentos que Corram em servicos localizados nas regides auténomas. 4.- Sem prejuizo do disposto nos nmeros anteriores, sempre que a notificagdo nao se encontre traduzida na lingua do interessado estrangeiro ou numa outra lingua que este possa entender sem Constrangimentos excessives, hé lugar a uma dilacao de 30 dias. 5 - As dilacGes previstas no presente artigo nao se aplicam quando os atos e formalidades em causa sejam praticados através de meios eletranicos. capiTuLo VI Das medidas provisérias Artigo 89.° Admissibilidade de medidas provisérias 1 Em qualquer fase do procedimento, pade o érgo competente para a decisdo final, oficiosamente ‘ua requerimento dos interessados, ordenar as medidas provisérias que se mostrem necessérias, se houver justo recefo de, sem tais medidas, se constituir uma situagao de facto consumado ou se produzirem prejuizos de dificil reparacao para os interesses pUblicos ou privados em presenca, € desde que, uma vez ponderados esses interesses, os danos que resultariam da medida se nao rmostrem superiores aos que se pretendam evitar com a respetiva adocao. 2.- A decisio de ordenar ou alterar qualquer medida proviséria nao carece de audiéncia prévia, deve ser fundamentada e fixar prazo para a sua vigéncia. 3 - Arevogacio das medidas provisérias deve ser fundamentada, 4 - 0s atos administrativos que ordenem medidas provisorias sao passiveis de impugnacao junto dos tribunais administratives. Artigo 90.° Caducidade das medidas provisérias, Salvo disposicao especial, as medidas provisérias caducam quando: a) Seia proferida decisio definitiva no procedimento; b) Expire o prazo que thes tena sido fixado ou a respetiva prorrogacao; ) Expire o prazo fixado na lei para a decisio final; 4) A decisdo final nao seja proferida dentro dos 180 dias seguintes & instauracao do procedimento. capiTULo VI Dos pareceres Artigo 91." Espécies de pareceres 1 - Os pareceres sio obrigatérias ou facultativos, consoante sejam ou nao exigides por lei, e sao vinculativos ou néo vinculativos, conforme as respetivas conclusées tenham ou nao de ser seguidas pelo drgao competente para a decisao, 2.- Salvo disposicao expressa em contrario, os pareceres legalmente previstos consideram-se obrigatérios e nao vinculativos. Artigo 92.° Forma e prazos dos pareceres 1 - Os pareceres devem ser sempre fundamentados e concluir de modo expresso e claro sobre todas a questées indicadas na consulta. 2 - 0 responsavel pela direcio do procedimento deve solicitar, sempre que possivel em simultaneo, {20s orgaos competentes a emissao dos pareceres a que haja lugar logo que, perante a marcha do procedimento, estejam reunidos os pressupastos para tanto. 3 - Na falta de disposigao especial, os pareceres séo emitidos no prazo de 20 dias, exceto quando responsavel pela direcao do procedimento fixar, fundamentadamente, prazo diferente. 4-0 prazo diferente previsto no numero anterior nao deve ser inferior a 10 dias nem superior a 30 dias. 5 - Quando um parecer abrigatério nie for emitide dentro dos prazos previstos no numero anterior, pode o procedimento prosseguir e vir a ser decid sem o parecer, salvo disposicao legal expressa em contrério, 6 - No caso de 0 parecer obrigatério ser vinculativo, a decisao final s6 pode ser proferida sem a prévia emissao daquele desde que o responsivel pela direcao do pracedimento tenha interpelado, no prazo de 10 dias, 0 érgao competente para o emir, sem que este 0 tenha feito no prazo de 20 dias a contar dessa interpelacao, Contém as alteragées introduzidas pelos seguintes Versdes anteriores deste artigo: diplomas: T* versao: DL n.* 4/2015, de 07 de + Lei n.° 72/2020, de 16 de Novembro Janeiro capiTuLo vi Da extingio do pracedimento Artigo 93.° Causas de extingdo 0 procedimento extingue-se pela tomada da decisio final ou por qualquer dos outras factos previstos no presente Codigo. Artigo 94.* Decisio final 1 - Na decisao final, 0 érgio competente deve resolver todas as questées pertinentes suscitadas durante o procedimento e que nao hajam sido decididas em momento anterior. 2.- A decisio final proferida através de meios eletronicos deve ser aposta assinatura eletrénica ou ‘outro meio idéneo de autenticacao do titular do drgao competente, nos termos de legislagao prépria, ‘© qual deve ser devidamente identificado. Artigo 95.