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N WwW maANO - CNOG ee CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLW ) URBANO. CNDU POLITICA URBANA — POLURB maocn ess DE PESQUISA E APOIO A ae ators 2 gi Autor(es): Marlene Zlonicky e Dr. Klaus R. Kunzmann Data: Dezembro 1978 A, DOCUMENTO DE TRABALHO Titulo: recomendagédes para a atualizagdo do Planejamento da Cidade de Joinville * @radugao: André Gil Teixeira Pires RECOMENDACOES PARA A ATUALIZACAO DO PLANEJAMENTO DA CIDADE DE JOINVILLE Resultados das atividades desenvolvidas durante uma missao em Join ville em setembro de 1978. Por encargo da Sociedade Aleiié de Cooperagao Técnica (GTz) Lmtda Comissdo Nacional de Regides Metropolitanas e Politica Urbana (CNPU) Pgh pee tee oe Bee TEcrtco Dipl alges F, > Kunzmann. PROGRAMA DE PESQUISA E APOIO A POLITICA UR POLURB-BRASTLIA/Brasi en/Bochum, dezembro-1978 INDICE Item 0. o.1 0.2 re Fs re? as EN av Bad ea 3.4 Bes, 3.6 ee se eee = Resumo observagées preliminares Prefacio Metas e tarefas da missdo em Joinville Analise das condigées de desenvolvimento Condigdes intrinsecas de desenvolvimento Condigées instrumentais de desenvolvimento Avaliagao das atuais concepgées de planejamento para desenvolvimento urbano da cidade de Joinville Plano Basico de urbanismo da cidade, Vol. I, II, 1965 Plano Diretor do sistema de transporte urbano, 1972 Plano Diretor de Joinville 1973/1975 Projeto de Implantagdo do Distrio Industrial 1975 Conclusdes Andlise das condigées de Planejamento Qualidade da Medig&o dos resultados Qualidade do esquema de Planejamento Qualidade da operacionalidade Qualidade de definig&o de prioridade Sistematica dos condicionantes, deficiéncias e recursos CDR (Condicionantes/Def iciéncias/Recursos. Metas de desenvolvimeno da cidade Controle do crescimento urbano Articulagdo da estrutura urbana Preservag’o e fomento das caracteristicas de Joinville Concepgio para o desenvolvimento espacial Recomendagées para a atualizagdo e aplicagio do planeja~ mento de desenvolvimento urbano e do planejamento de uso do solo Elaboragdo de uma andlise sécio-espacial 08 09 09 1o 10 1) 20 22 23 23 24 27 27 29 31 34 36 38 39 4 44 48 6.10 Elaboragdo de planos de demanda setorial a médio e prazo com base em uma sucinta an@lise de décits Montagem e fundamentagao legal de um plano de uso do solo. Desenvolvimento do Plano Diretor Elaboragdo de um plano urbanistico p/area urbana da cidade Plano de zoneamento Elaboragao de diretrizes técnicas para o planejamen to privado da dotagio de infra-estrutura de nova: reas de construgao Elaboragdo de uma estratégia para a criagdo de es. pago habitacional para a populagdo de baixa renda dentro do perimetro urbano Exame das possibilidades de descentralizagao do potencial industrial de Joinville Levantamento e inventariagao das construgées tipi cas que constituem a imagem de Joinville s relativas ao Melhoria da polftica de informacé: planejamento Organizagao de um grupo de trabalho apartii sobre desenvolvimento urbano Organizagdo de comités de cidaddos nos diversos bairros de Joinville Realizagdo de estudos sobre as areas de estaciona mento de vefculos na regido central da cidade e elaboragao de diretrizes para estacionamento urbans Exame da rede de transportes urbanos piiblicos e da politica tarifaria de Joinville Nomeagao de encarregados de planejamento para os departamentos técnicos existentes Reestruturagdo e ampliagdo da Secretaria de Plane- jamento Instituigao de um mecanismos institucionalizado e regular de coordenagao entre os diversos departa~ tos (Secretarias) 49 57 57 59 61 62 63 64 65 67 68 70 TL SS Se 2 2 = a nan Ss Resumo As chances de sucesso de providéncias a serem tomadas, com base em nossas recomendagées para a atualizagdo do planejamento de desenvol vimento e, com isto, para a solugdo'dos problemas de Joinville, sao avaliadas por nds como se segue: ~(Recomendagées) relativas 4 adequagao das instituigdes e instrumen- tos de planejamento sao, na nossa opiniao, fundamentais e, a lon- go prazo, da mais alta prioridade, porque sao realizaveis indepen dentemente da politica de desenvolvimento do governo e porque po- dem contar com grandes ane Joinville. ghuadhinsnte do » elprmemn clon = -ReGomendagded relativas a “setores técnicds e fisico-espaciais, tém suas chances de sucesso vinculadas ao objetivos e 4 capacidade de implementagdo da poiitica agraria ¢ de desenvolvimento governanen evnns tais: As nossas MeSaendkgees neste sentido sé podem ser de cara- ter transitério, visand. curar os sintomas. Estes problemas nao podem ser sanados pela raiz a nivel local, dm hum Pena mimorodon .¢ a dog dle mows fel Em vista dos considerdveis e sempre crescentes problemas s6cio-eco- némicos da populagio, com todas as conseqtiéncias dos déficits técni, cos e financeiros, parece-nos que uma melhoria da situagao através da eliminagao destas deficiéncias, praticamente nao dispée de chan ces de sucesso nas condigées atuais; por um lado, em virtude da or dem de grandeza destas deficiéncias e da escassez dos recursos orga mentérios e, por outro, porque, em principio, a simples eliminag&o das deficiaéncias nio pode proporcionar uma duradoura melhoria estru tural inclusive para a circunvizinhanca sim as tendéncias constatadas. Esta melhoria estrutural duradoura revertendo as- constitui-se, sobre 0 pano de fundo da crescente importancia da ga- rantia de eficiéncia das medidas do poder piiblico, num requisito po itico que, no entanto, 36 pode ser algando se, concomitanente 3 eliminagao das deficiéncias, forem aproveitadas ‘ag chances existen tes, ou seja: somente assim originam-se inovagdes que podem atuar como pulsos de desenvolvimento. Demogré fica: © municipio de Joinville contava, no Gltimo censo realizado em 1970, com cerca de 127.000 habitantes, até o ano de 1978 sua populagdo eresceu em 215% atingindo 24).000_habitantes. as taxas de crescimen to anual situavam-se entre "e 12%, de modo que se pode contar pa- ra o ano de 1995 com uma duplicagdo da populagiio, caso no sejam to madas medidas decisivas de carater politico-regional. De grande relevancia para o planejamento é o fato de que erca_ de 75% da populagdo se inclui na faixa de baixa renda (3 saldrios mini mos ou menos). Esta parcela da populagao habita moradias de madeira na periferia da cidade, dispondo'de infra-estrutura técnica mas com grandes deficiéncias de infra-estrutura social. Em virtude de um sistema de financiamento inadequado, a maioria dos orgamentos fami: liares se encontram altamente endividados. A taxa de secolaridade nm rea do municipio se situa em torno de 79% (Brasil cerca de 40%) sendo de 60%-nas areas periféricas. 0 indice de reprovagdo e consi- deravel. Aparentemente, a assisténcia médico-sanitdria é dirigida as classes de mais alta renda, ainda que o sistema geral de seguro social seja considerado progressista e a relagdo médico/paciente seja relativa— nte boa (1/2.300). Econémicas: virtude da atribuicdo de consider4veis recursos piblicos para medidas em localidades nao determinadas por uma estratégia de desen volvimento, faltam recursos para medidas necessarias ao _organismo bano como um todo. Constatam-se grandes déficits de abastecinento, afetam sobretudo a populagdo de baixa renda: 35% da popula¢ao. @ dispde de um servigo regular de lixo, faltam estabelecimentos de ensino, de assisténcia social e Resp¥t#is. Os déficits de abasteci- mento apresentam uma tendéncia crescente, enquanto os recursos orca mentarios piiblicos apresentam uma tendéncia decrescente (1974: Cr$ 880.000,00; 1977: Cr$ 575.000,00). jo dispde de abastecimento de agua, 79¥ nao dipde deesgotos, 70# < Apesar das evidentes vantage: s da politica de industrializagio, em termos de politica externa, ndo se pode deixar de ver as suas des- vantagens para certas partes da populago: - A atratividade da cidade "abastada" e a campanha de anincios ‘ da indiistria aumentam o efeitos de "Push-and-pull" e com isto a ten- déncia 4 urbanizagao. - 75% da populagao se situa numa faixa entre 0 e 3 saldrios mini- mos, apresentando alto indice de endividamento. A defasagem en- tre as rendas privadas se tornou maior ao invés de menor. - Os custos sociais (moradia e infra-estrutura) tém de ser assumi- dos pela municipalidade. = As tendéncias de concentragio da indiistria, com suas metas opera~ cionais maximizadas levam 4 decisdes que se aproveitam da cidade como localizagao, mas que nao emanam desta. Esta politica-através da consideravel influéncia da indistria de Joinville-afeta forte- mente todas as decisdes locais. - As elevadas taxas de flutuagao aumentam a instabilidade social. Jrbanisticas: esenvolvimento urbano descontrolado provoca um “transbordamento" margens da cidade. As conseqiléncias sao: dreas livers disper- aleatoriamente, predagao de recursos naturais, uma enorme deman da de infra-estrutura técnica e o comprometimento de corsideraveis re cursos piiblicos na periferia da cidade, com a constante " ampliagao Go perimetro urbano até para dentro do mangue. su: parte hist6rica, a cidade apresenta uma rede vidria “genero- e\b ortancia para a indistria, a rede vidria nao apresenta nenhum organizada: Nas areas periféricas, com excessio das vias @ ou coerncia, tornando dificil sua integragdo num sistema rio organizado. A regulamentagao do trdfego se dA segundo um es- totalmente anti-econémico, esentando sobrecargas disper- Sas. Falt. tos e€ 0 sistema de Gnibus nao se encontra responder ao varios grupos _— Ecolégicas A utilizagio dispersa do solo provoca danos desnecessdrios: a des truigao da topografia, a poluigdo das aguas, a erosdo do solo, as- sim como a alteragdo da fertilidade do mesmo, a destruigao das -zo- has de transi¢ao de paisagem (costa e montanhas) e destruigéo das rurais. estruturas sociais tradicionais nas zonas Administrativ: a A administracado do municipio de Joinville esta completamente sobre~ carregada (assim como o seu orgamento). Estruturada para uma ordem de grandeza de cerca de 30.000 habitantes,/a administragao de Join- ville abrange hoje em dia cerca de 270.000 pessoas e este —_nfimero devera dobrar em 8 anos. Os processos de harmonizacao e coordenagao visando a racionalizagao da ‘administraco nao sdo praticadas siste- maticamente. Jachycan raged pul Até o momento o planejamento dispondo de insuficientes recursos ins titucionais instrumentais e de pessoal e absorvido pelos problemas cotidianos nao pode conseguir mais do que medidas puntuais de cur- to e médio prazo. Consideranos aqui - além das!chances de desenvolvimento decorrentes do relativamente bom aparelhamento do municipio - as chances advin- das de um potencial de barganha ainda nao aproveitado por meio de: ~ processos sistem4ticos de harmonizagao no sentidos vertical e ho- rizontal para toda a administracao; ~ processes sistematicos de compatibilicagdo técnica com os niveis regionais de administragao - estabelecimento de um grupo de trabalho apartiddrio sobre o desen volvimento urbano; = introdugdo de uma sistemitica de planejamento que abranja 0 con- trole de resultados e efetividade das medidas tomadas - introdugao de padrées especificos para os diferentes grupos popu- lacionais e para as diferentes areas (indicadores qualitativos); - cooperagao como "staf" de planejamento em Brasilia, para a elabo tagao deste padrées e estruturagdo de um sistema de aperfeigoamen to técnico. mos. um tal potencial também no "staf" central de planejamento em Brasilia, o qual deveria desenvolver trabalhos que por sua faculda~ de de generalizagao possuam carater de pesquisa: - elaboragao de padrdes para grupos populacionais e areas especifi- cas assim como indicadores sociais qualitativos; nstitucionalizagao do planejamento de desenvolvimento (como par te da orientagdo de investimentos e de planejamento de uso do so- 10); - instituigao de semindrios de aperfeicoamento orientados diretamen te para a elaboragao pragmatica de planos de uso do solo e do pla jamento de desenvolvimento e de zoneamento, os quais deveriam ser executados, em parte, de modo central e, em parte, decentralizada nte numa espécie de "sistema de circulagdo"; - estudos de caso controlados para verificar a margem de manobra o- ferecida pela atual legislacado antes de se discutir _alteragdes legislagio. a eliminagao das deficiéncias e dos déficits de abastecimento pro plificadoramente a partir do ponto de vista da urgéncia © da viabilidade administrativa potencial, as seguintes medidas de \BRR RRS - Organizacao da estrutura urbana - Conserva¢ao e fomento do cardter especifico da cidade de Joinvi- lle. idas/etapas de planejamento: aborag’o de uma analise da distribuigao espacial dos diversos grupos sociais; - Montagem de planos de demanda para todos os setores de infra-estru tura (andlises preliminares); - Montagem de um plano de uso do solo, um plano urbanistico geral e de um modelo urbano para a cidade; Yontagem de planos de zoneamento para as dreas sob forte pressao desenvolvimento; - Elaboragao de uma estratégia para a criagio de areas residenciais ra 0s grupos populacionais de mais baixa renda; - Exame das possibilidades de deslocamento do potencial de amplia- ¢a0 industrial de Joinville; iagao de um fundo especial para a preservacdo de construgées his ricas; gulamentagao hierarquica do trdfego/estudo sobre as areas de estacionamento; - Planejamento e execugdo de medidas de proteca% contre enchentes. jas/etapas de trabalho que sé podem ser levadas a efeito pelos ss administtativos superiores: ~ Orientagao do processo de urbanizacao em correlagdo com um exame estrutura agraria e dos planos de desenvolvimento regional; ificagao do sistema tributario visando o fortalecimento do po- cial financeiro dos municipios: - Sistema de ais e exame das normas e pro tos e subvengdes so cedimentos de atribuigao de créditos; - Orientagdo do teor dos planos e medidas através do si ema de re~ passe de recursos; = Garantia da continuidade técnica e de p desenvolvimento, tanto em termos horizontais qua! 0) Observacées _prel 0.1) a oal do planejamento to verticais. nares Metas e tarefas da Missfo em Joinvil © objetivo da miss&o em Joinville, segundo a descrigdo da ta- refa da CNPU, consistia em assessorar a Secretaria de Planeja mento e Coordenagdo da Prefeitura Municipal de Joinville na atualizagao do planejamento de desenvolvimento urbano e na pre paragdo das respectivas prescrigdes legais. Um outro objetivo em introduzir experi éncia: da estadia em Joinville, consist concretas da pratica de planejamento em uma cidade de porte médio no Brasil nas consideragées relacionadas a uma politica de desenvolvimento urbano (POLURB) . No 4mbito de uma estadia de quase 4 semanas em Joinville deve- riam ser levadas a efeito principalmente as sequintes tarefas: 1) Exame do planejamento de transportes com vistas A compati- bilizagao com o desenvolvimento geral da cidade e principal mente com as determinagdes do plano diretor. 