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ALEM DO Sk A.’ Além dos problemas de relacionamento entre casais ~ tema geral deste livro -, os estudos do Dr. Beck comprovem que a terapia cognitiva ¢ também eficiente no tratamento da depress ¢ da ansiedade, nos distirbios do panico, nos distirbios obsessivo- compulsivos, no alcoolismo, no uso indiscriminado de droges, nos abusos sexuais € nos distirbios da personalidade. Aaron T. Beck € professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Pensilvania e diretor do Centro de Terapia Cognitiva da mesma universidade. Autor de mais de duzentos trabalhos cientificos, artigos e monografias, e de seis livros sobre depressio, ansiedade, suicidio e terapia cognitiva, o Dr. Beck e seus estudos sobre aconselhamento de casais tém sido tema de artigos dos mais prestigiosos jornais norte-americanos. Aaron T. Beck, M.D. Daa eis Ls eka cue TSOW B5-03-D¥3¥4-% 9 Maa50104546. 159,97:159.9-052 __B388Lp YOWY Od WI1V Wakd “GW paq~orey ATRAVES DA TERAPIA COGNITIVA RODEM:S A [MENTOS, RESOL EF CONFLITO ICONTRAR UMA SOLUCAO PARA "0S PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO % Hebe, 33223924 9008 - 223434 Cede ed eee P*A-R:A ALEMDO A:M:O:R COMO OS CASAIS PODEM SUPERAR OS DESENTENDIMENTOS, RESOLVER CONFLITOS E ENCONTRAR UMA SOLUCAO PARA OS PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ATRAVES DA TERAPIA COGHITIVA Tradugao de PAULO FROES @ Rosa vos Tenros, RU Sumario AGRADECIMENTOS n INTRODUCAO B ] ARevolugio | Cognitiva na Psicologia/ A Dissolugao dos Lagos Conjugais / que E Necessério para Manter um Relacionamemo / Desmanchando 0 N6s / Plano Geral do Livro 1 O PODER DO PENSAMENTO NEGATIVO 28 O Enfoque Cognitivo / A Leitura dos Pensamentos / A Mente Invistvel / ‘Como Erramos em Nossas Interpreiagdes / O Erro na Leitura dos Sinais / Os Sfmbolos c os Significados / A Tendenciosidade 2 ALUZE AS TREVAS 44 Falsas Promessas / A Grande Reverso / © Equilfbrio nos Jufzos 0 “Programa’" da Paixiio/ Os “‘Ativadores”’ da Paixtio/ A Decepgiio/ As esto] 1 a 3 O CHOQUE DE PERSPECTIVAS As Perspectivas Abertas c Fechadas / As Generalizagdes / Conflitos de Personalidade 3|3 a 1§/% + lo al~ As Expectativas/Estabelecendo as Regras/Aplicando as Regras/Regras que ‘Sabotam / Impondo as Regras /A Tirania do Ter de / Rompendo as Regras/ O Castigo / A Origem das Regras / Lidando com Regras ¢ Atitudes 4 ROMPENDO AS REGRAS 16 5 INTERFERENCIAS NA COMUNICACAO ones 96 As Indiretas ¢ a Ambigilidade / Os Mecanismos de Defesa/ Sem Entender ‘a Mensagem / Mondlogos, Interrupgées c a Escuta Silenciosa/Os Pontos de Surdez ¢ de Cegueira / Diferengas de Ritmo / A Utilizagio das Perguntas / As Diferengas entre os Sexos / A Explicagio para as Diferen- as de Estilo / A Origem das Diferengas entre os Sexos 6 ADISSOLUCAO DO RELACIONAMENTO ve U8 ; els Pe Diividas Sceretas / Origem das Diividas sobre Si Mesmo ¢ 0 Outro / Os Deveres Sccretos wr o\F ass Como:os Significados Simbélicos Distorcem os Nossos Pensamentos / O Fator de Expansio / Exemplos de Distorges Cognitivas Tipicas / As Distorgdes Cognitivas em Agio As Ameagas ao Pacto Conjugal / Areas de Conflito 7 OS PENSAMENTOS SILENCIOSOS: NO CENTRO DO FURACAO 141 8 OS ARDIS DA MENTE 9 EM COMBATE MORTAL an\? tye 170 ‘As Mensagens com Farpas / As Investidas Antecipadas / Os Desmandos: Cometendo Excessos / Por Tris das Brigas: As Conviegdes Bésicas / a Controlando o Rancor / A Inibigao, o Rancor ¢ a Auto-aflemagiio / A Anatomia do Rancar pis 24)3 é 10 VOCE PODE MELHORAR O SEU o RELACIONAMENTO? / AResisténcia A Mudanga/O que Deve Scr Mudado? / Criando Problemas Vem Vez de Resolvé-los / Redefinindo o Problema / Como as Pessoas se \ Transformam? / Um Programa para as Transformasves ea ple? 214 / y/ Cooperagao / Compromisso / A Confianga Bésica / Assumindo a Boa :Nontade / O Beneficio da Diivida / Lealdade e Fidelidade I REFORCANDO AS BASES } 12 AJUSTANDOORELACIONAMENTO UST] 23 230 | Amar c Ser Amado / Para Nao Perder de Vista o Comportamento Positivo / Levantando os Antolhos 13 MUDANDO AS PROPRIAS DISTORGOES 247 Diretrizes Gerais / As Nove Etapas 14 AARTEDODIALOGO 266 ] tdensiieando os Problomas na Comunicagio/ Regras de Etiqueta para o Didlogo 15 A ARTE DETRABALHAR EM CONJUNTO 283 Explicagiio das Diferengas / © Emprego das Perguntas / Flexibilidade / Concesstes / Acomodagito / Definindo Prioridades 16 SOLUCIONANDO IMPASSES 301 _) Bsclarezendo as Diferengas /Entendendo a Pes spectiva do Companheiro / Regras Espectficas para as Sessdes de Esclarecimento ee 17 ACALMANDO OS ANIMOS 319 / AFonte do Problema: Voc8 ou Ele? / Ganhos ¢ Perda / } por EB} z / Raneor/ Dissolvendo a Hostilidade do Conjuge 18 PROBLEMAS ESPECIAIS 342 Declfnio do Desejo Sexual/ A Terapia de Ajuda Mutua para os Problemas Scauais / Infidelidade / Estresse / Quando os Dois Tr seeoes nee Q is Trabalham / Quando NOTAS Z 369 BIBLIOGRAFIA 379 AU Agradecimentos Sinto-me particularmente grato 1 minha esposa, Phyllis, cujo amor © carinho vieram provar que o casamento pode trazer mais satisfagio ¢ adquirie mais sentido a.cada dia que passa. Durante a redagio do livro me foi de grande valia meu amigo ecolega Norman Epstein, um dos pioneiros da aplicagao da terapia cognitiva no aconsclhamento de casais. As valio- sas crfticas e numerosas sugest6es que me fez ajudaram-me a persistir no mister de redigir 0 texto. Suas idéias perspicazes langaram luz a muitos dos obscuros problemas que os casais vivenciam. Dentre as pessoas que contribufram com efetivas fontes de material para a obra esto os meus antigos alunos Susan Joseph, Craig Wiese, Janis Abrahms, Chris Padesky, Ruth Greenberg, David Clark, Kathy Mooney, Frank Dattilio ¢ Judy Beck. Entre as outras pessoas que leram o original eme deram um retorno extraordinario esto Connie Sckaros, Vivian Greenberg, Carol Auerbach e Cal Laden. Sinto-me também muitissimo agradecido a Carol Stillman, que reviu o original varias vezes me deu numerosas sugestdes para simplificar as complexidades do texto. Fui extremamente feliz em contar com Richard Pine como meu agent literdrio, Seu entusiasmo ¢ sua confianga em meu trabalho foram singulares, Meu editor na Harper & Row, Hugh Van Dusen, foi o respon- s4vel por transformar o original neste volume impresso. Barbara Marinelli, Diretora Executiva do Centro de Terapia Cogni- tiva, me ajudou a organizar a produgio do original, c Tina Inforzato, Gail Furman e Suzanne DePictro 0 datilografaram, ‘Avtodas estas pessoas ¢ 20s muitos casais com que trabalhci no Centro de Terapia Cognitiva c em outros lugares que se mostraram receptivos aessa modalidade terapéutica, MUITO OBRIGADO. oes Ns : RY Introducao [Grande parte de minha vida profissional dediquei ao estudo dos proble- ‘mas cognitivos na ansicdade ¢ na depressao e, mais recentemente, aos distirbios caracterizados pelo pinico, No decorrer de varias décadas, tive a oportunidade de tratar um grande niimero de pessoas que tinham um relacionamento conjugal inquictante, angustiante e algumas que o viven- “| ciayam também, embora nao fossem casadas. tos es. rolacionamentos probleméticos Jevaram um SaaS Lee Kansiedade.. oe ee jepressioe aansicdade-agravaram as dificuldades {jf presentes no relacionamento. “Ko voltar minha atengio para aproblemitica dos casais, descobri que exibiam a mesma espécic de aberragao nos processos de pensamento— 4 que os meus pacientes deprimidos ¢ ansiosos. bors os casas nfo apesentassez3 um spressio de tal ordem a_ponto.de nocessitarcm_de tratamento especffico_para_essas ‘condigées, mostravam-sc infelizes, tensos ¢ rancorosos. E, como meus acientes, tendiam a se fixer a0_que-estava errado em seu.cassmenta.c er siravarise cegos a — 0 que estava bem. ParaAlémdo Amor baseia-se num conjunto de casos, e nele se inclui uma ‘tic de citagbes colhidas por mim epor meus colegas no aconselhamento de casais. Todos os nomes ¢ os pormenores que permitiriam a identifica- 40 das pessoas, contudo, foram modificados sem que isso afetasse aj integridade dos exemplos ilustrativos, Em alguns casos, crici personagens { que sintetizavam varias pessoas para melhor encobrir-lhes a identidade. ? B® A Revolucdo Cognitiva na Psicologia Felizmente as duas gltimas décadas testemunharam a.répido aciimulo de _fenhecimenios a respeito. de problemas psfquicos que-tém aplicagao Gireta as dificuldades que os casais vivenciam. Essa nova compreensio i i Gas dificuldades psicoldgicas também tem sido.aplicada a uma ampla “—Bainarde distérbios — depressio, ansiedade, fobias, disturbios obsessi- “YoRompillsivos,c até distirbios, da esfera jorexia © 13 no Feebhelig_ WIA) MP? VINCO Pyne ie POO cg, ee Mine dere Bers Peo eum novoe ampfo movimento na psicologia ena psi hamado —tudo, nada disse a cle ¢ permancccu em siléncio a tarde toda, durante 0 “revolugao cognitiva”. ~ passeio pelas lojas. Ken interpretou o siléncio como se ela no ligasse Q vocébulorcogniitive, derivado da palavra latina cognitione, que significa “idéia ou pensamento” , refere-se 4 maneira pela qual as, pessoas emitem jufzos € fomam decisOes e & mancira pela qual interpretain — acertada ou equivocadament — as atitudes e atos das outras pessoas. ‘Tem-se nesta 1 revolugag" ma nova forma de ver o modo pelo qual as a ee ) mpregam 0 pensar para resulver problemas —{0U para erié-10s) i105. av: maneira-como pensaiios determina em grande a __gpestaremos mais capacitados para atingir tals metas. Seesivecmsimliad vremos éxito na vida esc dela desfrutaremos, ou até mesmase seremos_ capazes de sobreviver. Se nosso pensamento for'gbjetivo e transparente, para a sua companhia ¢ mostrou-se zangado com cla: Marjorie reagiu & rmanifestagio de rancor retraindo-se ainda mais. Os fatos da situag’o foram os seguintes: (1) Marjorie queria passar mais tempo junto a Ken mas queria ir fazer compras sozinha; (2) ela falhou na sua comunicagio com Ken; (3) interpretou erradamente a atitude de Ken como cerceamento de sua liberdade; ¢ (4) Ken interpretou errado o retraimento de Marjorie como indicio de que cla nko gostava de sua companhia. / Numerosos merosos ¢ repetidos desentendimentos, de_expor, ¢_o TaNcOF MONO” resullante_ corre como este que acabamos alicerces de um ~~ crm migio asi _meio a significado: istorcidos, raciocIntos Togicos jamento. Observei varias vezes que desentendimentos semelhian- ecegos, Andat | uem numa escalada até o ponto do sem retorno. O que é extraor- aesmo, vacilantes, seri termos um indo ou sobre o que estamos fazendo si magoar, a prejudicar os 0 5UFF (some 2S errOneas, tomamo-nos-na-verdade surdo jientemente, padecemos de dolorosas retaliasies.. } " Essa ig de pensamitsdiaorcile pu tr dssolido pelo were de ordem superior. Empregamos este processo ideativo de / clevado nivel muitas vezes quando nos surpreendemos em ero ¢ 0 | | corrigimos. Lamentavelmente, no relacionamento fntimo — onde o pen- \ | _Sat Impido'€ a corregiio de nossos erros seriam de especial importancia amo ularmente deficientes em admitir ¢ retificar os jufzos eaatoee quey proferimios arespertod ‘de nossos cOnjuges: Mais aifida: ‘ embora'os conju; os possam acreditar que falem uma 0 que 05 Outros cuvern sto muitas vezes coisas bem diversas. Assim, os problemas na c ag \s ~ Consideremos tim caso interessante. Ken ¢ Marjorie, ambos ocupadfssimos em suas atividades (cle ven- dedr de seguros, ela secretéria numa empresa de relagses piiblicas), decidiram passar mais tempo juntos. Num sébado, Marjorie disse a Ken ‘que planejava passar a tarde fazendo compras. Ken, querendo ficar junto de Marjorie, imediatamente decidiu acompaihé-la. Marjorie, depois de um dia particularmente frustrante a rever a'contabilidade de uma grande | € complexa empresa, interpretou a atitude de Ken como uma intrusio (“Ble munca me deixa fazer as minhas préprias coisas”, pensou). Con- sstragbes ¢ decepedes que ‘mMullos casais vivenciam, Low dinério, contudo, € que, s¢ 0 casal perceber 0 desentendimento eo corigir entos e a comunicaefo, de sore a evilar que o desenten. ae a comunicagio, dé sorte a evitar que ~cheggie ém primeira Iu Shely A Dissolugao dos Lagos Conjugais a Os casais, na grande maioria, estio cientes de que hé umacrise persistent aassediar os casamentos: 40 a 55 por cento destes tém grande probabili- dade de terminar em divércio. A medida que véem mais ¢ mais casamen- tos infelizes ¢ mais ¢ mais separacdes, os casais ficam a se perguntar se tal desfecho iré thes acontecer também. Os recém-casados, ajudados pela onda inicial de amor e de roman- | tismo, $6 querem saber de um casamento bem-sucedido~Muit as years | -acreditam —ao menos inicialmente — que sua relagdo é ‘‘diferes r qe seu profundo amore otimismo haverdo de sustenté-la. Cedo ou mde antudo, muitos se véemi despreparados para os problemas e cont jyalmente_vao_ se acumulando.