° Impossibilidade ou inutilidade superveniente 1 - 0 procedimento é declarado extinto quando o érgao competente para a decisio verifique que a finalidade a que ele se destinava ou o objeto da decisao se tornaram impossivets ou indtets 2- A declaragio da extingao a que se refere o numero anterior é sempre fundamentada, podendo ser impugnada nos termos gerais TiTULo 1 Procedimento do regulamento e do ato administrative Artigo 96.° objeto Além do disposto no titulo anterior, © procedimento do regulamento e do ato administrative regem se, respetivamente, pelos capitulos | e Il do presente titulo. CAPITULO | Procedimento do regulamento administrative Artigo 97.° Peticées 1 0s interessados podem apresentar aos érgios competentes peticdes em que solicitem a elaboracio, modificacao ou revogagao de regulamentos, as quais devem ser fundamentadas, sem 0 que a Administraco nda toma conhecimento delas. 2.- 0 drgao com competéncia regulamentar deve informar os interessados do destino dado as peticdes formuladas ao abrigo do n.* 1, bem como dos fundamentos da psicao que tome em relacao alas, Artigo 98.* Publicitacao do inicio do procedimento e participagio procedimental 1-0 inicio do procedimento é publicitado na Internet, no sitio institucional da entidade publica, ‘com a indicagao do érgao que decidiu desencadear o procedimento, da data em que o mesmo se ‘niciou, do seu objeto e da forma como se pode processar a constituicao como interessados © a apresentacao de contributos para a elaboracio do regulamento. 2 - Quando as circunstancias o justifiquem, podem ser estabelecidos os termos de acompanhamento regular do pracedimento por acordo endoprocedimental com as associagées e fundagdes representativas dos interesses envolvids e com as autarquias locais em relacao a protecao de interesses nas reas das respetivas circunscrigdes. Artigo 99.° Projeto de regulamento 0s regulamentos sao aprovados com base num projeto, acompanhado de uma nota justificativa fundamentada, que deve incluir uma ponderacao dos Custos e beneficios das medidas projetadas. Artigo 100." Audiéncia dos interessados 1 - Tratando-se de regulamento que contenha disposigdes que afetem de modo direto e imediato direitos ou interesses legalmente protegidos dos cidadaos, o responsavel pela direcao do procedimento submete o prajeto de regulamento por prazo razoavel, mas nao inferior 30 dias, a audiéncia dos interessados que como tal se tenham constituido no procedimento. 2.- Aaudiéncia dos interessados pode ser escrita ou oral e processa-se, salvo quanto aos prazos, nos termos dos artigos 122.° ¢ 123.° 3 - 0 responsavel pela direcao do procedimento pode nao proceder & audiéncia quando: '8) A emissio do regulamento seja urgente; b) Seja razoavelmente de prever que a diligéncia possa comprometer a execucdo ou a utilidade do regulamento; )0 niimero de interessados seja de tal forma elevado que a audiéncia se torne incompativel, devendo nesse caso proceder-se a consulta piblica; 4d) 0s interessados ja se tenhiam pronunciado ne procedimento sobre as questaes que importam & decisio. 4 Nas situacdes previstas no nimero anterior, a decisdo final deve indicar os fundamentos da nao realizacao da audiéncia. 5 - A realizacio da audiéncia suspende a contagem dos prazos do procedimento administrativo, Artigo 101 Consulta publica 1 = No caso previsto na alinea c) do n.* 3 do artigo anterior ou quando a natureza da matéria 0 justifique, 0 érgio competente deve submeter o projeto de regulamento a consulta piblica, para recolha de sugestdes, procedendo, para o efeito, & sua publicagao na 2.* série do Diario da Republica ‘ou na publicacio oficial da entidade pablica, e na Internet, no sitio institucional da entidade em causa, com a visibilidade adequada a sua compreensao. 2.- Os interessados devem dirigir, por escrito, as suas sugestdes ao érgio com competéncia rregulamentar, no prazo de 30 dias, a contar da data da publicacao do projeto de regulamento. 