2) Exame dos critérios de uso do solo do plano existente, em termos de sua viabilidade no Ambito de um desenvolvimento ur bano racional. 3) Blaboragdo de propostas realizaveis a curto prazo para o pro e atualizacao. ra 0 processo de h go municipal e 0 governo estadual go & instalagdo de indistrias e 4 preservagao do ente. 5) Os x entados num re esultados da missio seriam apre atividades resumido. Esta composigéo de tarefas teve que ser modificada ou amplia to prazo em virtude das experiéncias em Joinville. Uma série de P lestras com os planejadores responsaveis, com politicos © repr tantes das associagSes locais em Joinville, demonstram que © pr! so de conscientizagdo para a necessidade de um planejamento de senvolvimento a longo prazo em Joinville apenas se iniciou disto, pode-se comprovar que os futuros problemas da cidade, quantidade e conseqtiéncias dualitativas foram bastante s ficam em segundo plano, em fungo dos problemas cotidianos 2 resolvidos. Por estes motivos parece ser necess4rio, além das supra-mencionadas tarefas, formular as primeiras metas em termos de contedo e de « pago fisico para uma politica de desenvolvimento urbano - a partis de uma’ primeira andlise das condigées de planejamento existentes © da avaliagdo do futuro desenvolvimento de Joinville - discutindo-se com os responsaveis pelo processo de tomada de decisdes na cit de Joinville. © sentido basico desta etapa de trabalho, seria a obtengao de uma visdo geral das principais condigées do desenvolvimento espacial 6s ecessidade de apresentar S Joinville. Além disto, constatou-se a mer ubros da Secretaria de Planejamento ¢ Coordenagao © a0s elementos onsaveis pelas decisdes, de maneira clara e facilmente ass | os problemas e conflitos espaciais do futuro desenvolvine bano da cidade. ‘Adicionalmente pareceu-nos adequado, indicar, 5 da cooperagao com os planejadores da cidade, como se pode des volver propostas de planejamento para a melhoria da estrutura e cial, mesmo com informagdes incompletas. 1.0 An&lise das condigées de desenvolvimento para a atualizagao do planejane 0 de desenvolvii para a fundamentacao das recomendagées, a uma avaliagGo das condigdes de desenvolvimento da cidade de Jo ville, na medida em que isto fosse possivel no ambito desta cur estadia no Brasil. A andlise das condigées de desenvolvimen| en inville deverd indicar os pardmetros instrumentais e de ‘ conteddo, pelos quais o planejamento teve de ser desenvolvido até 0 momento e que, em maior ou menor grau, afetardo também o planejamento futu- ro. 0 sentido desta etapa de trabalho nao pode, entretanto, ser 0 de se proceder a uma andlise abrangente de todas as condigées fisi- cas, sécio-econémicas, juridico-legais e organizacionais do planeja mento urbano em Joinville. Em geral os dados e informagSes foram absorvidos tal qual a adminis— tragao de planejamento os forneceu. Um exame detalhado da validade dos dados ou uma complementagao dos documentos, em parte bastente escassos, ou o levantamento de novos dados ndo pode ser feito, em fungao da escassez do tempo. As informagées se baseiam em parte, nos documentos disponiveis em Joinville e em parte, em palestras inter- pessoais levadas a efeito durante a estadia em Joinville, com os memb-os da administrago municipal e ontras pessoas. Em virtude dis to, poder& ocorrer de algumas informagdes ndo serem corretas ou se- rem apresentadas de forma muito simplificada em virtude de dificul- dades de comunicagao ou tradugao. te rinsecas de de: ice) CLS [ere 2. Avaliagio das atuais concepgées de planejamento para o desen- volvimento urbano da cidade de Joinville Nos filtimos anos, a cidade de Joinville despendeu repetidos es forgos no sentido de alcangar uma melhor organizagao territo- rial da 4rea urbana e de formulagdo dos respectivos conjuntos de metas. m virtude da insuficiente capacidade de planejamen- to da administragdo municipal, uma série de estudos foi encomen dada a entidades de pesquisa e assessoramento externas. As pres crigdes locais para a regulamentagao do planejamento diretor se basearam’em resultados parciais e recomendagées destes estu- dos, assim como em documentos basicos de outras cidades brasi- mento de desenvolvimen leiras. Para a atualizagio do planej 2.1) 2.2) le Joinville, deduzindo das e metas para a politica de dese ville. Procedeu-se assim ao exame cumentos, entre outro: - Plano basico de urbanismo da cidade, volumes I e II, 1965 - Plano diretor do sistema de transporte urbano, 1972 - Plano diretor de Joinville, 1973/1975 © industrial. - Projeto de implantagao do dist © Plano Basico de ismo da cidade © primeiro plano de desenvolvimento para Joinville foi enc dado em 1965 a um escritério de planeja ento, a firma S.A de Curitiba. Afora © fato deste plano ter sido claborado portugués - 0 que obviamente dificultou sua avaliacdo por nés a Secretaria de Planejamento dispunha de apenas um Gnico exe plar do mesmo, no os sendo possivel assim um exame mais det: lhado deste na Alemanha. Todavia seria ocioso analisar este plano detalhadamente, uma vez que o mesmo foi elaborado a par- tir de metas e normas totalmente inadequadas - provavelmente in fluenciado pela “euforia da concentragao" em voga na Europa: ele prevé uma densidade média de 70 a 100 habitantes por ha, propondo uma localizagao para um segundo cen oO numa posi quase central da cidade, assim como uma rede viaria de con go centralista e a construgao de um bairro para os trabalha~ dores da indiistria ("nas proximidades da indistria" como des creve o autor) a nordeste da cidade, numa superficie de ca 6 a 8 km’, 0 qual deveria constar de blocos de apartamentos de 10 a 12 andares. A favor do autor deste plano, deve-se dizer que o mesmo pre nia contra um desenvolvimento divergente da cidade que ria numa "atomizagio" dos recursos piblicos para a infra-es tura. Plano Diretor de Sistemas de Transporte Urbano © plano geral de transportes apresentado em 1972 pela i elaborado segundo os principios da meto- dologia tradicional de planejamento de transportes, contendo todas as deficiéncias conhecidas de tais planejamentos. Com base na andlise das estruturas sécio-econémicas pré-existentes em 1970 até 1972 e na averiguacao das condigées de trafego, fo go, a mobilidade e o compor- ram determinados 0 volume de tra tamento do tréfego para 20 setores da cidade. Com base na iden tificagdo de futuros pontos-chave de atividades, com elevado volume de tréfego (centros esportivos, subcentros urbanos, mer cado, etc.), na avaliagao do futuro uso do solo (densidade po- pulacional, densidade da populagao empregada) dos prognésticos para a renda média esperada e no niimero de estudantes montou- @ um modelo de rede vidria para o ano de 1990. 0 uso do solo proposto neste parecer constitui, ainda que com varias modifi- cagdes, um elementos de orientagdo essencial para a organiza- gao do desenvolvimento da cidade de Joinville. Este modelo foi incorporado ao plano diretor de 1973. Por uma série de motivos este plano nao 6 adequado como dire triz para o futuro desenvolvimento espacia = a populagao prognosticada para o ano de 1990 de cerca de 307.500 habitantes sera ultrapassada antes deste data, em virtude do desenvolvimento populacional dos Gltimo anos. = 0 desenvolvimento da zona industrial norte, decidida apés a elaboragao do estudo e as alteragées da distribuicao de uso do solo dai resultantes, alteraram sensivelmente o flu xo @ 0 volume de trafego na cidade. - a localizago dos pontos: chaves de atividades j4 foram al- teradas ou na. foram realizados nos locais propostos. - 0 tragado’proposto para a necessaria rede de vias princi- pais em geral nao leva muito em consideragdo as condigdes fisico-espaciais naturais e as edificagdes existentes. - 0 transporte piiblico ndo foi tratado de modo adequado e Ss necessidades das cama- orgamento: nte fora da realidade, uma vez que ela parte de uma sim ples extrapolagdo linear das con li¢gdes e do comportamento dos ano de 1973. miliares no esar das deficiéncias indicadds, o relatério contém uma série de indicagSes e estimulos para o controle a longo prazo dos problemas ransporte em Joinville, os quais deveriam ser levados em consi- no ambito de uma continua atualizag3o dos resultados do es- a; ente esta atualizacSo do estudo ndo foi levada a e- to, em virtude da falta de técnicos qualificados em planejamento clas e ansporte. A dedugao de conseqti tratégias da politica transportes a partir deste estudo, também ainda nao foi realiza provavelmente pelo mesmo’ motivo. Um outro aspecto deve ser men- do aqui: a observag: 0 das condigées de trafego em Joinville de uma série de problemas de transportes da cidade € 0 mltado de um insuficiente planejamento em detalhe da rede viaria © da falta de disciplina de trafego (nao existe uma rede de vias nsportes estruturada hierarquicanente para as areas habita io existe regulamentagio ou controle do acesso aos terrenos, io pouco vis ivel dos sinais de trdfego, minima observancia igdes ao traéfego, tais com proibico de estacionamento etc). A ragéo das respectivas diretrizes - e o controle da observancia diretrizes - nao se dd em virtude da insufic cia de pessoal ficado na administragao municipal. 2.3) © Plano Diretor de Joinville © Plano de Desenvolvimento de 1985 partiu de falsos pressupos tos para o di senvolvimento desejavel da cidade de Joinville. Por isto, ne s anos seguintes, foi elaborado um novo plar 0 de desen volvimento,’na Secretaria de Plane mento Urbano em Joinville, © qual entrou em vigor em 1973 por meio da Lei nv 1262, sendo 1410 e 1411. Este pla~ no incorporou os pressupostos e as propostas concepcionais do Pl. atualizado em 1975 através das Leis no. Diretor do sistema de transporte urbano de 1972. (ou as leis) cont um anexo com planos espaciais e as determinagées descritivas destas orientagdes espaciais. ontém el © prefacio c entos gerais sobre as correlagées netre as fungdes basicas de habitagSo, trabalho etc. e divide o pla- no em 2 fases e um anexo. Primeira Fase: Metas baSicas gerais que deveriam servir, apds a entrada em vigor do plano, como base para todas as consideragdes e deci- es de planejamento. 