~Yio_omando consciéncia di ‘saber exatamentc OHdE 3E Tocaliza o problema, A proporgio que 0 relacionamento merguiha numa vaga de desilu- ( Farcores ¢ ressentimentos, \companheira passa a ser vis \ wvess ye tut de Comunic: Achar qUe_o-easamenta-foi-tmm.erro..Em nenhoma este, ‘eFapéata’ ouve um 'grito de socorro” mais pungente do -Mesmo as pessoas casadas hd trinta ©, quarenta anos podem-sentir-se> compelidas a dar fina um relacionams Série intermindvel de erros e angistias,, De corta forma, € de admirar que tantos ‘casamentos fracassem. 6 s6. que supostamente mantém um casal unido, Amar: mais enriquecedoras por que passa a trie de produtos secundérios do © companhirismo, a aceitasio, 0 apoio paraj cs ; lade, alento no; Conjuntas. Tender ser'flex(vcis, receptivos, compassivos c clementes, E mencionar aperias algu: Ap desinimoe: tem com quem partilhar os momentos. de alegria, Ehdo bonus; extra da gratificasdo sexual, que a natureza concede como um incentived Para o acasalamento. Tampou essoa recebe consoio na saud: filhos e em constituir uma famflia, de fora todos os demais incenti unidos os casais? lento que agora consideram ui MEGA 8, situagio um{ que entre os} icixando , 'vos—nio 6 forte osuficiente para manter Lamentavelmente, hé forgas centrifugas em atividade cindir 0 relacionamento— desilusses desmoralizadoras, deser tes que configuram verdadeiros labirintos, © uma to comunicacao. Q amor em si Teirato do casament 16 © amor s¢ solidifique nfo come £ dificilmente robusto 0 sufi ali 4 pessoa antes vista como amante, ta Como um antagonista. capazes de; ntendimen- turante falta ‘de iciente ce que E Necessdrio para . iter um Relacionamento Embora oamor sejauuma poderosa forgaque ajuda os maridos ¢ as esposas {2 apoiarem mutuamente, a fazerem felizes uns aos outros ¢ a criarem uma familia, ele em si mesmo nfio configura a substincia do relaciona- ‘mento— certas qualidades c habilidades pessoais € que slo cruciais para mant@-lo ¢ faz6-lo crescer, Algumas das qualidades pessoais muito im- portantes para um relacionamento feliz: lealdade, sensibilidade, gene “Sdade, consi asabilidade, confianga. Os cOnju- m decisdes leranies e prossegulr preciso ser tolerantes com as falhas, erros ¢ singularidades do'outro, A. eeporeto ue tais_“virtudes” so cultivadas no tempo, o casamento se Jesenvolve ¢ amaducece “Os casais muitas vezes saber como lidar com as pessoas fora da relagio, Tia potitas pessoas passam’a ter um relacionamento ‘fitimd “fabendo como — ou com a devida habilidade para — fazer o relacion ‘Mento florescer. No raro desconhecem as maneiras de tomar-se uma decisto juntos, ou de decifrar.o que o parceiro comunica. Quando {omeira da casa.comega a pinger, sabem exatamente o que fazer para ‘con: mas quando € © amor que comega a escoar pelos furos do. “Yeldionamento, nao tém idéfa do ‘que fazer para estancé-lo, 1 cist ou viver junto € coisa bem diversa das demais formas de relacionamento na vida, Quando duas pessoas — sejam do mesmo sex0_ ido sex0 oposto — viver juntas, interessadas num relacionamento desenvolvem certas expectativas uma a ‘nfensidade do relacionamento foment certos anse mento, ou implicitamente, pelas préprias atitudes, empenham-se em atender essas necessidades profundamente enraizadas, O que quer que ~ um dos parceiros faga vem senipre carregado de significados oriundos desses desejos e expectativas. Em virtude da forga dos sentimentos e das expectativas, da depen- dencia profnda e do significado simbélico crucial, muitas vezes arbitrd. rio, que projetam firmemente nas attudes © agSes do outro, os eBnjuges ficam propensos a interpretar mal tais atitudes e ages. Quando ocomem 17 ago Aouira. A. ios: O-tio ‘pelo amor, pela fidelidade pelo.apoio¢ pelo amps, “neondigionals. E os parceiros, seja explicitamente, pelas juras no casa~ PEP PSS FF 9 Fe awe os conflitos, muitas vezes cm decorréncia de méra falta de ‘comunicagio, ¢ aS pessoas passam a se culpar mutuamente, deixando de pensar noe | conflito como um problema que pode ser resolvido. Ao chegarem as¢ dificuldades ¢ ao proliferarem as hostilida gada um dos membros do casal deixa de ver Outro proporei Ki iguém que apsia 0 préprio.casal, que! ns ivéncias ¢ que compartitha da construgdo da? acabam por duvidar do préprio relacionamento, ¢ assim ortunidade de desmanchar os nds gue thes impedem o'f entendimento, Desmanchando os Nés a OS BIOS: Ao trabalhar com meus alunos — psiquiatras, psicélogos e assistentes : Sociais — no Centro de Terapia Cognitiva da Universidade da Pensilva- | nia, descobri sermos capazes de ajudar esses casais sofridos corrigindo - 0s desentendimentos, desmanchando os nés que lhes distorciam a comu- nicagio ¢ afinando-Ihes a capacidade de ver e de ouvir com melhor acuidade os sinais emitidos por cada um. Mais: descobrimos que muito lucravamn ao serem instrufdos sobre a dinimica do casamento — como | énten nsibilidades © as necessi injuge, como fazer | planos e tomar decisbes juntos;e ton vat. s 0¢ © Tomo desfrutar mais um do outro. O mesmo pro; de melhorar casamentos que no esto © em dificuldade. Mostrou-se eficaz com casais que vivem JUnIGS€ com ? essoas que planejam se casar. Com efeito, alguns dos maiores éxitos ) foram observados em casais perfeitamente ajustados mas que queria melhorar ainda mais o relacionamento. Pesquisas em nossa instituigdo e em outras instituigBes de varias regides, fica evidente que essa modalidade terapéutica tem auxiliado um grande niimero de casais com dificuldades. Entre Os que cursaram nosso programa de treinamento, 08 Drs. ‘Norman Epstein, Jim Pretzer e Barbara Fleming foram os mais entusias- + mados em conduzir ¢ publicar as pesquisas sobre os aspectos cognitivos i i )s. Com base ha minuciosa documented desenvolvidae nai | 18 das dificuldades conjugais e cm aplicar scus conceitos e descobertas no | ‘ tratamento, Entre os outros pioneiros do tratamento clfnico dos problemas conjugais, dentro do enfoque cognitivo, cumpre citar os Drs. Janis Abrahms, David Burns, Frank Dattilio, Stowe Hausner, Susan Joseph, Chris Padesky e Craig Wiese. Tendo em vista 0 éxito da terapia cognitiva empregada por psicote-_ reas Porc fiom naconslirint tects hg ‘momento de divulgarmos nossos pontos de vista ao publico em geral. Este livro deverd ser de grande utilidade para todos os tipos de parcsiros —de-casa, de quarto. de cama —, sejam do mesmo sexo, sejam do sexo. opasto. As pessoas com certas dificuldades nos relacionamentos podem usar 0 livro para entendé-los melhar-e buscar a solugo por si mesmas. Os casais cujos problemas requerem assisténcia profissional vio en war no livro-uma-espécie de orientagio preparatoria para cssc tipo de aconselhamento., espera-se, um incentivo para jrem em buscade auxflio. O livro também tem se mostrado ttil para os casais que j& estio sob aconselhamento. fo propésito deste livro no 6 descrever uma “‘patologia canjugal”’, ‘Sim definir a natureza das dificuldades conjugais comuns de forma ti wolara que se possa deslindar-Ihes as causas fundamentais, Depois de .OSTOS os VAFiGs fatores que formam os problemas, é possfvel comesar a soluciond-los.finsisto logo no inicio do livro em tais ‘probleiias porque é assim qué eles se apresentam no cotidiano. Depois, A proporgiio que 0 Ieitor os for compreendendo, poder comegar a resolvé-los, Rlano Geral do Livro Ao assinalar primeiro os problemas ¢ depois resolvé-los, arrumei os eapitulos de forma semelhante & que conduzo uma série de sessbes ait alinicas, Os primeiros nove capitulos tratam de diferentes 4reas de conflito, “ Quase todo cnjuge de um casemento conturbado recor capftulos dificuldades que lembram as de seu propriorel vezes 0 problema 6 evidente: 0 que as pessoas sentem e pensam ¢ 0 seu modo de interagir so coisas muito mais profundas do que os olhos mais}! “ 19 4 Si fi A ¢ NS & dosavisados podem ver num plano superficial. No met trabalho com of; Pacientes, entretanto, ds vezes tenho que desbastar vérias camadas para) chegar ao ceme da questio. E algumas yezcs um determinado problems confit imas pregre: a Para ajudar os leitores a determinar a niatareza dos préprids proble-: mas conjugais, incluf varios questiondrios no fim ou no meio de diversos capftulos. Servem para caracterizar os problemas especfficos que um" ‘e6njuge tein com 6 outro, como, por exemplo, expectativas fantasio: comunic nite erpretagdes tendenciosas, Ao passarmos; ara 0s rémédios, torna-se assim poss(vel identificar os problemas pelas; Eihe dadas, etapa necesséria para resolvé-los. i Q Ark a pritica clinica, primeiro tento compreender a dificuldade do casalt lsando 0 que dizem e as respostas que dio 20s questionSrios, Assim consigo delinear para cada casal um “perfil cogniivo"’ que. permitir4| Tangar luz, na érea de conflito em particular, Assim como 0 médico quel procura fazer um diagnéstico através do exame fisico, de provas labora-: loriais ¢ de um exame radiol6gico, me sirvo de toda as informagoes mais ? ig iatas, mais & mo, para fazer um “diagnéstico conjugal”. “SIHPS leitores deste livro podem seguir a mesma seqiiéncia, primeiro enitehdendo ¢ identificando a natureza espectfica de seus problemas con- Jugais para depois escolher a estratégia mais oportuna para resolvé-los. Depois de conseguir um quadro transparente das atitudes contrapro- : ducentes © das distorgdes no pensamento e na comunicagéo, passo af explicar a natureza dos problemas encontrados. Assim faco na clinica, e ! assim fiz neste livro. Dedico os nove primeiros capftulos aos prablemas-i mais comuns do.relacionamento: (1) 0 poder do pensamento negativo: que forma as percepgdes negativas podem se sobrepor_aos aspectos Rositivos de uma relagao; (2) a oscilagao da idealizaco & desilusto: por | que a imagem do parceiro é desviada da melhor para a pior poss{vel; (3) ‘©.choque de perspectivas diferentes: de que modo as pessoas podem ver 9 mesmo evento— e uma a outra— de formas completamente diversas; @) a imposigio de expectativas ¢ regras rigidas: de que forma certas ‘ circunsténcias inflexfveis conduzem a fnustragiio.c.na rancor; (5) a inter- | feréncia na comunicagiio: de. do os cOnjuges deixam de ouvir o + que dizem © muitas vezes ouvem 0 que nilo dizem; (6) os.conflitos em decisdes importantes c'a dissolugto do relacionamento: de que fo 20 ~ ‘conformam. tondenciosidade npeténcia pessoais prejudicam o relacionamen 16; (7) 0 papel dos “pensamentos autométicos” que precedem 0 rancor e nen raproducénte: de que modo o pensamento negative }) distirbios ¢ vieses cognitivos que fa: como operam as distorgSes cognitivas; por fim (9) a hostilidade que ¢ capaz. de cindir o casal, t Nos capftulos seguintes, do 10 ao 18, apresento uma ampla variedade de enfoques para a psicoterapia cognitiva de que os casais podem langar mio para atender a necessidades especificas e para atingir as metas de seu relacionamento. Os capitulos”terapéiticos” comegam com uma ; de que forma podem os casais superar as resisténcias ¢ 0 imo qué os impédem de aperfeigoar a relagdo? E crucial que as pessoas reconhegai que tém varias opgdes — que ndo silo meramente vitimas de um mau relacionamento, por mais sem esperanga que parega. Podem e devem assumir a responsabilidade de seu proprio relacionamen- Jo, Estes capftulos mostram como. Passo entio a considerar os valores fundamentais do casamento, 0 compromisso, a lealdadec a confianga, por exemplo, ea descrever alguns métodos para neutralizar as forgas que os corroem. Bessencial reconstruir oureforgaros alicerces que tornam o relacionamento: Prossigo mostrando como poss{vel aumentar os asp. 10 rosos do relacionamento tédiizir os aspectos mmnargos, irritantes, O que pode fazer o leitor para démonsirar a0 parceiro que se importa com ele? Incluo um questionfrio que serve de orientagio e que permite avaliar como vio as demonstragdes de consideracZo, empatiae entendimento do casal (cepftulo 12). No capitulo 13, apresento exemplos concretos das maneiras pelas quais a pessoa pode corrigir certas distorgdes e reajustar ‘opensamento a realidade. Em seguida volto a atenco ao modo pelo qual ‘0s parveiros conversam e revelo de que modo as conversas, os didlogos podem se tomar fonte de prazer, ¢ nio de softimento (capitulo 14). No capftulo seguinte, mostro como é possivel esclareceras diferengas & guisa de preparagio para as sessbes conjuntas voltadas para a resolugfo dos conflitos, explicadas no capitulo 16. Depois de os leitores terem eliminado as dificuldades de dislogo e de terem enfrentado os problemas priticos da vida a dois, esto prontos para confrontarem-se com as caracterfsticas e as hébitos do parceiro ‘causadores de enfurecimento (capftulo’ 17). Por fim, no capftulo 18 aprende-se a aplicar.os_conhccimentos, adquiridos com a leitura dos capftulos anteriores na solugdo de problemas especiais, como o estresse, a inibigdo sexual, a infidelidade ¢ 0s conflitos que aparecem quando os lois jan fora. icialmente, o livro seré lido apenas porum nie, concentro-me naquilo que ele pode ajudar gui na relagio. Muitas vezes, as mudangas num dos eOnjuges geram mudangas extraor- dines no ours. Quanto maior a conpeenste de Tomes is eeoia um relaci i 32 modes de soluciond-I0, mals favoravelimente amudanga do préprio comportamento afetard o comportamento do outro. (Em suma, neste livro discuto de que modo os casais podem comrigir | | Pensamentos.c hdbitos contraproducente: i somunicago € © lar a esclarecer-e-a-modificaros problemas mutuos. Finalmente, ¢ 5 analiso como podem trabalhar juntos para eliminara faltade comunicaga ¥ \c tomar o relacionamento mais prazeroso e gratificante. i Ao avaliar o proprio relacionamento, oleitor verificard ser de grande utilidade ter em mira as metas do casamento e de que forma é melhor consegui-las.”A titulo de orientagdo, arrolo em seguida o que considero 0s objetivos de um casamento ideal. “Primeiro, utar porum sélido fundamento de. confianga, lealdade, respeito ? ¢ seguranga. O cOnjuge € nosso parente mais préximo e autorizado a { depender de nés como aliado responsével, provedor e defensor. i |” Segundo, cultivar o aspecto amoroso e delicado da relagto: sensibilidade, | Consideragio, compreensio ¢ demonstragdes de afcto ¢ de carinho. Con. } . Siderar um ao outro como confidente, companheiro e amigo Terceiro, fontalecer a parceria. Desenvolver um sentimento de coopera- so, de consideragao ¢ de entendimento mituo, Agusar a habilidade de ‘comunicago para que se consiga com mais facilidade tomar decisGes em uestdes priticas, como por exemplo a divisto do trabalho, a preparaglo c implementago do orgamento familiar, eo planejamento das atividades ‘nas horas de lazer. ‘Também essencial para a boa parcetia é a definiglo de diretrizes { quanto aos cuidados com os filhos, 4 'sua educagio e socializacto, Fomentar um espftito de colaboracao,O casamentoé, a um s6 tempo, um | empreendimento, uma instimigao de atendimento € de educaglo dos . 