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NA FUNDAGAO GETULIO VARGAS MBA Executivo =D QA” WDE CONEXAD, ‘+ management ~cowvonace FeV FGV Management MBA em Gestao Empresarial Prof Nayra Christina Maciel Assad Pinto nayra pinto@terra.com.br Coordenadora Académica: Ana Maria Viegas Reis TTT STITT 79 Digerro 00 Consumaoor ul Sumario LPR‘ AMA DA DISCIPLINA Lt Eset 1 12.Canca Honsrts Torat 1 13 omerwvos i 14 Coxretno PRocRaMirico 1 TS Meropoocia 2 1.6 Curréntos Dr AVALIAGAO 2 1.7 Bistiocris RECOMENDNDA 2 ‘CunRICULLIM RESUMIDO DO PROFESSOR 3 2ANTRODUCKO 4 2.1 CONTEXTUALIZAGAO POLITICA 4 22 ARVOLUCKO Das RELACOES DE CONSUMO 3 23 A PREOCLPAGAO INTERNACION NL ‘ 24 ARVOLUCAO LEGISLATIVANO BRASIL 6 3. POLITICA NACIONAL DAS RELACOES DE CONSUMO 9 31 OnseTWVos 9 32 0 Concerro ne ConsuMIDOR 0 33 0 Concerro ne FoRvECEDOR it 3.4 0 Coxcerro nx ProDUTo 7 350 Concerro pr SERVICO 2 6 Princivios B 37 A Jusriricatia DA TUTELS Do Consusmpor id 3.8 Busca Do EQUILIBRIO i: 4.8 RELACAO JURIDICA DE CONSUMO he 4.1 Let Princtriovocica 16 42 0s PriNcinios Da Let 8.07890 a 42.1 PrinciPio Da DiowiDave 7 422 PRiNeiPio A ViDa, SAUDE E SEOURANCA ic 442.3 incinio na PROTEGAO E NECESSIDADE a 42.4 PRinciPio Da TRansPaKENCIA 8 4255 PRINeiPio Da VULNERABILIDADE is 42.6 Pricinio Da Bon-FE 7 442.7 PRINCIPIODA IGUALDADE NaS ConTRATAGOES S.INSTRUMENTOS DA DEFESA DO CONSUMIDOR. 2 5.1 EDUCACAO FORMAL E INFORMAL » 5.2.8 AGENCIAS ADMINISTRATIVAS, 20 530 ASSOcIATIVISMO PH 54 A INFORMACKO AO CONSUMTDOR 21 5.5 OS SERVICOS DE ATENDIMENTO DAS EMPRESAS 2 (Os JUIZADOS ESPECTAIS CivEis 2 5.7 ASCURADORIAS DO MINISTERIO PUBLICO, z 5.8 A ASSISTENCIA JURIDICA 2 5.9 AS DELEGACIAS ESPECTALIZADAS = 5.10 OUTHOS INSTRUMENTOS a 6.1 COMENTARIOS ACERCA DA‘TUTELA CrVL a ‘LARESPONSABILIDADE CIVILDOFORNECEDOR a 74. A Tronta D0 “RIsco CRIAD0" af 772 RESPONSABILIDADE POR FTO DO PRODUTO OU SERVICO E RESPONSBILIDADE POR Victo no PRopUTO OU SERVICO, 6 7.2.1 PRAZOS PARA RECLAMACAO a 7.3 RESPONSARILIDADE OWETIVA oe 714 PRESSUPOSTOS DA RESPONSADILIDADE a 75 RESPONSABILIDADE.DO PROFISSIONAL LIBERAL 7 716 RESFONSABILIDADE DO COMERCIANTE Ai 7:7 EXCLUDENTES Da RESPONSABILIDADE = TB RESFONSABILIDADE NOS SERVICOS PUBLICOS 2 7.9 DESCONSIDERACAO DA PERSONALIDADE JURIDICA, a TOA INVERSKO DO ONUS DA PROVA AH 8. 4S PRATICAS COMERCIAIS SOB A OTICA DO CDC 8.4 OreRra, 38 8.1.1 Reguistros pa OreRrA 33 8.1.2 CAMPO DE ADRANGENCIA 36 8113 REGIME DE RESPONSABILIZACAO Hf 82 Puntictoane, 7 82.1 Princinos NoRTEADORES 7 822 Ctassiicacho 38 8.3 PRATICAS ABUSIVAS E SUA VEDACRO 39 83.1 A ConraNca De Divibas a 8.3205 BaNCOS DE DADOS E CADASTROS DOS CONSUMIDORES a 83.3 REGIME DE RESPONSABILIZAGAO 2 vy Way “oor reewsoooesssasssadTTeTI 9.4 PROTECAO CONTRATUAL SOBA OTICA DO CDC 4s 2 3 9.1 A NULIDADE DAS CLAUSULAS AMUSIVAS. 4 9.2 ANALISE DAS CLAUSULAS ABUSIVAS, “ 9.3 REGIME DE RESPONSBILIZACAO 47 10. ANEXO, 2 da we “TTT eewsseceeeasulsuauy yy er kean ee ee _y 1. Programa da Disciplina 1.1 Ementa Cédigo de Defesa do Consumidor. Conceitos ¢ relagio entre consumidor ¢ fornecedor Politica nacional das relagdes de consumo. Prevengdo © reparag3o de dans, Responsabilidade por vicio do produto ¢ servig. 1.2 Carga Horaria Total 24 horas/aula, 1.3 Objetivos Analisar 0 surgimento da tutela do consumidor no Brasil, sua fundamentagio histérico- filosética ¢ os aspectos gerais como conceitos, natureza juridica, principios aplicdveis, direitos basicos e instrumentos a serem utilizados. 