0 capitulo 1 se refere ao transporte, o capitulo 2 4 utilizag&o do solo, o capitulo 3 aborda aspectos do zoneamento e das prescrigées de construgdo civil. Rede viaria principal © Plano divide a rede vidria hierarquicamente'em seis niveis jus tificando tal enfoque. Os necess4rios cortes transversais fo- ram apresentados em anexo da Lei n? 1261 (quadros I - III) e detalhado no anexo da Lei n? 1410. Constata-se que - a classificagao das ruas se da com.base na sistematica euro- péia de divisdo de fungdes, embora em zonas mais quentes do globo as vias de tréfego tenham outras fungdes nao existen- tes na Europa; - que o grupo de “avenidas lentas" nao foi mais subdividido; - que, em geral, as ruas tém uma largura considerdvel (p.ex.em comparagao com as normas alemas). a diferenciagio e a desti- 1 0 urbano. Foram defini- 1 pw habitacional, py de mé itacional, densi ia; e 3 é predominantemente habitacional, elevada densida- mista, densidade média alta; mista, densidade média alta, uso tradicionalmente comercial; -%6 rea mista, densidade elevada, tendéncia para uso comercial; -%7 rea predominantemente industrial -28 rea de utiliza jo especial -%9 reas a serem preservadas colinas, parques, cinturées verdes etc. orizacées para construgao nas diversas zonas devem ser orien- basic. mente segundo os tipos de utilizagao e densidades jé e~ tes nestas zonas. Este capitulo estabelece também o —4mbito 2 as autorizagées extraordinarias e multas pela ndo observancia terminagdes. A possibilidade de concessdo de autorizagdes es- s (inclusive no caso de problemas de definig&o) constitui Area téncia dos legisladores. Outras determinagdes se _— referem nvolvimento de critérios para o detalhamento das categorias lizag&o, para os procedimentos de concessio de autorizacées, pa requerimentos de alvara de construgio, para o estacionamento das propriedades, para o tipo de construgao _—habitacional, © indice de dotagao de infra-estrutura por unidade de superfi © para a autorizagio de instalagio de aquecedores. mais sess6es detalham os dados apresentdos anteriormente: as zonas Z 1 - Z 4 (moradia) sao apresentados os tipos de habit dados relativos a niimero de an ares, tamanho minimo dos , dependéncia do tipo de utilizagio e da drea de estaciona~ © para o automéveis. Adicionalmente, a tipificagio das ruas for dos sobre o tipo e volume de utilizagao dos terre- minag6es para a construgdo de casas germinadas yes fisicos em areas destinadas a outras utilizagées. o jetermi a forma em parte diferenciados segundo os tipos de ruas - e de configurago de consideravel efeito galerias), na nossa opinido ainda ndo cientemente refletidos. tem requer o estabelecimento da obrigatoriedade de apresenta le alvaras de construgdio, da observancia das determinagées le- e da vinculagao, mesmo no caso de vendas e repartigées juridi- fo de is amigaveis e parentais, 4s determinagdes da lei e da dotac. ra-estrutura do terreno, antes de uma reparticdo do mesmo.O item abelece também a competéncia do INCRA para divisibilidade do so- lo e, com isto, para a aptiddo para construgao nos terrrenos e tam- que nenhum material prejudicial ao meio-ami biente pode ser depo- sitado em terrenos que nao foram especificamente definidos para tan Um subitem contém determinagdes sobre a infra~estrutura interna com 4 dotar o terreno, tais co qual o proprietario ou empresdrio dever - conteiido e forma do requerimento e relagdo da apresentagao. - as superficies a serem apresentadas em relagao com as areas vizinhas; - as normas técnicas a serev utilizadas; - 0S prazos a serem observados; ~ do procedimento legal junto 4 Prefeitura e, no caso concreto de um projeto, os documentos a serem juntados ao requerimen- to; - critérios sobre a condigdo material dos iméveis = listagem das condigées para o tipo e prazo da execugao tais como depésito de uma caugdo, vencimento da autorizagdo ou e- xecugao pela prefeitura apds 5 anos, a proporgdo deduzivel para vias e pragas piblicas, procedimento num caso de altera gdes do plano, etc. ptidao para construgdo" contém mais determinagées sobre © © apenas algumas poucas sobre o conteiido. jeterminagdes so abordados os outras leis, ass mo a instituigao de uma subordinada a nismo" prefeito. Além disto, esta contém determinagées transitérias gerais s bre projetos ini- s antes da entrada em vigor da lei. da lei de 1973 através de um detalhamento do _conteiido dados té icos que deverdo ser utilizados juntam nentos estabelecidos na pratica (Leis n@ n? 1410 substitui o Artigo 12 do © itulo 2 da Lei n? 1262 e @, quando ao tipo e grau, as categorias de utilizacdo de 1 2 Z 9, por meio de dados sobre dimensdes minimas do terreno, a- o, altura das edificagées, impostos, etc. Concomitantemer resentados exemplos e um tipo de concepgéo para diferentes s2s dos terrenos, com as possiveis formas de construgio, sem t€ ia pretender exaurir o assunto. O anexo apresenta detalhadamente versas categorias dos tipos de utilizacdo aprovados. © contém, além de descrigées det: lhadas para as Sreas extas enos, a determinagdo espacial das diversas categorias de rincipalmente a apresentagao fisico-espacial de uma concepgao envolvimento em duas escalas, a primeira em escala de 1:20.000 1262), localizando a rede viaria princ al assim como as ca de uso; em escala de 1:10.000 (Lei ne 1410) se procede a ciagdo dos dados sobre as categorias de uso. s se baseiam na idéia fundamental da manutengdo de um sis tral, desenvolvido até o momento de forma “natural” e em um imento norte-sul do centro, até a quadruplicagao da super- mesmo. A vinculag3o da futura densidade ao tamanho dos ter, so que s dados sejam vistos co ra a localizagio de prédic varios andares. Além no noroeste e sul (cerca de ata-se que a g totalidade da Grea do perimetro urbano!) foi def nida como Nao se levando em consi io as indefensaveis densidades previstas no plano diretor de nao se dispSe, mesmo nestas duas leis, de quaisquer dados so- valores basicos ou metas, em termos demograficos, que sirvam de ase para estes planos fisico-espaciais. Aparentemente sé houve ain 4 dos progndsticos do plano diretor de transportes sistema viaria foi estruturado como uma rede com as conhecidas van ndo, no entanto, rigorosamente os assentamentos urba- que xistentes nas regides periféricas. Por isto nds supusemo rede deveria representar uma primeira meta ideal que em traba- thos subseqtientes de elaboragdo abordariam mais e diferenciadamente Componentes. Esta suposigo se justifica pela qualidade gera ejamento. Quanto 4 execugdo encontramos, todavia, em parte rte uma nao observancia dos crité- ncorporagao literal e em p. resentados no plano diretor: subcessées no centro do plano jcala de 1:10.000 foram realizadas; por outro lado nas regides xicas, as vias de acesso para os novos bairros foram levadas osto. eito contrariamente ao sistema vidrio pro; do Plano Diretor @liagdo do Plano Diretor deveria partir de quatro pressuposto: ago do conteiido e da realizacio © conteiido do planejamento e a sua manejabilidade e exeqilibilida roble- ser observados separadamente. Mesmo que varios s da exeqtiibilidade paregam, em principio, se situar no setor Pessoal, nao se deveria superestimar este aspecto uma vez que ue num tema tipico e constante da discussio de pla mesmo na Repiblica Federal da Alemanha e principalmen com a discussao sobre o valor basico dos instru planejamento. to da legislagio a s leis relevantes para a av. Faltou hecimento de outr: Os 0 CO! talida ago da exegtlibilidade, assim como 0 conhecimento da nen uridica brasileira em geral. Por isto néo se pode avaliar a qual P fator se deveria atribuir a nao incorporagdo e aplicagao de ele- mentos de planejamento j4 existentes. Trata-se, neste caso, por exemplo de: - a ndo-hierarquizagao da rede vidria, uma regulamentagio sim ples que teria significado um dispéndio relativamente pequeno; - a falta de orientagao na urbanizagao da zona periférica; - 0 impedimento de construgées sobre superficies pantanosas. Diferenciagao de competéncia A mistura de elementos e referéncias de diferentes niveis e va- riada acuracia técnica encontravel no plano diretor, pode _— ser esclarecida com a inexisténcia de uma legislago brasileira de planejamento e obras estatais. Atualmente, as condigées gerais sao determinadas unicamente pelo cédigo civil, isto é: somente pela’ regulamentagao de direito privado da propriedade. Portanto seria totalmente inadequado sobrecarregar com novos con flitos os municipios j4 assoberbados com a resolugdo simultanea de tarefas de planejamento de diversas competéncias. Uma avaliag&o desses conflitos exigiria uma elucidagdo das mar- gens de manobra em termos processuais e de conteido e das pres- srigdes legais por meio de exemplos e mecanismos de exame. Por isto estes conflitos ndo deverdo ser examinados aqui. Transferéncia de tecnologias ocidentais Com freqtiéncia a critica ao plano diretor cai na discussao geral sobre a inviabilidade da transferéncia de tecnologias ocidentais para paises com outros pressupostos existenciais. Isto € bem demonstrado pelas nossas explicagdes no item "padrées" assim como pela segunte citagao (sobre a escoloa de planejaemnto i ca): reso 4 tra- 30 e do perfodo da guerra, ie un periodo de estagnacdo e destruigao, duranteo qual to pouco desenvolvimento no norte da Europa. Eles nao nehuma resposta 4 elevadas e instAveis taxas de cresci- e mudangas sociais na cidade, 4 necessidade de um papel de anga do poder piblico no processo fisico de desenvolvim: a posicionamente quanto ao planejamento fisico que renun- aos escripulos relacionados a mon " 41) umentos paisagisticos e ur- os." Sokre 0 contelide do Plano Diretor deve-se dizer que, quanto ao ocabulario, categorizagao e critérios, ele lembra a legislagao lem de planejamento e construgdo. Ele foi elaborado por técni- cos brasileiros que, todavia, teriam conhecimento da legislagao de planejamento alema ou européia anos de desenvolvimento espacial em escala 1:20.000 ou 1: 000 correspondem aproximadamente ao “Leitplan" alemaéo (Plano Diretor bistante comum até 1960), no qual determinagdes do texto sdo regulamentadas pela legislagao federal e estadual. Pa- ra ter validade como “Entwicklungsplan" ou "Comprehensive Plan" ele deveria contar com elementos de maior acurdcia e com indica~ s espaciais diferenciadas, devendo também ser complementado con os seguintes dados: - apresentagdo das condigées histéricas, fisico-espaciais, demo- graficas, sécio-econémicas, urbanisticas e de infra- estrutu- ra, sobre as quais o planejamento se desenvolveu. - Apresentacdo das normas e padrdes a partir dos quais a ordem de grandeza dos diversos dados setoriais foi calculada. infra-estrutura 1971. (entre outros es em desen de métodos que tornem possivel uma orientaga tica nas definigdes de problemas e estabelecimentos de priori- polf- dade, assim como na avaliagao das alternativas de acordo com a efetividade (= eficdcia) social dos recursos empregados. = Apresentagao das consideragao de desenvolvimento e suas seqén cias, em etapas ou fases de desenvolvimento com uma maior dife renciacio das etapas temporalmente mais proximas - Encadeamento do cronograma de trabalho com um programa de fi- nanciamento e de medidas. Conclusio Os planos diretores existentes em Joiville devem ser avaliades co mo elementos prim4rios de um instrumento de orientagdo para a politica de desenvolvimento. A sua desvantagem fundamental todavia, nao se situa em sua quali dade técnica e sim na falta de uma legislagdo de planejamento e na conseatiente falta de institucionalizag&o do planejamento de desenvolvimento. Faltam igualmente elementos vinculados as metas politicas e conteiido que, em seu sist a global, devem incorpo rar também subvengées ¢ incentivos governamentais Sob tais condigdes a municipalidade se veria livre de tais tare- fas que - sempre - ultrapassam o seu potencial e p. as quais elas em Gltima andlise no dispoe de nenhuma possibilidade de o- rientagdo e controle. Uma tal institucionalizagao do planejamento de desenvolvimento e a conseqiiente inclusao de um novo nivel horizontal acima dos mu- icipios, permitiria esperar uma politica de desenvolvimento mais efetiva e eficaz para o Brasil, uma vez que tais niveis seriam orientados para a situagdo especffica das regides, favorecendo as sim um aumento da potencialidade dos objetivos de desenvolvimen- to e dos programas de fomento econémico do governo. -4) 0 projeto de implantagao do distrito industrial, 1975 © violento desenvolvimento da produgdo industrial em Joinville desde 0 inicio dos anos 70 fez com que as unidades de produgao essem mais da 4: am primeiras "consideragées ecolégicas” levaram o governo, em 1973, a encomendar a Firma consultora "Planisul s. am estudo no sentido de encontrar em Joinvi- Le, areas adequadas 4 instalagao de um grande setor industri- al. © estudo com amplas pesquisas sobre 3 localizagées potenciais ao norte, sul e sudoeste da area hoje urbanizada, indicou a regio a norte da cidade como a mais adequada 4 instalagdo da zona industrial. Seria dificil e ocioso examinar os resultados do estudo apresentado em 1975, pri palmente no que se refe- re a escolha dos critérios utiliza 3. De qualquer modo a deci. so favordvel A drea recomendada j4 foi tomada. As. primeiras empresas j4 se encontram 14 instaladas e todos os demais plane jamentos se orientam segundo esta decisdo. No ano de 1975 a cidade de Joinville oficializou o plano de zoneamento para a zona industrial (lei 1411, institui o plano de zona industrial de Joinville, Z 7 e da outras providéncias, 1975) 0 qual representa a base para o planejamento de infra-es trutura da regiao. © estudo sobre a instalagdo da zona industrial, indica todos os aspectos essenciais e as condigdes gerais a serem observadas na realizagao deste projeto (sistema de esgotos, ligagdo com sistema de transporte urbano piiblico, a transigao entre as areas, habitacionais, etc.). A avaliagdo das condigédes e estruturas decisérias locais, assim como o conhecimento das deficiéncias em termos de instrumentos de controle de que a administragao m nicipal dispée, permite deduzir todavia, que foram deixadas de lado importantes medidas de acompanhamento ou que foram feitas tentativas neste sentido. Os danos e custos (para a redugdo dos @anos causados) dai resultantes para Joinville, deverdo onerar sensivelmente o orgamento da cidade. Nao se pode avaliar se a retirada da zona industrial do ambito de competéncia da cida- de, atualmente discutida pela administragao municipal, diminui ria tais riscos, em virtude da falta de conhecimento sobre as estruturaas de decisdo, harmonizagao e financiamento que re- onsabilidade. sultari transferéncia de re ento ui ano de Joinville e sua pe- nte subestimadas Conelusées a série de conclu; Ges gerais para os futuros planejado- res e para a politica de desenvolvimento urbano podem ser deduzidas da andlise dos documentos disponfveis: Em virtude da deficiente capacida de prépria de plane jamen to, a cidade de Joinville se vé forgada a encomendar todos os planejamentos de longo prazo 4 empresas externas de con- sultoria e assessoramento, sem nem ao menos estar em condi- gées de apresentar a estas entidades os necessarios requi- sitos de planejamento e detalhadas descrigdes das tarefas. Os estudos apresentados pelas empresas consultoras sdo, em