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[N* Ge artigos 18] Lei n.° 27/96, de 01 de Agosto (versio actualizada) LEI DA TUTELA ADMINISTRATIVA Contém as seguintes alteracses: Let Organica n.* 1/2011, de 30 de Novembro DL n." 214-G/2015, de 02 de Outubro SUMARIO Regime juridico da tutela administrativa, Regime juridico da tutela administrativa ‘A Assembleia da Repiblica decreta, nos termos dos artigos 164.*, alinea d), e 169.*, n.°3, da Constituicao, o seguint _Artigo 1. Ambito 1 - Apresente lei estabelece o regime juridico da tutela administrativa a que ficam sujeitas as autarquias locais e entidades equiparadas, bem como o respectivo regime sancionatério. 2 - Para efeitos do presente diploma so consideradas entidades equiparadas a autarquias locals as {reas metropolitanas, as assembleias distritais e as associagées de municipios de direito pablico. Artigo 2." Objecto A tutela administrativa consiste na verificagio do cumprimento das leis e regulamentes por parte dos ‘rgaos e dos servicos das autarquias locais e entidades equiparadas. Artigo 3." Conteudo 1 Atutela administrativa exerce-se através da reatizacio de inspeccées, inquéritos e sindicncias. 2.- No ambito deste diploma: a) A inspeccao consiste na verificacao da conformidade dos actos e contratos dos érgaos e servicos, com a tel b) 0 inquérito consiste na verificacao da legalidade dos actos e contratos concretos dos érgios servigas resultante de fundada deniincia apresentada por quaisquer pessoas singulares ou colectivas ou de inspeccao; ) Asindic&ncia consiste numa indagacio aos servicos quando existam sérios indicios de ilegalidades de actos de orgios e servigos que, pelo seu volume e gravidade, nao devam ser averiguados no Ambito de inquérito, Artigo 4.° Deveres de informaso e cooperasio 0s érgdos e servicos objecto de accdes de tutela administrativa encontram-se vinculados aos deveres de informacao e cooperacao. Artigo 5. Titularidade dos poderes de tutela A tutela administrativa compete ao Governo, sendo assegurada, de forma articulada, pelos Ministros das Financas e do Equipamento, do Planeamento e da Administracao do Territério, no Ambito das respectivas competéncias. Artigo 6." Realizagao de acgées inspectivas 1 As inspeccdes sao realizadas regularmente através dos servicos competentes, de acordo com 0 plane anual superiormente aprovado, 2.- 0s inquéritos e as sindicancias sao determinados pelo competente membro do Governo, sempre {ue se verifiquem os pressupostos da sua realizacao. 3 - Os relatorios das accées inspectivas sao apresentados para despacho do competente membro do Governo, que, se for caso disso, os remeterd para o representante do Ministério PUblico legalmente competente. 4 Estando em causa situacées susceptiveis de fundamentar a dissolucio de érgios autarquicos ou de entidades equiparadas, ou a perda de mandato dos seus titulares, 0 membro do Governo deve determinar, previamente, a notificago dos visados para, no prazo de 30 dias, apresentarem, por escrito, as alegagdes tidas por convenientes, juntando os documentos que considerem relevantes, 5 - Sem prejuizo do disposto no numero anterior, sempre que esteja em causa a dissolucao de um Srgio executivo, deve também ser solicitado parecer ao respectivo érgao deliberativo, que o devera temitir por escrito no prazo de 30 dias. 6 - Apresentadas as alegaces ou emitido o parecer a que aludem, respectivamente, os nos 4e 5, ou decorrido o prazo para tais efeitos, deveré o membro do Governo competente, no prazo maximo de 60 dias, dar cumprimento, se for caso disso, ao disposto no n." 3, Artigo 7.° Sangdes AA pratica, por accao ou omissao, de ilegalidades no ambito da gestao das autarquias locais ou no da gestio de entidades equiparadas pode determinar, nos termos previstos na presente lei, a perda do respective mandato, se tiverem sido praticadas individualmente por membros de Srgaos, ou a dissolucao do érgao, se forem o resultado da accao ou omissao deste. Artigo 8.