1.4 Contetido Programatico Introdugio. Politica Nacional das Relagdes de Consumo. A Relagio Juridica de Consumo. Instrumentos da Defesa do Consumidor. Prevengio e Reparagao de Danos. A Responsabilidade Civil do Fomnecedar. As Priticas Comerciais Sob a Otica do CDC. A. Protegdo Contratual Sab a Otica do CDC. - Direito do Consumidor i + Fou = 1.5 Metodologia _ Aulas expositivas Trabalhos em grupo Discussio dirigida Exibigd0 de slides 1.6 Critérios de Avaliagao AA avalingio ser académicas do feita através de trabathos © prova individual, respeitadas as normas lamento da FGV.. 1.7 Bibliografia Recomendada Leitura Obrigatria ~ Apostila do Professor FILOMENO, José Geraldo de Brito. Manual de direitos do consumidor. So Paulo: Alas GAMA, Hélio Zaghetto. Curso de dreto do consumidor. Rio de Jancito: Forense GRINOVER, Ads Pellegrin. etal. Cidigo Brasileiro de Defesa do Conswmidor ‘comemtado pelos autores do Ameproeto. Rio de Jairo: Forense Universtiria MARQUES, Cliudia Lima. Contratos no Cédigo de Defesa do. Consumidor. Sio Paulo: Revista dos Tribunais SILVA, Jorge Alberto Quadros de Carvalho. Chsulas abusivas no Ciidigo de Defesa do Consumidor. Sto Paulo: Saraiva 4 v ¥ ¥ « © % Y y Dp & Pr ves TTT VOTOHOOSSHEESEDEETUUOY Ee Curriculum Resumido do Professor Nayra Assad Pinto & advogada, com espovalizagio em Dircto do Consumider EMERY (Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janciro). Sécia do escritério Palestrante, conferencista © Assad Pinto Advogados. Membro Académico de Brasil ‘consultora de empresas nas areas de Dircito do Consumidor ¢ Responsabilidade vi Autora dos livros “Aspects juridicos em sate” e “Estratégias de comunicaga0 em marketing", ambos editados pela FGV. Professora homenageada pela FGV / IDE Management com o prémio “Exceléncia em Ensino”, nos anos de 2007, 2008, 2009 & 2010. Direito do Consumidor 2. Introducao 2.1 Contextua lizagio Politica Ao longo da Histéria das sociedades, tivemos trés paradigmas bisicos de organizagio politica: 0 Estado de Direito, 0 Estado de Bem-Estar Social e 0 Estado Democritico de Direito. © primeiro paradigma também chamado Estado Liberal tem como principio basilar o da legalidade, ® teoria dos Trés Poderes, consolidada por Montesquicu, fundamenta 0 Estado Liberal, coibindo o arbitrio dos governantes ¢ oferecendo sezuranga juridiea para 5 govemados. E 0 Estado legalmente contido, também chamado, por isso, Estado de Direito, Durante 0 periodo em que vigorou o Estado Liberal, a ordem era a nao intervengie do Estado nos negécios privados, permitindo que esses fluissem livremente segundo as regras do mercado. A burguesia passou a dirigit a miquina estatal dirctamente, visto que a soberania, concentrada, no Estado Absolutista nas mos do soberano, havia sido transferida para 0 povo. No Liberalismo, como se sabe, exaltava-se o individualismo, ‘com auséneia ¢ desprezo da coagao estatal, Scgundo Femando Seaff,caracterizam 0 Estado Liberal: 6 prineipio da liberdade, a Separagio dos Poderes, 0 voto censitiio, observando-se 0 eritrio de renda para que fosse possivel a participagao no processo eletive, a liberdade contratval, a propriedade Privada dos meios de produsio e a