geral, de elevado nivel técnico. Todavia somente em poucos casos tais estudos abordam as possibilidades e problemas da implantagao concreta de suas recomendagées. A administragao concreta de suas recomendagdes. A administragao de plane- jamento de Joinville, sobrecarregada com as tarefas cotidi anas e por um estabelecimento de prioridades técnicas e de conteiido, nem sempre equilibradas, em geral, nao tem condi- gées de levar a efeito a aplicagdo das recomendagées, de organizar a continua atualizagdo dos estudos e de estrutu- rar os processos de implantagdo. Ocasionalmente ocorre de recomendagées parciais serem aproveitadas retiradas do seu contexto, sem que as consequéncias dai resultantes sejam examinadas ou reconhecidas. Por este motivo faz-se necessdrio que a cidade de Joinville - amplie a sua capacidade prépria de planejamento, por meio de uma reorganizagdo interna e uma ampliagdo do qua dro de pessoal dos departamentos da administragao muni- cipal que se ocupam com o planejamento ou examine as pos sibilidades de substituicdo de pareceres e estudos isola dos por um continuo assessoramento de longo prazoe que um drgdo central de planejamento proceda & elakoragao de dados instrumentais e de conteiido que sejam possiveis de generalizagao assim como a uma vinculagao politica dos dos recursos disponiveis. conteiidos dos planejamentos © possivel tentamos, em nossa rudimentar andlise planejamento, indicar os efeitos e influéncias realizados anteriormente, Neste processo cons~ parte dos problemas se devia 4 ineficiéncia -do processo de planejamento ¢ das medidas planejadas. As causas se - a falta de mecanismos de "feed-back" (ou controle dos resultados), — a falta de pesquisas sobre as correlagGes entre causa e efeito, - a falta de capacidade de imple entagdo (oua falta de conexao entre objetivos e medidas, ou o emprego de meios inadequados) , - a prdtica do pringipio da satisfagdo puntual das neces- sidades onde ela 6 mais urgentemente reclamada. Estas deficiéncias devem sen encaradas como sintomas de fal ta das seguintes qualidades no processo de planejamento = controle dos resultados, avaliagdo do grau de sucesso, - principio do planejamento, ~ operacionalidade - definigao de prioridades Uma descrigdo destas - necess4rias - qualidades deve indi- car as condigées, sob as quais se poderia montar um sistema autd nomo de planejamento em Joinville - assim como no Brasil - sem de pender da transferéncia de tecnologias externas. 3.1) Qualidade da medigdo dos resultados O controle dos resultados é um constituinte fundamental do planejamento urbano porque a garantia da eficiéncia das medidasdo poder piiblico é tanto uma exigéncia politica legitima quanto uma necessidade econémica. © motivo é a escassez geral e crescente de recursos pibli- cos jamais permite um aumento geral ao nivel de oferta e a resolu ¢ao ideal de todas as tarefas do poder piblico. icos pelo pelos tribunais de conta) e o plane} possivel Todavia, se o planejamento esté sujeito a um controle = de resultados, ele é forgado a avaliar realisticamente as chances de acesso e a levar em conta nas decisdes sobre futuras medidas, as Isto deve se ba- ssiveis consequéncias das medidas propostas. - eficiéncia, - estabelecimento de prioridades, - viabilidade politico-econémica, — escassez de recursos e adequabilidade dos meios, D =~ relagio entre o custo e os resultados (beneficios), - efeitos nado pretendidos de medidas, - controlabilidade. por isto a tarefa do planejador consiste também em conside rar, na escolha dos elementos do planejamento, os critérios de um futuro e continuo controle de resultados. 3.2) Qualidade do esquema de planejamento caso o planejamento pretenda alcangar uma melhoria da si tuagéio por meio de solugdes e medidas propostas, ele deve identi. ficar os problemas em seu contexto de causa e efeito- Em geral, este contexto se perde quando os seguintes pontos de vista ndo sdo levadas em consideragao: A prépria definicéo dos problemas ja é carregada de intey Berea se nomeecernvalbedtivas ecceterminasem grandesescalapas 42 teor e os objetivos do planejamento. Estas “conotagées valorati~ yas" devem ser colocadas em aberto gm geral, quando problemas complexos e relagdes de causa ¢ © sio examinados com 0 uso dos métodos de andlise setorial, ef 6 efeito isolador destes métodos impede vin enfoque globalizante- Os problemas devem ser vistos dentro de seu contexto. 2 Standards ou padrées sao valores de orientagéo. Em geral, os mesmos s40 deduzidos a partir de médias estat{isticas, na cren- ga da possibilidade de se quantificar todos os problemas. Toda-— via, cifras estatisticas ndo explicam fenémenos sociais. As des- vantagens de padres fixos demonstram porque é absolutamente ne- cessario trabalhar com critérios que nao sejam puramente quanti- tativos e inflexiveis: - © levantamento dos dados é feito segundo critérios censi, tarios e so, por isto, incorporados de modo desagregado @ sem mecanismos de controle. No caso dos dados obtidos a partir de estudos de caso, a confiabilidade dos mesmos depende de sua generalidade e das premissas estabeleci das na sua escolha, as quais, entretanto, em sua maio- ria ndo podem ser deduzidos mais tarde. - EL do elementos qualitativos nem mesmo através de indica- ntitativas, ndo fornecen s6 permitem comparagées dores. - Em geral eles sao obtidos a partir de valores médios,ndo abordando as necessidades especificas dos afetados pela problematica enfocada. - Eles ndo podem explicar fenémenos sociais, levando a "pontos-chave ecologicamente incorretos" e a dimensdes incorretas. - Eles ndo relfetem colocagées tais como normas sociais e qualidades especificas de grupos, de modo que, no caso de uma aplicagao rigorosa dos valores de orientagéo quan titativos, as mesmas nao sao incorporadas ao planejamen- to. = Eles medem os equipamentos de infra-estrutura somente através de critérios técnico/administrativos tais como setores de classificagdo e indices de utilizacdo, nao enfocando por exemplo a acessibilidade dos mesmos para a populagdo (acesso financeiro, social, psicolégico) . As interrelagds dos problemas complexos se perdem porque fatores quantitativos isolados sdo apresentados fora de contexto. 26. Os standards devem se orientar pelas condigées especificas a serem elucidadas, isto 6, devem ser deduzidos a partir de gru- pos e areas especificas (aspectos sociais e fisico-espaciais res- pectivamente). Dois exemplos podem demonstrar como diferentes valores . de utilizagdo de determinado objeto torna necessaério o estabelecimen to de dife: tes padrées como unidades de comparagdo e como valo- res europeus ndo podem ser automaticamente transpostos para situa gdes ndo européias: Ruas Na Europa as ruas tém unicamente uma fungao de transporte. Em reas climaticamente mais quentes, elas tém outra conota ga0 valorativa: além de servirem 4 movimentagdo, elas ser- vem também 4 comunicagdo, ao comércio, ao mercado, ao la~ zer. Elas se constituem em localidade social e ponto de permanéncia. Moradia As exigéncias relacionadas 4 moradia diferem bastante e de pendem, entre outras coisas, dos recursos financeiros dispo niveis. Ndo se pode partir do principio de que seria dese~ javel que cada familia dispusesse de uma casa _ tecnicamen~ te bem dotada como moradia: este ndo seria o caso, porexem plo, quando uma "melhor" moradia implicasse em dividas, mai ores dificuldades de transporte e limitagées no padrdo de vida. As camadas populacionais que tém de viver nestas condigées renunciam aos critérios convencionais aplicdveis A mora dia (dimensao do terreno, qualidade do material, qualida- de do equipamento, etc.) e preferem uma habitagdo mais "po bre", porém sem grandes dividas, ou seja: preferem um barra co de madeira a uma casa de alvenaria. Apés uma euforia inicial (principalmente no caso de mode- s matematicos) as expectativas com relagdo 4 utilidade de tais padrées se reduziram bastante. Para problemas comple- xos, prineipalmente-de carater social, necessita-se de(indi 0 pad adores qualitativos re ae 3.3) Qualidade da operacionalidade A escolha do esquema de planejamento é de significagdo fun- damental por ndo se tratar apenas de um problema académico de ca rater interno e sim de algo que afeta consideravelmente a atuagao administrativa de uma cidade. Isto significa a exigéncia de uma ampla maneabilidade admi- nistrativa, a qual ndo se expressa em termos de um sistema ideal de normas de atuagdo perfeccionista e completamente desenvolvido (manipulavel apenas por especialistas) e sim em termos de: - Flexibilidade, /~- Capacidade de reagdo a exigéncias atuais / - Viabilidade econémica, de tempo e de recursos humanos, - Capacidade instrumental de atuacao. 3.4) Qualidade da definigfo de prioridades A eficiéncia na utilizacdo dos recursos disponiveis depen- de em grande parte da definigdo das prioridades. Uma prdtica poli tica frequente consiste em determinar prioridades e medidas onde a demanda ndo coberta em fun¢do de deficiéncias existentes provo- ca relcamag6es mais veementes. Os sucessos a curto prazo dai ad- vindos, se devem a eliminagdo pura e limitada das deficiéncias, sem efeitos a longo prazo e sem repercussées em setores corre latos. Todavia, eficiéncia significa uma melhoria estrutural dura- doura nao apenas a nivel local, mas também para a regiao em torno € para os setores correlatos. Esta melhoria duradoura ndo pode em geral, ser obtida por meio da simples eliminagao das deficién cias ou da satisfagdo da demanda marginal dai derivad. - A satisfagdo completa destas demandas nao & possivel em virtude da diferenga entre as ordens de grandeza das de- ficiéncias e deficits e dos recursos 4 disposigao do po- der piblico. - Tal pratica parte do pressuposto de que as areas esco- lhidas como padrées manteriam seu nivel no futuro. To- davia, como estas se desenvolvem na mesma medidao ou ain 28. da mais depressa, em virtude da sua melhor situagdo de partida - que as areas mais atrasadas, persistem as dis- paridades. Mesmo com um desenvolvimento geral positi- vo, a defasagem, isto 6, a diferenga entre o padrao e a area deficiente, se desloca para cima. A discutibilida- de dé tais padrées de desenvolvimentos fica patente, no apenas com a nao inclusdo das reagdes de adaptagao ao meio ambiente alterado, mas também com o fato de que si- tuagées indesejdveis da area padrdo passem a fazer parte da nogéo de objetivo a ser atingido. _ Tais desenvolvimentos degenerados ocorrem igualmente com a realizagdo unilateral dos potenciais existentes: eles significama exaustdo dos recursos disponiveis sem que se cuide de uma “rehabi litagdo" dos potenciais.] Exemplos disto podem ser encontrados em abundancia no setor de matérias primas, de recursos naturais - co mo a falta de reflorestamento ou de protegdo aos recursos hidri- cos - e de recursos humanos. Como terceira categoria seriam introduzidas "condigées pré -existentes" ou condicionantes, ou seja: aquelas que nao podem ser alteradas (como rede de abastecimento, localiz cdo de esco- ional mistura las) ou que ndo devem ser alteradas (como a tra de fungdes no nficleo das cidades: moradia, trabalho, ou 0 patri- ménio histérico). © planejamento com base apenas nos condicionantes também ndo pode levar a medidas indicadas e efetivas, uma vez que ele ten deria a consolidar situagdes existentes sem levar em conta inten gdes de desenvolvimento diversos. Todavia deve-se atribuir maxima prioridade as medidas que, além de levar em consideragdo as condigées pré-existentes, permi- tam a eliminagdo de deficiéncias e a realizagdo _(aproveitamento) dos potenciais.ou recursos existentes: isto implicaria numa trans formagao inovativa dos recursos existentes que possibilitaria ndo apenas uma melhoria estrutural duradoura mas também efeitos acele radores, isto 6, que funcionaria como impulso de desenvolvimento. 29. 