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eR ce eee ON) MUL SON oe on ny eC ny Seu ny ee Parry Sees ace Peete ny ly Soar cre theumin ats 1) SOREN a <= BS CER TELE TE ED A) ELM) Nail Co iT) a(t ri ty Nie anya uy An NO BRASIL OUI IC OR Ee SUE Tau Ecc) POW sD bs 6 eas sep sodas 0208 359 2" 298087 Se niecionn od oysanoad ap ‘sani wo 0961 2p BpeD9p & anb 25-2985 -96T aps s¥pioge oF ‘our as3p TeUY OF “996I 9p soUe soe ‘o> ayuataes mbe ayuowonaig operen pos Op ofa onssaudar ePpupissas ‘ser seu onod op opsopdxa ep :(0961 ap sour) OP «1 ‘orbndinied 2 sovsoyoud 9 «£0. opeproge pros opunb ¢ of -2d ¢107 9p oynf-spd o qos opssnas ou a5-e58189¢ "1 opm ‘ou wits onb svavoga ‘OoNTD SVIMLITIN SWN SYORIOUSTET SVINWOH isvugl oN viovsnonaa a oySvarOUAd z sopesyrulis 2 sejoquays ws woo 2p srouonauofiedo soma saus0} s8401 09 civil participaram de lutas de resisténcia como as greves em. ‘Osasco e Contagem, o movimento estudantil em 1968, aesis- téocia cultural nas artes, a atuagio focal de inimeros grupos landestinos de esquerda ete (ef. WEFFORT, 1972; ALVES, 1984; RIDENTI, 2000; GASPARI, 2002; REIS FILHO, 2014: SANDER, 2018 eoutros)O teresiro momento seria partir de dezembro de 1968, com 0 AIS ¢ repressio a todas as formas, de participacto. Deve-se registrar que, a longo da década de 1960, hou: ve a inscrigio da participasi da populacio em politicas pa blicas, como partcjpagio comunitéra, de cunko reformista « integrador, estimulada por programas oficais, tanto antes como depois de 1964. Bssa forma de participagio da pops- Jagdo civ especialmente entre s grupos populares, na vida bli, inseria-se em propostas de ajuda econtmicae social ddo governo norte-americano para a América Latina, efetua- Ga entre os anos de 1961 ¢ 1970, na chamade Alianga para 6 Progresso. Como aponta Victor Vincent Vall, 0 programa reformista previa formas de participagio voltadas para incluir populagdes no processo de industrializagio e urbanizacio de palses capitalists perifricas e dependentes, de modo a am- pllar 0 mercado consumidor, aumentar a coesio sociale ata thar, preventivament, solueSes revolucionérias como a torma- da do poder pelos trabalhadoresem Cubs, no ano de 1959,¢ insiauragdo do socilismo em 1961 (VALLA, 1986). Durante esse periodo sio cunhadas e encaminhadas, sob a influéncia Ge Srgios de cooperagio internacional, especialmente mis- ses norte-americanas, diversas modalidades de participacto, como *modernizagis’ “integragio de grupos marginaliza- os, “mutiria”e “desenvolvimento comunitri a ditadura militar no Brasl (1964-1984), fi criada pelo Exérci- to aestratégia das Aqdes Civico-Sociais, de atendimento asca- réncias das populagies “marginaizadas” do desenvolvimento econdmico. O termo corrente era participagio civic, objeto também de uma discfplina obrigatéria no curriculum escola, a Bducagio Moral e Civica, 2+ ciclo da participagio (latas e movimentos na déca- «da de 1970): a organizacio pelas bases ‘No Brasil, apartir da década de 1970, inicia-se um novo ldo de lutas sociais, de resisténcia 20 regime militar, nama paleo combine és ements: 1) campanhos Ae telvindiacbescoletivasdrgdas a autria devas 2) um conjuno de emprendimentos ‘elvindcativo,nelsindo essocigtes com ial Aedes especfias,reunibes pins, delaragde. ‘imprensse demonstrates 3) represeategses piblcas de vor, anidade, nimeros © compo> Inetimenta referents & usa A ese comple Isorcamente epefico denomino mavens social (HAY, 2010 141-142-gifo noo) Uiilizaremos também 0 conceito de Dianl de movi mento social porgye ele destaca 0 compartilhamento de ‘uma identidade, construfda no processo,e as aticulagies, fem redes. Ee defini. movimento social come: “redes de Snteragbes informais entze uma plurlidade de individvos, ‘grupos ou ascociagbes engajadss em um conflito politico ou ‘cultural, com base em uma identidade coetiva compartilhe no que fem: st ‘mensagem principal