3 - No preambulo do regulamento, é feita mengao de que o respetivo projeto foi objeto de consulta ppabtica, quando tenha sido o caso, caPiTULo II Procedimento do ato administrativo SECCAO | Da iniciativa particular Artigo 102. Requerimento inicial 1 - 0 requerimento inicial dos interessados, salvo nos casos em que a lei admite 0 pedido verbal, deve ser formulado por escrito e conter: a) A designacao do orgao administrativo a que se dirige; b) A identificacio do requerente, pela indicacao da nome, domicilio, bem como, se possivel, dos numeros de identificagao civil e identiticagao fiscal; ©) A exposicao dos factos em que se baseia o pedido e, quando tal seja possivel ao requerente, os respetivos fundamentos de direito; d) A indicacao do pedido, em termos claros e precisos; e) A data e'a assinatura do requerente, ou de outrem a seu rogo, se o mesmo néo souber ou no puder assinar; ) Aindicacio do domicitio escathido para nele ser notificado; 2) A indicagao do nimero de telefax ou telefone ou a identificacao da sua caixa postal eletrénica, para os efeitos previstos no n.° 1 do artigo 63.° 2.- Podem ser formulados num Ginico requerimento varios pedidos, desde que entre eles exista 3 - Salvo disposicao em contrério, podem ser formuladas num Unico requerimento as pretensdes correspondentes uma pluralidade de pessoas que tenham conteudo e fundamento idénticos ou substancialmente similares. Artigo 103, Local de apresentagio dos requerimentos 1 - Os requerimentos devem ser apresentados nos servigos dos érgaos aos quais sao dirigidos, salvo 0 disposto nos nimeros seguintes. 2.- Os requerimentos dirigidos aos érgios centrais podem ser apresentados nos servigas locals desconcentrados do mesmo ministério ou organismo, quando os interessados residam na area da competéncia destes, au nos gabinetes de apoio aos representantes da Republica nas egies, auténomas. 3 - 0s requerimentos apresentados nos termos previstos no numero anterior sao remetidos aos érgos Competentes pelo registo do correio, ou por via eletrénica, no prazo de trés dias apés 0 seu recebimento, com a indicacao da data em que este se verificou. 4 Os requerimentos padem ser apresentados nos servicas das representacées diplomaticas ou consulares sediadas no pais em que residam ou se encontrem os interessados. 5 - As representacées diplomaticas ou consulares remetem os requerimentos aos érgios a quem sejam dirigides, com a indicacao da data em que se verificou o recebimento. Artigo 104, Forma de apresentacdo dos requerimentos 1 - Os requerimentos dirigidos a érgios administrativos podem ser apresentados por uma das seguintes formas: a) Entrega nos servigos, valendo como data da apresentacao a da respetiva entrega; b) Remessa pelo correto, sob registo, valendo come data da apresentacao a da efetivacao do respetivo registo postal; ©) Envio através de telefax ou transmissio eletrénica de dados, valendo como data da apresentacao a do termo da expedi¢a0; d) Envio por transmissao eletrénica de dados, valendo como data da apresentacio a da respetiva expedicao; e) Formulacio verbal, quando a lei admita essa forma de apresentacéo. 2.- 0s requerimentos envviados por telefax ou transmissao eletrénica de dados padem ser apresentados em qualquer dia e independentemente da hora da abertura e do encerramento dos. servigos. 3 - A Administracao pode estabelecer modelos e sistemas normalizados de requerimentos, ‘disponibilizando aos interessados os respetivos formularios. 4 - Os requerentes podem juntar 0s elementos que considerem convenientes para precisar ou completar os dades do modelo, os quais devem ser admitides e tidas em conta pelo érgio ao qual se dirige o requerimento. 5 - O requerimento eletrénico deve observar o formato definido, para cada caso, no sitio ‘institucional da entidade publica, 6 - Quando a lei admita a formulacao verbal do requerimento, é lavrado termo para este efeito, 0 ual deve conter as mengdes previstas no n.* 1 do artigo 102.* e ser assinado, depois de datado, pelo requerente e pelo agente que receba o pedido. Artigo 105.* Registo de apresentacdo de requerimentos 1 - Aapresentasio de requerimentos, qualquer que seja o moda por que se efetue, & sempre objeto de registo, que menciona o respetivo numero de ordem, a data, 0 objeto do requerimento, o numero de documentos juntos e o nome do requerente 2.- 0s requerimentos sao registados segundo a ordem da sua apresentacao, considerando-se simultaneamente apresentados os recebidos pelo correio na mesma distribuicio. 3 - O registo é anotado nos requerimentos, mediante a mengao do respetivo nimero e data. 4 Nos servicas que disponibilizem meios eletrénicos de comunicacio, o registo da apresentacio dos requerimentos deve fazer-se por via eletrénica. Artigo 106," Recibo de entrega de requerimentos 1 - 0s interessados podem exigir recibo comprovativo da entrega dos requerimentos apresentados. 