2 " filhos ¢ uma unidade social. importante enfocar essas fungOecs" tucionais"” do casamento com reciprocidade, justica e moderago. Como a maioria dos livros que se destinam a ajudar pessoas com problemas, este possui uma doutrina norteadora: |" + Os casais podertio superar as adversidades se admitirem, primciro, que. ‘grande parcela do desapontamento, da frustragtio e do rancor nfo decome ' de uma incompatibilidade fundamental, e sim de desentendimentos infe- lizes que resullam de comunicagao insuficiente ede interpretagdes tenden- __-siosas do comportamento de um e de outro, + O desentendimento € muitas vezes um processo ativo que decorre do desenvolvimento, por um dos cOnjuges, de uma visto distorcida do outro, sta distorglo, a seu turno, leva 0 cOnjuge a interpretar equivocadamente }o que o outro diz ou faz, atribuindo a ele motivos inconfesshveis. Os seis simplemente no ttm ohio de “afore as prépia inter pretagdes e tampouco o de centrarem-se na clareza da comunicagio, * Cada um dos cOnjuges tem a mais plena responsabilidade de aperfeigoar o relacionamento, Lembre-se, leitor, de que existem opedes, escolhas — cumpre usar de todo 0 conhecimento ¢ visio de que se dispOe para tomar ai prOprio e ao companheiro uma pessoa mais feliz. + Os cOnjuges podem se ajudar muruamente e auxiliar o relacionamento se adotarem uma postura “sem certo ¢ errado, sem culpa’. Essa perspec- tiva permite abordar os problemas reais e ajuda a resolvé-los mais rapida- mente, * Os atos do cOnjuge que 0 outro atribui « algum trago malévolo como egofsino, odiosidade, ow necessidade de controlar o outro, sio muitas vezes ‘itis acuradamente explicados em termos de motivos benévolos (embora ‘mal orientados) como de defesa propria ou de evitar 0 abandono. Emboraestelivro destine-se a educar ea definir diretrizes, nfo haverd de ter 0 mesmo impacto num relacionamento cheio de adversidades que um {erupeuta fazendo uso dos mesmos princfpios e métodos. No entanto, estou convencido de que muitos casais que habitualmente nfo necessita- iam ou nfo procurariam aconselhamento podem ser ajudados pelo livro, Ap6s I8-lo, talvez alguns casais se motivem a buscar auxiio profissional eresolvam até usé-lo em conjunto com tal aconselhamento. Muitos que lerem o livro poderao avluar que v seu proprio relaciona- mento nfo tem problemas, mas que através dele poderiam aperfeigoar Ler Gy ated mais arelaso, Talvez um ou outro casal Queira readquirir 0 antigo prazer? ue tinham quando cada um se mostravaem sintonia com os pensamentos: do outro, ou de fazer sugestdics espontaneamente ou de chegur a devisoes Sem querelas. O livro oferece dicas que ajudariio acontomaros obstéculos, que impedem a Soltiga0°conjunta’ de problemas, a desatar os nds que Frustramo'entendimeriio mituo. Com uma maior comproensto do'cue faz um ¢ outro se chi ‘Ser&-possfvel enriqui mais qualquer rélacion: = = +p Penstiiento, o6nj O PODER DO PENSAMENTO NEGATIVO 4 Karen, decoradora de interiores, relatou como chegou em casa certo dia ccheia de excitagdo e ansiosa por contar ao marido, Ted, a boa novidade: acabara de ganhar uma lucrativa concorréncia para decorar os escrit6rios deuma importante firma de advocacia. Mas ao comecar a dar a boa-nova «Ted a respeito do inesperado Exito profissional, ele mostrou-se distante pov interessado. E Karen pensou: “Ele do se importa ném um pouco comigo, Sé se interessa po ei ‘aga de champanhe. Enquanto i340, Ted — que naquele moaro din a0 sentia.um pouco abatido por causa de um revés nasua carreira profissional —pensava: "Ela ndo se importa nem um pouco comigo. S6 se intéressa pela prépria profissao.” Este incidente ilustra bem uma atitude comum que temos observado ‘em pessoas com problemas conjugais, Quando a grande expectativa de tum dos cOnjuges se vé frustrada eles ficami propensos a descambar para s‘conclusdes negativas sobse_o estado ~SitilagO"do proprio casamento. Com base numa Pressu ra de" desiluidido salta para conclusbes rancofSsas sobre isado problema: “Ela estd agit s age magoado pode partir Dafa agressio ou sb ufastar do patceif0: E o outro, qe multe provavel- enté"se sente injustamente punido, costuma partir para a retaliagtio, 2 ‘ ataguc ¢ retaliagdo que facilmente se move, em turbi negative pudesse estar errado ¢ que talvez estejamos atacando uma Nas esferas do relacionamento, — imagem distorcida. Por cxemplo, quando frustrada pelo humor de Ted, —Interpretar os motives do parceiro desta forma 6 atitude cheia de $ Karen projetou-lhe uma imagem: a de um tipo de homem mecfnico, iscos, simplesmente porque nao podemos ler o pensamento de outras k incapaz de expressar sentimentos para com a outra pessoa. Ao mesmo ipessoas. Por exemplo, 0 que Karen nio sabia era que Ted se sentia £ tempo, Ted viu Karen como uma mulher furiosa, cheia de 6dio ¢ de “deprimido por causa do contratempo na contabilidade da empresa. An- 5: yinganga. Sempre que um desapontava 0 outro, essas imagens extremas— siava por discutir o assunto com ela. Karen nio tinha como saber: saiu da } ocupavam-lhes os pénsamentost-alimientavam o rancor. sala furiosamente.Sups que v maridocstava preacupado demais consigo an ee eee mesmo para pereebé-la, Mas 0 seu afastamento rancoroso teve e 0. para outras j i muita significagao para Ted: “Ela foge de mim sem razdonenhuma’'¢ "Mais uma vec prova que : O Enfoque Cognitivo ela ndo liga para o que eu sinto,” Essas explicagdes contribufram para o ! SS Jp sentimento de solidio ¢ de ressentimento de Ted. Por outro lado, ele | PREY ; proprio contribuiu para uma ruptura momentafea no relacionamenioem * Através de und conjunto de-pincipi parte_da.psicoterapia virtude da preocupagao com os préprios problemas. No passado, quando } cognitiva, 9s casals podem combater a tendéncia para os jufzos injustifi->, 5 Karen chegava excitada com uma nova experiéncia ou uma nova idéia, ens distoreidas deum ede outro. Stoprincipios) | A. = i Ted ateria discutido, em vez de reagir emocionalmente ao entusiasmo da F capazes dele laumn dos cCnjuges sconclusbes mais acuradasemais | 22, 7 : mulher. felis c “{ rauodveis, Servem para prevenir 0 ciclo de desentendimento que levaaos |} = Esse lipo de desentendimentje, eftura do-pensament@ ; conflitos e&s hostilidades conjugais. A psicoterapia cognitiva mostraque ———} ~~ bem mais freqiente nas relagbes do que imaginam os & 1 ees gals, A psicoterapia cognitiva mc = re S$: EMVeLGS + 45 pessoas aprendem a ser mais raza4veis umas com as outra’ adotan perceberem o desentendimenio, 08 pie HO aLTBuem 0 ais nae mais ech : [problema equivocadamente ao "‘egoismo” ou locridade- do ou~ | a suticntos e's uns TovaltaeS EO i [ ffa;Sem pereeberem o erro mituo de eitura,atibuem incoretamente a Fors be SuMEDIOS Mag Sammense ' dificuldade a motivos elementares de um e de outro. Saini as tere ed nant othe jas para.o que faz 0 cOnju; ‘ _Embora muitos autores populares tenham tratado da expresso di SS ae uma {/eatcop os relacionamentos fotimos, ¢ tenham orientado a lidarcom ele, ? _S® Kaen tivesse sino & peeeetc: de eetiaear Ted como 38 i dgjtem sido dadab{s suposiges errOneas c As Talhasdey)_ pe8S0aSem consideragho ¢ friae Ihe perguntado sobre o que o preocupava, Wt afHOptantas vezes responsiveis pelo rancor pelos commas | llvez conscguisse alegrd-lo ao ponto de ambos comemorarem o seu Teebido ¢ interpretado 0 que um dos cbnjuges faz no raro , SuCcss0, E se Ted tivesse se permitido descobrir 0 que Karen queria, Coma & pei : ie bbem mais importante para a satisfagio conjugal do que os atos em si} poderia ter evitado pintar-Ihe uma imagem de pessoa fria antipética. ~~ Para evitar esses mal-entendidos conjugais, convém_saber_coma_ Mas, para sso, ambos teriam primeiro se perce ques rum ‘conclusdes funciona a psique ~ ¢ como falha — quando a pessoa se. vé frustrada ¢ podiam.pstar incorretas e que 0 rancor talvez nfo se justificasse, ou, pelo7 ; dgsapontada. Nosso falfvel aparelho ps{quico nos predispoc aos erros de} menos, nilo com tamanho exagero, ad a interpretago ¢ ao éxagero mio sighifiéddo das atitudes das outras pessoas, | / Os: ios cognitivos que ajudariam Karen e Ted ¢ outros casais / IK : | 95 Predispoe ts explicasdes negatives quando ficamgs desapontados |. Webegarem por fim aesse ponto de compreenstfo mtuas800s seguintes: i f também a projesaio de uma imagem negativa sobre estas pessoas. Agimos. | — / | enttio em fungao dessas interpretagbes falhas.-— atacamos a n, ps ea poderor conhecer de fato 0 estado de. espito — a atudes, yp: “Seaativisima que OE + fpefsamentos e sentimentos — das outras pessoas. “25 lente nos ocorre, naquele momento, que talvez nosso juizo * Dependemos de sinais, que freqlentemente sto ambfguos, informarmos das atitudes e desejos das outras pessoas.” r @ = an | + Empregamos nosso proprio cédigo ou sistema de sinais, que pode ser ~/ deficiente, para dectrar estes stais. in - allie “+ Dependendo de nosso préprio estado de espfrito num determinado \, momento, podemos revelar parcialidade em nosso método de interpretar © comportamento das outras pessoas, ou seja, no modo de o decodificar- ~\ as atitudes das outras pessoas ndo guarda relago com a real exatidao da nossa crenca. Aterapia cognitiva, que incorpora estes prine(pios, se centrana form. lj pela qual os cOnjuges percebem, bem ou mal, ou deixam de perceber ! 9 outro ¢ pela.qual se comunicam, bem ou mal, ou deixam de comunicar. O enfoque cognitivo x). deficiéncias do pensamento OX _estratégicos silo descritos em pormenores nd capftule t 4 esséncia da psicoteray S A Leitura dos Pensamertos . Ay det Oa «ym reblirthio | uma jover ite que va uma loja de roupas muito fante, tentava descobrir por fee) noivo, ficara to silenciosof a0 voltarem de uma festa. Em ge te extrovertido, Peter vendi andincios para um jomal de subdrbio,¢ fora assim que os dois haviam se encontrado. Quandd“ele ficou quicto, Lois pensou: "Peter ndo estd Jalando nada... deve estar zangado comigo." Ao tentat lerIhe 0s pensa- 2 : ' * Aconvicgo que temos em nossa corregio ao adivinharmos os motivos b & sua explicagao para 0 que acreditava que Peter estivesse pen sentindo — a leitura do scu pensamento —nio ficou af. Lois em seguida spensou: "Devo ter feito alguma coisa que o ofendeu." Tendo estabelecido —na propria mente — que Peter estava zangado com ela por causa de alguma coisa que teria feito, fez uma previsto: “Peter vai continuar com raiva de mim e vai acabar terminando o nosso relacionamento,” Sentiu- se enti triste ao antecipar que ficaria sozinha pelo resto da vida, Mas Lois errou o alvo. Viu-se apanhada numa rede de inferéncias sobre causas invistveis © consequtncias imposstveis de serem conheci- seja agredindo-o — enfurecé-lo, omo'o.que as pessoas $0, nem sempre € fécil to dend ‘poderiam ser 08 setis motivos: Assim, Lois —em virtude de seu medo de tejeigdio — viu-se propensa a interpretar o siléncio de Peter como sinal de rancor contra ela. Embora seja natural ler os sinais ¢ procurar por Indfcios que nos digam o que se passa nos pensamentos de outra pessoa, ficamos em risco de formular explicagdes equivocadas ¢ de tirar conclu- sdcs incorretas. \ a 1 hi Boda reat ee rer. Dahevamd’ f a DOssi sa —, mos verificar nossas suposigdes perguntando a ee ela realmente se sente. To TncIdente que aciber de deserever, as vérias suposigdes que me A. Considere, Ieitor, este incidente que ocorreu comigo mesmo: coquantocu * vicram ao pensamento estavam todas erradas! Quando indaguei Aminha. ; (entava sinceramente ear a restr cache nds Oo) pocenag: San reebesse, do ponto de vista intelectual, que as arengbes quel recebia nfo necessariamentc significassem que ele se importava com ela, i ”"er3 Uo forte que ela sempre se.emociona~ ae: smpkesesocions juivocadamente pressupor TanGieq ls tenso € ansioso; mas sobretudo podemos yer nels aliciosa e intencional quando simplesmente © que houve foi esquect a mento: ele se esqueceu de cumprir uma promessa. 