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, MINISTERIO DA EDUCACAO ‘ : q SECRETARIA DE REGULACAO E SUPERVISAO DA EDUCAGAO SUPERIOR DIRETORIA DE POLITICA REGULATORIA COORDENAEAO GERAL-DF LEGISLACAO E NORMAS DE REGULAGKO DA EDUCACAO SUPERIOR NOTA TECNICA N* 372 /2013/CGLNRS/DPR/SERES/MEC INTERESSADOS: Instituigdes de Ensino Superior (IES), alunos ¢ comunidade em geral. REFERENCIA: _ Esclarecimentos sobre diividas mais frequentes. Ementa: — Atuagio dos. CONSELHOS: PROFISSIONAIS, Interagio com as competéncias desta SERES. Diividas mais frequentes, I-RELATORIO 1. A presente Nota Técnica tem como objetivo prestar esclarecimentos acerca da competéncia de atuagio dos CONSELHOS PROFISSIONAIS, bem como de sua interaglo com as competéncias do Ministério da Educagao, em particular esta Secretaria de Regulagio ¢ Supervisio da Educagao Superior — SERES. Para tanto, serdo analisados os seguintes t6picos, ‘0s quais se relacionam aos questionamentos mais frequentes recebidos por esta Secretaria: IL1-DA COMPETENCIA DOS CONSELHOS —PROFISSIONAIS (EXERCICIO PROFISSIONAL); 1.2-DA COMPETENCIA DO MINISTERIO. DA EDUCACAO (FORMACAO ACADEMICA). M1-ANALISE IL1 - DA COMPETENCIA DOS CONSELHOS PROFISSIONAIS (EXERCICIO PROFISSIONAL) 2 Preliminarmente, cabe ressaltar que, entre os direitos e garantias fndamentais, © Constituinte previu que: Ant. 5° (.) XIII ~ é livre 0 exercicio de qualquer trabalho, oficio ou profissto, atendidas as qualificagies profissionais que a lei estabelecer. (z1.) 3. Logo, ¢ livre 0 exercicio de qualquer trabalho, oficio ou profissio, sendo que quaisquer restriges ao exercicio profissional somente podem decorrer do estabelecido em lei, ato normativo de competéncia, no Ambito federal, do Congresso Nacional. E a competéncia para legislar sobre condigdes para o exercicio profissional ¢ privativa da Unido, conforme prevé o art, 22, inc, XVI, da Constituigdo Federal 4 Ja a competéncia para a aplicacdo da legislagao nacional relacionada a0 exercicio da profissio que regulam é dos Conselhos Profissionais. Os Conselhos Profissionais tém a atribuicao de acompanhar e supervisionar o exercicio da profissio regulamentada a que se vinculam. Cabe, assim, aos Conselhos Profissionais, com base na legislago especifica que regulamenta o exercicio profissional das diferentes areas, estabelecer requisitos e mecanismos ‘que assegurem 0 exercicio efica da profissio, de modo a apresentar 4 sociedade um profissional com as garantias que correspondam aos parimetros da fiscalizagio do seu exercicio, quer em termos éticos, quer em termos técnicos. 5. O Parecer CNE/CES n°. 136/203! dispe sobre esse tema, reafirmando ‘competir aos respectivos Conselhos Profissionais estabelecer requisitos para 0 efetivo exercicio da profissdo, ressalvadas as competéncias do MEC referentes & formagao académica Quando se disse que a nova LDB pos termo & vinculagao entre diploma ¢ exercicio profissional, f8-lo no sentido de que o fato de alguém ser portador de um diploma retistrado (“prova da formagio recebida” — art. 48, capul), decorrente do reconhecimento e, portanto, da avaliagio positiva de um determinado curso, no significa necessariamente que haja sempre um desempenho eficaz no exercicio profissional. Esté 0 graduado com a formagio pata excrcer uma profissio, sem prejuizo de que seu Conselho Profissional estabclega condiges para 0 inicio desse exereicio, Consequentemente, o que se quer, em verdade, explicitar, ¢ que diploma e inicio de exercicio profissional no so, necessariamente, aspectos automticos de tal forma que, se diplomado (graduado) esti, logo autorizado também 0 € automaticamente para iniciar 0 exercicio da profissio. Com efeito, as condigoes para inicio de exereicio profissional nao reside no diploma, mas no atendimento ‘40s parimetros do controle de exercicio profissional a eargo dos respectivos Conselhos. (z1n.) 6. Nesse mesmo sentido, dispde 0 Parecer CNE/CP n° 6/2006. Este Parecer igualmente ratifica ser 0 texto constitucional claro ¢ inquestiondvel no sentido de que as restrigdes profissionais sb podem decorrer de lei ¢ insere um rol de profissGes que sio passiveis de