2.- 0 recibo pode ser passado em duplicado ou em fotocépia do requerimento que o requerente apresente para esse fim. 3 - O registo eletrénico emite automaticamente um recibo comprovative da entrega dos requerimentos apresentados por transmissao eletrénica de dados, contendo a indicacao da data e hora da apresentacao e 0 nimero de registo Artigo 107.° Outros escritos apresentados pelos interessados 0 disposto na presente seccao ¢ aplicavel, com as devidas adaptacées, as exposicées, reclamacées, respostas e outros escritos semethantes apresentados pelos interessados. Artigo 108. Deficiéncia do requerimento inicial 1 + Se 0 requerimento inicial nao satisfizer © disposto no artigo 102.", o requerente é convidado a suprir as deficiéncias existentes. 2.- Sem prejuizo do disposto no numero anterior, devem os érgios e agentes administrativos procurar supriroficiosamente as deficiéncias dos requerimentos, de modo a evitar que os interessados sofram prejuizos por virtude de simples irregularidades ou de mera imperfeicao na formulacao dos seus pedidos, 3 - Sao liminarmente rejeitados os requerimentos ndo identificados e aqueles cujo pedido seja inintetigive, Artigo 109." Questées que prejudiquem o desenvolvimento normal do procedimento 1-0 érgao competente para a deciséo final, Logo que estejam apurados os elementos necessérios, conhece de qualquer questo que prejudique o desenvolvimento narmal do pracedimento ou impeca a tomada de decisao sobre o seu objeto e, nomeadamente, das seguintes questoes: 2) Incompeténcia do érgao administrativo; b) Caducidade do direito que se pretende exercer; Cc} legitimidade dos requerentes; d) Extemporaneidade do pedido. 2.- Quando 0 requerimento haja sido apresentado a érgao incompetente, é aplicavel o disposto no artigo 41.° SECCAO II Das notificacdes Artigo 110. Notificacdo do inicio do procedimento 1 - 0 inicio do procedimento é notificado as pessoas cujos direitos ou interesses legalmente protegidos possam ser lesados pelos atos a praticar e que possam ser desde logo nominalmente identificadas. 2.- Nao ha lugar & notificacio determinada no nimero anterior nos casos em que a lei a dispense e rhaqueles em que a mesma possa prejudicar a natureza secreta ou confidencial da materia, como tal classificada nos termos legais, ou a oportuna adocio das providéncias a que o procedimento se destina. 3 - Anotificacio deve indicar a entidade que ordenou a instauracéo do procedimento, ou o facto que {he deu origem, 0 érgao responsavel pela respetiva diregdo, a data em que o mesmo se iniciou, © servigo por onde corre e o respetivo objeto, Artigo 111.° Destinatarios das notificagées 1 - As notificagdes sao efetuadas na pessoa do interessado, salvo quando este tenha constituido mandatario no procedimento, caso em que devem ser efetuadas a este. 2-- Para efeitos do disposto no niimero anterior, devem os interessados ou os mandatarios, quando Constituidos, comunicar ao responsavel pelo procedimento quaisquer alteracdes dos respetivos domicilios que venham a acorrer na pendéncia do procedimento. Artigo 112. Forma das notificasées 1 - As notificagées podem ser efetuadas: a) Por carta registada, dirigida para o domicitio do notificando ou, no caso de este o ter escothido para 0 efeito, para outro domicilio por si indicado; b) Por contacto pessoal com o notificando, se esta forma de notificagao nao prejudicar a celeridade do procedimento ou se for invidvel a notificacao por outra vi ©) Por telefax, telefone, correio eletrénico ou notificacao eletrénica automaticamente gerada por sistema incorporado em sitio eletrénico pertencente ao servico do érgio competente ou ao balcéo nico eletrénico; d) Por edital, quando seja esta a forma de notificacao prescrita por lei ou regulamento ou quando os rnotificandos forem incertos ou de paradeiro desconhecido; ) Por antincio, quando os notificandos forem em nimero superior a 25. 2 - As notificagées previstas na alinea c) do niimero anterior podem ter lugar nos seguintes casos: a) Por iniciativa da Administracao, sem necessidade de prévio consentimento, para plataformas {informaticas com acesso restrito ou para os enderegos de correio eletronico ou numero de telefax ou telefone indicados em qualquer documento apresentado no procedimento administrativo, quando se trate de pessoas coletivas; b) Mediante o consentimento prévio do notificando, prestado no decurso do procedimento, nos restantes casos. 