° Perda de mandato 1 - Incorrem em perda de mandato os membros dos érgaos autarquicos ou das entidades equiparadas que: {) Sem motivo justificativo, nde comparecam a 3 sessées ou 6 reunises seguidas ou a 6 sessdes ou 12 reunioes interpoladas; b) Apés a eleic3o, sejam colocados em situaco que os tore inelegiveis ou relativamente aos quais se tornem conhecidos elementos reveladores de uma situacao de inelegibilidade ja existente, € ainda subsistente, mas nao detectada previamente a eleicao; (©) Ap6s a eleicao se inscrevam em partido diverso daquele pelo qual foram apresentados a sufragio eleitoral; d) Pratiquem ou sejam individualmente responsavels pela pratica dos actos previstos no artigo seguinte. 2-- Incorrem, igualmente, em perda de mandato os membros dos érgdos autérquicos que, no lexercicio das suas fungoes, ou por causa delas, intervenham em procedimento administrativo, acto ‘ou contrato de direito piblico ou privado relativamente ao qual se verifique impedimento legal, visando a obtencao de vantagem patrimonial para si ou para outrem. 3 - Constitui ainda causa de perda de mandato a verificagao, em momento posterior ao da ele‘¢do, de pratica, por accao ou omissao, em mandato imediatamente anterior, dos factos referidos na alinea d) don.* 1 eno n.* 2 do presente artigo. Artigo 9.° Dissolugao de érgios Qualquer érgdo autarquico ou de entidade equiparada pode ser dissolvide quando: a) Sem causa legitima de inexecucao, nao dé cumprimento as decisoes transitadas em julgado dos, tribunais; b) Obste & realizado de inspecrao, inquérito ou sindicdncia, & prestagao de informacées ou esclarecimentos e ainda quando recuse facultar 0 exame aos servicos e a consulta de documentos solicitados no ambito do procedimento tutelar administrativo; €) Viole culposamente instrumentos de ordenamento do territério ou de planeamento urbanistico Validos e eficazes; d) Em materia de licenciamento urbanistico exija, de forma culposa, taxas, mais-valias, contrapartidas ou compensagdes nao previstas na lei; ) Nao elabore ou nao aprove o orgamento de forma a entrar em vigor no dia 1 de Janeiro de cada ano, salvo ocorréncia de facto julgade justificativo; £) Nao aprecie ou nao apresente a julgamento, no prazo legal, as respectivas contas, salvo ocorréncia de facto julgado justificativo; 4g) 0s limites legals de endividamento da autarquia sejam ultrapassados, salvo ocorréncla de facto julgado justificativo ou regularizacao superveniente; hy 0s timites tegais dos encargos com o pessoal sejam ultrapassados, salvo ocorréncia de facto nao imputavel ao érgao visado; 1) Incorra, por ac¢o ou omisséo dolosas, em ilegalidade grave traduzida na consecugSo de fins alheios ao interesse publico. Artigo 10.* Causas de nao apticagao da sangao 1 - Nio haverd lugar a perda de mandato ou A dissolucio de érgio autarquico ou de entidade equiparada quando, nos termos gerais de direito, e sem prejuizo dos deveres a que os érgios ablicos e seus membros se encontram obrigades, se verifiquem causas que justifiquem o facto ou que excluam a culpa dos agentes. 2.- 0 disposto no nimero anterior nao afasta responsabilidades de terceiros que eventualmente se verifiquem. Artigo 11.° Decisées de perda de mandato e de dissolusao 1+ As decisdes de perda do mandato e de dissolusio de érgios autérquicos ou de entidades equiparadas sao da competéncia dos tribunais administrativos de circulo. 2 = As acces para perda de mandato ou de dissoluc3o de rgios autarquicos ou de entidades lequiparadas sao interpostas pelo Ministério PUblico, por qualquer membro do drgao de que faz parte aquele contra quem for formulado o pedido, ou por quem tenha interesse directo em demandat, 0 ual se exprime pela utilidade derivada da procedéncia da accao. 3 - 0 Ministério Piblico tem o dever funcional de propor as acces referidas nos nimeros anteriores rho prazo maximo de 20 dias apés o conhecimento dos respectivos fundamentos. 4 As accGes previstas no presente artigo sé podem ser interpostas no prazo de cinco anos apés a ocorréncia dos factos que as fundamentam, Artigo 12." Efeitos das decisoes de perda de mandato e de dissolusao 1 = 0s membros de érgao dissolvido ou os que hajam perdido o mandato nao podem fazer parte da ccomissio administrativa a que se refere on.