separagdo entre os trabalhadores os meios de rodugio, objetivando a apropriagdo da mais-valia produzida pelos trabalhadores em razo da venda de sua forga de trabalho. Com o advento da Revolugio Industrial, surgem necessidades sociais, as quais ficam mais evidenciadas, posteriormente, pelos sucessivos movimentos socialists. Demonstram, com clareza, que no basta ao ser humano o atributo da liberdade. Ha um mperativo maior, que a prépria condi¢do de usufruir dessa liberdade, ow seja, ccondigio sécio-econ6mica capaz de admiti-lo como pessoa humana, Diante da crise econémica do primeiro pés-guerma, 0 Estado foi premido, pela sociedade, a assumir um papel ative, seja como agente cconémico (instalando wdistrias, ampliando servigos, gerando empregos, financiando atividades), seja como intermediirio na disputa entre poder econdmico ¢ miséria (defendendo trabalhadores em, face dos patrdes, consumidores em face de empresiios). " Femando Facury Seal, Responsbidode do Estado intervencionist, Sto Paulo, Saraiva, 1990, p. 26 Direlto do Consumidor moves _preocupayoes: por iodemos textos constitucionais i 3 dos individuos socialmente inferiorizados, desenvolvimento ds ivimento da sociedade e valorizaga © Estado bardnao pape no interven para sui uma postr de gene do savolvimento ¢ da justiga social, Surge, entio, o Estado Social © Estado Social contease-se, assim, a0 Evade Litera, na medi em ave v eras suas princpssearaetrsias o rnp da aida ¢ separate dos Pees fram Iantidos, 0 voto censtrio, por presto des, masss exclu, fo substituide pelo ‘ufrigio universal, com ampla participagdo de todas as camadas da populagio, com isso lumentando 0 prisma das. propostas politicas; a liberdade contratual deixou de ser ampla, passando-se a0 dirigismo contratual na drea econdmica; surgiu a Fungo social da propriedade dos meios de produga0. no Estado Democritico de Direito. Superala a fase inicial, 0 ramente, instrumentos democriticos, permitindo {com 0 projeto inicial A evolugio cui Estado de Direito incorporou, paulat partcipagio do pove no exereleo do poder e guardando coetén Se controlar o Estado, © Estado Democritico de Direito & aque: 8) criado ¢ regulado por uma Consttuiga0; 1) onde ox asentes pablicas fundamentais so elit e renovados periodicamente polo povo e respendem pelo eumprimento de seus deveres; ¢) onde 0 poder politica & Tepartig eure 0 povo e orgios esata independentes c harménicos, que se controlam tins aos outros; d) onde a lei, produzida pelo Legislativo, ¢ necessariamente observada rodores, e, c) ende os eidadios, sendo titulares de direitos, inclusive B-los a0 proprio Estado, Paralelamente a esses paradigmas de organizacio politica do Estado, fala-se nos direitos de primcita geragho (individuais), de segunda gerago(coletivose soiais)¢ direitos de terezie geragao (difusos, compreendendo os dicitos ambienais, do consuinidor € congéneres) is, verificaram-se presses sociais, com Na Europa, nos Estados Unidos ¢ em nosso Pai desponta, entio, a tutela do consumidor reivindicagiio de novos direitos. Nesse contexto, no Brasil. 