2 Regptivos- BUSS SBS ‘Mesmo os parceiros bem-intencionados, amorosos dem entrar em, s é A eae ite Ieehiment on drones cr ie egos des False 3 leit Pa de"a8st0 Wal leone, o significado Asvea TIE simb6lico de nfo telefonar cra tdo forte que ela nfo conse iereaTEIO. ~ = ia i Adeials, x pouea stenglo que agora cle dava a seizeTevé-la para jantar fe também a andar Tojes, ttle sem 6 mesmo Tguitcade aa ravi scan E aes G5 Singis 1.05 s{mbolos no sto 0 clemento real, cles € “ser tra ios, As vezes 0 sistema de decodificacao € iciente, © d “Sonjuge fall ha na Ieitura dos sinais: 0 tiarido talvez néo-perceba que mento da mulher pode ser un'grito de socomo; a mulher pode ni {Car O falS0 entusiasmo do marido como uma méscara para ui nick “Sesepontamento profundo, ra dos» AlBiimas"pessoas, mais do que outras, atribuem certos significa es 408 simbOlicos a situagoes specifics «Or ane por exemplo, {{ consideram muitas vezes a conversa, o did 5g, tm simples meio para transmitir fatos, enquanto mutt sd0 Thais propensas a verem na Souaasiaie eoed Covers UIT fim em si mesma, como sfmbolo de carinho e amizade: ~ aunUEaecoreal i decorréncia dessas diferengas entre os sexos no significado sim- al, demonstra no ealanio canatoessinas { bélico da comunicagao, podem surgir desentendimento entre os cOn- ‘Silo estes 0s sinais que formam a urdidura das relag6es fntimas,; a ef ‘ z So VeIES pendida pelos cesais: Trazenit_, | No#telacionamentasfntimos, somos menos flextveis ao Gere = ida pelos casas. nosso sistema’ cago do qUE NAS situngBes Mais TMpessoai rT eeauicado do qu sera o Obvio pela leitura iteral de Cm eet, quanto mals iso um elaionanent, matr tpss ff to especifico, No téma do filme Casablanca, a letra “A, ir MER TIITRS sighs jiasgh.” (Om bp ainda ua} HOME SE Sxomentimeno. Was do que qualgue ago, ( suspiro € apeaus um suspro) serve para assineie emg tine ) apenas um beijo. Sinais como este si deanigrs dealeicio | SUMS j iam tn da relago fatima —ou quando operamem dferen:’ | {es comprimentos de onda, ot €m estacdes diferentes, como no caso de? pun cado simbdlico Ma as Dessoas, ora as afasta. Uma: asada contou-me como se sentia emocionada durante o namoro Motion we. Gon CGiariorie © Ken conheceram quando ainda cursavam o seg 506% Cromanc atleta ¢ eln.a rainha dos bailes estudantis: Depois de um namoro contu bado, sé casaram. Ele tomou-se vendedor de seguros c ela, secretdria d 36 O Erro na Leitura dos Sinais Thscorreu cm moldes bem conhecidos. Ima grande empresa. Desde 0 infcio do casamento tiveram problemas, Elogiiente, compel tcntc © perfeitamente qualificada para o trabalho de sccretéria, Pouco autoconfiante para tentar alguma coisa, melhor, Marjorie queriff: mais apoio e mais alento do que Ken the dava (ou era capaz de dar). Keng” gue nifo fora tio bem-sucedido na sua carreira como na gindstica dj escola, dependia do salério dela para manter o padrlo de vida desfrutada pels colegas ae scol la mais bem-sucedidos. ‘ardilosa, manipulatéria — cla tenta fazé-I0 ‘MARJORIE: Estou farta do meu emprego. Harry (0 patrio] no me dé sossego. Est4 sempre pegando no meu pé. KEN: (Bla estd planejando abandonar o emprego. Se o largan vai ficar dificil para nds. Sente-se ansioso. Como é que ela pode fazer uma coisa dessas? Ela ndo liga para mime nem paraascriangas, Sente-se.ultrajado.] ‘Vocé faz tudo impulsivamente. : MaruonuE: [Ele ndo confia en mim. Devia saber que ex ndo vou largar 0 emprego. Sente-se magoada.] Eu s6 estava. ‘querendo Lhe dizer... KEN: [Isso é terrivel. Tenho de fazé-la, 'parar de pensar dessa forma.| (Em ‘Yoz alta): N4o quero mais ouvir a respeito desse assunto! MARJORIE: [Ele ndo liga para mim. E por isso que ndo val me escutar € grita comigo, Sente-se ainda mais magoada e zangada. Comesa a chorer © corre para 0 quarto.) Ken: [Ela sempre faz isso para eu me sentir culpado,} Nto fuja de mim! E. Yyueixam de alguma coisa, significa que vlo tomar uma atitude, em geral embon * significado da comunt Iransparente como cristal paraa NY +) evi aensagem, 6 muitas vezes turvo.para quem a rece, Decodificar| . ‘em esstncia, requer a leit samento do primeiro. Consideré a itfiportincia’ crucial do significado que cada um dos atribui as palavras c &s atitudes do butro. Marjorie quer’ espera por parte de Ken. Bla est dizendo, narealldade: "Asou soyrendo ¢ vocé me console." Mas Ken traduz a queixa (sinal) numa gundo o scu sistema de decodificagio, quando as pessoas se 3¢ magoada ¢ perturbada 6 chorar e se | fastar, O afastamento — que decoire de um sentimento de abandono — {Gentto interpretado por Ken de forma finda mais negative, uma atitude tir-se culpado. Logo, 0 imterctmbio de raiva (a critica ¢ 0 afastamento).adquire em si uma WUCXLOQ —— A vinhetailustra diversos aspectos dos sisterhas de decodifica AX mensagens; conscqllentemente, muitas vezes erramos. Ademais, os sinais podem ser ambfguos, sujeitos a interpretagdes muito diversas. Mais ainda: as vezes descobrimos significados ocultos que na verdade nfo existem. farjorie nfo tivesse enveredado pela tritha da ane iipbufda 8 erft "Ele rido Confia em mim”), talvez tivesse const uido corrigir logoa sit litante.. ais, depois de ocorrida Eaicniesheee ee cada cOnjuge atri- bui aos atos hostis do outro dificulta 6 esclarecimento do desentendi- Jo outras observagdes tides do Companheiro. ConfTreqlenciad aS oe Proce a espe Sey ora IE — so capazes, por assim ae ee ‘Ocor K tGenica ajuda-os @ serem mals exalos ao Jo pode sc tomar mais harmoniosa. jumenta a percepgo das pessoas quanto af 98 princfpios especificos que foram usados para auxiliar Karen e Ted, ¢ também Ken e Marjorie. (Os Simbolos € 0s Significados ) Nos relacionamentos {ntimos, certos tipos de situagio adquire cado particularmente forte. -Tal si; ido'st Mev \j/ deriva de suposicoes iitiportantes que um das dois faz a respeit | atitudes do outro, “Quando o sistema de d Ho de uma pessoa 6 colocado em -decodificagio de uma pessoa 6 colocado er Hi alavras, verifica-se que consiste numa miscelfinea de cren¢as, premissas,f 7°" Tegras, preconceitos € fGrmulas. Conforme descobriu durante a psicote-§. rapia, as pressuposigSes de Ken cram: "Se Marjorie se queixa, signific que-vai deixar 0 emprego” e “Ela gosta de me manipular pelo chore." As prémissas de Marjorie eram: “Se Ken estd zangado, significa que ndo ‘me ama” "Se ndo compreende os meus motivos, ndo conseguimos nos My by a 64 ha significa rejelgio, ent experimentard rejigao quando Ken elevar a vor. Se areditir que raiva erejeido levam ao abandono, entio se sentird desolada—completamen- te s6 — quando Ken gritar ou nio a compreender. 38 ‘Obrirto queéak rosa comegou aculparse pela suposta ree a projetar para futuro Plicacdergedois Upos mais imy spo de iiss oo ae eos sinals'e'os simbotog pessoas lipicamente interpret ingorreta © ajuda-as a chegarem a conclusdes mais exatasfum enorme! t tSncticio beneficio paracasais como Lois ¢ Peter. Veremos em capifulds posteriores ¢ENOP® POF exemplo, percebeu 6 silencio de Peter como ui igo. Sua interpretacio simb6lica teve um efeito reverbe- uma sombria cadcia de eventos. FEmbore-ume-ampla-gama de simbolos se apie bid dis hdl pies de eat TSHmpOTiCos que GeseneR Os qeventeticimentos de Karene Ted, deMarjorceKened BIomMO desses simbolos-negativos.— gulho;JOs simbolos positivos se ceptram na aad © 0s nogalivos se. slim para Cee} desrespeitados ou depreciados/Veremos a ao nines nana $ Marjorie. I" Vocé me subestima™.) ~ No seguinte dislogo, o significado simbélico ¢ MARIORIE:[Intxigada. Por que ele ndo me consultou antes de resolver?} Por que precisamos de um boiler novo? xe: Resolvi que varios comprar um boiler novo, KEN: (Ela ndo tem muizo respeito pelas minhas decisdes.) Varoos comprar porque precisamos de um novo, MARION: [Estd incomodado por eu perguntar. Ndo acha que eu possater uma opinido. Sente-se magoada } Ainda nfo sei por que precisamos de um, boiler novo. KEN: Voc# nunca confia nas minhas decisées, nflo 6?! a” eo Dey prog Tanjos, Misjoric fen jos um pe ¢duzido amor-préprio, sfio propensas a langarem mio desse tipo de Sree palavras niio ies: essgmnggconceito ¢ a fazerem interpretace@negativase injustificadas a respei- dcradas no seu valor aparente, ou teria sido possfvel corrigirprontamenf Quaisquer erros de interpretago. No entanto, como ambos leram 10.momento cm que Peter pOs-se em sil€ncio, desapareceram, para ela, ~ Reghum dos dois procurou verlcar asiatemretacts. experiéncias positivas. A suposiedo era de qu guano uma pessoa / a@paphados numa trama de magoa © rancor. a igo, a visto de Lois sobre 0 casal viu-se d om oe ela. Nunca orreu que-a suposi¢o poderia nfo se aplicar a Peter. Curiosamente, a] “Gignificados simbdlicos, as afirmagdesiicais poderiam ter sido con jo como os outros Se ne | (amen ere otc ficado tio resecaitacomo | into do noivo, manteve muitas c animadas dscussBes com ele. Mas it situagdo muito além do que © necess4rio, reagiram exageradamente, @ F ienhum dos dois procurou verific: s. Ambos s¢ Vit ' ica quieta,-¢ sinal de que nao gosta de. mi ‘ava a 1 \ 1 I 1 \ 1 I I i Raza entenderem as hipersensibi as.reacdes exageradas, 0 Bais tha. de uma famflia em que o sil€ncio es com frequléncia, sek tigar um membro agressor. Af Os pecs da ne m baixa auto-estima sfo voltqdos contra elas mesinag &-abrengen_un uma. ¢, alitudes ne negativasy Os borrecido para accitar lt & Be pensamentos g teve a respeito de Peter caracterizam as resp ls ergunta de Marjorie (“Por que es ngliacuma ampla variedade de encontros. As suposigbes bésicas de Lois Bed indpgasio razofvel ¢ responder como tal. Comegara a yearao em cadeitfgepoderiam ser articuladas assim: “Se alguém ndo gosta de mim agora, dalgiturg s2mentos, da aribuigtio de signicados simbolics ed == ewer ‘nunca iré gostar de mim”; "Se esta pessoa ndo gosta de mim, ent&o eu isoudetestdvel"';e “Se eu soudetesidvel, sempreficarei sozinhae infeliz.’ ‘As suposigdes a predispunham a interpretar o siléncio de Peter como fez. — como sinal da rejeigo que poria fim ao seu relacionamento. Ge « Embora cada uma das premissas de Lois pudesse se mostrar infondada, mesmo assim exerceram poderosa influéncia em seu # ‘pensamento. Depois de ocorrido 0 epis6dio com Peter, as premissi ATendenciosidade =e ‘moldarama x if ‘Alguns dog ndimentosique-prejudicam os casamentos tém suatgsinvestidas da psicoterapia cognitiva ¢ expor tais suposigdes, 6 deter} y Y ff raizes. no a pets Higidos subjacehles a pretonceitos Ye todos ogsiqminar se tém fundamento real e em seguida modifick Tas convenient “Y] A Talivas, ObSErVETG §€ conclusées tendenciosas ou parcis temente (caj arcing ple ee ree ca Samos preconbetosh formam umaestrutura psfquicatecnicament eos ver © que Se acha ras ce py onliccida como posieao cognitiva negativa™ bu(“conjunto,cognitvaly s negative” fQuando'im marido engUad cmatkersbialetees ects E/ vers pOrexemplo, interpretard p icament tide o que ela dz.ou faze form | Te preconceltos orcem as interpretagSes nfo apenas dos outros me | maesmosy Huma Form 1) FM Cato-respelto ou a 10 Ver que as eriangas so indéceis ‘Sou um fracasso como mde." A pessoa perigo em situagbes indcuas. cr yuja mulher esté atrasada para um compromisso pensa: “Ela fois. Por outro lado}] jurante a fase de fascinag’o passional do namoro ¢| eavaTfada. Ca Mipocondrfacdnterpreta as sensagbes normais do Corps sedos primeiros anos de tagemento, oF exe TMOSTraM UMTi{Leuenclos|on } como sinals de JOBE EFENE reve sensagao 36 Tosa STBMTTGE ror RUE DOS VaN vase uo aie o parceio faz Ou dz € interne ST Tminente, © dor nas Costas temucia Glee POMTIVS. © apie amado nio err) Mas fe a relacto epirar om difeul- Edades, os desapo Bev os argumentas ¢ as frustragoes que se Tepe- Jafilem conduzem a uma nova atitude psiquica. Agastados, os parceiros $80 fe jola a suas conclusbes € See antes Hef coments lencneneate com RET CSM Tar edesvindos da tendenciosidade positive para a negative. Eno fenacidadg Tent Mito malor chance Ue awselMalar Tudo o que se eyguadre Hparcels do que um ou oulro lax Qu diz ¢ interpretada a dima luz negativa. ‘ROS pro ss econsing el Ig ppc peconesiins ode gnora i nformagter que nfo sng que nfo se engua- Ese do nfo consegue acertar mt Fe Cra aE PEDOMETER OTs TET We Po pensar mesmos LATOeses ler ese tn ses demos aprender muito com tais distirbios psicol6gicos por ver-Sudo! mos 0 mesmo tipo de pensamento nos Telacionamentos desgastados' pu] IN quando o