esté no fto de exitivem ‘gem. to também significa firma quea so ‘hopars problema lato testrtura do poder Inlo Sea pose emis do que iso, oul (os interessesespecticns de wm niceo ée poder biti eopressor. Polo qu fazem ea mancira ‘como fem, of motimentos anunciam que feos caminhas eso abertos, que existe sempre ‘utr sida para ¢ dems, que «8 ncesidades ‘os individu os grupos no podem ser red ‘as defnigio dada plo poder A acto dos mo “iment coma aimbolo como comunicigio faz Implode «dtingio entre o significado late meatal e exprensvn dea, posto que nos mo- ‘iments contemporingos, os resultados 2 ay i ‘a eaperincia indidul de novo cigs ten em a conc ,tambée, porque a agi, em ugar de produzi retadoscalelvels mda as regras da comunicoio (MELUCCI, 1997: 12). uw ‘Tooraine 6 0 autor com trajetéria mais longa nas pes- qulsss © estudos sobre os movimentas sociais, com virias publicagées desde a década de 1960 (cf. GOHN, 2014b, cap. 5). A sua definkglo de movimento social é bastante conhe~ ida assim como suas contribulgdes para 0 debate da tora democrética, Touraine critica as concepgbes tradicionais de ‘movimento socal porgue elas buscam abolir a relagio de do- rinaso, fazer telunfar um principio de igualdade, criar uma nova sociedade que rompa com as formas antgas de produ- 0, esto e hierarqula, Touran acha que esta concepgio se ‘corrompeu e se degradou. Os prineipios morais se destacam. (Com isso Touraine conclu: ‘Um movimento socal sempre wn protest mo tal coloa-e por ema da sociedad para juga ‘Se teansferndl, eo no ceniro para manela ores no sentido que eign Kazlo ov atria, [-] Bo so 0 protest dos edie co male e 1968 ov das mulheres, emee ft ‘baseado gum dics igultario de ipo re ‘hcano ou socal, iipregnado de aloes que ice, sexpeito & cura + pesonalidade [| ‘sto mio €paiador de um mode el de Pe eal no seo hate (e amb no eliios0) qoe ‘Spree prea no cea Ss vines 0 ‘edad ¢ de mando (FOURAINE, 199779). ‘Touraine faz um alerta precioso para entendermos as diferentes modalidades dos syjeltos nas gies coletivas. Ee dizque ‘ necesirio mio spicata nos de mauingaty 0 ae comity ‘ulnar poltia [| Oesencal aqui é re seryar aida de movimento social a una a0 us celeuta que cloca em caus um modo de domi- {Seals ago cleva- btn com um i ct do qu dion drones atl See aaneoe —— E Toursine conclu retomando sua definigiojécléssica: - ‘i guia omc. dea Foor ion slo lvre-mercado,antiestatistas e neliberas (c£. CODA 0 um protesto. Qutras se denominamn como gr = ou atv 4 lastveados em idea de ums. corte de_pensamento do “libertarianismo”; ¢ outras negam todas ta devon insane, “copes 5° ciclo da participagio ¢ protesos no Brasil: 2013 2018 ‘A partir dessesconcritos,calegorias ou nogdes (aso dos cletivos, de teorizagio incipient anda) acima, este capitulo presenta um leque de paticipagio de diferentes grupos « ‘movimentos no Brasil de janho 2013 ao final do ano de 201% ‘©leque vai de movimentos dos atonomistase movimentis socal clisscos, até as novisimas formas de organiza I berais(abaixo explicita-se esta elassficacio).Investignse © ‘clo de manifstagdes ns uas entre junho de 2013 ¢2018 Bra, buscando identifica eoetvos ou grapes, moviments cconganizagbes que estiveram em cena, seus repertérios de le ‘mangas, formas de expresso no espaco pili, formas vl zadas para se organizarem, a cultura politica que os embass ‘vam e a concep¢do de cidadania presente. Vérias indag so fltas tis como: Que novidades estas manifestag6es th ‘xeram, como se diferenctarem, como interagieam, com Jogaram (ou duelaram) com movimentos sociais coletios cxistentes? Qual referencias tebricos podemos eaptr cn) ‘ont deinpiragéo nas manifestagSes? Qual foi olegad i cielo de manifestagbes como um todo, para a sociedad «cena politica? Sio quests relevantes agui tstads. se observar, ao longo da captulo, que as novidades con ‘com as “eontinuidades ou seja, 8 antigas formas de 0 