restrigio por determinagao legal express. Ademais, 0 Parecer CNE/CP n° 6/2006 prescreve que, enquanto os Conselhos de Fiscalizagao das Profisstes Regulamentadas {tém a atribuiglo de fiscalizar o exercicio profissional que resulte de uma qualificagao exigida por determinagao legal, aos sistemas de ensino ineumbe, nos termos do art. 43 da Lei n° 9,394/1996 (Lei de Diretrizes ¢ Bases da Educagio Nacional ~LDB), forever & sociedade esses profissionais, portadores da qualificac3o que a lei exige, comprovada, nos termos do art. 48 da LDB, pelo diploma devidamente registrado. "Todas resoluges e pareceres do CNE citados na presente Nota Téenica e outras normas afins encontram-se isponiveis no endereco eletrénico hityléportal mee.gov.br/ > “ORGAOS VINCULADOS” —» “CNE” — “Normas Classificadas por Assunto” —» “Formacdo Académica e Exercicio Profissional’ 7. E importante frisar que os Conselhos somente podem registrar em seus quadros 0s profissionais que preencham a condig&o bisica constitucional, que ¢ a comprovagio da qualificagio exigida, como ocorre com o exercicio nas diversas éreas do conhecimento, 8 Quanto ao diploma, salienta-se que reconhecimento” de curso superior & condig’o necessiria, juntamente com o registro, para a validade do documento nacional, conforme dispde 0 art. 48 da Lei n.° 9.394/1996° (LDB) cic 0 art. 34, caput, do Decreto n° 5.773/2006*. Para ter seu curso superior reconhecido, a Instituigdo de Ensino Superior - IES deverd, aps 0 inicio do seu funcionamento, protocolar pedido de reconhecimento no periodo compreendido entre a metade do prazo previsto para a integralizagio de sua carga horéria ¢ setenta ¢ cinco por cento desse prazo, de acordo com o art. 35 do Decreto n° 5. 773/2006°. Conforme prevé o art, 63 da Portaria Normativa MEC 1° 40/2007, republicada em 29/12/2010°, os cursos cujos pedidos de reconhecimento tenham sido protocolados dentro do prazo, e no tenham sido decididos até a data de conclusdo da primeira turma consideram-se igualmente reconhecidos, porém exclusivamente para fins de expedicdo € regisiro de diplomas. 9 Em suma, por ser 0 reconhecimento de curso condigio necesséria para a emissio € validade do diploma, consequentemente, também constitui requisito para a outorga do registro profissional pelo Conselho Profissional. Portanto, 0 respective Conselho Profissional devera, antes de proceder a inscri¢do e ao registro do profissional, averiguar (i) se ‘0 curso do aluno é reconhecido pelo MEC por meio da publicagiio do ato de reconhecimento no D.O.U;; ou (ii) se 0 pedido de reconhecimento de curso foi protocolado pela IES rigorosamente dentro do prazo, sendo possivel usar das prerrogativas do art. 63 da Portaria Normativa MEC n° 40/2007, republicada em 29/12/2010. (0 “reconhecimento de curso” & uma das modalidades de atos autorizatvos expedidos pelo MEC, juntamente com 0s atos de “credenciamento” e “recredenciamento” de IES, © de “autorizagdo” © “renovagdo de reconhecimento” de cursos superiores, bem como suas respectivas modificagées. Vide regramento, em especial, zna LDB, no Decreto n° 5,773/2006 e a Portaria Normativa MEC n’ 40/2007, republicada em 29/12/2010. Sart. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecides, quando registrados, terio validade prova da formagdo recebida por seu titular. § 1° Os diplomas expedidos pelas universidades serio por elas prOprias registrados, e aqueles conferidos por instituigdes ndo-universitrias serio registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educagio. § 2° Os diplomas de graduagio expedidos por universidades estrangeiras serio revalidados por universidades pblicas que tenham curso do mesmo nivel ¢ érea ou equivalente, respetando-se os acordos interacionais de reciprocidade ou equiparagio, § 3° Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangciras $6 poderio ser reconheeidos por universidades que possuam cursos de pés-graduagio reconhecidos ¢ avaliados, na mesma érea de conhecimento ¢ em nivel equivalente ou superior.” Scart, 34. O reconhecimento de eurso é condicio necessiria, juntamente com o registro, para a validade nacional dos respectivos