preconceito se volta contra um dos cénjugeS Ps pesquisas tem eae oe ‘que os casais em dificuldade revelam-se Tatitas vezes razoa site objetivos quanto aos motivos que atribuem aos outros cassis; Sas, as mesmas situagdes, atribuem, incorretamente, motivos negativos nos eGpios parceiros. ‘AS pgssoas com relacion: dhierpretadasyO aperfelpoamiona O gue os casils mostram nas sess0es de Feconselhamento-Se acompanha mais por uma reduga0 dos encontros adaveis do que porum aumentode eventos prazerosos, ATelicidade jarece TUfgif mais naturalmente quando as experiéncias e as =| £ cocs negativas sofrem uma diminuigao. ~ ; i “i Peemo ets pessoas come ‘Assim como a psicoterapia pode ajudar os pacientes com ansied ii a ete = depuesto. Para cls, a5 proprias COTE cu deprRie GURICGe w compet der os sea . oF mesos} {pitcipios permite combaler os desentendimentos ¢ as distorgties 1: a ealidade, se B pirwalments fechadas e fecham as perspectivas que dizem § CAsemento diffecis, comid Os TESCHTOS eee ta nto, é mis Epiender primeirgho fundamentg pag t samenio;,€ preci Em seguida,o casa] BE aie cain teana rage fl 3 s ado outro’ evitando que os pensamentos negativod||| (, estraguem-Ihes a Felicidade 1 yLiproieon LP bw? a | 3 2 Ao crescer a afcigio de-Ted, ele teceu elogios a Karen: “Bla € maravilhosa, Tudo 0 que diz c faz é encantador. Ela realmente dé sentido minha vida.” Pensava nela constantemente quando estavam separados, todas as lembrangas de Karen despertavam-Ihe um sentimento de ALUZE— ostalgia, de saudade, junto a um sentimento de euforia. Escreveu-lhe AS TREVAS.. artas longas e apaixonadas, firmando-Ihe devogao total. AS EREM Depois de alguns anos, porém, tudo mudou, Ted se tomou um crftico onstante das atitudes de Karen. “Ela € um péno saco! Uma cabega-de- nto. Uma irresponsfvel. Nio leva nada a sério. E superficial. Fica Sriandando por af com um sorriso vazio no rosto. Nao posso contar,.com - 7 la” Um dos mistérios da nossa sociedade esté no desvanecimento do ; Embora a atitude de Ted tivesse mudado da admiragio para uma que por vezes atinge grandes alturas © acaba por deixar atrds de si u ica excessiva, a personalidade de Karen no mudara de forma subs; nuyem de desapontamento, frustragao ¢ ressentimento. Como isso (@¥tancial. Tanto Karen quanto Ted concordavam neste ponto. O que mudara possfvel? Um casal, que planejara uma vida cheia de-bene-memer eja.a mancira de Ted ver Karen, a “perspectiva” que tinha dela. Eracomo. juntos, cheia de alegria, vé o relacionamento descambar para a indiferenggigse.cle houvesse trocado as lentes ¢ visse de maneira diferente. E agora © 0 tédio. Outro, que j4 desfrutara ¢ partilhara de todas as alegrias, agorgsk‘enchia de rétulos negativos as mesmas qualidades que antes tanto elogia- 86 comparte o descontentamento co mal-estar. Ainda outro, que antes emi. .ra, A maneira leve ¢ despreocupada que antes atribufra & sua liberdade de’ tudo concordava, agora com nada concorda. E cspfrito, agora atribufa & sua “fragilidade”, ¢ o que antes via como ‘Como o casal passa da ilusio para a desilusto, do encanto para ‘jpvialidade agora considerava infantilidade. desencanto, da satisfagiio suprema para a insatisfac40? E Asrespostas de Ted a Karen ilustram um importante princfpio dos Considere 0 caso de Karen e Ted, que me consultaram por ni relacionamentos. A mudanga de perspectiva se acompanha de uma estarem mais conseguindo “prosseguir” juntos. Karen era a bem-sug. mudanga de sentimentos. Ted idealizou Karen até surgirem os inevi- cedida decoradorae Ted o contador mencionados no capitulo 1. Ambox. t4veis problemas do convivio a dois. Entfo comegou a atribuir as queriam entender por que brigavam tanto ¢ pretendiam resgatar of dificuldades &s mesmas qualidades que antes tanto admirara: a esplon- bons sentimentos que nutriam um pelo outro & época do namoro ¢ d. tancidade (““frivolidade’’), a falta de seriedade.(“‘superficialidade™") ¢ noivado, e também durante o infcio do casamento. Intrigavam-Ihes a i inconstincia ("“irresponsabilidade"). Ao mudar de perspective, nas- coristantes guerras de palavras. Afinal, Karen sempre tivera muito. sou a ver as qualidades de Karen — e a prépria Karen — de forma do Indo mais leve da vida. A prinefpio, 0 apelo de Karen estava na sua capacidade de atcnuar o fardo pesado que ele trazia desde a infinci francamente constrita pelas convengics socials ¢ pela intelectalidade Depois de casados, porém, ele passou a julgar Karen pelos mesmos © antigos valores, a considerava deficignte. Karen também mudou a maneira de ver Ted. A princ{pio o vira como uma pessoa brilhante, espirituosa, estdvel, confidvel e conscien- . ciosa. Ele possufa um conhecimento enciclopédico de assuntos gerais, hist6ria ¢ literatura. Adorava ouvi-lo analisar demoradamente 0 cené- £ Tio politico. Depois que leu Zen and The Art of Motorcycle Maintenan- ce: de Robert Pirsig, rotulou Ted de pessoa de atitudes cléssicas, que ? gostava de tudo dentro dos moldes convencionais; e passou a sc ver ‘como uma pessoa de atitudes romanticas, mais preocupada em desfru- tar todos os momentos. Adorava cagoar das caretices de Ted, Quando se viu capaz de modificar o estilo de vida de Ted e de torné-lo mais solto e despreocupado, sentiu-se muito feliz, achou que o esforgo valera. /~ Mas to logo as qualidades de Ted que Karen mais admirara come- % garam a sufocar-Ihe a espontaneidade, passou a vé-las de forma comple- tamente diversa, Em vez de sentir-se intrigada pelo seu enfoque logico, intelectual dos problemas, agora sentia-se oprimida. Karen comegou a raciocinar: “Eu no consigo ser eu mesma quando Ted disseca tudo, em vez de curtiras coisas” ,¢ comeyowa ficar cada vez mais inquieta e irritével na sua presenga. Karen fora criada numa famflia em que se permitia grande dissen- so entre os pais © 0s irmios. O pai, que sempre tivera problemas financeiros, era rigoroso ¢ distante nas relagdes com Karen e com os dois irmios. Embora Karen tentasse agradé-lo saindo-se bem na escola c ajudando em casa, sempre recebera a mensagem de que por mais que se esforgasse nunca era o suficiente. A mle, apesar de acolhedora ¢ § protetora, parecia sempre sobrecarregada pelas demandas da vida familiar. Karen desenvolveu a forte necessidade de um companheiro que, a0 contrério do pai, the dese uma sélida seguranga ¢ que a zceitasse completamente — sem obrig4-la ater conduta exemplar para ser aceita. Encontrou essa solidez.c essa aceitacao em Ted. Mas depois, \ quando ele comecou a julgé-la, viu-se na mesma posigio que ocupara 20 lado do pai, Karen e Ted oferecem um bom exemplo de como o pensamento do 46 té por perto. Ele § scasal modela os sentimentos que nutrem um pelo outro, Quando se Epercebem em termos positivos, sentem amor; quando se desvalorizam, sentem resscntimento. Este princfpio foi expressado ha quase dois mil anos pelo filésofo estéico Epiteto n'O Enguiridion: “Os homens nfo sio sperturbados pelas coisas, mas pela visio que tém delas.” caso de Ted ¢ Karen no é incomum. Embora muitos casais sofram desilusdo semelhante, parccem as vezes atingir um novo equi- {ferio. Outros consideram a sua desilusio singular, sem perceber que ‘esse tipo de vivéncia € comum. E assim como as mesmas forgas que { separam os casais aplicam-se igualmente aeles,o mesmo se ha de dizer 2 dos prinefpios que tornam a aproxima-los. Naturalmente, hd casais que ‘mantém um n{vel-elevado de respeito ¢ de admiragiio mituos, ¢ ' conseqiientemente nao passam por maiores dificuldades no relaciona~ mento. Para ver o que ¢ capaz de cicatrizar uma ferida no relacionamento, -£ preciso primeit@ entender de forma mais completa como.astelagies, feito a de Ted e Karen, podem sc dissolver. Paradoxalmente.ascafzes Sonflité muitas vezesse cncontram bem no principio do relaciona- eng, nas grandes forgas de atragdo que aproximaram o casal pela primeira vez. a ‘A Luz: Fascinagio Tneed you 10 survive Without it I'm just half alive.. I'm forgetting alt my pride I couldn't leave you, girl, if I tried.* — AlHamilton, Herman Weems, William Garrett, I've Gor 10 Have i i 4 : You 5 + ,. Os doces mistérios do amor tém sido fonte de inspiragdo para as cangbes ¢ poesias romfinticas que capturam a qualidade imperativa ‘amar-ou-morrer”” ¢ também para rapsédias delicadas, desse estado snip pan sbcrives iver esr iver do Arad fist de mia odo 0 orga ‘Mesto que eu gles equ esterase, mening, no pode deixate 47 a > gio “da consciGncia. Cettas expressées como misterioso, Até mesmo 0s casais completamente desiludidos; podem sing manter-se fiéis a0 amor sentimental que ¢ representado © cxpresso ci cangbes, filmes ¢ romances. 5 Pode parecer quase uma atitude sacrflega dissecar o amor, redui ie Jo 20s scus componentes psicol6gicos essenciais, despi-lo de toda poesia e de todo 0 encanto, Entretanto, para que entendamos por q pessoas como Ted ¢ Karen deixam de se amar, 6 preciso entenderm: ‘um pouco mais sobre a maneira como se apaixonaram pela primeit vez. (Os sentimentos do amor se encontram, sem divi, entre os mail extraordinSrios ¢ os mais acalentados que temos. Poucas pessoas seri capazes de esquecer 0 prazer intenso, 0 bilo ¢ a excitagio — apesar ado sombrio dos anseios nio-atendidos, do desapontamento ¢ da des peranga. © amor na sua forma mais itensa, a fascinagfo (que al consideram uma espécie.de.nseud auge da paixio é ii ‘gue sentimentos intensos c descjo ma sentindo nas nuvens”, ‘com a cabega nas nuvens” ‘gamento do foco da consciéncia e um desvio da avaliagao da realidade da reagdo a0 real —um sonho euférico. | As vezes, 0 encantamento adquire toda a forca de um distrbis psicoldgico. Na realidade, a fascinagdo, o delirio passional, tem si descrita como uma “espécie de loucura”". O vocdbulo em inglés infatuation, literalmente, em portugués, enfatuamento* — deriva Iatim farwus, bobo, a demonstrat 0 parentesco etimol6gico com o conceit” de loucura. A preocupagio constante do amante apaixonado com pensamentos ¢ as imagens da pessoa amada muitas vezes revela ‘de uma neurose obsessiva. Quando Karen, por exemplo, era atingida imagem de'Ted, escrevia repetidamente o seu nome e sentia uma iererietfunl de otharthe a fotoorafia. F debititante. Como descreveu uma jovem, *intensamente_prazerosos. ciente para ve-la, bsorv8-Ia com os olhos, por assim dizer, embora.cla estivesse muito ocupadacomestudos,comparecendoas aulas,etentasse ignoré-lo. Outro jovem, cujo amor também nio era correspondido, passou svitas horas de pé do lado de fora da casa do objeto de sua afeiglo, na teaperanga de entrevé-la vez ou outra pela jancla. Além disso, ficava 2 emexer na Jaa de lixoatrds de objetos vinculados a ela — um pedago de ‘papel com a sua letra, um lengo de papel descartado. ‘Algumas pessots consideram 0 fascinio passional devastador, “eu me tornei totalmente dependente dele. Tinha grande dificuldade em me concentra no tra- balho, Néo conseguia dormir. Perdi o apetite. Sentia-me muito vulne- rével—como se amenor desaprovagio da parte dele fosse me derrubar «da beira de um abismo". Essa perda de controle indica a forga da -wfascinagdo. ‘Alguns aspectos desse estado lembram 0 pensamento e os sentimen- tos da pessoa manfaca. O brilho ilusério do amor, que consiste na amplificago e idealizagfio das qualidades positivas da pessoa amada, © 8 visto seletiva — ver apenas 0s atributos positivos ¢ ocultar os negativos _— slo encontrados no pensamento tipico da mania, O retrato reluzente doente amado durante o auge da paixio esti em nftido contraste com 0 triste negativo que emerge com a desilustio. No auge de seu fascinio por "Ted, Karen s6 via nele 0 que procurava, apesar das insinuagies dos amigos de que algumas de suas qualidades eram preocupantes. Depois {ques problemas comegaram, cla s6 conseguia ver pedantismo e limita- bes. A fascinagao foi Staiiton Peele, As se “amor. Os momentos jangas jogam uma nova luz na natureza do éxtase do adicto — os sentimentos exaltados, Rico x extraordinéria -somelhanga entre o amor eo vicio, EOS ‘de tristeza, de vazio ne + tneeartze xe" da mmeena amada) é semelhante, da a um_vicio pelo psicélogo social. t no prazer do amor que se esquecem da possibilidade de que as qualidades que evocam estes momentos de éxtase podem ser ilusérias. Mesmo = ae quando admitem a possibilidade da configuragio irreal do outro — po! O que desencadgia a paixdo ¢ algo altamente espectfico ¢ individual: exemplo, de que atenuam as diferengas de personalidade, de. Pensament depende das necessidac se a ee deol Ieoldgicas, das preferéncias € dos gostos de de interesses —, parecem incapazes de concentrarem-se ou de darem af cada Ui. Assim, uma pessor eTesnon’ arvencie devida importinciaa esses fatores potencialmente desagregadores. Quan teatragao ¢ de Beleza, enquianto outra s6 é atrafda por um tipo particular do apaixonada, nunca ocorrera a Karen que a insisténcia de Ted nasi de consiitiigas Ot por um matiz pessoal e particular conquistas intelectuais ¢ nas convengdes pudesse um dia levar ao julga ~~ Embori@ aifagao