3.5) Sistematica dos condicionantes, defi Nos pareceu necess4rio introduzir as supra-mencionadas con. digdes, principalmente a da eficiéncia, no processo de planeja - mento; para tanto fazia-se necessdria uma sistem4tica que pudes- se ser levada a efeito mesmo com recursos escassos e reduzido dis péndio analitico. Segundo nossa experiéncia, a sistemética dos condicionan- tes/deficiéncias/recursos pode desempenhar este papel. Passare~ mos a denomina-la CDR, e a mesma funciona da seguinte maneira: Os problemas e resultados de pesquisa seriam divididos en- tre os complexos - condicionantes, deficiéncias e recurso: © 0s condicionantes podem ser de piter social (por exemplo estruturas sociais intactas), legal (por exemplo propriedade), £ _nanceiro (por exemplo pregos de iméveis), ecolégico (por exemplo recursos hidricos), e técnico (por exemplo a rede vidria existen te). Os condicionantes geram uma "demai da de manutengdo", ou se- ja, medidas para preservar e garantir uma situagdo existente (por exemplo conservagdo da infra-estrutura) . peficiéncias sdo deficits e pontos de estrangulamento de ets quantitativo e qualitativo (por exemplo curriculos esco- lares inadequados). As deficiéncias geram uma "demanda de recupe ragdo", ou seja, medidas para melhorar uma situagao existente ac proximando-a de um standard mais elevado (por exemplo _melhoria dos curriculos inadequados, adaptando-os adequadamente a um con- texto sulamericano) . Recursos s40 oportunidades até entdo ndo aproveitadas, que se adequam ao desempenho de uma determinada fungéo (por exemplo © sol como fonte de energia, represas para a criagdo de tipos de peixes que se’desenvolvam com rapidez). Os recursos geram uma demanda de inovagao. Isto significa que, por meio de novas idéias se dever4 aproveitar certas oportunidades sem para tanto compro~ meter grandes volumes de recursos financeiros; por exemplo sem grandes dispéndios financeiros a introdugao de uma inovagao no ocesso de planejamento pode definir novas fungées para elemen— tos do processo (a utilizagao das superficies inaproveitadas das vias de trafego cono areas de estacionamento e nao a instalagao de estacionamentos em terrenos que poderiam ser tuilizados para construgao) . A sistematica CDR apresenta, de do geral, as seguintes van’ tagens: = 3 a se constitui, primeiramente, num principio de ordena mento operacional capaz de estruturar problemas e resul- tados de forma facilmente visualizdvel e compardvel. Ela pode estruturar o desenvolvimento do planejamento em to- - das as suas fases. - Ela se baseia nos critérios de eficiéncia, de adequagdo dos meios e de controle dos resultados, evitando com is- ciéncias to os erros de uma simples eliminagdo das (vide acima). - A estruturagdo dos problemas segundo os complexos (condi. cionantes", "deficiéncias" e "recursos" atribui aos mes— mos uma fungdo no processo de desenvolvimento, isto sig~ nifica que os desenvolvimentos indesejaveis podem ser em ampla escala previsto - Correspondentemente, a estruturagdo dos resultados de pesquisa segundo as demandas de recuperagdo, de manuten gdo e de inovagdo (tal como descritas) pode descrever uma situagdo base de desenvolvimento comparavel para todas as areas. = Bm virtude do enfoque globaliznate, as avaliagées terian, forgosamente, que se basear também em indicadores qual tativos (e ndo apenas quantitativos). - 0s problemas ndo sao decompostos em setores ou discipli nas cientificas e sim estruturadas como unidades comple xas. As pesquisas s6 sdo levadas a efeito setorialmente em fases bem delimitadas. ‘Tampouco as relagOps de causa @ efeito sio decompostas. - Em virtude do tipo de estruturagdo, aos resultados de pesquisas setoriais praticamente nao pode ser atritbufdo um valor imerecido, por exemplo na forma de compulso ou fator fundamental nas discu: es sobre os objetivos e me tas a serem tracados. ane - gla permite a utilizagao e composigdo de diferentes méto dos - empiricos, analiticos, comparativos, avaliativos - em diferentes graus de profundidade, sem que isto impli que numa perda da orientagao basica. Ela ndo permite a formagdo de "ilhas de tecnologia" que funcionam quase que em fungdo de si préprias, desvinculadas dos objeti- vos maiores. - Em virtyde das suas possibilidades de apresentacdo grafi ca, a sistemtica pose ser transmitida com maior facili- dade também aos leigos e politicos interessados. A SistemAtica CDR serviu de base para nosso esquema de pla- nejamento sem que isto tivesse sido necessdrio descrever sua posi do de gao em termos de valor no Ambito de um processo amadure planejamento. Isto ndo tetia sido possivel por motivos de tempo e de capacidade. Ainda assim, nosso esquema pode ser considera- do um "comego" passivel de ser desenvolvido. Por isto nés, a principio, destacamos exemplificadoramente alguns problemas em Joinville que, por sua inequivoca preméncia e relevancia politica, permitiriam se esperar um consenso a respei to. Este ‘consenso foi tdo importante para o sucesso desta mis- sdo de 4 semanas quanto deveria sé-lo como impulso para o presse guimento dos trabalhos: Condicionant: - Tragado histérico basico da cidade, - Matas e florestas nativas, - Linhas topograficas (40m), - Zonas sujeitas a inundagées, - Estrutura urbana existente, = Situagio do "perfmetro urbano", - Localizagao das indistrias, das areas industriais ofi- ciais, do aeroporto, da universidade, etc. - @radicional "mistura” funcional de trabalho e moradia, - Rede principal de transportes existente, - Rede elétrica existente, ua existente. - Rede de abastecimento de 32. - niimero desproporcionadamente elevado de migrantes e sua distribuicao, - deficits da infra-estrutura social, sobretudo no setor de educagao, - desagregagdo da estrutura urbana, continua ampliagdo do perimetro urbano, - insuficiente coordgnagdo das fungées trabalho e moradia em alguns setores, com transportes piblicos insuficientes, - deficits da infra-estrutura técnica, - oferta insuficiente de estacionamento, = poluigdo do ar e da agua. - especificidades naturais, na paisagem: matas nativas e lagoa, na cidade: jardins, pragas, alamedas de palmeiras, - estabilidade da mistura funcional de trabalho e moradia no niicleo urbano, - vantagens locacionais no contexto regional: rodovias, pro ximidade da costa, eixo Florianépolis ritiba, - potencial econdmico, - potencial empresarial e mao-de-obra relativamente bem qualificada, = grau de centralidade em fungao de atividades culturais,/ - potencial de ensino superior (universidades) . Prioridades Da sobreposigao de pré-condigGes, deficiéncias e potencia- lidades resultam elementos para a definigdo de prioridades que justifiquem a concepgao fisico-espacial escolhida assim como as medidas propostas. As medidas devem ser definidas dentro de um tal contexto programatico que estabelega como prioritérias, aque las com melhores possibilidades em fungdo de sua viabilidade poli tico-administrativa. © programa de medidas & j4 harmonizado em ter s de suas’ medidas individuais (vide também a harmonizagdo das medidas com o planejamento financeiro e de tempo, Capf{tulo 2.3 do Plano Diretor 73/75), devendo todavia, reagir flexivelmente a al- teragGes da situagdo. As prioridades para o planejamento da estrutura fisica da 34. esenvolv. 4) Metas do As consideracdes sobre a futura organizagdo territorial e © desenvolvimento da cidade devem ter por base metas, cuja formu lagdo deve contar com a participagao das entidades politicas da cidade e que devem ser sustentadas por todos os érgdos técnicos mantendo-se tal apoio, coerenti lente, ao longo do processo. Toda via, este relatério ndo pode ter por escopo a elaboragao de un abrangente sistema de objetivos sécio-politicos para Joinville.Es ta responsabilidade s6 pode ser assumida pelas préprias entida- des decisérias de Joinville. De qualquer modo, a elaboragdo de uma concepgdo de desenvolvimento espacial para a cidade deve ter por base algumas consideragées relacionadas aos objetivos fisico -espaciais que serao apresentadas rapidamente neste ponto Na nossa opinido, os objetivos primordiais para o desenvol. vimento da cidade de Joinville sa * desenvolvimento do sistema educacional (inclusive profis sionalizante), * melhoria da situagao social da populagao * promogdo da construgao de moradias para os grupos de mais baixa renda, * melhoria do sistema de transporte piblico * garantia do abastecimento de Agua e controle da proble- mitica do sistema de esgotos, * fortalecimento do s: x de empresas industriais e art sanais de pequeno e médio porte. A limitagdo a estas metas nao exclui 6utros objétivos so- ciais e econémicos do planejamento de desenvolvimento Juntamente com a indicagdo a seguir, sobre a necessidade de uma descentralizagdo das atividades econémicas podem ser citadas, como metas fisico-espaciais: = controle do crescimento urbano = articulagdo da estrutura urbana, - manutengdo e fomento do carater tradicional da cidade. Um pré-requisito imprescindivel a um desenvolvimento ordena, do e vidvel com os recursos disponive , consiste numa politica re gional equilibrada do estado de santa Catarina como um todo.’ As diretrizes de uma tal politica regional deveriam ser, entre ou- tras: = Redugdo da pressdo demogr4fica sobre as cidades de Join- ville, Blumenau e Florianédpolis, por meio da promogaéo de uma estrutura urbana equilibrada na totalidade do Estado (fomento aos centros urbanos de pequeno e médio porte). = Melhoria da estrutura agrdria e com isto melhoria das con digdes de vida e trabalho da populagdo rural. = Abandono da politica de industrializagdo unilateralmen, te orientada para as regides costeiras e inicio de um fo- y mento @ pequenas indstrias orientadas aos recursos dis- poniveis nas regiées agricolas.( )da Luce » principalmen ~ Desenvolvimento da infra-estrutura socia. te de um sistema educacional orientado para profissiona lizagdo nas Areas rurais. - Melhoria e desenvolvimento da infra-estrutura técnica nas regides interioranas subdesenvolvidas do estado. - Fortalecimento e desenvolvimento da estrutura administra tiya por meio da descentralizacao das agéncias de servi- go. e dos niveis de decisao. Até que ponto uma politica regional orientada a tais metas poderia entrar em conflito com a politica nacional de desenvolvi mento ndo se pode determinar aqui. Todavia, 6 certo que uma po- litica de desenvolvimento orientada unilateralmente ao crescime to industrial, indubitavelmente traria consigo problemas sociais nos centros urbanos - praticamente insolfivies - que as municipa~ lidades, principalmente em virtude da escassez dos recursos dis- poniveis, ndo poderiam resolver. Por este motivo, tamto o estado quanto-a-eidade de Joinville ndo-devem-poupar esforgos no sentido de convencer as empresas da situadas e efetivar investimentos de ampliagdo fora da cidade (e na verdade fora também da sub-regido da AMUNESC). Existem, j8 36. hoje, na regido, varios exemplos encorajadores de bem sucedidi deslocamentos de unidades de produgdo de tecnologia mais simples. A prépria administracio municipal pode fornecer estimulos através de restrigées ¢ imposigdes, assim como de uma politica tributdria adequada para a transferéncia de subunidades de produgdo. 4.1) Controle do crescimento urbano Os recursos da politica habitacional até entdo utilizados nao possibilitar Zo um controle das consequéncias da migragdo e uma integragdo social e cultural dos migrantes em Joinville. Todos os pafses do terceiro mundo se véem ante tal problema, tendo-se pro curado diversas solugdes. Constata-se, no entanto, que as tecno- logias de capital intensivo com formas centralistas de organiza- do (como a maioria dos programas de habitag&o de Baixo custo, tais como os que sdo executados em Joinville) sdo compreensivelmen te inadequados: = porque estes condicionam o uso de elevado capitale um alto nivel de endividamento, isto é: sublocagéo e eleva das taxas de ocupagdo e uma tendéncia 4 “favelizagéo"; - porque eles significam insegurancas financeiras e com is to inseguranga social; - porque, em fungdo disto, resulta uma elevada taxa de ociosidade das capacidades artesanai’ = porque eles ndo trazem consigo a prdtica de uma autono- mia e coperatividade do comportamento; - porque eles ndo implicam num fator de aprendizado para a juventude; = porque eles ndo despertam o interesse pelo meio-ambien- te fisico. Constatou-se, também, que a construgdo de moradias para pou cos ndo pode ser uma tarefa somente do. poder piblico, em virtude do enorme di ficit, que os padrées BNH) ndo se encontram ao al cance da maioria e que, por outro lado, as grandes unidades vadas de desenvolvimento (empresas) sd podem utilizar com cia grandes areas de construgao, ao invés de parcelas pequenas e 4A dotadas de infra-estrutura, uma vez que os custos de constru gdo e gerenciamento, em geral, sao duas es maiores do que 0. das pequenas unidades empresariais Recomenda-se, por isto, o desenvolvimento de um programa ar iblica se unam (uma ticulado no qual as iniciativas privada vez que medidas isoladas ndo tém, de qualquer modo, chances de um sucesso duradouro e prolongad) para a execugao de um dos progra- mas de “Site and Service" (oferta de terrenos e servicos). 0 po- der piiblico forneceria programas minimos de dotagdo de infra-e trutura, 0 acesso dos terrenos, agua, energia, material de cons~ trugao, créditos, escolas e assessoramento. Os moradores organi a executariam eles propri zariam a construgao de suas moradias eles mesmos decidiriam o grau de endividamento, seus padrées, as etapas de sua atividade de construgio e o volume de servigos ex- ternos aos quais recorreriam. Com isto, eles préprios decidiriam sobre o processo de desenvolvimento que, concomitantenente, sera sobrevivéncia e a eco- uma etapa de transigdo entre a economia nomia de mercado. Caso o planejamento deva ter algum efeito, ele devera basi- camente viabilizar este programa; ele devera legalizar o plano pa ra a orientacdo das medidas do poder piblico sempre um passo__ a frente dos investidores e executores. Enquanto este programa ar- ticulado e orientado especificamente para os recpetores ado puder ser levado a efeito, deve-se tentar, pelo menos, ndo ampliar mais © perimetro urbano e sim reduzi-lo, na medida em que isto seja pos sivel em termos processuais e legais, grandes dispéndios de indenizagao aos proprietarios de terrenos. Tal redugdo deveria sul, na zona ainda em gra se dar, sobretudo, na regido_ parte nao construida. Nos outros setores, principalmente a leste, o pe- rimetro urbano deveria ser reduzido ao ponto de incluir somente as areas j4 construidas. Além disto, todas as colinas acima de 40m do nivel do mar ou mesmo acima 25m do nivel do mar, deve- riam ser mantidas livres de quaisquer construgées. ¥ Uma outra necessidade constitui-se no controle de _orienta— admite gdo da localizagao de edificios de vari a con ugdo de prédios de 12 anda: 3e de exigéncias quanto ao alinhamento. A classificagao parece nao ter sido vinculada a nenhuma concepgao fisico-espacial ndo sendoy pelo menos, descrita em nenhum item da lei. Ainda que se possa su idade das construgdes de 2 até por que o atual carater de pequena 3 andares no centro de Joinville nao ssa ser mantido, dever-se -ia, pelo menos, evitar a caética di reao dos arranhacéus pelo setor central da cidade. Por isto, a cidade deve tentar, com urgéncia, orientar sua estratégia de desenvolvimento também segundo critérios de paisa~ gismo urbano, de modo a evitar 0 surgimento aleatério de arranha "-céus com Areas residuais ndo estruturadas, como p.ex. s_setores das zonas de Floria népolis. Certamente a indicagdo legal di Z1aZ 3 destinados 4 construgao de rédios de 12 andares nao olitica municipal e de inde- poderé ser alterada, por motivos da nizagdes. 