lefiva no desaparecem porque surgem novas, Convive 12, _ fomafo permanente, embora multas vezesatuem no mesmo ‘nape politico dos progressistas, os quals tim, usvalmente, tals dfculdade de unis pautas e criar consensos, do que 6s ‘onservadores,neoliberais et A patti de juaho de 2013, passa a ocorrer manifests- Ws em todo o Brasil em movimentos de protesto contra plics soins vigentes nas reas dos transpores, educa” to sadepriordade dada aos gusios com a Copa do Mune ln entre outros motivo. O eendcio da patticipacto social ‘so asoiatvime basso alera-se completamente. les manifestagbes desde 0 inicio esas de 1990 etna sas, Com indigo, go> ‘ bie heogeedade o frcpren malo ovina de organiagses 9 caret sends caren wns la patpag de 133 ovens tomadadesruaseocupaciodosespacos ‘sbanos (ALONSO & MISCHE, 2016). Fntretanto, campre lembrar novamente que os movi- ‘mentos autonomistas nfo so novos na historia do associa~ tivismo brasil, no periodo analisado neste lvro. Na dé cada de 1960, dado o regime militar vigente pds-1964, 0 que ‘entrou para a histéria como marcante foi mais a luta poltica dos estudantes contra ditadura, mas nto se pode esquecer 0 movimento de jovens da contraculturs do perfodo,inspirado pelos idee autonomistas, ue extrapolou o campo artistic. ‘Também no final dos anos de 1970 e 1980, os autonomistas ‘estiveram stuantes, por exemplo aj ctada Revista Desvios, cos trabalhos de Eder Sader (1988). Na atualidade eles se onga- ninam de fore trensnaclonal, com pavtas que contim certo “espirito global’. que podem ser acionadas er qualquer lu 1g do mundo. Muitos delesinspeam-se em ideia libertiras, advindas do revival de algumas formas renovadas do anae uismo, no século XXI. Day (2005) ¢ Souza (2011) fazem uma bon sintese das correntes autonomisias do século XXL (0 legado-de-junho ndo se restringin a0 sprendizado ¢ cexperigncias dagueles que vivenclaram os protestos. legs do se fez também nos desdobramentos posteriores, com 0 aumento de greves ¢ mobilizacbes nos movimentosclssicos, assim como muitos deles foram levados a repensar suas pri ticas, nsurgéncias contra as estruturas burocrticas que con ‘olam o$ sindicatos, por exemplo. [As mobilizagéies de 2013 plantaram as sementes, atu ram desejo por outros mods de vida e valores na socie dade, especialmente entre as eamadas médias da populacio. As reivindicagies focaram como elxo central a mobilida rey ‘bana, mas ela etrturava-eem um pono Disco dtos cis da poplacfo, Otto exo que fo constr em anh se 2013, no proceso decrescimento das maniestagoes em do pai fi oda denincia e combate i eornups, cope inet contr os gastos para Copa do Mundo de Patel © impacto da mebilzagio de mlkidGes nas russ, rm vii ‘iad braseias,levou a autoridads a redugo de peso «as psssagens de transporte, ealgumas medidas leptin de combate corpo sinclar. ode-sedzer qo jonho de2013 eve ransformaghes volucreaé na sentido de car novo valores epotee se ist nospartipantes eo scledade em gral: Um dos vanes legados fol a legitimaclo do protesto social as was forma de Busea por mudangasconjonturais ram pro- ‘sts que negara polite parti, «forma eomo ta & tid pai, mas nt se india & socledade, especialmente pla di, ‘no polica come ur vale wna nova rpesenlagio da ca fort tir deste valor a Outre novidades 2013 foram. ase Rags que entra "nem cena trazendo formas de poets do internacional "fo lal (¢£ SOLAN, 2014, FRIAS FILO, 2017) Dieses nls Hera papel importnte no proces, o ape para hvala 0s protests ess agencas, mas tanben para cons ‘ls incramene as manifecies,Concrdamoe com Pablo Ortlade, que ongizow uta pablicagoem 013, no calor doy oes, em 2017, arlan quatro anos depos, ise: \Vahas eno fo politi reumara 0 coe toe sce xl wd ch des prtetos« egw arora cae 4s distor cso a deta pundine 135 combate eorrupelo. Gam soy as fogs poli= ‘a cindiram ao meio conteid evindcatio ean, enaguecendo edobrando a socieda- ‘Ge