fisica'seja um excitante particularmente poderoso, mento € ao controle de seus sentimentos. Os amantes apaixonados sei de forma alguma é exclusivo. Algumas pessoas se deixam encantar pelos vyéem apanhados pela fantasia Uc velejar aesmo com a pessoa amada num’ “Wayos sociais ou de personalidade, como por exemplo o encamto, as boas ‘mar de alegrias perenes. Sem conseguirem ver que tudo isso poderia serf "maneiras, o bom papo ¢ o humor. Outras sio atrafdas pelas virtudes: uma miragem. ‘eguranga, sinceridade e empatia, Ainda outras 0 sfo pela bondade, pela (~__ Ainda assim, a fascinago passional atende a uma fungdo crucial *forga ou pela determinagao, | \ forja um elo poderoso que incita duas pessoas a se entregaremumaadoutrap=~ Ndo obstante os gostos individuais, hd uma extraordindria universa- num relacionamento amoroso. As declaragtes de amor imorredouro,$_ lidade a respeito da natureza da paixio, da fascinagdo. Os pensamentos a temo, embora muitas vezes jé ouvidas em surdina depois dos primeiros respeito da pessoa amada c a sua imagem sto a forga motriz. Embora as anos de casamento, exprimem a expectativa de fusio permanente. Af. emogdes do amor sejam mais draméticas, a orientagio real dos sentimen- Bratificagtio que o casal vivencia ao ficar junto, ao partilhar prazeres ef - tos advém da visio que se tem do bem-amado, problemas oferece um forte incentivo para formar a parceria referida q A perspectiva dos amantes fascinados € uma idealizagio, ou uma Perpetuar os momentos de prazer. posigdo psiquica positiva, andloga & posicio psiquica negativa que se dé Além do mais, a expectativa de satisfagao sexual regular servep quando o amor se transforma em aversio. A posigdo positiva gera uma como importante est{mulo para os parceiros viverem juntos ¢, presu-f -imagem idealizada do amante que ilumina os tragos desejéveis e encobre mivelmente, terem filhos. A atragdo sexual as vezes é a primeira forgaf ,os indesejéveis. As vezes, os elementos que atraem se expandem até coligadora num relacionamento, para s6 depois evoluir & fascinaciof «preencherem todos os meandros posicionais. Num certo sentido, essa Passional plenamente desenvolvida. A forga agregadora de uma atra-f! perspectiva se toma "fechada": nem um nico elemento desagradavel & $40 sexual dessa natureza freqilentemente diminui depois do casamen- capaz de entrar no esquema configurativo. to; Marjorie, por exemplo, dizia morrer de tes8o pela masculinidade; Durante o namoro, mesmo o comiportamento desagradével pode de Ken — pelo seu fisico, por sua capacidade atlética, pela aura de? ser contornadoe transformado em fator positivo. Depois de uma briga autoridade — durante o noivado. Era dificil esperar para ter relagdes} com Ken, Marjorie pensou: “A raiva dele para comigo é uma prova sexuais com ele. Anos depois, essas mesmas qualidades masculinast de amor.” Pareceu-lhe impossfvel colocar elementos negativos na no lhe despertavam mais 0 desejo sexual. Nos peasamentos de zie imagem que fazia dele. Depois, ap6s 0 casamento, quando os senti- ‘orie, representavam o dominio ¢ a insensibilidade de Ken, a que claf. mentos dela se modificaram, considerou os mesmos ataques de rancor scophinhs: { -como algo insuportével. + Aincapacidade de modificar a perspectiva idealizada, mesmo quan: do os tragos desagradéveis do ser amado se tornam evidentes, é proprid } do “‘programa” da fascinagio amorosa. Assim, um jovem que esteve £ fascinado por muitas mulheres por longo perfodo de tempo descobriu que 50 51 durante cada perfodo de paixao cra quase impossivel corrigir a vis! nio-realista. Uma vez ativada, a irriagem positiva controlaya-the a atitud € os scntimentos, mesmo reconhecendo racionalmente que a parce tinha muitas caracierfsticas indesejéveis ¢ que o relacidiiamento poderia durar, i ‘Com efeito, o programa da fascinagio parece destinado a impedir, ovg pelo menos mitigar, as avaliagdcs negativas. Tem por fmpeto promova} ‘um relacionamento fntimo ao fixar toda a atengio nas imagens positiv nas reminisc€ncias positivas e nas expectativas do ser amado. O programs resiste ativamente a um desvio do foco para as qualidades indesejévei da pessoa ou para posstveis efeitos deletérios, de longo alcance, relacionamento. As pessoas na agonia da paixéo as vezes percebem idealizado excessivamente o objeto de afeigfo, as vezes notam que ligago passional € indevida, e que as conseqiiéncias a longo pr poderiam ser desastrosas. No entanto, descobrem que € dificil dar muit significado a essas percepgdes. As consideragdes realistas ndo penet na cApsula de sua fascinagao. Quando uma pessoa casada desenvolve essa fixagao intensa mal imprpria em alguém que nfo o parceiro ou a parceira constante, pods ser levada a p6r em risco ou mesmo a destruir um relacionament conjugal razoavel. No calor da paixfo, as pessoas parecem incapazes conferir qualquer peso real AS C6niseqUeii¢ias potencialmente desastrosa do caso amoroso— a possfvel destritigdo do casamento. Nao conseguen| —“desigar” © sentimento pi jal mesrno quando o desejam! Todavi ‘anscorre tempo suficiente sem verem ‘‘a outra (ou o‘outro)” ~ -em-geral Uescobrem que a paixio diminui. i -Os “Ativadores” da Paixao dicionarizada do préprio objeto ou da propria situago. No sentido em {que usamos 0 termo, se refere a um significado altamente pessoal que produz um efeito auromditico numa pessoa, sem reflexio ou delibera- gio. Para Karen, a firmeza ea constincia de Ted eram um sfmbolo nfo 36 de fe seguranca mas de ser cuidada e acolhida por uma forte “figura \ paterma”. O brilhantismo de Karen simbolizava para Ted a descontrago ‘ea alegria ausentes desde a inféincia. Os sfmbolos que ativanro~programa” psiquico da fascinago pas sional $40 muitas’vezes determinados por moldes culturais. Os anseios (cdlares de um grupo etério espectfico também se refletem em seus f ~ simbolos correspondentes. Assim, podemos ver por que os adolescentes gTUpoppredcupadissimo com a aceitago métua, embora também muito atento as quest6es da conveniéncia social — diio um prémio a quem cconquista a popularidade, seja através de atrativos pessoais, de habilida- des atléticas ou de carisma. A idéia de ganhar a afcic&o de uma pessoa socialmente desejével € algo que estimula muito 0 adolescente e pode persistir pelo resto da vida. Outras qualidades, naturalmente, podem adquiriro status de simbolo ¢, consideradas as devidas circunstincias, évocam a paixéo. Algumas dessas qualidades so narcfsicas no sentido de que a pessoa se excita perante a possibilidade de ser acompanhada por alguém que Ihe fard subir tum, degrau_ social, por poder, prestigioou-riqueza. Essa questio nao inecessariamente 6 calculada a sangue-frio, como as vezes se pressup0e. A perspectiva de expansio dos proprios dominios, mesmo que indireta, através de um relacionamento em si estimulante e toma o parceiro extremamente desejvel. Uma mulher, por exemplo, descreveu onoivoda seguinte maneira: “Ble tem um talento enorme. Ainda vai marcar época. Comigo a seu Indo para ajudé-lo, seré um tremendo sucesso. Ele 6 maior do que a prépria vida.” Muitos anos depois, quando viu que os sonhos acalen- Paarao reterencial pelo qual 0s casais julgam depois as fases posterio: tes docasamento. As mégoas, as brigas ¢ frustragdes domésticas criam nitido contraste com a euforia do perfodo de namoro. Muitas pessoas nifo so capazes (ou nfo se mostratn dispostas) de renunciar primeira imagem do que 0 casamento deveria ser—fator que promove aultcrior desilusdo com o cOnjuge ¢ com a propria relagdo, Naturalmente, ‘conhecemos casais que continuam a sentir a magia do relacionamento anos © anos apés 0 casamento, As fantasias parecem se concretizar, mas s6 numa minoria. As Trevas: Desilusio You and me, we wanted it all We wanted it all Passion without pain Sunshine without rainy days We wanted it always, You and me, we reached for the sky The limit was high Never giving in Certain we could win that prize I should have seen it in your eyes.* — Peter Allen, You and Me t i **Voet © eu, querfamnos tudo, é tudo. Amar sem sofrer ‘Az do so, o of azul, neahumoa puvem sequer ‘Tudo queztainos ter para sempre. igi ent ‘Querfarn0s 0 cu, ‘ng extrem limite, voc# © eu ‘enlio mais voliar Certara a vitdsia.. oo Por que no compreendi oteu char? 34 f reefer ADecepsao De que modo as luzes reluzentes do namoro comegam a enfraquecer € a se apagar uma a uma? O que explica o reftio "Estou to decepcionado com o meu casamento"? Ted c Karen sio um bom cxemplo. Para entender-Ihes a decepeio, temos de olhar para a “bagagem” psicolégica que cada unrtrouxé para o casamento Depois do casamento, certas expectativas adormecidas comecaram a vir & superficie, Ted silenciosamente esperava que Karen sempre Ihe desse apoio ¢ alento quando se sentisse deprimido; que ela deveria ser sempre pontual; que deveria seguir a sua orientago, a tudo fazendo de forma ordeira e I6gica; c, acima de tudo, que deveria estar sempre 4 seu alcance quando ele precisasse dela. Nunca manifestara essas expectativas a Karen por consider4-las tio normais que no precisa- vam ser discutidas, Embora Karen fosse com frequléncia pontual, ordcira, l6gica e aces- sfvel, As vezes chegava atrasada, cra desorganizada, inconstante e n&o- dispontvel aos chamados de Ted. ‘Ted sentia-se ofendido sempre que Karen ni atendia as suas expectativas, ¢ passou a vé-la com “falhas de caréter”, Ao buscar explicagdes, Ted se comportava caracteristicamente como 0 marido ferido, que atribui o problema a um trago global, negativo c inmutével da outra pessoa. Quando Karen comegou a nfo viver de fato & altura de suas expec- £ lativas, Ted passou a acreditar que sua atragdo inicial por ela fora uma iluso. Os tragos cativantes de Karen perderam o significado para ele e, 1a verdade, adquiriram um matiz negativo. Depois que Ted se desiludiu, nao sentia mais Karen como uma pessoa de atitudes despreocupadas divertidas, mas como uma “irresponsdvel”, “‘volivel”’ A reagto de Ted reflete um fato $ério: 0 que atrai os parceiros dificilmente é suficiente para manter, por si, 0 relacionamento. As expectativas inflexfveis de Ted cm relagdo a Karen ilustram uma, ‘caracterfstica crucial de todos os relacionamentos fntimos. Quando ae) | guém no sc mostra & altura de nossas expectativas num relacionamento ‘ndo-{ntimo, podemos nos decepcionar e esperar menos da pessoa, ov | { sortar 0 relacionamento por no valer a pena manté-lo, Nesse tipo de telacionamento, nossas expectativas se ajustam as novas experiéncias— as deceppbes diminuem as nossas expectativas, -(Mlo casamento ¢ em outros relacionamentos assumidos, contudo, a * 55 resposta 6 freqlientemente diversa: a desilusio no necessariamente leva a.uma redugo das expcctativas. Em muitos casos, o marido ou a mulher : nao se mostram dispostos a renunciar as expectativas originais. Ted disse, j por exemplo: “'Tenho o direito de ter Karen pronta quando estou pronto. Ela nfo tem o direito de me fazer esperar... Tenho todas as razies do mundo para esperar que minha mulher faga 0 que eu pego. Sempre fago que ela quer.” ‘As expectativas no casamento sio em geral menos flexfveis do que num relacionamento descomprometido. Parte da inflexibilidade pode scr | explicada pelo fato de os casais assumirem um compromisso para o resto da vida, ¢ portanto os interesses sio muito maiores do que num relacionamento mais casual. O casamento implica a entrega da felici- dade, se nfio da propria vida, & outra pessoa. Logo, os parceiros definem regras rigorosas a titulo de garantia contra abusos ou traigdes. ‘Ademais, os relacionamentos com compromisso tém muito maior probabilidade de girarem torno de sfmbolos — de amor ou de rejei¢a0, de seguranga ou de inseguranga — que por sua prépria natureza sao inflexiveis. ‘Um aspecto particularmente distinto dessas expectativas no case- mento esté na interpretagZo dos “lapsos” como indicagao de fracasso ‘geral no relacionamento. O cOnjuge ofendido considera tais lapsos ind{- ‘cio de que 0 outro nfo dé a mfnima. Karen, por exemplo, esperava que “Ted fosse aceité-Ia incondicionalmente — como fez durante 0 namoro. Quando ele se tornou erftico, ela passou a achar que ele no se importava mais com ela. Depois que se casaram, contudo, nunca mencionou o teatro. Para ela ‘indiferenga represcntava uma traigiio -— um efmbolo de descaso. -Outea mulher foi acompanhada pelo noivo por numerosas agén- oy ias de turismo: planjavam aventuras no exterior. Depois do casamen~ to, contudo, ele perdeu o interesse em viajar. A mulher acreditava ter \ sido enganada, e mostrava amargura em relagio a “desonestidade"* do ‘marido, \__Embora algumas promessas nfo sejam feitas de fato, clas parecem Tinpltcitas no namoro, cuja natureza pode ser enganadora desde 0 princf- pio. Cada um dos cOnjuges revela bom comportamento ¢ tenta ser agradavel, solfcito c empenhado em promover o relacionamento. Trans- formam-se em verdadeiros vendedores: tentam dizer ¢ fazer coisas que aumentaro as vantagens, os desejos — criam portanto expectativas irreais quanto & forma como irdo agir depois do casamento. ‘A fascinagdo contribui para a decep¢o, embora sem que haja inten so, Propicia ao casal uma fusio de interesses, mesmi fe ‘assim o que agrada a um automaticamente agrada ao,outro. Parece haver ‘uma vasta comunhito de interesses'¢ compartilhamento — que no final poderé minguar. Comentou uma esposa: — Antes de nos casarmos, eu seria capaz de rastejar de maos e de jocthos até Meca para agradé-lo. Agora, nZo me sinto disposta nem ir & sala ao lado por ele. Outra fonte de decepgiio cm muitos casamentos est no sentimento de direitos que os parceiros sentem. Ted alegava ter 0 direito de esperar certas atitudes de Karen por ela ser sua mulher; Karen, queixava-se ele, violavacontinuamente os dircitos e deveres que tinha para com ele como marido, O sentimento de posse fazia-o sentir-se frustrado e trafdo. Como Ted acreditava que seus direitos eram constantemente vio- lados, modificou-se a imagem que tinha da mulher. Parecendo ignorar As Falsas Promessas As vezes, as promessas explicitas feitas durante © namoro no sto cciripridas depois do casamento ¢ contribuem para o “perfodo de desilu~ ndlee meena neewe de 0 que Ted julgava serem os seus direitos, Karen mostrava-se insensf- vel, indiferente eogofsta. Ted se esquecia que-os supostos direitos nada ais cram que exigéncias ¢ queixas para com Karen, ¢ que ela assim 6 veri (Os maridos © as mulheres ou as pessoas que vivem juntas, guardam de identidade, © semethante. 