0 melhor seria a apresentagdo da concepgdo urbanistica “/arquiteténica de um modelo em escala 1:2.000. Quanto maior a es cala do modelo mais cedo compreenderao os politicos e a popula- gdo em geral qual 0 volume € 0 tipo de alteragdes que os esperam e mais cedo estarao dispostos a desenvolver discussées sobre a configuragdo da cidade. Estas consideragées relativas 4 configu- ragdo urban{stica/arquiteténica da cidade devem ser levadas aefei to, tanto do ponto de vista dos pedestres quanto dos motoristas @ dos visitantes nos morros de Boa Vista e Iridiu. ‘Também a "skyline" de Joinville & uma parte da perspectiva de amanha. 4.2) Articulagdo da estrutura Em vista do desenvolvimento urbano quase desenfreado e des- controlado da cidade de Joinville, com consideraveis consequén- cias para o desenvolvimento da infra-estrutura técnica e social, deve ser feito um esforgo para se conseguir uma articulagdo _fun~ cional adequada da estrutura urbana de Joinville. Articulacao fun, cional da estrutura urbana significa a delimitagao de unidades fun cionais e espdcialmente definidas que deveriam desempenhar tare fas ou conjuntos de tarefas especificas no interior da area urba~ ha. Isto nao significa que se pretenda defender uma clara sepa- ragdo funcional das categorias de uso do solo. 0 que se preten- de, é antes assegurar uma utilizacdo ffsico-espacial ordenada__da x consigo a _realizagao alidade da area urbana que possa tr: ie i 4.3) nigdo qualidades: para uns ela 6 a éa Preservagéo e promogéo do carat. go no interior da rea ur Uma redugdo do volume de tra bana pode ser conseguida caso se disponha das _— princi pais instituigoes de servigo de demanda cotidiana no in- terior das unidades espaciais (escolas, lojas, equipamen tos sociais, etc.), tornando supérflua as idas ao centro da cidade. A agregagao funcional e espacial de moradias e equipamen tos sociais aumenta a acessibilidade e elevam o grau de seguranga (p. ex. para as criangas a caminho das esco- las). Além disto ela possibilita, também, um melhor a- proveitamento da infra-estrutura social, o que contribui para um emprego adequado dos escassos recursos financei ros na melhoria dos equipamentos sociais. A criagdo de unidades fisico-espaciais possibilita aos moradores a identificagao com tais unidades, sobretudo, se em cada uma delas, se dispuser de oportunidades para a co municacdo social e a articulagdo das necessidades — co~ muns dos moradores. Isto j4 significaria uma pequena coi tribuigdo estabilizacao social. Unidades espacialmente definidas podem servir, também, de base para uma futura e objetiva, ainda que limita- da, descentralizagdo das instalagées administrativas. Is 5 © contato da populagéo com to facilitaria a identificag sua administragao. Unidades funcionais espacialmente definidas oferecem, tam bém, a possibilidade de se realizar subsistemas “fecha dos" de infra-estrutura técnica que poderiam ser orien tados as exigéncias especificas de utilizagdo na unida- de espacial em questdo. Uma politica de desenvolvimento urbano orientada 4 cria- go de unidades funcionais espacialmente definidas difi- cultaria a “deterioragdo urbana" aleatéria dos setores periféricos e r tradicional de Joinville © carater de Joinville ndo pode ser traduzido por uma defi- de contornos precisos - dai lhe advém a variedade de suas brasileira" para outros dife de rentes interpretagdes da histéria arquiteténica e nas diversas pers~ pectivas para o futuro, se expressa a heterogeneidade de seua ha- bitantes e de seus meios culturais. Para o visitante europeu, o dualismo da sociedade se espe- Jha na arquitetura da cidade; os distritos periféricos que certa mente representam a maior parte da drea construida, consistem de um verdadeiro mar de casinhas marrons de madeira que, com certe- za, jamais sfo lembradas na descrigdo da identidade de Joinville. © visitante descobrira também caracteristicas de identidade que, para os moradores, tem apenas o valor de uso: as colinas arbori zadas, 0s pequenos riachos com os reflexos da arquitetura, o cara ter sonhador da laguna, a tessitura indubitavelmente colonial do centro da cidade. Também a sua imagem do futuro de Joinville se ra unilateral; com a diferenga apenas de que ele nao —-vivencia- ra, nem tera que participar do processo de alteragdo da cidade. Assim, esta perspectiva de. Joinville sé podera ser obra dos pro- prios habitantes da cidade: trata-se, no caso de preservar 0 ca~ rater multi-facial da cidade, como expressdo de seus meios cultu rais e das variadas posturas vivenciais dos moradores, sem preten der com isto, embalsamar a atual configuragdo arquiteténica da cidade. Isto porque Joinville altera a sua face: h& muito ndo e- xiste mais a cidade dos fundadores, esparsas e em parte desloca das construgées de enxaimel sao tanto um indicio de um apego a0 passado e ao tradicional, como de um moderno apelo com intuitos comerciais, como a moderna arquitetura de enxaimel, por exemplo, em Blumenau. 0 estilo coloniar dos imigrantes portugueses ha um cunho especifico ao centro da cidade, 14 onde os edificios ainda nado se encontram abandonados, tal como outros que se encontram a espera da demoligdo. Nas lacunas que se forma, se introduz um tipo de arquitetura internacional e impessoal, perfeitamente in- tercambiavel. 5) Concepgao para o desenvolvimento espacial Com base na analise (deficiéncias/condicionantes/recursos) € nas mencionadas metas sociais, econémicas e fisico-espaciais, ¢ senvolvemos uma concepgdo preliminar para o desenvolvimento espa cial de Joinville (vide mapa). Esta concepgdo Ado se constitui em substituto para um plano de uso do solo, nem constitui um pla- no diretor totalmente elaborado e em consonancia com todos os pontos da realidade fisica. Bla deve antes tornar compreensiveis té os principios, com base nos quais o nicos em planejamento da administragao municipal de Joinville poderiam desenvolver uma con cepgdo de desenvolvimento espacial. As principais caracterist cas desta concepgdo - orientada para uma populagdo de 450.000 a 500.000 habitantes, prognosticada para 1990 - sao apresentados sus cintamente a seguir: A Area dentro do perimetro urbano foi reduzida onde tal fos se considerado adequado, em fungdo dos motivos j& mencionados em outro local deste relatério e onde as condigées fisicas naturais © aconselhassem. Somente no setor do aeroporto e a noroeste da el uma am- cidade (Vila Nova - Hamburgo) consideramos ser pos: 0 urbano. Nao obstante, estas dreas deveriam imi pliagdo do per ser destinadas prioritariamente 4 construgdo de habitagdes para os grupos populacionais de baixa renda que se encontram em uma maior dependéncia com relagdo 4 proximidade relativa das grandes zonas industriais (programa PROFIPO). A espinha dorsal desta concepgdo de desenvolvimento 6 uma rede de vias principais que se baseia, em suas linhas mestras, no estudo sobre o transporte elaborado em 1972 e que ja foi incorpo- rado ao planejamento diretor. A rede vidria proposta foi em par- te reduzida com relagdo 4 concepgdes até entdo em voga; assim sen do, dela ndo consta a via paralela.4 BR-101 (Curitiba - Floria népolis), por nés considerada supérflua, assim como uma via prin- cipal tangencial 4 regido urbana a leste.(Wivaue Pen vor ao invés de uma ampliagdo do centro da cidade (que nao deve via ultrapassar os limites do atual centro comercial (Z 5), seria ntros urbanos (de primeira ordem) incentivada a criagdo de sub através de sua indicagdo no plano diretor (2 6). Nesta concepgdo por nés apresentada: foram localizados 5 destes subcentros sendo 2 ao sul do centro comercial e 3 (de acordo com o sentido de desen- volvimento desejado, para a cidade) a norte do mesmo, Nestes sub centros surgiriam, além de habitagGes, lojas, escritérios, equipa mentos sociais e pequenas oficinas artesanais e industriais que correspondam as necessidades da populagdo nestes bairros. Estes subcentros sdo simultaneamente pontos centrais de baldeacao do sis tema de transporte piblico urbano. Pequenos centros secundarios seriam criados nos pontos demasiado distantes dos 5 subcentros. As Areas residenciais da cidade foram divididas em 4 zonas diferenciadas. Ao longo das areas em correlag4o direta com os sub centros urbanos (2 6), possibilitar-se-ia o desenvolvimento de construgées de densidade relativamente alta e predominantemente de varios andares (Z 3), nas areas destes subcentros, assim como de alguns centros residenciais. Prestou-se atengo, neste processo, ao fato de que tais dreas situadas abaixo da cota de 25m — acima do nivel do mar. Estas construgées nao deveriam ultrapassar, em geral, a altura de 5 andares, uma vez que, nao ha em Joinville, no Onde momento, nenhuma necessidade de moradias em arranha-céu: © cardter ondulado (montanhoso) da cidade deve ser preservado , procedeu-se 4 definigao como 4rea para residéncias unifamilia - res com grandes areas livres (Z 1). © propésito por tréz desta definigdo 6 o de se conseguir uma certa preservagdo da paisagem urbana natural e arborizada uma vez que a instalagao de faixas verdes urbanas parece ser, por varios motivos, pouco realista. As demais areas foram definidas como regides de densidade média ( 2 2) onde ocorrem as formas mistas de moradias mais usuais, possi — veis e/ou procuradas em Joinville. A grande indistria (Z 7) se limitaria basicamente a duas localizagdes, ao norte (zona industrial) e leste (Tupi). Todas as demais empresas nao poluentes (Z 4) deveriam/poderiam perfeitamen te permanecer dispersas pela totalidade da regido urbana devendo, entretanto, ser integradas nas Areas residenciais - no ambito do planejamento em detalhe - de modo a n 43, privadas que se dedicam ao loteamento e preparo de novas reas re sidenciais deveriam ser incentivadas a proceder 4 indicagdo de pe quenas 4reas industriais/artesanais onde as condigdes fisico-natu rais e de transporte favorecessem. Em lugares apropriados foram indicados na concepgdo-exempli ficadoramente-simbolos para as, atividades de lazer e turismo.Eles podem ser vistos como indicagGes para setores considerados poten- cialmente favordveis para tais utilizacdes, no ambito de nossa a- nalise preliminar. Tais areas se destinariam tanto a centros de esportes como a instalagdes especiais como jardim botanico, cen- tros nauticos, campings, etc. A necessidade de preservagdo dos morros da cidade livres de quaisquer construgées j4 foi mencionada no capitulo 4. Outras reas a serem preservadas livres de construg6es nos préximos anos, até 1990, foram apresentados na concepgado de desenvolvimento como zona verde no edificavel. Nés temos plena consciéncia de que nem todas as considera gées aqui propostas podem ser realizadas sem restrigdes. Para tanto, nao se dispdem, nem das possibilidades de controle restri tivo necessdrias, nem das possibilidades de uma influenciagdo ou orientagdo ativa. Se, ndo obstante, se apresentou uma concepgdo espacial como resultado da missdo em Joniville, isto se deve ao fato de se pretender, com isto, fornecer uma visualizagao dos ar- gumentos e principios discutidos no relatério e demonstrar como consideragdes de desenvolvimento espacial podem ser apresenta- das de modo facilmente assimilavel para os processos de decisao politica. 44. 6) Recomendagées para a atualizago e aplicagao do planejamento de desenvolvimento urbano e do planejamento de uso do solo No capitulo “Andlise das condigdes de planejamento" deixa- mos claro que nao consideramos correto a elaboracao para Joinville, de um tipo de planejamento ideal e sim de um planejamento com re- levancia predominantemente politico-administrativa, que abranja os efeitos colaterais e consequéncias do mesmo, jorientando-se as- sim no sentido de um controle eficaz da realidade. néo podem se limitar 4 eta- Por isto, nossas recomendagé: pas de planejamento que possam ser levadas a efeito pela adminis tragdo municipal de Joinville, mesmo que se parta de uma capaci- dade da Secretaria de Planejamento ampliada em 1979, e de uma con sequente reestruturagdo da mesma, devendo-se antes, incluir neste eis superiores. A politica de planejamento, atividades dos planejamento dos niveis superiores deveré levar a longo prazo 4 outros pré-requisitos, caso o planejamento local pretenda alcan- gar mais do que simples melhorias puntuais *) _Niveis superiores (estadual/federal) Diretamente relacionados ao Plano: Uma série de necessdrias pesquisas diretamente relaciona- das ao planejamento poderia ser levada a efeito pelo CNDU/POLURB em Brasilia. - Elaboragdo de padrdes, assim como de indicadores qualita tivos (sociais) especificos para regides e grupos popu- lacionais; - Institucionalizagdo do planejamento de desenvolvimento (co mo parte do plano de uso do solo) devendo-se — examinar até que ponto seria necessario, para tanto, 0 estabele- cimento de uma instancia intermediaria a nivel estadual (como na Repiblica Federal da Alemanha) . - Seminarios de aperfeicoamento orientados diretamente pa- ra a elabora¢ao pragmatica de planos de uso do solo e planos diretores; estes os devem ser 1 a 45. efeito, em parte, de forma central e, em parte, de forma @escentralizada; os participantes do mesmo deveriam ter um comprometimento de trabalho a médio prazo em seus atuais cargos. - 0 ideal, entretanto, ser a elaboragao de métodos e manuais de planejamento de desenvolvimento urbano que per mitissem uma compatibilizagdo com a disponibilidade de dados acessiveis, a capacidade de pessoal dos Grgéos de planejamento, assim como com as possibilidades realistas de execugdo e controle. Indiretamente relacionados ao plan: Entre as medidas ou metas indiretamente relacionadas ao planejamento, contar-se-iam todas as expressdes politicas no sen- tido da alteragdo dos processos de urbanizagao, assim como no setor de politica tarifaria e crediticia e também aquelas que se refiram 4 vin lagdo de competéncias técnicas As politicas. Tais medidas s6 podem ser abordadas por nés de forma puntual, uma vez que a curta estadia no Brasil ndo foi suficiente para conhecer as varias relagées sistematicas. P.ex.: 1. Elaboragao de uma concepgdo politica para a orienta - ga do processo de urbanizagao e para evitar a “colo nizagdo interna" das regioes atrasadas da zona rural. 