diplomas.” (g.0.) “Ant 35, A instiuigdo devera protacolar pedide de reconhecimento de curso, no periodo entre metede do azo previsto para a integralizagio de sua carga hordria e setenta e cinco por eento desse prazo.” “Art 63. Os cursos cujos pedidos de reconhecimento tenham sido protocolados dentro do prazo e nio tenham sido decididos até a data de conelusio da primeira turma consideram-se reconhecidos, exclusivamente para fins de expedigv e registro de diplomas”. (g.n.) JL2 — DA COMPETENCIA DO MINISTERIO DA EDUCACAO (FORMACAO ACADEMICA) 10. ‘A Constituigio da Repablica, em seu art. 209, ines. Ie Tl, prescreve de forma cexpressa que 0 ensino é livre a iniciativa privada, desde que cumpridas as normas gerais da educagao superior © atendidas as condigdes de autorizagio ¢ avaliacio pelo Poder Pablico. “Ademais, prevé como principio a Magna Carta em seu art. 206, ine. VI, a garantia de um padrio de qualidade para o ensino ministrado no Pats, sendo 0 Ministério da Educagdo 0 guardiao direto deste mandamento na esfera do Sistema Federal de Ensino, nos termos do art. 2° da Lei n° 9.131/1995 e do Decreto n° 7.690/2012. i. Assim, 0 Legislador conferiu concretude a esse mandamento constitucional, determinando os necessérios instrumentos que balizam a atuagio do Ministério da Educagdo na sua missio de assegurar o cumprimento das condigdes de autorizagdo ¢ avaliaglo e zelar pelo padrdo de qualidade adequado da educagio no Pais. Com esse fim, editaram-se a Lei n° 9,394/1996 (LDB), a Lei n° 10.861/2004 (Lei do Sistema Nacional de Avaliago da Educagéo Superior — SINAES), 0 Decreto n’ 5.622/2005, 0 Decreto n° 5.773/2006 ¢ a Portaria Normativa MEC n° 40/2007, republicada em 29/12/2010. 12. Feitas essas consideragdes, cumpre esclarecer que a atividade reguladora do Ministério da Educagio, como guardiio do padrao de qualidade da oferta do ensino ofertado ro pais, tem duas vertentes principais: regulagdo e supervisdo. Conforme art. 27 do Decreto n* 7.840, de 16/05/2011, compete & Secretaria de Regulagaio ¢ Supervisdo da Educago Superior, entre outras atribuigdes, “promover aedes de supervisdo relacionadas ao cumprimento da Iegislagdo educacional e & indugdo da melhoria dos padrées de qualidade”. 13, Sobre a matéria, salienta-se o Parecer do Conselho Nacional de Educagio CNEICEB n° 20/2002, que dispde que: ‘Uma coisa & a atribuigdo da rea educacional de definigio de diretrizes para a organizagdo, funcionamento e supervisio dos sistemas de ensino e das escolas, em termos de diretrizes para a estruturagdo curricular dos cursos, determinando condigdes de oferta, critérios © procedimentos de avaliasio da aprendizagem, requisites para a matricula e aproveitamento de estudos ¢ de competéncias ‘consttuidas, bem como para a expediglo de certficados e diplomas ‘Outen coisa é a atribuisio dos drgios de fiscalizacio do exercicio profissional rho que se refere as aribuigdes principas e a ética profissional. Nao eabe ao drgio profissional definir condigdes de funcionamento de cursos © de programas ceducacionais. O que Ihes compete € definir as alribuigd ceorrespondentes a partir da respectiva lei de regulamentagio da profissio (..), ‘considerando 0 diploma expedido e registrado por escolas autorizadas © supervisionadas pelos érgios préprios do sistema edueacional, como determinam as, proprias leis referents & regulamentagio das profises. gn.) 4 Nesse sentido, a atividade de regulagdo desenvolvida pela SERES tem como escopo avaliar as instituigSes © os cursos superiores ¢ emitir atos autorizativos para seu funcionamento. Sao atos autorizativos emitidos pelo Ministério da Educagdo e previstos na Lei n° 9.394/96 (LDB) ¢ Decreto n° 5.773/06: 0 credenciamento ¢ recredenciamento de instituigdes, a autorizago, reconhecimento e renovagio de reconhecimento de cursos. A supervisio, por sua vez, tem por finalidade averiguar irrogularidades e deficiéncias de qualidade no funcionamento de cursos ¢ instituigdes e, eventualmente, instaurar proceso administrative para aplicagao de penalidades relacionadas com a oferta irregular ou deficiente ay V de educagio superior, tendo em vista assegurar o cumprimento da legislagao educacional induzir a melhoria dos padrdes de qualidade. 