34 0 outro pode esperar por beneticios mais praticos: alguém que fornega uma renda suficiente para manterum padrlo de vida razoavel. alguém com quem compartilhar a criaedo dos filhos, pariciparativamen- { temo sexo ¢ providenciar atividades socials e de lazer. : Essas expectativas conformam um contrato implicito, "“o pacto con- Jugal” — que raramemte € tomado explicito. Quando um dos cOnjuge=~ \ comseiente"ou inconscientemente, viola o pacto, entretanto, o outro que : jconserva as expectativas se sente frustrado ou trafdo. Manter 0 pacto ¢ jcoisa vista como sfmbolo de carinho ¢ de confianga. Mas para honré-loé | preciso que cada um seja suficientemente sensivel as expcctativas do Outro ¢ que tenha a motivagio e a habilidade necessdrias para atendé. © empatia, por exemplo, so necessérias le de ouvir, de fazer perguntas ¢ de dar las. Para mostrar consideragdo certas habilidades: capacidad. explicacies. _A Grande Reversio 10 tgdos 0s tipos de. se fazem ‘ eS posilivas que nfo « 1 resentes “Em menor grau do que imaginam, A noiva otimistaitiagina que Smarido serk de GRnds Gonsiderastv SER © marido espera que ela venha a ser responsavel © ponderada. Nos cas yem-sucedidos. os parcei- Tos.vo desenvolvendo essas qualidades a gue o relacionamen- \® amadurseé © propoislo que amadmeren Initiale ee Primeiros anos de casamento, muitos desses moldes ainda no se forma. Sam, ou se encontram numa fase inicial de desenvolvimento, ~As seguintes qualidades sio vistas Como expressio das mais profun- das esperangas e dos mais profundos sonhos de amor e devoca0: i - Sensibilidade j Imparcialidade | Bondade" { i © Consideragao 58 Generosidade Respeito. Solicitude Sensatez Responsabilidade Se depois de repetidas desilusSes as pessoas reconhecem que os Parceiros no atendem aos quesitos englobados por tais virtudes — ‘quando, por exemplo, no oferecem ajuda, compreenstio e simpatia ete —,aimagem do cOnjuge edo casamentocomega, em geral, a se modificar de positiva para negativa. Por exemplo, ao "‘perceber"" que Karen nio tinha consideragdo, Ted comegou a pensar: “Ela me deixou mal. Nao conto com ela para nada. Nao pesso ter confianga nela, Ela ndo é uma ‘Pessoa confidvel.” Karen, de modo andlogo, passou a ver Ted como um “tirano”, € seus sentimentos passaram a oscilar entre a desesperanga ¢ 0 rancor cego. Ao evoluir a desilusio, bastam alguns epis6dios isolados de decep- ‘so para que um ¢ outro se rotulem matua e negativamente. Se o marido nio revela sensibilidade num determinado momento, entdo ele é “‘insen- sfyel”; sea mulher no mostra bondade quando o marido espera por isso, cntio € uma pessoa mé, “ind . Uma mulher que passou a vida inteira tratando de forma competente de scus assuntos pessoais ¢ de sua carrcira profissional sentiu-se paralisada quando viu que o nove marido ia sair todos os domingos — o tinico dia em que nao trabalhava — para Jogar golfe. Concluiu que ele era basicamente egoista, sem consideracao € injusto, De forma semelhante, um homem viu-se tomado de raiva quando a mulher 0 avisou de que nfo mais datilografaria os seus relat6rios. Viu-a como pessoa pouco solfcita c rude. Considerou a recusa uma espécie de abandono ¢ traicdo de sua confianga: confiava que cla partilharia com ele da responsabilidade de gerar a renda familiar. Em cada um desses casos, 0 significado simbélico do evento ia bem além do significado prético, mesclando sentimentos de desergdo ¢ de rejeigo. A auséncia de um molde particular de comportamento atinge em cheio 0 coragao dos anscios por amor ¢ devogio, O parceiro atribuiu o 59 comportamento do outro a um “‘trago de cardter"’. Ademais, a pest decepeionada considera esse trago definitivo, Assim, a auséncia de determinada virtude € traduzida no seu pOb oposto: Insensibilidade Injustiga Maldade Falta de considerasdo Egofsmo Rudeza Falta de solicitude Insensatez Inresponsabilidade * Narealidade, as pessoas ndo se cindem em opostos absolutos. Se nid so totalmente responsAveis, nfo quer dizer que sejam irresponsdveis talvez sejam despreocupadas, pouco organizadas, distrafdas etc. As pe: soas em geral nem sio totalmente brancas nem totalmente negras, m de matizes variados de cinza. Essa rotulagao em termos opostos é semelhante ao pensamento tu ou nada, cito ou oitenta, que serd analisado em capftulos ulteriores, Ess espécie de rétulo costuma ser tho irreal quanto a idealizago que se fazi nos primeiros tempos da paixfo. Muitas vezes uma explicacdo benévola, nfo uma falta grave} explica uma frustragio particular, Marjorie pot exemplo; era quas sempre acusada pelos amigos e pelo marido de ser irresponsdvel e egofsi porque com freqiiéncia se atrasava.ém cumprir as coisas que prometi fazer. O problema 6 que se tratava de uma pessoa muito conscienciosa,| ‘nfl que fosse irresponsavel. Nao gostava de recusar solicitagdes ¢ ass se comprometia a fazér mais do que podia. a ‘Como Marjoric era conscienciosa e sempre procurava dar 0 melhor desi, raramente te tempo para atender ao préximo compromis- s0, inclusive os com o marido. A vontade de agradar a Ken ¢ as outras pessoas nfio a deixava ver a impossibilidade de atender a todos os ‘compromissos que assumia, Para Ken e para os outros, contudo, 0 seu atraso encobria a sua escrupulosidade. Ecomo ela nfio era “responsive a0 seus olhos, s6 podia ser 0 oposto — “irresponsdvel”. A situagio diffeil de Marjoric sc devia em parte & tendéncia universal das pessoas de se fixarem na primeira explicago que hes ocorre ¢ de no procurarem por outras razes mais benignas. O Equilfbrio nos Jufzos aide © choque de pensamentos contrérios, comum entre. os casais, néo costuma ocorrer ertinosso félacionamento com outras pessoas. Os jutzos que emilimos fora do relacionamento {ntimo, em grande medi- ‘Ue;Costumath ser mais justés, mais ‘Sensatos, em suma, mais equili- ys uma pessoa questionar de alguma forma orelacionamento, Significa que h6 algo de errado com ele. ~ at 2) Seele me amasse de fato, ndo terfamos brigas ou discussdes. em grande parte (2) = i 3) Se ele realmente se importasse comigo, nunca deixaria de ‘manifestar afeigo por mim. 4) Seele fica zangado comigo ou mecriticaem puibico, significa que nilo me ama de fato. 5) Ele devia saber o que € importante para mim sem que eu precisasse Ihe dizer. 6) Sceu tiver de pedir a ele alguma coisa que realmente queira, 4 perdeu a graca. —— . 7) Scele de fato se importasse comigo, Faria o que eu peso. ——— 8) Obom relacionamento nao deve ter problema algum. 9) Quando as pessoas realmente se amam, no precisam claborar u trabalhar 0 relacionamento. 10) Quando ele faz alguma coisa que me aborrece, acho que € porque quer me magoar deliberadamente. 11) Quando ele discorda de mim em pubblico, acho que é sinal de que nfo liga muito para mim. —— 12) Quando ele me contradiz, entendo que nio tem muito respeito por mim. 13) Quando ele fere meus sentimentos, assim faz porque € mal- doso. 14) Ele sempre tenta fazer as coisas & sua maneira, —— 15) Ele nfo escuta 0 que eu tenho a dizer. (BS: Quertontsio baseado em pate no de Epstein, Prtzere Fleming Utlainship el Anventory). : wee os, As Indiretas e a Ambigiiidade RU 5 ‘Todos os casais se véem &s voltas'com uma série de decisSes mais ou menos importantes: adivisio das tarefas domésticas, o orpamento domés- tico, as atividades sociais ¢ de lazer, onde morar, ter filhos ou nao, como crié-los e assim por diante. A comunicagto clara ¢ precisa facilita as tomadas de decisto; a comunicago ambfgua as dificulta. angustiante observar como se saem mal certas pessoas, que se telacionam muito bem sob outros aspectos, na hora de comunicar 20 P parceiro os pensamentos, os desejos ¢ sentimentos, Algumas chegam a [- expressar os préprios desejos de uma forma que desafia.o entendimento. Expressam as opinies de forma vaga, falam muito sem chegar ao que interessa, se perdem em detalhes triviais — tudo dentro da tranqilila suposigo de que o parceiro apreende o que esti tentando dizer. Alguns encharcam a discussdo com um palavreado exuberante, outros a empo- f brecem na mais absoluta falta dé palavras — nos dois casos acreditando equivocadamente que esto contribuindo para o entendimento mutuo. As vezes, parecem estar falando I{nguas diferentes: usam as mesmas B- palavras, mas a mensagem enviada é totalmente diversa da mensagem recebida. FE _Nio surpreende, portanto, dadas as falhas de comunicago, que os dois se sintam frustrados. Como cada um se esquece da propria contri- E buigdo para o interefmbio obscuro, a culpa é langada sobre o parceiro por ser obtuso ou estiipido. ‘Marjorie, por exemplo, queria que Ken a convidasse para irem ao seu restaurante favorito, vendo ali um bom lugar para comemorarem 0 seu aniversério de casamento, Voltou-se para ele, insinuante: — Ken, quer ira um restaurante hoje & noite? Essas afirmag6es s&o caracterfsticas dos relacionamentos probleméti ett O marido, que se sentia cansado, nfo captou a mensagem oculta cos; Embora possam meramente refletir comunicagao insuficiente}fe-“contida na pergunta. B foi seco na resposta: — Nio. Estou muito cansado. Marjorie ficou extremamente desapontada. E s6 depois de sentir-se smagoada e aborrecida é qué percebeu nfo lhe ter comunicado o motivo $real —_comemorarem o aniversétio de casamento. Quando depois ela lhe falou do seu verdadeiro desejo, ele prontamente concordou em sair. Considere o seguinte diflogo entre Tom, tm arquiteto, e Sally, uma pediatra, que viviam juntos sem serem casados formalmente € que esta- * yam muito ocupados com a restauragdo de seu primeiro lar, umabelacasa INTERFERENCIAS NA COMUNICAGAO ‘+ “Meu marido é surdo, Nunca ouve o que eu digo.” + “Qiando ela comesa a falar nio péra mais. Fala pelos cotovelos.” * “Ele sempre fica na defensiva quando the pego alguma coisa.” + “Bla faz de tudo um motivo de discuss.” + “Ele 6 cabega-dura.. Nem ao menos considera o que eu tenho a dizer.” ‘+ “Ele munca diz o que pretende.” + “No era isso 0 que eu queria dizer.” com dificuldades brandas de comunicagio podem ter desentendimer tos importantes. Tais desentendimentos muitas vezes conduzem ¥f frustragdo © as hostilidades — ¢ por isso a maiores dificuldades de comunicagio. Nos casos piores, mesmo as conversas mais banais transformam num forum de competictio, de medigtio de forcas ¢ di depreciagiio miitua. Longe de promoverem o esclarecimento ¢ o end tendimento, as palavras se transformam em armas; as discussbes st PieLdRsensas how} vVitoriana no centro da cidade, Vale a pena reparar de que modo os meuus © as dividas fntimas levam um ou outro a distorcerem as mensagens, tomando-as vagas © confusas. Inevitavelmente surgem os desentendi- mentos. Nesse caso, a primeira afirmagio ambfgua desencadeou uma rixa arespeito de uma deciso muito simples: SALLY: Os Scotts falaram em ir casa deles na quinta. ‘Tom (magoado]: Eles convidaram vocé? [querendo dizer: Sé vocé ¢ ndo eu?) SALLY: [imitada}: Estou s6 lhe contando. [Ele esid duvidando que tenham me convidada} ‘Tom [magoado]: Como é que pode eles terem convidado vocé? (querendo dizer: 56.a voce, endo amim também. ‘SALLY [magoada]: B ébvio. Eles gostam de mim. [Ele ndo acha que eu ‘agrade as pessoas a ponto de convidarem s6.a mir.) ‘Tom: Tudo bem, va. Tenho certeza de que voct vai se divertir muito. [Espero que voce se aborreca bastante. SALLY [amarga]: Claro que vou me divertir [Ele no quer ir porque fizeram oconvite a mim} Héalgumacoisa de evidentemente assimétrico na comunicagdo entre Sally¢'Tom. O seu probléma, entretanto, se