2.2 A Evolucio das Relagées de Consumo ‘de consumo evoluiram cnormemente nos diltimos tempos. De operayoes de simples troca de mereadorias © das ineipientes operabes srvemtis chegouse progressivamente as sofisticadas operagdes de compra € vend, sae nmenton leasing, importagio, ete, envolvendo grandes quantias, Ha muito a5 iTragoes de consumo deixaram de ser psssoaise diretas, transformando-se, nos grandes rapes urbanos, em operagdes impessoais ¢ indiretas, em que nfo se dé importancin 20 fato de se ver ou conhecer 0 fornecedor. Suraram os grandes estabclecimentos comerciais ¢ indasrias, os hipermereados,€ Surziram emente, os shopping centers. Com a mecanizagio da agricultur, 9 populagdo rural migrou para a periferia das grandes cidades, causando 9 inchago CT Direito elo Consumidor E fato inegavel que as relagdes 6 populaciona dde consumo passaram a ser produzidos em sit cconsumidores. Os servigos se ampliaram extraordinirio desenvolvimento, intensificand a wtilizagio da publicidade © de divulgagio dos produios e servigos ¢ atragio de novos consumidores ¢ usuarios. A produgao.e 0 consumo em massa geraram a sociedade de massa, sofisticada e complexa. ‘Como era de se esper essa modificagao das relagdes de consumo culminou por intuit na tomada de conscigncia de que 0 eonsumidor estava desprotegido ¢ nevessitava, portanto, de resposta legal protetiva, 2.3 A Preocupagio Internacional A protegiio juridica do consumidor nao é tema que di respeito a um tinico pais; 30 ccontrario, é tema supranacional, pois abrange todos 0s pa ses, desenvolvidos ou em vias A releviincia do tema, as repeteussdes sentidas nos segmentos sociais dos varios patses, 8 sensibilidade para 0s problemas sociais ¢ os direitos humanos, em suma, toda essa. ‘modificagio nas relagdes de consumo aeabaram levando a ONU a se preocupar com defesa do consumidor. Em 1969, a0 aprovar a Resolugdo n? 2.542, de 11 de dezembro, foram dados os eiros passos nesse sentido, ao ser proclamada a Declaragio das Nagdes Unidas sobre 0 progresso e desenvolvimento social. Depois, em 1973, a Comissio de Direitos Humanos da ONU, dando outro passo significativo, enunciou e reconhecen os dircitos fandamentais ¢ universais do consumidor. ‘Mas, foi em 1985 0 avango mais importante, Pela Resolugao n° 39/248, de 16 de abril, a ONU baixou normas sobre protege do consumidor, tomando clara posigo e cuidando ) dar 20 consumidor informagdes necessirias © adequadas a respeito do fancionamento e da potencialidade danosa, Em consequéncia da nlo-obs esses deve bilidade do Wo-observincia desses deveres surge a responsabilidade formecedor pelo fato do produto ou servigo (CDC. ats. 12 14). 7.2 Responsabilidade por Fato do Produto ou Servigo e Responsabilidade por Vicio do Produto ou Servigo © Cédigo watou, em Segdes diferentes, da responsabiliade plo fato do produto © do servigo ¢ da responsabilidade por viio (Segio II e Segio Il do Capitulo 1V), significando que o leisladorpretenia diferenié-las impor Ihes regime propio. A ‘esponsabilidade pelo fato do produto ou do servigo estéitimamente ligada & ‘corréncia de defeitos, que, por ocasionarem danos, conduzem & perspoctiva de ‘eparagio. Defeito é portato, toda anomalia que, comprometendo a seguranga que imamente se espera da fruigdo do produto ow servo, termina por causar danos fisicos, patrimoniais ou morais aos consumidores, Se essa anomalia apenas compromete © funcionamento do produto ou servigo, mas nio apresentarisco a sade e seguranga do consumidor, mio se fala em defeito, mas em vicio, Fato do