civ colocando uma mietade contra 8 out, roma ta ftrclda que favoreceua clase po ie como on td [J ess enfraquecimenta serado pelo conto wa socidade civil que Dliea como que a despe do grande consenso fem txno dos srvigos piles e do combate & ‘cotrupplo, 0 desdobramento dos protesos per mia qu emerpite ose oposto'asscesto de ost por prtdo politico coma miss de li. tar oe sevigs pbs e encontrar algum ipo de aiaguarda contra as nvesigagies da Lava Jato (ORTELLADO."A ngasfodejanio, quate sos depo Ty Fala UOI, 13/06/2017). Registee-se também que sobre jumbo de 2013 10 Brasil ji: temos uma lista considerivel de publicagbes, tees e dis- sertagbes académicas, a exeraple de Singer (2013), Ortellado (2013), Nobre (2013), Domingues ¢ Bringel 2013), Figuere- do (2014), Gohn (2015, 2017), Solano (2014), Tatagiba (2014), Silva (2014), Bucci (2016), Alonso (2017), Saraiva (2018), en- tre outros, Unitilango citico comparativo sobre estas prod- es tarefa para um futuro primo até porque hé diferentes paradigmas teGrico-metodol6gicos orientando as anise, o ‘que € muito bom, mas tém gerado interpretagbes conteadit6- rias sobre junho de 2013. Hi também disputas polticas (ou de grupos politicos) sobre o significado, interpretago, eft: tos, impactos e consequéncias de junho de 2013. Todos(es) assinalam sua importincia, mas alguns yeem apenas uma retomada do conservadorismo, outros enaltecem como ut renascer das Inas sociais. Para nbs, fol um ano marcante por ‘que virlascorrentes de pensamento e ago estiverara em cen 136 Uisputando espagas fsicos e adeptos, construindo narrativas contraditrias e adversas sobre 0 pals. Ndo se pode esquecer lumbém que a Let 12.850 foi aprovada em 2013, no contexto «las pressdes populares de juno. Essa let regulamentou as de lagbes premiadase levou,ao aumento dopiimero de prises Dor quatro entre 2013 e 2017 (dados da Lei de Acesso 8 Infor- macio, pablicados em reportagem de O Estado de Sao Palo, 25/06/2017: Ad). Em 2013, segundo a ONG, art. 9,70 projetos «deel foram apresentados no Congresso Nacional relativos aos protests ¢ apenas dots dees para criarsalvaguardas para os ‘manifestantes. A Lei Antiterorismo, aprovada no congresso ‘em 2018, ¢fruto daquela época, Neste contexto que reairmo, 2013 ainda é umn enigma a decifrar. Apesar do predomi ni- tido dos autonomistas nas manifestaoes,Lidere ¢ grupos que vieram a organizar contracorrentes, em 2014, também estive- ‘fam presentes nas ruas em juno de 2013, segundo alguns re- Bistros fotngréficos e depoimentos na grande midis. ‘een (2014) a crlago de organizasbee mov avalstas/contracorenes nts ass Observaremes, nosed momento deste novo ceo Jeu em 201, qu em ero pro a ransformagbes de 2013 gearnm novos enanciadoe novos grupos sui denom F por Alonso (2016) param ess {0 nas convocages vie reds soci para aos de protesto hados como % nas ruas. Hes introduriram novidades na performance dos protests a pari de 2015, com: suas ‘shes, trabalhando o repertéio da nfo politica, contr a cor "wpeto, pes nizando a atuagio conservadora do estado @ plano da moral (fai, educacto, abort, drogas, casamen- suureteter ysasehastees soars { et), tudo so deforma maitocontraditia,Focaram era tm refertcia a orpaningdesepecbea do que determinados politicos e partidos, fede mas ange mei ko (UANE & ‘Os sea 0 repeidrio das formas de asHo coletivas va 2010 ‘manifestagBes © poaleslas pesocadticas nas ruas de 2013 Portanto, hé profundas diferengas entre os jovens que (Gem carro de som, com estétca peculiar ~ camisas brancas, FF cape ‘mascarados et.) foi apruprado por outs cor easels outs erupes dejovens gus a partir de 201+ > pri ou masarado se oc aroprhean dat per iaram outros tipos de mobilzagbes e oulron repertorios, ‘ances (yora com camisetas verde-amarloe simbolos na focados no plano politico contra 0 goveeno federal, no pro

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