3 - Anotificacao prevista na alinea d) do n.* 1 € feita por reproducao e publicagao do contetde do edital na Internet, no sitio institucional da entidade publica, e ainda: a) No caso de incerteza das pessoas a notificar, por afixacao de um edital na entrada do servigo da ‘Administracao por onde corre o pracedimento administrative; b) No caso de incerteza do lugar onde se encontrar as pessoas a notificar, por afixagao de trés editais, um, na entrada do servico da Administracao por onde corre o procedimento, outro, na porta dda casa do ultimo domicilio conhecido do notificando no pafs e, outro, na entrada da sede da respetiva junta de freguesia. 4-0 aniincio previsto na alinea e) don.” 1 € publicado, salvo o disposto em lei especial, no Diario da Repiblica ou na publicagao oficial da entidade pablica, num jornal de circulacao nacional ou local, dependendo do ambito da matéria em causa, e sempre na Internet, no sitio institucional da entidade fem causa, com a visibilidade adequada a sua compreensao. 5 - Sempre que a notificacao seja feita por telefone, a mesma é confirmada nos termos da alinea a) don.* 1, no dia util imediato, sem prejuizo de a notificagao se considerar feita na data da primeira comunicacéo. Contém as alterages introduzidas pelos seguintes Versses anteriores deste artigo: diplomas. versio: DL n.* 4/2015, de 07 de Lei n.° 72/2020, de 16 de Novembro Janeiro Artigo 113." Perfeigio das notificagées 1 - Anotificagao por carta registada presume-se efetuada no terceiro dia itil posterior ao registo ou no primeiro dia dtil seguinte a esse, quando esse dia nao seja Uti. 2.- A presungao prevista no nimero anterior sé pode ser ilidida pelo notificando quando nao the seja imputavel o facto de a natificacao ocorrer em data posterior & presumida, devendo para o efeito a ‘Administragao ou o tribunal, a requerimento do interessado, solicitar aos correios informacao sobre a data efetiva da rececéo. 3 - Annotificagao por telefax presume-se efetuada na data da emissio, servindo de prova a cépia da rremessa com a mencao de que a mensagem foi enviada com éxito, bem como da data, hora e numero de telefax do recetor. 4 A presungao prevista no nimero anterior pode ser ilidida por informacao do operador sobre © conteido e data da emissio. 5 - Anotificacao por meios eletrénicos considera-se efetuada, no caso de correio eletrénico, no momento em que o destinatério aceda ao especifico correio enviado para a sua caixa postal eletrénica, e, no caso de outras notificacdes por via de transmissdo eletrénica de dados, no momento em que o destinatério aceda a0 especifico correio enviado para a sua conta eletrénica aberta junto da plataforma informatica disponibilizada pelo sitio eletrénico institucional do érgio competente. 6 - Em caso de auséncia de acesso & caixa postal eletrénica ou & conta eletrénica aberta junto da plataforma informatica disponibilizada pelo sitio eletrénico institucional do érgéo competente, a notificacSo considera-se efetuada no quinto dia itil posterior ao seu envio ou no primeiro dia util seguinte a esse quando esse dia nao seja util, salvo quando se comprove que o notificando comunicou a alteragao daquela, se demonstre ter sido impassivel essa comunicagao ou que o servico de comunicacées eletrénicas tenha impedido a correta rececao, designadamente através de um sistema de filtragem nao imputavel ao interessado. 7-- Sem prejuizo do disposto no n.° 5 da numero anterior, a notificacio por telefone considera-se efetuada na data em que ocorreu a comunicacio telefénica. 8 - Anotificacao edital considera-se efetuada no dia em que os editais sejam afixados ou publicados na Internet, consoante 0 que ocorrer em tiltimo lugar. 9 - A notificacio por aniincio considera-se feita no dia em que for publicado o dltimo anincio. Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versoes anteriores deste artigo: diplomas: versio: DL n.* 4/2015, de 07 de Lei n.° 72/2020, de 16 de Novembro Janeiro Artigo 114, Notificagéo dos atos administrativos 1 0s atos administrativos devem ser notificados aos destinatarios, designadamente os que: 2a) Decidam sobre quaisquer pretenses por eles formuladas; b) Imponham deveres, encargos, énus, sujeicdes ou sancoes, ou causem prejuizos; } Criem, extingam, aumentem ou diminuam direitos ou interesses legalmente protegides, ou afetem as condicdes do seu exercicio, 2.