produto esta ligado a defeito, «que, por sua ver, est ligado a dano. [Nessa linha, dispBe © Cédigo que & considerada defeituoso © produto quando Alo oferece @ seguranga que dele legitimamente se espera, levando-se om conta circunstincias relevantes como apresentagao, a normal ulilizaglo e os riseos que dele ravoavelmente se esperam e a época em que foi colocado no mercado (risco. do desenvolvimento), pois © avango tccnolégico faz com que os produto atuais sejam ‘muito mais seguros ¢eficientes do que os do passado,O simples fato de ser colocado no ‘mercado produto de melhor qualidade ou mais seguro no induz a conclusio de que os ‘mais antigos sojam considerados defetuosos, jé que deve ser analisado 0 contexto da £pvea do langamento ¢, a lei ndo deve amordagar avango teenoldgico (art, 12, 65 1° © m, Com relagio aos servigos,o fornecedor esti obrigado& reparayto de danos causados aos cconsumidores, por defeitos relativos a respectiva prestagio, sob qualquer modalidade, ‘exceto ade carter trabalhista (art. 3°, 82), bom como por insufeigneia ow inadequagaio {de informagies sobre sua fruiglo riscos (art. 14), Para maior clareza, diz. CDC que 0 setvigo € considerado defeituoso quando no fornece a seguranga que o consumidor dele pode esperar, levando-se em conta as cireunstancas relevantes como o mado de seu fomecimento ou de sua prestagdo,o resultado e 0s riscos que dele razoavelmente se esperam e & época em que foi fornecido, também nio se considerando defeituoso pela dogo de novas téenicas (art. 14, 85 1° € 2") Enquanto a responsabilidade pelo fato do produto ou servigo visa tutelar a integridade Fsico-psiquica do consumidor, ensejando ampla reparacdo de danos, a responsabilidade Direito do Consumidor NAINERS Ni ARARARAAARAAAAN 2» Por vieio busca proteger a esfer eeondmica, ensgjando Wo Somente 0 Tesarcimento Segundo as altemativas previstas na lei consumerisia, sempre a eritério do consumidor SubstituigSo da pega viciada ou a reexecusio do servigo, substtuiglo do produto por ‘utr, resttuigo da quanta paga ou abatimento no prego (at. 18 © 19). A diferenciagao entre responsabilidad pelo fato do produto ou servigo ¢ vicio do Produto ou do servigo permite a conceituagio da segunda como aquela atribuida ao fomecedor por anormalidades que, sem causarem riscos a saiide ow & seguranca do Consumidor, afetam a funcionalidade do produto ou servigo, nos aspectos qualidade © 4uantidade, tornando-os impr6prios ou inadequados ao consumo, ou thes diminuam 0 valor, bem como aqueles decorrentes da divergéncia do contciide com as indicagoes ‘constantes do recipiente, da cmbalagem, rotulagem ou mensagem publicitria, 7.2.1 Prazos Para Reclamasio Estabelece 0 CDC 0 prazo de cinco anos para a prescrigio da agao tendo por objeto a Feparagio de danos causados pelo fato do produto ou servigo, iniciando-se a contagem nio a partir da tradigao ou da ocorréncia do defeito, mas do conheeimento do dane e de sua autora (art, 27). No que tange is reclamapSes por vicio do produto ou do servigo, os prazos so de trinta dias para forneeimento de servigo e de produtos no durives (art. 26,1), de noventa dias, quando se tratar de fornecimento de servigos ou de produtos duraveis (art. 26, I. 0 termo inicial da contagem do prazo decadencial passou a variar conforme a natuteza do vicio: se