15 Ratifica-se que fogem as competéneias deste Ministério da Educagao assuntos referentes & relagio estabelecida entre 0 Conselho ¢ 0 profissional, tais como a legalidade ou nfo da exigéncia, pelo Conselho Profissional competente, de comprovagiio de cumprimento de estagio curricular ou a execugo da restrigio legal a0 exercicio profissional previsto expressamente em lei. Cabe ao Ministério da Educagao, no seu papel de regular o ensino, ndio se manifestar com relagdo & sistematica envolvendo a inscrico de estudantes © egressos nos Conselhos de Regulamentagio Profissional, tema de competéncia desses Conselhos, como cesclarecido no Item II.2 desta Nota Técnica. 16. Por fim, salienta-se que eventuais cursos realizados pelo profissional que sejam oferecidos por entidades nio registradas pelo MEC como TES credenciadas para a oferta de ‘curso superior no Sistema Federal de Ensino, considerados “cursos livres”, podem servir para fins de promocdo profissional, conforme entendimento do respectivo Conselho Profissional competente, apesar de no servir para efeitos de inscrigilo ¢ registro profissional nos termos do art, 48 da LDB. Il -CONCLUSAO- 17. De todo 0 exposto, conclui-se que temas relacionados a0 exereicio profissional so de competéncia dos Conselhos Profissionais, enquanto temas relacionados a formagio ‘académica, regulagio e supervisio da educagdo competem a este Ministério da Educagio. Julga-se ademais que, com base na legislagio aplicavel, o reconhecimento de curso constitui Ccondigiio necessaria para a emissio e validade do diploma, razdo_pela qual, ‘consequentemente, também constitui requisito para a outorga do registro profissional pelo Conselho Profissional, Portanto, o respectivo Conselho Profissional deverd, antes de proceder 8 inscrigfo e ao registro do profissional, averiguar (i) se 0 curso do aluno € reconhecido pelo MEC por meio da publicagao do ato de reconhecimento no DOU; ou (ii) se 0 pedido de reconhecimento de curso foi protocolado pela IES rigorosamente dentro do prazo, sendo possivel usar das prerrogativas do art. 63 da Portaria Normativa MEC n° 40/2007, republicada em 29/12/2010. 7 Cursos Livres sio aque ofertados por entidades que nfo se encontram credenciadas junto ao Sistema Federal de Ensino para o ensino superice de graduagio ou de pés-graduacio /aro sensu e, portanto, nko geram direito a ‘diploma ou qualquer titulagZo, sendo-Ihes permitida apenas a emissio de certficados de participagio, sem valor de titulo de curso superior para fins do disposto no art. 48, da Lei n° 9.394/96. or esta razio, este Ministério da Educagio nko tem competéncia para atuar no sentido fiscalizar, aplicar penalidades ou mesmo desativar ou deseredenciar entidades nio educacionais que nao ofertem cursos superiores fe que ofertem apenas cursos livres. 18. Em necessitando de esclarecimentos adicionais, ou em easo de requerimento ‘ou deniineia a ser encaminhada a esta Secretaria no ambito de suas competéncias, por gentileza, recomenda-se entrar em contato pelo 0800 61 61 61, pelo Fale Conosco®, ou enviar lum oficio para o Protocolo da Secretaria de Regulagio e Supervisio da Educagéo Superior (SERES)’. a A consideragio superior. 4 ( 1) - / a, Laue, Maw & Ghee pati iCIA MARA BARBOSA CHAVES Agente Administrativo De acordo. A consideragao da Diretora Substituta. Padade din CINARA DIAS CUSTODIO Coordenadora Geral de Legislagdo e Normas de Regulagdo e Supervisio da Educagio Superior - Substituta De acordo. Tne fan uy TATIANA DE CAMPOS ARANOVICH Diretora de Politica Regulatoria - Substituta * Acessivel pelo Portal do MEC em hitpliportal mec, gov.br. Ao acessar 0 Portal do MEC, o Interessado deve, na aba “Secretarias”, clicar em “SERES”. Ao acessar a pigina da SERES, 0 Interessado deverd entao clicar na aba ‘Fale Conoco” ¢ preencher 0 respective formuliio. ‘O endereco para envio por coreio ou protocolo diretamente junto ao MEC é Esplanada dos Ministérios, Bloco L, Zona Civico-Administrativa - Sobreloja ~ CEP 70047-900, Brasilia - DF.

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