- Da notificagao do ato administrative deve constar: 2a) 0 texto integral do ato administrativo, incluindo a respetiva fundamentacao, quando deva existir; b) A identificacao do pracedimento administrativo, incluindo a indicacao do autor do ato e a data deste; €) A indicagao do érgao competente para apreciar a impugnacao administrativa do ato e o respetive prazo, no caso de o ato estar sujeito a impugnacao administrativa necesséria, 3 - 0 texto integral do ato pode ser substituido pela indicacao resumida do seu contetido e objeto, {quando o ato tiver deferido integralmente a pretensao formulada pelo interessado. 4-- Para efeitos do disposto na alinea c) do n.* 2, 0 reconhecimento jurisdicional da existéncia de erro ou omissao na indica¢ao do meio de impugna¢ao administrativa a utilizar contra o ato notificado io prejudica a utilizacéo do referido meio no prazo de 30 dias, a contar do transite em julgado da decisao jurisdicional. 5 - Quando néo exista prazo fixado na lei, os atos administrativos devem ser notificados no prazo de cinco dias, Contém as altera¢ées introduzides pelos seguintes Verses anteriores deste artigo: diplomas: + 1" versio: DL n.* 4/2015, de 07 de Lei n.* 72/2020, de 16 de Novernbro Janeiro SEC¢AO IH Da instrucao Artigo 115.° Factos sujeitos a prova 1 - 0 responsével pela direcao do procedimento deve procurar averiguar todos os factos cujo conhecimento seja adequado e necessario a tomada de uma deciséo legal e justa dentro de prazo razoivel, podendo, para o efeito, recorrer a todos os meios de prova admitidos em direito. 2.- Nao carecem de prova nem de alegacao os factos notérios, bem como os factos de que 0 responsavel pela direcio de pracedimento tenha conhecimento em virtude do exercicio das suas fungées. 3 - 0 responsavel pela direcio do procedimento deve fazer constar do procedimento os factos de que tenha conhecimento em virtude do exercicio das suas funcées. Artigo 116." Prova pelos interessados 1 = Cabe aos interessados provar os factos que tenham alegado, sem prejuizo do dever cometido a0 responsavel pela direcao do procedimento nos termos do n.* 1 do artigo anterior. 2.- Quando os elementos de prova dos factos estiverem em poder da Administracao, o énus previsto no niimero anterior considera-se satisfeito desde que o interessado proceda & sua correta, ‘identificagao junto do responsavel pela direcao do pracedimento. 3 - Os interessados podem juntar documentos e pareceres ou requerer diligéncias de prova \iteis para 0 esclarecimento dos factos com interesse para a deciséo. 4 Sendo necessério juntar documento passado em pais estrangeiro, a lel que rege a producao da forma especial desse documento é a lei do Estado de emissao, aferindo-se a suficiéncia daquela forma especial por equiparacdo funcional a forma exigida pela lei nacional. 5 - As despesas resultantes das diligéncias de prova sao suportadas pelos interessados que as tiverem requerido, sem prejuizo do disposto no n.° 2 do artigo 15.° Artigo 117.* Solicitagio de provas aos interessados 1-0 responsével pela direcdo do procedimento pode determinar aos interessados a prestacao de informacées, a apresentacao de documentos ou coisas, a sujeicao a inspecoes e a colaboracao outros meios de prova. 2.- €legitima a recusa as detetrminacdes previstas no numero anterior, quando a obediéncia as 2a) Envolver a violagao de sigilo profissional ou segredo comercial ou industrial; b) Implicar 0 esclarecimento de factos cuja revelagao esteja proibida ou dispensada por lei; ) Importar a revelacao de factos punivets, praticados pelo préprio interessado, pelo seu cénjuge ou por seu ascendente ou descendent, irmao ou afim nos mesmos graus; 4) For suscetivel de causar dano moral ou material ao proprio interessado ou a alguma das pessoas referidas na alinea anterior. Artigo 118.* Forma da prestacdo de informacSes ou da apresentacdo de provas 1 Aprestagio de informacées au a apresentagio de provas pelos interessados faz-se por escrito, podendo também ser feita oralmente, quando tal seja admitido, nos termos e condicées que para 0 efeito forem fixados, 2 - Se o interessado nao residir no municipio da sede do érgao responsavel pela direcéo do procedimento, a prestacao verbal de informagdes ou a apresentacao de provas pode ter lugar através

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