aparente ou de facil constatagl0, conta-se a partir da entrega efetiva do produto ou do término da exeeusdo do servigo; se oculto a partir do momento em que ficar evidenciado 0 de 7.3 Responsabilidade Objetiva ‘A regra basilar da responsabilidade civil, no direito privado, & a responsabitidade com culpa, derivada de ilicito extracontratal, também chamada aquiliana. Por ela, todo aquele que causar dano a outrem, por dolo ou culpa, esté obrigado a repari-lo, ‘Tal regra, aplicada eficazmente no campo das relagSes civis, mostrou-se inadequada no trato das relagdes de consumo, quer pela dificuldade intransponivel na demonstrag30 de cculpa do fornecedor, titular do controle dos meios de produc3o © do acesso 20s elementos de prova, quer pela inviabilidade de acionar o vendedor ou prestador de servigo, que, s6 em infindivel cadeia de regresso, poderia responsabilizar 0 fornecedor gindrio, quer pelo fato de terceiros, vitimas do mesmo evento, nao se beneficiariam «da reparagio. Direito do Consumidor 30 rependenonese i ©, BS Sain -S Gan Gs" Teponde Seteos ou ttc de co, pla tease oe ee et mercado (ane Lee SCQF, cm ogo ee re a cS or no mercado (ars. 12 ¢ 14) en Fe rae asrieceg Ganststada a responsabilidad objctiva do Fomecedor, nio se perquite a existéncia de aciana rope tteevANC © sun verifeaplo denen pois io ha interferéncia na responsabilizacdo, Pars Feparagdo de danos basta a demonsiragio do evento danoso, do nexo caused do dano ressarcivel ¢sua extensio, Tal nio significard, no ‘continuari regulando a aplicagio nas responsabilizaga tanto, © aniquitamento da res extensa gama de outras, paragaes. di objet ponsabilidade com culpa, que eparapies na esfera civil, mas nio teri oamgantes das relapses ‘de consumo, para as. quis a " mostrou-se mais efioieme e adequada, 7.4 Pressupostos da Responsabilidade responsabilidade objetiva, tem: pelo fato do produto do servigo. *) Brentodanoso 0 dano 6, sem divida, o vil da responsabilidad ck iL Nao ha Pere yet inenizago, nem em resarimente, se no hemes ace haver responsabilidade sem culpa, mas nio pods haves responsabilidade sem. ano, Ou seja, 0 dano constitu clemento preponderante ae responsabilidad objetiva; b ‘Nexo Causal ~ para que emerja 2 obriga exista uma relagao de causa e efeto ent Potencialmente danoso e o dano verificado. Ow ‘eft entre este um defeito que posse ser arbuido 30 fabicante ©) Dano Ressarcivel ~ & 0 prejuino causado a0 consumidor. Abrange o dano finerBente, considerando-se tal os prejuizos efetivos, dirctos © imediatos © oe eros cessantes, assim entendidos os que podiam ser previsiveis ny dats de infragao, Direito do Consumidor ‘ i q 4 a i a ‘ i d a a a a a ‘ ‘ 4 a ‘ « 4 4 4 ‘ ‘ ‘ ‘ 4 « 4 « ‘ OOO OOO OCOU TEST HTE THY ERE MEW ETT T SOTO ~~ ~~ 7.5 Responsabilidade do Profissional Liberal A tegra geral da responsabilidad objtiva do fornecedor pelo fato do produto ou Servigo contém uma excerao quanto responsabilidade dos profissionasliberais, que se estabelece somenteapés a verificago de culpa (at. 14,5). © médico, « advogado, 0 dentista compiem espécies de profissinaisliberis. Nas relagdes de consumo, a0 contratarem com seus clientes, nio se comprometem a um resultado, Inobstante a cura da doenga, a vitéia na causa, a solugto do problema

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