2. Exame da questéo relativa 4 possibilidade de direciona mento dos processes migratérios através do exame da es- trutura agraria, do sistema agrario, tributario e credi ticio, assim como de outras formas de incentivo a inici ativa privada. Elaboragdo de planos de desenvolvimento regional para © direcionamento dos processos de urbanizagao. Fortalecimento do potencial financeiro dos municipios a través da modificagdo do sistema tributario. Exame das normas de construgao civil e das diretri - zes de fomento 4 criagdo de espago residencial barato lo. Lie 46. para os grupos populacionais desprevilegiados e elimi- nagdo do “sistema paternalista" do financiamento nacio nal e regional de projetos de planejamento individuais. Exame da questdo relativa 4 possibilidade de orienta - gdo social dos subsidios governamentais e reado de capital influenciavel pelo estado (isto é: da possibi- lidade de vincular tais subsidios 4s pessoas carentes e ndo aos objetos de transagée Simplificagao dos requisitos nto de in- ara o requer. clusao nos programas de dotagdo de infra-estrutura (ti- po CURA): 0 dispéndio necessario para tanto, em geral, excede consideravelmente as capacidades de pessoal dos centros de pequeno e médio porte. Aproveitamento do potencial de influenciagdo do desen- tagSes de recursos as me- volvimento da vinculagdo de didas. Com isto-ndo se pretende reduzir a autonomia dos municipios e sim possibilitar uma harmonizagdo en- tre as questGes regionais e de niveis superiores. Garantia da continuidade técnica e de pessoal nos ér- gaos da administragdo municipal. Fortalecimento dos processos de harmonizagao (nao politica) entre os niveis municipal, estadual federal para a garantia da continuidade técnica do pla— nejamento de desenvolvimento. Iniciagao de uma campanha nacional de fomento 4s inicia tivas de auto-ajuda da populacdo e para a redugdo — da "postura de espera" de auxilio estatal, uma vez que tais problemas ndo podem ser solucionados somente por projetos como aquele da Secretaria de Bem-Estar Social em Joinville. As etapas de planejamento e medidas a serem levadas a efei to pela cidade de Joinville foram selecionadas, primeiramente se gudno critérios de urgéncia e de viabilidade, nao se pretendendo todavia, ter esgotado aqui este assunto. Tais critérios se justi- ficam: Urgéncila - porque o crescente impeto do desenvolvimento nao tole- ra novos adiamentos, erada reestruturagao e | amplia- Viabilidade - porque apesar da es gao da Secretaria de Planejamento deve-se contar com es ssa capa cidade de trabalho. ntadas as etapas de planejamento e medidas A seguir sao apr que requerem - ainda numa outra fase de trabalho - um maior deta- lhamento e diferenciagao, tanto no que se refere 45 prioridade da politica local como 4 disponibilidade de pré-requesitos exttra -locais. - Elaboragao de uma andlise sécio-espacial = Elaborag&o de planos de demanda setorial a médio e longo prazo com base em uma sucinta andlise de déficits - Montagem e fundamentagSo legal de um plano de uso do solo para a condugao fisico-espacial dos futuros proces- sos de desenvolvimento = Elaboragao de um plano geral urbanistico e uma maquete para o centro da cidade - Elaboragdo prévia de plnaos de zoneamento detalhados para dreas submetidas a uma imensa pressdo de desen- volvimento - Elaboragdo de diretrizes cas para o planejamento privado de urbanizagdo - Blaboragao de um estudo sobre drea de estacionamento para o centro da cidade - Planejamento e execug4io de medidas de protegao contra enchentes - Elaboragdo de uma estratégia para criagao de espago habitacional para a populagao de baixa renda, dentro de perimetro urbano da cidade - Exame das possibilidades de descentralizagio do po- tencial industrial de Joinville ~ Levantamento e inventariagao das construgdes do século XIX e inicio do século xX tipicas para a imagem de Joinvi lle e criagao de um."Revolving Fund" para a preservagao des tas construgdes = Melhorias do nivel de inf magao relativo ao planejamento, dos grupos de interesse e dos responsaveis pelas decisdes em Joinville, através da elaboragao de brochuras simples sobre os problemas do planejamento de desenvolvimento ur- bano, através de conferéncias, da criagdo de um centro per manente de informagdo e exposigées para estimular as dis- cussdes sobre o tema, campanhas jornalisticas, etc. = Organizagao de um grupo de trabalho apartidario sobre de- senvolvimenta urbano, envolven 0 representantes dos parti dos, da igreja, de associagdes de interesse e da populagao - Organizagao de comités de cidaddos (comissées de bairro) nos diversos bairros, de modo a criar possiblidades de articulagdio para as necessidades da populagdo dos mesmos. Estas tarefas, relacionadas ao conteido do planejamento, nao poderao ser levadas a efeito com as atuais capacidades de pessoal e estrutura organizacionais da Secretaria de Planejamento da cida de de Joinville. Por este motivo deverao ser dados, também, os. seguintes passos: - Reestruturagao e ampliagao da capacidade de pessoal da se cretaria de Planejamento = Nomeagao de encarregados de planejamento para os departa- mentos técnicos existentes = Instituig&o de processos regulares de coordenagéo ao_ni- vel dos encarregados de planejamento (reuniées técnicas). 6.1) ElaboragSo de uma andlise sécio-espacial As informagdes voluntarias e involuntarias dadas por nossos diversos interlocutores em Joinville nos demsontraram que apesar dos esforgos despendidos pelo governo ao longo de décadas, no sentido de uma integragao dos grupos de migrantes, existem em Jo- inville di erengas Stnicas e culturais que provocam antagonisws estes grupos. Para se ir de encontro a estes grupos e suas diferentes exi. géncias, em virtude de suas normas sociais e qualidades grupais es pecificas, estruturando padrées especificos para os mesmos, faz- se necessdria uma analise sécio-espacial. Esta andlise deve impli car que se faga uso de valores de mensuragao quahtitativos deri- vados apenas do montante populacional para todas:as diversas re- diferentes tonalidades culturais. gides da cidade com sua A andlise sécio-espacial pode ser desenvolvida com base nas pesquisas jd iniciadas pela Secretaria do Bem-Estar Social, de- vendo abranger os seguintes critérios: - padrao de distribuigao espacial das regiées relativamente homogéneas ou heterogéneas; - existéncia de grupos dominante - posturas caracteristicas .@o comportamente dos grupos dominantes e suas respectivas minorias; - tipos e dimensdes dos grupos marginais; - tipos e dimensdes dos antagonismos com relagdo 4 “antiguidade dos grupos; - correlagdo de fatores étnico-culturais e sociais: = disposig&o de migragao; - prioridades das necessidades dos diversos grupos; - questdes relativas aos efeitos de "ghetto" - grau de alteragao das estruturas espaciais. Dever-se-ia tentar proceder a esta andlise, nado segundo os critérios e distritos dos censos oficiais e sim, delimitando uni- dades de observagdo adequadas ao problema, obtendo-se as necessa- rias informagées por meio de questiondrios e entrevistas em esco- las, locais de trabalho e residéncias 6.2) Elaboragdo de planos de demanda setorial a médio e longo pra sucinta anal. le déficits © trabalho na Secretaria de Planejamento da cidade de Join- ville e as palestras com os diretores dos érgaos setoriais, de- monstraram que os atuais déficits de infra-estrutura praticamente nao sdo con hecidos em sua ordem de grandeza. Isto se aplica em es cala ainda maior aos déficits a serem esperados em virtude do de- se SBSBeese eee os cientes, faz-se imprescindivel para a determinago politica das prioridades, conhecer a ordem de grandeza das medidas de dotagao de infra-estrutura necessarias. Por este motivo pri pomos 0 se~ qaanee Os responsaveis pelo planjamento lhes fornecera dados sobre @ populagao das subregides municipais em questdo (estimativas pa- Fa os anos de 1978, 1981, 1984). Os setores primordiais a seremco bertos por tais andlises sao: Educagao, abastecimento com equipamentos sociais, transpor- te, abastecimento com infra-estrutura técnica. Educag ~ déficits de salas de aula e professores para o 19 grau eo grau médio, relacionados ao total de criangas em idade escolar nos diversos bairros; - déficits de escolas mais adiantadas (sobretudo do setor profis~ sionalizante); - déficits de creches para as crianacas de mulheres que trabalham fora. Deverao ser levantados os déficits de: - Creches para as criangas de mulheres que trabalham fora, - Ambulatérios, - Leitos hospitalares; - Locais para pratica de esportes. Estes dados devem estar agrupados de acordo com os bairrso e para 0s periodos mencionados. Transporte Com base nso valores usuais em Joinville, assim como em avaliagSes do comprimento de ruas por km” de acordo com as diferentes zonas (2 1, 2 2 etc.), deverdo ser estimadas os seguintes décifits pa- xa os diversos bairros e perfodos mencionados: - ILuminagao piblica (quilémetros de ruas) - Pavimentagado de rua (quilémetros de ruas - Sinalizagao de cruzamentos = Servigos de manutengiio ~ Estacionamentos ~ Limpeza das vias piiblicas ~ Instalagdo de novas linhas e pontos de paradas de énibus. Infra-estrutura técnica ~ Terminais telef6nicas (inclusive novas centrais telefénicas) ~ Rede de abastecimento de gua (inclusive a construga0 dos eventualmente necessario& reservatérios de Agua) ~ Limpeza urbana (n? de vefculos, de operadores, de depésitos etc. necessdrios para os diversos bairros) ~ Bombeiros (n? dos veiculos necessdrios, etc). Este catdlogo sem divida incompleto ¢ devera ser, eventual mente, ampliado pelos responsAveis pelo planejamento, com base no conhecimento das tarefas em questdo. apesar disto, as priorida des deveriam ser estabelecidas de tal modo que os levantanentos fossem possiveis apenas com o pessoal disponivel. Nos levantamentos dos déficits dever-se-4 observar, além dis to, que ~ 0s valores (padrées) utilizado nao sejam, por exemplo, do de sao Paulo e sim sejam orientados 4 realidade de Joinville. se for o caso os calculos de déficists poderdo ter por base diferen- tes padrées, ~ os valores ou bases para os cAlculos sejam expressos clara mente; isto &:’por excrito, sendo anexados aos documentos ~ 98 valores-padrao sejam atualizados ou examinados anualmen te; ~ as regides situadas fora da drea de competéncia do munici- pio sejam também cobertas, com a prefeitura requerendo aos érgdos etentes o fornecimento das informagdes em questo; lhados apenas al @ obtengao de dados det. \Sae ea S82 S82 82 5 = 2S = = 0s valores-padrao deverdo ser confrontados com os valores reais encontrados; = as informagées deverao ser fornecidas aos politicos por es crito, de forma simples e resumida; - 08 resultados deverdo ser discutidos ¢ examinados em reu~ nides comuns (vide item 6.17). com base neste levantamentos poderao, entéo, ser formulados planos de desenvolvimento setorial a médio prazo, estabelecendo- se assim os recursos financeiros para tanto necessarios. Estes planos de desenvolvimento e investimento setorial sao imprescindfveis 4 formulagao de uma politica de desenvolvimento ur- bano de médio e longo prazo. 