encontra por trés das palavras, © nflo exatamente no que dizem. Tom Sally no estio no mesmo ccompasso: tentando se proteger, ficam a esconder informagées importan- tes, fazendo com que cada um nio entenda direito 0 que 0 outro diz. Para comegar, Sally gostou que os Scotis a tivessem convi porque acreditava estar sempre & sombra do parceiro; receia que pessoas o considerem mais interessante, ¢ que ela apenas o siga de pert. Ela sabia que, quando os Scotts lhe fizeram 0 convite, se referiram a cla fe a Tom. Mas ao comunicar ao parceiro o convite, ela foi propositada-. ‘mente ambfgua, pois receava que ele pudesse recusar, : (Os Scotts sto basicamente amigos dé Tom, mas Sally queria que 98 mene Peeeeies seenianty HAVEN We ILA MU VeRM YES CIE CHUCNUCU errado o que ela quis dizer. Ele achou que cla estava se vangloriando de 86 a terem convidado € se sentiu magoado. Conseqilentemente, Tom enfatizou “Eles convidaram vocé?” — em vez de perguntar se 0 convite fora dirigido “a nés". A énfase no vocé faz. com que Sally acredite que ele € cético: acha que os Scotts no a convidariam pessoalmente, Nao compreendendo a divvida de Tom, Sally saiu com uma resposta irreveren- te — “Apenas estou te contando.”” ‘Tom, ainda na premissa de que fora especificamente exclu(do, inter- pretou a resposta como escémio, ¢ fez a retaliagdo com sarcasmo: “que se divirta bastante”. Sally responde com nova espetadela, sem sequer » esclarecer se Tom vai aceitar 0 convite. A falha Obvia das indiretas € que leva aos desentendimentos. Por exemplo, Sally est4 sempre preocupada em frustrar ou contrariar Tom. Portanto, quando solta as suas “indiretas"’, diz coisas de uma tal forma que sempre espera conseguir um sinal positive de Tom; assim, baseada nisso, ela ou persistiré na idéia ou desistird dela, ‘Numa outra ocasiio, por exemplo, ela queria convidar um casal amigo para visité-los. Comesou vacilante, tateando no escuro, por assim dizer: “Fico imaginando o que os Richards estardo fazendo nestes dias?” Tom, sem entender a indireta, respondcu: “Nao fago a menor idéia", ¢ mudou de assunto. Sally interpretou a resposta como uma negativa: cle no queria ver os Richards. (Mais tarde veio a saber que ele teria gostado muito de recebé-los.) Depois de se ver frustrada em varias ocasides em que fazia sugestOes de forma indireta, Sally comesou a pensar: “Ele é anti-social" e “Ble murica quer fazer o que eu quero — estd interessado apenas em simesmo,"" Mais tarde, quando 0 seu rancor atingiu maior intensidade, Sally acusou- de ser anti-social ¢ de que nunca se importava com 0 que ela queria, Tom sentiu-se desorientado, Quando cla the disse que vinha Ihe dizendo o que queria o tempo todo, ele discordou, irritado. — Voce nunca sabe 0 que vocé quer e nunca diz 0 que quer — “acUSOU-a. Sally considerou injustas as acusagdes: a seu ver, sempre fora direta sms suas sugestOes. Para Tom, entretanto, ela era incapaz de decidir-se, e f -mostrava-se injusta a0 acusé-lo de seus préprios defeitos. ‘Quando os relacionamentos esto indo bem, os parceiros muitas 44Yezes conseguem se comunicar mediante indiretas ¢ alusGes como as que Sally empregava. Sua linguagem fatima, seu idioma especial é capaz de 99 transmitir as mensagens. Mas quando o relacionamento nfo vai bem, af Tinguagem {ntima nao mais € suficiente e pode promover os desentendid mentos. Ponto de vista social co conseqlente impulso de provar que ela também ‘ppode seraceita pelos amigos de Tom. Ao mesmo tempo, fica na defensi "Com reeeio de que Tom denigra as suas tentativas de construir sua propria. fx. imagem. Tom, em troca, interpreta a conversa de Sally como sinal de: que B cls est competindo com ele (mostrindo que ela é mais querida do que ‘sle)esente-se compelido a “coloeé-Ia no seu devido lugar”. No didlogo j.respeito da mae de Tom, Sally afirma o seu poder no relacionamento, ‘ignorando 0 conteido implicito na pergunta de Tom ¢, na verdade, ‘convidando-o a retaliaczo, Fan nhot essas atitudes © comportamentos possam sobrecarregar o relacionamento, hd muitas vezes elasticidade suficiente no vinculo afeti. f Vo para absorver os atritos © choques. Tom e Sally gostavam muito de ; conviverem, de estarem juntos. Um dos pontos fortes nos primeiros anos Ede relacionamento estava no prazer que tinham em conversar um com o outro. No entanto, como a comunicag&o indbil leva a crescentes desen.. tendimentos, o seu bom intercdmbio foi afundando em virtude de acusa- Fides erecriminagbes dissimuladas. Até o prazer que tinham em conversar ‘foi maculado e perden a forga de unio. Mesmo pequenas questdes que ppoderiam ser facilmente resolvidas se tomaram fonte de conflitos: de am Indo havia as indiretas e a defensiva daqucle que emit a mensagem, do ‘outro se encontrava a surdez de quem a recebia, Os problemas colocados por Sally e Tom nfo foram de muito dificil {tesolugio: eles précisavam praticar as boas discusses: claras ¢ diretas, 'mbora a principio discutissem ¢ dialogassem na presenca de um tera. Penta, poderiam ter iniciado essa nova fase por conta propria, Para melhorar a comunicagao entre 0s cassis damos uma série de dirctrizes nos capftulos 14, 15 16, Os Mecanismos de Defesa As pessoas como Tom e Sally muitas vezes sto vagas no que falam p se defender: nfo querem ser rejeitadas, nfo querem ouvir recusa. Probabilidade de desentendimento aumenta ainda mais quando permitemf} {Que certos fatores pessoais — querer provar algumacoisa para si mesmas querer contrariar a frustragfio ou o ridfculo— se misturem ao que tentany transmitir, Essa forma de defesa ensombrece as mensagens, que facilmente mal interpretadas. O medo de ser rejeitado por emitir determinada opinifo ou por faze tum pedido faz crescer essa forma de defesa. Pois foi confusfo entre Tom ¢ Sally e que também tomou ain decifrar 0 significado oculto do que cada um dizia. No diflogo seguinte, as suas posig6es se inverteram: Tom estava na posigio vulnerével. ‘Tom: Vamos visitar mina mae neste final de semana? SALLY; Eu acho que nfo vai dar — tenho muito 0 que fazer. TOM [itritado}: Voc nunca quer visitar minha mae, ‘Vé-se que Sally interpretou a pergunta de ‘Tom no seu valorimediato como sc ele simplesmente estivesse querendo saber 0 que ela ia fazer; no como se estivesse Ihe fazendo um ‘convite. Ela nao entendeu verdadciro significado do que Tom disse: “Eu ‘gostaria de visitar mir mie neste fim de semana.” Tom, com receio de revelar 0 que desejava} dirctamente, sentiu-se perturbado com a resposta de Sally ea repreendet Naturalmente, debaixo do plano mais superficial, hé no relacionad} mento de Tom ¢ Sally problemas mais complexos do que a ambigilidad eadefesanacomunicagtio, A conversa de Sally a respeito dos Scotts d entrever o seu problema oculto: o sentimento de ser inferior a Tom Sem Entender a Mensagem fp "A boa comunicapso vai além da devia transmissio das prépris idéias: Hy significa que se compreende também o que aoutra pessoa diz. As pessoas Fiaue slo quase sempre vagas ou que falam por meio de indiretas fazem os ‘pucelcos orn chegarem & conclusdes incorretas, ora ignorarem o que dito, Outras ttm dificuldade em entender as mensagens do parcsito, ‘entendendo mal o que ouvem. aon Uma pesquisa conguziaa pela psicologa Watnicia Nolier revelou importantes diferengas no entendimento das comunicagdes entre casais com bom ajuste conjugal ¢ entre casais com mau relacionamento. Os ccasais infelizes entendiam menos © que cada um dizia ou queria dizer do que os casais felizes. 6 particularmente revelador que os casais infelizes apresentaram o mesmo desempenho que os casais felizes na decodifica- do das mensagens de estranhos. Essa descoberta sugere que todo 0 processo de comunicagao, ‘capaz de funcionar perfeitamente bem fora do casamento, & vezes st descarrila nos relacionamentos com problema. Os desentendimentas Wo tém rafzes, ici€ncias erénitas de comu- nicagdo com todas as pessoas: so espectficos do distirbio do relacio- Monélogos, Interrupgées € a Escuta Silenciosa Alguns problemas de comunicago surgem em virtude das diferengas de estilo de conversagdo dos parceiros — momento de intervir, pausas, ritmo ‘tc. Num caso tipico descrito por Deborah Tannen, professora de lings tica, uma ida com um res todas as perguntas levant ia num seminfrio que estavam realfzando. Els'6 acusou de en Seema 2 conn oo aleigbes, ¢ sem respeitar os pontos de vi ga farealidade, o “dom{nio” decorreu de diferengas nos momentos de intervengo de cada um com as respostas. Por hébito, ela levava rauito mais tempo para responder as perguntas do que ele. Logo, quando ela fazia rodeios ¢ custava para responder a uma perguata, ele ficava irre quicto e preocupado. Para evitar o que para ele seria um sil€ncio descon- fortivel c a impressdo de que nenhum dos dois saberia responder a: ergunta, tomava a iniciativa ¢ dava a resposta. A colega interpretou & atitude como forma de dom{nio machista. vawe ue pare Uieek ©, COM SielO, laiver ale perca a seqdéncia de taciocinio em decorréncia da interrupeiio, Poderd acus4-la: “Vocé sempre ‘me interrompe... nunca quer ouvir a minha opinido”, sem perceber que hd uma explicagdo mais benigna para a atitude dela. oo ee B, .pausas breves est falando. Talvez esteja exprimindo um ponto de vista entremeado de pausas que a ela parecem razodveis para que o mazido intervenha. O marido, no entanto, por fazer pausas mais longas, pode no identificar as deixas e concluir, a0 contrério, que a discussdo esté sendo um mondlogo da esposa. Algumas pessoas so por temperamento ic a fal; uit m do necess4rio, Falam sobre t-the ao centro, ou atormentam o ouvinte com uma servadoras"”: so im- fado. ayezes advirto as pessoas desse estilo de conversa, em geral clas se B, mostra surpreendidas — acreditavam que de fato estavam se comuni- s¢ando comeficécia. As queixas contraas pessoas “tagarelas” so também cenderecadas aos “ouvintes inanimados” Theomum uma esposa Se. mig. ‘meu marido nunca presta alengdo ao que ¢u alo. marido, entretanto, € capaz de repeti literalmente tudo o que ela acabou de dizer. Na realidade, a observagio dessa esposa decorre do fato de 0 marido ouvi-la em excessivo siléncio — cle nao reas Fica impassf¥el, prestando atengao a0 que ouve sem dar retomio — sem anuir f; com a cabega, sem gesticular, sem modificar a expresso facial, ou sem ‘murmurar sons importantes como “'m-hm", “ah-han"” on “€", Numerosas pesquisas sugerem que homens ¢ mulheres tendem a f cuvir de maneira diversa. Os homens tm geral balbuclam sons opin Mignos freailfncie ¢, quando o fazem,.cm geral querem dizer que “con- pena que nfo tivessem procurado o aconselhamento em fase mais do relacionamento, ou que nao tivessem tido acesso a um manual sobre desentendimentos ou dificuldades de comunicagio conjugal. Am- bos tomaram a se casar. No segundo casamento — em que foram bem-sucedidos —, Harvey mostrava-se muito mais prudente com 2 ia, © Stacey mostrava-s¢.| ‘afirmativas re dizia inna Haus nts ost que nfo gostava. Os dois aprenderam bem a ligio. contrério, a ausCncia desses sinais pode ter significado simbdlico ‘vo: “Ndo te respeito” ou: “Nao me importo com vacé." Os parceiros em geral nfo tém consciéncia da forga desse sutil da conversa conjugal. Mas € esse ingrediente que enlaga o inte inclusive as trocas de palavras aparentemente in6cuas, com signifi cados implicitos de aceitagao, respeito ¢ afeigao — ou rejeigao, desres peito e liostilidade, Se o casal se tornasse sensfvel a esses significados ocultos, grande} parcela das frustragdes seria reduzida. Esse desencontro no estilo d conversa, por exemplo, seria atenuado pelo acordo a respeito de um Conjunto de.“regras de etiqueta de dislogo”.Identificado o problema, pessoas que conversam com pausas mais lon deriam a nio% Ofseiet unas blemaetpe »polaiam setcearce copra ured historia depois de breves interrupgdes. As que falam mais répido, pot ‘outpo.tada, poderiam ayaliar se determinada observaciio ou reparo justi fica uma, interjelgao.ou_¢ simplesmente Sinat te sia impaciéncia. estas fant podem amb tein x COWEN Ea ea poe sm tefifar ser mals sivas. As pessoas que ouvem sem reagil jam dar mals sinals de que esto prestando atenco, a0 m necessariamente um sinal de indiferenca. Os Pontos de Surdez e de Cegueira ‘Tais pontos se tomam aparentes Guando um dos parceiros nao registra} ‘mentalmente 0 que 0 outro de fato tentou Comunicar por palavras, gest etc. Esse lapso € causa de queixas como: “Voce nio sabe 0 que eu qu ‘owoque estou pedindo”, ¢ também: ““Vocé no me conhece em absoli to.” Os casais que apresentam esse tipo de problema de comunicasia, muitas vezes tém dificuldade em tomar decisdes até simples. Embor ambos possam estar dispostos a cooperar, nlo conseguem uma troca} significativa de informagdes, ¢ essa ‘caréncia prejudica o acordo em questdes importantes, como a divisdo de tarefas ¢ a criagtio dos fills, de surdez issam ser causados| por Freontitdnss, con Teale remontam & See or MESH ae

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