* 1 do artigo 14." 2.- No caso de dissolucao do érgao, o disposto no numero anterior nao ¢ aplicavel aos membros do Srgio dissolvido que tenham votado contra ou que nao tenham participado nas deliberacées, praticado os actos ou omitido os deveres legais a que estavam obrigados e que deram causa & dissolucio do orgio. 3 - A reniincia ao mandato nao prejudica 0 disposto no n.* 1 do presente artigo. 4- A dissolucao do érgao deliberativo da freguesia ou da regiao administrativa envolve necessariamente a dissolucao da respectiva junta. Artigo 13." Inetegibilidade ‘A-condenacao definitiva dos membros dos érgaos autarquicos em qualquer dos crimes de responsabilidade previstos e definidos na Lei n.” 34/87, de 16 de Julho, implica a sua inelegibilidade nos actos eleitorais destinados a completar o mandato interrompido e nos subsequentes que venham a ter lugar no perfado de tempo correspondente a nove mandato completo, em qualquer érgio autérquico. Artigo 14." Processo decorrente da dissolucio de 6rga0 1 - Em caso de dissolugie do érgio deliberativo de freguesia ou de regiéo administrativa au do érgio executivo municipal, é designada uma comissao administrativa, com fungées executivas, a qual é Constitufda por trés membros, nas freguesias, ou cinco membros, nas cdmaras municipafs e nas regides administrativas. 2.- Nos casos referidos no nmero anterior, os érgaos executives mantém-se em funcdes até a data dda tomada de posse da comissao administrativa. 3 - Quando a constituicdo do novo érgao autarquico envolver o sufragio directo e universal, o acto eleitoral deve ocorrer no prazo maximo de 90 dias apés o transito em julgado da decisio de dissolugao, salvo se no mesmo periodo de tempo forem marcadas eleicoes gerais para 0s 6rgdos autérquicos. 4- Compete ao Governo, mediante decreto, nomear a comissao administrativa referida no n.* 1, cuja composicao deve reflectir a do drgao dissolvido. Artigo 15.° Regime processual 1 - As acoes para declaracao de perda de mandato ou de dissolucio de érgaos autarquicos ou tentidades equiparadas tém cardter urgente e seguem os termos do processo do contencioso eleitoral, previstos no Cédigo de Processo nos Tribunais Administratives. 2-- [Revogado]. 3 [Revogado}. 4- [Revogado]. 5 - [Revogado]. 6 - [Revogado}. 7-- [Revogado]. 8 - [Revogaco} Contém as alteracdes introduzidas pelos seguintes Versoes anteriores deste artigo: diplomas: T versao: Lei n.° 27/96, de 01 de DL n.* 214-G/2015, de 02 de Outubro Agosto Artigo 16." Aplicacéo as Regides Auténomas 0 regime da presente lei aplica-se as Regides Auténomas, sem prejuizo da publicagao de diploma que defina os érgaos competentes para o exercicio da tutela administrativa, Artigo 17." Norma transitéria 1 - Sempre que o regime consagrado no presente diploma se revele em concreto mais favordvel a0 réu, 0 mesmo é de aplicacao imediata aos processos com decis6es ndo transitadas em julgado, inclusive no que diz respeito a apreciagao dos respectivos fundamentos. 2-- Para efeitos de aplicacao do disposto no numero anterior, qualquer das partes pode requerer @ baixa do processo ao tribunal de 1.” instncia para efeitos de novo julgamento. 3 - 0 disposto no némera anterior aplica-se aos processos pendentes no Tribunal Constitucional, Artigo 18.° Norma revogatéria 1 Erevogada a Lei n.* 87/89, de 9 de Setembro, bem como todas as disposicdes especiais que prevejam fundamentos de perda de mandata ou de dissolugao de érgios autarquicos por remiss&o para o regime de tutela administrativa estabelecido por aquele diploma. 2 (Revogado.) ‘Aprovada em 27 de Junho de 1996. 0 Presidente da Assembleia da Republica, Anténio de Almeida Santos. Promulgada em 19 de Jutho de 1996. Publique-se. 0 Presidente da Repdblica, JORGE SAMPAIO. Referendada em 23 de Julho de 1996. 0 Primeiro-Ministro, Antonio Manuel de Oliveira Guterres. Contém as alteragdes introduzidas pelos seguintes Versses anteriores deste artigo: diplomas. 1 versio: Lei n.° 27/96, de Ot de Lei Orgénica n.° 1/2011, de 30 de Novembro Agosto

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