6.3. Montagem e fundamentagdo legal de um Plano de Uso do solo,de senvolvimento do Plano Diretor Os planejamentos de uso do solo e de desenvolvimento devem ser vistos dentro de um mesmo contexto, e como tal devem ser ela borados. Existe a intencao de se criar uma base legal para o pla- no de uso do solo, mas nao para o planejamento de desenvolvimento. Todavia ele contém a parte essencial das fundamentagdes e justifi cativas para o plano de uso do solo. As sugestées da CNPU relativas ao Plano de Uso do Solo data das de agosto de 77 indicam os objetivos basicos e procedimentos para a montagem do Plano, visando alcancgar uma uniformizagao do mesmo em todos os municipios do Pais. Elas partem do pressuposto de um £luxo continuo de informagdes nos sentidos vertical e hori- zontal, uma sensivel melhoria no setor de recursos humanos, um sistema de dotagio de recursos vinculados 4 dins especificos eum compatibilizagao dos interesses dos diversos grupos. No entanto, estes pré-requisitos sd sdo encontraveis em pou- cos municipios, ou, no que se refere ao fluxo de informagées, nao existem. Mesmo com as metas do novo governo, tais pré- requisitos 86 serao alcangados passo a passo. Pos isto, seria de bom alvitre ndo utilizar estas diretrizes em sua atual forma e sim desenvolve-las no sentido de um sistema que deve ao desenvolvimento por etapas destes pré-requesitos orga sSauwewees eee eeS eT nizacionais e instrumentais e que acople o planejamento e a legis lagSo do Plano de Uso do Solo e estas etapas de desenvolvimento. um tal sistema por etapas possiblitaria a uma cidades como Joinvi lle montar um plano de uso do solo e um plano diretor, mesmo que as melhorias do depto. de planejamento sé passem a.ser feitas gra dualmente e/ou insuficientemente. © mesmo sistema seria aconselhavel para a montagem de planos de zoneamento assim como para as diretrizes a serem formuladas cen tralizadamente em Brasilia. A independéncia dos teores do planejamento de uso do solo e do planejamento de desenvolvimento sugere a inclusdo, entre as. diretrizes d CNPU referentes aos planos de uso do solo, da neces- sdria vinculagao (acoplamento) das medidas de planejamento (capi- tulo IVg 3 do Plano Diretor de Joinville 73/75) ao planejamento financeiro e de tempo. Este “acoplamento" deve ser um critério de decisdo essencial ndo apenas no caso de decisdées sobre e para os planso setoriais de demanda, mas também na avaliagao das priorida des entre as metas setoriais. Além dos custos primarios devem ser incluidos também os custos de medidas de apoio e dos efeitos pro- vocados em outros setores espaciais ou técnicos correlatos. A seguir sdo indicados alguns primeiros passos para a monta- gem de um plano de uso do solo: Independentemente deste primeiros passos, a administragao da cidade de Joinville deve procurar obter uma visdo geral a respei- to do catAlogo das medidas de planejamento necessarias, da deman- da de recursos humanos necessarios 4 execugao destas tarefas e so bre quais periodos de tempo tarefas espec{ficas deveria/ poderiam ser levadas a efeito sem transtornos provocados pelos trabalhos co tidianos. Esta-visio geral faz-se necessdria antes do inicio de cada nova atividade de planejamento, de modo a se poder estabele— cer as prioridades técnicas e temporais no setor de pessoale a assegurar a viabilidade, a efetividade e a relevancia das etapas enfocadas. - desiganagao de um técnico da Secretaria de Planejamento e Coordenag3o para a 4 egao do projeto e liberac3o do mesmode quais ¢ BI Liberace e a ‘aaweeegen se quer outras tarefas; = obtengao de um mapa aerofotogramétrico (escala 1:20.00) da cidade e do municfpio de Joinville; - levantamento do uso do solo segundo so critérios do futuro plano de uso do solo (distribuigdo dos diferentes usgs do solo no ano de 1979 com base no supra-mencionado mapa); - elaboragao de mapas basicos nas escalas 1:20.000 (cidade e provavel area de expansdo), 1:50.000 (municipio) e 1:100.000 (mi cro-regiao/AMUNESC), contendo todos os elementos fisicos. (Reque rer junto a AMUNESC que os mapas necessdrios para a micro- regido sejam colocados a disposi¢ao) . - requerer a todas as ‘instituigdes supra-locais responsaveis por determinagdes e planejamentos que afetam o municipio a exata indicagao dos mesmos. - esclarecimento a todos os elementos envolvidos ou afetados pela elaboragdo do plano sobre o sentido e a finalidade do mesmo (principalmente os encarregados de planejamento dos diversos 6r- gaos setoriais). 6.4) Elaboraco de um plano urbanistico para a area urbana da A proposta elaborada durante nossa estadia, no sentido de uma estruturagio fisico-espacial da cidade segundo um mapeamento em escala 1:20.000 deveria ser ampliada no sentido de um plano ur banistico geral segundo um mapeamento em escala 1:5.000 ou a 2.000. A base para tanto seria a igualdade necessdrias ampliagao da proposta CDR (Condicionantes/deficiéncias/recursos) . Este plano urbanistico geral teria pro finalidade tornar cla ros 0s efeitos e correlagées urbanfsticas das medidas e priorida- des estalecidas. Quando 4 sua expressividade o mesmo deveria. ser classificado entre o plano de uso do solo e o plano de zoneamento. Neste sentido este plano deverd constituir um instrumento auxili ar para a constante defini¢ao de prioridades. 0 mesmo deveria ser 42 ee ee Nery me ee eee 2 = Gao por etapas com solo. m disto ele deveria ser uso areas de maior expressividade quanto a problemas urbanfs- tais como o centro, as Areas contiguas ao centro, os futu- subcentros em potencial e 4reas de maior densidade populacio 2 25) deveriam ser representados numa maquete em escala 000. Somente a maquete pode oferecer uma visdo que permita a-~ ar os desenvolvimentos em trés dimensdes, em seus aspectos de ibuig&o volumétrica, elementos formais como a “paisagem dos os" e a localizagao de grandes edificios. Todavia, seria su ente uma maquete simples, sem detalhes arquiteténicos. Outras questdes qué podem ser examinadas ¢ esclarecidas com {lio do plano urbanistico seriam: - 0 reordenamento das areas libres restantes decorrentes do to de novas areas habitacionais; - 9 desenvolvimento micro-espacial da estrutura urbana, de~ ago das prescrigées de alinhamento e preservagao das reas no perimetro urbano; - a harmonizagao da rede basica de transporte (vide Plano Di, x, Lei ne 1262/1410) com a rede vidria e as estruturas urbaras existentes; - 0 exame da distribuigdo e estruturagdo das categorias de densidade (principalmente com base na maauete). dos trabalhos preliminares para o plano de sex elaborades planos de zoneamento, em esca da cidade de Joinville que envolvimento (sobretudo as {sico-espacial de Joinville apresentado na segdo VII o- fere elementos para tal). Estes planos deven ser provisoriamente vistos apenas comoins tos internos de coordenagdo e decisdo, como base para o de~ ferinento de requerimentos de loteamento e/ou construgdo. Junta~ com as diretrizes (vide item 5) para o planejamento de lote os particulares, estes planos tém, a curto prazo, um signifi decisivo para um desenvolvimento ordenado da expansdo urbana. Sere 2 elaboracdo de um primeiro plano deste tipo fazem-se neces- os seguintes passos - indicagao de um responsdvel pelos projetos parciais 6.4 e - elaboragio de um mapa basico completo (escala 1:500 ou 1 para a area selecionada; egistro de elementos de importancia supra-local (tragados das planejadas, canalizagées ou redes, limitagdes legais 5 = elaboracdo de uma proposta basica de estruturacéo para 0 solo em harmonia com os fundamentes legais da municipalida ~ determinagS0 fisico-espacial e da finalidade das dreas ne as as instalagées piblicas municipais (escolas, estadios, com base nos 10% da drea urbana que cabem 4 municipalidade; - discussao das propostas com os departamentos setoriais e - eventual alteragao da "Lei de Zoneamento" para a area em guestao, caso isto seja necessario; - cAlculos provisérios dos custos da infra-estrutura técnica © social que caberao 4 municipalidade; = elaboragdo de um sistema flexivel de etapas para a realiza a0 da infra-estrutura necessaria. © técnico incumbido da execugao desta tarefa deve contar com = total confianga do diretor do departamento de planejamento e ser por ele apoiado no desenvolvimento de seus trabalhos. pré-requesito para o sucesso da tarefa é que exista a inten- ¢3o de, também 20 nivel politico, fazer valer as metas, propostas eee = eee e restrigdes estabelecidas; de outro modo, o esforgo em termos de tempo e recursos (materiais e humanos) nao valeria a pena 6.6) Blaboragdo de,diretrizes técnicas para o planejamento priva- do da dotacdo de infra~ strutura de novas areas de construgdo ObservagGes na Secretaria de Planejamento da cidade de Join- ville demonstraram que a autorizagdo, sem exame prévio, das divi- ses de terrenos, projetos de loteanento e requerimentos de cons- triigao em novos loteamentos se constituem na pedra fundamental dos futuros problemas de dotagao de infra-estrutura e sobretudo de transporte. Isto no ocorre somente em virtude de caréncia de tempo e Pessoal ou por obséquio, devendo-se antes, em grande parte, 3 de- ficiéncia, das consideragdes de metas conceituais e 4 inexistén- cia de diretrizes técnicas (que poupariam custos). Por este moti- Vo, parece indicado elaborar diretrizes técnicas para o planejaren to privado da dotagao de infra-estrutura (ou encomendar a elabora 80 das mesmas), que, com 0 aproveitamento de determinagdes 1e~ gais atualmente em vigor, tragam consigo uma mais racional dota- ga0 de infra-estrutura dos novos loteamentos. Por meio de tais diretrizes, se poderia evitar que, de divisdes de terrenos irre- fletidas ou orientadas somente pela maximizagdo do lucro privado se originem custos muito mais elevados para a necesséria dotaco de infra-estrutura técnica e social para a cidade de Joinville Estas diretrizes deveriam conter, sobretudo, principios e propostas par: - a hierarquizacdo da rede viaria, as condigdes de acesso de areas residenciais individuais ~ as possibilidades de localizagao de equipamentos piblicos {escolas, centros esportivos), as normas técnicas para cruzamentos e acessos vidrios, ~ a disposigao das redes de agua e eletricidade, Aguas pluviais e eventualmente esgotos. 6.7) Elaboracao de uma estratégia para criacio de espaco residen- cial para os grupos populacionais de baixa renda dentro do ey 58. perimetro urbano um dos mais graves e centrais problemas do desenvolvimento ur bano de Joinville é a criagao de espago habitacional para os gru- pos populacionais de baixa renda, no interior do perimetro urkano. Bm discussdes com politicos e grupos de interesse este problema foi sempre abordado. Em parte, a necessidadé de uma ampliagao do perimetro urbano era justificada com a necessidade de criagdo de terrenos baratos para os grupos populacionais de baixa renda (prin cipalmente migrantes). Uma polftica de desenvolvimento urbano ati va e socialmente motivada deve desenvolver estratégias para esta problematica, que aproveitem ao m4ximo todas as possibilidades fi. nanceiras e legais, de modo a ndo ter que ceder aos precipitados an seios de uma constante ampliag3o do perimetro urbano - uma ampli ago que, ademais, apenas deslocaria este problema sem soluciona- fio A elaboragao de uma estratégia de construgao de habitagées, neste sentido, deveria caber 4 Secretaria de Planejamento e a Se- cretaria de Bem-Estar Social, eventualmente com o apoio financei- ro € de pessoal de outras instituigdes ou agéncias a nivel nacio- nal. No ambito das pesquisas, dever-se-ia examinar os seguintes as pectos, aproveitande-se as experiéncias e trabalhos anteriores da lei federal ne? 27 - andlise da utilizagao extensiva das areas construiveis no interior do perimetro urbano (a falta de uma concep¢do da adminis tragao municipal, dificuldades de financiamento, especulagao, etc); = nao aproveitamento das possibilidades de uma tributagaopro gressiva dos terrenos nao utilizados inclusive dos meios para um controle efetivo do pagamento dos tributo: - possibilidades de aumento do imposto territorial para areas residenciais dotadas de infra-estrutura e j4 construidas; - possibilidades de uma ampla redugo dos lucros de planeja mento (lucros obtidos proprietarios de terrenos através da eleva go dos pregos dos iméveis em virtude de medidas de planejamento e investimento do estado); 59. ~ fundaméntos para a formulagao de uma politica municipal de reservas imobilidrias e avaliagdo das possibilidades de rea lizagio desta politica); - possibilidades de redugao dos custos de construgado, atra- vés do fomento a programas de auto-ajuda, criagao de depdsitos' mu nicipais de material de construgdo e-de postos de revenda, atra- vés da iniciagdo de cooperativas de construgao e da sua dotagdo com equipamentos de construgao simples; - possiblidades de simplificagdo para a abertura de linhas de crédito vinculadas 4 finalidades especificas para os grupos populacionais de baixa renda; - possiblidades de introdugao de um sistema de arrendamento (por 49 ou 99 anos) e uma politica tributaria orientada para tan- to; - possibilidades de se iniciar um sistema de moradias para trabalhadores das grandes firmas industriais de Joinville (finan- ciado por elas orientado socialmente). 6.8) Exame das possibilidades de descentraliza¢ao do potencial industrial de Joinville Uma das principais causas para o violento desenvolvimento po pulacional da cidade de Joinville é a bem sucedida ampliagdo da produgao da indistria local, que ganhou um enorme impulso em con~ seqtiéncia da politica unilateral de industrializagao do pais. Ao invés de preencher as vagas existentes com a mdo-de- obra proveniente de locais cada vez mais afastados, deveriam ser teci- das consideragdes sobre a possibidade de se deslocar as amplia- gdes de produgao ou de partes das tecnologias de produgSo mais sim ples para regiées com um potencial de mio-de-obra ainda nao esgo- tado. De modo a fornecer 4s indistrias locais, bases para decisdes e a cidade de Joinville as indicagées necessdrias, dever-se-ia le var a efeito um estudo sobre as possibilidades de transferéncia (des locamento) do potencial de ampliagdo industrial. A execugao deste estudo poderia ser encomenda a um membro da Secretaria de Planeja

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